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Ágora – Alexandria (Resenha crítica)
Adilson Motta, 2013
Uma produção de Álvaro Augustín e Fernando Bovaira, produzido no ano
de 2009, gênero memória, retrata um cenário histórico, político e social, e ao mesmo
tempo um universo onde está presente a diversidade religiosa, assim como o
cenário daquela que foi a maior Biblioteca do mundo – a Biblioteca de Alexandria,
onde se passa e em torno da qual se passa o cenário do filme, na pessoa de
Hipatia, a professora que ensinava filosofia, matemática e astronomia. Alexandria,
localizada no centro do Egito, tornou-se um centro de estudos acadêmicos. O filme
retrata o ano de 391, depois de Cristo, mostra a ascensão e crescimento do
cristianismo, no meio a um paganismo reinante, - e futuros conflitos. Os conflitos
entre os que professavam a nova religião cristã, o judaísmo e o politeísmo Greco-
Romano.
Hipátia não era cristã, no entanto, não era radical sobre religiosidade
alguma, mas age como se deixasse subentender a paz, o diálogo e a tolerância
entre os conflitos existentes na diversidade religiosa – e na eiva da contradição que
se espalhava. É o que se constata no diálogo de Hipátia, com seus discípulos,
diante dos conflitos que emergiam: “Mais coisas nos unem do que nos dividem.
Somos irmãos” (apesar da diversidade).
Por ser uma brilhante professora de um conhecimento nascente das
gerações que a sucedera, de longe ela já vislumbrava cientificamente o que se
evidenciou muitos séculos depois. É como se tivesse havido um “apagar das luzes”,
e um reacender em séculos futuros, conforme o iluminismo – que surgiu em séculos
futuro após idade média.
O ambiente mostra um cenário em que, num mesmo espaço florescia a
diversidade religiosa – a tolerância e a intolerância. Neste ambiente está presente de
modo concreto e pragmático, as sublimes ideias de Platão de cidade, democracia,
prefeito, governo, etc.
E diante disto, os representantes das religiões pagãs incitavam o povo na
letargia da ignorância a serem violentos, a usarem de violência contra os cristãos
que floresciam.
O cristianismo, tido como intolerável, ao longo do tempo cresceu e adquiriu
influência política – e sob suas normas dogmáticas tornou-se intolerante, tendo
como desfecho, a fatalidade morte de Hipátia, o ponto extremo da intolerância.
Evidencia-se no filme o fato de que, a igreja cristã, com seu dogmatismo
determinista do que era certo e errado, frea a verdade científica e o novo das
descobertas, sob pena de heresia e pena de morte.
De acordo com relatos históricos, as origens da Biblioteca remontariam ao
período de Ramsés II (1285 a.C.), mas até hoje historiadores e arqueólogos
debatem sobre a existência desse prédio nunca encontrado que teria guardado uma
coleção real de pergaminhos. Com a conquista do Egito por Alexandre em 332 a.C.
e a fundação de Alexandria, ali se somaria aos rolos da coleção real existente para a
formação de uma biblioteca, onde todo pergaminho que existisse em seus domínios
deveria ter uma cópia ali guardada, representando uma gigantesca concentração de
saberes de diferentes épocas e lugares, um tesouro de inestimável valor.
Ocorre no filme uma transição no império para o cristianismo. E a
Biblioteca foi vítima de um ataque em virtude da associação direta de sua existência
com as crenças pagãs e assim, foi em nome da fé, que o bispo Teófilo de Alexandria
ordenou sua destruição, junto dos ídolos e altares dos deuses, que a partir de 391,
tornaram-se ilegais, dando lugar aos altares e templos cristãos. Dar-se de entender
que esta destruição se justifique também o sentido da efetivação dos cristãos diante
da sociedade.
Ainda assim, mesmo após a destruição de Alexandria, Hipátia seguiu
ministrando suas aulas em casa.
Construiu-se uma dupla imagem em torno da Biblioteca e a personagem
central Hipátia, que pouco a pouco, constatou seu espaço desaparecer em virtude
da crescente influência política que os cristãos começaram a ter, especialmente com
a ascensão de Cirilo – Sami – na função de Bispo de Alexandria, que ocorreu logo
após a morte de Teófilo, o qual incentivou seus fiéis em perseguição aos judeus e
depois dos pagãos, e aos cristãos insubmissos.
Os conflitos presentes entre cristãos, pagãos e judeus expressos no filme,
leva o leitor/expectador a refletir não só dentro de um “filosofismo abstrato”, mas
sobre justiça, política, poder, conhecimento – enfim, sobre o equilíbrio dos valores
em que deve ponderar a diversidade religiosa presente, fato até hoje existente – sob
riscos de conflitos e guerras.
O filme reflete também os vários aspectos contexto no tempo e época –
como a divisão e formação das classes sociais, o papel da mulher na sociedade, os
conflitos religiosos diante da diversidade no que diz respeito a tolerância e
intolerância. O interessante no contexto do filme, é que A Biblioteca de Alexandria
não era um templo religioso propriamente, mas era ali onde ocorria
concomitantemente as pregações e acorriam os pregadores das várias nominações
religiosas.
O filme é de grande relevância e interesse aos estudantes e professores de
História, Teologia e Filosofia. E que pode ser usado tanto em nível médio como
graduação, pois nele encontra-se uma linguagem simples, apesar de complexa.
Enfim, é uma verdadeira aula de história.
