Este documento apresenta os fundamentos básicos para o emprego de tropas de Fuzileiros Navais por meio de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) na Marinha do Brasil. Aborda conceitos como a natureza e teoria da guerra, a organização e atividades dos GptOpFuzNav nos diferentes níveis de condução de conflitos, e as operações realizadas por estes grupamentos.
CGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
1. CGCFN-0-1 OSTENSIVO
MANUAL BÁSICO DOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
2. OSTENSIVO CGCFN-0-1
MANUAL BÁSICO DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS
NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
FINALIDADE: BÁSICA
1ª Edição
3. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
ATO DE APROVAÇÃO
APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-0-1 - MANUAL BÁSICO
DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS.
RIO DE JANEIRO, RJ.
Em 12 de novembro de 2008.
ALVARO AUGUSTO DIAS MONTEIRO
Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral
ASSINADO DIGITALMENTE
AUTENTICADO
PELO ORC
RUBRICA
Em_____/_____/_____ CARIMBO
4. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - III - ORIGINAL
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto ........................................................................................................ I
Ato de Aprovação ................................................................................................... II
Índice....................................................................................................................... III
Introdução ............................................................................................................... VI
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES BÁSICAS
1.1 - Generalidades ................................................................................................. 1-1
1.2 - Aspectos de interesse da natureza e teoria da guerra...................................... 1-1
1.3 - Os GptOpFuzNav e a guerra naval................................................................. 1-3
1.4 - A contribuição dos GptOpFuzNav para o Poder Naval.................................. 1-4
CAPÍTULO 2 - OS GptOpFuzNav NOS NÍVEIS DE CONDUÇÃO DOS CONFLITOS
2.1 - Considerações iniciais .................................................................................... 2-1
2.2 - Nível político .................................................................................................. 2-1
2.3 - Nível estratégico-militar ................................................................................. 2-2
2.4 - Nível operacional............................................................................................ 2-2
2.5 - Nível tático...................................................................................................... 2-3
2.6 - Outras considerações ...................................................................................... 2-4
CAPÍTULO 3 - ESTILO DE CONDUÇÃO DAS AÇÕES PELOS GptOpFuzNav
3.1 - Considerações iniciais .................................................................................... 3-1
3.2 - O estilo da atrição ........................................................................................... 3-1
3.3 - O estilo da guerra de manobra........................................................................ 3-2
3.4 - A síntese.......................................................................................................... 3-2
3.5 - Conceitos básicos da guerra de manobra........................................................ 3-3
3.6 - A execução da guerra de manobra.................................................................. 3-6
3.7 - A filosofia em resumo .................................................................................... 3-7
CAPÍTULO 4 - OS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
4.1 - Considerações iniciais .................................................................................... 4-1
4.2 - Ativação dos GptOpFuzNav........................................................................... 4-1
4.3 - Características dos GptOpFuzNav.................................................................. 4-2
4.4 - Estrutura básica dos GptOpFuzNav................................................................ 4-2
4.5 - Tipos de GptOpFuzNav.................................................................................. 4-5
4.6 - Divisão de responsabilidades no GptOpFuzNav ............................................ 4-7
5. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
4.7 - Preponderância de esforço entre os componentes........................................... 4-9
4.8 - Organizações empregadas pelos GptOpFuzNav............................................. 4-9
CAPÍTULO 5 - O COMPONENTE DE COMANDO
5.1 - Considerações iniciais..................................................................................... 5-1
5.2 - Composição..................................................................................................... 5-1
5.3 - O comandante e o Estado-Maior..................................................................... 5-1
5.4 - As agências de controle................................................................................... 5-1
5.5 - O apoio ao Comando e Controle..................................................................... 5-1
5.6 - Outras considerações....................................................................................... 5-2
CAPÍTULO 6 - O COMPONENTE DE COMBATE TERRESTRE
6.1 - Considerações iniciais..................................................................................... 6-1
6.2 - O valor do CCT e os tipos de GptOpFuzNav ................................................. 6-1
6.3 - O comando do CCT ........................................................................................ 6-1
6.4 - O emprego do CCT ......................................................................................... 6-1
6.5 - A composição do CCT.................................................................................... 6-1
6.6 - Outras considerações....................................................................................... 6-2
CAPÍTULO 7 - O COMPONENTE DE COMBATE AÉREO
7.1 - Considerações iniciais..................................................................................... 7-1
7.2 - Organização do CteCA ................................................................................... 7-1
7.3 - Atividades do CteCA ...................................................................................... 7-2
CAPÍTULO 8 - O COMPONENTE DE APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE
8.1 - Considerações iniciais..................................................................................... 8-1
8.2 - Estrutura do CASC.......................................................................................... 8-1
8.3 - ApSvCmb a partir de bordo (“Sea Based”)..................................................... 8-2
CAPÍTULO 9 - PODER DE COMBATE, CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS E
ATIVIDADES DOS GptOpFuzNav
9.1 - Poder de combate ............................................................................................ 9-1
9.2 - Características funcionais e as atividades da tropa FN ................................... 9-3
9.3 - Atividades gerais............................................................................................. 9-3
9.4 - Atividades de combate .................................................................................... 9-4
9.5 - Atividades de apoio ao combate...................................................................... 9-5
9.6 - Atividades de apoio de serviços ao combate................................................... 9-8
6. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - V - ORIGINAL
CAPÍTULO 10 - OPERAÇÕES DOS GptOpFuzNav
10.1 - Considerações iniciais .................................................................................. 10-1
10.2 - Operações terrestres de caráter naval............................................................ 10-1
10.3 - Operações anfíbias........................................................................................ 10-4
10.4 - Evacuação de não-combatentes .................................................................... 10-4
10.5 - Operações de paz .......................................................................................... 10-5
10.6 - Operações ribeirinhas ................................................................................... 10-5
10.7 - Operações especiais...................................................................................... 10-5
10.8 - Operações de garantia da lei e da ordem ...................................................... 10-5
10.9 - Operações de assistência humanitária .......................................................... 10-5
10.10 - Outras operações......................................................................................... 10-5
7. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - VI - ORIGINAL
INTRODUÇÃO
1 – PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de, baseando-se nas publicações doutrinárias da
Marinha, estabelecer os fundamentos essenciais relativos ao emprego de tropa de
Fuzileiros Navais, por meio dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
(GptOpFuzNav), fundamentos estes que servirão de base para as demais publicações da
Série CGCFN.
2 – DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em dez capítulos. O Capítulo 1 descreve os aspectos de
interesse da teoria e natureza da guerra e como os GptOpFuzNav contribuem para o
Poder Naval; o Capítulo 2 descreve a participação dos GptOpFuzNav nos níveis de
condução dos conflitos; o Capítulo 3 aborda a filosofia do estilo de combate adotada
pelos GptOpFuzNav; o Capítulo 4 contém os fundamentos para a organização dos
GptOpFuzNav; o Capítulo 5 descreve a composição e atividades do componente de
comando; o Capítulo 6 descreve a composição e atividades do componente de combate
terrestre; o Capítulo 7 descreve a composição e atividades do componente de combate
aéreo; o Capítulo 8 descreve a composição e atividades do componente de apoio de
serviços ao combate; o Capítulo 9 aborda os fundamentos do poder de combate, das
característica funcionais dos elementos de tropa e das atividades desenvolvidas pelos
GptOpFuzNav; o Capítulo 10 classifica as operações realizadas pelos GptOpFuzNav.
3 – CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 Manual de Publicações da
Marinha, como: Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada, ostensiva,
básica e manual.
4 – SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a CGCFN-1000 - Manual de Organização e Emprego de
Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais, 1ª edição, aprovada em 17 de setembro de
2003, preservando seu conteúdo, que será adequado ao previsto no Plano de
Desenvolvimento da Série CGCFN (PDS-2008), quando de sua próxima revisão.
8. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES BÁSICAS
1.1 - GENERALIDADES
As Forças de Fuzileiros Navais reúnem pessoal especialmente habilitado, material de
características específicas e procedimentos próprios para a realização de operações de
interesse do poder naval.
Na Marinha, os Fuzileiros Navais estão distribuídos no setor operativo e no setor de
apoio, de modo a facilitar as atividades operativas e administrativas. Entretanto, quando
empregados operativamente adotam, na sua organização por tarefas, o conceito
organizacional de GptOpFuzNav, conforme detalhado nos Capítulos de 4 a 8 deste
manual.
GptOpFuzNav é, genericamente, uma organização-por-tarefas nucleada por tropa de
Fuzileiros Navais, constituída para o cumprimento da missão específica e estruturada
segundo o conceito organizacional de componentes, que grupa os elementos
constitutivos de acordo com a natureza de suas atividades.
1.2 - ASPECTOS DE INTERESSE DA NATUREZA E TEORIA DA GUERRA
Os GptOpFuzNav são influenciados de modo específico pelas condicionantes impostas
pela natureza da guerra, em face do tipo de ambiente onde estes operam. Assim,
conhecer estas especificidades é fundamental para o entendimento dos conceitos básicos
da organização e do emprego dos GptOpFuzNav.
1.2.1 - O fenômeno da guerra
A guerra é definida por Clausewitz como um ato de violência destinado a forçar um
adversário a submeter-se. Este ato de violência é munido de arte e ciência. Arte,
porque exige capacidade intuitiva para compreender a essência de uma situação
particular no campo de batalha, capacidade criativa para desenvolver uma solução
prática e firmeza de propósito para executar a ação; ciência, porque depende dos
meios que são auferidos ao combate e do desenvolvimento, estudo e aplicação de
Doutrinas Militares.
Pode a guerra ser entendida como um fenômeno social que resulta da aplicação
violenta do poder, com predominância do poder de combate da Expressão Militar,
para forçar o inimigo a executar a vontade nacional.
Nas ultimas décadas, os países têm evitado aplicar o termo “Guerra” a diversos
conflitos armados, devido às implicações vinculadas ao termo, particularmente as
9. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-2 - ORIGINAL
decorrentes do direito internacional. Dessa forma, deixam de apresentar declaração
formal de guerra e, no entanto, desenvolvem ações no campo do “conflito armado”.
A guerra é, de maneira simplista, encarada como um confronto de homens e armas.
Entretanto, uma observação mais detalhada mostra que estes meios são operados,
dirigidos, controlados e coordenados por pessoas, sendo estas as verdadeiras
impulsionadoras de toda a violência por eles gerada. São estas pessoas, em particular
os comandantes nos diversos níveis, que gerenciam os citados meios, buscando
impor suas vontades sobre a dos oponentes, por meio de violência organizada, para
que seus efeitos desejados sejam atingidos. Assim, na realidade, a guerra desenvolve-
se pelo embate de vontades opostas, independentes e irreconciliáveis.
Em suma, a guerra é desenvolvida por homens e não pelo material, sendo, portanto,
um empreendimento humano, enfoque de especial significado na filosofia de
combate adotada pelos Fuzileiros Navais.
1.2.2 - A natureza da guerra
Os principais atributos que caracterizam a natureza da guerra são:
a) a dimensão humana, marcada pela condução dos combates por pessoas, cujos
comportamentos são influenciados por emoções, medo e exaustão física, sendo
suas vontades individuais as impulsionadoras das ações desenvolvidas. Sendo,
ainda, a guerra um fenômeno humano, o medo, reação humana ao perigo, tem um
impacto significativo na sua conduta;
b) a violência, produzida pelos meios de força empregados;
c) o perigo, característica fundamental da guerra, por ser ela um empreendimento
violento;
d) a incerteza, marcada pelo conhecimento parcial da situação, a “névoa da guerra”,
que impede uma visão clara do campo de batalha, tornando as ações e seus
resultados imprevisíveis;
e) a fluidez, caracterizada pelo permanente relacionamento entre cada episódio
passado, presente e futuro, resultando em um continuum em permanente
evolução, fazendo com que a situação se altere a cada momento, apresentando-se
diferente daquela para a qual o plano foi concebido;
f) a desordem no combate caracteriza-se pela ausência da ordem que está presente
nos adestramentos; a desordem é a primeira conseqüência do fogo inimigo, que
faz com que a visão de conjunto fique prejudicada pela busca instintiva de um
10. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-3 - ORIGINAL
abrigo seguro e provoca a destruição física de material e pessoal;
g) a fricção, aspecto gerado pelo somatório dos atributos anteriormente
mencionados, que conduz os eventos aparentemente mais simples à uma
complexidade extrema; pode ser fruto de agentes externos, como o fogo inimigo,
um obstáculo ou uma interferência eletrônica, ou ser auto-induzida, por meio de
ordens confusas ou mal transmitidas, complexas relações de comando ou falhas de
comunicação; e
h) a interação de forças, efeito do engajamento em todos os níveis, que pode ser de
natureza física, representada pelos meios materiais, de natureza moral, como a
vontade, coragem, liderança ou espírito de corpo, ou, ainda, mental, exemplificada
pelo intelecto ou pelo conhecimento.
