1. CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
ESTÁGIO EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE
PRATICAS AMBULATORIAIS BASICAS I
SINAIS VTAIS
Prof. Paulo de Tarso
CURITIBA - PR
2011
2. Objetivos:
• Identificar os cinco sinais vitais
• Compreender as técnicas de aferições dos sinais vitais
SINAIS VITAIS
3. SINAIS VITAIS
Introdução:
• Indicadores da função vital do organismo
• São regulados por mecanismos homeostáticos
• Alterações indicam alteração na saúde
• É um cuidado médico universal
• A rotina é estabelecida por cada instituição ou
situação de saúde
• Hoje são considerados 5 SSVV (inclui a dor)
• Abreviações: T, P, PA, FR, Dor
• Sempre analisar os dados conjuntamente
4. SINAIS VITAIS
Quando aferir os sinais vitais:
• Na admissão do paciente
• Com base na política institucional
• 6/6 horas: padrão brasileiro
• Sempre que houver alguma mudança nas
condições do paciente
• Sempre que o paciente relatar mal-estar
• Sempre que ocorrer perda na consciência
• Antes e depois de qualquer procedimento
cirúrgico ou invasivo para diagnóstico
• Antes e depois de administrar medicamentos
que afetem as funções cardio-respiratórias
5. TEMPERATURA
• Calor do corpo medido em graus.Indica
diferença entre produção e perda de calor
• Calor:
– Gerado por processos metabólicos nos
tecidos centrais do organismo
– Transferido à superfície da pele pelo sangue
– Dissipado no ambiente
7. TEMPERATURA
Fatores que afetam a Temperatura Corporal
Idade e gênero
– Extremos de faixa etária – mais suscetíveis
às mudanças de temperatura do ambiente
• Crianças: temperatura muda com mais rapidez
• Idosos: perdem parte do controle termorregulador
– Mulheres – mais flutuações na temperatura
devido a questões hormonais (secreção
progesterona durante ovulação – aumenta
temperatura de 0,5°C a 1°C)
8. TEMPERATURA
• Temperatura Ambiental
– Roupas para perda ou retenção de calor
– Hipotermia: baixa temperatura corporal
– Hipertermia: temperatura corporal elevada
– Ambas podem causar doenças graves ou até
levar à morte
– Afebril: temperatura corporal normal
– Pirexia (febre): temperatura corporal
aumentada para cima do ponto de ajuste do
centro termorregulador
9. TEMPERATURA
• Intermitente:
– Alternância entre período de febre e de normalidade
• Remitente:
– Flutuação de vários graus além de 2°C acima do
normal, não chegando ao normal
• Constante:
– Permanece elevada e flutua menos que 2°C
Tipos de Febre
10. TEMPERATURA
• De recaída:
– Retorna ao normal durante pelo menos 1 dia, mas
volta
• Crise:
– A febre volta ao normal de repente
• Lise:
– A febre retorna ao normal gradativamente
11. TEMPERATURA
Efeitos Físicos da Temperatura Elevada
• Perda do apetite
• Cefaléia
• Pele ressecada e/ou quente
• Face avermelhada
• Sede
• Indisposição generalizada
• Delírios e/ou convulsões
• Crônicas: desidratação, diminuição do débito
urinário, aumento da freqüência cardíaca
12. TEMPERATURA
• Medidas para Redução da Temperatura Corporal
• Medicamentos antipiréticos
– Reduzem o ponto de ajuste elevado
• Compressas frias e banho
• Cobertores de resfriamento
• Incentivar ingestão hídrica
13. TEMPERATURA
• Aferição da Temperatura:
• Termômetros eletrônicos
• Termômetros digitais
• Termômetros para a membrana timpânica
(Sensores infravermelho)
• Termômetros de vidro (coluna de mercúrio)
• Monitoramento automático
14. CONCEITO
A respiração é a troca de oxigênio e de dióxido de
carbono.
• Respiração externa: ocorre entre as membranas
alveolares e capilares.
• Respiração interna: quando a troca ocorre entre o
sangue e as células do organismo.
(Timby, 2004)
RESPIRAÇÃO
15. A ventilação corresponde a entrada e saída do
ar atmosférico dentro da caixa torácica, é
compreendida como inalação e expiração.
Difusão movimento do O2 e CO2 entro os
alvéolos e as hemácias.
( Pereira et.al, 2004)
VENTILAÇÃO / DIFUSÃO
16. Frequências Respiratórias Normais – várias idades
Idade Frequência Respiratória
VALORES DE NORMALIDADE
Recém-nascido
Inicio da infância
Final da infância
Adolescência
Adultos
Homens
Mulheres
30 – 80
20 – 40
15 – 25
16 – 20
14 – 18
16 – 20
(Timby, 2004)
17. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
Podemos notar os diferentes tipos de alterações respiratórias
ao examinarmos a profundidade das respirações através da
observação do grau de excursão ou movimento na parede
torácica.