Referências
AUGUSTÍN, Álvaro e BOVAIRA, Fernando. Ágora – Alexandria. 2009.

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  • 1. Ágora – Alexandria (Resenha crítica) Adilson Motta, 2013 Uma produção de Álvaro Augustín e Fernando Bovaira, produzido no ano de 2009, gênero memória, retrata um cenário histórico, político e social, e ao mesmo tempo um universo onde está presente a diversidade religiosa, assim como o cenário daquela que foi a maior Biblioteca do mundo – a Biblioteca de Alexandria, onde se passa e em torno da qual se passa o cenário do filme, na pessoa de Hipatia, a professora que ensinava filosofia, matemática e astronomia. Alexandria, localizada no centro do Egito, tornou-se um centro de estudos acadêmicos. O filme retrata o ano de 391, depois de Cristo, mostra a ascensão e crescimento do cristianismo, no meio a um paganismo reinante, - e futuros conflitos. Os conflitos entre os que professavam a nova religião cristã, o judaísmo e o politeísmo Greco- Romano.
  • 2. Hipátia não era cristã, no entanto, não era radical sobre religiosidade alguma, mas age como se deixasse subentender a paz, o diálogo e a tolerância entre os conflitos existentes na diversidade religiosa – e na eiva da contradição que se espalhava. É o que se constata no diálogo de Hipátia, com seus discípulos, diante dos conflitos que emergiam: “Mais coisas nos unem do que nos dividem. Somos irmãos” (apesar da diversidade). Por ser uma brilhante professora de um conhecimento nascente das gerações que a sucedera, de longe ela já vislumbrava cientificamente o que se evidenciou muitos séculos depois. É como se tivesse havido um “apagar das luzes”, e um reacender em séculos futuros, conforme o iluminismo – que surgiu em séculos futuro após idade média. O ambiente mostra um cenário em que, num mesmo espaço florescia a diversidade religiosa – a tolerância e a intolerância. Neste ambiente está presente de modo concreto e pragmático, as sublimes ideias de Platão de cidade, democracia, prefeito, governo, etc. E diante disto, os representantes das religiões pagãs incitavam o povo na letargia da ignorância a serem violentos, a usarem de violência contra os cristãos que floresciam. O cristianismo, tido como intolerável, ao longo do tempo cresceu e adquiriu influência política – e sob suas normas dogmáticas tornou-se intolerante, tendo como desfecho, a fatalidade morte de Hipátia, o ponto extremo da intolerância. Evidencia-se no filme o fato de que, a igreja cristã, com seu dogmatismo determinista do que era certo e errado, frea a verdade científica e o novo das descobertas, sob pena de heresia e pena de morte. De acordo com relatos históricos, as origens da Biblioteca remontariam ao período de Ramsés II (1285 a.C.), mas até hoje historiadores e arqueólogos debatem sobre a existência desse prédio nunca encontrado que teria guardado uma coleção real de pergaminhos. Com a conquista do Egito por Alexandre em 332 a.C. e a fundação de Alexandria, ali se somaria aos rolos da coleção real existente para a formação de uma biblioteca, onde todo pergaminho que existisse em seus domínios
  • 3. deveria ter uma cópia ali guardada, representando uma gigantesca concentração de saberes de diferentes épocas e lugares, um tesouro de inestimável valor. Ocorre no filme uma transição no império para o cristianismo. E a Biblioteca foi vítima de um ataque em virtude da associação direta de sua existência com as crenças pagãs e assim, foi em nome da fé, que o bispo Teófilo de Alexandria ordenou sua destruição, junto dos ídolos e altares dos deuses, que a partir de 391, tornaram-se ilegais, dando lugar aos altares e templos cristãos. Dar-se de entender que esta destruição se justifique também o sentido da efetivação dos cristãos diante da sociedade. Ainda assim, mesmo após a destruição de Alexandria, Hipátia seguiu ministrando suas aulas em casa. Construiu-se uma dupla imagem em torno da Biblioteca e a personagem central Hipátia, que pouco a pouco, constatou seu espaço desaparecer em virtude da crescente influência política que os cristãos começaram a ter, especialmente com a ascensão de Cirilo – Sami – na função de Bispo de Alexandria, que ocorreu logo após a morte de Teófilo, o qual incentivou seus fiéis em perseguição aos judeus e depois dos pagãos, e aos cristãos insubmissos. Os conflitos presentes entre cristãos, pagãos e judeus expressos no filme, leva o leitor/expectador a refletir não só dentro de um “filosofismo abstrato”, mas sobre justiça, política, poder, conhecimento – enfim, sobre o equilíbrio dos valores em que deve ponderar a diversidade religiosa presente, fato até hoje existente – sob riscos de conflitos e guerras. O filme reflete também os vários aspectos contexto no tempo e época – como a divisão e formação das classes sociais, o papel da mulher na sociedade, os conflitos religiosos diante da diversidade no que diz respeito a tolerância e intolerância. O interessante no contexto do filme, é que A Biblioteca de Alexandria não era um templo religioso propriamente, mas era ali onde ocorria concomitantemente as pregações e acorriam os pregadores das várias nominações religiosas. O filme é de grande relevância e interesse aos estudantes e professores de História, Teologia e Filosofia. E que pode ser usado tanto em nível médio como
  • 4. graduação, pois nele encontra-se uma linguagem simples, apesar de complexa. Enfim, é uma verdadeira aula de história. Referências AUGUSTÍN, Álvaro e BOVAIRA, Fernando. Ágora – Alexandria. 2009.