A análise atenta desses atributos da guerra tornará possível combater e alcançar a
vitória em um ambiente caótico como o anteriormente descrito, aprendendo a dele
tirar vantagens para o cumprimento da missão. O caos far-se-á presente para ambos
os contendores e vencerá aquele que conseguir reduzi-lo para si e ampliá-lo para o
inimigo.
1.2.3 - Guerra – Ciência e Arte
Vários aspectos da guerra, em particular os aspectos técnicos, enquadram-se no
campo da ciência, refletindo a aplicação metódica das leis da natureza. Entretanto, a
ciência isoladamente não consegue descrever integralmente o fenômeno da guerra
devido às variáveis do comportamento humano e de outros incontáveis fatores.
Quando entram em cena o pensamento militar, as forças morais e a aceitação do
risco, a guerra entra no campo da arte por requerer a capacidade intuitiva de entender
apropriadamente uma situação militar específica, a habilidade de criar uma solução
prática, e a vontade de pô-la em execução.
1.3 - OS GptOpFuzNav E A GUERRA NAVAL
O Poder Naval desempenha as amplas tarefas básicas apresentadas pela Doutrina Básica
da Marinha (DBM), estando os GptOpFuzNav especificamente inseridos na projeção de
poder sobre terra e na dissuasão. Observa-se que o emprego de GptOpFuzNav é a forma
de projeção de poder naval que assegura a conquista e manutenção de objetivos em
terra. Seguindo as diretrizes políticas gerais, a estratégia militar e a estratégia naval, o
Poder Naval será empregado para a realização da guerra naval, que é desenvolvida por
meio de uma ou mais campanhas navais. Nestas serão realizadas as operações e ações
11. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-4 - ORIGINAL
de guerra naval, onde tomarão parte os GptOpFuzNav.
O Capítulo 10 desta publicação detalhará as operações e ações terrestres de caráter
naval desenvolvidas pelos GptOpFuzNav, tanto aquelas pertinentes a um teatro
marítimo, conceituadas como operação e/ou ação de guerra naval, como outras, em
teatros não marítimos ou em tempo de paz.
1.4 - A CONTRIBUIÇÃO DOS GptOpFuzNav PARA O PODER NAVAL
As Forças de Fuzileiros Navais constituem a existência de uma força anfíbia, fato
comprovado na história militar, confere ao Poder Naval a capacidade de incentivar
atitudes favoráveis aos interesses nacionais e dissuadir as hostis. Desta forma, é
importante ressaltar o emprego dos GptOpFuzNav quando integrados ao denominado
“conjugado anfíbio” - genericamente entendido como conjunto de meios navais,
aeronavais e de fuzileiros navais prontos para cumprir missões relacionadas à projeção
do poder sobre terra. O estado de prontidão dos GptOpFuzNav também permite que este
se apresente como importante componente em outra tarefa do Poder Naval, que é
contribuir para a dissuasão, pois seus meios, no estado da arte, quando aliados à
mobilidade, à flexibilidade e à permanência dos meios navais, constituem fator de força
na comparação dos poderes combatentes, em qualquer exame da situação.
Os GptOpFuzNav podem ser empregados em diversos cenários, desde os relacionados a
assistência humanitária, em situações de calamidade, aos de guerra generalizada, onde
se necessite uma ação decisiva de caráter estratégico, consoante com as hipóteses de
emprego preconizadas no planejamento de alto nível da MB. Adicionalmente, a
possibilidade de emprego de um GptOpFuzNav constitui-se importante fator para
contribuir na negociação das manobras de crises internacionais.
12. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 2
OS GptOpFuzNav NOS NÍVEIS DE CONDUÇÃO DOS CONFLITOS
2.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este capítulo propõe-se a identificar as áreas de interação dos GptOpFuzNav em cada
um dos níveis de condução dos conflitos, a saber: o nível político; o nível estratégico-
militar; o nível operacional e o nível tático. Os GptOpFuzNav terão suas atividades
ditadas e ou influenciadas, em maior ou menor grau, pelos acontecimentos em cada um
destes níveis, justificando o conhecimento dos seus principais aspectos, relacionamentos
e interações.
2.2 - NÍVEL POLÍTICO
Esse nível conforma a mais alta condução do Estado, pois a partir dos objetivos
nacionais identificados, são definidas as estratégias integradas das várias expressões do
Poder Nacional. Nesse nível, consubstanciando o fato de que a guerra é a continuação
da política por outros meios, são fixados os objetivos políticos a serem atingidos pela
ação militar. Os GptOpFuzNav não tomam parte na definição destes objetivos. Nele, só
eventualmente poderão tomar parte os Fuzileiros Navais das mais altas patentes, que
possam ser chamados a assessorar as autoridades decisoras nacionais.
Entretanto, como as ações dos GptOpFuzNav e de outras forças, em última instância,
criarão as condições militares para a consecução dos objetivos políticos, torna-se
importante que todos os integrantes dos GptOpFuzNav conheçam os aspectos políticos
essenciais que serão vivenciados durante as suas ações. Observe-se que até as ações de
pequenas frações de tropa ou individuais podem ter repercussão política muito além do
militarmente esperado, sendo essa possibilidade particularmente ampliada pela rapidez
da informação assegurada pela mídia. Assim, aspectos como danos colaterais à
população e instalações civis, ao patrimônio histórico ou ao meio ambiente, podem ser
objeto de especial preocupação, pelos reflexos que podem ter sobre a condução política
de um conflito.
Em última análise, a política estabelecerá os limites da aplicação da força e as
imposições que deverão constar das regras de comportamento operativo, com reflexos
nas regras de engajamento. Também devem merecer especial atenção na condução das
ações as normas previstas pelo Direito Internacional Aplicado aos Conflitos Armados,
detalhadas no EMA-135 Manual de Direito Internacional Aplicado às Operações
Navais, uma vez que um erro de procedimento individual pode conduzir a
13. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-2 - ORIGINAL
desdobramentos políticos indesejáveis.
Igualmente importante para os comandantes dos GptOpFuzNav é entender que o
processo decisório político resulta de uma complexa e extremamente flexível interação
de aspectos econômicos, sociais e de poder interno de toda a ordem. Este processo se
reveste de característica própria que pode, muitas vezes, parecer incoerente com as
necessidades militares para a solução de um problema, tornando imprescindível o
perfeito conhecimento dos aspectos políticos presentes e suas possíveis evoluções, de
modo a garantir que a ação bélica não se torne incompatível com tais aspectos.
2.3 - NÍVEL ESTRATÉGICO-MILITAR
Subordinando-se ao nível anterior, o nível estratégico-militar pode ser entendido como
sendo a arte e a ciência de empregar as forças armadas para a consecução dos objetivos
políticos, pela sua aplicação, ameaça, ou simples possibilidade de emprego. Como parte
integrante da estratégia militar encontra-se a estratégia naval, no que tange ao emprego
do poder naval.
Neste nível os objetivos políticos são traduzidos em grandes ações militares a
empreender. Dependendo da natureza do conflito, são definidos a estrutura militar a ser
empregada, os teatros e zonas de defesa, as forças adjudicadas a cada grande comando
operacional, os objetivos estratégicos e a estratégia geral para a consecução destes. A
estratégia geral, normalmente, imporá uma ou mais campanhas interrelacionadas.
Neste nível trabalha o Ministério da Defesa, tornando-se mais presente a assessoria de
Fuzileiros Navais quando exercendo funções neste órgão, nos estados-maiores dos altos
comandos da Marinha ou da estrutura militar adotada. Caberá a esses assessores a tarefa
de evidenciar para os decisores aos quais estiverem subordinados as aptidões
estratégicas conferidas pelos GptOpFuzNav, particularmente pelas razões apresentadas
no Capitulo 1 deste manual.
Para os integrantes dos GptOpFuzNav que, à semelhança do nível anterior, ainda não
têm participação significativa no processo de condução do conflito neste nível, faz-se
igualmente imprescindível o entendimento do quadro geral em que suas atividades
estarão inseridas, de modo a garantir uma unidade de ação no conjunto da estratégia
planejada.
2.4 - NÍVEL OPERACIONAL
O nível operacional trata especificamente da campanha, que pode ser entendida como
uma série de operações/ações militares interrelacionadas para alcançar um objetivo
14. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-3 - ORIGINAL
estratégico, diretamente ou via objetivos operacionais intermediários. Neste nível, os
fins são os objetivos estratégicos e os meios as batalhas e os engajamentos, sendo a
ponte entre a estratégia e a tática, sem a qual estas últimas não resultariam em um
conjunto harmônico de ações. Trata-se, em suma, da decisão de onde aceitar ou negar o
combate, encadeando adequadamente as diversas ações táticas. O nível operacional é
vivenciado em sua plenitude em um Teatro de Operações (TO) ou Zona de Defesa
(ZD), sendo comumente realizadas ações combinadas com a participação de mais de
uma das forças singulares.
O plano de campanha consolidará o planejamento operacional, conectando o tempo, o
espaço, os propósitos e os meios a serem empregados. Habitualmente esse plano
detalhará, no nível do TO/ZD, os aspectos de comando e controle, de manobra, de
fogos, de logística, de proteção da própria força e de inteligência, incluindo as ações
diversionárias. Em particular, esse plano especificará as condições militares que deverão
estar estabelecidas para que a campanha seja considerada encerrada.
Normalmente, a campanha será faseada. De acordo com a situação, esta poderá
compreender fases como concentração e desdobramento de meios, ações preparatórias,
com ênfase nas de inteligência, desenvolvimento das ações principais, encerramento das
operações e redirecionamento de forças.
Na concepção da campanha a ser empreendida serão atendidas as orientações da
estratégia militar e dos aspectos políticos.
No nível operacional é comum a presença de Fuzileiros Navais nos Estados-Maiores
combinados, assessorando os comandantes operacionais quanto ao emprego dos
GptOpFuzNav, os quais serão os maiores clientes das possibilidades operacionais por
estes oferecidas.
No tocante aos GptOpFuzNav propriamente ditos, seus comandos estarão normalmente
atuando no nível tático, embora, em certos momentos, possam trabalhar no nível
operacional. Tal possibilidade materializa-se, em particular, na fase preliminar do
planejamento anfíbio, quando ainda estar-se-á buscando definir a localização da cabeça-
de-praia e o momento da ação, ou nos casos onde não for ativada uma estrutura militar
específica, como, por exemplo, em uma Operação de Evacuação de Não-Combatentes
(ENC).
2.5 - NÍVEL TÁTICO
Este é o principal campo de atuação dos GptOpFuzNav. A tática refere-se ao emprego
15. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-4 - ORIGINAL
dos meios em combate, caracterizado especialmente pela existência do contato, que não
necessariamente será físico, ocorrendo em espaço e tempo mais restritos que no nível
operacional. Na tática são empregados fundamentalmente o fogo e o movimento e é
realizada a integração dos diversos sistemas de armas, atividades e serviços, de forma
harmônica e judiciosa.
Neste nível, os GptOpFuzNav darão especial importância a aspectos como: rapidez no
processo decisório; concentração de esforços para obtenção dos efeitos desejados;
redução ou anulação das vantagens inimigas e de nossas desvantagens e explorar nossas
vantagens e as desvantagens adversárias; engajamentos assimétricos, como o uso de
tropas de combate contra os meios de comando e controle ou de apoio do inimigo;
emprego da velocidade e da surpresa; realização de ações diversionárias; e
sincronização de todas estas ações.
