SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 65
Domínios Fatoriais
Álgebra
Estruturas Algébricas - Anéis
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento
UFRB/CETEC
6 de Junho de 2020
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Divisibilidade
Seja A um domínio e a, b ∈ A. Dizemos que a divide b , ou que b é divisível por a, ou
ainda que b é múltiplo de a, se existe c ∈ A tal que b = a · c.
Denotamos a|b.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
1. Um elemento u ∈ A é chamado unidade se u|1, isto é, se existe v ∈ A tal que
u · v = 1.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
1. Um elemento u ∈ A é chamado unidade se u|1, isto é, se existe v ∈ A tal que
u · v = 1.
1.1 O elemento v é único e é chamado inverso de u.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
1. Um elemento u ∈ A é chamado unidade se u|1, isto é, se existe v ∈ A tal que
u · v = 1.
1.1 O elemento v é único e é chamado inverso de u.
1.2 O conjunto das unidades de A é denotado por ˙A e tem, com a multiplicação de A,
uma estrutura de grupo.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
2. A relação de divisibilidade é:
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
2. A relação de divisibilidade é:
2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da
multiplicação.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
2. A relação de divisibilidade é:
2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da
multiplicação.
2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
2. A relação de divisibilidade é:
2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da
multiplicação.
2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c.
De fato,
a|b ⇒ b = a · u, u ∈ A e b|c ⇒ c = b · v, v ∈ A.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
2. A relação de divisibilidade é:
2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da
multiplicação.
2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c.
De fato,
a|b ⇒ b = a · u, u ∈ A e b|c ⇒ c = b · v, v ∈ A.
Logo,
c = b · v = (a · u)v = a(u · v), u, v ∈ A.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Consequências
2. A relação de divisibilidade é:
2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da
multiplicação.
2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c.
De fato,
a|b ⇒ b = a · u, u ∈ A e b|c ⇒ c = b · v, v ∈ A.
Logo,
c = b · v = (a · u)v = a(u · v), u, v ∈ A.
e, portanto, a|c.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b.
Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b.
Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v.
Logo, b = a · u = b · v · u.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b.
Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v.
Logo, b = a · u = b · v · u.
Se b = 0, então a = b · v = 0.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b.
Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v.
Logo, b = a · u = b · v · u.
Se b = 0, então a = b · v = 0.
Se b = 0, então b = b·v·u implica (porque A é domínio) que 1 = v·u, ou seja, u, v ∈ ˙A.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b.
Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v.
Logo, b = a · u = b · v · u.
Se b = 0, então a = b · v = 0.
Se b = 0, então b = b·v·u implica (porque A é domínio) que 1 = v·u, ou seja, u, v ∈ ˙A.
Reciprocamente, se u é unidade de A, então b = a · u implica que a = b · u−1 e, assim,
a|b e b|a.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b.
Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v.
Logo, b = a · u = b · v · u.
Se b = 0, então a = b · v = 0.
Se b = 0, então b = b·v·u implica (porque A é domínio) que 1 = v·u, ou seja, u, v ∈ ˙A.
Reciprocamente, se u é unidade de A, então b = a · u implica que a = b · u−1 e, assim,
a|b e b|a.
Resumindo, dois elementos a, b ∈ A, são associados se, e somente se, existe uma unidade
u tal que b = a · u.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a, b ∈ A são associados, então os ideais
(a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A},
gerados por a e b, respectivamente, são iguais.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a, b ∈ A são associados, então os ideais
(a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A},
gerados por a e b, respectivamente, são iguais.
De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a, b ∈ A são associados, então os ideais
(a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A},
gerados por a e b, respectivamente, são iguais.
De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A.
Se (a) ∈ A, então x = ℓ · a, com ℓ ∈ A.
Logo x = ℓ · (b · u) = (ℓ · u) · b ∈ (b).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a, b ∈ A são associados, então os ideais
(a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A},
gerados por a e b, respectivamente, são iguais.
De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A.
Se (a) ∈ A, então x = ℓ · a, com ℓ ∈ A.
Logo x = ℓ · (b · u) = (ℓ · u) · b ∈ (b).
Isso mostra que (a) ⊂ (b).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elementos associados
Se a, b ∈ A são associados, então os ideais
(a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A},
gerados por a e b, respectivamente, são iguais.
De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A.
Se (a) ∈ A, então x = ℓ · a, com ℓ ∈ A.
Logo x = ℓ · (b · u) = (ℓ · u) · b ∈ (b).
Isso mostra que (a) ⊂ (b).
Por outro lado, se y ∈ (b), então y = m · b. Com m ∈ A. Logo y = m · (a · u−1) =
(m · u−1) · a ∈ (a). Isso mostra que (b) ⊂ (a).
Portanto, (a) = (b).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Exemplos
1. No domínio Z dos números inteiros, temos ˙Z = {−1, 1}, isto é, as únicas unidades
de Z são −1 e 1.
Dois inteiros a e b são associados se, e somente se, |a| = |b|.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Exemplos
1. No domínio Z dos números inteiros, temos ˙Z = {−1, 1}, isto é, as únicas unidades
de Z são −1 e 1.
Dois inteiros a e b são associados se, e somente se, |a| = |b|.
2. Em um corpo K, todo elemento não-nulo é invertível. Logo, ˙K = K  {0}.
