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Útero
O útero é um dos órgãos do aparelho reprodutor nas fêmeas da maioria dos mamíferos, incluindo os
humanos. Durante uma gravidez, o útero se expande e o feto se desenvolve em seu interior. É também
responsável pela expulsão do feto, através de contrações, no momento do parto.
Uma de suas extremidades, o cérvix, se abre na vagina; a outra é conectada às duas tubas
uterinas (de Falópio).
Função
A principal função do útero é receber embriões que se implantam no endométrio, e desenvolve
vasos sanguíneos exclusivamente para esta função. O embrião, se desenvolve em feto e evolui
até o nascimento do bebê. Devido a barreiras anatômicas como a pelve, o útero é empurrado
parcialmente para dentro do abdômen devido a sua expansão durante a gravidez.
Anatomia do útero humano
Situação
Regiões
De fora para dentro, as camadas até o útero são:
• Vagina
• Cérvix uterino - "colo do útero"
o Orifício externo do útero
o Canal do cérvix
o Orifício interno do útero
• corpus uteri - "Corpo do útero"
o Cavidade do corpo do útero
o Fundo (útero)
Camadas
As camadas do útero, da mais interna para a mais externa, são as seguintes:
Camada Descrição
endométrio camada vascularizada (ciclo menstrual)
miométrio
(camada muscular) O útero consiste principalmente de tecido muscular liso,
conhecido como miométrio.
perimétrio (camada serosa) O tecido frouxo que o envolve é chamado de perimétrio.
peritônio O útero é envolvido pelo peritônio.
Principais ligamentos
O útero é mantido em seu lugar por diversos ligamentos peritoneais, dos quais os seguintes são
os mais importantes (existem dois de cada):
Nome Origem Inserção
ligamento largo do útero (mesométrio) laterais do útero
paredes e assoalho da
pelve
ligamento redondo do útero
ângulo lateral do útero (corno
uterino)
lábios maiores
ligamento ovariano (ou "ligamento próprio
do ovário")
superfície lateral do útero ovários
Ligamento tranverso do colo
colo do útero e fórnice da
vagina
paredes laterais da
pelve
Posição
Classicamente, o útero é descrito como estando direccionado em ante-verso-flexão. Ante-flexão
é a projecção do corpo sobre o colo para a frente, formando um ângulo. Ante-versão é a
projecção do corpo para a frente do eixo da cavidade pélvica e do colo para trás desse mesmo
eixo transversal. Esta é a posição clássica, contudo, ela é bastante variável, uma vez que a sua
direcção depende da pressão das outras vísceras abdominais, bem como da posição do
indivíduo. A posição clássica, aliás, só se verifica quando, tanto a ampola rectal como a bexiga
se encontram praticamente esvaziadas. Caso contrário, o seu enchimento provoca uma
diminuição da anteversão.
Histologia
O útero basicamente tem uma serosa ou epimétrio, uma musculatura que é o miométrio e uma
camada interna, que é o endométrio.
O miométrio é uma musculatura toda misturada, com células musculares lisas que tem uma
característica especial. Além de se multiplicarem, essas células alongadas e fusiformes crescem
em até 20 vezes (em caso de gravidez). Outra característica importante é que essa musculatura
não recebe uma ordem de contração de fora. Algumas células musculares do útero, perto das
trompas, adquirem capacidade de produzirem estímulo nervoso, são marcapassos.
O músculo uterino tem dois marcapassos , cada um perto de uma das trompas. Então a
contração da trompa nasce na trompa. A contração do útero é formada no próprio útero, não
dependendo de estímulo nervoso.
O endométrio tem sempre uma porção basal e uma porção proliferativa.
A camada basal é o que sobra do endométrio depois de uma menstruação, quando a camada
proliferativa cai. Na camada basal, existem glândulas, conjuntivo nu em contato com luz
uterino, pois o epitélio cai com a camada proliferativa. Alguns dias depois da menstruação, o
epitélio começa a se formar, as glândulas e os vasos arteriais e venosos começam a crescer
devido ao estímulo do estrogênio. O conjuntivo também cresce, as glândulas ficam um pouco
tortuosas para que caibam nesse conjuntivo. As glândulas e os vasos crescem mais rápido do
que o conjuntivo.