No nível tático a liderança é ingrediente imprescindível para o sucesso.
2.6 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Embora os diversos níveis de condução dos conflitos tenham sido apresentados
separadamente, observa-se que estes são totalmente interdependentes, não havendo
fronteiras definidas. Deste modo, faz-se necessário que, em todos os níveis, o
planejamento e a condução das atividades devam ser igualmente revestidos de
competência profissional.
Estes níveis não estão necessariamente atrelados a um determinado escalão ou nível
hierárquico. Assim, observa-se que em situações militares mais simplificadas,
particularmente quando não for ativada uma estrutura militar especial para o conflito,
um GptOpFuzNav poderá, isoladamente, ser parte importante no planejamento e
condução operacional, sendo citado como exemplo o caso de uma evacuação de não-
combatentes, onde um GptOpFuzNav, como parte de um conjugado anfíbio, atuará de
forma marcante no nível operacional.
A Fig. 2.1 apresenta os citados níveis e o posicionamento dos GptOpFuzNav em relação
a estes:
Fig. 2.1 - Os Níveis de Condução do Conflito e os GptOpFuzNav
Político Estratégico
Militar
Operacional Tático
GptOpFuzNav
16. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 3
ESTILO DE CONDUÇÃO DAS AÇÕES PELOS GptOpFuzNav
3.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na condução dos conflitos identificam-se dois estilos diferentes, mas não antagônicos,
que são conhecidos como estilos de guerra - a guerra de atrito e a guerra de manobra.
Antes das suas apresentações, é importante enfatizar que ambos são implementados com
base na doutrina existente, sem representar novas concepções; que os referidos estilos
não existem em suas formas puras, coexistindo, simultânea, interdependente e
complementarmente, em todos os engajamentos, batalhas e campanhas; e que são
empregados em qualquer dos níveis de condução da guerra, escalão de força ou
intensidade do conflito.
Visando facilitar o entendimento do estilo de guerra adotado pelos GptOpFuzNav, os
fundamentos essenciais à compreensão de cada um deles serão, inicialmente,
apresentados separadamente. Em seguida, uma síntese conclusiva evidenciará o melhor
estilo para os GptOpFuzNav na condução dos conflitos.
3.2 - O ESTILO DA ATRIÇÃO
Esse estilo busca a consecução dos efeitos desejados pela destruição cumulativa dos
meios físicos inimigos, tanto de pessoal quanto material, trabalhando basicamente no
campo físico. Nele, independentemente da sua vontade, o inimigo será obrigado a ceder
pela simples inexistência de meios para continuar a luta.
Nesse estilo, embora também seja utilizado movimento, em conjunto com o fogo, o
primeiro tende a ter como principal finalidade um posicionamento mais favorável para a
execução dos fogos.
A principal ferramenta da atrição é o fogo, sendo medido o progresso das ações em
bases quantitativas, por meio do balanço dos danos materiais e baixas infligidas ao
inimigo ou pelo terreno conquistado. Busca-se o confronto com as unidades de combate
inimigas de modo a neutralizá-las diretamente. Os resultados serão proporcionais ao
nível de força empregada e, normalmente, mais custosos em pessoal e material, havendo
também a tendência a maiores danos às áreas onde se desenvolvem as ações, bem como
à população civil local.
A vitória depende fundamentalmente de superioridade numérica e/ou tecnológica,
apresentando inerentemente menos riscos de insucesso por assegurar a certeza física da
neutralização do inimigo.
17. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-2 - ORIGINAL
3.3 - O ESTILO DA GUERRA DE MANOBRA
Esse estilo busca a consecução dos efeitos desejados pela indução no inimigo do
sentimento de que a resistência será inócua ou redundará em perdas inaceitáveis,
trabalhando fundamentalmente no campo psicológico. Nele, independentemente da
situação dos seus meios em pessoal e material, o inimigo é levado a ceder à vontade de
seu oponente, adotando ações que lhe são desfavoráveis. Em sua versão pura,
teoricamente, o estilo da guerra de manobra conseguiria isso sem o emprego do fogo.
Entretanto, também nesse estilo, o fogo é largamente empregado. Todavia, seu
propósito não é exclusivamente a redução da capacidade física do inimigo,
preocupando-se, ao contrário, com a sua contribuição para o rompimento da coesão das
forças oponentes.
Habitualmente, a manobra é entendida como um deslocamento espacial e físico da tropa
no terreno visando uma vantagem posicional relativa ao inimigo, conceito que continua
válido na guerra de manobra. Todavia, nesse estilo de guerra, a manobra tem um
significado mais amplo, podendo ser entendida no tempo e na forma. No tempo, de
modo a, com um ritmo superior ao do inimigo na condução das ações, obter-se uma
vantagem psicológica decorrente da incapacidade do oponente reagir coerentemente. Na
forma, ao atuar de uma maneira não previsível pelo inimigo, também conferindo uma
vantagem psicológica.
As ferramentas básicas da guerra de manobra são a rapidez, a surpresa e a audácia. O
sucesso é medido em termos de efeitos desejados alcançados. Nela, evita-se o confronto
direto com as unidades de combate inimigas, engajando seus sistemas de apoio, de
modo a neutralizá-las indiretamente.
O resultado da ação deixa de ser proporcional ao nível de força empregado, tendendo
reduzir os custos em pessoal e material e havendo menores chances de danos às áreas de
atuação, bem como à população local.
A vitória depende, fundamentalmente, da competência dos líderes, sendo somente
necessária a superioridade local em poder de combate. O risco de insucesso aumenta,
uma vez que o inimigo ainda poderá dispor fisicamente de seus meios.
3.4 - A SÍNTESE
Do exposto, conclui-se que os estilos de guerra, apresentados em suas formas puras,
constituem uma estratificação teórica raramente observada na realidade dos campos de
batalha. O fogo, que marca a atrição, obviamente gera uma vantagem no campo
18. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-3 - ORIGINAL
psicológico. A obtenção dos efeitos desejados apenas pela manobra, sem que um tiro
seja disparado, é pura ficção.
As tendências a menores perdas e chances de danos colaterais indesejáveis, com suas
repercussões favoráveis, aliadas à possibilidade de os GptOpFuzNav de responderem a
um maior número de situações de emprego da força, em função da menor demanda de
superioridade de poder de combate, fazem com que a guerra de manobra seja a mais
conveniente para os GptOpFuzNav.
3.5 - CONCEITOS BÁSICOS DA GUERRA DE MANOBRA
Os conceitos a seguir apresentados fornecem o necessário embasamento para um
melhor entendimento da guerra de manobra.
3.5.1 - O Ciclo de Boyd
Esta é a principal base teórica empregada na guerra de manobra, segundo a qual as
ações no combate são desenvolvidas na seqüência OBSERVAÇÃO –
ORIENTAÇÃO – DECISÃO – AÇÃO (OODA), de forma cíclica, conforme mostra
a Fig. 3.1.
Fig. 3.1 - Ciclo de Boyd
Na primeira etapa, é percebida uma mudança no curso dos acontecimentos; na
segunda é produzida uma imagem mental da nova situação; na terceira etapa chega-
se à decisão da conduta a ser desenvolvida; e na última são implementadas as ações
decorrentes da decisão tomada, voltando-se à da observação para um novo ciclo.
A realização de um ciclo de menor duração por nossas forças, sempre
comparativamente ao inimigo, fará com que este não consiga completar o seu ciclo,
prejudicando a sua orientação e/ou fazendo com que sua conduta se torne inoportuna
ou inapropriada, devido à alteração da situação para a qual esta foi inicialmente
idealizada.
Tendo sido o inimigo sucessivamente sobrepujado por um ritmo superior do ciclo de
Boyd (OODA) executado por nossas forças, este tenderá a ter sua coesão mental
deteriorada, redundando na sua incapacidade de lidar com a situação em tela.
1
3 2
4
19. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-4 - ORIGINAL
3.5.2 - Centro de Gravidade
O Centro de Gravidade (CG) é a fonte de todo o poder e confere ao contendor, em
ultima análise, a liberdade de ação para utilizar integralmente seu poder de combate.
Poderá ser constituído por um aspecto material, como uma unidade específica ou
sistema de armas, ou não-material, como uma liderança especialmente estimuladora
ou a vontade de lutar.
O comprometimento do CG implicará em uma redução significativa da capacidade
do contendor de influir nas ações.
Cada contendor possuirá um ou mais CG para cada nível de condução da guerra ou
escalão, sendo também possível a sua variação no tempo. A sua identificação não
será tarefa fácil em função da variedade de aspectos que podem ser considerados
como CG. Entretanto, impõem-se selecionar um deles como alvo do esforço, o que
poderá ser feito por meio da análise do impacto de sua perda para o inimigo e da sua
acessibilidade via uma vulnerabilidade crítica do CG.
3.5.3 - Vulnerabilidade Crítica
As Vulnerabilidades Críticas (VC) são pontos fracos do CG que ao serem exploradas
resultarão na desestabilização ou destruição do CG oponente. É importante que a VC
seja acessível pelo contendor oposto para poder ser assim considerada.
As VC são dependentes da evolução da situação, podendo, em um determinado
momento ou período, ser como tal enquadradas, deixando de sê-las posteriormente.
Deve-se estar atento para perceber e explorar as vulnerabilidades inimigas, por vezes
passageiras e fluidas. Caso as VC não se apresentem, estas devem ser criadas
mediante ações preparatórias.
3.5.4 - Superfícies e Brechas
Colocando de maneira simplista, superfícies são pontos fortes – forças do inimigo – e
brechas são pontos fracos – fraquezas do inimigo.
Esses conceitos se assemelham com os fatores de força e com os fatores de fraqueza,
podendo existir sob forma física ou não. Assim, a atuação direta contra uma
superfície imporia um embate difícil e prolongado, ao passo que, atuando nas
brechas, a oposição seria significativamente menor. Deste modo, as ações devem
enfatizar a concentração de esforços explorando as brechas encontradas, evitando-se
as superfícies, assemelhando-se ao deslocamento de um fluido em um declive que
apresente obstáculos (superfícies) e faixas desimpedidas (brechas).
20. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-5 - ORIGINAL
3.5.5 - Ponto Focal de Esforço
O Ponto Focal de Esforço (PFE) será em determinado momento o alvo prioritário, de
cunho material ou não, sobre o qual convergirá o peso do esforço principal do poder
de combate. O PFE será designado visando uma VC do CG inferido.
Embora a ele relacionado, o PFE difere do esforço principal, pois se refere ao
oponente enquanto este último refere-se às nossas forças.
A tropa designada para atuar sobre o PFE, sendo o esforço principal, receberá de
todas as demais todo o apoio necessário.
A mudança do PFE durante uma operação normalmente ocorrerá visando explorar
um sucesso ou nova VC revelada.
Em conjunto com a intenção do comandante, o PFE garante a necessária
convergência das ações, ao mesmo tempo em que possibilita a flexibilidade
indispensável à guerra de manobra.
3.5.6 - Intenção do Comandante
Constitui uma ampliação do propósito da missão, consolidando, além deste: os
efeitos desejados mais amplos almejados pelo seu escalão superior; os CG, as VC e
PFE selecionados; a visão geral de como será cumprida sua missão; e a situação
final visualizada para que a missão seja considerada cumprida.
A intenção do comandante é um instrumento que ajudará seus subordinados a
entender o contexto maior em que suas tarefas estão enquadradas, possibilitando-lhes
o exercício da iniciativa quando uma situação inesperada ocorrer, sem que seja
afetada a unidade de esforço do conjunto.
A intenção do comandante, que constará de seu plano/ordem de operação, será
redigida de forma clara e objetiva, sem conter detalhamentos próprios de outras
partes de sua diretiva.
3.5.7 - Atribuição de tarefa pelo efeito desejado
Um comandante atribui tarefas aos seus subordinados em termos de efeitos desejados
e/ou ação a empreender. A primeira modalidade é imprescindível à consecução da
guerra de manobra, uma vez que assegura o necessário grau de flexibilidade e de
iniciativa.
