Este documento discute a evolução histórica do trabalho e sua análise sociológica. Aborda como o trabalho foi conceituado ao longo do tempo, desde a antiguidade até a revolução industrial e a racionalização do trabalho na fábrica com o taylorismo e fordismo. Também analisa a realidade brasileira e como o trabalho escravo deu lugar à mão de obra livre no país.
2. APRESENTAÇÃO
Muitas escolas fazem propagandas para pais afirmando que
estão preparando os filhos para ingressarem nas melhores
faculdades e assim conseguirem ocupar cargos melhores no
universo do trabalho.
O ponto de partida é “trabalho” ( Qual sua amplitude?
Qual seu significado?Qual sua aplicação).
Essa atividade acompanha a humanidade desde a
organização nos núcleos sociais e parentesco para garantir
sobrevivência.
Existe tarefas remuneradas ou não no trabalho(sendo elas
peças ou não);
Um pintor,escultor ou professor não produzem peças mas
realizam trabalho intelectual que reforça o caráter humano seja
homo faber ou criador-transformador.
Assim apresentado ,afirmamos que um esforço realizado por
qualquer ser humano é conhecido por trabalho,seja material
ou imaterial,utilitário ou simbólico.
Em Física, vários estudos ensinam calcular o valor do trabalho
de uma máquina.Entende-se então que trabalho envolve força
(energia dissipada de uma ação).
Em a sociologia o que diz em respeito da física ,é considerado
o esforço do homem para garantir sustento ,no fundo ,a força
de trabalho que ele realiza.
Trabalho e
produção
3. Uma análise sociológica do
trabalho
Como a sociologia conceitua o trabalho?
Quando tratamos de trabalho, falamos de uma atividade
essencial na sociedade , uma vez que é aquilo que garante
sustento e sobrevivência do indivíduo . Mais do que isso ,
implicam na transformação do mundo ao nosso redor ,daí a
tendência a afirmarmos que trabalho é qualquer atividade
que se pode observar a modificação da natureza a partir da
intervenção humana.
Nesse sentido ,podemos afirmar que o trabalho insere-se
no universo de criação pelo homem de sua segunda natureza,
ou seja, a do espaço do artifício , da cultura.
Por mais amplo que seja o conceito de trabalho , não
podemos esquecer de qualquer atividade associada a ele no
quadro de afirmação capitalista , principalmente após a
Revolução Industrial ,tem um componente principal : a
remuneração monetária , o que faz com que esta noção seja
relativamente contemporânea.
Assim , no nosso cotidiano , o trabalho adquire importância
central não apenas porque ele garante o sustento ,mas
tambem porque associa-se a processos de acumulação de
capital e de investimento tecnológicos de grande porte.
Assim, há uma dualidade e uma contradição inerentes à
organização do trabalho nas sociedades.
Trabalho e produção
4. Uma análise sociológica do
trabalho
Vale ressaltar tambem que o trabalho acaba por definir cada indivíduo que realiza em
sociedade , favorecendo articulações sociais e fornecendo elementos para a construção de
identidades sociais ou para o desenvolvimento de noções de pertencimento a determinados
grupos sociais.
Devemos assinalar o duplo entendimento na sociedade com relação ao trabalho ,pois,ao
mesmo tempo em que favorece o desenvolvimento das sociedades humanas ,é considerado
penoso ,cansativo, obrigatório.
Nesse aspecto de desgaste e exigência , de dedicação típica coloca o homem em situação
difícil em termos sociais e individuais.
Trabalho e produção
5. Uma análise sociológica do
trabalho
Para que possamos compreender melhor a
centralidade do trabalho,devemos retornar brevemente
ao passado e entender sua transformação histórica.
Adotemos a perspectiva,podemos citar o modo de
produção asiático, em que as sociedades da
antiguidade oriental(civilizações hidraulicas) foram
firmadas tendo na servidão de Estado o fundamento do
universo produtivo.
Já quando nos referimos à chamada antiguidade
ocidental,vemos que gregos e romanos estabeleceram
um modo de produção escravista,baseado na
propriedade da terra e do trabalhador, no qual floresceu
a civilização greco-romana.
