3. DIVISÃO HISTÓRICA
DABÍBLIA
OS PROFETAS
MAIORES
1. ISAÍAS
2. JEREMIAS
3. LAMENTAÇÕES
DE JEREMIAS
4. EZEQUIEL
5. DANIEL
OS PROFETAS
MAIORES
1. ISAÍAS
2. JEREMIAS
3. LAMENTAÇÕES
DE JEREMIAS
4. EZEQUIEL
5. DANIEL
5. O LIVRO DE LAMENTAÇÕES
O título mais completo, “As Lamentações de Jeremias” é encontrado nos
manuscritos gregos e na Septuaginta.
Mas, o Talmude e os escritores rabínicos se referem a ele simplesmente como
“Lamentações” (qinoth) ou “Como!” ('ekhah), a palavra inicial no hebraico.
O título deste livro deriva-se do subtítulo das versões grega e latina do
Antigo Testamento - “As Lamentações de Jeremias”.
O AT hebraico o inclui como um dos cinco rolos (juntamente com Rute,
Ester, Eclesiastes e Cantares) da terceira parte da Bíblia hebraica, os
hagiógrafos (“Escritos Sagrados”). Cada um desses cinco livros era
tradicionalmente lido num evento determinado do ano litúrgico judaico.
Lamentações se lia no nono dia do mês de abe (meados de julho/agosto),
quando, então, os judeus relembravam a destruição de Jerusalém.
A Septuaginta colocou Lamentações imediatamente após o profeta Jeremias,
onde aparece na maioria das bíblias de hoje.
6. AS CINCO LAMENTAÇÕES
1ª LAMENTAÇÃO
2ª LAMENTAÇÃO
3ª LAMENTAÇÃO
4ª LAMENTAÇÃO
5ª LAMENTAÇÃO
Devastação de Jerusalém e sua lamentação
personificada.
Causa da devastação e o instrumento de juízo de Deus
(inimigo).
Exortação para a nação lembrar de Iavé, que é
misericordioso e fiel àqueles que nele esperam.
Reitera os três temas anteriores.
Após confissão do pecado e da necessidade de
misericórdia de Judá, Jeremias pede que Deus restaure
seu povo ao favor divino.
7. O LIVRO DE LAMENTAÇÕES
As cinco lamentações do livro, que correspondem aos cinco capítulos,
têm vinte e dois versículos cada (exceto o capítulo 3, que tem vinte e
dois multiplicados por três: ou seja, sessenta e seis versículos);
Vinte e dois é a quantidade de letras do alfabeto hebraico.
Os quatro primeiros poemas são acrósticos alfabéticos, isto é, cada
versículo (ou no capítulo 3, cada conjunto de três versículos) começa
com uma letra diferente do alfabeto hebraico, de modo sucessivo, de
Alefe a Tau.
8. O LIVRO DE LAMENTAÇÕES
Essa estrutura alfabética, além de ser uma ajuda para a memória, realiza duas
coisas:
Transmite a idéia, de que as lamentações são completas e abrangem tudo,
desde A até Z (Álefe a Tau).
Pressupõe que o profeta se proíbe de continuar com prantos e gemidos
intermináveis. Os lamentos chegam ao fim, assim como algum dia o chegaria
para o exílio e a reedificação de Jerusalém.
Jeremias escreveu uma série de lamentações a fim de expressar sua intensa
tristeza e dor emocional por causa da trágica devastação de Jerusalém, que
compreende:
A queda humilhante da monarquia e do reino davídicos;
A destruição total dos muros da cidade, do templo, do palácio real e da
cidade em geral;
A lamentável deportação da maioria dos sobreviventes para a distante
Babilônia.
9. O LIVRO DE LAMENTAÇÕES
“Jeremias ficou sentado chorando, e lamentou sobre Jerusalém com esta
Lamentação”, diz um subtítulo do livro na Septuaginta e na Vulgata
Latina.
No livro, a mágoa do profeta jorra como a de um enlutado no
sepultamento de um amigo íntimo que teve morte trágica.
As lamentações reconhecem que a tragédia era o juízo divino contra Judá
pelos longos séculos de rebeldia contra Deus.
Chegara o dia da prestação de contas, e foi muito terrível.
Em Lamentações, Jeremias não somente reconheceu que Deus é reto e
justo em todos os seus caminhos, bem como misericordioso e compassivo
com todos os que nEle esperam (Lm 3.22,23,32).