Isso significa que dois elementos não-nulos quaisquer de um corpo são associados.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elemento primo
Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros
elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elemento primo
Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros
elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A.
Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado
a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elemento primo
Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros
elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A.
Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado
a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria.
Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito irredutível se p = a · b, com a, b ∈ A, implica que
a ∈ ˙A ou b ∈ ˙A, ou seja, p admite apenas decomposições triviais.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elemento primo
Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros
elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A.
Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado
a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria.
Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito irredutível se p = a · b, com a, b ∈ A, implica que
a ∈ ˙A ou b ∈ ˙A, ou seja, p admite apenas decomposições triviais.
Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito primo se p|a · b, com a, b ∈ A, implica p|a ou p|b.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Elemento primo
Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros
elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A.
Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado
a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria.
Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito irredutível se p = a · b, com a, b ∈ A, implica que
a ∈ ˙A ou b ∈ ˙A, ou seja, p admite apenas decomposições triviais.
Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito primo se p|a · b, com a, b ∈ A, implica p|a ou p|b.
No anel Z dos inteiros um elemento é primo se, e somente se, for irredutível.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio de Ideais Principais
Lema: Em um domínio de integridade, todo elemento primo é irredutível.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio de Ideais Principais
Lema: Em um domínio de integridade, todo elemento primo é irredutível.
Um domínio A é chamado domínio de ideais principais (DIP) se todo ideal I de A for
principal, isto é, gerado por um elemento x ∈ A. Mais precisamente, se I é um ideal de
A, então existe x ∈ A tal que I = {a · x; a ∈ A}.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio de Ideais Principais
Lema: Em um domínio de integridade, todo elemento primo é irredutível.
Um domínio A é chamado domínio de ideais principais (DIP) se todo ideal I de A for
principal, isto é, gerado por um elemento x ∈ A. Mais precisamente, se I é um ideal de
A, então existe x ∈ A tal que I = {a · x; a ∈ A}.
Teorema: Em um DIP, um elemento é irredutível se, e somente se, for primo.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio de Fatoração Única
Um domínio A é dito Domínio de Fatoração Única (DFU) se valem as seguintes
condições:
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio de Fatoração Única
Um domínio A é dito Domínio de Fatoração Única (DFU) se valem as seguintes
condições:
1. Todo elemento não nulo de A que não é uma unidade pode ser escrito como produto
de um número finito de irredutíveis.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio de Fatoração Única
Um domínio A é dito Domínio de Fatoração Única (DFU) se valem as seguintes
condições:
1. Todo elemento não nulo de A que não é uma unidade pode ser escrito como produto
de um número finito de irredutíveis.
2. Todo elemento irredutível é primo.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Teorema
Em um DFU todo elemento não nulo que não é uma unidade pode ser escrito como
produto de irredutíveis de modo único, a menos da ordem dos fatores no produto e de
produto por unidades.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Definição
Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se
I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · .
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Definição
Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se
I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · .
Uma cadeia ascendente é dita estacionária se existe n ≥ 1, tal que
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Definição
Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se
I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · .
Uma cadeia ascendente é dita estacionária se existe n ≥ 1, tal que
I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In−1 ⊂ In = In=1 = · · · ,
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Definição
Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se
I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · .
Uma cadeia ascendente é dita estacionária se existe n ≥ 1, tal que
I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In−1 ⊂ In = In=1 = · · · ,
ou seja,
Ij = Ij−1∀ j ≥ n.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Lema
Seja A um domínio de ideais principais. Então toda cadeia ascendente de ideais de A é
estacionária.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Condição das cadeias ascendentes
A condição toda cadeia ascendente é estacionária é chamada condição das cadeias
ascendentes (CCA).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Condição das cadeias ascendentes
A condição toda cadeia ascendente é estacionária é chamada condição das cadeias
ascendentes (CCA).
O resultado acima é caso particular de um teorema devido à matemática alemã Emmy
Noether, que afirma serem equivalentes a CCA e a finitude do número de geradores dos
ideais de A, isto é, dado um ideal I de A existem a1, . . . , ar ∈ A tais que
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Condição das cadeias ascendentes
A condição toda cadeia ascendente é estacionária é chamada condição das cadeias
ascendentes (CCA).