As invasões bárbaras iniciadas a partir do século III no
Ocidente e as limitações internas do modelo escravista
levaram ao colapso do escravismo e à sua gradativa
substituição pelo trabalho servil no manso senhorial.A isso
denominamos modo de produção feudal ou servil, em que
um camponês permanece preso à terra e às obrigações que
tinha de cumprir para com o proprietário da terra , o senhor
feudal.Este último modelo foi marcado por uma produção
ínfima, voltada à subsistência da sociedade.
Trabalho e produção
6. Uma análise sociológica do
trabalho
Essa situação começou a se alterar a partir do século XI com as Cruzadas, e se intensificou no
século XIII, com o Renascimento comercial e urbano.Nesse período, o modelo econômico de
subsistência da Europa feudal sofreu um colapso e exigiu novas formas de produção.
Aos poucos, as relações de trabalho foram recebendo um conteúdo monetário, contribuindo
,entre aspectos que marcaram a época moderna,para um processo de acumulação de capitais.
O artesão tornou-se,mais tarde,um obstáculo ao crescimento da atividade comercial,na
medida em que restringia a produção de mercadoria e ,consequentemente,o lucro dos
burgueses.Essa situação levou esse últimos a buscar o controle dos meios de
produção,processo que iria se arrastar até o século XVIII com a revolução Industrial ,que
superou a divisão manufatureira do trabalho e substituiu pela divisão fabril do trabalho.
Trabalho e produção
7. A racionalização do trabalho na fábrica
Trabalho e produção
Como vimos , a revolução industrial é um processo contínuo , que caba passando
transformações ao longo do século XIX em razão dos avanços tecnológicos.Tais transformações
, em relação ao mundo do trabalho ,promovem alteração nas formas de relação entre
empresário capitalista e o trabalhador,além de modificar o espaço interno da fábrica.
Além de não possuir controle de produção ,o operário passa a ser incorporado a um
conjunto de regras científicas,as quais têm como objetivo elevar a produtividade dentro da
linha de produção .Além do mais,essas regras acabavam por refletir o estado de espírito da
sociedade europeia do século XIX ,maravilhada com os avanços tecnológicos.
A incorporação dessas regras dentro da linha de produção se deve à participação do
engenheiro Taylor ,criador do taylorismo.Neste procura-se controlar movimentos do
trabalhador através do uso de um relógio que mede o tempo que cada trabalhador leva para
realizar determinada tarefa.
Taylor procurou observar como se davam os movimentos desses trabalhadores na fábrica, de
modo corrigi-los se necessário, visando melhor eficiência. Como forma de controlar esses
trabalhadores mais produtivos eram alçados á condição de gerentes ,verificando o restante a
obra na fábrica que se adequava aos princípios de gerenciamento científico.
É em nome dessa eficiência que o modelo foi aprimorado por Ford , responsável pelo
fordismo.O fordismo não atribuiu nenhuma novidade mas sua característica introduziu a
esteira no setor têxtil , que com Ford, passa a ser aplicado na automotiva.
Até o começo do século XX , o setor automotivo ainda possuía típica característica artesanal ,
com os automóveis sendo produzido por meio de técnicas remontavam às concepções de
indústria manufatureira.O fordismo foi nesse aspecto revolucionário pois introduziu larga
escala dos automóveis , o que permitiu a redução de seus preços e popularização.
8. As implicações do modelo taylorista-fordista O Modelo Taylorista-fordista só foi possível com o surgimento das grandes multinacionais (
Capital industrial e o Capital financeiro ) e esse surgimento modificou o cotidiano do operário .
O Fordismo Aperfeiçoou o controle sobre o trabalhador , agora parado e atento a linha de
produção para realizar sua tarefa de acordo com o movimento da esteira , preso a
determinados movimentos repetitivos e dependente do tempo cronometrado da produção .
Assim o controle impedia a organização em sindicatos e partidos , restringindo a capacidade do
operário em resistir , dada sua incapacidade de se movimentar ou conversar . Levou muitos críticos
a apontar o caráter mecanicista , repetitivo e emburrecedor deste modelo , era tudo uma alienação
do trabalhador que buscava conforto em casa para ter forças para o próximo turno . Era
automáticos ,
Os operários repetindo e repetindo como robôs , construindo outras maquinas , então , maquina
construindo maquina ?