No início da fase estrogênica existem glândulas retas, vasos arteriais, vasos venosos. A melhor
rede capilar do organismo se encontra na rede de vasos uterina. Os vasos arteriais e venosos
vão se capilarizando de tal forma e essa capilarização é tão grande que chega um momento o
vaso capilar derrama sangue no conjuntivo, formam-se lacunas dentro do conjuntivo que
continua com o capilar venoso, capilar arterial continuam em lacunas de sangue como se
fossem hematomas. A rede capilar é tão grande que forma esses hematomas. O estrogênio vai
aumentando os vasos, a rede capilar e o tamanho das glândulas.
Começa a fase progesterônica: a progesterona começa a edemaciar mucosa. Mas essa mucosa
fica tão edemaciada que ela começa a crescer e as glândulas que eram retas começam a ficar
tortuosas e se encher de secreção. Os vasos capilares ficam muito aumentados, os hematomas
entre os vasos são muito multiplicados.
Se a mulher não foi fecundada, o corpo lúteo que está produzindo a progesterona, não produz
mais LH, não há Lh para luteinizar o corpo lúteo.Esse para de produzir progesterona, que a essa
altura já está em taxa bastante elevada. A glândula será comprimida, os vasos terão sua luz
fechada, os hematomas começam a ser comprimido. A mulher estava protegida contra o
próprio hormônio que se chama ocitocina que compete com a progesterona. E na hora que não
tem mais progesterona, a ocitocina começa a agir e começa a contrair a musculatura.
Diminuindo o edema, aqueles hematomas serão comprimidos, em consequência, a mucosa por
causa da musculatura e da ocitocina também será comprimida, as glândulas explodindo e
rompendo.
Essas glândulas além de protegerem secreção para nutrir o embrião, produzem uma enzima que
inibe o processo coagulatório. A enzima se espalha, as glândulas rompem, os hematomas
rompem e se juntam àquele líquido incoagulado. Agora, uma mucosa com os capilares que
foram fechados, que geraram regiões em necrose, com glândulas rompendo e formando um
líquido incoagulado, essa mucosa começa a se fragmentar. A mucosa ficará toda destruída, com
necrose, hemorragia, vasos e glândulas rompendo, se fragmentará e será expulsa sob a forma de
fluxo menstrual. Toda essa conformação que o endométrio assume antes da queda de
progesterona (aumento de glândulas e vasos, mucosa edemaciada) é para receber e nutrir o
futuro embrião.
O ciclo menstrual é o preparo de um “ninho” no útero para a gravidez que vai acontecer ali.
Glândulas retas são características de mucosa do início da fase estrogênica.
Glândulas gordas são características da fase proliferativa.
Patologia
Alguns estados patológicos incluem:
• Adenomiose - crescimento ectópico de tecido endometrial no interior do miométrio
• Carcinoma do cérvix - neoplasma maligno
• Carcinoma do útero - neoplasma maligno
• Cisto de Naboth
• Gravidez ectópica
• Malformação uterina
• Mioma
• Piometra - infecção do útero, visto mais comumente em cães
• Prolapso do útero
• Síndrome de Rokitansky
• Uterine Didelphys - dividido ou útero/vagina duplos
• Fibroids - neoplasmas benignos
• Útero retrovertido
O útero está localizado no interior da pelve imediatamente dorsal (e de alguma maneira
rostral)trompa à bexiga urinária e ventral ao reto. Quando não está em estado de gravidez, seu
tamanho em humanos é de alguns centímetros de diâmetro.
Ferida, erosão ou ectrópio são lesões do colo do útero que podem ter origem congênita,
hormonal ou serem provocadas por infecções/cervicites.
• A cauterização do colo do útero é o tratamento das feridas e das cervicites após o
tratamento da infecção.
• Os métodos mais comuns são criocauterização, eletrocauterização e cauterização de alta
frequência e laser.
• Todos são feitos em consultório médico e são praticamente indolores.
Epidemiologia
Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008.
Fatores de Risco
Vários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, sendo que alguns
dos principais estão associados às baixas condições sócio-econômicas, ao início precoce da
atividade sexual, à multiplicidade de parceiros sexuais, ao tabagismo (diretamente relacionados
à quantidade de cigarros fumados), à higiene íntima inadequada e ao uso prolongado de
contraceptivos orais. Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV)
tem papel importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e na sua
transformação em células cancerosas. Este vírus está presente em mais de 90% dos casos de
câncer do colo do útero.
Estudo comparando estratégias para a detecção precoce do câncer do colo do útero e suas
lesões precursoras
Estratégias de Prevenção
A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do uso de
preservativos durante a relação sexual. A prática do sexo seguro é uma das formas de evitar o
contágio pelo HPV, vírus que tem um papel importante no desenvolvimento de lesões
precursoras e do câncer.