Com esta liberdade de ação, os subordinados terão condições de prontamente reagir
às alterações da situação, explorar sucessos e vulnerabilidades, sem ter que aguardar
instruções complementares de seu comando superior, vantagem que fica evidenciada
21. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-6 - ORIGINAL
pelo fato de que, normalmente, o subordinado, por estar fisicamente mais próximo da
ação que seu superior, tem melhores condições de analisar a situação vivenciada.
Esta forma de atribuir tarefas ao subordinado, embora exija maior capacidade de
controle e coordenação, não resultará em unidade de esforço ineficaz, pois a ação
empreendida pelo subordinado, uma vez informada ao comandante, pode ser sustada
ou coordenada com o conjunto.
3.5.8 - Ação ditada pelo reconhecimento
A técnica da ação ditada pelo reconhecimento, aliada a uma regulagem curta da
manobra, possibilita que sejam detectadas e exploradas as brechas e evitadas as
superfícies.
Esta ação é executada por meio de um agressivo reconhecimento, sigiloso ou em
força, da área de atuação. Quando reconhecidas as brechas existentes, o grosso da
força é por elas empregado.
3.5.9 - Armas Combinadas
O conceito de armas combinadas consiste na integração total dos meios disponíveis,
de maneira que as suas capacidades sejam complementadas e suas vulnerabilidades
compensadas pelo apoio mútuo.
3.6 - A EXECUÇÃO DA GUERRA DE MANOBRA
Neste estilo de combater, a quebra da coesão mental e sistêmica do oponente torna-se o
principal foco de nossas ações impedindo que ele desenvolva ações coordenadas e
integradas com os seus meios disponíveis. Observa-se que este enfoque difere da forma
de atuar sobre seus meios e organizações ou, ainda, com ênfase no controle de terreno,
comuns na guerra de atrito. Para tanto, as ações visarão atuar nos campos moral, mental
e físico, simultaneamente, sempre considerando os atributos da guerra abordados no
Capítulo 1.
Para reduzir os efeitos da fricção, desordem, incerteza e complexidade em nossas
forças, serão necessários os melhores meios para gerar conhecimentos e capacidade
ampliada de comando e controle. Deverão ser levadas em conta a simplicidade, a
clareza e a concisão nas ordens, além de cadeias de comando apropriadas.
A execução será marcada pela descentralização, levando-se em conta que a decisão
deve ser tomada pelo escalão que melhor conheça a situação.
Para ampliar os efeitos da fricção, desordem, incerteza e complexidade no inimigo,
serão necessárias ações passivas e ativas contra os seus elementos geradores de
22. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-7 - ORIGINAL
conhecimentos, forte emprego de ações diversionárias e manutenção de um ciclo
OODA mais ágil.
O emprego de uma divisão do trabalho no comando entre as operações correntes e as
operações futuras, com a ativação de uma célula de planejamento futuro, eliminará a
pausa para planejamento habitualmente existente entre o cumprimento de uma tarefa ou
fase e o início de outra. Com isso, será possível um ciclo OODA mais ágil que o do
inimigo.
Na manobra, procurar-se-á afetar os CG inimigos, via engajamento das VC, enquanto
os próprios CG são protegidos.
São buscados os engajamentos assimétricos, evitando-se as superfícies e explorando-se
as brechas, com o emprego de armas combinadas e forte orientação para o inimigo,
focada em sua coesão mental e sistêmica.
A elaboração adequada da intenção do comandante, a designação do PFE e a atribuição
de tarefas aos subordinados pelos efeitos desejados permitirão a flexibilidade e a
iniciativa buscadas na guerra de manobra, fornecendo um enquadramento geral a ser
seguido por todos.
Adicionalmente, o emprego da técnica da ação ditada pelo reconhecimento, em
conjunto com um planejamento flexível, deixará a definição final de como a manobra
será desencadeada para quando os conhecimentos necessários tenham sido
disponibilizados pelo reconhecimento. Deste modo, as ações estarão perfeitamente
adaptadas à situação vigente em cada momento.
A iniciativa das ações será constantemente perseguida, tendo-se o cuidado de não se
enveredar por um comportamento meramente reativo às situações impostas pelo
inimigo.
Surpresa, audácia, agilidade e liderança são aspectos imprescindíveis na guerra de
manobra.
3.7 - A FILOSOFIA EM RESUMO
A guerra de manobra visa comprometer a coesão inimiga, por meio de uma variedade
de rápidas, objetivas e inesperadas ações, que criarão uma turbulenta e rápida
deterioração da situação com a qual o inimigo não poderá lidar. A idéia é tornar o
oponente incapaz de resistir coordenada e efetivamente, com ações que afetem moral,
mental e fisicamente a sua coesão, ao invés de buscar sua destruição pela atrição com
suas forças.
23. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-1 - MOD. nº 1
CAPÍTULO 4
OS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O conceito organizacional de GptOpFuzNav deve ser considerado complementarmente
aos procedimentos previstos pelo Processo de Planejamento Militar, não resultando em
perda de flexibilidade de escolha da melhor estrutura para o cumprimento das tarefas
recebidas.
Os GptOpFuzNav são empregados em qualquer operação ou ação da qual participe uma
tropa de Fuzileiros Navais, sendo válido em qualquer ambiente ou nível de violência do
conflito.
O conceito de GptOpFuzNav permite aliviar o seu comandante da sobrecarga resultante
da complexidade das atividades de comando e controle, de manobra terrestre, de apoio
logístico e daquelas relacionadas com o espaço aéreo de sua responsabilidade, além da
coordenação própria ao nível de Força.
Possibilita maior eficiência, na medida em que, para cada área geral de atuação -
comando e controle, manobra terrestre, espaço aéreo e logística – existirá um
comandante designado para planejar, coordenar e controlá-las, atendendo ao
estabelecido pelo planejamento integrado a nível GptOpFuzNav.
Desta forma, o comandante do GptOpFuzNav preocupa-se com a coordenação geral das
ações, interage com os comandos superiores envolvidos na missão e mantém constante
acompanhamento da evolução da situação no nível operacional, com vistas às possíveis
hipóteses de emprego futuro da força.
Depois da ativação do GptOpFuzNav, o seu comando tratará do planejamento,
permitindo que os comandantes subordinados preocupem-se com os preparativos para a
operação.
O conceito de GptOpFuzNav incorpora as vantagens conferidas pela divisão do trabalho
e pela especialização de atividades.
4.2 - ATIVAÇÃO DOS GptOpFuzNav
O GptOpFuzNav será ativado por meio de uma Diretiva, a ser expedida pelo comando
com autoridade para tal. Desta, normalmente, constarão: sumário dos motivos que
resultaram na ativação; nome do comandante; meios disponíveis para emprego; locais e
áreas a serem utilizados no planejamento e preparo; data da ativação; instruções
especiais para a prontificação; relações de comando a serem observadas; e instruções
24. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-2 - MOD. nº 1
relativas à desativação.
A Ordem de Ativação não conterá aspectos próprios da Diretiva Inicial, a qual poderá
ter sido distribuída anteriormente, seguir anexa ou acompanhando a Ordem de Ativação,
ou ser encaminhada ao Comandante do GptOpFuzNav posteriormente.
Após a ativação do GptOpFuzNav, com a conseqüente mudança de controle operativo
dos meios recebidos, caberá ao seu comandante definir as atividades preparatórias de
todos os seus integrantes, que passarão a ele se reportar diretamente.
Caberá ao comandante do GptOpFuzNav, baseado em seu exame da situação, a
definição final dos meios que, dentre os disponibilizados, efetivamente serão
empregados na operação, bem como a solicitação de meios adicionais. Aos comandos
provedores de meios para os GptOpFuzNav caberá, dentro de suas possibilidades,
atender às solicitações apresentadas.
4.3 - CARACTERÍSTICAS DOS GptOpFuzNav
Os GptOpFuzNav possuem, em maior ou menor intensidade e dependendo do seu vulto,
as seguintes características: conjunto dosado de meios de comando e controle, combate
terrestre, aéreos e logísticos; prontidão operativa para um rápido emprego de tropa;
flexibilidade e versatilidade de emprego, adaptando-se a qualquer situação e missão
recebida; capacidade de atuar independente de outra força em terra, englobando todos
os meios necessários; capacidade de coordenar ações em todas as dimensões do
combate, com as agências de comando e controle também adaptadas à missão recebida;
capacidade expedicionária, conferida pelos meios navais e/ou aéreos que o apóiam,
podendo deslocar-se para áreas distantes com meios de ligação e uma logística
concebida especialmente para a operação; capacidade de ser lançado a partir do mar,
com tropa e meios especialmente adaptados ao desembarque; e capacidade de ficar
baseado em navios por longos períodos, com tropas e seus meios perfeitamente
ambientadas ao serviço naval.
4.4 - ESTRUTURA BÁSICA DOS GptOpFuzNav
Independentemente do seu tipo, os GptOpFuzNav possuem a estrutura básica orientada
pelo conceito de componentes, conforme a Fig. 4.1.
25. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-3 - MOD. nº 1
Fig. 4.1 - Organização do GptOpFuzNav
4.4.1 - Componente de Comando (CteC)
Reúne os meios necessários ao comando e ao controle das ações do GptOpFuzNav
como um todo, realizando as atividades de comando, controle, comunicações,
computação, inteligência e interoperabilidade (C4
I2
).
O comandante do GptOpFuzNav e seu Estado-Maior integram o CteC, mas não
efetuam o controle direto dos seus meios e do seu pessoal como, por exemplo, os
postos de comando e as comunicações, deixando-as para o comandante do CteC que
responderá pelo desenvolvimento dessas atividades.
A relação entre o comandante do CteC e o comandante do GptOpFuzNav assemelha-
se à existente entre um comandante de unidade e seu comandante de Posto de
Comando (PC), embora o primeiro tenha responsabilidades bem mais ampliadas que
este último.
Normalmente, haverá um comandante do GptOpFuzNav distinto dos comandantes
dos componentes, sendo isto desejável. Em situações especiais, porém, admite-se que
o comando do GptOpFuzNav seja acumulado com o comando de qualquer dos
componentes. Isto poderá ocorrer, particularmente, quando a situação sugerir a
organização de somente um dos componentes, incorporando as atividades dos demais
em face de suas expressões reduzidas. Na citada situação de acúmulo de funções
poderá ou não haver um Estado-Maior específico para o comando do grupamento e
outro para o comando do componente em tela.
Em Operações Combinadas ou naquelas que pelo vulto ou complexidade mostrem a
necessidade de elevação do nível de comando do Grupamento Operativo, mesmo no
valor Unidade Anfíbia (UAnf), o comandante do GptOpFuzNav deve ser,
preferencialmente, um Almirante (FN).
4.4.2 - Componente de Combate Terrestre (CCT)
Concentra os meios de combate e apoio ao combate necessários à execução das
tarefas relacionadas com a conquista e manutenção do terreno, a destruição da coesão
Componente
de Comando
Componente
de Combate
Terrestre
Outros
Componentes
Componente de
Apoio de Serviços
ao Combate
Componente
de Combate
Aéreo
GptOpFuzNav
26. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-4 - MOD. nº 1
mental e sistêmica do inimigo, bem como outras relacionadas com o controle de
áreas terrestres. As parcelas de tropa integrantes do CCT, dependendo de sua
organização administrativa, poderão possuir instalações logísticas sumárias.
É desejável que haja um único CCT. Entretanto, poderão existir situações que
indiquem outra organização. Estas situações, normalmente, relacionam-se com a não
existência de condições adequadas para o controle, coordenação e apoio das ações de
um elemento que atue afastado; presença de obstáculo dissociador que redunde na
divisão dos meios de apoio ao combate; diferença da natureza das tarefas a serem
empreendidas; e emprego seqüencial de dois elementos de combate, que embora
atuem na mesma área, o fazem em períodos de tempo distintos.
4.4.3 - Componente de Combate Aéreo (CteCA)
O CteCA realiza o planejamento e a execução das atividades aeroespaciais de
responsabilidade do GptOpFuzNav.
