2. REDE E CADEIA DE FRIO
A Rede de Frio é um sistema que compreende uma estrutura técnico-administrativa,
orientada pelo PNI por meio de normatizações, planejamento, avaliação e financiamento
para manutenção adequada da Cadeia de Frio.
A Cadeia de Frio é o processo logístico da Rede de frio para conservação dos
imunobiológicos, incluindo-se as etapas de recebimento, armazenamento, conservação,
manuseio, distribuição e transporte, mantendo as condições adequadas de refrigeração,
desde o laboratório produtor até o momento de sua administração (Brasil, 2014).
LABORATÓRIO AEROPORT
O
CENTRAL DE
ESTOQUE
ESTOQUE
REGIONAL TRANSPORTE
PARA O NÍVEL
LOCAL
EXTRAMURO
5. Qualquer quebra na temperatura ou
condição de manipulação ideal, em um
dos pontos dessa cadeia, compromete a
qualidade da vacina.
Acarretando danos irreversíveis
Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM. Imunizações. Fundamentos
e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157
6. As vacinas
As vacinas são os produtos biológicos
termossensíveis;
O congelamento ou exposição ao calor pode
danifica-las e perder totalmente sua potência;
Aumento de eventos adversos.
7. VACINAS E TERMOESTABILIDADE
Para garantir a qualidade dos
imunobiológicos, necessitamos de
um controle rigoroso das
condições de transporte e
armazenamento considerando a
termoestabilidade de cada
imunobiológico.
8. As vacinas
As vacinas são os produtos biológicos termo-sensíveis usados em saúde pública
seguros, eficazes e com a melhor relação custo-benefício, porém, a exposição ao
calor ou ao congelamento pode danifica-las e perder totalmente sua potência.
Sua temperatura deve-se manter rigorosamente entre +2ºC e +8ºC, idealmente
5ºC.
9. O armazenamento adequado das vacinas e a
manutenção da Cadeia de frio são
fundamentais para garantir a qualidade da
imunização.
10. Nãoexiste teste simples, rápido e confiável para
determinar se uma vacina sofreu alteração após exposição à
temperatura acima ou abaixo do seu limite recomendável de
tolerância.
A alteração das características físicas
geralmente indica alteração, mas a sua
ausência não indica normalidade.
Moura MM. Conservação e manipulação de imunobiológicos. In: Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Carvalho LHFR, Succi RCM.
Imunizações. Fundamentos e Prática. 5a ed. São Paulo:Atheneu, 2008. p. 148-157
11. VACINAS E TERMOESTABILIDADE
Para garantir a qualidade dos imunobiológicos,
necessitamos de um controle rigoroso das
condições de transporte e armazenamento
considerando a termoestabilidade de cada
imunobiológico.
12. ESTABILIADADE DAS VACINAS
.
Vacinas ATENUADAS: Vacinas INATIVADAS:
BCG, OPV (Sabin), Sarampo, SCR,
SCRV, Febre Amarela e Varicela.
DPT, dT, Hepatite B, Hepatite A, Raiva,
Hib, Influenza, Pneumococo conjugada
e polissacarídica, Meningite conjugada
(C e ACWY), IPV e HPV
Sensíveis ao calor e a luz Não podem ser congeladas
Podem ser submetidas a
temperaturas negativas
Perdem a potência quando expostas à
temperatura abaixo de 0oC
Armazenar nas laterais da caixa Concentrar estas vacinas no centro da
caixa
Rotavírus (Atenuada): não pode ser congelada.
14. REFRIGERADOR DOMÉSTICO
Bobinas de Gelo
NÃO COLOCAR
NADA
Vacinas Inativadas
VacinasAtenuadas
Soros e Diluentes
Garrafas com Água
Não Armazenar na Porta
15. Usar tomada ou conexão com a
fonte de energia elétrica, exclusivos
para o refrigerador.
Colocar a câmara distante da fonte
de calor, nivelado e afastado da
parede, pelo menos 20 cm.
Não utilizar refrigeradores tipo
duplex.
Usar câmara única, exclusivamente
para os imunobiológicos.
16. Fazer a limpeza da câmara a cada
30 dias e do refrigerador doméstico
a cada 15 dias;
Não realizar a limpeza em véspera
de feriados ou finais de semana;
Manter as bobinas no congelador e
as garrafas com água na parte
inferior dos refrigeradores
domésticos
17. Procedimentos básicos para armazenamento
na Câmara ou refrigerador
Manter termostato regulado para temperatura
entre 2ºC e 8ºC, temperatura média + 5ºC.
Manter sistema de alarme ou geradores
elétricos de emergência.
Utilizar termômetro para leitura de máxima e
mínima.
Fazer a leitura do termômetro no mínimo duas
vezes ao dia.
Organizar as vacinas próximas do vencimento
na frente das prateleiras do refrigerador –
sistema “PEPS”
18. Cuidados com o Termômetro
Digital
Ter cabo extensor
Fazer leitura contínua das
temperaturas máxima,
mínima e do momento
Ter botão de reset
Ser calibrado
Ter a pilha trocada a cada 6
meses (identificar data de
troca)
20. DILUENTES
NUNCA devem ser congelados
No momento do uso, devem estar
à temperatura de 2ºC a 8ºC.