O resultado acima é caso particular de um teorema devido à matemática alemã Emmy
Noether, que afirma serem equivalentes a CCA e a finitude do número de geradores dos
ideais de A, isto é, dado um ideal I de A existem a1, . . . , ar ∈ A tais que
I = (a1, . . . , ar) = {α1a1, . . . , αrar; αi ∈ A}.
Anéis satisfazendo uma dessas condições são chamados noetherianos em homenagem
a ela.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Teorema
Todo domínio de ideais principais é um domínio de fatoração única.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Teorema
Todo domínio de ideais principais é um domínio de fatoração única.
A recíproca deste teorema não é válida. (Na próxima aula é exibido um exemplo)
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por
consequência aplicar o algoritmo de Euclides).
Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função
N : A → Z, chamada norma, tal que
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por
consequência aplicar o algoritmo de Euclides).
Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função
N : A → Z, chamada norma, tal que
1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por
consequência aplicar o algoritmo de Euclides).
Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função
N : A → Z, chamada norma, tal que
1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0.
2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por
consequência aplicar o algoritmo de Euclides).
Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função
N : A → Z, chamada norma, tal que
1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0.
2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A.
3. Dados a, b ∈ A, b = 0, existem q, r ∈ A, tais que a = b·q+r, com 0 ≤ N(r) < N(b)
ou r = 0.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por
consequência aplicar o algoritmo de Euclides).
Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função
N : A → Z, chamada norma, tal que
1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0.
2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A.
3. Dados a, b ∈ A, b = 0, existem q, r ∈ A, tais que a = b·q+r, com 0 ≤ N(r) < N(b)
ou r = 0.
A condição 3. pode ser substituída, supondo-se, simplesmente, que vale
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por
consequência aplicar o algoritmo de Euclides).
Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função
N : A → Z, chamada norma, tal que
1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0.
2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A.
3. Dados a, b ∈ A, b = 0, existem q, r ∈ A, tais que a = b·q+r, com 0 ≤ N(r) < N(b)
ou r = 0.
A condição 3. pode ser substituída, supondo-se, simplesmente, que vale
3’. Se a, b ∈ A, e a|b, então N(a) ≤ N(b).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
A verificação de que 3 implica 3’ é simples:
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
A verificação de que 3 implica 3’ é simples:
Se a|b, então existe c ∈ A tal que b = a · c.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Domínio Euclidiano
A verificação de que 3 implica 3’ é simples:
Se a|b, então existe c ∈ A tal que b = a · c.
Logo, N(b) = N(ac) e, supondo que vale 2., N(b) = N(a) · N(c). Como N(a), N(b) e
N(c) são inteiros não negativos, a relação N(b) = N(a)·N(c) implica que N(a) ≤ N(b).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Exemplos
1. O anel A = Z, com a função N : Z → N dada por N(a) = |a| é um domínio
euclidiano.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Exemplos
1. O anel A = Z, com a função N : Z → N dada por N(a) = |a| é um domínio
euclidiano.
2. A K[X], o anel de polinômios na variável x com coeficientes no corpo K, é um
domínio euclidiano com norma N : K[X] → Z dada por N(f(x)) = grau(f(x)).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Exemplos
1. O anel A = Z, com a função N : Z → N dada por N(a) = |a| é um domínio
euclidiano.
2. A K[X], o anel de polinômios na variável x com coeficientes no corpo K, é um
domínio euclidiano com norma N : K[X] → Z dada por N(f(x)) = grau(f(x)).
3. Seja Z[i] = {a + bi; a, b ∈ Z}, onde i2 = −1. Com a adição e a multiplicação usuais
dos números complexos, Z[i] é um domínio, chamado domínio de inteiros de Gauss.
Munido com a função N : Z[i] → N dada por N(a + bi) = a2 + b2, Z[i] é um domínio
euclidiano.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Teorema
Seja Z[i] = {a + bi; a, b ∈ Z} o domínio dos inteiros de Gauss. Dados z, w ∈ Z[i], com
w = 0, existem q, r ∈ Z[i] tais que z = qw + r e 0 ≤ N(r) < N(w).
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Teorema
Se A é um Domínio Euclidiano, todo ideal de A é principal.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Teorema
Se A é um Domínio Euclidiano, todo ideal de A é principal.
Chegamos a seguinte sequência de implicações:
Domínio Euclidiano ⇒ DIP ⇒ DFU.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Exemplo
O anel A = [Z](θ) =
®
a + bθ; a, b ∈ Z, θ =
1 +
√
−19
2
´
é um DIP e não é domínio
euclidiano.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Exercícios
1. Mostre que Z/nZ com as operações (x + nZ) + (y + nZ) := (x + y) + nZ e
(x + nZ) · (y + nZ) := xy + nZ é um anel comutativo. É um domínio de integridade?
2. Sejam A, B anéis e seja A × B o produto direto de A e B, com as operações
(a, b) + (c, d) = (a + c, b + d) e (a, b)(c, d) = (ac, bd), elementos neutros (0, 0) e (1, 1).
Mostre que A × B é um anel e que não é um domínio de integridade.
3. Dado um domínio de integridade A, mostre que f : A → K(A), a → a/1 é um
homomorfismo injetivo de anéis.
4. Seja A um domínio de integridade e sejam a, b ∈ A. Mostre que (a) = (b) se, e
somente se, existe um elemento invertível u ∈ A tal que b = au.
5. Mostre que o anel Z[i] = {a + ib; a, b ∈ Z} é Euclidiano com a função N(a + ib) =
a2 + b2. Em particular, todos os ideais de Z[i] são principais.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD
Domínios Fatoriais
Referência
NETO, Ângelo Papa. Estruturas Algébricas: semestre VI. Fortaleza: UAB/IFCE, 2011.
150p.
Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC
LMATEAD