Assim sendo, Lamentações levara o povo a ter esperança em meio ao
desespero, e a olhar para além do juízo daquele momento, para o tempo
futuro em que Deus restauraria o seu povo.
10. NOME DO LIVRO
Como era o costume, os judeus usavam a primeira palavra do livro
como seu título, e isso originalmente ficou conhecido como “ekah”,
“Como!”.
Essa palavra “ekah”, era comumente usada para significar “Ai!”
(comparar com seu uso Lm 2.1; 4.1; Is 1.21).
Alguns também se referiam ao livro como qinot ou “lamentações”, e é
assim que chegamos ao título que usamos.
11. ESTRUTURA
Os comentadores rabínicos se referem aos “sete acrósticos” e pode ser
observado de imediato que cada capítulo tem vinte e dois versículos, que
correspondem ao número e à ordem das letras no alfabeto hebraico, fazendo
exceção o capítulo 3, que possui sessenta e seis versículos, no qual cada letra
sucessiva conta com três versículos dedicados à mesma, em lugar de um
versículo.
Diz-se que esse arranjo alfabético tem o propósito de mostrar que “Israel
pecou de álefe a tau”, isto é, como diríamos de A à Z, assim como no Salmo
119 a implicação é que a lei deve merecer a atenção e o desejo total do
homem.
No capítulo 5, entretanto, não são empregadas as letras do alfabeto em
ordem sucessiva ainda que alguns eruditos afirmem que esse deve ter sido o
caso, originalmente.
Os quatro primeiros poemas fazem uso do ritmo desigual, conhecido como
canto fúnebre (qinah), isto é, Lamentações 3.2, e que também se encontra no
livro de Jeremias.
12. AUTORIA E DATA
A tradição que Jeremias compôs esses poemas recua até à posição e ao
título do livro na Septuaginta, onde é introduzido mediante as
palavras:
“E sucedeu após Israel ter sido levado cativo, e Jerusalém ter ficado
desolada, que Jeremias se assentou a chorar, e lamentou com esta
lamentação por causa de Jerusalém e disse...”.
É asseverado no Targum Siríaco e no Talmude (Baba Bathra) que:
“Jeremias escreveu seu próprio livro, Reis, e Lamentações”.
Em 2 Cr. 35.25 é feita referência às lamentações desse profeta por
causa da morte do rei Josias, tal lamentação foi registrada e ficou como
“estatuto em Israel”; com isso (cf. Lm 4.20 e 2.6).
13. AUTORIA E DATA
Porém, nosso presente livro gira não tanto em torno da morte de um
rei como em torno da destruição de uma cidade, e Lamentações 4.20
com igual justiça poderia referir-se a Zedequias, a despeito de sua falta
de dignidade (cf. O sentimento em 2 Sm 1.14,21) .
Não obstante, na qualidade de profeta chorão (ver Jr 9.1; 14.17-22;
15.10-18 etc.), Jeremias bem poderia ser concebido como autor,
igualmente, do livro de Lamentações, não fosse o fato de existirem
certas dificuldades para que se aceite essa opinião.
O estilo é mais bem elaborado e artificial que o do próprio livro de
Jeremias e, nos capítulos 2 e 4, é mais parecido com o estilo de
Ezequiel.
14. AUTORIA E DATA
O capítulo faz lembrar os Salmos 119 e 143.
A atitude para com os poderes estrangeiros, subentendida em
Lamentações 4.17, certamente não é a do “colaboracionista” Jeremias e
não reflete a própria experiência do profeta.
Por conseguinte, muitos consideram que o autor do livro de
Lamentações tenha sido um contemporâneo mais jovem de Jeremias, o
qual também testemunhou as calamidades que sobrevieram a
Jerusalém providas pelos exércitos de Babilônia em 587-586 a.C.
Outros consideram os capítulos 2 e 4 como obras de uma testemunha
ocular (note-se a preocupação do escritor pelo destino das crianças, em
Lm 2.11- 12,19- 20; 4.4-10), cerca de 580 a.C., aos quais foram então
adicionados, talvez originados em fontes diferentes, o lamento nacional
do capítulo primeiro, o lamento pessoal do capítulo 3, e a oração do
capítulo 5.
15. AUTORIA E DATA
A data desse material pode ser fixada em cerca de 540 a.C.
Alguns, porém, preferem datar a coleção inteira como pertencente à
período bem posterior, em 170-168 a.C. por Antíoco Epifânio, ou
mesmo em 63 a.C., por Pompeu; porém, isso é altamente improvável.
