Paulo Freire nasceu em 1921 no Recife e desenvolveu um método de alfabetização de adultos que levou 300 pessoas a aprenderem em 45 dias. Sua educação dialógica, problematizadora e crítica criticava a educação bancária e objetivava formar cidadãos reflexivos. Após o golpe de 1964, Freire foi exilado e seu método não foi aplicado no Brasil, apesar de sua importância teórica ser reconhecida.
2. Biografia
Nasceu em Recife(19/09/1921), no estado de
Pernambuco. Sua família era de classe média,
mas Paulo Freire vivenciou a pobreza na
infância(1929). Ele teve cinco filhos com a
professora primária Elza Maia Costa Oliveira.
Após a morte de sua primeira mulher casou-se
com sua ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Com
ela viveu até morrer(02/05/1997), vítima de
infarto, em São Paulo.
3. Sua trajetória
Lecionou português de 1941 à 1947;
Foi assistente e depois diretor do departamento de Educação e Cultura do
SESI/PE, onde desenvolveu suas primeiras experiências com a educação de
trabalhadores, levando à constituição do método Paulo Freire. Seu grupo
foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em 45 dias.
Com isso foi aprovado por João Goulart o Plano Nacional de Alfabetização;
Com o golpe militar de 1964 Freire foi exilado e o esforço empenhado
nesse Plano foi extinguido. Com a Anistia ele voltou ao Brasil em 1980;
Filiado ao Partido dos Trabalhadores, atuou como supervisor para o
programa do partido para a Alfabetização de adultos de 1980 à 1986;
No período de 1989 – 1993 Freire foi nomeado secretário de educação da
cidade de São Paulo, exercendo somente até 1991, onde criou o
Movimento de alfabetização de jovens e adultos(MOVA);
Em 1991 foi criado o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar suas
ideias.
4. Contribuições teóricas
Paulo Freire criticava imensamente o que ele chamava de
Educação Bancária, a qual considerava monológica e conduzia a
opressão, pois os alunos eram objetos e não sujeitos da
aprendizagem. Ele classificava como libertadora a educação:
• Dialógica: com uma troca de informações entre o professor e
o aluno;
• Problematizadora: com temas escolhidos de acordo com a
realidade do aluno;
• Crítica: formando o aluno como cidadão;
• Voltada para a reflexão, ou seja, prática-teoria-prática.
Paulo Freire não só apresentou uma proposta concreta, como
tentou implantá-la em vários países.
5. “Seria uma atitude muito ingênua
esperar que as classes dominantes
desenvolvessem uma forma de
educação que permitisse as classes
dominadas perceberem as injustiças
sociais de forma crítica.”
6. Segundo os dados mais recentes do IBGE, o Brasil
ainda possui 13 milhões de analfabetos, apesar da
diminuição do índice nos últimos anos.
O historiador e doutor em Educação José Eustáquio
Romão, seu amigo pessoal e especialista em sua obra,
afirma: "Paulo Freire nunca foi aplicado na educação
brasileira. (...) Ele entra (nas universidades) como frase
de efeito, como título de biblioteca, nome de salão."
7. Com base em nossas pesquisas podemos
entender que as teorias freirianas nunca foram
verdadeiramente implantadas na educação
brasileira, sendo apenas perpassadas aos alunos
de forma teórica em universidades e cursos de
formação de professores.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150719_entrevista_romao_paulofreire_cc