A principal estratégia utilizada para detecção precoce da lesão precursora e diagnóstico precoce
do câncer (prevenção secundária) no Brasil é através da realização do exame preventivo do
câncer do colo do útero (conhecido popularmente como exame de Papanicolaou). O exame
pode ser realizado nos postos ou unidades de saúde que tenham profissionais da saúde
capacitados para realizá-los.
É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame
preventivo, pois a sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do
útero na população de risco. O INCA tem realizado diversas campanhas educativas, voltadas
para a população e para os profissionais da saúde, para incentivar o exame preventivo.
O exame preventivo
O exame preventivo do câncer do colo do útero (exame de Papanicolaou) consiste na coleta de
material citológico do colo do útero, sendo coletada uma amostra da parte externa (ectocérvice)
e outra da parte interna (endocérvice).
Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à escamação ou
esfoliação da superfície externa e interna do colo através de uma espátula de madeira e de uma
escovinha endocervical.
Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Neste caso, são coletadas amostras do
fundo-de-saco vaginal posterior e da ectocérvice, mas não da endocérvice, para não estimular
contrações uterinas.
A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de
duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame.
Além disto, exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode
alterar o resultado.
Quem e quando fazer o exame preventivo
Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo
periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade.
Inicialmente, um exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames seguidos (em um
intervalo de 1 ano) apresentarem resultado normal, o exame pode passar a ser feito a cada três
anos.
Se o exame acusou:
• Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, é necessário fazer novo
exame preventivo daqui a um ano. Se já houver um resultado negativo no ano anterior, o exame
preventivo deverá ser feito daqui a 3 anos;
• Alteração (NIC I): repetir o exame daqui a 6 meses;
• outras alterações (NIC II e NIC III): o médico deverá decidir a melhor conduta. Será
necessário fazer novos exames, como a colposcopia;
• infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido daqui a 6 meses;
• amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame. Repetir o exame
logo que for possível.
Independente desses resultados, é possível que a mulher possa ter alguma outra infecção que
será tratada, devendo seguir o tratamento corretamente. Muitas vezes é preciso que o seu
parceiro também receba tratamento. Nesses casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber
as orientações diretamente dos profissionais de saúde.
Vacinação
Recentemente foi liberada uma vacina para o HPV. No momento está em estudo no Ministério
da Saúde o uso pelo SUS. É importante enfatizar que esta vacina não protege contra todos os
subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em
mulheres vacinadas. Saiba mais sobre HPV.
Sintomas
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de
possíveis lesões precursoras é através da realização periódica do exame preventivo. Conforme a
doença progride, os principais sintomas do câncer do colo do útero são sangramento vaginal,
corrimento e dor.
Tratamento
O tratamento adequado para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico.

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  • 1. Útero O útero é um dos órgãos do aparelho reprodutor nas fêmeas da maioria dos mamíferos, incluindo os humanos. Durante uma gravidez, o útero se expande e o feto se desenvolve em seu interior. É também responsável pela expulsão do feto, através de contrações, no momento do parto. Uma de suas extremidades, o cérvix, se abre na vagina; a outra é conectada às duas tubas uterinas (de Falópio). Função A principal função do útero é receber embriões que se implantam no endométrio, e desenvolve vasos sanguíneos exclusivamente para esta função. O embrião, se desenvolve em feto e evolui até o nascimento do bebê. Devido a barreiras anatômicas como a pelve, o útero é empurrado parcialmente para dentro do abdômen devido a sua expansão durante a gravidez. Anatomia do útero humano Situação Regiões De fora para dentro, as camadas até o útero são: • Vagina • Cérvix uterino - "colo do útero" o Orifício externo do útero o Canal do cérvix o Orifício interno do útero • corpus uteri - "Corpo do útero" o Cavidade do corpo do útero o Fundo (útero) Camadas As camadas do útero, da mais interna para a mais externa, são as seguintes: Camada Descrição endométrio camada vascularizada (ciclo menstrual) miométrio (camada muscular) O útero consiste principalmente de tecido muscular liso, conhecido como miométrio. perimétrio (camada serosa) O tecido frouxo que o envolve é chamado de perimétrio. peritônio O útero é envolvido pelo peritônio. Principais ligamentos O útero é mantido em seu lugar por diversos ligamentos peritoneais, dos quais os seguintes são os mais importantes (existem dois de cada): Nome Origem Inserção ligamento largo do útero (mesométrio) laterais do útero paredes e assoalho da pelve ligamento redondo do útero ângulo lateral do útero (corno uterino) lábios maiores ligamento ovariano (ou "ligamento próprio do ovário") superfície lateral do útero ovários Ligamento tranverso do colo colo do útero e fórnice da vagina paredes laterais da pelve Posição Classicamente, o útero é descrito como estando direccionado em ante-verso-flexão. Ante-flexão é a projecção do corpo sobre o colo para a frente, formando um ângulo. Ante-versão é a projecção do corpo para a frente do eixo da cavidade pélvica e do colo para trás desse mesmo eixo transversal. Esta é a posição clássica, contudo, ela é bastante variável, uma vez que a sua direcção depende da pressão das outras vísceras abdominais, bem como da posição do indivíduo. A posição clássica, aliás, só se verifica quando, tanto a ampola rectal como a bexiga se encontram praticamente esvaziadas. Caso contrário, o seu enchimento provoca uma diminuição da anteversão.