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Lmatead alg2020.1 s06

Apostila 001 conjuntos operações
Apostila  001 conjuntos operaçõesApostila  001 conjuntos operações
Apostila 001 conjuntos operações
con_seguir
 
Mat conjuntos numericos 003
Mat conjuntos numericos  003Mat conjuntos numericos  003
Mat conjuntos numericos 003
trigono_metrico
 
Matematica Basica
Matematica BasicaMatematica Basica
Matematica Basica
guesta4929b
 

Semelhante a Lmatead alg2020.1 s06 (20)

Matemática - Aula 1
Matemática - Aula 1Matemática - Aula 1
Matemática - Aula 1
 
Conjuntos Numéricos - parte 1
Conjuntos Numéricos - parte 1Conjuntos Numéricos - parte 1
Conjuntos Numéricos - parte 1
 
Apostila 001 conjuntos operações
Apostila  001 conjuntos operaçõesApostila  001 conjuntos operações
Apostila 001 conjuntos operações
 
Aula 02 conjuntos
Aula 02   conjuntosAula 02   conjuntos
Aula 02 conjuntos
 
doc_matematica__1166267745.ppt
doc_matematica__1166267745.pptdoc_matematica__1166267745.ppt
doc_matematica__1166267745.ppt
 
01 teoria-dos-conjuntos1
01 teoria-dos-conjuntos101 teoria-dos-conjuntos1
01 teoria-dos-conjuntos1
 
Teoria dos Conjuntos
Teoria dos ConjuntosTeoria dos Conjuntos
Teoria dos Conjuntos
 
01-teoria-dos-conjuntos1.pdf
01-teoria-dos-conjuntos1.pdf01-teoria-dos-conjuntos1.pdf
01-teoria-dos-conjuntos1.pdf
 
Conjuntos
ConjuntosConjuntos
Conjuntos
 
Wania regia 5º aula
Wania regia     5º aulaWania regia     5º aula
Wania regia 5º aula
 
TEORIA DOS CONJUNTOS 1º ANO ENS MEDIO (UNIÃO, INTERSECÇÃO, ESTÁ CONTIDO)
TEORIA DOS CONJUNTOS 1º ANO ENS MEDIO (UNIÃO, INTERSECÇÃO, ESTÁ CONTIDO)TEORIA DOS CONJUNTOS 1º ANO ENS MEDIO (UNIÃO, INTERSECÇÃO, ESTÁ CONTIDO)
TEORIA DOS CONJUNTOS 1º ANO ENS MEDIO (UNIÃO, INTERSECÇÃO, ESTÁ CONTIDO)
 
Mat conjuntos numericos 003
Mat conjuntos numericos  003Mat conjuntos numericos  003
Mat conjuntos numericos 003
 
MATEMÁTICA - TEORIA DOS CONJUNTOS - AULA 3
MATEMÁTICA - TEORIA DOS CONJUNTOS - AULA 3MATEMÁTICA - TEORIA DOS CONJUNTOS - AULA 3
MATEMÁTICA - TEORIA DOS CONJUNTOS - AULA 3
 
Conjuntos
ConjuntosConjuntos
Conjuntos
 
Matematica Basica
Matematica BasicaMatematica Basica
Matematica Basica
 
A1 me
A1 meA1 me
A1 me
 
Conj num e interv
Conj num e intervConj num e interv
Conj num e interv
 
Efectuar as operações de reunião, intersecçãoe diferençã de conjuntos11
Efectuar as operações de reunião, intersecçãoe diferençã de conjuntos11Efectuar as operações de reunião, intersecçãoe diferençã de conjuntos11
Efectuar as operações de reunião, intersecçãoe diferençã de conjuntos11
 
Aula 01 conjuntos
Aula 01   conjuntosAula 01   conjuntos
Aula 01 conjuntos
 
3º ano
3º ano3º ano
3º ano
 

Mais de Paulo Nascimento (14)

CN C01 Sistemas em Ponto Flutuante
CN C01 Sistemas em Ponto FlutuanteCN C01 Sistemas em Ponto Flutuante
CN C01 Sistemas em Ponto Flutuante
 
