Este documento discute a preparação de missionários. Ele aborda a chamada divina para o trabalho missionário, a necessidade de preparo espiritual e prático, e o papel da igreja local em apoiar a jornada missionária. O documento também discute conceitos antropológicos relevantes para o trabalho transcultural e a relação entre a mensagem do evangelho e diferentes culturas.
3. INTRODUÇÃO
O missionário(a) depende financeiramente da igreja, mas sua maior
motivação é sua vocação missionária.
A igreja local necessita de um agente para semear a Boa Palavra em locais
fora de sua atuação.
Enquanto a igreja local serve como referência para sua comunidade, o seu
agente semeia a Boa Palavra em novos campos.
Missionário(a) é um apóstolo (enviado).
O(a) missionário(a) é o agente autorizado, enviado pela igreja para
proclamar a mensagem do evangelho.
Ilustração da abelha = polinização do mundo com a vida que há em Cristo
Jesus.
Paulo, o apóstolo dos gentios, considerava sua vocação uma graça de Deus.
Aprender a servir, primeiro em casa, para depois ser enviado.
5. A CHAMADA
A chamada precisa ser reconhecida pela igreja e assumida por
ambos: igreja e missionário(a).
O(a) missionário(a) precisa primeiro ser atraído ao campo
missionário(a).
A fonte desta atração é divina e não humana.
“[...] essa visão não pode ser baseada na cosmovisão do
missionário e, sim, nos princípios eternos e supra culturais da
Palavra de Deus, através do discernimento vindo do Senhor”
(SILVA, 2009, p. 143)
6. VONTADE DE DEUS
Motivação: a vontade e o amor às almas, que são intrínsecas do
missionário(a), implantadas por Deus.
Aceitar a vontade e direção do Espírito Santo, independente das
circunstâncias.
Por isso, a necessidade da convicção da chamada.
Quem tem a chamada tem por fundamento a soberania de Deus.
A fé como o combustível para a obediência à chamada
Fé e paciência para esperar o tempo de Deus.
Exemplo do lavrador, que aguarda pacientemente o tempo da colheita.
Perigo de estar fora do tempo de Deus! Atitudes precipitadas, que conduzem
à dor e sofrimento.
Enquanto se espera, ocorre a capacitação para o exercício da atividade
missionária.
7. AMOR PELAS ALMAS
Trabalho missionário = amor pelas almas.
Exemplo de Jonas: resultado, mas sem amor pelas almas.
O evangelho chegou onde chegou, devido ao amor dos(as)
missionários(as) pelas almas perdidas.
Você quer ser um missionário?
Tem realmente amor pelas almas?
8. A NECESSIDADE DA CHAMADA
A chamada é uma experiência única e pessoal com Deus.
Ministérios exclusivos e para atender determinada situação.
Alguns exemplos no Antigo Testamento:
1) Abraão;
2) José;
3) Moisés.
Alguns exemplos no Novo Testamento:
1) Pedro - circuncisão;
2) Paulo - gentios;
3) Filipe – circunstancial (itinerante x fixo).
Você tem a chamada de Deus?
Espere o tempo de Deus!
10. A PREPARAÇÃO
Quem tem o chamado deve dedicar um tempo para sua capacitação, o
tempo de espera.
A pessoa chamada, necessariamente, necessitará renunciar algo em
outra área de sua vida.
Dentre outros requisitos, a vida de oração e o conhecimento da Palavra,
são imprescindíveis para o exercício missionário.
11. RENÚNICA
Exemplo dos discípulos.
Exemplo de Paulo.
Exemplos na história das missões.
Até que ponto devemos renunciar nossa vida pessoal?
Cuidado com o emocionalismo!
12. ORAÇÃO
Para saber e andar na vontade de Deus é preciso ter
relacionamento intimo com Ele.
Vitória espiritual se conquista com oração.
Sucesso sem oração evidencia e glorifica o ser humano.
Parceria para herdar bens permanentes.
John Hyde: “Pai, dá-me almas ou morrerei!”. Resultado:100
mil indianos para Cristo.
Quem é seu referencial de oração?
13. ESTUDO DA PALAVRA
O bom “vendedor” conhece bem o manual.
Responsabilidade de passar um sólido conteúdo doutrinário,
possível somente com um estudo sistemático da Bíblia.
Apto para responder aos mais diversos questionamentos.
Além da Bíblia, necessidade de ter bons dicionários teológicos,
concordâncias bíblicas, comentários, entre outros.
Exemplo de William Carey,
15. A preparação envolve aspectos da vida pessoal como
espiritual do(a) missionário(a).
Serão destacados 03 aspectos pessoais:
1) Ocupação secular,
2) Documentação e família;
3) Papel da igreja na preparação do(a) missionário(a).