Em favor da data tradicional que é o período do exílio temos a nota de
desânimo, de princípio ao fim do livro, que sugere um tempo antes do
levantamento de Ciro, o persa.
Há também o fato que esse período particular da história da Babilônia
é notório por seus hinos fúnebres em memória de cidades caídas.
Existem inscrições cuneiformes nas quais “o filha de...” é exortada a
lamentar sua sorte (cf. Lm 2.1).
Essa técnica, portanto, pode ter sido aprendida pelos judeus, no exílio.
16. AUTORIA E DATA
Quanto a Jeremias ser o autor de Lamentações, tem sido há muito tempo
o consenso entre as tradições judaica e cristã. Entre as evidências que
respaldam esta conclusão estão as seguintes:
Por 2 Crônicas 35.25, sabe-se que Jeremias compunha lamentações.
Além disso, o livro profético de Jeremias contém referências frequentes
ao seu pranto por causa da devastação iminente de Jerusalém (ver Jr
7.29; 8.21; 9.1,10 20).
A descrição. A vivida descrição em Lamentações daquele evento
catastrófico sugere um relato de testemunha ocular;
Jeremias é o único escritor conhecido do AT que testemunhou em
primeira mão a tragédia de Jerusalém em 586 a.C.
17. AUTORIA E DATA
Há vários paralelos temáticos e linguísticos entre o livro de Jeremias e
Lamentações. Por exemplo:
Os dois livros atribuem o sofrimento de Judá e a destruição de
Jerusalém à sua persistência no pecado e à rebelião contra Deus.
Nos dois livros, Jeremias chama o povo de Deus de “filha virgem”
(Jr 14.17; 18.13; Lm 1.15; 2.13).
Estes fatos, juntamente com as semelhanças entre os dois livros,
quanto ao seu estilo poético, indicam o mesmo autor humano.
18. AUTORIA E DATA
A desolação de Jerusalém é retratada em Lamentações de modo tão
vivido e claro que indica ter sido experimentada pelo autor como um
evento recente.
Jeremias tinha entre cinquenta e sessenta anos quando a cidade caiu;
Ele sentiu profundamente esse trauma e se viu forçado a ir ao Egito
contra a sua vontade em 585 a.C. (ver Jr 41- 44), onde morreu (talvez
martirizado) na década seguinte.
Assim, o mais provável é que o livro foi escrito imediatamente após a
destruição de Jerusalém (586-585 a.C.).
19. POSIÇÃO NO CÂNON
A Septuaginta coloca o livro imediatamente após as profecias de
Jeremias, tal como em nossas versões portuguesas.
Na Bíblia hebraica esse livro não é encontrado entre os livros
proféticos, mas ocupa a posição média entre os Rolos Festivos
(Megilloth) que seguem imediatamente os três livros poéticos da
Hagiógrafa, ou seja, a terceira divisão do cânon hebreu.
Cada um dos Megilloth era lido por ocasião de uma festividade anual,
sendo que o livro de Lamentações era lido no nono dia de abe (meados
de julho/agosto), aniversário da destruição do templo por
Nabucodonosor, rei da Babilônia.
No Talmude, os livros poéticos e o Megilloth aparecem rearranjados
numa ordem que parece ser a ordem cronológica, a saber, Rute,
Salmos, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão,
Lamentações, Daniel, Ester, etc.
20. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Cinco Aspectos Principais Caracterizam Este Livro.
1. Somente este livro da Bíblia está composto exclusivamente de poemas cheios
de pesar;
2. Sua estrutura literária é inteiramente poética, sendo que quatro das cinco
lamentações são acrosticas. Em consonância com a estrutura poética , do
livro, o quinto poema tem também vinte e dois versículos;
3. Somente este livro retrata vividamente as emoções e sentimentos daqueles
que realmente experimentaram a catástrofe;
4. No centro do livro há uma das mais enérgicas declarações em toda Bíblia
quanto à fidelidade e a salvação de Deus (Lm 3.21-26). Embora
Lamentações começa com um lamento (Lm 1.1,2), termina com uma nota de
arrependimento e esperança de restauração (Lm 5.16-22);
5. Não há citações deste livro no Novo Testamento;
21. LIVRO DE LAMENTAÇÕES ANTE O NOVO TESTAMENTO
Embora Lamentações de Jeremias não seja citado em nenhum lugar do
NT, tem realmente muita relevância para aqueles que crêem em Cristo.