  • 2. Histologia O útero basicamente tem uma serosa ou epimétrio, uma musculatura que é o miométrio e uma camada interna, que é o endométrio. O miométrio é uma musculatura toda misturada, com células musculares lisas que tem uma característica especial. Além de se multiplicarem, essas células alongadas e fusiformes crescem em até 20 vezes (em caso de gravidez). Outra característica importante é que essa musculatura não recebe uma ordem de contração de fora. Algumas células musculares do útero, perto das trompas, adquirem capacidade de produzirem estímulo nervoso, são marcapassos. O músculo uterino tem dois marcapassos , cada um perto de uma das trompas. Então a contração da trompa nasce na trompa. A contração do útero é formada no próprio útero, não dependendo de estímulo nervoso. O endométrio tem sempre uma porção basal e uma porção proliferativa. A camada basal é o que sobra do endométrio depois de uma menstruação, quando a camada proliferativa cai. Na camada basal, existem glândulas, conjuntivo nu em contato com luz uterino, pois o epitélio cai com a camada proliferativa. Alguns dias depois da menstruação, o epitélio começa a se formar, as glândulas e os vasos arteriais e venosos começam a crescer devido ao estímulo do estrogênio. O conjuntivo também cresce, as glândulas ficam um pouco tortuosas para que caibam nesse conjuntivo. As glândulas e os vasos crescem mais rápido do que o conjuntivo. No início da fase estrogênica existem glândulas retas, vasos arteriais, vasos venosos. A melhor rede capilar do organismo se encontra na rede de vasos uterina. Os vasos arteriais e venosos vão se capilarizando de tal forma e essa capilarização é tão grande que chega um momento o vaso capilar derrama sangue no conjuntivo, formam-se lacunas dentro do conjuntivo que continua com o capilar venoso, capilar arterial continuam em lacunas de sangue como se fossem hematomas. A rede capilar é tão grande que forma esses hematomas. O estrogênio vai aumentando os vasos, a rede capilar e o tamanho das glândulas. Começa a fase progesterônica: a progesterona começa a edemaciar mucosa. Mas essa mucosa fica tão edemaciada que ela começa a crescer e as glândulas que eram retas começam a ficar tortuosas e se encher de secreção. Os vasos capilares ficam muito aumentados, os hematomas entre os vasos são muito multiplicados. Se a mulher não foi fecundada, o corpo lúteo que está produzindo a progesterona, não produz mais LH, não há Lh para luteinizar o corpo lúteo.Esse para de produzir progesterona, que a essa altura já está em taxa bastante elevada. A glândula será comprimida, os vasos terão sua luz fechada, os hematomas começam a ser comprimido. A mulher estava protegida contra o próprio hormônio que se chama ocitocina que compete com a progesterona. E na hora que não tem mais progesterona, a ocitocina começa a agir e começa a contrair a musculatura. Diminuindo o edema, aqueles hematomas serão comprimidos, em consequência, a mucosa por causa da musculatura e da ocitocina também será comprimida, as glândulas explodindo e rompendo. Essas glândulas além de protegerem secreção para nutrir o embrião, produzem uma enzima que inibe o processo coagulatório. A enzima se espalha, as glândulas rompem, os hematomas rompem e se juntam àquele líquido incoagulado. Agora, uma mucosa com os capilares que foram fechados, que geraram regiões em necrose, com glândulas rompendo e formando um líquido incoagulado, essa mucosa começa a se fragmentar. A mucosa ficará toda destruída, com necrose, hemorragia, vasos e glândulas rompendo, se fragmentará e será expulsa sob a forma de fluxo menstrual. Toda essa conformação que o endométrio assume antes da queda de progesterona (aumento de glândulas e vasos, mucosa edemaciada) é para receber e nutrir o futuro embrião. O ciclo menstrual é o preparo de um “ninho” no útero para a gravidez que vai acontecer ali. Glândulas retas são características de mucosa do início da fase estrogênica. Glândulas gordas são características da fase proliferativa. Patologia Alguns estados patológicos incluem: • Adenomiose - crescimento ectópico de tecido endometrial no interior do miométrio