VIDA PESSOAL E ESPIRITUAL DO(A)MISSIONÁRIO(A)
16. Deus costuma chamar pessoas ocupadas para sua obra.
Campo missionário não é uma aventura profissional para quem
não tem outra ocupação.
Dependência da cultura e recursos do país de destino: exercer
como ensinar uma profissão pode ser muito útil.
Exemplo do líder (ver Paulo).
VIDA PESSOAL - OCUPAÇÃO
17. Verificar as exigências legais do país de destino.
Tratamento para atividades missionárias: visto de residência,
visto de turista ou impedimento (ocupação como meio).
Exemplo do EUA (convite específico de uma igreja ou
transferência profissional).
Aproveitar o tempo de preparação para verificar os detalhes e
situações legais do país de destino.
VIDA PESSOAL - DOCUMENTAÇÃO
18. Cuidado especial com a família (conscientização, saúde,
recursos financeiros, entre outros).
Os filhos maiores não devem ser forçados a seguirem os pais.
Quanto menos preocupação com a família, melhor o
desempenho missionário.
VIDA PESSOAL - FAMÍLIA
19. Uma vez ciente da chamada, o vocacionado deve comunicar à igreja,
que tem a responsabilidade de fazer missões.
“A igreja é servidora do Reino. A missão e expressão da
transitoriedade da Igreja, de sua caminhada histórica e peregrinação
escatológica, de seu caráter diaconal e instrumental” (SUESS, 2007,
pg. 17).
Dever da liderança da igreja: analisar o chamado e providenciar os
meios para sua realização, se confirmado o chamado.
Uma vez decidido, deve-se iniciar o planejamento:
Preparação;
Instalação;
Acompanhamento.
VIDA ESPIRITUAL – O PAPEL DA IGREJA
20. Não basta um bom planejamento: plano sem ação =sonho.
Treinamento teórico e prático: alguns exemplos.
A falta de um bom planejamento colocado em ação tem sido a
causa de muitos insucessos no campo missionário.
Conhecimento prévio do campo em potencial, no mínimo:
situação política, geográfica e econômica; religião e cultura;
infraestrutura de forma geral.
Acompanhamento espiritual da família, antes e depois do envio.
“Deus não é somente aquele que envia. Ele é também, no Filho e
no Espírito Santo, o enviado” (SUESS, 2007, pg.53)
VIDA ESPIRITUAL – O PAPEL DA IGREJA
22. INTRODUÇÃO
Necessidade de entendimento de alguns conceitos antropológicos.
A relação entre a Bíblia e a cultura.
Relacionamentos transculturais e a eficácia da pregação do
evangelho.
Autonomização das igrejas nativas.
24. A Antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e
cultural.
O conhecimento antropológico geralmente é organizado em áreas
que indicam uma escolha prévia de certos aspectos a serem
privilegiados como a:
1. Antropologia Física ou Biológica - aspectos genéticos e biológicos do
homem;
2. Antropologia Social - organização social e política, parentesco,
instituições sociais;
3. Antropologia Cultural – sistemas simbólicos, religião, comportamento;
4. Arqueologia - condições de existência dos grupos humanos
desaparecidos.
ALGUNS CONCEITOS ANTROPOLÓGICOS
25. Antropologia é uma forma de conhecimento sobre a diversidade
cultural;
Uma busca de respostas para entendermos o que somos a partir do
espelho fornecido pelo “Outro”;
Uma maneira de se situar na fronteira de vários mundos sociais e
culturais, abrindo janelas entre eles,
Um estudo dos grupos sociais, como se comportam e o que
produzem.
ALGUNS CONCEITOS ANTROPOLÓGICOS
26. Hábito comum aos membros de um grupo social.
Resulta da prática de preservar as ideias e ações, de geração a
geração.
Os costumes variam muito de um lugar para outro e de um grupo
para outro. Variam também através da história de um mesmo
grupo.
A pessoa que viola um costume de seu grupo pode ser punida,
embora de modo informal.
Os outros membros do grupo podem evitá-la, ou excluí-la de suas
atividades. Mas não existem leis contra a violação dos costumes.
Fonte: http://www.dicio.com.br/costume/
QUE SÃO COSTUMES?
27. Usos de um povo que, repetidos ao longo do tempo, formaram a sua
cultura tradicional.
Os costumes resultam de práticas que se tornaram habituais numa
sociedade e que, por isso, passaram a constituir um conjunto de
regras estabelecidas e respeitadas no seu seio.
Elas representam a maneira de pensar e de agir que se foi
transmitindo, ao longo de gerações, no interior de um grupo.