Trabalho e produção
9. As implicações do modelo taylorista-
fordista
As criticas não afastaram as qualidades positivas introduzidas pelo modelo taylorista-fordista,
mas dominou toda a sociedade do começo do século XX , que se apegou ao controle do tempo
na forma dos relógios mecânicos , que foram popularizados permitindo maior precisão nos
encontros e obrigações pessoais da comunidade
Evolução da maquina = Mão de Obra mais especializada = sistema educacional expandido =
Ascensão Social .
O Sistema Fordista sucumbiu o avanço tecnológico , mas depois foi superado pelo Toyotismo
Trabalho e produção
10. Uma análise sociológica do trabalhoComo foi apontado no módulo 04, a sociedade brasileira, desde a sua formação no período colonial,
organizou-se a partir da exploração da mão de obra escrava, o que, juntamente com o modelo
econômico agroexportador, gerou uma sociedade amplamente excludente, cujos traços de apartação
encontram-se presentes na atualidade.
Afora essa condição, é preciso compreender como a sociedade abandonou o trabalho escravo e de
que forma foi consolidada a mão de obra livre, inicialmente no campo, e a partir de 1930, nos centros
urbanos, com a aceleração do processo de industrialização.
Com relação a esse aspecto, a Lei Áurea, de 1888, teve impacto decisivo na consolidação da mão de
obra livre, entretanto sem que o negro liberto viesse efetivamente a participar dessa nova realidade;
pelo contrário, ele foi excluído e assim permaneceu , como já foi visto anteriormente, na sociedade
excludente que se sustenta em nosso país.
Por outro lado, a consolidação da mão de obra livre não significou a inclusão efetiva da classe
trabalhadora nas demais políticas. A existência de pequenas ilhas da urbanização, como as cidades de
São Paulo e Rio de Janeiro – com maior destaque para a primeira a partir do início do século XX-, gerava
uma intensa concentração do operariado, de origem dominantemente italianos e espanhóis
Trabalho e produção
11. Uma análise sociológica do
trabalho
Os operários europeus traziam consigo as ideologias que condenavam a exploração
capitalista em sua terra natal, utilizando-as como forma de resistência e luta contra o Estado
brasileiro e a incipiente e dependente burguesia industrial nacional.
A luta operária se traduzia na busca de melhores condições de trabalho e melhores
remunerações, visto que o operariado brasileiro do começo do século XX possuía nível de
pobreza semelhante ao operariado inglês de fins do século XVIII.
Essa situação posicionou o trabalho não como questão social ou econômica, mas como
questão de polícia, principal instrumento de coerção e dispersão do movimento operário.
É Getúlio Vargas quem modifica o cenário, sendo o responsável pela introdução das Leis
Trabalhistas, posteriormente reunidas na Consolidação das Leis do Trabalho, que davam ampla
proteção ao trabalhador, alçando-o a uma posição econômica mais confortável, ainda que tal
situação se restringisse apenas ao trabalhador urbano.
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12. Uma análise sociológica do
trabalho
A mudança do própria modo de produzir e fabricar implicava alteração no cotidiano do
operariado, que agora necessitava de maiores conhecimentos para se adaptar às novas tarefas,
o que levou a certa universalização do ensino e à mudança no status do próprio operariado.
Outra mudança significativa diz respeito à composição deste operariado. Se no início do
século XX era composto predominantemente por imigrantes europeus e seus descendentes, a
partir de Vargas, com a suspensão da imigração, essa mão de obra passa por transformação
significativa, com parte considerável do antigo operariado atingindo a posição de classe média,
enquanto que o novo operariado originava-se da região Nordeste do Brasil.
Tal mudança, juntamente com as interferências de cunha varguista nos sindicatos de
trabalhadores, iria garantir a manutenção de uma classe operária pouco combativa, que
apenas se reorganizaria e se desvincularia do Estado durante o regime militar, com o Novo
Sindicalismo do ABC paulista.
Trabalho e produção