1. [Infecção urinária 010]
Óleo essencial: Eucalyptus globulus e Eucalyptus camaldulensis
Composto: 1,8-cineol e terpineol
Título: Antibacterial activity of leaf essential oils of Eucalyptus globulus and Eucalyptus
camaldulensis
"Atividade antibacteriana de óleos essenciais de folhas de Eucalyptus globulus e Eucalyptus
camaldulensis".
Autor: Bachir Raho Ghalem & Benali Mohamed
Jornal: African Journal of Pharmacy and Pharmacology
Vol (issue): 2 (10)
Ano: 2008
DOI: 10.5897/AJPP.9000039
TAGs: Eucalyptus globulus; Eucalyptus camaldulensis; eucalipto; atividade antibacteriana;
concentração bactericida mínima; Staphylococcus aureus; Escherichia coli; trato urinário; in
vitro; densidade óptica; zona de inibição; ampicilina; amoxicilina; cloranfenicol; eritromicina;
nitroxolina; pristinamicina; 1,8-cineol; terpineol; antibióticos; microatmosfera; aromatograma;
infecção urinária; colecistite; septicemia; saúde da mulher; ginecologia.
Sobre o artigo:
Fitomedicamentos derivados de plantas têm se mostrado muito promissores no tratamento de
doenças infecciosas, onde preparações simples e poli fitoterápicas têm sido usadas ao longo
da história para o tratamento de várias doenças.
Muitos estudos foram realizados com extração de vários produtos naturais para a triagem de
atividade antimicrobiana, mas a atenção não tem sido focada intensamente no estudo das
combinações desses produtos para sua atividade antimicrobiana.
Os eucaliptos (família Myrtaceae) são utilizados no controle de diversas doenças derivadas de
infecções microbianas, pois o desenvolvimento de resistência bacteriana aos antibióticos
atualmente disponíveis tornou necessária a busca de novos agentes antibacterianos.
A bactéria gram positiva, como Staphylococcus aureus, é principalmente responsável por
infecções de feridas pós-operatórias, síndrome do choque tóxico, endocardite, osteomielite e
intoxicação alimentar. A bactéria gram negativa, como Escherichia coli, está presente no
intestino humano e causa infecção do trato urinário inferior, colecistite ou septicemia.
Portanto, o objetivo principal do estudo foi investigar os efeitos do óleo essencial de Eucalyptus
globulus e Eucalyptus camaldulensis sobre S. aureus e E. coli, que foram isoladas e
2. identificadas por métodos clássicos, sendo a primeira coletada de uma coprocultura e a
segunda da urina de um paciente.
O teste de aromatograma é um método in vitro de medição do poder antibacteriano de óleos
essenciais. No qual as bactérias são inoculadas nas placas de petri, onde são depositados 1, 2,
5, 7.5, 10, 20 L de óleos essenciais e posteriormente as zonas de inibição são medidas.
O teste de microatmosfera é uma técnica que descreve a difusão dos componentes de óleos
essenciais voláteis em placas de petri fechadas para monitorar o crescimento dos organismos
de teste.
Ainda, para avaliar a concentração bactericida mínima (CBM), culturas foram inoculadas em
placas de ágar, incubadas por 24 horas e observadas quanto ao crescimento bacteriano. E por
fim, os antibióticos ampicilina, amoxicilina, cloranfenicol, eritromicina, nitroxolina e
pristinamicina foram utilizados como controles nos testes realizados.
Resultados:
Os resultados do antibiograma mostraram que a cepa de S. aureus foi sensível ao
Cloranfenicol e Pristinamicina, resistente à Ampicilina e Doxiciclina e possuiu resistência
intermediária à Amoxicilina, Eritromicina e Nitroxolina. Por outro lado, E. coli foi sensível ao
Cloranfenicol, resistente à Ampicilina, Doxiciclina e Pristinamicina e, resistência intermediária à
Eritromicina e Nitroxolina.
A Tabela 2 mostra que o crescimento de ambos os organismos de teste não foi inibido em
baixas concentrações (1 e 2 µl) de óleo de eucalipto de E. camaldulensis e E. globulus. O
aumento da quantidade de óleo essencial, no entanto, deu uma zona distinta de inibição.
3. Os resultados mostrados nas fotos 1 e 2, vemos a zona de inibição dos vapores dos óleos
essenciais de eucalipto contra S. aureus e E. coli.
O principal componente encontrado foi o 1,8-cineol, mas o principal contribuinte para a
bioatividade foi o terpineol, apresentando atividade oito vezes maior do que o 1,8-cineol contra
S. aureus.
A inibição do crescimento de S. aureus e E. coli pela ação do óleo essencial das folhas de E.
globulus também foi medida em termos de densidade óptica em diferentes concentrações do
óleo essencial e diluição do caldo .
Houve uma diminuição notável na taxa de crescimento bacteriano com o aumento da
concentração do óleo essencial e maior período de incubação, onde o crescimento de S.
aureus foi totalmente inibido quando 50 µL do óleo foram usados nas 2 horas de exposição.
Contudo, em uma concentração mais elevada de 100 µL do óleo, uma exposição de 10
minutos inibiu o crescimento das bactérias para todas as diferentes quantidades de diluição em
caldo. Por outro lado, o crescimento de E. coli foi inibido em 100 µL com um período de
incubação de 2 h.
4. Como a de E. globulus, a ação inibitória do óleo essencial de E. camaldulensis é muito notável
em grandes doses como 50 e 100 µL e em longo tempo de incubação de cerca de duas ou 24
horas, durante as quais, estamos testemunhando uma inibição total dos dois organismos de
teste.
Num apanhado geral, os resultados do estudo revelaram que o óleo essencial de espécies de
eucalipto tem atividade antibacteriana contra bactérias Gram-positivas, bem como
Gram-negativas resistentes aos agentes antimicrobianos comumente usados.
Na prática:
Os pesquisadores apresentaram resultados encorajadores que indicam que os óleos
essenciais de duas espécies de eucalipto, E. globulus e E. camaldulensis, podem ser
explorados como antibióticos naturais para o tratamento de várias doenças infecciosas
causadas por S. aureus e E. coli.