Sendo prevista a existência de atividades de monta no espaço aéreo sobrejacente à
área de atuação do GptOpFuzNav, incluindo-se a defesa antiaérea, será desejável a
constituição do CteCA, mesmo não sendo previsto o desdobramento de meios aéreos
em terra.
O CteCA realiza suas tarefas por meio do planejamento, coordenação e controle, no
seu setor de responsabilidade; da defesa antiaérea do GptOpFuzNav como um todo;
do apoio prestado por aeronaves enquadradas por outros comandos, aos quais
apresenta as respectivas solicitações; e/ou do emprego de aeronaves desdobradas em
terra que forem colocadas sob seu comando direto. Neste último caso, caberá ao
CteCA prover os meios para o estabelecimento das aeronaves em terra.
A operação de meios aéreos em terra deve ser evitada devido às desvantagens
logísticas e de segurança. Todavia, poderá ser necessário em razão de: restrições de
espaços em plataformas navais adequadas; indisponibilidades destas na área de
operações; ou atuação do GptOpFuzNav fora do contexto de um conjugado anfíbio.
Na eventualidade do estabelecimento de aeronaves em terra, o CteCA deverá
também incorporar os meios logísticos necessários ao abastecimento e à manutenção
das aeronaves, recebendo suprimentos do CASC.
A existência do CteCA não dispensará a organização de algumas agências de
controle em outros componentes, ligadas à atividade aérea, conforme será detalhado
no Capítulo 7.
27. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-5 - MOD. nº 1
4.4.4 - Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC)
Este componente concentrará os meios necessários ao apoio logístico do
GptOpFuzNav como um todo.
A este caberá fazer chegar o apoio logístico até a instalação logística sumária de cada
componente, sendo, em princípio, responsabilidade desta distribuir internamente o
referido apoio.
Além destes meios, poderão ainda integrar o CASC tropas destinadas ao apoio ao
desembarque administrativo de forças amigas; elementos específicos para as
atividades de segurança da área de retaguarda; e elementos para a execução de
atividades na retaguarda, como tropas de engenharia para a manutenção ou
construção de instalações, ou meios para operação de um Centro de Controle de
Evacuados (CCE).
O CASC desenvolverá as atividades relacionadas com todas as funções logísticas e
outras a ele especialmente atribuídas.
4.4.5 - Outros componentes
Em princípio, buscar-se-á enquadrar todos os elementos integrantes do
GptOpFuzNav em um dos quatro componentes anteriormente citados, em função de
sua amplitude de controle.
Porém, em algumas circunstâncias, poderá ser indicado que o GptOpFuzNav tenha
sob a sua subordinação direta outros componentes. Tais circunstâncias poderão
decorrer da especificidade e da importância ou vulto das ações a serem
desenvolvidas por este componente para o cumprimento da missão do
GptOpFuzNav.
4.4.6 - Apoios externos ao GptOpFuzNav
Os GptOpFuzNav poderão receber apoios diversos de Forças Amigas, de Força de
Apoio, ou, ainda, de civis na área de operações. Os mais comumente encontrados são
o apoio de unidades navais, aeronavais e da Força Aérea. Quando isto ocorrer, as
solicitações e coordenações necessárias partirão do GptOpFuzNav.
4.5 - TIPOS DE GptOpFuzNav
Podem ser constituídos GptOpFuzNav dos tipos abaixo apresentados, caracterizados
pelo seu componente de maior escalão:
4.5.1 - Brigada Anfíbia (BAnf)
Uma BAnf possuirá seu CCT integrado por dois ou mais elementos de valor unidade.
28. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-6 - MOD. nº 1
Com capacidade média de durar na ação por até trinta dias sem reabastecimento, esta
poderá dispor de cerca de 7.000 militares. Possui capacidade integral para o
desenvolvimento de operações continuadas de qualquer natureza, demandando
esforço adicional de mobilização para seu deslocamento.
4.5.2 - Unidade Anfíbia (UAnf)
Uma UAnf terá pelo menos um dos componentes com valor de unidade. Com
capacidade média de durar na ação por até dez dias sem reabastecimento, esta poderá
dispor de cerca de 2.000 militares. Possui limitada capacidade para o
desenvolvimento de operações continuadas em ambientes de elevados graus de
ameaça. Pode ser integralmente transportada em meios navais, sendo uma força para
emprego rápido.
4.5.3 - Elemento Anfíbio (ElmAnf)
Um ElmAnf deve possuir componentes com, no máximo, valor de subunidade. Com
capacidade média de durar na ação por até cinco dias sem reabastecimento, este
poderá dispor de cerca de 300 militares. Sua capacidade se restringe a tarefas
específicas e limitadas, normalmente, de pequena duração. Pode ser integralmente
transportado em meios navais, ou aerotransportado, sendo também uma força para
emprego rápido.
4.5.4 - Expansão ou redução do tipo do GptOpFuzNav
Uma determinada ação pode iniciar-se com o emprego de um determinado tipo de
GptOpFuzNav e prosseguir com outro de tipo diferente.
A possibilidade de expansão é particularmente útil nos casos onde a disponibilidades
de meios de deslocamento inviabilize o emprego do GptOpFuzNav de uma só vez,
podendo ser realizado o deslocamento por escalões sucessivos. Permitirá, também,
responder adequadamente a uma inesperada evolução da situação com o
emassamento de forças.
Os casos de redução no valor do GptOpFuzNav ocorrerão, normalmente, nas fases
finais da operação, com o redimensionamento da Força para ações subseqüentes.
4.5.5 - Outras considerações
a) A designação GptOpFuzNav aplica-se a qualquer organização para o emprego,
assim como para ações de garantia da Lei e da Ordem, operações de paz,
operações especiais ou outras ações de interesse do Poder Naval.
b) Os GptOpFuzNav receberão títulos e designações numéricas apropriadas
29. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-7 - MOD. nº 1
conforme previsto no EMA-301A - Manual de Diretivas, podendo mesmo receber
o próprio tipo (BAnf – UAnf – ElmAnf) como título.
Diferentemente, os componentes do GptOpFuzNav não serão titulados na
organização por tarefas como CteC, CCT, CteCA ou CASC, pois estas são
designações genéricas, utilizadas para apresentar a organização básica de todos os
GptOpFuzNav.
Em princípio, cada componente receberá o nome da organização que o nucleia,
acompanhado do termo “Reforçado” quando for o caso, por exemplo: BtlCmdoCt
(Ref). Exceção será feita ao CASC que será normalmente titulado de Grupamento
de Apoio de Serviços ao Combate (GASC).
Quando o integrante da organização por tarefas é formado por elementos de
diversas procedências, sem ser possível caracterizar uma unidade núcleo, este
receberá um título que indique a sua atividade, iniciada pela palavra Grupo, como
o Grupo de Apoio ao Desembarque Administrativo (GRADA).
Em uma operação anfíbia, o CCT receberá o título da organização para o
desembarque devida ao seu escalão, por exemplo: Grupamento de Desembarque
de Batalhão (GDB). Nas demais operações, este será titulado da mesma maneira
que os demais componentes.
4.6 - DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES NO GptOpFuzNav
4.6.1 - Definições
a) Área de responsabilidade – espaço sobre o qual um comando tem total
responsabilidade para conduzir e coordenar as ações necessárias ao cumprimento
de sua missão.
b) Área de influência – espaço, incluindo a área de responsabilidade, onde o
comandante pode influir na ação com seus próprios meios.
c) Área de interesse – espaço, incluindo as duas áreas anteriores, onde, embora o
comandante não possa influir, os acontecimentos poderão influenciar o
cumprimento de sua missão.
d) Batalha de Retaguarda – conjunto de ações ligadas ao espaço de atuação do
CASC.
e) Batalha Aproximada – conjunto de ações ligadas ao espaço à frente do CASC, de
atuação do CCT.
f) Batalha Profunda – conjunto de ações ligadas ao espaço, a frente do CCT, de
30. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-8 - MOD. nº 1
atuação do CteCA.
g) Batalha de Comando e Controle – conjunto de ações relacionadas com as
atividades de C4
I2
.
4.6.2 - Tarefas no planejamento, prontificação e controle da ação em curso
Em princípio, além dos aspectos inerentes à prontificação de seus respectivos
componentes, caberá ao comandante do CteC o planejamento e a execução da
batalha de comando e controle; ao comandante do CCT o planejamento e execução
da batalha aproximada; ao comandante do CteCA o planejamento e execução da
batalha profunda e da defesa aeroespacial do GptOpFuzNav, além do apoio aéreo aos
demais componentes; e ao comandante do CASC a batalha de retaguarda, quando a
ele for atribuída segurança desta área, além do apoio logístico ao GptOpFuzNav
como um todo.
Ao comandante do GptOpFuzNav caberá o planejamento da integração e
sincronização, alem da supervisão geral, de todas as batalhas e atividades afetas a
cada componente.
O comandante do GptOpFuzNav terá suas atenções voltadas para todos os
componentes, focando o planejamento nas futuras ações. Havendo a necessidade de
intervir no controle da ação planejada, voltar-se-á para a situação corrente. Mantém
estreito relacionamento com o escalão superior, forças amigas e em apoio, ou, ainda,
civis na área de operações, com vistas à manutenção do maior grau possível de
eficiência de sua força e à obtenção dos meios adicionais necessários.
O planejamento no nível do GptOpFuzNav difere do de seus componentes por ser
mais amplo e menos detalhado. Este buscará definir genericamente a participação de
cada componente no cumprimento da missão do GptOpFuzNav, cabendo aos
comandantes de componentes o detalhamento necessário. De forma geral, os planos
evitarão a duplicidade de conteúdos entre as diretivas do GptOpFuzNav e as de seus
subordinados. A Fig. 4.2 representa as áreas de atuação dos componentes.
31. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-9 - MOD. nº 1
Fig. 4.2 - Área de atuação dos componentes
Em um assalto anfíbio, o CCT desenvolverá o grosso de suas atividades no interior
da cabeça-de-praia (CP), nada impedindo, entretanto, sua atuação fora desta, dentro
de sua área de influência.
4.7 - PREPONDERÂNCIA DE ESFORÇO ENTRE OS COMPONENTES
Não existe definição, a priori, do componente que efetuará o esforço principal para o
cumprimento da missão do GptOpFuzNav.
O esforço principal pode variar entre os componentes em uma mesma operação.
O componente designado para a condução do esforço principal contará com o apoio de
todos os demais integrantes do GptOpFuzNav.
Linha de Desembarque ou
Limite de Retaguarda-GptOpFuzNav
ou Linha de Controle
Limite de Retaguarda-CCT ou Linha
de Controle
Linha de Coordenação de Apoio de
Fogo ou Linha de Controle
Limite da Área do Objetivo Anfíbio
ou da Área de Operação
CASC
CCT
Linha de Cabeça de Praia da Força
ou Linha de Controle ou Limite
Avançado das Posições Amigas ou
Limite das Forças de Segurança
CteCA
Representação:
Área de influência............
Área de interesse..............
CASC
CCT
CteCA
32. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-10 - MOD. nº 1
4.8 - ORGANIZAÇÕES EMPREGADAS PELOS GptOpFuzNav
As Unidades de Fuzileiros Navais possuem uma organização administrativa e de
combate, prevista nos documentos administrativos, que norteiam a própria existência da
OM e visam, fundamentalmente, a maior eficiência administrativa da tropa como um
todo.
No desempenho de suas tarefas, os GptOpFuzNav adotam, dependendo da operação,
diferentes tipos de organização ao longo das fases da operação: Organização para o
Embarque, Organização para o Desembarque e Organização para movimentos terrestres
e aéreos.
4.8.1 - Organização para o Embarque
Adotada para o embarque da força e seu deslocamento até a área da operação, é um
agrupamento administrativo de Forças. Em qualquer escalão de embarque (Grupo,
Unidade, Elemento ou Grupamento) ou em qualquer navio, esse agrupamento inclui
parte ou toda uma organização por tarefas estabelecida para o desembarque, além de
elementos adicionais. Estes últimos estarão embarcados para fim de transporte, mão-
de-obra ou distribuídos para a obtenção do máximo de segurança.