Tais movimentos podem ser: profundos, normais ou superficiais.
18. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
Os principais tipos de alterações do padrão respiratório são:
• Bradipnéia: frequência respiratória regular mas
anormalmente lenta, menos de 12 mrpm;
• Taquipnéia: frequência respiratória regular mas
anormalmente rápida, mais de 20 mrpm;
• Apnéia: os movimentos respiratórios cessam por vários
segundos;
19. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
• Dispnéia: respiração difícil ou trabalhosa; frequência
normalmente rápida;
• Hiperventilação: frequência e profundidade dos movimentos
respiratórios aumentados;
• Hipoventilação: frequência diminuida, a profundidade pode
estar diminuida;
20. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
• Respiração de Cheyne-Stokes: frequência e profundidade
irregulares, caracterizada por períodos de apnéia e
hiperventilação.
• Causas: ICC, patologias do SNC, exposição altas altitudes.
Pereira at.al, 2004
21. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
• Respiração de Kussmaul: é um tipo de
hiperventilação
com padão respiratório anormalmente profundo, e
frequência regular e aumentada.
• Causas: acidose metabólica, insuficiência renal.
Pereira at.al, 2004
22. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
Respiração de Biot: as respirações são anormalmente
lentas por duas a três respirações, seguida por um período
irregular de apnéia.
Causas: normalmente associada a traumas e/ ou
compressão da medula.
Pereira at. al, 2004
23. FATORES QUE ALTERAM A RESPIRAÇÃO
Muitos fatores podem comprometer a frequência e a
profundidade dos movimentos respiratórios. Os mais comuns
são:
Doenças respiratórias e vasculares;
Medicamentos;
Traumas;
Infecções;
Dores;
Ansiedade.
Taylor at.al, 2007
24. NORMAS PARA AFERIÇÃO DA RESPIRAÇÃO
• O cliente deve estar calmo e em repouso para a
realização da aferição;
• È importante que o cliente não perceba que está sendo
realizada a contagem dos movimentos respiratórios,
pois poderá interferir;
• Observar o ciclo respiratório (uma inspiração e uma
expiração) durante um minuto;
• Avaliar o ciclo respiratório e registrar.
Pereira at.al. 2004
25. PULSO
É uma sensação palpitante, que pode ser
palpada artéria periférica ou auscultada acima
do ápice cardíaco;
É percebido como uma onda de sangue sendo
bombeada na circulação arterial, pela contração
do ventrículo esquerdo;
As características das pulsações (frequência,
qualidade, ritmo e volume) dão informações
sobre a eficácia do coração
Frequência normal: entre 60 e 100 bpm
26. PULSO
Variações no pulso
• Quando o volume de sangue reduz
(hemorragia), a frequência cardíaca aumenta para
manter o débito cardíaco;
• Altera devido a:
– Atividade física
– Medicamentos
– Emoções
– Dor
– Calor e frio
– Processos de doença.
27. PULSO
• Frequência das pulsações elevada:
– Taquicardia (entre 100 e 180 bpm)
– Reduz o tempo de enchimento do coração
– Diminui o volume de batimentos e o débito cardíaco
• Fatores que contribuem para a taquicardia
– Redução da pressão arterial
– Aumento da temperatura (7 a 10 bpm a cada 0,6°C)
– Oxigenação insatisfatória
– Dor, emoções fortes (medo, raiva, ansiedade,
surpresa)
– Medicamentos
28. PULSO
• Frequência das pulsações reduzida
– Bradicardia (abaixo de 60 bpm)
– Comum durante o sono nos homens e
pessoas magras
• Fatores que contribuem para a
bradicardia:
– Hipotermia
– Envelhecimento
– Medicamentos
29. PULSO
• Frequência das pulsações reduzida:
Quando acompanhada a dificuldade
respiratória, mudanças no nível de
consciência, diminuição da pressão arterial,
angina e alterações no ECG ??
EMERGÊNCIA
30. PULSO
Variações da Pulsação conforme Idade
IDADE PULSO (bpm)
RN a 1 mês 120 - 160
1-12 meses 80 - 140
12 meses a 2 anos 80 - 130
2 a 6 anos 75 - 120
6 a 12 anos 75 - 110
Adolescente a adulto 60 - 100
31. PULSO
Variações no pulso:
Amplitude e qualidade das pulsações
– Reflete a força da contração ventricular
esquerda
– CHEIO ou PULSANTE
• quando vigoroso
– FRACO ou FILIFORME
• quando frágil
32. PULSO
Ritmo das pulsações:
É o padrão de pulsações e as pausas entre
elas devem ser regulares.
