O documento discute a evolução do conceito de trabalho ao longo da história. Na antiguidade, o trabalho era visto como uma atividade degradante reservada aos escravos. Na idade média, era considerado um castigo divino. Já na modernidade, passou a ser valorizado como símbolo de liberdade e progresso. Posteriormente, surgem modelos como o taylorismo, fordismo e toyotismo, racionalizando e flexibilizando a produção em massa.
3. Trabalho
Sentido etimológico, na nossa língua a palavra
“trabalho” tem sua origem no vocábulo latino
“Tripallium” – denominação de um instrumento
de tortura formado por três (tri) paus (pallium);
Usado para punição dos escravos (sociedade
greco-romana);
Desse modo, originalmente, “trabalhar” significa
ser torturado – tortura – algo penoso etc.
4. Antiguidade
O trabalho foi visto como atividade desvalorizada,
considerado, pelos gregos antigos, como a expressão
da miséria humana. Para Platão (428 - 347 a.C.)
e Aristóteles (384-322 a.C.), o trabalho era aquilo que
estava ligado à necessidade: de alimentar-se, de
cobrir-se, entre outras. Dessa forma, a necessidade
limita a liberdade do homem e, assim, tudo que se
destinava ao produzir e comercializar, ficava a cargo
dos escravos.
5. Atividade digna dos homens livres era o
"ócio". Neste sentido, a noção de cidadania
grega estava intimamente ligada com o
trabalho.
O cidadão grego cultuava o ócio (ato de não
fazer nada – não trabalhar). Destaque para o
Ócio Produtivo – processo intelectual – arte,
filosofia, política, teatro etc. (trabalho
intelectual).
Antiguidade
6. Idade Média
Durante a Idade Média (séculos V a XV),
seguiu-se o referencial religioso católico do
trabalho como castigo, sofrimento e
penitência do homem, ou seja, dos servos, já
que o nobre não deveria trabalhar, pois a
sociedade estava dividida em três ordens com
funções bem definidas: aos nobres cabia
guerrear, ao clero orar e aos servos trabalhar.
7. Na modernidade (séculos XV ao XVIII), com
mudanças profundas pela qual a sociedade europeia passou
com o revigoramento comercial e urbano, que o trabalho
passou a ser valorizado. Neste período, o
idealizado como um símbolo de liberdade
transformação da natureza, das coisas e
trabalho foi
do homem, de
da sociedade,
assumindo os anseios da burguesia nascente.
Modernidade
8. Clássicos das Sociologia
A Reforma Protestante gerou uma
nova ética (trabalho como vocação)
que influenciou o desenvolvimento
do capitalismo ocidental moderno;
Este processo gerou o
desencantamento do mundo ou
racionalização das relações sociais
(uma sociedade fundamentada no
cálculo, no planejamento para a
rentabilidade).
9. Clássicos das Sociologia
O trabalho é a protoforma humana,
fonte de toda riqueza;
Por meio do trabalho, o ser humano
transforma a natureza e acumula
conhecimentos e informações
necessários para a produção de bens e
serviços. Essa produção serve para
resolver os problemas e desafios que a
sociedade apresenta.
Porém, no modo de produção
capitalista, o trabalhador é explorado,
pois existe extração de mais-valia.
10. Clássicos das Sociologia
A principal função da Isso
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
é gerar
solidariedade
coesão
orgânica,
social,
através
da interdependência das
funções;
Porém, a intensa DIVISÃO
SOCIAL DO TRABALHO, também
pode gerar ANOMIA SOCIAL.
11. Modernidade
Nas sociedades modernas, ocorre à ideia de
que todos têm que trabalhar e a constante
repressão à vadiagem. Desse modo, o
trabalho assalariado se impõe como
condição de existência humana, na medida
em que esta foi a forma de produzir instituída
na sociedade capitalista. Nesta sociedade
ocorre o processo de disciplinarização
da força de trabalho.
12. Nascimento da Gerência
do Trabalho
A administração científica é um modelo
de administração criado pelo americano Frederick
Winslow Taylor no fim do século XIX e início do
século XX e que se baseia na aplicação do
método científico na administração com o intuito
de garantir o melhor custo/benefício aos sistemas
produtivos.