Para as vacinas de febre amarela
ou sarampo, por exemplo, o uso
de diluente com temperatura
elevada, resulta na rápida
inativação do vírus vacinal e na
perda total da potência da
vacina em uma hora.
24. Fatores que interferem
Temperatura ambiente em torno da
caixa térmica;
Qualidade, espessura, e densidade
do material utilizado;
Tempo necessário para o
transporte;
Quantidade e temperatura do gelo
colocado dentro da caixa.
TRANSPORTE DE IMUNOBIOLÓGICOS
25. CUIDADOS IMPORTANTES PARA O
TRANSPORTE
Conhecer sobre a
termoestabilidadade das vacinas.
Organizar as vacinas de acordo com a
termoestabilidade.
Conhecer o tempo de vida fria da
caixa.
Ambientalizar adequadamente o gelo
reclável
Não deixar a vacina em contato
direto com o gelo reciclável.
26. Conhecer o tempo de vida fria da caixa.
.
Vida fria é medida a partir de o momento em que a tampa da caixa é fechada,
até o momento em que a temperatura mais alta é atingida (WHO, 2015).
• A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda:
• Situações em que o armazenamento de vacinas possa levar mais de 8 horas, ou em
condições extremas (temperatura ambiente < 0°C ou > 40°C), a utilização de caixas
especiais para o armazenamento de vacinas e que atendam às recomendações da OMS
(Austrália, 2013, WHO, 2015).
• A caixa térmica deve ter, no mínimo, 30 mm de espessura e, idealmente, 80 mm de
espessura nas paredes e tampa, com isolamento de fibra de vidro.
• As caixas maiores, geralmente utilizadas para estoque de vacinas, devem ter uma vida fria
mínima de 120 horas.
• As caixas menores, geralmente utilizadas para o uso diário, deve ter uma vida fria com cerca
de 50 horas, quando expostas à temperaturas até 43ºC sem aberturas.
27. ESCOLHA CORRETA DA CAIXA TÉRMICA
O PNI recomenda a substituição das caixas
térmicas de poliestireno expandido, utilizadas nas
atividades de rotina e extramuros, por caixas de
poliuretano, devido a sua resistência, durabilidade e
facilidade de higienização.
29. AMBIENTAÇÃO O GELO RECICLÁVEL
Aguardar até que a “névoa” desapareça e gotas de água aparecerem na superfície.
Geralmente, quando o gelo estará com temperatura em torno de 0°C, o que evitará o
congelamento das vacinas.
O intervalo de tempo para ambientação das bobinas está diretamente relacionado ao
material construtivo, gel ou água, bem como a temperatura do ambiente.
De acordo com o Manual de Rede de Frio do Ministério da Saúde, deve ser utilizado um
termômetro de cabo extensor, para verificar a temperatura.
Espalhar as bobinas em bancada com espaço e 1,5cm entre elas;
O congelamento das vacinas geralmente acontecem durante as 2 primeiras horas após
a organização da caixa.
Estas primeiras horas é o período crítico em que se deve
garantir efetividade no monitoramento.
30. AMBIENTAÇÃO O GELO RECICLÁVEL
TEMPO DE AMBIENTAÇÃO DA BOBINA DE GELO REUTILIZÁVEL
Bobinas de gelo reutilizável menores de 750g Tempo de Ambientação
Em ambiente com temperatura maior que +15°C 45 minutos
Em ambiente com temperatura menor que +15°C 1 hora
Bobinas de gelo reutilizável maior de 750g Tempo de Ambientação
Em ambiente com temperatura maior que +15°C 1 hora
Em ambiente com temperatura menor que +15°C 1 hora e 30 minutos
DEVE SE CERTIFICAR DA TEMPERATURA DA BOBINA DE GELO ANTES DE
PROCEDER
A ORGANIZAÇÃO DA CAIXA TÉRMICA
Fonte: National Vaccine Storage Guidelines. Austrlia, 2013
35. CUIDADOS IMPORTANTES DURANTE A
VACINAÇÃO EXTRAMUROS
Identificar externamente o conteúdo de cada caixa – mapa de
organização das vacinas na caixa;
Manter a caixa longe de fonte de calor e luz solar;
Separar, preferencialmente as vacinas atenuadas das
inativadas;
Separar as vacinas em uso das fechadas;
Manipular a caixa com cuidado, evitando quebra de vacinas.
50. MONITORAMENTO
O monitoramento da temperatura deve ser rigoroso a cada hora, com uso de mapa de
monitoramento durante toda a jornada de trabalho e observar constantemente o
termômetro.
As temperaturas podem variar muito rápido, principalmente em locais de altas
temperaturas. As trocas de bobina de gelo devem ser realizadas sempre que necessário.
Conhecer o tempo de vida fria da caixa auxilia nesta troca, assim é possível conhecer a
cada quantos dias é necessário a troca.