  • 3. • Carcinoma do cérvix - neoplasma maligno • Carcinoma do útero - neoplasma maligno • Cisto de Naboth • Gravidez ectópica • Malformação uterina • Mioma • Piometra - infecção do útero, visto mais comumente em cães • Prolapso do útero • Síndrome de Rokitansky • Uterine Didelphys - dividido ou útero/vagina duplos • Fibroids - neoplasmas benignos • Útero retrovertido O útero está localizado no interior da pelve imediatamente dorsal (e de alguma maneira rostral)trompa à bexiga urinária e ventral ao reto. Quando não está em estado de gravidez, seu tamanho em humanos é de alguns centímetros de diâmetro. Ferida, erosão ou ectrópio são lesões do colo do útero que podem ter origem congênita, hormonal ou serem provocadas por infecções/cervicites. • A cauterização do colo do útero é o tratamento das feridas e das cervicites após o tratamento da infecção. • Os métodos mais comuns são criocauterização, eletrocauterização e cauterização de alta frequência e laser. • Todos são feitos em consultório médico e são praticamente indolores. Epidemiologia Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008. Fatores de Risco Vários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, sendo que alguns dos principais estão associados às baixas condições sócio-econômicas, ao início precoce da atividade sexual, à multiplicidade de parceiros sexuais, ao tabagismo (diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados), à higiene íntima inadequada e ao uso prolongado de contraceptivos orais. Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e na sua transformação em células cancerosas. Este vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero. Estudo comparando estratégias para a detecção precoce do câncer do colo do útero e suas lesões precursoras Estratégias de Prevenção A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do uso de preservativos durante a relação sexual. A prática do sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV, vírus que tem um papel importante no desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer. A principal estratégia utilizada para detecção precoce da lesão precursora e diagnóstico precoce do câncer (prevenção secundária) no Brasil é através da realização do exame preventivo do câncer do colo do útero (conhecido popularmente como exame de Papanicolaou). O exame pode ser realizado nos postos ou unidades de saúde que tenham profissionais da saúde capacitados para realizá-los. É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois a sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do
  • 4. útero na população de risco. O INCA tem realizado diversas campanhas educativas, voltadas para a população e para os profissionais da saúde, para incentivar o exame preventivo. O exame preventivo O exame preventivo do câncer do colo do útero (exame de Papanicolaou) consiste na coleta de material citológico do colo do útero, sendo coletada uma amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte interna (endocérvice). Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à escamação ou esfoliação da superfície externa e interna do colo através de uma espátula de madeira e de uma escovinha endocervical. Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Neste caso, são coletadas amostras do fundo-de-saco vaginal posterior e da ectocérvice, mas não da endocérvice, para não estimular contrações uterinas. A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame. Além disto, exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado. Quem e quando fazer o exame preventivo Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade. Inicialmente, um exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames seguidos (em um intervalo de 1 ano) apresentarem resultado normal, o exame pode passar a ser feito a cada três anos. Se o exame acusou: • Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, é necessário fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se já houver um resultado negativo no ano anterior, o exame preventivo deverá ser feito daqui a 3 anos; • Alteração (NIC I): repetir o exame daqui a 6 meses; • outras alterações (NIC II e NIC III): o médico deverá decidir a melhor conduta. Será necessário fazer novos exames, como a colposcopia; • infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido daqui a 6 meses; • amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame. Repetir o exame logo que for possível. Independente desses resultados, é possível que a mulher possa ter alguma outra infecção que será tratada, devendo seguir o tratamento corretamente. Muitas vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações diretamente dos profissionais de saúde. Vacinação Recentemente foi liberada uma vacina para o HPV. No momento está em estudo no Ministério da Saúde o uso pelo SUS. É importante enfatizar que esta vacina não protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas. Saiba mais sobre HPV. Sintomas Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de possíveis lesões precursoras é através da realização periódica do exame preventivo. Conforme a doença progride, os principais sintomas do câncer do colo do útero são sangramento vaginal, corrimento e dor. Tratamento O tratamento adequado para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico.