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CGCFN-31.2 OSTENSIVO
MANUAL DE OPERAÇÕES
CONTRA FORÇAS IRREGULARES DOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
OSTENSIVO CGCFN-31.2
MANUAL DE OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES DOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
FINALIDADE: BÁSICA
1ª Edição
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
ATO DE APROVAÇÃO
APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-31.2 - MANUAL DE
OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES DOS GRUPAMENTOS
OERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS.
RIO DE JANEIRO, RJ.
Em 12 de novembro de 2008.
ALVARO AUGUSTO DIAS MONTEIRO
Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral
ASSINADO DIGITALMENTE
AUTENTICADO
PELO ORC
RUBRICA
Em_____/_____/_____ CARIMBO
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - III - ORIGINAL
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto ........................................................................................................ I
Ato de Aprovação ................................................................................................... II
Índice....................................................................................................................... III
Introdução ............................................................................................................... V
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1 - Características das Forças Irregulares ............................................................ 1-1
1.2 - Guerra Irregular .............................................................................................. 1-3
1.3 - Guerra Insurrecional ....................................................................................... 1-3
1.4 - Guerra Revolucionária.................................................................................... 1-3
1.5 - Forças Irregulares ........................................................................................... 1-3
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS
IRREGULARES
2.1 - Generalidades ................................................................................................. 2-1
2.2 - Tipos de Operações......................................................................................... 2-2
2.3 - Requisitos para o Êxito................................................................................... 2-3
2.4 - A atividade de Inteligência ............................................................................. 2-7
2.5 - Fatores de Planejamento................................................................................. 2-9
2.6 - Organização da Área de Operações................................................................ 2-11
2.7 - Designação do Grau de Controle da Área ...................................................... 2-13
2.8 - Bases de Combate........................................................................................... 2-14
2.9 - Postos de Segurança Fixos.............................................................................. 2-15
CAPÍTULO 3 - OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA RURAL
3.1 - Generalidades ................................................................................................. 3-1
3.2 - Planejamento................................................................................................... 3-2
3.3 - Tipos de Ações Desenvolvidas nas Operações Contraguerrilha Rural........... 3-3
CAPÍTULO 4 - OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA URBANA
4.1 - Generalidades ................................................................................................. 4-1
4.2 - Ações Realizadas nas Operações de Guerrilha Urbana.................................. 4-2
4.3 -Tipos de Ações Desenvolvidas nas Operações Contraguerrilha Urbana......... 4-2
4.4 - Emprego Mínimo da Força............................................................................. 4-3
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
CAPÍTULO 5 - MEDIDAS DE SEGURANÇA
5.1 - Generalidades.................................................................................................. 5-1
5.2 - Planejamento................................................................................................... 5-1
5.3 - Recursos para a Segurança.............................................................................. 5-2
5.4 - Segurança de Instalações Fixas....................................................................... 5-6
5.5 - Proteção de Comboios..................................................................................... 5-10
5.6 - Contra-emboscada........................................................................................... 5-13
CAPÍTULO 6 - APOIO AO COMBATE
6.1 - Generalidades.................................................................................................. 6-1
6.2 - Comando e Controle (C²)................................................................................ 6-1
6.3 - Comunicações e Guerra Eletrônica................................................................. 6-1
6.4 - Inteligência...................................................................................................... 6-1
6.5 - Contra-inteligência.......................................................................................... 6-2
6.6 - Artilharia ......................................................................................................... 6-2
6.7 - Apoio Aéreo.................................................................................................... 6-2
6.8 - Coordenação do Apoio de Fogo...................................................................... 6-2
6.9 - Operações Especiais........................................................................................ 6-3
6.10 - Engenharia..................................................................................................... 6-3
CAPÍTULO 7 - APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE ......................................... 7.1
7.1 - Generalidades.................................................................................................. 7-1
7.2 - Recursos Humanos.......................................................................................... 7-1
7.3 - Suprimento ...................................................................................................... 7-1
7.4 - Manutenção..................................................................................................... 7-2
7.5 - Transporte ....................................................................................................... 7-2
7.6 - Serviço de Polícia............................................................................................ 7-2
7.7 - Apoio Químico, Biológico e Nuclear.............................................................. 7-2
7.8 - Assuntos Civis................................................................................................. 7-3
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - V - ORIGINAL
INTRODUÇÃO
Esta publicação tem por propósito o estabelecimento dos fundamentos essenciais para
as operações contra forças irregulares, que servirão de base para as demais publicações da
série CGCFN. Estas operações são basicamente operações de contraguerrilha conduzidas por
forças legais para combater forças irregulares apoiadas ou não pela população local ou outras
fontes externas, tais como governos, organizações transnacionais, organizações religiosas ou
narcotráfico internacional.
No capítulo 1 são apresentadas as características das forças irregulares e as definições
de guerra irregular, guerra insurrecional e guerra revolucionária. No capítulo 2 são
apresentados os tipos de operações e requisitos para o êxito. São apresentados também
aspectos relacionados à atividade de inteligência, fatores que interferem no planejamento,
designação do grau de controle da área e aspectos relacionados às bases de combate e postos
de segurança. No capítulo 3 são apresentados os aspectos relacionados ao planejamento das
operações contraguerrilha rural e também os tipos de ações desenvolvidas neste tipo de
operação. No capítulo 4 são apresentadas as ações realizadas na guerrilha urbana e os tipos de
ações desenvolvidas nas operações contraguerrilha urbana. No capítulo 5 são apresentados os
principais fatores que influenciam o planejamento das medidas de segurança a serem
observadas nas operações contra forças irregulares, bem como suas características e o seu
desejável emprego. Por fim, nos capítulos 6 e 7, são abordadas peculiaridades do apoio ao
combate e do apoio de serviços ao combate nas operações contra forças irregulares.
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da
Marinha, como: PMB, não controlada, ostensiva, básica e manual.
Esta publicação substitui a CGCFN-2800 - Manual de Operações contra Forças
Irregulares, 1ª edição, aprovada em 17 de dezembro de 2004, preservando seu conteúdo, que
será adequado ao previsto no Plano de Desenvolvimento da Série CGCFN (PDS-2008),
quando de sua próxima revisão.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 1-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 - CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS IRREGULARES
As forças irregulares se caracterizam pela mobilidade, por ações ofensivas e por
explorar o princípio da surpresa. Além dessas características, outros aspectos favorecem
a atuação dessas forças tais como: apoio da população civil, apoio externo, aspectos
políticos, aspectos legais e as táticas.
1.1.1 - Apoio da população civil
O sucesso das forças irregulares depende do contínuo apoio moral e material da
população civil. A comunidade local está, normalmente, sob pressão dessas forças.
As medidas punitivas, tais como represálias, terrorismo, restrições ao movimento e
seqüestro de bens e propriedades, são executadas contra os que não apóiam suas
atividades. Quando a população local apresenta resistência, as represálias
provenientes poderão se agravar com o passar do tempo. A comunidade civil pode
auxiliar as forças irregulares fornecendo suprimentos, voluntários, informações,
transmitindo alertas e apoiando as operações de fuga e evasão. Depois que a força
irregular está estabelecida e suficientemente forte, ela pode ter que aplicar a força
sobre certos elementos da população para obter o seu apoio, como por exemplo,
coagir setores indiferentes ou insensíveis da população a apoiar sua causa. Os civis
que participam de tais atividades de apoio são conhecidos como colaboradores.
1.1.2 - Apoio externo
As operações desenvolvidas pelas forças irregulares são mais eficientes quando
existe apoio de fontes externas, tais como: governos, organizações transnacionais,
organizações religiosas, organizações não-governamentais e o narcotráfico
internacional. Esse apoio é tanto político e psicológico como operacional e logístico.
Uma nação decide apoiar uma força irregular quando sente que, em decorrência
desse apoio, pode conseguir contribuição expressiva para a consecução de seus
objetivos nacionais.
1.1.3 - Aspectos políticos
As operações de forças irregulares têm, freqüentemente, sido descritas como sendo
de natureza mais política do que militar. É, certamente, militar no sentido tático, mas
é, também, política, uma vez que tem origem, geralmente, na luta pelo poder local.
Seus objetivos são, normalmente, políticos e após atingir seus próprios objetivos,
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 1-2 - ORIGINAL
auxiliam o país patrocinador a alcançar seus interesses.
1.1.4 - Aspectos legais
As forças irregulares são reconhecidas pelo Direito Internacional Aplicado aos
Conflitos Armados e pelas regras da Convenção de Genebra, tanto quanto o é a
guerra regular. De acordo com o enunciado do artigo 4 item 6 dessa Convenção, os
membros de tropas irregulares são enquadrados como se tropa regular fossem, para
efeito de tratamento como prisioneiros de guerra, desde que portem armas
ostensivamente.
1.1.5 - Táticas
Os elementos das forças irregulares, geralmente, têm suas ações limitadas, não
atingindo a uniformidade e a abrangência que atingem as unidades regulares. Por
este fato, acrescido do problema logístico e das necessidades do potencial humano,
essas forças, inicialmente, não enfrentam decisivamente unidades regulares.
As ações das forças irregulares são facilitadas por outras atividades militares que
desviam esforços potenciais do seu oponente. Por outro lado, se o seu oponente está
livre de outras preocupações, ele combate as forças irregulares com suas melhores
tropas, a fim de proteger suas instalações vitais. As forças irregulares, portanto,
tendem a coordenar suas atividades com outras forças e atacar o oponente nos
pontos mais desvantajosos para ele. Seus ataques são, normalmente, executados
durante períodos de visibilidade reduzida e dirigidos contra partes isoladas, locais
fracamente defendidos ou contra o inimigo em movimento. Quando consciente de
suas próprias vulnerabilidades e limitações, as forças irregulares podem ter
esperança de sobrevivência e de eventual sucesso. De um modo geral, inicialmente,
o conhecimento do terreno e das condições psicossociais da região funcionam como
o maior fator de força das forças irregulares, apesar de elas serem, normalmente,
inferiores ao inimigo em potência de fogo, efetivos, comunicações, logística e
organização. Elas são iguais, e freqüentemente superiores, quando se trata da busca
de informações, da dissimulação e da escolha do momento oportuno para as ações.
a) Táticas ofensivas
O êxito do combate irregular baseia-se na ação ofensiva combinada com a
surpresa. Normalmente as forças irregulares executam suas ações durante
períodos de visibilidade reduzida e abandonam o cenário de ação tão
rapidamente quanto possível. Procuram não operar sistematicamente numa
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 1-3 - ORIGINAL
mesma área e variam suas ações de forma que nenhum procedimento
padronizado se torne evidente. Se possível, elas atacam dois ou três alvos
simultaneamente, para dividir o esforço de perseguição e os reforços do inimigo.
b) Táticas defensivas
As forças irregulares dispõem de informantes que lhes fornecem informações
sobre seus oponentes. Tais informações permitem que contramedidas
apropriadas sejam tomadas, evitando, sempre que possível, o enfrentamento.
1.2 - GUERRA IRREGULAR
É a forma, método ou processo de realizar ações ou operações militares, por forças
irregulares, contra um governo estabelecido ou um poder de ocupação, compreendendo
ações interligadas de guerra de guerrilha e de subversão.
1.3 - GUERRA INSURRECIONAL
É a guerra interna que obedece a processos geralmente empíricos, em que uma parte da
população, auxiliada e reforçada, ou não, pelo exterior, mas sem estar apoiada em uma
ideologia, empenha-se contra a autoridade (de direito ou de fato) que detém o poder,
com o objetivo de depor ou, pelo menos, forçá-la a aceitar as condições que lhe foram
impostas.
1.4 - GUERRA REVOLUNCIONÁRIA
É o conflito interno que obedece a processos determinados, geralmente inspirado em
uma ideologia, com o auxílio ou não do exterior, que visa a conquista subversiva do
poder pelo controle progressivo da nação.
1.5 - FORÇAS IRREGULARES
1.5.1 - Guerrilha Rural
São ações conduzidas por forças irregulares, em ambiente rural, caracterizado por
regiões com baixa concentração demográfica, onde as forças irregulares,
normalmente, conhecem bem o terreno e buscam o apoio da população local. O
terreno e a vegetação fornecem cobertas e abrigos, bem como áreas para treinamento
das forças irregulares. Essas forças, normalmente, buscam em seus estágios iniciais,
estabelecerem-se em ambiente rural, até que tenham efetivos que permitam
expandirem suas bases e ações para outras regiões.
1.5.2 - Guerrilha Urbana
São ações conduzidas por forças irregulares, em ambiente urbano, caracterizado pela
existência de muitas construções e alta concentração demográfica. Visam subverter a
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 1-4 - ORIGINAL
ordem, buscando o apoio da população local com a finalidade de alcançar algum
propósito: político, social, econômico etc.
1.5.3 - Ações Terroristas
Terrorismo e violência não são a mesma coisa. A violência é um instrumento do
terrorismo. O terrorismo busca, pelo uso da violência ou pela sua ameaça, coagir
governos, autoridades ou mesmo populações explorando-lhes o medo.
O terrorismo é uma das mais fortes armas das forças irregulares, pois além de servir
para desmoralizar as forças de repressão, permite o convencimento dos que
abertamente se opõem às forças irregulares e proporciona meios para a obtenção de
apoio e obediência da parte indecisa da população.
O terrorismo é utilizado, também, na manutenção da disciplina e da solidariedade
dos componentes da força irregular, que sabem que sua família poderá pagar pelos
seus atos e que a traição e a deserção poderão ser punidos.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES
2.1 - GENERALIDADES
As operações contra forças irregulares são constituídas pelo conjunto de ações
executadas com a finalidade de deter, reduzir ou eliminar as atividades de forças
irregulares. Concomitantemente com a realização de operações militares contra as
forças irregulares, devem ser executadas ações de natureza policial, no sentido de
exercer o controle da população e garantir a segurança das tropas, das instalações, das
comunicações e vias de transporte, e, ainda, ações sociais ou políticas, destinadas a
manter ou reconquistar o apoio da população, mediante um programa de esclarecimento
da ação governamental e de melhoria das condições de vida da população local.
A guerra irregular é uma luta de imaginação, engenhosidade e improvisação entre
vontades que se opõem. Os comandantes devem estar sempre em condições de adaptar-
se, modificar, ou mesmo, abandonar táticas, técnicas e procedimentos usuais de modo a
enfrentar a situação em curso.
Quando as operações de uma força que atua contra forças irregulares tornam-se
estereotipadas, a surpresa está perdida e, com ela, um dos mais importantes fatores do
sucesso.
A provável reação da força irregular, quando se encontra sob o efeito das operações de
forças regulares, é transferir-se para outra área ou retardar as suas ações, até que estas
operações diminuam sua incidência, assim as ações não devem ser interrompidas pelo
fato da oposição ter sido interrompida.
O terreno não se constitui em objetivo a ser conquistado e mantido pelas forças
irregulares, até que seus efetivos e sua organização comecem a se tornar semelhantes
aos de uma força regular. Nos primeiros momentos os comandantes das forças regulares
devem buscar, continuamente, orientar os seus esforços no sentido da destruição do
inimigo, não visando o terreno que, normalmente, ao ser perdido não trará prejuízo
tático à força irregular.
Toda força regular, que atua em uma determinada área visando manter o controle
governamental sobre a mesma e destruir a força irregular, terá que negar-lhe o apoio da
população local, estabelecer condições de segurança física e psicológica para a
população e conquistar o apoio voluntário da mesma que deverá se dispor a participar
de ações governamentais. Paralelamente a essas ações militares, políticas e sociais, é
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-2 - ORIGINAL
fundamental a busca contínua de informações e o emprego das operações psicológicas
(OpPsc).
Dentro do contexto dos conflitos contemporâneos, as OpPsc vêm tendo um papel
fundamental no campo interno e externo. A opinião pública internacional, motivada
pelos meios de comunicação internacionais, por meio da ação dos estados ou de outras
organizações, pode gerar um apoio maciço à causa das forças irregulares. No campo
interno, situação semelhante pode ocorrer, com conseqüências desastrosas para o
governo, assim como para a atuação e apoio das forças regulares. As OpPsc são hoje um
fato e não uma possibilidade, devendo serem sempre consideradas e desenvolvidas com
o concurso de ações próprias em apoio e suporte às operações táticas.
2.2 - TIPOS DE OPERAÇÕES
As tarefas da tropa regular em operações contra forças irregulares são localizar,
dispersar, capturar ou eliminar o oponente e impedir o seu ressurgimento. Normalmente,
o cumprimento destas tarefas exigirá a execução das seguintes operações:
2.2.1 - Operações tipo polícia
Operações realizadas com a finalidade de assegurar o controle da população e prover
a segurança das tropas, instalações, vias de transporte e núcleos urbanos. Esse tipo
de operação contribui para o controle do movimento das forças irregulares e seu
material.
2.2.2 - Operações de combate
Operações realizadas com o propósito de neutralizar, destruir ou capturar a força
irregular. Normalmente, envolvem ações de inquietação, interdição do apoio externo
e ações ofensivas desencadeadas pelas forças regulares contra seus oponentes.
2.2.3 - Ação cívico-social (ACISO)
Conjunto de atividades de assistência e auxílio a comunidades, desenvolvendo o
espírito cívico e comunitário dos cidadãos e contribuindo para minimizar seus
problemas mais imediatos e prementes. Essa ação facilita a manutenção ou o resgate
da credibilidade governamental e, conseqüentemente, proporciona melhores
condições para a atuação das forças legalistas.
A ACISO é uma valiosa ferramenta para a conquista do apoio da população local.
Seus efeitos podem ser maximizados pelo emprego coordenado com OpPsc. A
ACISO deve ser empregada, também, como instrumento de busca de dados.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-3 - ORIGINAL
2.2.4 - Operações de inteligência e a contra-inteligência
Conjunto de ações de buscas especializadas, desenvolvidas em caráter sistemático
ou exploratório, em apoio à produção e à salvaguarda do conhecimento. Buscam
obter o perfeito conhecimento da área, da força irregular e da população e ocultar
informações úteis ao oponente.
2.2.5 - Operações Psicológicas
São ações políticas, econômicas, psicossociais e militares destinadas a criar em
grupos – inimigos, hostis, neutros ou amigos – emoções, atitudes ou
comportamentos favoráveis à consecução de objetivos específicos. Envolvem,
normalmente, o emprego de meios de propaganda disponíveis, com o propósito de
reforçar, ampliar ou suplementar o efeito das demais atividades supracitadas.
A opinião pública interna e os meios de comunicação devem estar suficientemente
informados e direcionados para a consecução dos propósitos desejados, uma vez que
o apoio da população se constitui em fator vital para o sucesso operacional.
2.3 - REQUISITOS PARA O ÊXITO
É mais fácil prevenir a formação de um movimento de resistência do que reprimi-lo
depois de formado. Da mesma forma, é muito mais fácil debelar tal movimento durante
os seus estágios iniciais do que depois de ter atingido estágios avançados de
desenvolvimento. Na verdade, porém, a identificação específica dos elementos de
resistência, nas fases iniciais, costuma ser extremamente difícil dada a sua fluidez e
estrutura ainda desconhecida.
As forças do governo devem descobrir e neutralizar as ações dos elementos da
população civil que apóiam a força irregular. Assim, algumas medidas que venham a
desagradar à população poderão ser adotadas. A dificuldade inicial para identificação
destes elementos poderá contribuir para o aumento do apoio da população às forças
irregulares.
A população deve ser bem esclarecida sobre as razões das ações tomadas e deve ser
levada a compreender que tais medidas são de natureza temporária e serão suspensas tão
logo as forças irregulares sejam eliminadas.
Uma área que se defronta com uma séria ameaça de forças irregulares deve ser
considerada como de contato provável ou iminente. As unidades localizadas em tais
áreas devem manter permanente atividade de alerta e conduta agressiva. Uma conduta
com atitudes desatentas permite que a força irregular explore o princípio da surpresa.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-4 - ORIGINAL
A ação ofensiva deve ser contínua e agressiva.
Os pontos de maior vulnerabilidade da força irregular são o apoio da população civil, o
provimento de apoio de saúde, obtenção de alimentos, a estrutura de comando, o moral
e o suprimento de armas e munições.
Os elementos da população local que não são membros de organizações paramilitares,
em princípio, não devem ser utilizados pelas forças regulares. Caso seja necessário o
emprego destes elementos, deverá ser observado, criteriosamente, o aspecto da
segurança.
Para obter êxito, qualquer força engajada em operações contra forças irregulares deve
dispor de:
- maior mobilidade do que as forças irregulares;
- informações tão detalhadas quanto possíveis sobre o terreno, a força irregular e as
características da população local;
- comunicações eficientes e seguras;
- soldados altamente adestrados e com elevado condicionamento físico e moral;
- liderança criativa e agressiva;
- avaliação realística das possibilidades e limitações das próprias forças e das forças
amigas;
- ampla análise das instalações críticas e vulneráveis existentes no setor, que poderão ser
designadas como alvos da força irregular;
- amplo conhecimento dos recursos disponíveis para melhor priorizar sua distribuição; e
- medidas eficientes para a descoberta e emprego de outros recursos.
Os requisitos que se seguem são particularmente importantes para o êxito das operações
contra forças irregulares, embora se possa acrescentar outros:
- apoio da população;
- operações ofensivas;
- boa rede de inteligência;
- integração de esforços;
- mobilidade;
- liderança;
- surpresa;
- segurança;
- planejamento contínuo;
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-5 - ORIGINAL
- ação psicológica; e
- adestramento específico.
Alguns destes requisitos merecem uma análise mais cuidadosa.
2.3.1 - Apoio da população
Em contraste com a guerra regular, a adesão da população é a meta principal do
esforço contra forças irregulares porque, apoiado por ela, a força irregular poderá
crescer e ter seu apoio logístico facilitado. O apoio da população é o requisito mais
importante para o bom êxito das operações contra forças irregulares.
2.3.2 - Operações ofensivas
Nas operações contra forças irregulares é particularmente importante manter a
ofensiva, a fim de impedir que o inimigo tome a iniciativa. As medidas puramente
defensivas dão tempo às forças irregulares para se organizarem. Elas só se justificam
quando o efetivo de que se dispõe não permite a ação ofensiva. Até mesmo as
operações ofensivas limitadas produzem melhores resultados do que a atitude
passiva. Elas devem ser contínuas e agressivas, mantendo pressão constante durante
toda a operação. Caso o contato com o inimigo tenha sido perdido, um esforço
agressivo deverá ser feito para seu restabelecimento, principalmente pelo
patrulhamento aéreo e terrestre. Tais procedimentos mantêm a força irregular sob
pressão, reagindo às nossas ações, o que reduz a sua segurança, quebra a sua
organização e abate o seu moral. Os longos períodos de inatividade dão à força
irregular oportunidade para tratar seus feridos, reorganizar-se e reiniciar suas ações.
2.3.3 - Rede de inteligência
A ação militar contra a força irregular depende da busca e do processamento rápido
dos conhecimentos obtidos. As atividades de busca de informes podem, algumas
vezes, interferir no esforço ofensivo. A condução de operações de inteligência
poderá exigir a suspensão da atividade tática em determinada área, a fim de que
melhor se possa observar a situação das forças irregulares. Assim, é necessário
coordenar as ações de busca e coleta de dados das diversas fontes, e realizar o
correto processamento em um Centro de Análise de Inteligência integrado nos níveis
tático, operacional, estratégico-militar e político.
2.3.4 - Integração de esforços
Não basta a integração completa dos diversos elementos militares. A teoria da guerra
exalta a subordinação da guerra à política, ou seja, evidencia a centralidade política.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-6 - ORIGINAL
Os níveis de condução da guerra político, estratégico-militar, operacional e tático
devem estar organizados de tal maneira que a vontade política seja perfeitamente
traduzida para sua materialização no campo operacional.
2.3.5 - Mobilidade
Nas operações contra forças irregulares, é fundamental uma grande mobilidade para
a obtenção da surpresa e para sobrepujar a mobilidade do oponente. O emprego
criterioso de forças aeromóveis pode dar à tropa regular esta possibilidade. Nas
regiões onde o seu emprego for exeqüível, deverá ser levada em consideração a
utilização de carros de combate, de viaturas sobre rodas e viaturas blindadas. Em
princípio, uma liderança agressiva, a vontade de lutar, informações seguras e
oportunas além de um bom preparo físico, tornam uma força regular superior à
irregular em sua própria modalidade de guerra.
Nos pantanais e áreas inundadas, o amplo emprego de embarcações para o
movimento da tropa pode tornar-se extremamente útil e mesmo imprescindível.
Reservas com grande mobilidade poderão ser mantidas embarcadas para facilitar o
seu rápido emprego contra a força irregular localizada pelas patrulhas. Estas
embarcações devem ser mais rápidas do que as do inimigo e transportáveis
facilmente por suas guarnições. As características da região podem exigir o emprego
dos mais diversos tipos de embarcações: chatas, canoas, balsas feitas com material
da floresta (montaria), batelões, etc.
O emprego de helicópteros para transporte de tropas é altamente desejável em
qualquer tipo de terreno. Nas operações contra forças irregulares, a mobilidade não
depende unicamente da rapidez no deslocamento, mas, também, da rapidez na
concepção dos planos, das ações de comando e da sua execução.
2.3.6 - Liderança
A liderança merece ênfase especial nestas operações. O moral de uma tropa
engajada nas operações contra forças irregulares apresenta problemas bastante
diferentes daqueles encontrados no combate regular. Atuar contra uma força
esquiva, insidiosa, que raramente oferece um alvo definido, que se dilui quando
enfrentada e que, posteriormente, se reúne para atacar, é muito diferente do que
operar contra as forças regulares. Resultados concretos poucas vezes poderão ser
observados. Os comandantes, em todos os escalões, poderão ter que operar por
longos períodos em áreas isoladas, nas quais grande parte do seu apoio, tanto moral
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-7 - ORIGINAL
como material, dependerá da própria engenhosidade, habilidade, conhecimentos
profissionais, coragem e tenacidade. Este problema deverá ser enfrentado por meio
de uma liderança enérgica e capaz, de uma doutrinação sobre a importância das
operações contra forças irregulares e da participação efetiva de oficiais e praças.
2.3.7 - Surpresa
A surpresa é um fator que deve ser procurado em todas as operações. Contra forças
irregulares bem organizadas é difícil de ser obtida e exige de cada escalão de
comando, inclusive dos comandantes de pelotão e de grupo de combate, o emprego
de processos engenhosos e imaginativos. A variação constante da maneira de atuar e
o uso de táticas e técnicas não ortodoxas podem auxiliar bastante na sua obtenção.
Durante o planejamento, a preparação e a execução das operações, cuidados devem
ser tomados para que a força irregular não tome conhecimento antecipado de sua
natureza e finalidade. Medidas especiais de segurança são aplicadas aos
reconhecimentos, aos deslocamentos da tropa e à concentração do equipamento e
suprimento. Pode-se fazer uso de planos de dissimulação, disseminados na rede de
inteligência da força irregular, para iludi-la sobre as nossas verdadeiras intenções.
Cuidado especial deve ser tomado para impedir que o pessoal civil que apoia a força
irregular tome conhecimento do que está sendo preparado.
2.3.8 - Segurança
Incursões e emboscadas devem ser esperadas da parte da força irregular, uma vez
que ela, normalmente, se vale desses recursos para conseguir armas, munições e
equipamentos. As instalações das tropas regulares fracamente defendidas e as
instalações de suprimentos são excelentes objetivos. A tática do guerrilheiro é atacar
somente quando houver certeza do êxito. As tropas enfraquecidas, cansadas,
expostas e desprotegidas são alvos em potencial.
2.4 - A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA
As forças irregulares, a população civil e o terreno são fatores determinantes no
desenvolvimento da atividade de inteligência nesse tipo de operação. Destruir as forças
irregulares e impedir o seu ressurgimento requer conhecimentos detalhados.
2.4.1 - Força irregular
Os seguintes fatores serão considerados:
- identificação, composição, organização e dispositivo;
- localização, áreas de reunião, pontos de encontro e itinerários;
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-8 - ORIGINAL
- eficiência em combate, incluindo nível de treinamento, eficiência das
comunicações e o moral;
- métodos de operação e táticas;
- armamentos e equipamentos;
- fontes de ressuprimento de todas as classes;
- fatores que causaram ou contribuíram para o desenvolvimento e motivação do
movimento irregular incluindo apoio político e econômico;
- relacionamento entre a força irregular e a população civil;
- relacionamento e grau de apoio provenientes de meios externos; e
- vulnerabilidades psicológicas.
2.4.2 - População civil
Devido à dependência natural da força irregular da população civil, muitos dos
conhecimentos necessários se aplicam tanto para a força irregular como para a
população. Os conhecimentos necessários sobre a população civil são:
- perfeita identificação de elementos simpatizantes e perfeita identificação dos
elementos hostis à força irregular;
- grau de motivação e lealdade dos vários segmentos da população;
- quantitativo da população civil em combate ou em atividades de apoio ao
oponente;
- grau de influência da autoridade local e policial sobre a população civil;
- vulnerabilidade da população civil simpatizante à força regular e às ações de
terrorismo realizadas pela força irregular;
- efeito das medidas de controle sobre a população civil, tais como restrições ao
movimento, toque de recolher, e outras; e
- vulnerabilidades psicológicas.
2.4.3 - Terreno
Um profundo conhecimento do terreno é necessário para a condução das operações
contra forças irregulares. A coleta de dados sobre o terreno é um processo contínuo
com o propósito de atualizar as cartas da área. Todos os militares deverão ter
atenção para a coleta de dados sobre o terreno, atualizando-os continuamente. O
resultado da atividade de inteligência é prontamente disseminado por meio de
relatórios correntes de inteligência. Particular atenção será direcionada para:
- áreas que poderão ser utilizadas como bases de forças irregulares, que possuam as
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-9 - ORIGINAL
seguintes características:
• dificuldade de acesso, como em montanhas, selva ou pântanos;
• dissimulação contra reconhecimento aéreo;
• itinerários de retraimento cobertos;
• adequado abastecimento de água; e
• região próxima a uma localidade que permita, mediante deslocamentos rápidos, a
obtenção de mantimentos, informações e alerta antecipado sobre a aproximação
de forças oponentes;
- estradas e itinerários de aproximação e de ligação com áreas da força irregular,
confirmadas ou suspeitas;
- estradas e itinerários próximos a instalações amigas e linhas de comunicações;
- localização de pontos de passagem a vau, de pontes, balsas e informações sobre o
período de cheias dos rios;
- áreas onde não há disponibilidade de água potável;
- áreas que restringem o movimento a pé;
- áreas onde haja disponibilidade e capacidade de operações com helicópteros;
- locais prováveis de emboscada para forças regulares e irregulares;
- disponibilidade de áreas que possibilitem o desdobramento dos elementos de apoio
de fogo;
- localização de áreas com disponibilidades de estradas e itinerários que permitam o
apoio externo;
- localização de pequenas instalações e de fazendas próximas às áreas suspeitas de
presença de forças irregulares;
- localização de áreas que favoreçam a abicagem de embarcações; e
- prováveis áreas de homizio para depósitos de suprimentos, armamento e munição.
2.5 - FATORES DE PLANEJAMENTO
No planejamento das operações contra forças irregulares, especial atenção deve ser dada
para aspectos que envolvam tanto a situação civil (política, econômica e social) quanto a
militar.
Em seu estudo de situação, o comandante deve observar os seguintes fatores
específicos:
2.5.1 - Terreno e condições meteorológicas
- adequabilidade do terreno às operações das forças regulares e irregulares;
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- existência de possíveis áreas que favoreçam à instalação de bases de forças
irregulares; e
- efeito das condições climáticas sobre as operações das forças regulares e
irregulares.
2.5.2 - População
- necessidades sócio-econômicas mais essenciais da população local;
- a motivação e a lealdade dos vários segmentos da população com relação à força
irregular são fundamentais para o sucesso ou o fracasso das operações. O apoio da
população afetará diretamente o moral, a vontade de resistir e a capacidade para
suportar as adversidades da força irregular. Deve-se dar atenção especial aos
fazendeiros e outros habitantes da zona rural, aos criminosos e desordeiros, às
pessoas que professam os ideais políticos da força irregular, aos ex-membros das
forças armadas e às pessoas com fortes tendências e possibilidades de liderança
negativa;
- efetivo e proporção relativa da população que poderá apoiar a força que realizará a
operação contra força irregular; e
- sensibilidade relativa dos vários elementos da população à propaganda das forças
regulares e irregulares.
2.5.3 - Recursos disponíveis para as forças irregulares
- capacidade da área em fornecer suprimentos;
- capacidade da força irregular de controlar a colheita, o armazenamento e a
distribuição de alimentos;
- disponibilidade de água;
- disponibilidade de combustíveis e de meios de transporte; e
- disponibilidade de armas, munições, explosivos e outros suprimentos.
2.5.4 - Organização da força irregular e suas atividades
- origem e grau de desenvolvimento;
- efetivo, moral e nível de instrução;
- personalidade de seus líderes;
- relacionamento com a população civil;
- eficiência de sua organização e unidade de comando;
- disponibilidade de equipamentos e suprimentos;
- eficiência das comunicações;
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-11 - ORIGINAL
- eficiência da sua rede de inteligência;
- dispositivos da força irregular, sejam eles conhecidos ou prováveis; e
- táticas empregadas.
2.5.5 - Efetivo e composição das forças que realizam operações contra forças
irregulares
- nível de adestramento da tropa regular para operar na área considerada;
- outras unidades que estejam na área;
- organizações locais de polícia;
- limitações; e
- conveniência do emprego de civis na segurança das instalações críticas para fazer
face às deficiências em pessoal.
2.5.6 - Ligações das forças irregulares com países estrangeiros, entidades ou
Organizações Não Governamentais (ONG)
- direção e orientação das atividades da força irregular, ou seja, se estas obedecem a
uma orientação geral de algum país estrangeiro, entidades ou ONG que a apóiam;
- como são estabelecidas as comunicações entre o país estrangeiro, entidades ou
ONG com as forças irregulares; e
- possibilidades do país estrangeiro, entidades ou ONG que apoiam a força irregular
de enviar orientadores ou suprimentos para a área onde esta atua.
2.6 - ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE OPERAÇÕES
Normalmente, a unidade engajada em operações contra forças irregulares recebe uma
área de responsabilidade. Se possível, esta área deve coincidir com a subdivisão política
em que se situa a região afetada. Esta distribuição tem por finalidade fazer o maior
emprego possível da organização ou sistema administrativo civil existente, empregar ao
máximo as forças policiais e paramilitares já organizadas e utilizar as redes de
informações porventura existentes.
A atribuição de uma subdivisão política a uma unidade facilita a ajuda que as
autoridades civis possam fornecer e, conseqüentemente, permite o emprego de um
efetivo maior para as atividades especificamente militares.
No entanto, deve-se compreender que as subdivisões políticas nem sempre fornecerão
as melhores áreas para as operações militares e, na maioria dos casos, os limites das
áreas de responsabilidades das unidades serão ditados pelos fatores militares
preponderantes. Os princípios que regulam a escolha de limites para estas áreas de
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-12 - ORIGINAL
responsabilidade nas operações contra forças irregulares são os mesmos das operações
regulares.
Normalmente, o Componente de Combate Terrestre (CCT) de um Grupamento
Operativo de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) recebe uma área específica de
responsabilidade que deverá ser dividida em setores até o nível de suas subunidades. O
comandante da subunidade não deve distribuir áreas a seus pelotões, e sim tarefas
específicas que contribuam para o cumprimento da missão do escalão superior. Dentro
dos setores e subsetores designados, cada escalão de comando, até o nível companhia
inclusive, instalará uma ou mais bases de combate, a partir das quais serão lançadas as
operações ofensivas e os postos de segurança fixos que forem necessários à proteção da
tropa, das instalações e das vias de transporte. A força responsável por determinada área
de operações deverá manter em sua base de combate um elemento reserva de valor
compatível com o seu escalão, para ser empregado quando necessário.
As dimensões da área atribuída a uma unidade dependem da missão, do terreno, da
natureza da força irregular, do efetivo disponível e do grau de apoio da população. Nas
regiões menos desenvolvidas e de difícil acesso, sob controle da força irregular, as áreas
de responsabilidade serão bem menores do que nas regiões mais desenvolvidas, dotadas
de estradas, onde a força irregular não exerça um controle efetivo. Quando a área de
uma unidade for extensa demais para permitir que os escalões subordinados a
vasculhem simultaneamente, o comandante deverá determinar uma prioridade para a
limpeza das subáreas e atribuir responsabilidades para executá-la.
Em qualquer caso, o subsetor atribuído a uma subunidade não deverá ser maior do que
aquele que ela pode vasculhar ou controlar, sem que grandes grupos de forças
irregulares logrem escapar e reorganizar-se em outras regiões do próprio subsetor.
Normalmente, a companhia mantém como reserva uma força de reação de valor pelotão.
O batalhão, por sua vez, deve manter como reserva uma força de reação com o valor de,
pelo menos, dois pelotões. O CCT de um GptOpFuzNav tipo Brigada Anfíbia (BAnf)
deve manter uma força de reação, de valor batalhão, destinada a enfrentar e destruir
grandes concentrações de forças irregulares em sua área. De preferência, essas reservas
deverão estar em condições de serem helitransportadas e, se o terreno permitir,
mecanizadas ou motorizadas.
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OSTENSIVO - 2-13 - ORIGINAL
2.7 - DESIGNAÇÃO DO GRAU DE CONTROLE DA ÁREA
Nas normas de ação de uma unidade engajada em operações contra forças irregulares,
deve existir um sistema para a identificação das áreas, segundo o grau de controle ali
exercido, de maneira que esta informação possa ser facilmente disseminada para a tropa
e para a população. A classificação de uma área em conformidade ao grau de controle
sobre ela exercido é a que se segue:
2.7.1 - Área vermelha
É a área sob o controle contínuo ou intermitente da força irregular. Nela, o oponente
localiza suas instalações e suas bases, operando com relativa facilidade.
Normalmente, a população da área apoia a força irregular, livremente ou por coação.
Todos os elementos que ali se encontram devem ser considerados suspeitos. A tropa
deverá manter-se em permanente estado de alerta nessas áreas e as viaturas deverão
deslocar-se em comboios escoltados.
2.7.2 - Área amarela
É a área em que tanto as forças irregulares como as regulares podem operar, mas que
não se encontra sob o controle efetivo de quaisquer uma dessas facções. Nessas
áreas a tropa deverá, no mínimo, conduzir armas de emprego individual e seus
integrantes não deverão realizar deslocamentos isolados. Em cada viatura deverá
existir, pelo menos, um elemento armado. Deverão ser prescritas hora de recolher e
outras medidas de controle.
2.7.3 - Área verde
É a área sob o controle das forças que realizam operações contra forças irregulares,
onde foram suspensas as medidas de restrições à população. Nessas áreas a força
irregular tem suas atividades limitadas às ações clandestinas, às incursões, às ações
de pequenas emboscadas, às ações de franco-atiradores e às operações de
inquietação. Os movimentos isolados são desaconselhados, mas os integrantes da
tropa não necessitam estar sempre armados. As viaturas poderão deslocar-se
livremente e sem elemento armado.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-14 - ORIGINAL
ÁREA
VERMELHA
ÁREA
VERMELHA
ÁREA
VERDE
ÁREA
VERDE
ÁREA
AMARELA
ÁREA
AMARELA
ÁREA
AMARELA
X
X
X
X
Fig 2.1 - Designação de uma área quanto ao grau de controle amigo
2.8 - BASES DE COMBATE
As unidades que estejam realizando operações contra forças irregulares deverão instalar
bases de combate a partir das quais irão operar. Não é comum ao GptOpFuzNav tipo
Unidade Anfíbia (UAnf) ou superior receber uma área que comporte somente uma base.
Geralmente o CCT destes GptOpFuzNav atribui subsetores às suas peças de manobra,
onde estas instalarão suas bases de combate. De acordo com a extensão do subsetor,
nele poderá ser instalado uma só base ou mais de uma. Sempre que possível, entretanto,
toda a subunidade deverá operar a partir de uma única base, para facilidade de controle
e segurança. Normalmente, os pelotões de primeiro escalão da companhia deixam suas
bases de combate para atuar a partir de suas bases de patrulha.
A base de combate é o ponto de partida de todas as operações táticas contra a força
irregular na área da unidade. Nela, estarão os principais elementos de comando, de
controle e de administração e, geralmente, certos órgãos de apoio do escalão superior.
A localização da base de combate deverá facilitar as operações táticas e a sua própria
segurança. Sempre que possível, deverá ser instalada em terreno com apropriadas
características defensivas, uma vez que a maior parte da unidade estará realizando,
durante quase todo o tempo, tarefas de combate, de inquietação, de vigilância e de
reconhecimento, ali permanecendo apenas a força de reação e elementos para a
segurança orgânica da base de combate.
A dimensão da base de combate variará de acordo com o efetivo da tropa, com as
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-15 - ORIGINAL
características defensivas do terreno e com as probabilidades de ataque da força
irregular. De qualquer maneira, deve ser tão pequena quanto possível, para favorecer o
requisito segurança, diminuindo a dispersão da tropa.
A base de combate deverá ser organizada com posições defensivas circulares,
complementadas por obstáculos. Postos avançados de vigilância ou de escuta deverão
ser instalados bem à frente das posições defensivas, sendo guarnecidos durante todo o
tempo em que a base de combate estiver operando.
Na organização de uma base de combate alguns meios deverão ser previstos para o
conforto da tropa. Sempre que possível, é aconselhável a construção de abrigos com
material da região. A base de combate ideal deve possuir um ponto de suprimento
d’água no seu interior ou nas proximidades. Deverão ser previstos locais de recreação
com prática de esporte, se possível. Uma base de combate bem instalada contribuirá,
decisivamente, para a manutenção de um moral elevado.
Os mais elevados padrões de disciplina e de higiene deverão ser mantidos. Devido à
natureza descentralizada das atividades um comandante de companhia raramente
manterá contato com os seus subordinados durante as operações contra forças
irregulares, a não ser nos breves períodos em que estejam na base. Durante a maior
parte do tempo, os homens estarão atuando a partir das bases de patrulha, em ações de
patrulha, incursões, emboscadas, postos avançados, etc, sob o controle dos oficiais
subalternos.
A base de combate deve ser periodicamente mudada de posição a fim de evitar que a
força irregular possa colher informações tão detalhadas quanto possível sobre a sua
localização e o seu dispositivo de defesa.
Quando a força irregular houver atingido um estágio de desenvolvimento no qual as
características de suas operações se assemelhem às da tropa regular, não será
taticamente seguro a utilização de bases de combate muito distantes umas das outras.
2.9 - POSTOS DE SEGURANÇA FIXOS
O posto de segurança fixo é um sistema de segurança organizado para a proteção de
instalações fixas importantes, militares ou civis, ou de pontos críticos ao longo das vias
de transporte, tais como terminais, túneis, pontes e entroncamentos rodoviários ou
ferroviários. O valor de tropa nesses postos depende da tarefa a eles atribuída, das
características e dos efetivos da força irregular, da atitude da população civil e da
importância da área a ser protegida. Ele pode variar desde uma guarda de dois homens
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-16 - ORIGINAL
para uma ponte, até uma companhia reforçada para garantir segurança a um importante
entroncamento de vias de comunicações ou a uma comunidade civil. Os postos de
segurança fixos estabelecidos em áreas remotas, necessariamente, serão maiores que os
instalados mais próximos das forças que os apoiam.
A organização de um posto de segurança fixo dependerá de seu efetivo, de sua tarefa e
da distância em que se encontra das unidades que podem reforçá-lo. Em qualquer caso,
o posto de segurança fixo é organizado para atender à segurança da instalação e da
própria força. Comunicações confiáveis devem ser estabelecidas entre os postos de
segurança fixos, principalmente os situados em locais remotos, e as bases das unidades
das quais são destacados, e estas devem estar preparadas para contra-atacar, utilizando
suas reservas, em benefício destes postos.
Os postos de segurança fixos são organizados e preparados para a defesa em todas as
direções. As patrulhas e as sentinelas necessárias devem ser empregadas para evitar a
surpresa. É preciso adotar precauções especiais para evitar que sentinelas possam ser
surpreendidas e subjugadas antes que possam acionar o alarme. Os itinerários
desenfiados que dão acesso aos postos de segurança deverão ser, se possível,
armadilhados. O terreno adjacente que proporcione condições para execução de fogos
diretos contra nossa tropa deve ser mantido limpo e, se possível, armadilhado. As áreas
com observação e campos de tiro restritos, devem ser melhoradas ou serem cobertas
pelo tiro de armas automáticas. Na área adjacente ao posto de segurança fixo são
construídas fortificações de campanha reforçadas com banquetas de terra e sacos de
areia. O pessoal deve dispor de saídas auxiliares e de itinerários desenfiados de seus
abrigos para as posições de combate. As edificações utilizadas para abrigo devem ser
selecionadas com cuidado. Em geral, as construções de madeira ou de outros materiais
leves devem ser evitadas. Se tiverem que ser utilizadas, no entanto, suas paredes devem
ser reforçadas para a proteção contra o fogo de armas portáteis. Se o posto consiste de
mais de uma posição, deve-se considerar a possibilidade de construção de túneis de
ligação. Os suprimentos são armazenados em depósitos dispersos e protegidos. Os
equipamentos e as instalações de comunicações devem receber uma proteção adequada.
A eficiência de combate é mantida pela instrução e pela execução periódica de
exercícios de verificação de segurança orgânica com emprego de grupos de reação.
O pessoal da região não pertencente a organizações para-militares não é autorizado a
penetrar nas posições defensivas e os moradores das vizinhanças próximas são
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 2-17 - ORIGINAL
investigados e evacuados se necessário. Os civis amigos podem ser de grande utilidade
para dar alerta sobre a aproximação de elementos da força irregular.
Toda a atenção possível é dada ao conforto da tropa durante a organização e a
preparação do posto de segurança fixo a fim de minimizar possíveis prejuízos para o
moral da tropa que for operar durante prolongado período de tempo em pequenos
grupos afastados das organizações a que pertencem.
Se um posto de segurança fixo está localizado longe das outras subunidades e há uma
possibilidade de ser isolado pela ação da força irregular, os suprimentos deverão ser
estocados, previamente, em quantidade suficiente no interior do posto.
O posto de segurança fixo não deverá nunca depender exclusivamente da população
local para o seu suprimento.
A defesa de uma instalação deve sofrer modificações freqüentes, para neutralizar as
informações que o inimigo possa obter, relativas ao dispositivo e às operações de rotina
da força e da segurança. Isso poderá ser alcançado alterando-se: os itinerários das
patrulhas e das sentinelas; a localização dos postos fixos e dos postos de escuta; o
horário de mudança de guarda; as senhas e contra-senhas; e a posição das armas
automáticas.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 3
OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA RURAL
3.1 - GENERALIDADES
As forças irregulares, normalmente, nos estágios iniciais de suas ações, procuram se
estabelecer em ambiente rural.
As áreas edificadas constituem, para essas forças, terreno desfavorável, até que tenham
alcançado os estágios finais de desenvolvimento, e tenham efetivos e possibilidades
equivalentes aos das forças regulares.
As forças irregulares poderão exercer atividades de cunho social em determinadas
localidades com o intuito de conquistar a simpatia da população da área.
As operações contra forças irregulares em ambiente rural são operações executadas para
obter ou reconquistar o controle de uma região e/ou infligir baixas a estas forças.
Englobam as ações de inquietação, as operações ofensivas e a obstrução ao apoio
externo. Se qualquer parte da área atribuída a uma unidade estiver sob controle efetivo
do inimigo, deverá ser atribuída prioridade às operações destinadas a inquietar e destruir
a força irregular.
Normalmente, a presença de habitantes na área de operações implicará na execução
contínua de operações de polícia, paralela ou simultaneamente às de combate ao
inimigo.
As ações de combate contra as forças irregulares são extremamente descentralizadas, até
que elementos inimigos de valor ponderável tenham sido localizados. A partir dessa
situação, as operações são descentralizadas somente na medida do necessário para a
destruição da força irregular localizada. A disposição no terreno das forças que realizam
operações contra a força irregular deve contemplar os requisitos de segurança e
dispersão, com a finalidade de evitar que o oponente possa se movimentar livremente na
Área de Operações.
Uma vez precisamente localizada uma força irregular de vulto, deve-se dar prioridade ao
emprego de todo o poder de combate para as operações ofensivas, destinadas à sua
eliminação. Normalmente, estas operações exigem uma força muito maior do que a
força irregular localizada. O fato de a força irregular atuar descaracterizada em meio à
população civil, recebendo seu apoio e proteção, faz com que as operações contra forças
irregulares em ambiente rural sejam de execução extremamente difícil, exigindo um
planejamento detalhado.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-2 - ORIGINAL
O cerco a uma força irregular é, normalmente, o meio mais eficiente para fixá-la e,
posteriormente, destruí-la. Entretanto, se a brevidade nas ações, a deficiência em
efetivos ou o terreno impedirem ou não favorecerem o cerco, será mais proveitoso
realizar ataques de surpresa seguidos, imediatamente, de agressiva perseguição (limpeza
de área). O amplo emprego de aeronaves armadas nesses ataques deverá explorar ao
máximo sua mobilidade e seu volume de fogos. Após um ataque bem sucedido contra
uma força irregular, a área deverá ser vasculhada minuciosamente em busca de
suprimentos, equipamentos e documentos.
3.2 - PLANEJAMENTO
O ambiente em que as forças irregulares operam, precisa ser examinado de um ponto de
vista não só geográfico. Clima e terreno são importantes, porém, aspectos políticos,
econômicos e sociais têm, igualmente, importância destacada.
As forças irregulares precisam ser entendidas, antes de serem derrotadas.
As forças irregulares operando em um ambiente rural são, em sua grande parte,
constituídas por elementos da própria região e só se dirigirão para outras áreas se sua
segurança estiver comprometida.
O fato das forças irregulares conhecerem bem a região de operações lhes dá uma grande
vantagem. O grau de atuação e controle que o estado possui na área influi diretamente
na possibilidade das forças irregulares se estabelecerem e operarem. O grau de
insatisfação da população com o governo estabelecido poderá ser explorado pelas forças
irregulares de modo a buscar apoio local.
Limitados recursos de material e pessoal são fatores de fraqueza das forças irregulares, a
menos que contem com forte apoio externo. Normalmente os recursos disponíveis são
os da própria região, sendo que as forças irregulares poderão realizar ações contra alvos
civis ou militares, como forma de conseguir armas, equipamentos e suprimentos.
Um inimigo capturado será importante fonte de dados, visto que poderá ajudar na
localização dos principais líderes da força irregular.
Uma consideração importante no planejamento das operações contra forças irregulares
deve ser o efeito que estas operações terão sobre a população.
As operações contra forças irregulares poderão ter características ofensivas ou
defensivas.
As operações ofensivas visam localizar, fixar e engajar as forças irregulares. Essas
operações incluem patrulhas de reconhecimento e combate, emboscadas, ataques, cercos
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-3 - ORIGINAL
e movimentos buscando o contato com o inimigo.
As operações defensivas visam evitar as ações do inimigo diretamente sobre nossas
forças, bem como negar informações. Incluem segurança nos deslocamentos e nas bases,
patrulhas de segurança, medidas de segurança contra emboscadas, forças de reação,
segurança das informações, dentre outras.
A distinção entre operações ofensivas e defensivas é difícil de ser observada, haja vista
que uma operação contra força irregular poderá possuir, ao mesmo tempo,
características ofensivas e defensivas.
O sucesso no planejamento das operações contra forças irregulares dependerá da
observação de alguns princípios:
- Iniciativa e descentralização nas ações - devido ao tipo de terreno, deficiência de
informações sobre o inimigo e, normalmente, a necessidade de dispersar as tropas que
combatem as forças irregulares, deverá buscar-se a centralização no planejamento,
porém, as ações tenderão a serem descentralizadas, o que fará com que os escalões
subordinados devam possuir iniciativa, pois não receberão instruções para todas as
situações que irão se apresentar. A liderança deverá ser incentivada em todos os
níveis;
- Capacidade de durar na ação - Em função dos fatores de tempo e distância envolvidos,
bem como dos recursos disponíveis na região, as unidades que combatem as forças
irregulares deverão ser capazes de operar em áreas extensas, necessitando de um
mínimo apoio logístico, preservando o seu poder de combate;
- Flexibilidade - Requer um planejamento que possa se adaptar às mudanças na
situação. Missão, inimigo, terreno, meios e o tempo disponível, irão orientar o
planejamento da organização e emprego das forças;
- Mobilidade - A mobilidade das forças deverá ser maior que a das forças irregulares; e
- Coordenação - As diversas ações desenvolvidas neste tipo de operação, normalmente
abrangendo os campos político e social, deverão ser coordenadas, de modo a permitir
a convergência de esforços.
3.3 - TIPOS DE AÇÕES DESENVOLVIDAS NAS OPERAÇÕES
CONTRAGUERRILHA RURAL
3.3.1 - Inquietação
No início das operações contra uma força irregular, a localização e os efetivos dos
elementos adversos raramente serão conhecidos. Se, no entanto, estes forem
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-4 - ORIGINAL
conhecidos, as operações ofensivas poderão ser logo desencadeadas. Em geral,
torna-se necessário a execução de ações sistemáticas de inquietação pelas forças
regulares, visando:
- localizar a força irregular;
- causar-lhe baixas;
- limitar a sua liberdade de ação;
- forçá-la a estabilizar ou cessar as operações;
- controlar a área de operações; e
- obter o respeito e a confiança da população pela presença constante das forças
militares na região.
Ainda que seja necessário prolongar por tempo indeterminado as operações de
inquietação contra o inimigo, elas devem ser realizadas até que se conheçam, em
detalhes, a localização de seus elementos e efetivos.
Assim que a área sob controle da força irregular for perfeitamente determinada, as
operações de inquietação deverão restringir-se a essa área. Essas operações são
realizadas, basicamente, pelo emprego de:
- patrulhas de reconhecimento, para localizar os grupos e as bases do inimigo;
- patrulhas de combate e incursões contra bases, instalações, patrulhas e postos
avançados inimigos conhecidos ou suspeitos;
- emboscadas;
- equipes de designação de alvos e condução de tiro;
- lançamento de armadilhas nos prováveis itinerários das forças irregulares; e
- vigilância aérea contínua.
Para realizar as operações de inquietação, as tropas regulares atuarão a partir de
bases de patrulhas avançadas, localizadas nos seus setores e exercerão uma pressão
constante sobre as forças irregulares.
Considerando-se que, em princípio, a força irregular se desloca no período noturno
com o intuito de aproveitar a proteção oferecida pela escuridão e mantêm-se
estacionada em suas bases durante o período diurno, as operações de inquietação
devem ser executadas durante as vinte e quatro horas do dia. No período diurno são
orientadas, basicamente, contra os elementos da força irregular e suas bases,
enquanto estes repousam, recebem instruções ou se reorganizam. No período
noturno são dirigidas, principalmente, contra o inimigo que se desloca em ações
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-5 - ORIGINAL
táticas ou administrativas.
3.3.2 - Incitamento à rendição
Quando for taticamente exeqüível, as técnicas de panfletagem e da radiodifusão
devem ser previstas para motivar a rendição de uma força irregular localizada e
fixada, antes de se realizar qualquer operação ofensiva. A história tem comprovado
que tal técnica é eficiente e que não deve ser menosprezada.
Os comandantes devem precaver-se para não utilizar tais técnicas quando o sucesso
das operações ofensivas contra o inimigo depender da surpresa. Em geral, a força
irregular deve ser totalmente cercada, com todas as suas vias de fuga bloqueadas,
antes de incitá-la à rendição.
3.3.3 - Cerco
De todas as possíveis ações ofensivas a serem adotadas por uma força militar que
executa operações contra força irregular, o cerco é a que oferece maiores
possibilidades para a fixação do oponente em posição e a obtenção de resultados
decisivos. O cerco, por outro lado, é uma operação de difícil execução.
O cerco exige uma grande preponderância de forças militares em relação às forças
irregulares. Entretanto, o poder de fogo, o reconhecimento aéreo, a surpresa e o
emprego de reserva forte e altamente móvel podem diminuir substancialmente as
necessidades em efetivos.
O planejamento, a preparação e a execução de um cerco visam realizar uma ação
rápida, que surpreenda a força irregular. Normalmente, pode-se obter o máximo de
segurança e de surpresa pela ocupação da linha de cerco durante as horas de
escuridão. O cerco deverá ser completado à luz do dia.
Os movimentos iniciais para a linha de cerco devem ser executados com rapidez
para obtenção do máximo de surpresa (Fig 3.1).
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-6 - ORIGINAL
Zona de Reunião
Zona de
Reunião
Zona de
Reunião
Ponto de Liberação
de Grupos de combate
Ponto de Liberação
de Pelotões (1)
(1) Pode coincidir com a Zona de Reunião.
Linha de cerco
Fig 3.1 - Esquema de deslocamento para a linha de cerco
Ao atingirem a linha de cerco, as frações devem ocupar imediatamente posições
defensivas (Fig 3.2).
Pelotão de Aprofundamento
do Cerco
Pelotões da Linha
de Cerco
Fig 3.2 - Esquema de ocupação da linha de cerco
A ocupação da linha de cerco deve ser simultânea; se não for possível, ocupam-se
primeiramente as posições que barram os melhores itinerários de fuga. A ocupação
da linha de cerco é o período mais crítico da operação. Se as forças irregulares
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-7 - ORIGINAL
perceberem, durante esta fase, que estão sendo cercadas, é de se esperar que reajam
imediatamente. As forças irregulares procuram encontrar brechas e atacam os pontos
fracos para forçar uma saída. Pode-se deixar saídas deliberadamente abertas, para
conduzir estas forças a emboscadas. Elas tentarão continuamente romper o cerco,
seja individualmente, seja em pequenos grupos. O terreno de difícil acesso não deve
ser considerado como um obstáculo para as forças irregulares e deve ser também
patrulhado. Essas áreas, provavelmente, serão escolhidas pelas forças irregulares
como itinerários para a fuga, uma vez que nelas, as possibilidades de captura serão
menores.
Desde os primeiros momentos da ocupação da linha de cerco as unidades que
ocupam as posições de cerco devem lançar patrulhas de combate à frente de suas
posições para detectar, com antecedência, as tentativas de rompimento do cerco pelo
inimigo. Caso essas patrulhas não possam ser empregadas, será adotada uma
segurança mínima com o emprego de uma linha de postos avançados com vários
postos de escuta ou de vigilância. Medidas de coordenação, tais como linhas de
coordenação de fogos e áreas de fogos proibidos, deverão ser estabelecidas.
Forças de reação móveis devem ser dispostas à retaguarda da linha de cerco, prontas
para um imediato deslocamento para qualquer parte da linha ameaçada de ruptura
pelas forças irregulares. Após a ocupação da linha de cerco, a prioridade de qualquer
apoio de transporte aéreo é atribuída à reserva.
Os fogos indiretos de apoio podem ser úteis para encobrir uma iminente operação de
cerco, atraindo e mantendo a atenção das forças irregulares, enquanto as unidades
designadas ocupam a linha de cerco (Fig 3.3).
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-8 - ORIGINAL
Reserva
Reserva
Força
Irregular
Linha de Controle
Alfa
LCrc
Nota: O GptOpFuzNav tipo UAnf na
linha de cerco (LCrc) inicial com
uma reserva valor PelFuzNav.
A linha de cerco inicial é a
primeira linha de controle.
Fig 3.3 - Esquema de controle da linha de cerco
Após o cerco inicial, inicia-se a incitação à rendição e, se for o caso, procede-se à
gradativa e, se necessária, completa destruição da força irregular. Isto pode ser feito
por um dos seguintes processos:
- Aperto do cerco;
- Divisão da zona cercada;
- Martelo e bigorna;
- Perseguição;
- Vasculhamento; e
- Saturação pelo fogo.
3.3.4 - Aperto do cerco
Esta técnica de finalização de uma operação de cerco é caracterizada por um
encurtamento coordenado da linha de cerco por meio da convergência da tropa em
direção ao centro da zona cercada. À medida que a linha de cerco se encurta,
elementos da tropa serão de lá retirados e incluídos na força de reserva, aumentando
a profundidade.
Algumas vezes, contra pequenos grupos, pode-se limpar toda a zona cercada com
este encurtamento progressivo da linha de cerco. Entretanto, contra forças
irregulares maiores, ações diferentes da simples continuação da contração são
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-9 - ORIGINAL
exigidas, sendo bem provável que o combate se intensifique nessas zonas cercadas,
transformando essas áreas da zona cercada em áreas críticas. Área crítica é todo
local da zona cercada onde os fogos e as atividades guerrilheiras se intensificam.
Em alguns casos é possível estabelecer áreas de engajamento e canalizar o inimigo
para o interior delas após o encurtamento do cerco (Fig 3.4).
Reserva
Reserva
Força
Irregular
LCrc
BRAVO
LCrc
ALFA
Nota: A LCrc Bravo é utilizada para coordenar
o aperto do cerco. À medida que o cerco
é apertado, deslocam-se tropas para a
retaguarda, incorporando-as à Reserva.
Fig 3.4 - Aperto do cerco
3.3.5 - Divisão da zona cercada
Uma vez encurtado o cerco até que a zona cercada tenha atingido a área critica, um
dos processos para continuar o ataque e derrotar o inimigo é a divisão da zona
cercada (Fig 3.5). Por este processo, procura-se, por meio de ações ofensivas, dividir
a força irregular em frações cada vez menores, até que se consiga a sua
desarticulação total.
As dificuldades que este tipo de ação apresenta são:
- necessidade de controle centralizado quanto ao emprego das armas de apoio e
movimento da tropa por ocasião das junções das pequenas frações encarregadas da
divisão;
- necessidade da concentração de um grande efetivo para a realização da ação; e
- possibilidade de uma forte reação por parte do inimigo, resultando em grande
número de baixas.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-10 - ORIGINAL
A - Primeira divisão
B - Segunda divisão
Fig 3.5 - Divisões de área cercada
3.3.6 - Martelo e bigorna
Esta ação constitui tática consagrada, sendo um processo eficiente para a destruição
do oponente, após o cerco haver sido realizado e a zona cercada tenha se
transformado em uma área crítica.
Este processo utiliza duas forças: uma estacionária denominada bigorna, para manter
o inimigo em posição, e outra móvel denominada martelo, para impelir o inimigo
contra a bigorna por meio de uma ação ofensiva e destruí-lo pela ação de
esmagamento. Ambas podem realizar a ação de destruição. A maior parte dela
porém será efetuada pelas forças que compõem o martelo, uma vez que as forças da
bigorna atuarão, principalmente, como força de bloqueio (Fig 3.6).
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-11 - ORIGINAL
A - Cerco completo
B - Início do Assalto
C - Ação final de esmagamento
Obstáculo
Força
Irregular
Força Irregular
Fig - 3.6 Martelo e bigorna
O deslocamento da força que compõe o martelo para a posição de assalto pode ser
feito com o apoio de aeronaves (helitransportado ou aeroterrestre). No entanto, na
maioria das vezes, esta força de assalto será retirada das tropas do cerco. Seja ela
uma força externa, seja uma tropa retirada da própria linha de cerco, a força de
assalto deverá atuar o mais cedo possível, num esforço para que a surpresa seja
obtida visando provocar o máximo de confusão entre o inimigo.
Durante o ataque, o reconhecimento aéreo deverá ser contínuo, de modo a permitir a
reserva ser deslocada para as áreas potencialmente ameaçadas.
Essa técnica surte os melhores efeitos quando o elemento de bloqueio (a bigorna) se
localiza junto ou imediatamente à retaguarda de um obstáculo natural. Essa
colocação dará maior solidez à posição de bloqueio.
Quando a força de ataque é retirada do cerco, deve-se suprir os espaços deixados por
ela, por meio de patrulhamento, intensificação da vigilância ou ocupando-o com
parte da força restante, aumentando os intervalos entre suas posições.
A força de ataque deve ser mais potente que a força irregular cercada, para poder
cumprir a missão de esmagamento do inimigo sem correr o risco de ser emboscada
durante a sua atuação. Em termos de efetivo, a força de ataque deverá ser superior à
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-12 - ORIGINAL
do cerco, na proporção mínima de 2 para 1.
As medidas de coordenação e controle estabelecidas para as diversas frações que
estiverem conduzindo a ação do martelo devem ser de pleno conhecimento dessas
frações, bem como as medidas de coordenação de fogos entre as forças do martelo e
da bigorna.
3.3.7 - Perseguição
Quando se estabelece o contato com uma força irregular, a sua reação provável será
procurar infligir o máximo de baixas à força regular, sem engajar-se decisivamente
e, então, evadir-se do local da ação. Este processo exige que a tropa que atua contra
a força irregular seja particularmente bem treinada na execução da perseguição.
A perseguição nada mais é do que a manutenção do contato com o inimigo em fuga
e a continuação da ação ofensiva contra ele. Pode ser executada com uma tropa de
qualquer valor. Muitas vezes, entretanto, a unidade ou fração que estabelece o
contato inicial com a força irregular necessitará de um reforço imediato para manter
a pressão sobre o oponente em fuga, cercá-lo e procurar a sua destruição.
Preferencialmente, a tropa que realiza a perseguição deve ter efetivo maior do que o
da força irregular.
A tropa que executa uma perseguição deverá ser organizada em duas forças: a Força
de Pressão Direta e a de Cerco. A Força de Pressão Direta persegue o inimigo e
mantém sobre ele uma pressão ofensiva constante, à medida que ele retraia. A Força
de Cerco deverá ter uma mobilidade superior à do inimigo, de preferência
empregando meios motorizados ou aéreos executará desbordamentos, simples ou
duplos, para cercá-lo ou destruí-lo (Fig 3.7).
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-13 - ORIGINAL
Força de Cerco
Força de Cerco
Força de
Pressão
Direta
Força Irregular
Fig 3.7 - Perseguição
A mobilidade superior pode ser obtida pela escolha de terrenos com melhor
trafegabilidade, pelo emprego de tropas descansadas, pela utilização do
conhecimento que se tenha da área, pelo emprego de veículos motorizados ou
mecanizados, de forças aeroterrestres ou aeromóveis e embarcações.
A reserva de todas as unidades deve estar preparada para se deslocar, rapidamente,
após o recebimento de uma ordem para realizar uma perseguição contra forças
inimigas localizadas por patrulhas, em áreas de responsabilidade, ou que tenham se
evadido do local de uma incursão ou emboscada. Essas reservas recebem a mais alta
prioridade para o emprego dos meios de transportes disponíveis, a fim de que seja
assegurada a sua chegada ao local da ação o mais rápido possível.
3.3.8 - Vasculhamento
O vasculhamento é uma técnica para a localização e destruição de uma força
irregular que se sabe ou se suspeita estar numa área relativamente pequena (Fig 3.8).
Esta técnica comporta o emprego de três elementos:
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-14 - ORIGINAL
RESERVA
RESERVA
RESERVA
RESERVA
Elemento Vasculhador
ÁREA
DE
VASCULHAMENTO
Posição de bloqueio
ou segurança
Fig 3.8 - Vasculhamento
a) Elemento vasculhador
Este elemento inicia a sua atuação a partir de um dos limites da área a ser
vasculhada e progride segundo uma direção escolhida, na formação em linha,
vasculhando a área completamente. Ao encontrar o inimigo, ele o destrói ou o
rechaça para o interior da área.
b) Força de bloqueio ou de segurança
Ocupa posições fixas, em torno da área. Ela deverá engajar-se contra qualquer
grupo inimigo que tente escapar da área devido à pressão do elemento
vasculhador.
c) Reservas
Reservas adequadas devem ser colocadas à retaguarda do elemento vasculhador
e das forças de bloqueio ou de segurança, prontas para serem empregadas caso o
inimigo tente realizar, concentradamente, uma ruptura do cerco em qualquer
ponto.
O êxito é obtido nesta operação apenas depois de realizada uma minuciosa busca
na área. Isto exige que os integrantes do elemento vasculhador se mantenham
próximos entre si durante sua progressão e que esta seja perfeitamente
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-15 - ORIGINAL
controlada pelos comandantes das frações.
Uma vez que o sigilo da operação tem prioridade sobre a preparação de posições
e campos de tiro, os componentes das forças de bloqueio ou de emboscada e do
elemento vasculhador devem ser prioritariamente dotados de armas leves, semi-
automáticas ou automáticas. O emprego de franco-atiradores é muito eficiente.
É indispensável que se mantenha a força de bloqueio ou de emboscada
informada sobre a progressão do vasculhamento, para evitar-se qualquer contato
indesejável entre as duas forças.
Em terreno difícil, pode-se distribuir a cada componente do elemento
vasculhador uma bússola e determinar-lhe que progrida segundo um azimute.
Para simplificar a ação, o elemento vasculhador deverá progredir sempre em
linha reta durante todo o percurso.
A decisão de cercar a área por meio de posições de bloqueio ou de emboscada
nos prováveis itinerários de fuga dependerá, basicamente, das características do
terreno.
3.3.9 - Saturação pelo fogo
A saturação pelo fogo é uma variação bastante eficiente do vasculhamento. Nesse
processo, a força de bloqueio ou de emboscada ocupa posições em torno da área
onde se encontra o inimigo, e espera sua saída dessa área, à medida em que ele é
submetido a uma intensa saturação por fogos diretos, indiretos e de apoio aéreo
ofensivo. Como medida de segurança, a tropa deverá ocupar as posições de
emboscada ou de bloqueio, simultaneamente, com o início do bombardeio, ou tão
próximo desse momento quanto possível (Fig 3.9).
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 3-16 - ORIGINAL
Área de atividade de
Força Irregular
Reserva
Posição de bloqueio
ou emboscada
Aproximadamente
1000 metros
Fig 3.9 - Saturação pelo fogo
A saturação periódica pelo fogo também é uma técnica bastante eficiente para
manter-se em movimento uma força irregular que esteja atuando em uma área
relativamente extensa. Divide-se a área total em outras menores que deverão ser
periodicamente cercadas e saturadas com o emprego dos fogos.
Deverá ser dada especial atenção às medidas de coordenação do apoio de fogo, a fim
de evitar-se o fogo amigo. A população civil e outras tropas na área também deverão
ser objetos de medida de segurança (Fig 3.10).
1000 metros
Área alvo
para 5 Out
Área alvo
para 1 Out
Área alvo
para 3 Out
Fig 3.10 - Saturação periódica pelo fogo de uma grande área
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 4-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 4
OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA URBANA
4.1 - GENERALIDADES
As cidades e as vilas são vulneráveis à ação de forças irregulares porque são locais de
concentração de poder político e econômico. Em muitos casos os serviços públicos
podem ser colocados em completa desordem. Com isso pode parecer que o governo
perdeu o controle da situação.
A concentração de uma grande quantidade de pessoas em uma área relativamente
pequena provê cobertura para a atuação de forças irregulares. Apesar disso, essas forças
podem ter apoio apenas de uma parte da população da cidade na qual estão instaladas.
De qualquer modo, a atuação de forças irregulares em área urbana recebe apoio da
comunidade que lhe é simpatizante ou, pelo menos, que é coagida a fornecer apoio e/ou
informações.
Os líderes de forças irregulares normalmente têm relacionamento muito aproximado
com as comunidades da cidade onde estão instalados e com outros líderes de forças
irregulares. Podem utilizar um sistema de comunicação empregando mulheres e
crianças que também propiciam cobertura para suas atividades.
As forças irregulares podem atuar em áreas urbanas com mais ênfase do que em áreas
rurais, conforme o desenvolvimento de suas ações: franco-atiradores podem
complementar a ação de uma emboscada ou até mesmo substitui-la.
A existência de um grande número de pessoas nas cidades oferece a possibilidade das
forças irregulares influenciarem grupos significativos de pessoas e manipularem
resultados de pesquisas. A presença de mulheres e crianças nas forças irregulares
restringe a reação das forças do governo. Uma reação desastrada pode criar um
incidente maior que possibilitará o emprego de propaganda contra as forças do governo.
O controle efetivo das informações a serem divulgadas pelas forças regulares é de
grande importância para que não seja prejudicado o desenvolvimento de suas ações.
O sucesso das ações das forças irregulares pode ser explorado para desacreditar a
capacidade da polícia ou das forças do governo em relação à manutenção da segurança
da população civil.
As ações de forças irregulares em área urbana não permitem o estabelecimento de
grandes bases, o que, conseqüentemente, dificulta o recrutamento. Normalmente essas
forças são compostas por grupos relativamente pequenos, dependentes do apoio da
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 4-2 - ORIGINAL
população urbana. Pequenos grupos, ou até mesmo elementos isolados, são eficientes
quando atuando em ambiente urbano porque é mais fácil de evitar a captura.
4.2 - AÇÕES REALIZADAS NAS OPERAÇÕES DE GUERRILHA URBANA
Conforme mencionado anteriormente, as ações de forças irregulares em áreas urbanas
são realizadas por pessoas isoladas ou por pequenas células e são, portanto, diferentes
daquelas utilizadas em área rural. As principais ações incluem:
- causar desordem na indústria e nos serviços públicos por meio de ataques e/ou
sabotagem;
- gerar distúrbios em grandes áreas visando retardar as ações das forças do governo;
- provocar incidentes ou aglomerações de pessoas para atrair as forças do governo para
algum tipo de armadilha;
- provocar as forças do governo a realizar ações que possam ser utilizadas como
propaganda negativa para essas forças;
- fomentar conflito e desentendimento entre setores do governo;
- atacar veículos e construções com mísseis e morteiros;
- atacar sentinelas, postos avançados, obstáculos;
- realizar patrulhas de emboscadas e atacar helicópteros; e
- lançar artefatos explosivos contra alvos específicos ou mesmo indiscriminadamente,
para causar confusão e destruição, reduzindo o moral das forças do governo.
4.3 - TIPOS DE AÇÕES DESENVOLVIDAS NAS OPERAÇÕES
CONTRAGUERRILHA URBANA
As operações contra forças irregulares em áreas urbanas podem variar desde uma
política passiva elaborada para reduzir as atividades terroristas, podendo a vida da
comunidade continuar normal (sob certas circunstâncias), até uma política ativa que
envolva o emprego de forças governamentais buscando, capturando ou destruindo o
inimigo. O nível de intensidade que essas ações serão conduzidas será determinado pelo
Poder Político (governo civil).
Lutar contra forças irregulares em área urbana é, geralmente, tarefa de polícia. Apesar
disso, as forças armadas podem ser solicitadas a apoiar as ações da polícia no
cumprimento de sua missão ou, até mesmo, cumpri-la na íntegra.
As técnicas empregadas são similares àquelas utilizadas em áreas rurais.
Antes da condução das operações propriamente ditas deverão ser coletadas informações
sobre o inimigo, o ambiente operacional e as operações que estão sendo realizadas pelas
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 4-3 - ORIGINAL
forças irregulares.
As técnicas de atuação contra forças irregulares incluem:
- instalação de uma base de combate;
- bloquear estradas e estabelecer pontos de controle;
- dispersar aglomerações;
- realizar operações de busca e de isolamento; e
- realizar patrulhas.
4.4 - EMPREGO MÍNIMO DA FORÇA
Num ambiente urbano o princípio de emprego da mínima força torna-se mais
importante e diretamente relacionado com as regras de engajamento. Há um grande
risco de ferir ou matar civis inocentes em centros densamente povoados. Raramente
ocorrem oportunidades para realizar ataques deliberados. Assim como lutar com forças
irregulares em ambiente rural, destruir ou capturar essas forças em área urbana não é
uma missão rápida de ser cumprida.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 5-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 5
MEDIDAS DE SEGURANÇA
5.1 - GENERALIDADES
As operações conduzidas pelas forças irregulares dão ênfase à rapidez, surpresa e
dissimulação. Tendo em vista que a sua própria sobrevivência é uma preocupação
fundamental, essas forças procuram os alvos mais vulneráveis, evitando, ao mesmo
tempo, contato direto com as forças regulares. A fim de enfrentar com êxito a tática de
atacar e retrair, atuando contra alvos a sua escolha, a força regular deve ser capaz de
proteger-se, e de dar proteção à população e às instalações críticas, restituindo, assim, a
confiança do povo no governo.
A segurança consiste nas medidas adotadas por um comando para proteger-se contra a
espionagem, a observação, a sabotagem, a inquietação ou a surpresa.
Na luta contra forças irregulares, a segurança é tarefa complexa e é dificultada pelos
seguintes fatores:
- dificuldade em identificar-se o inimigo;
- ausência de limite claramente definido entre as áreas de combate e as de segurança; e
- quantidade de alvos compensadores. Qualquer alvo cuja destruição possa causar
danos à economia da região, afastar a população do governo ou contribuir para a
imagem de invencibilidade da força irregular, é um problema de segurança.
5.2 - PLANEJAMENTO
A eficácia de um sistema de segurança depende, entre outros fatores, de um
planejamento cuidadoso. Não há necessidade do plano de segurança ser um documento
formal escrito, embora esse seja freqüentemente o caso, quando a tarefa de segurança
for a proteção de uma grande instalação ou de uma operação de grande envergadura.
Seja esse plano um documento formal ou não, ele deverá ser simples, claro e propiciar
coordenação com as demais ações desenvolvidas.
No planejamento de segurança de qualquer instalação ou operação, devem ser previstas
a adoção das seguintes medidas:
5.2.1 - Medidas para impedir que o inimigo obtenha informações ou para iludí-lo
Como as próprias palavras sugerem, as primeiras medidas são aquelas que visem a
evitar que as informações referentes às operações ou instalações sejam transmitidas
às forças irregulares. As outras medidas tentam confundir o inimigo, cedendo-lhe
informações falsas.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 5-2 - ORIGINAL
5.2.2 - Medidas para evitar a surpresa
As medidas para evitar a surpresa destinam-se a dar aos elementos da segurança um
alerta antecipado sobre o ataque inimigo, de maneira que se possa por em execução
o plano de defesa. Já que as ações das forças irregulares acentuam a importância da
surpresa, essas medidas são uma parte extremamente importante de qualquer sistema
de segurança contra essas forças.
5.2.3 - Medidas de repressão imediata
A força irregular somente ataca quando as possibilidades de êxito penderem
francamente para o seu lado. Se ela souber que sofrerá os mesmos danos que possa
causar aos seus opressores, relutará em atacar. A possibilidade de se poder reagir
violenta e rapidamente é uma segurança, na medida em que atue como um poderoso
meio dissuasório às ações ofensivas das forças irregulares.
5.3 - RECURSOS PARA A SEGURANÇA
5.3.1 - Obstáculos
Os obstáculos constituem-se de acidentes do terreno, naturais ou artificiais, que
impedem, dificultam ou canalizam o movimento do inimigo. Eles ajudam a evitar o
ataque de surpresa, tornando mais vagaroso o movimento da força irregular em
direção ao seu objetivo e dando às forças de segurança mais tempo para descobrir a
aproximação e dar o alarme antecipado. O principal meio de deslocamento dos
integrantes de uma força irregular é a pé.
a) Obstáculos naturais
Despenhadeiros, rios, pântanos, montanhas e florestas cerradas são considerados
obstáculos naturais, relativamente pouco eficientes contra uma força irregular que
se desloca a pé.
b) Obstáculos artificiais
Campos de minas, áreas contaminadas, arame farpado e fossos, são obstáculos
eficientes. Os obstáculos de fortuna podem substituir as minas ou arame farpado,
na sua falta, se o ambiente o permitir.
Para serem eficazes, os obstáculos devem ser batidos por fogos de armas
automáticas ou de artilharia. Esta pode utilizar espoletas de tempo, a fim de causar
baixas à força irregular, deixando os obstáculos intactos.
Os sistemas de obstáculos poderão tornar-se mais eficientes, se forem
complementados por agentes químicos. Geralmente, há poucas restrições quanto
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 5-3 - ORIGINAL
ao emprego dos agentes químicos não tóxicos, como os incendiários e fumígenos.
Artefatos incendiários poderão ser empregados nos sistemas de obstáculos, para
iluminação e alarme antecipado.
5.3.2 - Sentinelas e postos avançados
A finalidade das sentinelas e dos postos avançados é manter a observação sobre uma
determinada área, a fim de alertar, oportunamente, sobre a aproximação do inimigo e
de retardá-lo ao máximo possível.
Para que realmente seja eficiente como medida de segurança, é necessário que a
sentinela seja bem treinada e constantemente fiscalizada, para sentir que seus
superiores preocupam-se com a sua segurança, da mesma forma que exigem que ela
faça o mesmo com a dos elementos que guarda.
O posicionamento de sentinelas é uma medida de segurança que demanda um
planejamento criterioso. Ela é sempre um alvo para a força irregular, que tendo o
tempo a seu favor pode aguardar até que o cansaço traga o descuido. Quando o
efetivo o permitir, recomenda-se a adoção do sistema de sentinelas duplas, tendo em
vista aumentar a segurança do homem de serviço. Neste caso, uma será móvel, para
manter a segurança em toda a sua área, e a outra será fixa, numa posição coberta,
protegendo o companheiro. Durante os períodos de pouca visibilidade, quando o
dispositivo de segurança estiver mais sujeito a tentativas de infiltração, deve-se
variar os postos de sentinelas para confundir os inimigos que estejam observando.
Esse sistema de sentinelas duplas não tornará a penetração impossível, mas fará com
que o inimigo dependa não somente de sua habilidade, como, também, da sorte; e
não lhe dará a certeza, tão procurada nas suas operações, de que não estará correndo
qualquer risco.
A localização das sentinelas deverá ser estudada cuidadosamente. Elas correm o
risco de serem alvos de ações inimigas, consequentemente, deverão estar
suficientemente afastadas do restante dos militares. Assim, caso o inimigo avance em
sua direção, as sentinelas poderão alertar os demais militares, dando a estes tempo
para uma reação, antes que o atacante esteja perto demais. Este aspecto exige uma
análise bem feita dos fatores de tempo e distância, pelo responsável pelo
posicionamento da sentinela.
Da mesma forma que as sentinelas, os postos avançados também são uma medida de
segurança que demanda um planejamento cuidadoso. Se não forem bastante fortes
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 5-4 - ORIGINAL
para se protegerem contra um ataque, até a chegada de reforços, tornam-se mera
fonte de suprimentos para o inimigo e em pouco contribuirão para a segurança do
elemento guardado. Devem consistir de uma base razoavelmente segura, cercada de
obstáculos artificiais, da qual partem patrulhas com missão de observação e
reconhecimento. Deverá haver uma reserva em condições de apoiar rapidamente os
postos avançados.
5.3.3 - Meios auxiliares de detecção
Os meios auxiliares de detecção são utilizados para aumentar a capacidade dos
sentidos humanos na identificação da aproximação do inimigo. Abaixo, são listados
alguns meios que contribuem para o incremento da capacidade de detecção.
a) Sistemas de iluminação
A iluminação age como fator dissuasório, e poderá permitir a observação à
distância, reduzindo, assim, o número de sentinelas necessário. Fogueiras e
artefatos iluminativos podem fornecer uma boa iluminação num sistema de
obstáculos.
b) Sensores de infravermelho
Os sensores infravermelho possibilitam a detecção do movimento à noite,
permitindo o acionamento do sistema de iluminação ou alarme, já que a força
irregular geralmente não possui equipamento de detecção mais complexo, terá
poucas possibilidades de descobrir que a tropa regular emprega o infravermelho.
Este tipo de equipamento é ainda de grande utilidade ao redor das instalações
onde não haja uma rede de iluminação elétrica e também nas patrulhas e nas bases
de combate, onde o equipamento infravermelho, leve e portátil, será de grande
utilidade quando utilizado em conjunto com óculos de visão noturna.
c) Radar portátil e visor termal
O radar e o visor termal podem detectar o movimento de veículos e de pessoal a
distâncias convenientes para um alerta antecipado. Os radares e visores termais
podem ser de grande valia nas operações de cerco, detectando o deslocamento das
forças irregulares, nas suas tentativas de rompimento do cerco, além de
melhorarem as medidas de segurança de instalações fixas.
d) Aviões e helicópteros
Por sua possibilidade de conduzirem observadores aéreos, equipamento de radar e
infravermelho, os aviões de observação e os helicópteros podem auxiliar na
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 5-5 - ORIGINAL
manutenção da vigilância em toda a área. A observação aérea e as fotografias
aéreas podem detectar o movimento do inimigo e fornecer um alerta antecipado
sobre um possível ataque.
5.3.4 - Cães de guerra
Os cães de guerra são meios valiosos com que as forças regulares podem contar para
aumentar a segurança de instalações fixas, patrulhas e linhas de comunicações. Para
conseguir um rendimento máximo em seu emprego, é fundamental que se conheçam
perfeitamente suas possibilidades e limitações. Existem diversos tipos de cães de
guerra, cada um com uma finalidade específica, porém, certas limitações se aplicam
a todos os tipos:
- sua eficiência, normalmente, diminui sob chuva forte;
- em floresta, sua eficiência diminui e necessitam de descansos freqüentes;
- um grande número de pessoas na área os confunde;
- somente pelo faro e pela audição, não podem fazer a diferenciação entre elemento
amigo e inimigo; e
- a eficiência de um cão de guerra depende diretamente da habilidade de seu cinófilo.
5.3.5 - Patrulhas de segurança
As patrulhas podem ser empregadas tanto na segurança de instalações fixas, tais
como, pontes, estradas de ferro, bases, etc, como também na segurança de colunas
móveis, tais como, comboios, colunas a pé, etc.
A patrulha concorre para a segurança de outros elementos, criando uma área de
segurança para a força apoiada. Quando forem empregados como parte do sistema de
segurança de uma instalação fixa, as patrulhas devem deslocar-se por itinerários
variados, cobrindo totalmente a área em torno da própria instalação, mantendo
observação sobre as vias de acesso e prováveis áreas de reunião. Quando estiverem
atuando na segurança de comboios ou de grandes colunas a pé, devem reconhecer os
itinerários e seus flancos, antes da passagem do elemento apoiado, havendo sempre a
possibilidade de atuarem agressivamente, em caso de emboscada.
Entretanto, não são somente as patrulhas de segurança que podem fornecer proteção.
Outras patrulhas, pelo deslocamento constante de suas bases, incutem nas forças
irregulares um sentimento de insegurança, por não saberem exatamente a localização
do oponente.
OSTENSIVO CGCFN-31.2
OSTENSIVO - 5-6 - ORIGINAL
5.3.6 - Medidas de reação
A possibilidade de se poder reagir rápida e agressivamente contribui para a
segurança e o moral de uma tropa, na medida em que exerce um poderoso efeito de
dissuasão sobre a força irregular na hora de decidir sobre o ataque. Se este for
executado, a força de reação poderá infligir-lhes pesadas baixas e isto os fará relutar
antes de novos ataques.
A capacidade de reação de uma tropa exige, acima de tudo, a existência de um
espírito ofensivo. Soldados fisicamente resistentes, bem treinados e com conduta
agressiva, vêem num ataque de forças irregulares a oportunidade tão esperada de
encontrar um inimigo fugidio. Treinando sempre as táticas de reação, uma força
regular estará acumulando uma capacidade adicional. Essas técnicas para enfrentar a
ação inicial do inimigo, deverão ser cuidadosamente ensaiadas, até que cada
elemento da fração saiba exatamente o que fazer em uma determinada situação. No
caso de ser emboscada ou de sofrer uma incursão, a tropa regular deverá ser capaz de
reagir em poucos segundos, roubando ao inimigo aqueles primeiros minutos de ação,
tão vitais nos ataques de surpresa.
Para poder ser eficaz, uma força de reação deve chegar ao local do ataque inimigo o
mais rápido possível; o reforço que chega com atraso de nada servirá, uma vez que a
força irregular já estará dispersa. Um excelente tipo de força de reação é a constituída
por elementos de infantaria helitransportados, ligados à unidade a ser reforçada por
intermédio de comunicações confiáveis. Os helicópteros de combate e os aviões dão
segurança à tropa regular, não só por desestimularem os ataques com sua presença,
como, também, pelo apoio de fogo proporcionado. Um plano de fogos
cuidadosamente planejado possibilita o emprego da artilharia em apoio a uma fração
atacada, em poucos minutos. No sistema de segurança geral da força regular, devem
incluir-se todos os tipos possíveis de forças de reação.
5.4 - SEGURANÇAS DE INSTALAÇÕES FIXAS
Quando uma força regular recebe a responsabilidade por uma determinada área, a
segurança das instalações fixas absorve grande parte do efetivo disponível.
Raramente, os efetivos da tropa responsável pela segurança da área permitem uma
proteção completa de todos os prováveis alvos. Por esta razão, deve-se planejar um
emprego judicioso do efetivo disponível, analisando-se minuciosamente os objetivos
mais compensadores, como usinas hidroelétricas, para se determinar prioridades para a
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Manual de Operações Contra Forças Irregulares

  • 1. CGCFN-31.2 OSTENSIVO MANUAL DE OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS MARINHA DO BRASIL COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS 2008
  • 2. OSTENSIVO CGCFN-31.2 MANUAL DE OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS MARINHA DO BRASIL COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS 2008 FINALIDADE: BÁSICA 1ª Edição
  • 3. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - II - ORIGINAL ATO DE APROVAÇÃO APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-31.2 - MANUAL DE OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES DOS GRUPAMENTOS OERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS. RIO DE JANEIRO, RJ. Em 12 de novembro de 2008. ALVARO AUGUSTO DIAS MONTEIRO Almirante-de-Esquadra (FN) Comandante-Geral ASSINADO DIGITALMENTE AUTENTICADO PELO ORC RUBRICA Em_____/_____/_____ CARIMBO
  • 4. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - III - ORIGINAL ÍNDICE PÁGINAS Folha de Rosto ........................................................................................................ I Ato de Aprovação ................................................................................................... II Índice....................................................................................................................... III Introdução ............................................................................................................... V CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.1 - Características das Forças Irregulares ............................................................ 1-1 1.2 - Guerra Irregular .............................................................................................. 1-3 1.3 - Guerra Insurrecional ....................................................................................... 1-3 1.4 - Guerra Revolucionária.................................................................................... 1-3 1.5 - Forças Irregulares ........................................................................................... 1-3 CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES 2.1 - Generalidades ................................................................................................. 2-1 2.2 - Tipos de Operações......................................................................................... 2-2 2.3 - Requisitos para o Êxito................................................................................... 2-3 2.4 - A atividade de Inteligência ............................................................................. 2-7 2.5 - Fatores de Planejamento................................................................................. 2-9 2.6 - Organização da Área de Operações................................................................ 2-11 2.7 - Designação do Grau de Controle da Área ...................................................... 2-13 2.8 - Bases de Combate........................................................................................... 2-14 2.9 - Postos de Segurança Fixos.............................................................................. 2-15 CAPÍTULO 3 - OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA RURAL 3.1 - Generalidades ................................................................................................. 3-1 3.2 - Planejamento................................................................................................... 3-2 3.3 - Tipos de Ações Desenvolvidas nas Operações Contraguerrilha Rural........... 3-3 CAPÍTULO 4 - OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA URBANA 4.1 - Generalidades ................................................................................................. 4-1 4.2 - Ações Realizadas nas Operações de Guerrilha Urbana.................................. 4-2 4.3 -Tipos de Ações Desenvolvidas nas Operações Contraguerrilha Urbana......... 4-2 4.4 - Emprego Mínimo da Força............................................................................. 4-3
  • 5. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - IV - ORIGINAL CAPÍTULO 5 - MEDIDAS DE SEGURANÇA 5.1 - Generalidades.................................................................................................. 5-1 5.2 - Planejamento................................................................................................... 5-1 5.3 - Recursos para a Segurança.............................................................................. 5-2 5.4 - Segurança de Instalações Fixas....................................................................... 5-6 5.5 - Proteção de Comboios..................................................................................... 5-10 5.6 - Contra-emboscada........................................................................................... 5-13 CAPÍTULO 6 - APOIO AO COMBATE 6.1 - Generalidades.................................................................................................. 6-1 6.2 - Comando e Controle (C²)................................................................................ 6-1 6.3 - Comunicações e Guerra Eletrônica................................................................. 6-1 6.4 - Inteligência...................................................................................................... 6-1 6.5 - Contra-inteligência.......................................................................................... 6-2 6.6 - Artilharia ......................................................................................................... 6-2 6.7 - Apoio Aéreo.................................................................................................... 6-2 6.8 - Coordenação do Apoio de Fogo...................................................................... 6-2 6.9 - Operações Especiais........................................................................................ 6-3 6.10 - Engenharia..................................................................................................... 6-3 CAPÍTULO 7 - APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE ......................................... 7.1 7.1 - Generalidades.................................................................................................. 7-1 7.2 - Recursos Humanos.......................................................................................... 7-1 7.3 - Suprimento ...................................................................................................... 7-1 7.4 - Manutenção..................................................................................................... 7-2 7.5 - Transporte ....................................................................................................... 7-2 7.6 - Serviço de Polícia............................................................................................ 7-2 7.7 - Apoio Químico, Biológico e Nuclear.............................................................. 7-2 7.8 - Assuntos Civis................................................................................................. 7-3
  • 6. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - V - ORIGINAL INTRODUÇÃO Esta publicação tem por propósito o estabelecimento dos fundamentos essenciais para as operações contra forças irregulares, que servirão de base para as demais publicações da série CGCFN. Estas operações são basicamente operações de contraguerrilha conduzidas por forças legais para combater forças irregulares apoiadas ou não pela população local ou outras fontes externas, tais como governos, organizações transnacionais, organizações religiosas ou narcotráfico internacional. No capítulo 1 são apresentadas as características das forças irregulares e as definições de guerra irregular, guerra insurrecional e guerra revolucionária. No capítulo 2 são apresentados os tipos de operações e requisitos para o êxito. São apresentados também aspectos relacionados à atividade de inteligência, fatores que interferem no planejamento, designação do grau de controle da área e aspectos relacionados às bases de combate e postos de segurança. No capítulo 3 são apresentados os aspectos relacionados ao planejamento das operações contraguerrilha rural e também os tipos de ações desenvolvidas neste tipo de operação. No capítulo 4 são apresentadas as ações realizadas na guerrilha urbana e os tipos de ações desenvolvidas nas operações contraguerrilha urbana. No capítulo 5 são apresentados os principais fatores que influenciam o planejamento das medidas de segurança a serem observadas nas operações contra forças irregulares, bem como suas características e o seu desejável emprego. Por fim, nos capítulos 6 e 7, são abordadas peculiaridades do apoio ao combate e do apoio de serviços ao combate nas operações contra forças irregulares. Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da Marinha, como: PMB, não controlada, ostensiva, básica e manual. Esta publicação substitui a CGCFN-2800 - Manual de Operações contra Forças Irregulares, 1ª edição, aprovada em 17 de dezembro de 2004, preservando seu conteúdo, que será adequado ao previsto no Plano de Desenvolvimento da Série CGCFN (PDS-2008), quando de sua próxima revisão.
  • 7. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 1-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 - CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS IRREGULARES As forças irregulares se caracterizam pela mobilidade, por ações ofensivas e por explorar o princípio da surpresa. Além dessas características, outros aspectos favorecem a atuação dessas forças tais como: apoio da população civil, apoio externo, aspectos políticos, aspectos legais e as táticas. 1.1.1 - Apoio da população civil O sucesso das forças irregulares depende do contínuo apoio moral e material da população civil. A comunidade local está, normalmente, sob pressão dessas forças. As medidas punitivas, tais como represálias, terrorismo, restrições ao movimento e seqüestro de bens e propriedades, são executadas contra os que não apóiam suas atividades. Quando a população local apresenta resistência, as represálias provenientes poderão se agravar com o passar do tempo. A comunidade civil pode auxiliar as forças irregulares fornecendo suprimentos, voluntários, informações, transmitindo alertas e apoiando as operações de fuga e evasão. Depois que a força irregular está estabelecida e suficientemente forte, ela pode ter que aplicar a força sobre certos elementos da população para obter o seu apoio, como por exemplo, coagir setores indiferentes ou insensíveis da população a apoiar sua causa. Os civis que participam de tais atividades de apoio são conhecidos como colaboradores. 1.1.2 - Apoio externo As operações desenvolvidas pelas forças irregulares são mais eficientes quando existe apoio de fontes externas, tais como: governos, organizações transnacionais, organizações religiosas, organizações não-governamentais e o narcotráfico internacional. Esse apoio é tanto político e psicológico como operacional e logístico. Uma nação decide apoiar uma força irregular quando sente que, em decorrência desse apoio, pode conseguir contribuição expressiva para a consecução de seus objetivos nacionais. 1.1.3 - Aspectos políticos As operações de forças irregulares têm, freqüentemente, sido descritas como sendo de natureza mais política do que militar. É, certamente, militar no sentido tático, mas é, também, política, uma vez que tem origem, geralmente, na luta pelo poder local. Seus objetivos são, normalmente, políticos e após atingir seus próprios objetivos,
  • 8. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 1-2 - ORIGINAL auxiliam o país patrocinador a alcançar seus interesses. 1.1.4 - Aspectos legais As forças irregulares são reconhecidas pelo Direito Internacional Aplicado aos Conflitos Armados e pelas regras da Convenção de Genebra, tanto quanto o é a guerra regular. De acordo com o enunciado do artigo 4 item 6 dessa Convenção, os membros de tropas irregulares são enquadrados como se tropa regular fossem, para efeito de tratamento como prisioneiros de guerra, desde que portem armas ostensivamente. 1.1.5 - Táticas Os elementos das forças irregulares, geralmente, têm suas ações limitadas, não atingindo a uniformidade e a abrangência que atingem as unidades regulares. Por este fato, acrescido do problema logístico e das necessidades do potencial humano, essas forças, inicialmente, não enfrentam decisivamente unidades regulares. As ações das forças irregulares são facilitadas por outras atividades militares que desviam esforços potenciais do seu oponente. Por outro lado, se o seu oponente está livre de outras preocupações, ele combate as forças irregulares com suas melhores tropas, a fim de proteger suas instalações vitais. As forças irregulares, portanto, tendem a coordenar suas atividades com outras forças e atacar o oponente nos pontos mais desvantajosos para ele. Seus ataques são, normalmente, executados durante períodos de visibilidade reduzida e dirigidos contra partes isoladas, locais fracamente defendidos ou contra o inimigo em movimento. Quando consciente de suas próprias vulnerabilidades e limitações, as forças irregulares podem ter esperança de sobrevivência e de eventual sucesso. De um modo geral, inicialmente, o conhecimento do terreno e das condições psicossociais da região funcionam como o maior fator de força das forças irregulares, apesar de elas serem, normalmente, inferiores ao inimigo em potência de fogo, efetivos, comunicações, logística e organização. Elas são iguais, e freqüentemente superiores, quando se trata da busca de informações, da dissimulação e da escolha do momento oportuno para as ações. a) Táticas ofensivas O êxito do combate irregular baseia-se na ação ofensiva combinada com a surpresa. Normalmente as forças irregulares executam suas ações durante períodos de visibilidade reduzida e abandonam o cenário de ação tão rapidamente quanto possível. Procuram não operar sistematicamente numa
  • 9. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 1-3 - ORIGINAL mesma área e variam suas ações de forma que nenhum procedimento padronizado se torne evidente. Se possível, elas atacam dois ou três alvos simultaneamente, para dividir o esforço de perseguição e os reforços do inimigo. b) Táticas defensivas As forças irregulares dispõem de informantes que lhes fornecem informações sobre seus oponentes. Tais informações permitem que contramedidas apropriadas sejam tomadas, evitando, sempre que possível, o enfrentamento. 1.2 - GUERRA IRREGULAR É a forma, método ou processo de realizar ações ou operações militares, por forças irregulares, contra um governo estabelecido ou um poder de ocupação, compreendendo ações interligadas de guerra de guerrilha e de subversão. 1.3 - GUERRA INSURRECIONAL É a guerra interna que obedece a processos geralmente empíricos, em que uma parte da população, auxiliada e reforçada, ou não, pelo exterior, mas sem estar apoiada em uma ideologia, empenha-se contra a autoridade (de direito ou de fato) que detém o poder, com o objetivo de depor ou, pelo menos, forçá-la a aceitar as condições que lhe foram impostas. 1.4 - GUERRA REVOLUNCIONÁRIA É o conflito interno que obedece a processos determinados, geralmente inspirado em uma ideologia, com o auxílio ou não do exterior, que visa a conquista subversiva do poder pelo controle progressivo da nação. 1.5 - FORÇAS IRREGULARES 1.5.1 - Guerrilha Rural São ações conduzidas por forças irregulares, em ambiente rural, caracterizado por regiões com baixa concentração demográfica, onde as forças irregulares, normalmente, conhecem bem o terreno e buscam o apoio da população local. O terreno e a vegetação fornecem cobertas e abrigos, bem como áreas para treinamento das forças irregulares. Essas forças, normalmente, buscam em seus estágios iniciais, estabelecerem-se em ambiente rural, até que tenham efetivos que permitam expandirem suas bases e ações para outras regiões. 1.5.2 - Guerrilha Urbana São ações conduzidas por forças irregulares, em ambiente urbano, caracterizado pela existência de muitas construções e alta concentração demográfica. Visam subverter a
  • 10. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 1-4 - ORIGINAL ordem, buscando o apoio da população local com a finalidade de alcançar algum propósito: político, social, econômico etc. 1.5.3 - Ações Terroristas Terrorismo e violência não são a mesma coisa. A violência é um instrumento do terrorismo. O terrorismo busca, pelo uso da violência ou pela sua ameaça, coagir governos, autoridades ou mesmo populações explorando-lhes o medo. O terrorismo é uma das mais fortes armas das forças irregulares, pois além de servir para desmoralizar as forças de repressão, permite o convencimento dos que abertamente se opõem às forças irregulares e proporciona meios para a obtenção de apoio e obediência da parte indecisa da população. O terrorismo é utilizado, também, na manutenção da disciplina e da solidariedade dos componentes da força irregular, que sabem que sua família poderá pagar pelos seus atos e que a traição e a deserção poderão ser punidos.
  • 11. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 2 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES 2.1 - GENERALIDADES As operações contra forças irregulares são constituídas pelo conjunto de ações executadas com a finalidade de deter, reduzir ou eliminar as atividades de forças irregulares. Concomitantemente com a realização de operações militares contra as forças irregulares, devem ser executadas ações de natureza policial, no sentido de exercer o controle da população e garantir a segurança das tropas, das instalações, das comunicações e vias de transporte, e, ainda, ações sociais ou políticas, destinadas a manter ou reconquistar o apoio da população, mediante um programa de esclarecimento da ação governamental e de melhoria das condições de vida da população local. A guerra irregular é uma luta de imaginação, engenhosidade e improvisação entre vontades que se opõem. Os comandantes devem estar sempre em condições de adaptar- se, modificar, ou mesmo, abandonar táticas, técnicas e procedimentos usuais de modo a enfrentar a situação em curso. Quando as operações de uma força que atua contra forças irregulares tornam-se estereotipadas, a surpresa está perdida e, com ela, um dos mais importantes fatores do sucesso. A provável reação da força irregular, quando se encontra sob o efeito das operações de forças regulares, é transferir-se para outra área ou retardar as suas ações, até que estas operações diminuam sua incidência, assim as ações não devem ser interrompidas pelo fato da oposição ter sido interrompida. O terreno não se constitui em objetivo a ser conquistado e mantido pelas forças irregulares, até que seus efetivos e sua organização comecem a se tornar semelhantes aos de uma força regular. Nos primeiros momentos os comandantes das forças regulares devem buscar, continuamente, orientar os seus esforços no sentido da destruição do inimigo, não visando o terreno que, normalmente, ao ser perdido não trará prejuízo tático à força irregular. Toda força regular, que atua em uma determinada área visando manter o controle governamental sobre a mesma e destruir a força irregular, terá que negar-lhe o apoio da população local, estabelecer condições de segurança física e psicológica para a população e conquistar o apoio voluntário da mesma que deverá se dispor a participar de ações governamentais. Paralelamente a essas ações militares, políticas e sociais, é
  • 12. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-2 - ORIGINAL fundamental a busca contínua de informações e o emprego das operações psicológicas (OpPsc). Dentro do contexto dos conflitos contemporâneos, as OpPsc vêm tendo um papel fundamental no campo interno e externo. A opinião pública internacional, motivada pelos meios de comunicação internacionais, por meio da ação dos estados ou de outras organizações, pode gerar um apoio maciço à causa das forças irregulares. No campo interno, situação semelhante pode ocorrer, com conseqüências desastrosas para o governo, assim como para a atuação e apoio das forças regulares. As OpPsc são hoje um fato e não uma possibilidade, devendo serem sempre consideradas e desenvolvidas com o concurso de ações próprias em apoio e suporte às operações táticas. 2.2 - TIPOS DE OPERAÇÕES As tarefas da tropa regular em operações contra forças irregulares são localizar, dispersar, capturar ou eliminar o oponente e impedir o seu ressurgimento. Normalmente, o cumprimento destas tarefas exigirá a execução das seguintes operações: 2.2.1 - Operações tipo polícia Operações realizadas com a finalidade de assegurar o controle da população e prover a segurança das tropas, instalações, vias de transporte e núcleos urbanos. Esse tipo de operação contribui para o controle do movimento das forças irregulares e seu material. 2.2.2 - Operações de combate Operações realizadas com o propósito de neutralizar, destruir ou capturar a força irregular. Normalmente, envolvem ações de inquietação, interdição do apoio externo e ações ofensivas desencadeadas pelas forças regulares contra seus oponentes. 2.2.3 - Ação cívico-social (ACISO) Conjunto de atividades de assistência e auxílio a comunidades, desenvolvendo o espírito cívico e comunitário dos cidadãos e contribuindo para minimizar seus problemas mais imediatos e prementes. Essa ação facilita a manutenção ou o resgate da credibilidade governamental e, conseqüentemente, proporciona melhores condições para a atuação das forças legalistas. A ACISO é uma valiosa ferramenta para a conquista do apoio da população local. Seus efeitos podem ser maximizados pelo emprego coordenado com OpPsc. A ACISO deve ser empregada, também, como instrumento de busca de dados.
  • 13. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-3 - ORIGINAL 2.2.4 - Operações de inteligência e a contra-inteligência Conjunto de ações de buscas especializadas, desenvolvidas em caráter sistemático ou exploratório, em apoio à produção e à salvaguarda do conhecimento. Buscam obter o perfeito conhecimento da área, da força irregular e da população e ocultar informações úteis ao oponente. 2.2.5 - Operações Psicológicas São ações políticas, econômicas, psicossociais e militares destinadas a criar em grupos – inimigos, hostis, neutros ou amigos – emoções, atitudes ou comportamentos favoráveis à consecução de objetivos específicos. Envolvem, normalmente, o emprego de meios de propaganda disponíveis, com o propósito de reforçar, ampliar ou suplementar o efeito das demais atividades supracitadas. A opinião pública interna e os meios de comunicação devem estar suficientemente informados e direcionados para a consecução dos propósitos desejados, uma vez que o apoio da população se constitui em fator vital para o sucesso operacional. 2.3 - REQUISITOS PARA O ÊXITO É mais fácil prevenir a formação de um movimento de resistência do que reprimi-lo depois de formado. Da mesma forma, é muito mais fácil debelar tal movimento durante os seus estágios iniciais do que depois de ter atingido estágios avançados de desenvolvimento. Na verdade, porém, a identificação específica dos elementos de resistência, nas fases iniciais, costuma ser extremamente difícil dada a sua fluidez e estrutura ainda desconhecida. As forças do governo devem descobrir e neutralizar as ações dos elementos da população civil que apóiam a força irregular. Assim, algumas medidas que venham a desagradar à população poderão ser adotadas. A dificuldade inicial para identificação destes elementos poderá contribuir para o aumento do apoio da população às forças irregulares. A população deve ser bem esclarecida sobre as razões das ações tomadas e deve ser levada a compreender que tais medidas são de natureza temporária e serão suspensas tão logo as forças irregulares sejam eliminadas. Uma área que se defronta com uma séria ameaça de forças irregulares deve ser considerada como de contato provável ou iminente. As unidades localizadas em tais áreas devem manter permanente atividade de alerta e conduta agressiva. Uma conduta com atitudes desatentas permite que a força irregular explore o princípio da surpresa.
  • 14. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-4 - ORIGINAL A ação ofensiva deve ser contínua e agressiva. Os pontos de maior vulnerabilidade da força irregular são o apoio da população civil, o provimento de apoio de saúde, obtenção de alimentos, a estrutura de comando, o moral e o suprimento de armas e munições. Os elementos da população local que não são membros de organizações paramilitares, em princípio, não devem ser utilizados pelas forças regulares. Caso seja necessário o emprego destes elementos, deverá ser observado, criteriosamente, o aspecto da segurança. Para obter êxito, qualquer força engajada em operações contra forças irregulares deve dispor de: - maior mobilidade do que as forças irregulares; - informações tão detalhadas quanto possíveis sobre o terreno, a força irregular e as características da população local; - comunicações eficientes e seguras; - soldados altamente adestrados e com elevado condicionamento físico e moral; - liderança criativa e agressiva; - avaliação realística das possibilidades e limitações das próprias forças e das forças amigas; - ampla análise das instalações críticas e vulneráveis existentes no setor, que poderão ser designadas como alvos da força irregular; - amplo conhecimento dos recursos disponíveis para melhor priorizar sua distribuição; e - medidas eficientes para a descoberta e emprego de outros recursos. Os requisitos que se seguem são particularmente importantes para o êxito das operações contra forças irregulares, embora se possa acrescentar outros: - apoio da população; - operações ofensivas; - boa rede de inteligência; - integração de esforços; - mobilidade; - liderança; - surpresa; - segurança; - planejamento contínuo;
  • 15. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-5 - ORIGINAL - ação psicológica; e - adestramento específico. Alguns destes requisitos merecem uma análise mais cuidadosa. 2.3.1 - Apoio da população Em contraste com a guerra regular, a adesão da população é a meta principal do esforço contra forças irregulares porque, apoiado por ela, a força irregular poderá crescer e ter seu apoio logístico facilitado. O apoio da população é o requisito mais importante para o bom êxito das operações contra forças irregulares. 2.3.2 - Operações ofensivas Nas operações contra forças irregulares é particularmente importante manter a ofensiva, a fim de impedir que o inimigo tome a iniciativa. As medidas puramente defensivas dão tempo às forças irregulares para se organizarem. Elas só se justificam quando o efetivo de que se dispõe não permite a ação ofensiva. Até mesmo as operações ofensivas limitadas produzem melhores resultados do que a atitude passiva. Elas devem ser contínuas e agressivas, mantendo pressão constante durante toda a operação. Caso o contato com o inimigo tenha sido perdido, um esforço agressivo deverá ser feito para seu restabelecimento, principalmente pelo patrulhamento aéreo e terrestre. Tais procedimentos mantêm a força irregular sob pressão, reagindo às nossas ações, o que reduz a sua segurança, quebra a sua organização e abate o seu moral. Os longos períodos de inatividade dão à força irregular oportunidade para tratar seus feridos, reorganizar-se e reiniciar suas ações. 2.3.3 - Rede de inteligência A ação militar contra a força irregular depende da busca e do processamento rápido dos conhecimentos obtidos. As atividades de busca de informes podem, algumas vezes, interferir no esforço ofensivo. A condução de operações de inteligência poderá exigir a suspensão da atividade tática em determinada área, a fim de que melhor se possa observar a situação das forças irregulares. Assim, é necessário coordenar as ações de busca e coleta de dados das diversas fontes, e realizar o correto processamento em um Centro de Análise de Inteligência integrado nos níveis tático, operacional, estratégico-militar e político. 2.3.4 - Integração de esforços Não basta a integração completa dos diversos elementos militares. A teoria da guerra exalta a subordinação da guerra à política, ou seja, evidencia a centralidade política.
  • 16. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-6 - ORIGINAL Os níveis de condução da guerra político, estratégico-militar, operacional e tático devem estar organizados de tal maneira que a vontade política seja perfeitamente traduzida para sua materialização no campo operacional. 2.3.5 - Mobilidade Nas operações contra forças irregulares, é fundamental uma grande mobilidade para a obtenção da surpresa e para sobrepujar a mobilidade do oponente. O emprego criterioso de forças aeromóveis pode dar à tropa regular esta possibilidade. Nas regiões onde o seu emprego for exeqüível, deverá ser levada em consideração a utilização de carros de combate, de viaturas sobre rodas e viaturas blindadas. Em princípio, uma liderança agressiva, a vontade de lutar, informações seguras e oportunas além de um bom preparo físico, tornam uma força regular superior à irregular em sua própria modalidade de guerra. Nos pantanais e áreas inundadas, o amplo emprego de embarcações para o movimento da tropa pode tornar-se extremamente útil e mesmo imprescindível. Reservas com grande mobilidade poderão ser mantidas embarcadas para facilitar o seu rápido emprego contra a força irregular localizada pelas patrulhas. Estas embarcações devem ser mais rápidas do que as do inimigo e transportáveis facilmente por suas guarnições. As características da região podem exigir o emprego dos mais diversos tipos de embarcações: chatas, canoas, balsas feitas com material da floresta (montaria), batelões, etc. O emprego de helicópteros para transporte de tropas é altamente desejável em qualquer tipo de terreno. Nas operações contra forças irregulares, a mobilidade não depende unicamente da rapidez no deslocamento, mas, também, da rapidez na concepção dos planos, das ações de comando e da sua execução. 2.3.6 - Liderança A liderança merece ênfase especial nestas operações. O moral de uma tropa engajada nas operações contra forças irregulares apresenta problemas bastante diferentes daqueles encontrados no combate regular. Atuar contra uma força esquiva, insidiosa, que raramente oferece um alvo definido, que se dilui quando enfrentada e que, posteriormente, se reúne para atacar, é muito diferente do que operar contra as forças regulares. Resultados concretos poucas vezes poderão ser observados. Os comandantes, em todos os escalões, poderão ter que operar por longos períodos em áreas isoladas, nas quais grande parte do seu apoio, tanto moral
  • 17. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-7 - ORIGINAL como material, dependerá da própria engenhosidade, habilidade, conhecimentos profissionais, coragem e tenacidade. Este problema deverá ser enfrentado por meio de uma liderança enérgica e capaz, de uma doutrinação sobre a importância das operações contra forças irregulares e da participação efetiva de oficiais e praças. 2.3.7 - Surpresa A surpresa é um fator que deve ser procurado em todas as operações. Contra forças irregulares bem organizadas é difícil de ser obtida e exige de cada escalão de comando, inclusive dos comandantes de pelotão e de grupo de combate, o emprego de processos engenhosos e imaginativos. A variação constante da maneira de atuar e o uso de táticas e técnicas não ortodoxas podem auxiliar bastante na sua obtenção. Durante o planejamento, a preparação e a execução das operações, cuidados devem ser tomados para que a força irregular não tome conhecimento antecipado de sua natureza e finalidade. Medidas especiais de segurança são aplicadas aos reconhecimentos, aos deslocamentos da tropa e à concentração do equipamento e suprimento. Pode-se fazer uso de planos de dissimulação, disseminados na rede de inteligência da força irregular, para iludi-la sobre as nossas verdadeiras intenções. Cuidado especial deve ser tomado para impedir que o pessoal civil que apoia a força irregular tome conhecimento do que está sendo preparado. 2.3.8 - Segurança Incursões e emboscadas devem ser esperadas da parte da força irregular, uma vez que ela, normalmente, se vale desses recursos para conseguir armas, munições e equipamentos. As instalações das tropas regulares fracamente defendidas e as instalações de suprimentos são excelentes objetivos. A tática do guerrilheiro é atacar somente quando houver certeza do êxito. As tropas enfraquecidas, cansadas, expostas e desprotegidas são alvos em potencial. 2.4 - A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA As forças irregulares, a população civil e o terreno são fatores determinantes no desenvolvimento da atividade de inteligência nesse tipo de operação. Destruir as forças irregulares e impedir o seu ressurgimento requer conhecimentos detalhados. 2.4.1 - Força irregular Os seguintes fatores serão considerados: - identificação, composição, organização e dispositivo; - localização, áreas de reunião, pontos de encontro e itinerários;
  • 18. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-8 - ORIGINAL - eficiência em combate, incluindo nível de treinamento, eficiência das comunicações e o moral; - métodos de operação e táticas; - armamentos e equipamentos; - fontes de ressuprimento de todas as classes; - fatores que causaram ou contribuíram para o desenvolvimento e motivação do movimento irregular incluindo apoio político e econômico; - relacionamento entre a força irregular e a população civil; - relacionamento e grau de apoio provenientes de meios externos; e - vulnerabilidades psicológicas. 2.4.2 - População civil Devido à dependência natural da força irregular da população civil, muitos dos conhecimentos necessários se aplicam tanto para a força irregular como para a população. Os conhecimentos necessários sobre a população civil são: - perfeita identificação de elementos simpatizantes e perfeita identificação dos elementos hostis à força irregular; - grau de motivação e lealdade dos vários segmentos da população; - quantitativo da população civil em combate ou em atividades de apoio ao oponente; - grau de influência da autoridade local e policial sobre a população civil; - vulnerabilidade da população civil simpatizante à força regular e às ações de terrorismo realizadas pela força irregular; - efeito das medidas de controle sobre a população civil, tais como restrições ao movimento, toque de recolher, e outras; e - vulnerabilidades psicológicas. 2.4.3 - Terreno Um profundo conhecimento do terreno é necessário para a condução das operações contra forças irregulares. A coleta de dados sobre o terreno é um processo contínuo com o propósito de atualizar as cartas da área. Todos os militares deverão ter atenção para a coleta de dados sobre o terreno, atualizando-os continuamente. O resultado da atividade de inteligência é prontamente disseminado por meio de relatórios correntes de inteligência. Particular atenção será direcionada para: - áreas que poderão ser utilizadas como bases de forças irregulares, que possuam as
  • 19. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-9 - ORIGINAL seguintes características: • dificuldade de acesso, como em montanhas, selva ou pântanos; • dissimulação contra reconhecimento aéreo; • itinerários de retraimento cobertos; • adequado abastecimento de água; e • região próxima a uma localidade que permita, mediante deslocamentos rápidos, a obtenção de mantimentos, informações e alerta antecipado sobre a aproximação de forças oponentes; - estradas e itinerários de aproximação e de ligação com áreas da força irregular, confirmadas ou suspeitas; - estradas e itinerários próximos a instalações amigas e linhas de comunicações; - localização de pontos de passagem a vau, de pontes, balsas e informações sobre o período de cheias dos rios; - áreas onde não há disponibilidade de água potável; - áreas que restringem o movimento a pé; - áreas onde haja disponibilidade e capacidade de operações com helicópteros; - locais prováveis de emboscada para forças regulares e irregulares; - disponibilidade de áreas que possibilitem o desdobramento dos elementos de apoio de fogo; - localização de áreas com disponibilidades de estradas e itinerários que permitam o apoio externo; - localização de pequenas instalações e de fazendas próximas às áreas suspeitas de presença de forças irregulares; - localização de áreas que favoreçam a abicagem de embarcações; e - prováveis áreas de homizio para depósitos de suprimentos, armamento e munição. 2.5 - FATORES DE PLANEJAMENTO No planejamento das operações contra forças irregulares, especial atenção deve ser dada para aspectos que envolvam tanto a situação civil (política, econômica e social) quanto a militar. Em seu estudo de situação, o comandante deve observar os seguintes fatores específicos: 2.5.1 - Terreno e condições meteorológicas - adequabilidade do terreno às operações das forças regulares e irregulares;
  • 20. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-10 - ORIGINAL - existência de possíveis áreas que favoreçam à instalação de bases de forças irregulares; e - efeito das condições climáticas sobre as operações das forças regulares e irregulares. 2.5.2 - População - necessidades sócio-econômicas mais essenciais da população local; - a motivação e a lealdade dos vários segmentos da população com relação à força irregular são fundamentais para o sucesso ou o fracasso das operações. O apoio da população afetará diretamente o moral, a vontade de resistir e a capacidade para suportar as adversidades da força irregular. Deve-se dar atenção especial aos fazendeiros e outros habitantes da zona rural, aos criminosos e desordeiros, às pessoas que professam os ideais políticos da força irregular, aos ex-membros das forças armadas e às pessoas com fortes tendências e possibilidades de liderança negativa; - efetivo e proporção relativa da população que poderá apoiar a força que realizará a operação contra força irregular; e - sensibilidade relativa dos vários elementos da população à propaganda das forças regulares e irregulares. 2.5.3 - Recursos disponíveis para as forças irregulares - capacidade da área em fornecer suprimentos; - capacidade da força irregular de controlar a colheita, o armazenamento e a distribuição de alimentos; - disponibilidade de água; - disponibilidade de combustíveis e de meios de transporte; e - disponibilidade de armas, munições, explosivos e outros suprimentos. 2.5.4 - Organização da força irregular e suas atividades - origem e grau de desenvolvimento; - efetivo, moral e nível de instrução; - personalidade de seus líderes; - relacionamento com a população civil; - eficiência de sua organização e unidade de comando; - disponibilidade de equipamentos e suprimentos; - eficiência das comunicações;
  • 21. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-11 - ORIGINAL - eficiência da sua rede de inteligência; - dispositivos da força irregular, sejam eles conhecidos ou prováveis; e - táticas empregadas. 2.5.5 - Efetivo e composição das forças que realizam operações contra forças irregulares - nível de adestramento da tropa regular para operar na área considerada; - outras unidades que estejam na área; - organizações locais de polícia; - limitações; e - conveniência do emprego de civis na segurança das instalações críticas para fazer face às deficiências em pessoal. 2.5.6 - Ligações das forças irregulares com países estrangeiros, entidades ou Organizações Não Governamentais (ONG) - direção e orientação das atividades da força irregular, ou seja, se estas obedecem a uma orientação geral de algum país estrangeiro, entidades ou ONG que a apóiam; - como são estabelecidas as comunicações entre o país estrangeiro, entidades ou ONG com as forças irregulares; e - possibilidades do país estrangeiro, entidades ou ONG que apoiam a força irregular de enviar orientadores ou suprimentos para a área onde esta atua. 2.6 - ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE OPERAÇÕES Normalmente, a unidade engajada em operações contra forças irregulares recebe uma área de responsabilidade. Se possível, esta área deve coincidir com a subdivisão política em que se situa a região afetada. Esta distribuição tem por finalidade fazer o maior emprego possível da organização ou sistema administrativo civil existente, empregar ao máximo as forças policiais e paramilitares já organizadas e utilizar as redes de informações porventura existentes. A atribuição de uma subdivisão política a uma unidade facilita a ajuda que as autoridades civis possam fornecer e, conseqüentemente, permite o emprego de um efetivo maior para as atividades especificamente militares. No entanto, deve-se compreender que as subdivisões políticas nem sempre fornecerão as melhores áreas para as operações militares e, na maioria dos casos, os limites das áreas de responsabilidades das unidades serão ditados pelos fatores militares preponderantes. Os princípios que regulam a escolha de limites para estas áreas de
  • 22. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-12 - ORIGINAL responsabilidade nas operações contra forças irregulares são os mesmos das operações regulares. Normalmente, o Componente de Combate Terrestre (CCT) de um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) recebe uma área específica de responsabilidade que deverá ser dividida em setores até o nível de suas subunidades. O comandante da subunidade não deve distribuir áreas a seus pelotões, e sim tarefas específicas que contribuam para o cumprimento da missão do escalão superior. Dentro dos setores e subsetores designados, cada escalão de comando, até o nível companhia inclusive, instalará uma ou mais bases de combate, a partir das quais serão lançadas as operações ofensivas e os postos de segurança fixos que forem necessários à proteção da tropa, das instalações e das vias de transporte. A força responsável por determinada área de operações deverá manter em sua base de combate um elemento reserva de valor compatível com o seu escalão, para ser empregado quando necessário. As dimensões da área atribuída a uma unidade dependem da missão, do terreno, da natureza da força irregular, do efetivo disponível e do grau de apoio da população. Nas regiões menos desenvolvidas e de difícil acesso, sob controle da força irregular, as áreas de responsabilidade serão bem menores do que nas regiões mais desenvolvidas, dotadas de estradas, onde a força irregular não exerça um controle efetivo. Quando a área de uma unidade for extensa demais para permitir que os escalões subordinados a vasculhem simultaneamente, o comandante deverá determinar uma prioridade para a limpeza das subáreas e atribuir responsabilidades para executá-la. Em qualquer caso, o subsetor atribuído a uma subunidade não deverá ser maior do que aquele que ela pode vasculhar ou controlar, sem que grandes grupos de forças irregulares logrem escapar e reorganizar-se em outras regiões do próprio subsetor. Normalmente, a companhia mantém como reserva uma força de reação de valor pelotão. O batalhão, por sua vez, deve manter como reserva uma força de reação com o valor de, pelo menos, dois pelotões. O CCT de um GptOpFuzNav tipo Brigada Anfíbia (BAnf) deve manter uma força de reação, de valor batalhão, destinada a enfrentar e destruir grandes concentrações de forças irregulares em sua área. De preferência, essas reservas deverão estar em condições de serem helitransportadas e, se o terreno permitir, mecanizadas ou motorizadas.
  • 23. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-13 - ORIGINAL 2.7 - DESIGNAÇÃO DO GRAU DE CONTROLE DA ÁREA Nas normas de ação de uma unidade engajada em operações contra forças irregulares, deve existir um sistema para a identificação das áreas, segundo o grau de controle ali exercido, de maneira que esta informação possa ser facilmente disseminada para a tropa e para a população. A classificação de uma área em conformidade ao grau de controle sobre ela exercido é a que se segue: 2.7.1 - Área vermelha É a área sob o controle contínuo ou intermitente da força irregular. Nela, o oponente localiza suas instalações e suas bases, operando com relativa facilidade. Normalmente, a população da área apoia a força irregular, livremente ou por coação. Todos os elementos que ali se encontram devem ser considerados suspeitos. A tropa deverá manter-se em permanente estado de alerta nessas áreas e as viaturas deverão deslocar-se em comboios escoltados. 2.7.2 - Área amarela É a área em que tanto as forças irregulares como as regulares podem operar, mas que não se encontra sob o controle efetivo de quaisquer uma dessas facções. Nessas áreas a tropa deverá, no mínimo, conduzir armas de emprego individual e seus integrantes não deverão realizar deslocamentos isolados. Em cada viatura deverá existir, pelo menos, um elemento armado. Deverão ser prescritas hora de recolher e outras medidas de controle. 2.7.3 - Área verde É a área sob o controle das forças que realizam operações contra forças irregulares, onde foram suspensas as medidas de restrições à população. Nessas áreas a força irregular tem suas atividades limitadas às ações clandestinas, às incursões, às ações de pequenas emboscadas, às ações de franco-atiradores e às operações de inquietação. Os movimentos isolados são desaconselhados, mas os integrantes da tropa não necessitam estar sempre armados. As viaturas poderão deslocar-se livremente e sem elemento armado.
  • 24. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-14 - ORIGINAL ÁREA VERMELHA ÁREA VERMELHA ÁREA VERDE ÁREA VERDE ÁREA AMARELA ÁREA AMARELA ÁREA AMARELA X X X X Fig 2.1 - Designação de uma área quanto ao grau de controle amigo 2.8 - BASES DE COMBATE As unidades que estejam realizando operações contra forças irregulares deverão instalar bases de combate a partir das quais irão operar. Não é comum ao GptOpFuzNav tipo Unidade Anfíbia (UAnf) ou superior receber uma área que comporte somente uma base. Geralmente o CCT destes GptOpFuzNav atribui subsetores às suas peças de manobra, onde estas instalarão suas bases de combate. De acordo com a extensão do subsetor, nele poderá ser instalado uma só base ou mais de uma. Sempre que possível, entretanto, toda a subunidade deverá operar a partir de uma única base, para facilidade de controle e segurança. Normalmente, os pelotões de primeiro escalão da companhia deixam suas bases de combate para atuar a partir de suas bases de patrulha. A base de combate é o ponto de partida de todas as operações táticas contra a força irregular na área da unidade. Nela, estarão os principais elementos de comando, de controle e de administração e, geralmente, certos órgãos de apoio do escalão superior. A localização da base de combate deverá facilitar as operações táticas e a sua própria segurança. Sempre que possível, deverá ser instalada em terreno com apropriadas características defensivas, uma vez que a maior parte da unidade estará realizando, durante quase todo o tempo, tarefas de combate, de inquietação, de vigilância e de reconhecimento, ali permanecendo apenas a força de reação e elementos para a segurança orgânica da base de combate. A dimensão da base de combate variará de acordo com o efetivo da tropa, com as
  • 25. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-15 - ORIGINAL características defensivas do terreno e com as probabilidades de ataque da força irregular. De qualquer maneira, deve ser tão pequena quanto possível, para favorecer o requisito segurança, diminuindo a dispersão da tropa. A base de combate deverá ser organizada com posições defensivas circulares, complementadas por obstáculos. Postos avançados de vigilância ou de escuta deverão ser instalados bem à frente das posições defensivas, sendo guarnecidos durante todo o tempo em que a base de combate estiver operando. Na organização de uma base de combate alguns meios deverão ser previstos para o conforto da tropa. Sempre que possível, é aconselhável a construção de abrigos com material da região. A base de combate ideal deve possuir um ponto de suprimento d’água no seu interior ou nas proximidades. Deverão ser previstos locais de recreação com prática de esporte, se possível. Uma base de combate bem instalada contribuirá, decisivamente, para a manutenção de um moral elevado. Os mais elevados padrões de disciplina e de higiene deverão ser mantidos. Devido à natureza descentralizada das atividades um comandante de companhia raramente manterá contato com os seus subordinados durante as operações contra forças irregulares, a não ser nos breves períodos em que estejam na base. Durante a maior parte do tempo, os homens estarão atuando a partir das bases de patrulha, em ações de patrulha, incursões, emboscadas, postos avançados, etc, sob o controle dos oficiais subalternos. A base de combate deve ser periodicamente mudada de posição a fim de evitar que a força irregular possa colher informações tão detalhadas quanto possível sobre a sua localização e o seu dispositivo de defesa. Quando a força irregular houver atingido um estágio de desenvolvimento no qual as características de suas operações se assemelhem às da tropa regular, não será taticamente seguro a utilização de bases de combate muito distantes umas das outras. 2.9 - POSTOS DE SEGURANÇA FIXOS O posto de segurança fixo é um sistema de segurança organizado para a proteção de instalações fixas importantes, militares ou civis, ou de pontos críticos ao longo das vias de transporte, tais como terminais, túneis, pontes e entroncamentos rodoviários ou ferroviários. O valor de tropa nesses postos depende da tarefa a eles atribuída, das características e dos efetivos da força irregular, da atitude da população civil e da importância da área a ser protegida. Ele pode variar desde uma guarda de dois homens
  • 26. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-16 - ORIGINAL para uma ponte, até uma companhia reforçada para garantir segurança a um importante entroncamento de vias de comunicações ou a uma comunidade civil. Os postos de segurança fixos estabelecidos em áreas remotas, necessariamente, serão maiores que os instalados mais próximos das forças que os apoiam. A organização de um posto de segurança fixo dependerá de seu efetivo, de sua tarefa e da distância em que se encontra das unidades que podem reforçá-lo. Em qualquer caso, o posto de segurança fixo é organizado para atender à segurança da instalação e da própria força. Comunicações confiáveis devem ser estabelecidas entre os postos de segurança fixos, principalmente os situados em locais remotos, e as bases das unidades das quais são destacados, e estas devem estar preparadas para contra-atacar, utilizando suas reservas, em benefício destes postos. Os postos de segurança fixos são organizados e preparados para a defesa em todas as direções. As patrulhas e as sentinelas necessárias devem ser empregadas para evitar a surpresa. É preciso adotar precauções especiais para evitar que sentinelas possam ser surpreendidas e subjugadas antes que possam acionar o alarme. Os itinerários desenfiados que dão acesso aos postos de segurança deverão ser, se possível, armadilhados. O terreno adjacente que proporcione condições para execução de fogos diretos contra nossa tropa deve ser mantido limpo e, se possível, armadilhado. As áreas com observação e campos de tiro restritos, devem ser melhoradas ou serem cobertas pelo tiro de armas automáticas. Na área adjacente ao posto de segurança fixo são construídas fortificações de campanha reforçadas com banquetas de terra e sacos de areia. O pessoal deve dispor de saídas auxiliares e de itinerários desenfiados de seus abrigos para as posições de combate. As edificações utilizadas para abrigo devem ser selecionadas com cuidado. Em geral, as construções de madeira ou de outros materiais leves devem ser evitadas. Se tiverem que ser utilizadas, no entanto, suas paredes devem ser reforçadas para a proteção contra o fogo de armas portáteis. Se o posto consiste de mais de uma posição, deve-se considerar a possibilidade de construção de túneis de ligação. Os suprimentos são armazenados em depósitos dispersos e protegidos. Os equipamentos e as instalações de comunicações devem receber uma proteção adequada. A eficiência de combate é mantida pela instrução e pela execução periódica de exercícios de verificação de segurança orgânica com emprego de grupos de reação. O pessoal da região não pertencente a organizações para-militares não é autorizado a penetrar nas posições defensivas e os moradores das vizinhanças próximas são
  • 27. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 2-17 - ORIGINAL investigados e evacuados se necessário. Os civis amigos podem ser de grande utilidade para dar alerta sobre a aproximação de elementos da força irregular. Toda a atenção possível é dada ao conforto da tropa durante a organização e a preparação do posto de segurança fixo a fim de minimizar possíveis prejuízos para o moral da tropa que for operar durante prolongado período de tempo em pequenos grupos afastados das organizações a que pertencem. Se um posto de segurança fixo está localizado longe das outras subunidades e há uma possibilidade de ser isolado pela ação da força irregular, os suprimentos deverão ser estocados, previamente, em quantidade suficiente no interior do posto. O posto de segurança fixo não deverá nunca depender exclusivamente da população local para o seu suprimento. A defesa de uma instalação deve sofrer modificações freqüentes, para neutralizar as informações que o inimigo possa obter, relativas ao dispositivo e às operações de rotina da força e da segurança. Isso poderá ser alcançado alterando-se: os itinerários das patrulhas e das sentinelas; a localização dos postos fixos e dos postos de escuta; o horário de mudança de guarda; as senhas e contra-senhas; e a posição das armas automáticas.
  • 28. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 3 OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA RURAL 3.1 - GENERALIDADES As forças irregulares, normalmente, nos estágios iniciais de suas ações, procuram se estabelecer em ambiente rural. As áreas edificadas constituem, para essas forças, terreno desfavorável, até que tenham alcançado os estágios finais de desenvolvimento, e tenham efetivos e possibilidades equivalentes aos das forças regulares. As forças irregulares poderão exercer atividades de cunho social em determinadas localidades com o intuito de conquistar a simpatia da população da área. As operações contra forças irregulares em ambiente rural são operações executadas para obter ou reconquistar o controle de uma região e/ou infligir baixas a estas forças. Englobam as ações de inquietação, as operações ofensivas e a obstrução ao apoio externo. Se qualquer parte da área atribuída a uma unidade estiver sob controle efetivo do inimigo, deverá ser atribuída prioridade às operações destinadas a inquietar e destruir a força irregular. Normalmente, a presença de habitantes na área de operações implicará na execução contínua de operações de polícia, paralela ou simultaneamente às de combate ao inimigo. As ações de combate contra as forças irregulares são extremamente descentralizadas, até que elementos inimigos de valor ponderável tenham sido localizados. A partir dessa situação, as operações são descentralizadas somente na medida do necessário para a destruição da força irregular localizada. A disposição no terreno das forças que realizam operações contra a força irregular deve contemplar os requisitos de segurança e dispersão, com a finalidade de evitar que o oponente possa se movimentar livremente na Área de Operações. Uma vez precisamente localizada uma força irregular de vulto, deve-se dar prioridade ao emprego de todo o poder de combate para as operações ofensivas, destinadas à sua eliminação. Normalmente, estas operações exigem uma força muito maior do que a força irregular localizada. O fato de a força irregular atuar descaracterizada em meio à população civil, recebendo seu apoio e proteção, faz com que as operações contra forças irregulares em ambiente rural sejam de execução extremamente difícil, exigindo um planejamento detalhado.
  • 29. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-2 - ORIGINAL O cerco a uma força irregular é, normalmente, o meio mais eficiente para fixá-la e, posteriormente, destruí-la. Entretanto, se a brevidade nas ações, a deficiência em efetivos ou o terreno impedirem ou não favorecerem o cerco, será mais proveitoso realizar ataques de surpresa seguidos, imediatamente, de agressiva perseguição (limpeza de área). O amplo emprego de aeronaves armadas nesses ataques deverá explorar ao máximo sua mobilidade e seu volume de fogos. Após um ataque bem sucedido contra uma força irregular, a área deverá ser vasculhada minuciosamente em busca de suprimentos, equipamentos e documentos. 3.2 - PLANEJAMENTO O ambiente em que as forças irregulares operam, precisa ser examinado de um ponto de vista não só geográfico. Clima e terreno são importantes, porém, aspectos políticos, econômicos e sociais têm, igualmente, importância destacada. As forças irregulares precisam ser entendidas, antes de serem derrotadas. As forças irregulares operando em um ambiente rural são, em sua grande parte, constituídas por elementos da própria região e só se dirigirão para outras áreas se sua segurança estiver comprometida. O fato das forças irregulares conhecerem bem a região de operações lhes dá uma grande vantagem. O grau de atuação e controle que o estado possui na área influi diretamente na possibilidade das forças irregulares se estabelecerem e operarem. O grau de insatisfação da população com o governo estabelecido poderá ser explorado pelas forças irregulares de modo a buscar apoio local. Limitados recursos de material e pessoal são fatores de fraqueza das forças irregulares, a menos que contem com forte apoio externo. Normalmente os recursos disponíveis são os da própria região, sendo que as forças irregulares poderão realizar ações contra alvos civis ou militares, como forma de conseguir armas, equipamentos e suprimentos. Um inimigo capturado será importante fonte de dados, visto que poderá ajudar na localização dos principais líderes da força irregular. Uma consideração importante no planejamento das operações contra forças irregulares deve ser o efeito que estas operações terão sobre a população. As operações contra forças irregulares poderão ter características ofensivas ou defensivas. As operações ofensivas visam localizar, fixar e engajar as forças irregulares. Essas operações incluem patrulhas de reconhecimento e combate, emboscadas, ataques, cercos
  • 30. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-3 - ORIGINAL e movimentos buscando o contato com o inimigo. As operações defensivas visam evitar as ações do inimigo diretamente sobre nossas forças, bem como negar informações. Incluem segurança nos deslocamentos e nas bases, patrulhas de segurança, medidas de segurança contra emboscadas, forças de reação, segurança das informações, dentre outras. A distinção entre operações ofensivas e defensivas é difícil de ser observada, haja vista que uma operação contra força irregular poderá possuir, ao mesmo tempo, características ofensivas e defensivas. O sucesso no planejamento das operações contra forças irregulares dependerá da observação de alguns princípios: - Iniciativa e descentralização nas ações - devido ao tipo de terreno, deficiência de informações sobre o inimigo e, normalmente, a necessidade de dispersar as tropas que combatem as forças irregulares, deverá buscar-se a centralização no planejamento, porém, as ações tenderão a serem descentralizadas, o que fará com que os escalões subordinados devam possuir iniciativa, pois não receberão instruções para todas as situações que irão se apresentar. A liderança deverá ser incentivada em todos os níveis; - Capacidade de durar na ação - Em função dos fatores de tempo e distância envolvidos, bem como dos recursos disponíveis na região, as unidades que combatem as forças irregulares deverão ser capazes de operar em áreas extensas, necessitando de um mínimo apoio logístico, preservando o seu poder de combate; - Flexibilidade - Requer um planejamento que possa se adaptar às mudanças na situação. Missão, inimigo, terreno, meios e o tempo disponível, irão orientar o planejamento da organização e emprego das forças; - Mobilidade - A mobilidade das forças deverá ser maior que a das forças irregulares; e - Coordenação - As diversas ações desenvolvidas neste tipo de operação, normalmente abrangendo os campos político e social, deverão ser coordenadas, de modo a permitir a convergência de esforços. 3.3 - TIPOS DE AÇÕES DESENVOLVIDAS NAS OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA RURAL 3.3.1 - Inquietação No início das operações contra uma força irregular, a localização e os efetivos dos elementos adversos raramente serão conhecidos. Se, no entanto, estes forem
  • 31. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-4 - ORIGINAL conhecidos, as operações ofensivas poderão ser logo desencadeadas. Em geral, torna-se necessário a execução de ações sistemáticas de inquietação pelas forças regulares, visando: - localizar a força irregular; - causar-lhe baixas; - limitar a sua liberdade de ação; - forçá-la a estabilizar ou cessar as operações; - controlar a área de operações; e - obter o respeito e a confiança da população pela presença constante das forças militares na região. Ainda que seja necessário prolongar por tempo indeterminado as operações de inquietação contra o inimigo, elas devem ser realizadas até que se conheçam, em detalhes, a localização de seus elementos e efetivos. Assim que a área sob controle da força irregular for perfeitamente determinada, as operações de inquietação deverão restringir-se a essa área. Essas operações são realizadas, basicamente, pelo emprego de: - patrulhas de reconhecimento, para localizar os grupos e as bases do inimigo; - patrulhas de combate e incursões contra bases, instalações, patrulhas e postos avançados inimigos conhecidos ou suspeitos; - emboscadas; - equipes de designação de alvos e condução de tiro; - lançamento de armadilhas nos prováveis itinerários das forças irregulares; e - vigilância aérea contínua. Para realizar as operações de inquietação, as tropas regulares atuarão a partir de bases de patrulhas avançadas, localizadas nos seus setores e exercerão uma pressão constante sobre as forças irregulares. Considerando-se que, em princípio, a força irregular se desloca no período noturno com o intuito de aproveitar a proteção oferecida pela escuridão e mantêm-se estacionada em suas bases durante o período diurno, as operações de inquietação devem ser executadas durante as vinte e quatro horas do dia. No período diurno são orientadas, basicamente, contra os elementos da força irregular e suas bases, enquanto estes repousam, recebem instruções ou se reorganizam. No período noturno são dirigidas, principalmente, contra o inimigo que se desloca em ações
  • 32. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-5 - ORIGINAL táticas ou administrativas. 3.3.2 - Incitamento à rendição Quando for taticamente exeqüível, as técnicas de panfletagem e da radiodifusão devem ser previstas para motivar a rendição de uma força irregular localizada e fixada, antes de se realizar qualquer operação ofensiva. A história tem comprovado que tal técnica é eficiente e que não deve ser menosprezada. Os comandantes devem precaver-se para não utilizar tais técnicas quando o sucesso das operações ofensivas contra o inimigo depender da surpresa. Em geral, a força irregular deve ser totalmente cercada, com todas as suas vias de fuga bloqueadas, antes de incitá-la à rendição. 3.3.3 - Cerco De todas as possíveis ações ofensivas a serem adotadas por uma força militar que executa operações contra força irregular, o cerco é a que oferece maiores possibilidades para a fixação do oponente em posição e a obtenção de resultados decisivos. O cerco, por outro lado, é uma operação de difícil execução. O cerco exige uma grande preponderância de forças militares em relação às forças irregulares. Entretanto, o poder de fogo, o reconhecimento aéreo, a surpresa e o emprego de reserva forte e altamente móvel podem diminuir substancialmente as necessidades em efetivos. O planejamento, a preparação e a execução de um cerco visam realizar uma ação rápida, que surpreenda a força irregular. Normalmente, pode-se obter o máximo de segurança e de surpresa pela ocupação da linha de cerco durante as horas de escuridão. O cerco deverá ser completado à luz do dia. Os movimentos iniciais para a linha de cerco devem ser executados com rapidez para obtenção do máximo de surpresa (Fig 3.1).
  • 33. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-6 - ORIGINAL Zona de Reunião Zona de Reunião Zona de Reunião Ponto de Liberação de Grupos de combate Ponto de Liberação de Pelotões (1) (1) Pode coincidir com a Zona de Reunião. Linha de cerco Fig 3.1 - Esquema de deslocamento para a linha de cerco Ao atingirem a linha de cerco, as frações devem ocupar imediatamente posições defensivas (Fig 3.2). Pelotão de Aprofundamento do Cerco Pelotões da Linha de Cerco Fig 3.2 - Esquema de ocupação da linha de cerco A ocupação da linha de cerco deve ser simultânea; se não for possível, ocupam-se primeiramente as posições que barram os melhores itinerários de fuga. A ocupação da linha de cerco é o período mais crítico da operação. Se as forças irregulares
  • 34. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-7 - ORIGINAL perceberem, durante esta fase, que estão sendo cercadas, é de se esperar que reajam imediatamente. As forças irregulares procuram encontrar brechas e atacam os pontos fracos para forçar uma saída. Pode-se deixar saídas deliberadamente abertas, para conduzir estas forças a emboscadas. Elas tentarão continuamente romper o cerco, seja individualmente, seja em pequenos grupos. O terreno de difícil acesso não deve ser considerado como um obstáculo para as forças irregulares e deve ser também patrulhado. Essas áreas, provavelmente, serão escolhidas pelas forças irregulares como itinerários para a fuga, uma vez que nelas, as possibilidades de captura serão menores. Desde os primeiros momentos da ocupação da linha de cerco as unidades que ocupam as posições de cerco devem lançar patrulhas de combate à frente de suas posições para detectar, com antecedência, as tentativas de rompimento do cerco pelo inimigo. Caso essas patrulhas não possam ser empregadas, será adotada uma segurança mínima com o emprego de uma linha de postos avançados com vários postos de escuta ou de vigilância. Medidas de coordenação, tais como linhas de coordenação de fogos e áreas de fogos proibidos, deverão ser estabelecidas. Forças de reação móveis devem ser dispostas à retaguarda da linha de cerco, prontas para um imediato deslocamento para qualquer parte da linha ameaçada de ruptura pelas forças irregulares. Após a ocupação da linha de cerco, a prioridade de qualquer apoio de transporte aéreo é atribuída à reserva. Os fogos indiretos de apoio podem ser úteis para encobrir uma iminente operação de cerco, atraindo e mantendo a atenção das forças irregulares, enquanto as unidades designadas ocupam a linha de cerco (Fig 3.3).
  • 35. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-8 - ORIGINAL Reserva Reserva Força Irregular Linha de Controle Alfa LCrc Nota: O GptOpFuzNav tipo UAnf na linha de cerco (LCrc) inicial com uma reserva valor PelFuzNav. A linha de cerco inicial é a primeira linha de controle. Fig 3.3 - Esquema de controle da linha de cerco Após o cerco inicial, inicia-se a incitação à rendição e, se for o caso, procede-se à gradativa e, se necessária, completa destruição da força irregular. Isto pode ser feito por um dos seguintes processos: - Aperto do cerco; - Divisão da zona cercada; - Martelo e bigorna; - Perseguição; - Vasculhamento; e - Saturação pelo fogo. 3.3.4 - Aperto do cerco Esta técnica de finalização de uma operação de cerco é caracterizada por um encurtamento coordenado da linha de cerco por meio da convergência da tropa em direção ao centro da zona cercada. À medida que a linha de cerco se encurta, elementos da tropa serão de lá retirados e incluídos na força de reserva, aumentando a profundidade. Algumas vezes, contra pequenos grupos, pode-se limpar toda a zona cercada com este encurtamento progressivo da linha de cerco. Entretanto, contra forças irregulares maiores, ações diferentes da simples continuação da contração são
  • 36. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-9 - ORIGINAL exigidas, sendo bem provável que o combate se intensifique nessas zonas cercadas, transformando essas áreas da zona cercada em áreas críticas. Área crítica é todo local da zona cercada onde os fogos e as atividades guerrilheiras se intensificam. Em alguns casos é possível estabelecer áreas de engajamento e canalizar o inimigo para o interior delas após o encurtamento do cerco (Fig 3.4). Reserva Reserva Força Irregular LCrc BRAVO LCrc ALFA Nota: A LCrc Bravo é utilizada para coordenar o aperto do cerco. À medida que o cerco é apertado, deslocam-se tropas para a retaguarda, incorporando-as à Reserva. Fig 3.4 - Aperto do cerco 3.3.5 - Divisão da zona cercada Uma vez encurtado o cerco até que a zona cercada tenha atingido a área critica, um dos processos para continuar o ataque e derrotar o inimigo é a divisão da zona cercada (Fig 3.5). Por este processo, procura-se, por meio de ações ofensivas, dividir a força irregular em frações cada vez menores, até que se consiga a sua desarticulação total. As dificuldades que este tipo de ação apresenta são: - necessidade de controle centralizado quanto ao emprego das armas de apoio e movimento da tropa por ocasião das junções das pequenas frações encarregadas da divisão; - necessidade da concentração de um grande efetivo para a realização da ação; e - possibilidade de uma forte reação por parte do inimigo, resultando em grande número de baixas.
  • 37. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-10 - ORIGINAL A - Primeira divisão B - Segunda divisão Fig 3.5 - Divisões de área cercada 3.3.6 - Martelo e bigorna Esta ação constitui tática consagrada, sendo um processo eficiente para a destruição do oponente, após o cerco haver sido realizado e a zona cercada tenha se transformado em uma área crítica. Este processo utiliza duas forças: uma estacionária denominada bigorna, para manter o inimigo em posição, e outra móvel denominada martelo, para impelir o inimigo contra a bigorna por meio de uma ação ofensiva e destruí-lo pela ação de esmagamento. Ambas podem realizar a ação de destruição. A maior parte dela porém será efetuada pelas forças que compõem o martelo, uma vez que as forças da bigorna atuarão, principalmente, como força de bloqueio (Fig 3.6).
  • 38. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-11 - ORIGINAL A - Cerco completo B - Início do Assalto C - Ação final de esmagamento Obstáculo Força Irregular Força Irregular Fig - 3.6 Martelo e bigorna O deslocamento da força que compõe o martelo para a posição de assalto pode ser feito com o apoio de aeronaves (helitransportado ou aeroterrestre). No entanto, na maioria das vezes, esta força de assalto será retirada das tropas do cerco. Seja ela uma força externa, seja uma tropa retirada da própria linha de cerco, a força de assalto deverá atuar o mais cedo possível, num esforço para que a surpresa seja obtida visando provocar o máximo de confusão entre o inimigo. Durante o ataque, o reconhecimento aéreo deverá ser contínuo, de modo a permitir a reserva ser deslocada para as áreas potencialmente ameaçadas. Essa técnica surte os melhores efeitos quando o elemento de bloqueio (a bigorna) se localiza junto ou imediatamente à retaguarda de um obstáculo natural. Essa colocação dará maior solidez à posição de bloqueio. Quando a força de ataque é retirada do cerco, deve-se suprir os espaços deixados por ela, por meio de patrulhamento, intensificação da vigilância ou ocupando-o com parte da força restante, aumentando os intervalos entre suas posições. A força de ataque deve ser mais potente que a força irregular cercada, para poder cumprir a missão de esmagamento do inimigo sem correr o risco de ser emboscada durante a sua atuação. Em termos de efetivo, a força de ataque deverá ser superior à
  • 39. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-12 - ORIGINAL do cerco, na proporção mínima de 2 para 1. As medidas de coordenação e controle estabelecidas para as diversas frações que estiverem conduzindo a ação do martelo devem ser de pleno conhecimento dessas frações, bem como as medidas de coordenação de fogos entre as forças do martelo e da bigorna. 3.3.7 - Perseguição Quando se estabelece o contato com uma força irregular, a sua reação provável será procurar infligir o máximo de baixas à força regular, sem engajar-se decisivamente e, então, evadir-se do local da ação. Este processo exige que a tropa que atua contra a força irregular seja particularmente bem treinada na execução da perseguição. A perseguição nada mais é do que a manutenção do contato com o inimigo em fuga e a continuação da ação ofensiva contra ele. Pode ser executada com uma tropa de qualquer valor. Muitas vezes, entretanto, a unidade ou fração que estabelece o contato inicial com a força irregular necessitará de um reforço imediato para manter a pressão sobre o oponente em fuga, cercá-lo e procurar a sua destruição. Preferencialmente, a tropa que realiza a perseguição deve ter efetivo maior do que o da força irregular. A tropa que executa uma perseguição deverá ser organizada em duas forças: a Força de Pressão Direta e a de Cerco. A Força de Pressão Direta persegue o inimigo e mantém sobre ele uma pressão ofensiva constante, à medida que ele retraia. A Força de Cerco deverá ter uma mobilidade superior à do inimigo, de preferência empregando meios motorizados ou aéreos executará desbordamentos, simples ou duplos, para cercá-lo ou destruí-lo (Fig 3.7).
  • 40. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-13 - ORIGINAL Força de Cerco Força de Cerco Força de Pressão Direta Força Irregular Fig 3.7 - Perseguição A mobilidade superior pode ser obtida pela escolha de terrenos com melhor trafegabilidade, pelo emprego de tropas descansadas, pela utilização do conhecimento que se tenha da área, pelo emprego de veículos motorizados ou mecanizados, de forças aeroterrestres ou aeromóveis e embarcações. A reserva de todas as unidades deve estar preparada para se deslocar, rapidamente, após o recebimento de uma ordem para realizar uma perseguição contra forças inimigas localizadas por patrulhas, em áreas de responsabilidade, ou que tenham se evadido do local de uma incursão ou emboscada. Essas reservas recebem a mais alta prioridade para o emprego dos meios de transportes disponíveis, a fim de que seja assegurada a sua chegada ao local da ação o mais rápido possível. 3.3.8 - Vasculhamento O vasculhamento é uma técnica para a localização e destruição de uma força irregular que se sabe ou se suspeita estar numa área relativamente pequena (Fig 3.8). Esta técnica comporta o emprego de três elementos:
  • 41. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-14 - ORIGINAL RESERVA RESERVA RESERVA RESERVA Elemento Vasculhador ÁREA DE VASCULHAMENTO Posição de bloqueio ou segurança Fig 3.8 - Vasculhamento a) Elemento vasculhador Este elemento inicia a sua atuação a partir de um dos limites da área a ser vasculhada e progride segundo uma direção escolhida, na formação em linha, vasculhando a área completamente. Ao encontrar o inimigo, ele o destrói ou o rechaça para o interior da área. b) Força de bloqueio ou de segurança Ocupa posições fixas, em torno da área. Ela deverá engajar-se contra qualquer grupo inimigo que tente escapar da área devido à pressão do elemento vasculhador. c) Reservas Reservas adequadas devem ser colocadas à retaguarda do elemento vasculhador e das forças de bloqueio ou de segurança, prontas para serem empregadas caso o inimigo tente realizar, concentradamente, uma ruptura do cerco em qualquer ponto. O êxito é obtido nesta operação apenas depois de realizada uma minuciosa busca na área. Isto exige que os integrantes do elemento vasculhador se mantenham próximos entre si durante sua progressão e que esta seja perfeitamente
  • 42. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-15 - ORIGINAL controlada pelos comandantes das frações. Uma vez que o sigilo da operação tem prioridade sobre a preparação de posições e campos de tiro, os componentes das forças de bloqueio ou de emboscada e do elemento vasculhador devem ser prioritariamente dotados de armas leves, semi- automáticas ou automáticas. O emprego de franco-atiradores é muito eficiente. É indispensável que se mantenha a força de bloqueio ou de emboscada informada sobre a progressão do vasculhamento, para evitar-se qualquer contato indesejável entre as duas forças. Em terreno difícil, pode-se distribuir a cada componente do elemento vasculhador uma bússola e determinar-lhe que progrida segundo um azimute. Para simplificar a ação, o elemento vasculhador deverá progredir sempre em linha reta durante todo o percurso. A decisão de cercar a área por meio de posições de bloqueio ou de emboscada nos prováveis itinerários de fuga dependerá, basicamente, das características do terreno. 3.3.9 - Saturação pelo fogo A saturação pelo fogo é uma variação bastante eficiente do vasculhamento. Nesse processo, a força de bloqueio ou de emboscada ocupa posições em torno da área onde se encontra o inimigo, e espera sua saída dessa área, à medida em que ele é submetido a uma intensa saturação por fogos diretos, indiretos e de apoio aéreo ofensivo. Como medida de segurança, a tropa deverá ocupar as posições de emboscada ou de bloqueio, simultaneamente, com o início do bombardeio, ou tão próximo desse momento quanto possível (Fig 3.9).
  • 43. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 3-16 - ORIGINAL Área de atividade de Força Irregular Reserva Posição de bloqueio ou emboscada Aproximadamente 1000 metros Fig 3.9 - Saturação pelo fogo A saturação periódica pelo fogo também é uma técnica bastante eficiente para manter-se em movimento uma força irregular que esteja atuando em uma área relativamente extensa. Divide-se a área total em outras menores que deverão ser periodicamente cercadas e saturadas com o emprego dos fogos. Deverá ser dada especial atenção às medidas de coordenação do apoio de fogo, a fim de evitar-se o fogo amigo. A população civil e outras tropas na área também deverão ser objetos de medida de segurança (Fig 3.10). 1000 metros Área alvo para 5 Out Área alvo para 1 Out Área alvo para 3 Out Fig 3.10 - Saturação periódica pelo fogo de uma grande área
  • 44. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 4-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 4 OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA URBANA 4.1 - GENERALIDADES As cidades e as vilas são vulneráveis à ação de forças irregulares porque são locais de concentração de poder político e econômico. Em muitos casos os serviços públicos podem ser colocados em completa desordem. Com isso pode parecer que o governo perdeu o controle da situação. A concentração de uma grande quantidade de pessoas em uma área relativamente pequena provê cobertura para a atuação de forças irregulares. Apesar disso, essas forças podem ter apoio apenas de uma parte da população da cidade na qual estão instaladas. De qualquer modo, a atuação de forças irregulares em área urbana recebe apoio da comunidade que lhe é simpatizante ou, pelo menos, que é coagida a fornecer apoio e/ou informações. Os líderes de forças irregulares normalmente têm relacionamento muito aproximado com as comunidades da cidade onde estão instalados e com outros líderes de forças irregulares. Podem utilizar um sistema de comunicação empregando mulheres e crianças que também propiciam cobertura para suas atividades. As forças irregulares podem atuar em áreas urbanas com mais ênfase do que em áreas rurais, conforme o desenvolvimento de suas ações: franco-atiradores podem complementar a ação de uma emboscada ou até mesmo substitui-la. A existência de um grande número de pessoas nas cidades oferece a possibilidade das forças irregulares influenciarem grupos significativos de pessoas e manipularem resultados de pesquisas. A presença de mulheres e crianças nas forças irregulares restringe a reação das forças do governo. Uma reação desastrada pode criar um incidente maior que possibilitará o emprego de propaganda contra as forças do governo. O controle efetivo das informações a serem divulgadas pelas forças regulares é de grande importância para que não seja prejudicado o desenvolvimento de suas ações. O sucesso das ações das forças irregulares pode ser explorado para desacreditar a capacidade da polícia ou das forças do governo em relação à manutenção da segurança da população civil. As ações de forças irregulares em área urbana não permitem o estabelecimento de grandes bases, o que, conseqüentemente, dificulta o recrutamento. Normalmente essas forças são compostas por grupos relativamente pequenos, dependentes do apoio da
  • 45. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 4-2 - ORIGINAL população urbana. Pequenos grupos, ou até mesmo elementos isolados, são eficientes quando atuando em ambiente urbano porque é mais fácil de evitar a captura. 4.2 - AÇÕES REALIZADAS NAS OPERAÇÕES DE GUERRILHA URBANA Conforme mencionado anteriormente, as ações de forças irregulares em áreas urbanas são realizadas por pessoas isoladas ou por pequenas células e são, portanto, diferentes daquelas utilizadas em área rural. As principais ações incluem: - causar desordem na indústria e nos serviços públicos por meio de ataques e/ou sabotagem; - gerar distúrbios em grandes áreas visando retardar as ações das forças do governo; - provocar incidentes ou aglomerações de pessoas para atrair as forças do governo para algum tipo de armadilha; - provocar as forças do governo a realizar ações que possam ser utilizadas como propaganda negativa para essas forças; - fomentar conflito e desentendimento entre setores do governo; - atacar veículos e construções com mísseis e morteiros; - atacar sentinelas, postos avançados, obstáculos; - realizar patrulhas de emboscadas e atacar helicópteros; e - lançar artefatos explosivos contra alvos específicos ou mesmo indiscriminadamente, para causar confusão e destruição, reduzindo o moral das forças do governo. 4.3 - TIPOS DE AÇÕES DESENVOLVIDAS NAS OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHA URBANA As operações contra forças irregulares em áreas urbanas podem variar desde uma política passiva elaborada para reduzir as atividades terroristas, podendo a vida da comunidade continuar normal (sob certas circunstâncias), até uma política ativa que envolva o emprego de forças governamentais buscando, capturando ou destruindo o inimigo. O nível de intensidade que essas ações serão conduzidas será determinado pelo Poder Político (governo civil). Lutar contra forças irregulares em área urbana é, geralmente, tarefa de polícia. Apesar disso, as forças armadas podem ser solicitadas a apoiar as ações da polícia no cumprimento de sua missão ou, até mesmo, cumpri-la na íntegra. As técnicas empregadas são similares àquelas utilizadas em áreas rurais. Antes da condução das operações propriamente ditas deverão ser coletadas informações sobre o inimigo, o ambiente operacional e as operações que estão sendo realizadas pelas
  • 46. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 4-3 - ORIGINAL forças irregulares. As técnicas de atuação contra forças irregulares incluem: - instalação de uma base de combate; - bloquear estradas e estabelecer pontos de controle; - dispersar aglomerações; - realizar operações de busca e de isolamento; e - realizar patrulhas. 4.4 - EMPREGO MÍNIMO DA FORÇA Num ambiente urbano o princípio de emprego da mínima força torna-se mais importante e diretamente relacionado com as regras de engajamento. Há um grande risco de ferir ou matar civis inocentes em centros densamente povoados. Raramente ocorrem oportunidades para realizar ataques deliberados. Assim como lutar com forças irregulares em ambiente rural, destruir ou capturar essas forças em área urbana não é uma missão rápida de ser cumprida.
  • 47. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 5-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 5 MEDIDAS DE SEGURANÇA 5.1 - GENERALIDADES As operações conduzidas pelas forças irregulares dão ênfase à rapidez, surpresa e dissimulação. Tendo em vista que a sua própria sobrevivência é uma preocupação fundamental, essas forças procuram os alvos mais vulneráveis, evitando, ao mesmo tempo, contato direto com as forças regulares. A fim de enfrentar com êxito a tática de atacar e retrair, atuando contra alvos a sua escolha, a força regular deve ser capaz de proteger-se, e de dar proteção à população e às instalações críticas, restituindo, assim, a confiança do povo no governo. A segurança consiste nas medidas adotadas por um comando para proteger-se contra a espionagem, a observação, a sabotagem, a inquietação ou a surpresa. Na luta contra forças irregulares, a segurança é tarefa complexa e é dificultada pelos seguintes fatores: - dificuldade em identificar-se o inimigo; - ausência de limite claramente definido entre as áreas de combate e as de segurança; e - quantidade de alvos compensadores. Qualquer alvo cuja destruição possa causar danos à economia da região, afastar a população do governo ou contribuir para a imagem de invencibilidade da força irregular, é um problema de segurança. 5.2 - PLANEJAMENTO A eficácia de um sistema de segurança depende, entre outros fatores, de um planejamento cuidadoso. Não há necessidade do plano de segurança ser um documento formal escrito, embora esse seja freqüentemente o caso, quando a tarefa de segurança for a proteção de uma grande instalação ou de uma operação de grande envergadura. Seja esse plano um documento formal ou não, ele deverá ser simples, claro e propiciar coordenação com as demais ações desenvolvidas. No planejamento de segurança de qualquer instalação ou operação, devem ser previstas a adoção das seguintes medidas: 5.2.1 - Medidas para impedir que o inimigo obtenha informações ou para iludí-lo Como as próprias palavras sugerem, as primeiras medidas são aquelas que visem a evitar que as informações referentes às operações ou instalações sejam transmitidas às forças irregulares. As outras medidas tentam confundir o inimigo, cedendo-lhe informações falsas.
  • 48. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 5-2 - ORIGINAL 5.2.2 - Medidas para evitar a surpresa As medidas para evitar a surpresa destinam-se a dar aos elementos da segurança um alerta antecipado sobre o ataque inimigo, de maneira que se possa por em execução o plano de defesa. Já que as ações das forças irregulares acentuam a importância da surpresa, essas medidas são uma parte extremamente importante de qualquer sistema de segurança contra essas forças. 5.2.3 - Medidas de repressão imediata A força irregular somente ataca quando as possibilidades de êxito penderem francamente para o seu lado. Se ela souber que sofrerá os mesmos danos que possa causar aos seus opressores, relutará em atacar. A possibilidade de se poder reagir violenta e rapidamente é uma segurança, na medida em que atue como um poderoso meio dissuasório às ações ofensivas das forças irregulares. 5.3 - RECURSOS PARA A SEGURANÇA 5.3.1 - Obstáculos Os obstáculos constituem-se de acidentes do terreno, naturais ou artificiais, que impedem, dificultam ou canalizam o movimento do inimigo. Eles ajudam a evitar o ataque de surpresa, tornando mais vagaroso o movimento da força irregular em direção ao seu objetivo e dando às forças de segurança mais tempo para descobrir a aproximação e dar o alarme antecipado. O principal meio de deslocamento dos integrantes de uma força irregular é a pé. a) Obstáculos naturais Despenhadeiros, rios, pântanos, montanhas e florestas cerradas são considerados obstáculos naturais, relativamente pouco eficientes contra uma força irregular que se desloca a pé. b) Obstáculos artificiais Campos de minas, áreas contaminadas, arame farpado e fossos, são obstáculos eficientes. Os obstáculos de fortuna podem substituir as minas ou arame farpado, na sua falta, se o ambiente o permitir. Para serem eficazes, os obstáculos devem ser batidos por fogos de armas automáticas ou de artilharia. Esta pode utilizar espoletas de tempo, a fim de causar baixas à força irregular, deixando os obstáculos intactos. Os sistemas de obstáculos poderão tornar-se mais eficientes, se forem complementados por agentes químicos. Geralmente, há poucas restrições quanto
  • 49. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 5-3 - ORIGINAL ao emprego dos agentes químicos não tóxicos, como os incendiários e fumígenos. Artefatos incendiários poderão ser empregados nos sistemas de obstáculos, para iluminação e alarme antecipado. 5.3.2 - Sentinelas e postos avançados A finalidade das sentinelas e dos postos avançados é manter a observação sobre uma determinada área, a fim de alertar, oportunamente, sobre a aproximação do inimigo e de retardá-lo ao máximo possível. Para que realmente seja eficiente como medida de segurança, é necessário que a sentinela seja bem treinada e constantemente fiscalizada, para sentir que seus superiores preocupam-se com a sua segurança, da mesma forma que exigem que ela faça o mesmo com a dos elementos que guarda. O posicionamento de sentinelas é uma medida de segurança que demanda um planejamento criterioso. Ela é sempre um alvo para a força irregular, que tendo o tempo a seu favor pode aguardar até que o cansaço traga o descuido. Quando o efetivo o permitir, recomenda-se a adoção do sistema de sentinelas duplas, tendo em vista aumentar a segurança do homem de serviço. Neste caso, uma será móvel, para manter a segurança em toda a sua área, e a outra será fixa, numa posição coberta, protegendo o companheiro. Durante os períodos de pouca visibilidade, quando o dispositivo de segurança estiver mais sujeito a tentativas de infiltração, deve-se variar os postos de sentinelas para confundir os inimigos que estejam observando. Esse sistema de sentinelas duplas não tornará a penetração impossível, mas fará com que o inimigo dependa não somente de sua habilidade, como, também, da sorte; e não lhe dará a certeza, tão procurada nas suas operações, de que não estará correndo qualquer risco. A localização das sentinelas deverá ser estudada cuidadosamente. Elas correm o risco de serem alvos de ações inimigas, consequentemente, deverão estar suficientemente afastadas do restante dos militares. Assim, caso o inimigo avance em sua direção, as sentinelas poderão alertar os demais militares, dando a estes tempo para uma reação, antes que o atacante esteja perto demais. Este aspecto exige uma análise bem feita dos fatores de tempo e distância, pelo responsável pelo posicionamento da sentinela. Da mesma forma que as sentinelas, os postos avançados também são uma medida de segurança que demanda um planejamento cuidadoso. Se não forem bastante fortes
  • 50. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 5-4 - ORIGINAL para se protegerem contra um ataque, até a chegada de reforços, tornam-se mera fonte de suprimentos para o inimigo e em pouco contribuirão para a segurança do elemento guardado. Devem consistir de uma base razoavelmente segura, cercada de obstáculos artificiais, da qual partem patrulhas com missão de observação e reconhecimento. Deverá haver uma reserva em condições de apoiar rapidamente os postos avançados. 5.3.3 - Meios auxiliares de detecção Os meios auxiliares de detecção são utilizados para aumentar a capacidade dos sentidos humanos na identificação da aproximação do inimigo. Abaixo, são listados alguns meios que contribuem para o incremento da capacidade de detecção. a) Sistemas de iluminação A iluminação age como fator dissuasório, e poderá permitir a observação à distância, reduzindo, assim, o número de sentinelas necessário. Fogueiras e artefatos iluminativos podem fornecer uma boa iluminação num sistema de obstáculos. b) Sensores de infravermelho Os sensores infravermelho possibilitam a detecção do movimento à noite, permitindo o acionamento do sistema de iluminação ou alarme, já que a força irregular geralmente não possui equipamento de detecção mais complexo, terá poucas possibilidades de descobrir que a tropa regular emprega o infravermelho. Este tipo de equipamento é ainda de grande utilidade ao redor das instalações onde não haja uma rede de iluminação elétrica e também nas patrulhas e nas bases de combate, onde o equipamento infravermelho, leve e portátil, será de grande utilidade quando utilizado em conjunto com óculos de visão noturna. c) Radar portátil e visor termal O radar e o visor termal podem detectar o movimento de veículos e de pessoal a distâncias convenientes para um alerta antecipado. Os radares e visores termais podem ser de grande valia nas operações de cerco, detectando o deslocamento das forças irregulares, nas suas tentativas de rompimento do cerco, além de melhorarem as medidas de segurança de instalações fixas. d) Aviões e helicópteros Por sua possibilidade de conduzirem observadores aéreos, equipamento de radar e infravermelho, os aviões de observação e os helicópteros podem auxiliar na
  • 51. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 5-5 - ORIGINAL manutenção da vigilância em toda a área. A observação aérea e as fotografias aéreas podem detectar o movimento do inimigo e fornecer um alerta antecipado sobre um possível ataque. 5.3.4 - Cães de guerra Os cães de guerra são meios valiosos com que as forças regulares podem contar para aumentar a segurança de instalações fixas, patrulhas e linhas de comunicações. Para conseguir um rendimento máximo em seu emprego, é fundamental que se conheçam perfeitamente suas possibilidades e limitações. Existem diversos tipos de cães de guerra, cada um com uma finalidade específica, porém, certas limitações se aplicam a todos os tipos: - sua eficiência, normalmente, diminui sob chuva forte; - em floresta, sua eficiência diminui e necessitam de descansos freqüentes; - um grande número de pessoas na área os confunde; - somente pelo faro e pela audição, não podem fazer a diferenciação entre elemento amigo e inimigo; e - a eficiência de um cão de guerra depende diretamente da habilidade de seu cinófilo. 5.3.5 - Patrulhas de segurança As patrulhas podem ser empregadas tanto na segurança de instalações fixas, tais como, pontes, estradas de ferro, bases, etc, como também na segurança de colunas móveis, tais como, comboios, colunas a pé, etc. A patrulha concorre para a segurança de outros elementos, criando uma área de segurança para a força apoiada. Quando forem empregados como parte do sistema de segurança de uma instalação fixa, as patrulhas devem deslocar-se por itinerários variados, cobrindo totalmente a área em torno da própria instalação, mantendo observação sobre as vias de acesso e prováveis áreas de reunião. Quando estiverem atuando na segurança de comboios ou de grandes colunas a pé, devem reconhecer os itinerários e seus flancos, antes da passagem do elemento apoiado, havendo sempre a possibilidade de atuarem agressivamente, em caso de emboscada. Entretanto, não são somente as patrulhas de segurança que podem fornecer proteção. Outras patrulhas, pelo deslocamento constante de suas bases, incutem nas forças irregulares um sentimento de insegurança, por não saberem exatamente a localização do oponente.
  • 52. OSTENSIVO CGCFN-31.2 OSTENSIVO - 5-6 - ORIGINAL 5.3.6 - Medidas de reação A possibilidade de se poder reagir rápida e agressivamente contribui para a segurança e o moral de uma tropa, na medida em que exerce um poderoso efeito de dissuasão sobre a força irregular na hora de decidir sobre o ataque. Se este for executado, a força de reação poderá infligir-lhes pesadas baixas e isto os fará relutar antes de novos ataques. A capacidade de reação de uma tropa exige, acima de tudo, a existência de um espírito ofensivo. Soldados fisicamente resistentes, bem treinados e com conduta agressiva, vêem num ataque de forças irregulares a oportunidade tão esperada de encontrar um inimigo fugidio. Treinando sempre as táticas de reação, uma força regular estará acumulando uma capacidade adicional. Essas técnicas para enfrentar a ação inicial do inimigo, deverão ser cuidadosamente ensaiadas, até que cada elemento da fração saiba exatamente o que fazer em uma determinada situação. No caso de ser emboscada ou de sofrer uma incursão, a tropa regular deverá ser capaz de reagir em poucos segundos, roubando ao inimigo aqueles primeiros minutos de ação, tão vitais nos ataques de surpresa. Para poder ser eficaz, uma força de reação deve chegar ao local do ataque inimigo o mais rápido possível; o reforço que chega com atraso de nada servirá, uma vez que a força irregular já estará dispersa. Um excelente tipo de força de reação é a constituída por elementos de infantaria helitransportados, ligados à unidade a ser reforçada por intermédio de comunicações confiáveis. Os helicópteros de combate e os aviões dão segurança à tropa regular, não só por desestimularem os ataques com sua presença, como, também, pelo apoio de fogo proporcionado. Um plano de fogos cuidadosamente planejado possibilita o emprego da artilharia em apoio a uma fração atacada, em poucos minutos. No sistema de segurança geral da força regular, devem incluir-se todos os tipos possíveis de forças de reação. 5.4 - SEGURANÇAS DE INSTALAÇÕES FIXAS Quando uma força regular recebe a responsabilidade por uma determinada área, a segurança das instalações fixas absorve grande parte do efetivo disponível. Raramente, os efetivos da tropa responsável pela segurança da área permitem uma proteção completa de todos os prováveis alvos. Por esta razão, deve-se planejar um emprego judicioso do efetivo disponível, analisando-se minuciosamente os objetivos mais compensadores, como usinas hidroelétricas, para se determinar prioridades para a