4.8.2 - Organização para o Desembarque
Empregada para o desembarque da tropa. No início do assalto, há uma ausência
temporária de controle pelo escalão superior sendo, portanto, necessário que cada
escalão seja relativamente auto-suficiente ou capaz de atuar independentemente até
que o escalão superior possa exercer o controle em terra.
Em proveito da velocidade, da mobilidade e da economia de meios, os reforços
deverão se limitar ao mínimo necessário para operação independente, até que o
escalão superior possa assumir o controle.
A organização para o desembarque prevê o desmembramento da tropa em Equipes
de Embarcação e/ou Heliequipes. Com o prosseguimento das operações, a tropa se
reorganizará, a partir dos escalões mais baixos para os mais elevados, passando a
adotar a organização taticamente mais indicada para a situação.
4.8.3 - Organização para movimentos terrestres e aéreos
Empregada para os movimentos realizados com meios de transporte terrestre ou
aéreos. São organizados Grupamentos de Marcha e Unidades de Marcha para os
movimentos terrestres e Heliequipes ou Equipes de Aeronaves para os movimentos
aéreos.
33. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 5-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 5
O COMPONENTE DE COMANDO
5.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O sistema de comando e controle (C²) do GptOpFuzNav é composto pelos subsistemas
de comunicações, de inteligência, de informática e de apoio. Estes subsistemas
encontram-se presentes tanto no CteC quanto nos demais componentes. Estarão sob o
controle direto do comandante do CteC quando presentes no Posto de Comando (PC) ou
exercendo atividades com este relacionado.
5.2 - COMPOSIÇÃO
O CteC é composto pelo Comandante e pelo Estado-Maior (EM) do GptOpFuzNav, por
agências de controle diversas e por tropa do Batalhão de Comando e Controle
(BtlCmdoCt), que lhe serve de núcleo.
A origem e a constituição destes elementos serão variáveis, de acordo com a missão
atribuída ao GptOpFuzNav.
5.3 - O COMANDANTE E O ESTADO-MAIOR
O Comandante do GptOpFuzNav será formalmente designado na Diretiva Inicial ou em
documento dela decorrente.
O EM do GptOpFuzNav será integrado pelos oficiais de pessoal, de inteligência, de
operações e de logística e, ainda, oficiais de EM especial, de acordo com as suas
necessidades.
5.4 - AS AGÊNCIAS DE CONTROLE
O CteC organizará um Centro de Operações de Combate (COC) que será a principal
agência de controle das operações correntes.
Em apoio ao COC trabalharão o Centro de Análise de Inteligência (CAI), o Centro
Controlador de Inteligência de Sinais (CECOIS) e o Centro de Coordenação de Apoio
de Fogo (CCAF), que contará com o Destacamento de Controle Aerotático (DCAT) e
com a Equipe de Controle Aerotático (ECAT) da Força Aérea quando ativado para o
controle aéreo.
5.5 - O APOIO AO COMANDO E CONTROLE
Cabe ao BtlCmdoCt o apoio necessário às atividades de comando, comunicações e
informática, sendo o seu titular o Comandante do CteC. Nos casos da BAnf e da UAnf o
BtlCmdoCt montará e operará os PC e os seus sistemas de comunicações de inteligência
e de informática do comando do GptOpFuzNav, incorporando reforços diversos de
modo a capacitar-se para o desempenho de suas tarefas. As tropas de reconhecimento
34. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 5-2 - ORIGINAL
poderão integrar sua organização recebendo suas tarefas diretamente do comando do
GptOpFuzNav.
O BtlCmdoCt proverá apoio logístico aos elementos posicionados nos PC e aos seus
elementos subordinados desdobrados no interior da área de operações até o limite
avançado do CCT. Para as equipes subordinadas que atuem à frente do CCT, coordenará
com o CASC para que este preste o apoio logístico necessário.
O Comandante do CteC terá especial atenção com a continuidade de funcionamento da
atividade de Comando e Controle, planejando e executando ações de maneira que a
perda de parcela dos seus componentes não comprometa suas atividades. O Comandante
do CteC também planejará e executará a segurança física do PC e as mudanças de
posição, que devem ser constantes, dissimulando suas posições.
5.6 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES
a) No caso da expansão do tipo de GptOpFuzNav, será indicado fazer com que o CteC
seja já assim estruturado para apoiar o tipo de maior valor, de modo a evitar-se as
desvantagens de uma transição de comando. Caso isto não seja previsível, poderá ser
preferível manter o CteC inicial até que os novos elementos concluam o seu
desembarque e o seu desdobramento, para então efetuar a transição em um momento
de maior estabilidade.
No caso de uma redução do valor-tipo do GptOpFuzNav, o comando somente deve
ser substituído após concluída a retirada das tropas excedentes.
b) O CteC, normalmente, organiza uma célula de planejamento futuro com oficiais já
presentes no EM geral e especial, que se reúnem para elaborar planos para as futuras
operações.
Estando as operações correntes em um rumo adequado, esta célula contará com os
titulares das seções do EM, ficando seus ajudantes encarregados de supervisionar as
ações em andamento. Caso contrário, a situação se inverterá, com os ajudantes sendo
encarregados de planejar as ações vindouras. O comandante do GptOpFuzNav
orientará a referida célula quanto aos limites a serem considerados no planejamento
futuro e aprovará o plano concebido, que será então repassado para o COC.
c) Em uma operação anfíbia o CteC poderá desembarcar ou permanecer a bordo,
controlando a operação como um todo.
35. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 6-- 1 - - ORIGINAL
CAPÍTULO 6
O COMPONENTE DE COMBATE TERRESTRE
6.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Componente de Combate Terrestre, normalmente, será nucleado por Unidades de
infantaria. Em situações especiais poderá ser constituído por tropa de operações
especiais, oriunda dos Grupamentos de Fuzileiros Navais ou de carro de combate.
O núcleo do CCT pode variar de um pelotão de fuzileiros navais até o valor de cinco
peças de manobra de valor Unidade.
6.2 - O VALOR DO CCT E OS TIPOS DE GptOpFuzNav
O tipo de GptOpFuzNav é determinado pelo valor do maior de seus componentes.
Quando o CCT for a referência para caracterizar o tipo de GptOpFuzNav, serão
observados os seguintes valores.
VALOR CCT GptOpFuzNav
Até Cia ElmAnf
Btl UAnf
Dois ou mais Btl BAnf
6.3 - O COMANDO DO CCT
O Comandante da Tropa de Desembarque será designado Comandante do CCT, quando
o GptOpFuzNav for uma BAnf. No caso de uma UAnf, o comando do CCT será
exercido pelo comandante designado por Diretiva específica. Quando o valor do CCT
for uma CiaFuzNav, ou fração de tropa, o comando do CCT será atribuído também por
meio de Diretiva específica.
O CCT da BAnf e da UAnf terão EM Geral, com as suas quatro seções clássicas, e
Especial, contando com representantes dos meios de apoio que o integram.
6.4 - O EMPREGO DO CCT
A coordenação do CCT com o CteCA e o CASC é fundamental para que o efeito
sinérgico do conceito de componentes possa ser alcançado. O Comandante do CCT deve
contar com o concurso do CteCA para apoio de fogo, reconhecimento e ampliação da
mobilidade de suas tropas. O CASC deve ser capaz de ampliar a capacidade de durar na
ação do CCT e aliviá-lo, tanto quanto possível, da necessidade de possuir elementos de
apoio de serviços ao combate em sua organização por tarefas, assegurando-lhe melhor
flexibilidade e mobilidade.
6.5 - A COMPOSIÇÃO DO CCT
Além da tropa núcleo, também reforçam o CCT elementos de apoio ao combate de
36. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 6-- 2 - - ORIGINAL
diversas naturezas.
Os reforços integrantes do CCT variam conforme a missão. Entretanto, visando a
proporcionar uma orientação para a organização dos GptOpFuzNav, são apresentadas,
no quadro a seguir, as dosagens habitualmente empregadas, que entretanto não
constituem um limitador para a estruturação do CCT.
VALOR DO CCT
DOSAGENS
C
Ci
ia
aF
Fu
uz
zN
Na
av
v B
Bt
tl
lI
In
nF
Fu
uz
zN
Na
av
v M
Ma
ai
is
s d
de
e 1
1 B
Bt
tl
l
MtrP SecPelMtrP PelMtrP 1 Pel por Btl
Mrt SecMrt81mm PelMrt81mm 1 Pel por Btl
ArtCmp
Bia Mrt120 mm Bia de Obus 105
ou Mrt 120 mm
BtlArtFuzNav
Eng
PelPion PelPion
DstCiaApEng
BtlEngFuzNav
C2
DstPel Com
DstBtlCmdoCt
DstBtlCmdoCt
PelCom
BtlCmdoCt
OpEspeciais PelOpEsp CiaOpEsp BtlOpEspFuzNav
CC PelCC CiaCC (-)
VtrBld PelVtrBld CiaVtrBld (-)
BtlBld
CLAnf PelCLAnf (-) PelCLAnf BtlVtrAnf
DAC SecAC PelAC 1 Pel por Btl
DAAe/CtAetat
DstBtlCtAet
DAAe
DstBtlCtAet
DAAe (-)
DstBtlCtAet
DAAe
6.6 – OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Um aspecto importante a ser considerado é a manutenção dos laços táticos entre as
unidades núcleo e os reforços a elas atribuídos.
37. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 7-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 7
O COMPONENTE DE COMBATE AÉREO
7.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Comandante do CteCA é o responsável, perante o Comandante do GptOpFuzNav,
pelo desempenho das tarefas relativas à defesa aeroespacial, ao apoio aéreo ofensivo, ao
apoio às ações terrestres, à guerra eletrônica, ao reconhecimento aéreo, e ao controle de
aeronaves e armas antiaéreas, sempre que essas tarefas forem atribuídas ao
GptOpFuzNav.
O CteCA será nucleado pelo Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea
(BtlCtAetatDAAe) ou por uma Unidade de aviação. Seu efetivo poderá variar desde um
destacamento, mesmo sem possuir aeronaves, até uma ou mais unidades aéreas. Poderá
ter considerável número de aeronaves em sua organização por tarefas ou, em situação
oposta, poucas ou nenhuma aeronave, sendo apoiado por aeronaves da Força Naval.
Nos dois casos haverá, ainda, a possibilidade de o GptOpFuzNav receber apoio de
aeronaves não pertencentes à ForTarAnf nem à Força Aérea do Teatro de Operações
Marítimo (FATOM). A ausência de aeronaves sob sua subordinação não invalida a
existência deste componente, uma vez que permanece sob sua responsabilidade a
avaliação dos efeitos desejados a serem alcançados, bem como o planejamento,
solicitação e controle operativo das missões necessárias, não importando o fato de o
componente ser ou não o detentor dos meios aéreos. Além disso, o CteCA enquadra
também os meios da DAAe.
7.2 - ORGANIZAÇÃO DO CteCA
O CteCA possuindo aeronaves em sua organização por tarefas terá a estrutura da Fig.
7.1, caso contrário, a estrutura da Fig. 7.2.
Comando do CteCA
BtlCtAetatDAAe ou EsqdAnv
CiaCtAetat BiaArtAAe
Outras Anv na
AOp
BOA
CiaCmdoSv
DstForAerNav
Veículos Aéreos
Não-Tripulados
(VANT)
Aeronaves
DstEsqdAnv
Coordenação e Controle
Fig. 7.1 - Estrutura básica do CteCA em um GptOpFuzNav tipo UAnf
38. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 7-2 - ORIGINAL
Comando do CteCA
Grupo de Aviação
Desig pelo ComForAerNav
BtlCtAetatDAAe
BOA
CiaCmdoSv/BtlCtAetaDAAe
DstForAerNav
Outras Anv na
AOp
EsqdAnv
Coordenação e Controle
VANT CiaCtAetat BiaArtAAe
Fig. 7.2 - Estrutura básica do CteCA em um GptOpFuzNav tipo BAnf
O CteCA deverá também incorporar os meios logísticos necessários ao abastecimento e
manutenção das aeronaves, em razão das especificidades técnicas do material de
aviação, sendo sempre apoiado pelo CASC nos demais campos da logística.