Arritmia: irregularidade dos batimentos
cardíacos
33. PULSO
Aferição da pulsação:
• Dedos indicadores e médio
– NÃO usar o polegar
• Estetoscópio
– Para pulso apical
• Monitores cardíacos
• Oxímetros de pulso
• Aparelhos eletrocardiograma
34. PULSO
Locais e métodos de avaliação:
• Pulsos arteriais periféricos:
– Radial
– Carótida
– Femoral
– Temporal
– Braquial
– Poplítea
– Dorsal do pé
– Tibial posterior
35. PRESSÃO ARTERIAL
• Conceito: A pressão arterial refere-se à força
do sangue em relação às paredes arteriais.
• A pressão sistólica é o ponto mais alto de
pressão sobre as paredes arteriais, quando os
ventrículos se contraem. Quando o coração
descansa entre os batimentos, durante a
diástole, cai a pressão.
• A pressão mais baixa presente sobre as
paredes arteriais durante a diástole é a pressão
diastólica.
36. PRESSÃO ARTERIAL
Categorias de níveis de pressão arterial nos adultos (18 anos +)
A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mm Hg)
Categoria Sistólica Diastólica
Normal <120 <80
Pré-hipertensão 120-139 80-89
PA elevada:
Estágio 1 140-159 90-99
Estágio 2 ≥ 160 ≥ 100
37. PRESSÃO ARTERIAL
• A série de sons escutados pelo
profissional de saúde ao avaliar a pressão
arterial é chamada de sons Korotkoff.
38. PRESSÃO ARTERIAL
• A pressão pode ser verificada com diferentes
tipos de dispositivos. Normalmente, é verificada
com estetoscópio e esfigmomanômetro.
• Pode ainda ser medida com ultra-som Doppler,
calculada por palpação e verificada com
dispositivos eletrônicos ou automáticos.
39. PRESSÃO ARTERIAL
Medidas falsamente baixas:
• Deficiência auditiva,
• Ruído ambiental,
• Aplicação de manguito largo demais,
• Inserção incorreta das aurículas do estetoscópio,
• Uso de borracha fissurada ou dobrada,
• Liberação rápida da válvula,
• Colocação errada da campânula além da área direta da
artéria
• Falha em bombear o manguito em 20 a 30
• mm Hg acima do desaparecimento do pulso
40. PRESSÃO ARTERIAL
• Medidas falsamente elevadas:
• Uso de manômetro não-calibrado na marca zero,
• Verificação da pressão imediatamente após exercício,
• Visualização do menisco a partir do nível dos olhos,
• Aplicação de manguito apertado demais,
• Liberação muito lenta da válvula,
• Reinflação do balão durante a ausculta.
42. DOR
• “Uma experiência sensorial e emocional
desagradável, associada a um dano real ou
potencial dos tecidos, ou descrita em termos de
tais danos. Cada indivíduo aprende a utilizar
este termo mediante suas experiências
anteriores...”
(Associação Internacional para Estudos da Dor - IASP)
43. DOR
Terminologia em Dor
• ALODÍNIA: dor que surge como resultado de
estimulação não-nociva aplicada à pele normal
• HIPERALGESIA: dor exacerbada a um estímulo
nociceptivo
• DISESTESIA: sensação anormal desagradável, seja
espontânea ou não
• PARESTESIA: sensação anormal, geralmente não
desagradável, espontânea ou provocada
• LIMIAR DE DOR: a menor intensidade de estímulo que
permite ao indivíduo perceber a dor
44. DOR
Repercussões da Dor:
• Prejuízo social
• Desequilíbrio emocional
• Atividades profissionais e laborais
• Impacto nas Atividades de Vida Diária
• Qualidade de vida
45. DOR
Avaliação x Mensuração
• Não são sinônimos
• MENSURAR: apenas quantificar a dor
• AVALIAR: processo global, mais amplo,
compreender a experiência dolorosa
• Mais do que “avaliar a dor” é preciso “avaliar a
pessoa com dor”
47. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Referências:
• GUYTON, Arthur C. e HALL, Jonh E., Tratado de Fisiologia
Médica,11ª Ed., Rio de Janeiro, ED. Guanabara Kogan S.A., 2007
• SILVA, Lolita D; PEREIRA,Sandra R.M; MESQUITA, Ângela M.F.
Procedimentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004
• TAYLOR, Carol; LILLIS, Carol; LEMONDE,Priscila. Fundamentos
da enfermagem – A arte e a ciência do cuidado da enfermagem.
Porto Alegre: Artmd, 2007
• TIMBY, Barbara K. Conceitos e habilidades fundamentais no
atendimento de enfermagem. Porto Alegre: Artemed, 2004