Assim como Romanos 1.18 a 3.20, esses cinco capítulos exortam os
crentes a refletir sobre a gravidade do pecado e a certeza do juízo
divino.
Ao mesmo tempo, fazem lembrar que, por causa da compaixão e
misericórdia do Senhor, a salvação está à disposição daqueles que se
arrependem dos seus pecados e se voltam a Ele.
Jeremias chora por causa da tristeza e sofrimento causados pela
rejeição de Deus, pelo seu povo.
23. SEMELHANÇAS TEMÁTICAS E LINGUÍSTICAS
As mesmas fazem supor um único autor, excluída a hipótese de uma simples
coletânea. A data de composição não é muito posterior ao ano 586 a.C.
A Bíblia Hebraica inclui este livro entre os “Escritos”.
O título primitivo “Quinot” (plural de quináh = verso hebraico especial, cuja
primeira parte tem um ou dois acentos mais que a segunda) foi substituído
por “Ekáh” (interjeição: Como?!), sua palavra inicial.
Quatro poemas pequenos, consagrados ao luto ou à tristeza (elegias) são
alfabéticos (cada estrofe - na terceira “elegia”, cada verso - começa com letra
diferente, em ordem alfabética).
O poeta cede, às vezes, a palavra à cidade de Jerusalém, personificada, para que
lamente sua devastação e chore seus filhos.
O último poema - que não é alfabético, embora seus 22 versos igualem em número
o alfabeto hebraico não segue o estilo descritivo das Lamentações precedentes, mas
é uma pungente súplica, para impetrar a misericórdia divina.
24. SEMELHANÇAS TEMÁTICAS E LINGUÍSTICAS
Os cinco poemas pequenos (elegias) exprimem a comoção de Israel ante
a ruína da nação: o assédio de Jerusalém, a fome, a violência, o
escárnio dos exércitos invasores, a inércia do braço divino.
A queda da Cidade Santa e a destruição do templo feriram o povo em
seu ponto nevrálgico: a manifestação visível da presença do Deus da
aliança, cerne da identidade religiosa de Israel.
A extinção da monarquia desestabilizou a tão celebrada aliança; a
supressão do sacerdócio levítico dissolveu a mediação litúrgica entre
Deus e seu povo.
25. SEMELHANÇAS TEMÁTICAS E LINGUÍSTICAS
A crise de fé abalou a confiança de Israel na proteção divina, colocando
em xeque a própria credibilidade de Deus e sua aliança com Israel.
A aliança falhou? Quem poderia duvidar que ela falharia? Ou nunca
foi real e autêntica, ou sofreu o desgaste dos séculos e já não vigora, e o
povo vive na ilusão religiosa?
Desagregada a comunidade de fé, dissolveu-se a coesão social, morreu a
alma da nação.
As Lamentações não pretendem consolar o povo, desviando do
sofrimento sua atenção;
Antes, mediante dramáticas descrições dos horrores da derrota,
desvenda todo o alcance da desgraça nacional e seu significado
religioso, como mensagem do Deus justo ao povo pecador, do Deus
misericordioso ao povo arrependido e penitente.
26. SEMELHANÇAS TEMÁTICAS E LINGUÍSTICAS)
Quem fez com falhasse a aliança não foi Deus; foi o povo, rebelde e
infiel.
O livro convida à reflexão e ao exame de consciência, à aceitação do
julgamento divino, à conversão e penitência, à reconciliação com o
Deus da santidade, que não pode pactuar com o pecado:
A degradação moral do povo,
Os desmandos dos sacerdotes,
Os embustes dos falsos profetas,
As condenáveis alianças políticas com as nações pagãs.
A errônea interpretação da doutrina da eleição de Israel dava ao povo
a falsa segurança em suas instituições e no auxílio incondicional de um
Deus sectário, unilateralmente comprometido com Israel por aliança
inviolável.
27. SEMELHANÇAS TEMÁTICAS E LINGUÍSTICAS)
A crise nacional, longe de abalar a fé em Deus, deve ser ocasião de
corrigir os desvios na fé, para construí-la sobre as bases autênticas da
aliança recíproca.
A experiência pessoal do autor salva de iminente perigo de vida, leva-o
a suscitar a confiança do povo na misericórdia de Deus, que conhece a
dolorosa experiência de Israel e sabe que a ausência de Deus lhe é
muito mais intolerável que a perda dos bens materiais, a violência dos
maus tratos e a dor da humilhação.