7.3 - ATIVIDADES DO CteCA
O comandante do CteCA receberá suas tarefas em termos de efeitos desejados,
cabendo-lhe o exame da situação e o desenvolvimento da diretiva necessária ao
desempenho das suas atividades. O Cmt do CteCA preocupa-se, em particular, com a
batalha profunda, de modo a isolar a área de efetivas operações, desgastar defesas
inimigas, retardar ou neutralizar reforços, além das atividades de apoio aos demais
componentes e de defesa antiaérea do Gpt como um todo. Assim o CmtCteCA passa a
envolver-se com o que acontece em terra, em profundidade, passando a LCAF a
constituir-se em verdadeiro limite entre o CCT e o CteCA.
Na Defesa Aeroespacial, que compreende a Defesa Aérea, a partir de plataformas
aéreas, e a Defesa Antiaérea, a partir de plataformas terrestres, o BtlCtAetatDAAe, em
todas as situações, será o responsável direto pela parcela da defesa antiaérea que cabe ao
ComForDbq, executada basicamente por meio de sua BiaArtAAe. Poderá caber-lhe,
também, a coordenação e o controle de parcela da defesa aérea, exercidos por meio dos
centros de controle que deverão ser mobiliados pela CiaCtAetat. A Defesa Aérea caberá
às aeronaves de interceptação, que normalmente não estarão na organização por tarefas
do CteCA.
O Controle de Aeronaves e Armas Antiaéreas será exercido por meio da CiaCtAetat do
BtlCtAetatDAAe, que nucleará as principais agências de coordenação e controle.
O Apoio Aéreo Ofensivo, que compreende o Apoio Aéreo Aproximado e o Apoio
Aéreo Afastado, será executado por esquadrão de aeronaves com capacidade de ataque
ao solo ou destacamentos destes. As aeronaves executando tais tarefas poderão estar em
uma ou mais das situações a seguir: aeronaves constantes da organização por tarefas do
39. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 7-3 - ORIGINAL
CteCA; aeronaves pertencentes à Força Naval executando missões de apoio ao
GptOpFuzNav; aeronaves pertencentes à FATOM; e, finalmente, aeronaves não
enquadradas em nenhuma das situações anteriores participando de operações de apoio.
Caberá ao BtlCtAetatDAAe nuclear ou apoiar as agências de coordenação e controle
necessárias a garantir o adequado funcionamento do Apoio Aéreo Ofensivo.
O Apoio ao Assalto será executado por esquadrão de helicópteros com capacidade para
o transporte de tropa e material ou destacamentos destes. As aeronaves executando tais
tarefas poderão estar na organização por tarefas do CteCA ou, pertencendo à Força
Naval, executar missões em apoio ao GptOpFuzNav.
O Reconhecimento Aéreo será executado por esquadrão de aeronaves, ou
destacamentos destes, também constantes da organização por tarefas do CteCA, ou por
aeronaves pertencentes a Força Naval executando missões de apoio ao GptOpFuzNav.
As aeronaves com capacidade de guerra eletrônica realizarão esta atividade em
coordenação com os demais elementos de Guerra Eletrônica do GptOpFuzNav.
A utilização de VANT acrescentará novas capacidades ao BtlCtAetatDAAe, ampliando
o rendimento e eficiência no exercício de atividades ligadas ao Reconhecimento Aéreo,
Guerra Eletrônica e Apoio Aéreo Ofensivo.
Além das atividades relacionadas às tarefas de aviação, poderá caber ao
BtlCtAetatDAAe a operação de bases de operações aéreas (BOA) que, em determinadas
situações, contribuirá para o aumento da eficiência ou mesmo viabilizará a execução de
cada uma das mencionadas tarefas. Para tanto, deve ser empregada uma organização por
tarefas com núcleo na CiaCmdoSv da própria unidade, com o reforço de destacamentos
da ForAerNav, BtlLogFuzNav, BtlEngFuzNav, CiaApDbq e outros porventura
necessários.
O CteCA poderá permanecer a bordo quando possuir efetivo reduzido, sendo vantajoso,
todavia, o seu estabelecimento em terra. Quando o CteCA não dispuser de aeronaves,
estabelecer-se-á justaposto ao CteC. Caso contrário, posicionar-se-á junto a uma área de
apoio logístico do CASC. Nesta última situação, será estabelecida uma BOA.
40. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 8-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 8
O COMPONENTE DE APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE
8.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A estrutura do CASC será dimensionada de acordo com o apoio a ser prestado e o vulto
do GptOpFuzNav.
O comando do CASC é também dimensionado de acordo com o vulto do
GptOpFuzNav. Assim, uma BAnf que possui, uma estrutura de ApSvCmb tão complexa
que excede a capacidade de comando do BtlLogFuzNav, terá o comando de seu CASC,
normalmente, provido pelo Comando da TrRef.
Na UAnf e no ElmAnf o comando do CASC será, normalmente, fornecido pelo
BtlLogFuzNav.
8.2 - ESTRUTURA DO CASC
A estrutura do CASC consta da Fig. 8.1.
Fig. 8.1 - Estrutura do CASC
Observações:
(1) Constituição temporária; acolhe representantes de todos os elementos subordinados
que necessitem realizar reconhecimentos antes do desembarque.
(2) Os elementos organizacionais que prestarão o grosso das atividades de ApSvCmb
serão estabelecidos, conforme o tipo de GptOpFuzNav, da forma a seguir
apresentada.
- No ElmAnf, normalmente haverá somente um Destacamento de ApSvCmb,
constituído por representantes provenientes das subunidades do BtlLogFuzNav;
- Na UAnf, os mencionados elementos organizacionais poderão ser as próprias
companhias do BtlLogFuzNav e/ou Elementos de Apoio de Serviços ao Combate
(ElmASC). Os ElmASC serão empregados nos momentos iniciais do apoio até o
desembarque do Comando do GASC, havendo um para cada praia colorida.
Comando Recon (1) SEGAR (4) Pol (5)
ApSvCmb (2) DP (3) Eng (6) GRADA (7)
CASC
Legenda:
- Elemento de presença obrigatória ...............................................
- Elemento de presença dependente da situação............................
41. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 8-2 - ORIGINAL
Quando o Comando do GASC desembarcar, normalmente ElmASC serão
desativados e os seus integrantes retornarão às SU de origem.
- Na BAnf cujo GASC seja comandado pelo CmtBtlLogFuzNav valem as mesmas
observações apresentadas para a UAnf. No caso de uma BAnf cujo CASC seja
comandado por oficial do ComTrRef, seus elementos organizacionais poderão ser
o BtlLogFuzNav(Ref) e/ou ElmASC, de maneira semelhante ao apresentado para
a UAnf.
(3) O Destacamento de Praia (DP), normalmente, estará enquadrado por um ElmASC
ou pelo BtlLogFuzNav, ficando diretamente subordinado ao CASC somente
quando estiver operando isoladamente.
(4) Elemento de combate para a execução de Segurança da Área de Retaguarda
(SEGAR) quando os níveis de ameaça na retaguarda forem significativos.
(5) Para a execução de ações de SEGAR de menor envergadura, escolta de comboios,
escolta de prisioneiros de guerra (PG) e controle de trânsito, dentre outras tarefas de
polícia.
(6) Elemento de engenharia, quando necessário para o cumprimento de uma tarefa
específica, de vulto significativo, na área de retaguarda.
(7) Elemento para o apoio ao desembarque administrativo de outras tropas.
8.3 - ApSvCmb A PARTIR DE BORDO (“Sea Based”)
Algumas características dos navios podem ser exploradas para aliviar a carga do CASC
e reduzir as necessidades de segurança em terra, particularmente as que se referem à
confecção de rancho, apoio de manutenção em escalões mais elevados, compatíveis
com as oficinas de bordo, e serviços de lavanderia, apoio de saúde e estiva de
suprimentos em seus porões. Entretanto, os seguintes aspectos influenciam o
desenvolvimento do ApSvCmb integralmente a partir dos navios: a quantidade de
embarcação de desembarque (ED) e He normalmente disponíveis na área de operações;
e a dependência dos fatores ambientais para o desembarque de material. Deste modo, o
ApSvCmb integralmente realizado a partir de bordo somente poderá ser aceitável em
operações em que as demandas logísticas sejam reduzidas, como nas incursões anfíbias.
Entretanto, mesmo nas operações nas quais o vulto do ApSvCmb a ser prestado seja
significativo, deve-se aliviar as instalações desdobradas em terra, mediante o emprego
seletivo do apoio a partir dos navios.
42. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 9-- 1 - - ORIGINAL
CAPÍTULO 9
PODER DE COMBATE, CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS E ATIVIDADES DOS
GptOpFuzNav
9.1 - PODER DE COMBATE
O poder de combate resulta da combinação de fatores mensuráveis e não mensuráveis
que intervêm nas operações, condicionando-lhes o desenvolvimento. Seu componente
básico é a tropa com seus meios, seu valor moral e o seu grau de prontificação, aí
incluídos o valor profissional do comandante e uma doutrina coerente de emprego.
Abrangem, ainda, o apoio de fogo, a mobilidade, a proteção e a liderança, de forma a
alcançar o máximo de eficiência. A aplicação do poder de combate, seguindo os
princípios de guerra, irá determinar a conduta das operações. Por sua vez, a avaliação do
poder de combate é relativa, só tendo significação mediante confrontação com o do
oponente.
9.1.1 - Apoio de fogo
O apoio de fogo é essencial para desestabilizar a capacidade e a vontade de lutar do
inimigo. Sua utilização facilita a manobra, suprimindo ou neutralizando os fogos
inimigos e desorganizando o movimento de suas tropas. Também pode ser
empregado independentemente da manobra, com vistas a destruir, retardar ou
desorganizar tropas inimigas ainda não empregadas. Os comandantes de todos os
escalões devem estar habilitados a empregar o armamento orgânico e os fogos de
apoio disponíveis, de forma coordenada e integrados à idéia de manobra, de modo a
assegurar a adequada aplicação do poder de combate.
9.1.2 - Mobilidade
A mobilidade é traduzida pela possibilidade de uma tropa deslocar-se de um ponto
para outro enquanto conserva a capacidade de cumprir sua missão. Combinada com
o apoio de fogo, constitui o principal ingrediente da manobra, por meio da qual uma
tropa obtém uma posição vantajosa para destruir o inimigo ou cumprir outra tarefa.
Uma tropa consegue mobilidade aumentando sua capacidade de deslocamento ou
degradando a do inimigo. Dependendo do escalão considerado, um comandante
aumenta sua mobilidade proporcionando meios de transporte à sua tropa, reduzindo
sua equipagem, apoiando seu movimento pelo fogo, melhorando a transitabilidade
das vias de transporte e do terreno ou reduzindo as medidas de contramobilidade do
inimigo. Por sua vez, reduz-se a mobilidade do inimigo empregando fogos e
43. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 9-- 2 - - ORIGINAL
lançando obstáculos em suas vias de acesso prováveis.
9.1.3 - Proteção
Proteção é a conservação da capacidade de combater de uma tropa, de modo que
possa ser utilizada no local e momento apropriados. Um comandante protege suas
tropas, seja das ações do inimigo, seja das condições desfavoráveis inerentes à área
de operações (clima hostil, endemias, falta de água potável, etc). Assim, a proteção
compreende dois aspectos: um de caráter operativo e outro de caráter logístico. O
primeiro inclui o emprego das forças de segurança e de cobertura, a dispersão, o uso
de cobertas, abrigos, camuflagem e fortificações, o controle das próprias emissões
eletromagnéticas e a supressão ou neutralização das armas e da capacidade de
manobra do inimigo. O segundo aspecto abrange os cuidados com o Fuzileiro Naval
e inclui medidas de higiene em campanha, de medicina preventiva, o apoio de saúde
em geral, o rodízio entre elementos de primeiro escalão e tropas descansadas, o
recompletamento de pessoal, o fluxo adequado de suprimentos e a manutenção dos
equipamentos e equipagens.