Fonte:http://www.infopedia.pt/$costumes;jsessionid=bKR1sTkZfXOzMiqfce0tw
QUE SÃO COSTUMES?
28. INCULTURAÇÃO, ACULTURAÇÃO E ENCULTURAÇÃO
INCULTURAÇÃO
É o método de introduzir a cultura, aspectos culturais de um determinado
povo à sua.
ACULTURAÇÃO
Refere-se ao encontro de duas culturas diferentes, ocorrendo a sobreposição
de uma cultura sobre a outra.
ENCULTURAÇÃO
É o processo por meio do qual uma pessoa aprende as exigências da cultura
na qual ela está inserida, e adquire valores e comportamentos que são tidos
como apropriados ou necessários naquela cultura.
29. Na medida em que se processa a aculturação (perda da
cultura própria de uma pessoa), ocorre proporcionalmente,
a enculturação (ganho de outra cultura em lugar da que lhe
é inerente).
Não há como haver aculturação sem enculturação.
Este conjunto de fenômenos chama-se transculturação.
ACULTURAÇÃO + ENCULTURAÇÃO = TRANSCULTURAÇÃO
30. Conjunto de indivíduos que possuem tronco comum e características
semelhantes, dentro de sua espécie, geração, casta, origem, estirpe.
Baseada na cor da pele, a raça humana divide-se em três grupos
étnicos principais:
1) Raça negra ou africana;
2) Raça amarela ou asiática;
3) Raça branca ou europeia.
O QUE É RAÇA?
31. “São decisões preestabelecidas por uma cultura acerca de
situações enfrentadas frequentemente pelo povo e que definem
seu comportamento”.
Exemplo:
A pontualidade britânica.
QUE SÃO VALORES?
32. Etnia é formada por um conjunto de características somáticas,
linguísticas e culturais semelhantes.
Etnia é utilizado para denominar um determinado grupo que possui
afinidades de idioma e cultura, independente do país em que elas estejam.
Etnia é um grupo de indivíduos que possuem fatores culturais como:
religião, língua, roupas, iguarias, e não apenas a cor da pele;
Sociologia = ciência que estuda os fenômenos sociais.
Povo = unidade cultural tradicional.
Nação = unidade política.
DEFINIÇÃO DE NAÇÃO: como um grupo de indivíduos da mesma etnia ou
não, regidos politicamente por um mesmo governo e pelas mesmas leis
(Nação x Etnia).
QUE É ETNIA?
34. INTRODUÇÃO
Mandamento que o ser humano recebeu no princípio (Gn1:28; 2:15).
Denomina-se cultura todos os conhecimentos, conceitos e ações
adquiridos desde então, transmitidos de geração a geração.
A queda dificulta o relacionamento do homem com a natureza, com
Deus, consigo mesmo e com o próximo.
Deus faz uso da cultura de um povo especialmente concebido para esta
revelação: Israel.
35. ABRAÃO E A CULTURA
Abraão teve uma chamada transcultural – ver Gn 12:1-3.
A exemplo de Abraão, o missionário precisa deixar os
laços culturais e familiares que o prendem e assimilar
outra cultura.
36. JESUS E A CULTURA
Jesus respeitava a cultura de seus ouvintes.
O evangelho de Cristo não veio para mudar a cultura,
mas o comportamento e a vida do ser humano.
Jesus “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de
servo, tornando-se em semelhança de homens” (Fp 2:7) –
Ver também Hb 4:15.
37. PAULO E A CULTURA
Paulo se adaptava às culturas (1 Co 9:20-23).
Chama a atenção de Pedro por desprezar a cultura dos
gentios (Gl 2:11-14).
40. CULTURA
A cultura é o conjunto de comportamento, de valores e
das crenças culturais de uma sociedade.
Os importantes elementos de uma cultura são os valores,
conhecimento, a crença, arte, moral, alimentação, língua,
leis, costumes e quaisquer hábitos e habilidades
adquiridos pelo homem dentro da sociedade.
41. ETNOLOGIA
É o estudo comparativo das sociedades humanas em suas
diferentes culturas.
A ideia da etnoteologia surgiu de estudos que mostravam a
religião como um importante e forte componente cultural.
Seu objetivo é o estudo diferencial das culturas dos diversos
grupos étnicos, revelando as variedades consideráveis dos
comportamentos e dos sistemas de valores.
42. TEOLOGIA TRANSCULTURAL
Como expressar as boas novas do evangelho, de forma que o povo
que as recebe tenha uma total compreensão, sem prejuízo à
mensagem verdadeira?
Bíblia = teologia
A Bíblia é um documento histórico da revelação de Deus ao
homem.
Teologia é uma explicação sistemática e histórica das verdades
da Bíblia.