Distribuicao continua
Distribuicao continuaDistribuicao continua
Distribuicao continua
 
CN 07
CN 07CN 07
CN 07
 
Integracaonumerica
IntegracaonumericaIntegracaonumerica
Integracaonumerica
 
Slides cn c05
Slides cn c05Slides cn c05
Slides cn c05
 
Slide cn c05 2020.1
Slide cn c05 2020.1Slide cn c05 2020.1
Slide cn c05 2020.1
 
Slide c03 c cn 2020.1
Slide c03 c cn 2020.1Slide c03 c cn 2020.1
Slide c03 c cn 2020.1
 
Slide c03b cn 2020.1
Slide c03b cn 2020.1Slide c03b cn 2020.1
Slide c03b cn 2020.1
 
Slide c03a cn 2020.1
Slide c03a cn 2020.1Slide c03a cn 2020.1
Slide c03a cn 2020.1
 
Slides numerico c02
Slides numerico c02Slides numerico c02
Slides numerico c02
 
Tutorial latex
Tutorial latexTutorial latex
Tutorial latex
 
Introdução ao Cálculo Numérico S06
Introdução ao Cálculo Numérico S06Introdução ao Cálculo Numérico S06
Introdução ao Cálculo Numérico S06
 
Slide S05
Slide S05Slide S05
Slide S05
 
Lmatead icns05
Lmatead icns05Lmatead icns05
Lmatead icns05
 

Último

SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 

Último (20)

Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 

Lmatead alg2020.1 s06

  • 1. Domínios Fatoriais Álgebra Estruturas Algébricas - Anéis Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC 6 de Junho de 2020 Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 2. Domínios Fatoriais Divisibilidade Seja A um domínio e a, b ∈ A. Dizemos que a divide b , ou que b é divisível por a, ou ainda que b é múltiplo de a, se existe c ∈ A tal que b = a · c. Denotamos a|b. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 3. Domínios Fatoriais Consequências 1. Um elemento u ∈ A é chamado unidade se u|1, isto é, se existe v ∈ A tal que u · v = 1. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 4. Domínios Fatoriais Consequências 1. Um elemento u ∈ A é chamado unidade se u|1, isto é, se existe v ∈ A tal que u · v = 1. 1.1 O elemento v é único e é chamado inverso de u. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 5. Domínios Fatoriais Consequências 1. Um elemento u ∈ A é chamado unidade se u|1, isto é, se existe v ∈ A tal que u · v = 1. 1.1 O elemento v é único e é chamado inverso de u. 1.2 O conjunto das unidades de A é denotado por ˙A e tem, com a multiplicação de A, uma estrutura de grupo. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 6. Domínios Fatoriais Consequências 2. A relação de divisibilidade é: Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 7. Domínios Fatoriais Consequências 2. A relação de divisibilidade é: 2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da multiplicação. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 8. Domínios Fatoriais Consequências 2. A relação de divisibilidade é: 2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da multiplicação. 2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 9. Domínios Fatoriais Consequências 2. A relação de divisibilidade é: 2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da multiplicação. 2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c. De fato, a|b ⇒ b = a · u, u ∈ A e b|c ⇒ c = b · v, v ∈ A. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 10. Domínios Fatoriais Consequências 2. A relação de divisibilidade é: 2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da multiplicação. 2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c. De fato, a|b ⇒ b = a · u, u ∈ A e b|c ⇒ c = b · v, v ∈ A. Logo, c = b · v = (a · u)v = a(u · v), u, v ∈ A. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 11. Domínios Fatoriais Consequências 2. A relação de divisibilidade é: 2.1 reflexiva, isto é, a|a, ∀ a ∈ A, pois a · 1 = a, onde 1 ∈ A é o elemento neutro da multiplicação. 2.2 transitiva, pois a|b e b|c implica que a|c. De fato, a|b ⇒ b = a · u, u ∈ A e b|c ⇒ c = b · v, v ∈ A. Logo, c = b · v = (a · u)v = a(u · v), u, v ∈ A. e, portanto, a|c. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 12. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 13. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b. Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 14. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b. Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v. Logo, b = a · u = b · v · u. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 15. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b. Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v. Logo, b = a · u = b · v · u. Se b = 0, então a = b · v = 0. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 16. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b. Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v. Logo, b = a · u = b · v · u. Se b = 0, então a = b · v = 0. Se b = 0, então b = b·v·u implica (porque A é domínio) que 1 = v·u, ou seja, u, v ∈ ˙A. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 17. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b. Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v. Logo, b = a · u = b · v · u. Se b = 0, então a = b · v = 0. Se b = 0, então b = b·v·u implica (porque A é domínio) que 1 = v·u, ou seja, u, v ∈ ˙A. Reciprocamente, se u é unidade de A, então b = a · u implica que a = b · u−1 e, assim, a|b e b|a. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 18. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a|b e b|a, dizemos que a e b são associados e denotamos a : b. Neste caso, existem u, v ∈ A tais que b = a · u e a = b · v. Logo, b = a · u = b · v · u. Se b = 0, então a = b · v = 0. Se b = 0, então b = b·v·u implica (porque A é domínio) que 1 = v·u, ou seja, u, v ∈ ˙A. Reciprocamente, se u é unidade de A, então b = a · u implica que a = b · u−1 e, assim, a|b e b|a. Resumindo, dois elementos a, b ∈ A, são associados se, e somente se, existe uma unidade u tal que b = a · u. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 19. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a, b ∈ A são associados, então os ideais (a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A}, gerados por a e b, respectivamente, são iguais. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 20. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a, b ∈ A são associados, então os ideais (a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A}, gerados por a e b, respectivamente, são iguais. De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 21. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a, b ∈ A são associados, então os ideais (a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A}, gerados por a e b, respectivamente, são iguais. De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A. Se (a) ∈ A, então x = ℓ · a, com ℓ ∈ A. Logo x = ℓ · (b · u) = (ℓ · u) · b ∈ (b). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 22. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a, b ∈ A são associados, então os ideais (a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A}, gerados por a e b, respectivamente, são iguais. De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A. Se (a) ∈ A, então x = ℓ · a, com ℓ ∈ A. Logo x = ℓ · (b · u) = (ℓ · u) · b ∈ (b). Isso mostra que (a) ⊂ (b). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 23. Domínios Fatoriais Elementos associados Se a, b ∈ A são associados, então os ideais (a) = {ℓa; ℓ ∈ A} e (b) = {m · b; m ∈ A}, gerados por a e b, respectivamente, são iguais. De fato, sendo a e b associados, temos a = b · u, u ∈ A. Se (a) ∈ A, então x = ℓ · a, com ℓ ∈ A. Logo x = ℓ · (b · u) = (ℓ · u) · b ∈ (b). Isso mostra que (a) ⊂ (b). Por outro lado, se y ∈ (b), então y = m · b. Com m ∈ A. Logo y = m · (a · u−1) = (m · u−1) · a ∈ (a). Isso mostra que (b) ⊂ (a). Portanto, (a) = (b). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 24. Domínios Fatoriais Exemplos 1. No domínio Z dos números inteiros, temos ˙Z = {−1, 1}, isto é, as únicas unidades de Z são −1 e 1. Dois inteiros a e b são associados se, e somente se, |a| = |b|. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 25. Domínios Fatoriais Exemplos 1. No domínio Z dos números inteiros, temos ˙Z = {−1, 1}, isto é, as únicas unidades de Z são −1 e 1. Dois inteiros a e b são associados se, e somente se, |a| = |b|. 2. Em um corpo K, todo elemento não-nulo é invertível. Logo, ˙K = K {0}. Isso significa que dois elementos não-nulos quaisquer de um corpo são associados. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 26. Domínios Fatoriais Elemento primo Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 27. Domínios Fatoriais Elemento primo Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A. Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 28. Domínios Fatoriais Elemento primo Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A. Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria. Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito irredutível se p = a · b, com a, b ∈ A, implica que a ∈ ˙A ou b ∈ ˙A, ou seja, p admite apenas decomposições triviais. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 29. Domínios Fatoriais Elemento primo Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A. Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria. Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito irredutível se p = a · b, com a, b ∈ A, implica que a ∈ ˙A ou b ∈ ˙A, ou seja, p admite apenas decomposições triviais. Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito primo se p|a · b, com a, b ∈ A, implica p|a ou p|b. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 30. Domínios Fatoriais Elemento primo Uma decomposição de um elemento d ∈ A é uma expressão de d como produto de outros elementos de A, isto é, d = a · b, com a · b ∈ A. Se um desses elementos (digamos a) é uma unidade, então o outro (no caso b) é associado a d e dizemos que a decomposição é trivial ou imprópria. Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito irredutível se p = a · b, com a, b ∈ A, implica que a ∈ ˙A ou b ∈ ˙A, ou seja, p admite apenas decomposições triviais. Um elemento p ∈ A, p ∈ ˙A, é dito primo se p|a · b, com a, b ∈ A, implica p|a ou p|b. No anel Z dos inteiros um elemento é primo se, e somente se, for irredutível. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 31. Domínios Fatoriais Domínio de Ideais Principais Lema: Em um domínio de integridade, todo elemento primo é irredutível. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 32. Domínios Fatoriais Domínio de Ideais Principais Lema: Em um domínio de integridade, todo elemento primo é irredutível. Um domínio A é chamado domínio de ideais principais (DIP) se todo ideal I de A for principal, isto é, gerado por um elemento x ∈ A. Mais precisamente, se I é um ideal de A, então existe x ∈ A tal que I = {a · x; a ∈ A}. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 33. Domínios Fatoriais Domínio de Ideais Principais Lema: Em um domínio de integridade, todo elemento primo é irredutível. Um domínio A é chamado domínio de ideais principais (DIP) se todo ideal I de A for principal, isto é, gerado por um elemento x ∈ A. Mais precisamente, se I é um ideal de A, então existe x ∈ A tal que I = {a · x; a ∈ A}. Teorema: Em um DIP, um elemento é irredutível se, e somente se, for primo. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 34. Domínios Fatoriais Domínio de Fatoração Única Um domínio A é dito Domínio de Fatoração Única (DFU) se valem as seguintes condições: Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 35. Domínios Fatoriais Domínio de Fatoração Única Um domínio A é dito Domínio de Fatoração Única (DFU) se valem as seguintes condições: 1. Todo elemento não nulo de A que não é uma unidade pode ser escrito como produto de um número finito de irredutíveis. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 36. Domínios Fatoriais Domínio de Fatoração Única Um domínio A é dito Domínio de Fatoração Única (DFU) se valem as seguintes condições: 1. Todo elemento não nulo de A que não é uma unidade pode ser escrito como produto de um número finito de irredutíveis. 2. Todo elemento irredutível é primo. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 37. Domínios Fatoriais Teorema Em um DFU todo elemento não nulo que não é uma unidade pode ser escrito como produto de irredutíveis de modo único, a menos da ordem dos fatores no produto e de produto por unidades. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 38. Domínios Fatoriais Definição Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · . Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 39. Domínios Fatoriais Definição Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · . Uma cadeia ascendente é dita estacionária se existe n ≥ 1, tal que Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 40. Domínios Fatoriais Definição Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · . Uma cadeia ascendente é dita estacionária se existe n ≥ 1, tal que I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In−1 ⊂ In = In=1 = · · · , Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 41. Domínios Fatoriais Definição Uma coleção de ideais Ij, com j ≥ 1, de um anel A é chamada cadeia ascendente se I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In ⊂ · · · . Uma cadeia ascendente é dita estacionária se existe n ≥ 1, tal que I1 ⊂ I2 ⊂ · · · ⊂ In−1 ⊂ In = In=1 = · · · , ou seja, Ij = Ij−1∀ j ≥ n. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 42. Domínios Fatoriais Lema Seja A um domínio de ideais principais. Então toda cadeia ascendente de ideais de A é estacionária. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 43. Domínios Fatoriais Condição das cadeias ascendentes A condição toda cadeia ascendente é estacionária é chamada condição das cadeias ascendentes (CCA). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 44. Domínios Fatoriais Condição das cadeias ascendentes A condição toda cadeia ascendente é estacionária é chamada condição das cadeias ascendentes (CCA). O resultado acima é caso particular de um teorema devido à matemática alemã Emmy Noether, que afirma serem equivalentes a CCA e a finitude do número de geradores dos ideais de A, isto é, dado um ideal I de A existem a1, . . . , ar ∈ A tais que Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 45. Domínios Fatoriais Condição das cadeias ascendentes A condição toda cadeia ascendente é estacionária é chamada condição das cadeias ascendentes (CCA). O resultado acima é caso particular de um teorema devido à matemática alemã Emmy Noether, que afirma serem equivalentes a CCA e a finitude do número de geradores dos ideais de A, isto é, dado um ideal I de A existem a1, . . . , ar ∈ A tais que I = (a1, . . . , ar) = {α1a1, . . . , αrar; αi ∈ A}. Anéis satisfazendo uma dessas condições são chamados noetherianos em homenagem a ela. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 46. Domínios Fatoriais Teorema Todo domínio de ideais principais é um domínio de fatoração única. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 47. Domínios Fatoriais Teorema Todo domínio de ideais principais é um domínio de fatoração única. A recíproca deste teorema não é válida. (Na próxima aula é exibido um exemplo) Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 48. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por consequência aplicar o algoritmo de Euclides). Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função N : A → Z, chamada norma, tal que Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 49. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por consequência aplicar o algoritmo de Euclides). Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função N : A → Z, chamada norma, tal que 1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 50. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por consequência aplicar o algoritmo de Euclides). Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função N : A → Z, chamada norma, tal que 1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0. 2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 51. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por consequência aplicar o algoritmo de Euclides). Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função N : A → Z, chamada norma, tal que 1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0. 2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A. 3. Dados a, b ∈ A, b = 0, existem q, r ∈ A, tais que a = b·q+r, com 0 ≤ N(r) < N(b) ou r = 0. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 52. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por consequência aplicar o algoritmo de Euclides). Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função N : A → Z, chamada norma, tal que 1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0. 2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A. 3. Dados a, b ∈ A, b = 0, existem q, r ∈ A, tais que a = b·q+r, com 0 ≤ N(r) < N(b) ou r = 0. A condição 3. pode ser substituída, supondo-se, simplesmente, que vale Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 53. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano Queremos dar um nome aos anéis em que conseguimos fazer a divisão com resto (e por consequência aplicar o algoritmo de Euclides). Dizemos que o domínio de integridade A é um domínio euclidiano se existe uma função N : A → Z, chamada norma, tal que 1. N(a) ≥ 0, ∀ a ∈ A e N(a) = 0 se, e somente se, a = 0. 2. N(a · b) = N(a) · N(b), ∀ a, b ∈ A. 3. Dados a, b ∈ A, b = 0, existem q, r ∈ A, tais que a = b·q+r, com 0 ≤ N(r) < N(b) ou r = 0. A condição 3. pode ser substituída, supondo-se, simplesmente, que vale 3’. Se a, b ∈ A, e a|b, então N(a) ≤ N(b). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 54. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano A verificação de que 3 implica 3’ é simples: Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 55. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano A verificação de que 3 implica 3’ é simples: Se a|b, então existe c ∈ A tal que b = a · c. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 56. Domínios Fatoriais Domínio Euclidiano A verificação de que 3 implica 3’ é simples: Se a|b, então existe c ∈ A tal que b = a · c. Logo, N(b) = N(ac) e, supondo que vale 2., N(b) = N(a) · N(c). Como N(a), N(b) e N(c) são inteiros não negativos, a relação N(b) = N(a)·N(c) implica que N(a) ≤ N(b). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 57. Domínios Fatoriais Exemplos 1. O anel A = Z, com a função N : Z → N dada por N(a) = |a| é um domínio euclidiano. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 58. Domínios Fatoriais Exemplos 1. O anel A = Z, com a função N : Z → N dada por N(a) = |a| é um domínio euclidiano. 2. A K[X], o anel de polinômios na variável x com coeficientes no corpo K, é um domínio euclidiano com norma N : K[X] → Z dada por N(f(x)) = grau(f(x)). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 59. Domínios Fatoriais Exemplos 1. O anel A = Z, com a função N : Z → N dada por N(a) = |a| é um domínio euclidiano. 2. A K[X], o anel de polinômios na variável x com coeficientes no corpo K, é um domínio euclidiano com norma N : K[X] → Z dada por N(f(x)) = grau(f(x)). 3. Seja Z[i] = {a + bi; a, b ∈ Z}, onde i2 = −1. Com a adição e a multiplicação usuais dos números complexos, Z[i] é um domínio, chamado domínio de inteiros de Gauss. Munido com a função N : Z[i] → N dada por N(a + bi) = a2 + b2, Z[i] é um domínio euclidiano. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 60. Domínios Fatoriais Teorema Seja Z[i] = {a + bi; a, b ∈ Z} o domínio dos inteiros de Gauss. Dados z, w ∈ Z[i], com w = 0, existem q, r ∈ Z[i] tais que z = qw + r e 0 ≤ N(r) < N(w). Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 61. Domínios Fatoriais Teorema Se A é um Domínio Euclidiano, todo ideal de A é principal. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 62. Domínios Fatoriais Teorema Se A é um Domínio Euclidiano, todo ideal de A é principal. Chegamos a seguinte sequência de implicações: Domínio Euclidiano ⇒ DIP ⇒ DFU. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 63. Domínios Fatoriais Exemplo O anel A = [Z](θ) = ® a + bθ; a, b ∈ Z, θ = 1 + √ −19 2 ´ é um DIP e não é domínio euclidiano. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 64. Domínios Fatoriais Exercícios 1. Mostre que Z/nZ com as operações (x + nZ) + (y + nZ) := (x + y) + nZ e (x + nZ) · (y + nZ) := xy + nZ é um anel comutativo. É um domínio de integridade? 2. Sejam A, B anéis e seja A × B o produto direto de A e B, com as operações (a, b) + (c, d) = (a + c, b + d) e (a, b)(c, d) = (ac, bd), elementos neutros (0, 0) e (1, 1). Mostre que A × B é um anel e que não é um domínio de integridade. 3. Dado um domínio de integridade A, mostre que f : A → K(A), a → a/1 é um homomorfismo injetivo de anéis. 4. Seja A um domínio de integridade e sejam a, b ∈ A. Mostre que (a) = (b) se, e somente se, existe um elemento invertível u ∈ A tal que b = au. 5. Mostre que o anel Z[i] = {a + ib; a, b ∈ Z} é Euclidiano com a função N(a + ib) = a2 + b2. Em particular, todos os ideais de Z[i] são principais. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD
  • 65. Domínios Fatoriais Referência NETO, Ângelo Papa. Estruturas Algébricas: semestre VI. Fortaleza: UAB/IFCE, 2011. 150p. Paulo Henrique Ribeiro do Nascimento UFRB/CETEC LMATEAD