9.1.4 - Liderança
A liderança, que pode ser compreendida como o processo que consiste em
influenciar pessoas no sentido de que ajam, voluntariamente, em prol de objetivos, é
o componente essencial do poder de combate. Ao comandante caberá a ênfase a ser
dada ao poder de fogo, à mobilidade e à proteção, contribuindo estas ações para o
estabelecimento de um componente não mensurável mas de elevado valor na
construção do poder de combate - o moral - por sua influência direta na disposição
para o combate. Por sua vez, a liderança é, também, uma qualidade intangível,
resultante da combinação do exemplo, da integridade pessoal e profissional, com a
persuasão, a inspiração e a compulsão. Deve ainda o comandante entender a
personalidade do Fuzileiro Naval, cuidar de sua proteção, sem favoritismo ou
paternalismo, conhecer e saber empregar os meios à sua disposição e saber agir com
coragem e determinação no ambiente incerto e confuso do campo de batalha.
Não há fórmulas prontas dirigindo o encaminhamento de todo este processo mas,
inegavelmente, a leitura e estudo de temas e publicações profissionais, incluindo
história militar e biografia de vultos notáveis, concorrerão para o surgimento de
resultados individuais favoráveis. Por sua vez, coletivamente tais resultados serão
decorrentes da doutrinação e criação de estímulos no âmbito da tropa. Todas estas
44. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 9-- 3 - - ORIGINAL
atividades devem ser desenvolvidas em tempo de paz, o que enfatiza o valor do
adestramento e total dedicação à profissão.
Finalmente, o principal papel de um comandante, como líder de tropa, é induzir seus
homens a executarem tarefas difíceis, sob as circunstâncias perigosas e desgastantes
do campo de batalha.
9.1.5 - Outros componentes
Qualquer fator ou atividade que aumente a capacidade de uma tropa em operações
deve ser considerado como parte de seu poder de combate.
Deste modo, o comandante deve estar atento para bem empregar e ampliar as
possibilidades de todos esses componentes. Dentre eles, cabe citar, em adição aos já
apresentados, o apoio logístico, as comunicações e os meios de reconhecimento.
9.2 - CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS E AS ATIVIDADES DA TROPA FN
Os GptOpFuzNav realizam, para o cumprimento das missões a eles atribuídas, diversas
atividades, que são harmoniosamente integradas e grupadas em ramos segundo as
características funcionais das tropas de Fuzileiros Navais. Estas atividades são
classificadas como gerais, de combate, de apoio ao combate e de apoio de serviços ao
combate.
9.3 - ATIVIDADES GERAIS
As atividades gerais são aquelas que permeiam todas as ações dos GptOpFuzNav.
Englobam entre outras as atividades de planejamento, de embarque e carregamento e de
movimento-navio-para-terra.
9.3.1 - Planejamento
A atividade de planejamento nos GptOpFuzNav tem início com o recebimento da
primeira ordem preparatória e encerra-se com o cumprimento da missão.
Dependendo do escalão, o planejamento pode variar de um rápido exame mental da
situação, seguido de ordens verbais, até um complexo e metódico trabalho analítico
que resultará em detalhada diretiva.
Os GptOpFuzNav empregam a sistemática do Processo de Planejamento Militar
(PPM), observando-se as especificidades da tropa anfíbia.
9.3.2 - Embarque e Carregamento
Embora associadas com as Operações Anfíbias, estas atividades são desenvolvidas
em todos os tipos de operação e envolvem o embarque das tropas, suprimentos e
equipamentos em meios de transporte terrestres, aéreos, fluviais e marítimos e o
45. OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 9-- 4 - - ORIGINAL
deslocamento de pessoal e material para a área de operações.
Nas OpAnf o embarque e o carregamento devem ser desenvolvidos com base nos
planos de desembarque, que, por sua vez baseiam-se no conceitos de operação e de
apoio.
9.3.3 - Movimento-navio-para-terra
Também associada com as Operações Anfíbias, esta atividade pode ser necessária,
ainda, em outras situações que envolvam um desembarque. Compreende o
movimento ordenado de tropas, seus suprimentos e equipamentos, dos navios para a
terra, devendo atender à idéia de manobra em terra.
9.4 - ATIVIDADES DE COMBATE
Os elementos de combate destinam-se à realização das operações ofensivas e defensivas
propriamente ditas, bem como das ações de comandos. Os elementos de combate são
organizados para a execução de tarefas que normalmente exigem o contato direto com o
oponente.
A infantaria é a tropa de combate básica dos GptOpFuzNav, sendo também enquadrados
como tal os elementos de operações especiais quando realizando ações de comandos, e
os carros de combate (CC), quando empregados em conjunto com a infantaria.
9.4.1 - Infantaria
A infantaria combate combinando fogo, movimento e ação de choque. Tal técnica
consiste, inicialmente, na progressão da tropa sob a proteção e apoio de uma base de
fogos. A força que se movimenta busca o contato com o inimigo, enquanto a base de
fogos procura reduzir a interferência dele no referido deslocamento e, se possível,
destruí-lo. Por sua vez, a ação de choque consiste no impacto físico e psicológico
imposto ao inimigo pela associação dos fogos e do movimento - a manobra - com o
reforço, quando for o caso, da proteção blindada. Assim, a ação de choque variará
desde o assalto do combatente a pé, realizando fogos potentes a curta distância,
empregando o combate corpo-a-corpo e apoiado pelos fogos, até a utilização de
elementos blindados em apoio.
A infantaria é capaz de progredir praticamente em todos os tipos de terreno e sob
quaisquer condições meteorológicas, em formações pequenas, o que dificulta ao
inimigo detectar sua aproximação.
Em virtude destas características verifica-se estarem seus efetivos sujeitos a maiores
perdas em recursos humanos. Portanto seus integrantes devem ter moral elevado,
46. OSTENSIVO CGCFN-0-1
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resistência física, tenacidade e liderança.
No ataque, a infantaria deve localizar e cerrar sobre o inimigo para destruí-lo ou
capturá-lo; na defensiva deve manter o terreno, repelindo o inimigo ou destruindo-o
pelo contra-ataque ou pelo fogo.
9.4.2 - Operações Especiais – ação de comandos
Os elementos de operações especiais são altamente qualificados e adestrados na
utilização de meios não convencionais de inserção em território inimigo para a
realização de uma variedade de tarefas também não convencionais, normalmente de
duração limitada. Não são organizados e equipados para a aplicação efetiva do poder
de combate e atuam, geralmente, com base na surpresa, rapidez e ação de choque.
9.4.3 - CC nas ação de combate
Os CC, quando empregados em conjunto com a infantaria, preferencialmente
apoiada por viaturas blindadas, podem realizar atividade de combate, recebendo e
cumprindo tarefas de ataque e defesa, em particular aquelas onde as características
intrínsecas desses meios sejam exigidas.
9.5 - ATIVIDADES DE APOIO AO COMBATE
As atividades de apoio ao combate destinam-se a proporcionar apoio de fogo, apoio ao
movimento e apoio à capacidade de comando e controle dos GptOpFuzNav.
9.5.1 - Blindados
Quando não atuando como elemento de combate, os CC são empregados,
primordialmente, no apoio, destruindo forças inimigas, suas armas, seus blindados e
suas instalações.
A atuação dos blindados baseia-se na flexibilidade e na ação de choque, que
produzem maior impacto devido ao poder de fogo, mobilidade, comunicações
amplas e flexíveis e proteção blindada de seus meios. Entretanto, são sensíveis ao
terreno e às condições meteorológicas e suas tripulações têm a visibilidade
prejudicada quando trafegam com as escotilhas fechadas.
Assim, para otimizar suas possibilidades, os blindados devem ser empregados
prioritariamente em ações ofensivas e em combinação com a infantaria, que lhes
proporcionará proteção aproximada, compensando algumas das limitações citadas.
Por sua vez, a infantaria terá sua ação de choque e segurança ampliadas pela atuação
conjunta com os blindados.
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9.5.2 - Comando e Controle (C2)
As atividades de C2 incluem, basicamente, a coleta e a análise de informações, o
apoio à tomada de decisão, a organização e o emprego de meios e recursos, o
planejamento e a coordenação das operações, o monitoramento e a avaliação dos
resultados e a supervisão da execução.
9.5.3 - Comunicações e informática
As comunicações e a informática devem permitir o estabelecimento de ligações bem
como a transmissão de dados e decisões com rapidez, confiança e segurança,
agilizando a tomada de decisão.
Os sistemas devem ser confiáveis, flexíveis e ágeis. O sucesso depende em grande
parte da eficiência no desempenho das atividades de comunicações associadas com o
emprego de sistemas de informações.
9.5.4 - Inteligência
As atividades de inteligência são desempenhadas dentro dos processos de produção
de conhecimento visando o apoio ao processo de tomada de decisão dos
comandantes e a salvaguarda dos conhecimentos produzidos e das fontes de
informação.
9.5.5 - Operações Psicológicas
As operações psicológicas visam, por meio do emprego e da divulgação de
informações manipuladas, a influenciar o comportamento da população e das forças
do país hostil. A principal ação a ser desenvolvida é a propaganda, como meio de
influenciar organizações e indivíduos a adotar condutas que venham a facilitar o
cumprimento de nossa missão ou, até mesmo, removendo a vontade do inimigo de
combater.
9.5.6 - Guerra Eletrônica (GE)
A GE utiliza-se do espectro eletromagnético para a busca, interceptação, análise e
localização das emissões do inimigo e redução do uso eficaz de suas transmissões.
A GE é integrada à atividade de inteligência, tendo em vista o potencial de coleta e
processamento de informações e de proteção para as nossas comunicações.
9.5.7 - Reconhecimento e Vigilância
As atividades de reconhecimento e vigilância são realizadas por todos os escalões de
tropa. Os elementos de operações especiais, normalmente, operarão em proveito do
GptOpFuzNav como um todo ou de seu CCT.
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As atividades de reconhecimento e vigilância compreendem ações realizadas por
militares com ou sem auxílio de equipamentos, como, por exemplo, radares e
sensores, aeronaves tripuladas ou não e satélites.
9.5.8 - Artilharia de Campanha
A artilharia de campanha é o principal meio de apoio de fogo orgânico para as
operações terrestres. Graças à flexibilidade, alcance e poder de destruição de seus
meios, pode ser empregada para apoiar os elementos de combate aplicando fogos
sobre os escalões avançados do inimigo e seus meios de apoio de fogo, bem como
dando profundidade ao combate por meio de fogos contra as instalações de comando,
comunicações, logísticas e reservas do oponente.
9.5.9 - Apoio de Fogo Naval
De fundamental importância nos momentos iniciais das Operações Anfíbias, pode,
também, apoiar outros tipos de operações quando estas ocorrerem próximo ao litoral.
9.5.10 - Apoio Aéreo e Controle Aerotático
O apoio aéreo exerce um papel fundamental no desenvolvimento das ações em terra,
compreendendo as ações de apoio de fogo aéreo, apoio ao assalto, reconhecimento
aéreo, defesa aeroespacial e guerra eletrônica.
9.5.11 - Defesa Antiaérea
A artilharia antiaérea desempenha, a partir do solo, a tarefa de destruir aeronaves
hostis. Tal atuação exige um elevado grau de coordenação e centralização do
controle, devendo ser levado em conta os tipos e velocidade dos vetores aéreos
inimigos, os meios disponíveis e a área a defender.
Eventualmente, os meios antiaéreos podem ser utilizados contra alvos de superfície,
complementando outros meios de apoio de fogo quando houver forte ameaça
terrestre inimiga e pequena ameaça aérea.
As atividades de defesa antiaérea devem estar intimamente coordenadas e integradas
às operações aéreas.
9.5.12 - Coordenação do Apoio de Fogo
Para que as atividades de apoio de fogo sejam desenvolvidas com a máxima
eficiência, a coordenação do apoio de fogo naval, aéreo e de artilharia deve ser
considerada desde o planejamento inicial das ações.
9.5.13 - Defesa Anticarro (DAC)
Atividades de DAC são desenvolvidas por todos os componentes. O meios aéreos