Para que fugir de Deus, que vem ao encontro do povo, não havendo,
fora dele, salvação?
Este é para todas as horas de sofrimento e angústia e para todas as
calamidades, nacionais ou pessoais, o perene ensinamento do livro das
Lamentações.
28. TEMA PRINCIPAL DO LIVRO
“Vede a minha dor” (Lm 1.18).
Este versículo espelha um dos temas principais do livro de
Lamentações: o pecado traz dor e tristeza.
A pessoa pode gozar por algum tempo, os prazeres do pecado, mas
finalmente a escravidão, Satanás e as consequências dos desejos
pecaminosos tornar-se-ão evidentes.
“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que
comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34 - ARA).
29. TEMA PRINCIPAL DO LIVRO
26. Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres
mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
27. semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se
inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com
homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. Entregues os
gentios a reprováveis sentimentos
28. E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a
uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,
29. cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja,
homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,
30. caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de
males, desobedientes aos pais,
31. insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.
32. Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais
coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim
procedem.
(Romanos 1:26-32 - ARA)
30. A MENSAGEM DE LAMENTAÇÕES
Cântico fúnebre sobre a desolação de Jerusalém.
A dor de Jeremias à vista da cidade pela qual ele tudo fizera para
salvá-la, não que não houvesse crido que ela ainda se ergueria de suas
ruínas,
Entretanto Lamentações 3 faz-nos lembrar do lamento de Jesus sobre a
mesma Jerusalém (Mt 23.37,38; Lc 19.41-44).
Jerusalém reergueu-se, sim, e deu seu nome à Capital de um Mundo
Remido de Glória Eterna (Hb 12.22; Ap 21.2).
31. APÊNDICE A JEREMIAS
O último capítulo de Jeremias, sobre o incêndio de Jerusalém e o
começo do exílio babilônico, deve ser lido como introdução a este livro.
A Septuaginta apresenta este prefácio: “E aconteceu que, depois de
Israel ter sido levado em cativeiro e Jerusalém ter ficado devastada,
Jeremias sentou-se a chorar e proferiu a esta lamentação sobre ela
dizendo”.
Todavia, no Antigo Testamento Hebraico este livro não segue o de
Jeremias, como é o caso em nossa Bíblia, porém - figura no grupo
denominado “Hagiógrafos” ou Escritos: Cantares, Rute, Lamentações,
Eclesiastes e Ester.
Estes figuravam em rolos separados, porque eram lidos em festas
diferentes.
Estas lamentações, até hoje, pelo mundo inteiro, onde quer que haja
judeu, são lidas nas Sinagogas, no dia 9 do 4º mês (Jr 52.6), em
memória da destruição de Jerusalém.
32. UM ACRÓSTICO ALFABÉTICO
O livro consiste em cinco poemas, quatro dos quais são acrósticos, isto
é, cada verso começa com uma letra do alfabeto hebraico, na mesma
ordem alfabética.
Era está uma forma favorita de poesia hebraica, usada para ajudar a
memória.
Os nomes das letras do alfabeto hebraico são: “Aleph, Beit, Guimel,
Dalet, Hei, Vav, Zayin, Heit, Teit, Yod, Kaph, Lamed, Meim, Nun, Samek,
Ayin, Pei, Tsadey, Khoph, Reish, Shin, Tav”.
Em cada um dos capítulos 1, 2, e 4 há 22 versos, um pra cada letra.
No capítulo 3 havia 3 versos para cada letra, perfazendo 66 ao todo.
O capítulo 5 tem 22 versos, porém não em ordem alfabética.
33. SEU USO IMEDIATO
O livro deve ter sido composto nos 3 meses entre o incêndio de
Jerusalém e a partida do remanescente para o Egito (Jr 39.2; 41.1,18;
43.7),
Tempo em que a sede do governo esteve em Mizpá (Jr 40.8) , cerca de 9
km a noroeste de Jerusalém.
Provavelmente foi feita uma porção de cópias; algumas levadas para o
Egito, outras enviadas à Babilônia para que os cativos as decorassem e
cantassem.
34. SIÃO DESOLADA
Não é fácil dar o assunto de cada capítulo.
As mesmas idéias, expressas de modo diferente, percorrem todos os
capítulos:
Os horrores do cerco;
A desolação das ruínas;
Tudo por causa dos pecados de Sião.