Frederick Taylor (1856 – 1915)
13. Taylorismo
• Criação da gerência do trabalho (racionalização do
processo produtivo);
movimentos: objetivava a isenção
• Análise do trabalho e estudo dos tempos e
de movimentos
inúteis, para que o operário executasse de forma mais
simples e rápida a sua função, estabelecendo um
tempo médio;
• Racionalização do tempo – Uso do cronômetro.
14. Taylorismo
• Aumento da divisão do trabalho e especialização
do operário;
• Supervisão funcional: os operários são
supervisionados por supervisores especializados, e
não por uma autoridade centralizada (uso de fiscais).
• Incentivos salariais e prêmios por produtividade (uso
de bonificações);
•Terminologia – “homem boi” (monofuncional e
ultraespecializado).
15. Fordismo
Henry Ford (1863-1947)
• O Fordismo é um sistema racional de produção em massa,
que transformou radicalmente a indústria automobilística na
primeira metade do século XX;
• Um sistema produtivo baseado numa linha de montagem
objetivando a produção industrial elevada;
• Aumento da produção no menor espaço de tempo, utilizando
o trabalhador que reproduzia mecanicamente a mesma ação
durante todo o dia;
• Os veículos eram colocados numa esteira e passavam de
um operário a outro para que cada um fizesse sua parte no
serviço.
16. Fordismo
• Com este modelo surgiam as esteiras rolantes
que movimentavam-se enquanto o operário ficava
praticamente parado, realizando uma pequena
etapa da produção, como se fosse uma extensão
ou componente da máquina;
• Introduziu o estímulo ao desempenho individual
(five dollars a day);
• Inseriu a supervisão funcional para verificar se as
operações eram desenvolvidas em conformidade
com as instruções programadas.
17. Fordismo
• Resultados da produção: o tempo de
montagem do chassi reduziu-se de
12h8m para 1h33m, sendo a atividade
separada em 45 operações
extremamente simplificadas.
• Na linha de montagem, o trabalho
também foi parcelado nas mesmas
proporções. Antes, realizada por uma só
pessoa, com a esteira rolante ficou
dividida em 84 operários.
18. Toyotismo
Origem – Japão após 1945 (2º Guerra
Mundial) Denominado – Acumulação
Flexível/Produção Flexível – Ohnismo –
Produção Enxuta – Pós-fordismo;
Cenário global surgiu como solução para
a crise do capital ocorrida nos anos 70;
Modelo industrial baseado na
automatização e na flexibilização
produtiva.
Taiichi Ohno 1912-1990
19. Toyotismo
A produção em série (fordismo) passa a ser
substituída pela flexibilização da produção;
Produção determinada pela demanda (demanda
de mercado – nichos de mercado – grupos
específicos);
Produção diversificada – personalizada –
flexibilizada;
Este modelo combatia qualquer forma de
desperdício criando o just-in-time (produção no
tempo certo e na quantidade ideal);
Redução de estoques (estoques mínimos).
20. Toyotismo
Trabalhador polivalente / multifuncional:
Qualificado;
Trabalha por meta, em equipes;
Motivado;
Bonificado;
Flexível.
Automatização:
Desemprego conjuntural
x
Desemprego estrutural
21. - Alto grau de especialização de tarefas
Taylorismo/Fordismo
- Produção em massa
- Uniformidade e padronização
- Grandes estoques
- Testes de qualidade ex-post (detecção tardia de
erros e produtos defeituosos)
- Realização de uma única tarefa pelo trabalhador
(monofuncional)
- Ênfase na redução da responsabilidade do
trabalhador (disciplinamento da força de trabalho)
- Rigidez
- Socialização do bem-estar social (Welfare state)
- Consumo de massa de bens duráveis: a
sociedade de consumo
Acumulação Flexível
- Produção flexível e em pequenos lotes de
uma variedade de tipos de produto
- Sem estoques
- Controle de qualidade integrado ao
processo (detecção imediata de erros)
- Múltiplas tarefas (polifuncional)
- Eliminação da demarcação de tarefas
na co-responsabilidade do
- Ênfase
trabalhador
- Flexibilidade
- Privatização das necessidades coletivas e
da seguridade social (neoliberalismo)
- Consumo individualizado: cultura “yuppie”