Pode variar muito de acordo com os fatores que interferem na troca de calor:
Temperatura ambiente;
Qualidade, espessura, e densidade do material utilizado (geladeira, câmara frio ou caixa
térmica);
Tempo necessário para o transporte;
Quantidade e temperatura do gelo colocado dentro da caixa,
51. FALHAS DA REDE DE FRIO
Cada exposição de uma vacina à
temperatura acima de 8º ou abaixo
de 2ºC resulta em alguma perda de
potência, tendo como conseqüência
um efeito acumulativo e irreversível
na eficácia.
Importante ressaltar:
O congelamento pode diminuir a eficácia de algumas
vacinas e aumentar o risco de ocorrer eventos adversos
depois da vacinação, como abscessos esteireis.
52. Falhas da Rede de Frio
Vacinas que sofreram alteração de Temperatura
Necessário saber:
Temperatura de exposição;
Tempo de exposição;
Validade da vacina;
Se a vacina já foi exposta à alteração de temperatura
anteriormente.
53. Falhas da Rede de Frio
Vacinas que sofreram alteração de Temperatura
54. Trabalhos que avaliam os Serviços de saúde, relatam que os mesmos
não satisfazem as condições mínimas de armazenamento e
manuseio de vacinas.
As vacinas são mantidas acima de 8oC ou abaixo de 0oC.
Profissionais não estão preparados para este trabalho.
Não conhecem sobre termoestabilidade de vacina.
Não tem noção dos danos que as vacinas sofrem a cada
exposição a temperaturas inadequadas.
Vários estudos apontam para o congelamento como
um fator determinante da eficácia reduzida de
determinadas vacinas.
Matthias DM et al Freezing temperatures in the vaccine cold chain: A systematic literature review. Vaccine (2007) doi:10.10.1016 /
j.vaccine.2007.02.052
55. VACINAS E CONGELAMENTO
Vários estudos tem relatado congelamento de vacinas em vários
países:
Um estudo na Indonésia que monitorava a temperatura da vacina de Hepatite B, que
foi transportada do fabricante para o fornecedor, descobriu que 75% das remessas
de vacinas estavam sendo congelados. As maiores taxas de congelamento
ocorreu durante o transporte (Nelson et al, 2004).
Um estudo realizado na Bolívia, que monitorada a temperatura da vacina DTP-HepB-
Haemophilus influenza tipo b, ao longo do seu transporte do local de armazenamento
nacional para os locais de armazenamento distritais. O congelamento da vacina
ocorreu em todos os níveis da cadeia de frio, especialmente no transporte das
vacinas armazém distrital para os centros de saúde (Nelson et al, 2007).
Um estudo realizado em Papua - Nova Guiné detectou o congelamento dos
frascos de vacinas causado por isolamento inadequado entre as vacinas e as
bobinas de gelo (Wirkas et al, 2007).
RISCO
56. Os procedimentos de recebimento, armazenamento,
transporte e manuseio devem ser padronizados e
disponíveis, por escrito, para todos.
Treinamentos e reciclagens devem ser realizados com todos
os que manuseiam vacinas.
Deve haver sempre uma pessoa responsável por todos os
aspectos do manuseio das vacinas, devidamente designada,
que será a referência para situações anormais.
Instruções claras para situações de emergência devem ser
elaboradas e divulgadas.
Os equipamentos devem ser submetidos a controle e
manutenção, continuamente.
57. Utilização de microagulhas feitas de polímeros de açúcar e
antígenos vacinais.
Quando o dispositivo é aplicado, as microagulhas puncionam
as camadas superiores da pele; dissolvem-se dentro de alguns
minutos, libertando a vacina.
Microneedle patch - Georgia Institute of Technology and the Centers for Disease Control and Prevention
(CDC)
58. MONITOR DE VIABILIDADE VACINAL
DEPARTMENT OF VACCINES AND OTHER BIOLOGICALS . Temperature monitors for vaccines and the cold chain Cold-chain monitor Vaccine vial monitor Freeze WatchTM Stop!WatchTM DT and TT
shipping indicator. World Health Organization Geneva 1999
59. WHO Vaccine Management Handbook Module VMH-E2-01.1. How to monitor temperatures in the vaccine supply chain
MONITORES DE VIABILIDADE
VACINAL
61. Vaccine instability in the cold chain: Mechanisms, analysis andformulation strategies Ozan S. Kumru
a, Sangeeta B. Joshi a, Dawn E. Smith b, C. Russell Middaugh a, Ted Prusik b, David B. Volkin.
Biologicals, 2014.
“SHAKE TEST”
62. PARA ATINGIRMOS nosso
OBJETIVO,
NESSECITAMOS DE
VACINAS SEGURAS,
EFETIVAS E DE BOA
QUALIDAE
INDEPENDENTE DO
ESFORÇO QUE
PRECISAMOS
A eficácia vacinal dependerá da qualidade da vacina administrada e
qualquer descuido na conservação e manuseio dos imunobiológicos é
um convite para uma
falha vacinal.