Jeremias, aturdido, tonto, de coração quebrantado, chora
inconsolavelmente.
Um dos fatos a que se dá ênfase especial neste é o de que o povo
provocou esta catástrofe que lhe sobreveio por causa do seu próprio
pecado.
35. A IRA DE DEUS (LM 2.1-22)
A devastação de Jerusalém é atribuída diretamente à ira de Deus (vv.
1-4,6,21,22).
Jerusalém, situada num monte e cercada de outros;
era, quanto à localização física, a mais bela cidade então conhecida, “a
perfeição da formosura” (v. 15) mesmo comparada com Babilônia,
Nínive, Tebas e Mênfis, que ficavam em planícies, à margem de rios.
Demais disto, era a cidade do cuidado especial de Deus,
Por Ele escolhida para uma missão ímpar,
Principal meio de relações de Deus e os homens,
A mais favorecida e altamente privilegiada cidade de todo o mundo,
Amada de Deus de um modo excepcional e muito particular,
gozando de sua especial proteção.
36. A IRA DE DEUS (LM. 2.1-22)
Além do que era tão bem fortificada que geralmente se acreditava fosse
inexpugnável (Lm 4.12) .
Porém esta cidade de Deus havia-se feito pior que Sodoma (Lm 4,6); e
muros inexpugnáveis não são defesos contra a ira de Deus.
O Deus de amor infinito e insondável é também um Deus de ira terrível
para com os que persistentemente escarnecem de Seu amor, isto é um
ensinamento declarado e ilustrado muitas vezes pela Bíblia.
37. AAFLIÇÃO DE JEREMIAS
No capítulo 3 Jeremias parece queixar-se de que Deus não fizera caso
dele e de suas orações (v. 8); “de nuvens te encobriste para que não
passe a nossa oração” (v. 44).
Posto que se queixe, justifica a Deus, reconhecendo que o povo merecia
castigo (v. 22).
O ponto alto do livro é o trecho que vai do verso 21 ao 39, neste
capítulo.
38. OS SOFRIMENTOS PROVENIENTES DO CERCO
Enumerados de Sumariados. Jeremias não podia desviar o pensamento
dos horrores do cerco, o choro das crianças a morrerem de fome:
“Jode. Estão sentados na terra, silenciosos, os anciãos da filha de Sião;
lançam pó sobre a sua cabeça, cingiram panos de saco; as virgens de
Jerusalém abaixam a sua cabeça até à terra. Cafe. Já se consumiram os
meus olhos com lágrimas, turbadas está a minha alma, o meu coração
se derramou pela terra, por causa do quebrantamento da filha do meu
povo; pois desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas ruas da
cidade.
Lámede. Dizem a suas mães: Onde há trigo e vinho? Quando
desfalecem como o ferido pelas ruas da cidade, derramando-se a sua
alma no regaço43 de suas mães” (Lm 2.10-12).
39. OS SOFRIMENTOS PROVENIENTES DO CERCO
Cofe. “Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o
teu coração como águas diante da face do Senhor; levanta a eles as tuas
mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de
todas as ruas” (Lm 2.19).
Dálete. “A língua do que mama fica pegada pela sede ao seu paladar;
dos meninos pedem pão, e ninguém lho dá. Jode. As mãos das mulheres
piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na
destruição da filha do meu povo” (Lm 4.4,10).
Não obstante, a despeito de seus sofrimentos horríveis, Jerusalém não
aprendeu a lição. Depois do cativeiro foi reedificada, e nos dias de
Cristo já se havia tornado novamente grande e poderosa cidade, cujo
pecado chegou ao extremo de crucificar o Filho de Deus. Seguiu-se sua
extirpação pelos exércitos de Roma, 70 d.C.
40. A MENSAGEM DE LAMENTAÇÕES
A Consolação Dada A Sião Na Sua Aflição É Tríplice:
1. O Senhor os ensina e os purifica através dessa aflição (Lm 3.22-39).
2. Quando sua obra estiver completa e voltarem penitentes a Ele, Deus os
libertará, e não mais permitirá o cativeiro.
1. Tau. “O castigo da tua maldade está consumado, ó filha de Sião; ele
nunca mais te levará para o cativeiro; Converte-nos, SENHOR, a ti,
e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes”
(Lm 4.22a; 5.21).
3. Finalmente Ele castigará seus inimigos, e fará com eles o que fizeram
com os outros: (Lm 1.21,22; 4.21,22).