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CGCFN-0-1 OSTENSIVO
MANUAL DE
FUNDAMENTOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2013
OSTENSIVO CGCFN 0-1
MANUAL DE FUNDAMENTOS DE FUZILEIROS NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2013
FINALIDADE: BÁSICO
1ª REVISÃO
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - II - REV.1
ATO DE APROVAÇÃO
APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-0-1 - MANUAL DE
FUNDAMENTOS DE FUZILEIROS NAVAIS.
RIO DE JANEIRO, RJ.
Em 27 de fevereiro de 2013.
MARCO ANTONIO CORRÊA GUIMARÃES
Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral
ASSINADO DIGITALMENTE
AUTENTICADO
PELO ORC
RUBRICA
Em_____/_____/_____ CARIMBO
OSTENSIVO CGCFN 0-1
OSTENSIVO - III - REV.1
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto ........................................................................................................ I
Ato de Aprovação ................................................................................................... II
Índice....................................................................................................................... III
Introdução ............................................................................................................... V
CAPÍTULO 1 – GUERRA, CONFLITO, PODER E FUNÇÕES DE COMBATE
1.1 - Aspectos de Interesse da Natureza e Teoria da Guerra .................................. 1-1
1.2 - Níveis de Condução dos Conflitos.................................................................. 1-3
1.3 - Estilos de Condução dos Conflitos................................................................. 1-5
1.4 - Poder de Combate........................................................................................... 1-8
1.5 - Funções do Combate....................................................................................... 1-9
CAPÍTULO 2 - OS FUZILEIROS NAVAIS
2.1 - Corpo de Fuzileiros Navais ............................................................................ 2-1
2.2 - Caráter Naval e Anfíbio.................................................................................. 2-1
2.3 - Eixos Estruturantes ......................................................................................... 2-1
2.4 - Conjugado Anfíbio ......................................................................................... 2-2
2.5 - Caráter Expedicionário ................................................................................... 2-2
2.6 - Gradualismo no Emprego............................................................................... 2-3
2.7 - Recursos Humanos – o Fuzileiro Naval ......................................................... 2-3
2.8 - Liderança ........................................................................................................ 2-3
2.9 - Material........................................................................................................... 2-4
2.10 - Doutrina ........................................................................................................ 2-4
2.11 - Ensino ........................................................................................................... 2-5
2.12 - Adestramento................................................................................................ 2-5
2.13 - Especificidade Logística............................................................................... 2-6
2.14 - Atividades de Fuzileiros Navais ................................................................... 2-7
2.15 - Tradições e Espírito de Corpo ...................................................................... 2-19
CAPÍTULO 3 - GUERRA DE MANOBRA
3.1 - Generalidades.................................................................................................. 3-1
3.2 - O Ciclo OODA ............................................................................................... 3-1
3.3 - Centro de Gravidade....................................................................................... 3-2
3.4 - Vulnerabilidades Críticas................................................................................ 3-3
OSTENSIVO CGCFN 0-1
OSTENSIVO - IV - REV.1
3.5 - Superfícies e Brechas ...................................................................................... 3-3
3.6 - Foco do Esforço, Ponto Focal do Esforço e Esforço Principal ....................... 3-3
3.7 - Atribuição de Tarefa pelo Efeito Desejado..................................................... 3-4
3.8 - Ação Ditada pelo Reconhecimento................................................................. 3-5
3.9 - Armas Combinadas ......................................................................................... 3-5
3.10 - Intenção do Comandante............................................................................... 3-6
3.11 - A Execução da Guerra de Manobra .............................................................. 3-6
CAPÍTULO 4 - GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
4.1 - Generalidades.................................................................................................. 4-1
4.2 - Estrutura Básica dos GptOpFuzNav ............................................................... 4-2
4.3 - Tipos de GptOpFuzNav .................................................................................. 4-5
4.4 - Capacidades dos GptOpFuzNav...................................................................... 4-7
4.5 - Organizações Empregadas pelos GptOpFuzNav ............................................ 4-7
4.6 - Os GptOpFuzNav nos Níveis de Condução dos Conflitos ............................. 4-9
4.7 - A Contribuição dos GptOpFuzNav para o Poder Naval ................................. 4-10
4.8 - Os GptOpFuzNav e a Guerra de Manobra...................................................... 4-11
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - V - REV.1
INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de, baseando-se nas publicações doutrinárias da Marinha,
apresentar os fundamentos que norteiam o preparo e emprego dos Fuzileiros Navais, os
quais servirão de base para as demais publicações da Série CGCFN.
2 - DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em quatro capítulos. O Capítulo 1 aborda aspectos do
fenômeno da guerra, os níveis e estilos de condução dos conflitos e os conceitos referentes
ao poder de combate e às funções de combate; o Capítulo 2 apresenta conceitos básicos
intrínsecos ao Corpo de Fuzileiros Navais; o Capítulo 3 enuncia aspectos conceituais
relativos à Guerra de Manobra; e o Capítulo 4 aborda conceitos referentes à organização e
ao emprego dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais.
3 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da
Marinha como: Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada, ostensiva, básica
e manual.
4 - SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a CGCFN-0-1 - Manual de Fundamentos de Fuzileiros Navais,
1ª edição, aprovada em 19 de dezembro de 2011.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-1 - REV.1
CAPÍTULO 1
GUERRA, CONFLITO, PODER E FUNÇÕES DE COMBATE
1.1 - ASPECTOS DE INTERESSE DA NATUREZA E TEORIA DA GUERRA
A compreensão do fenômeno da guerra, de sua natureza e dos aspectos inerentes aos
campos da arte e da ciência de que ela se vale é fundamental para o preparo profissional
de Forças combatentes.
1.1.1 - O Fenômeno da Guerra
A guerra pode ser entendida como um fenômeno social que resulta da aplicação
violenta do poder, com predominância do poder de combate da expressão militar1
, para
forçar o inimigo a submeter-se à vontade nacional.
A guerra é, de maneira simplista, encarada como um confronto de homens e armas.
Uma observação detalhada mostra que os meios são operados, dirigidos, controlados e
coordenados por pessoas, sendo estas as verdadeiras impulsionadoras de toda a
violência por eles gerada. São as pessoas, em particular os Comandantes em todos os
níveis das organizações perenes ou ad hoc, que gerenciam os meios, buscando impor
sua vontade sobre dos seus oponentes, por meio de violência organizada, para que seus
efeitos desejados sejam atingidos na plenitude. Assim, na realidade, a guerra
desenvolve-se pelo embate de vontades opostas, independentes e irreconciliáveis.
Em suma, a guerra é desenvolvida por homens e não pelo material, sendo, portanto,
um empreendimento humano, enfoque de especial significado na filosofia de combate
em que se baseia a doutrina adotada pelos Fuzileiros Navais.
Atualmente, os Estados têm utilizado a terminologia conflito, pois, além da Carta das
Nações Unidas ter abolido a expressão guerra, o conflito armado não necessita ser
declarado. Cabe ressaltar que as Convenções de Genebra são aqui aplicáveis,
independentemente do reconhecimento ou declaração de guerra ou de conflito armado.
1.1.2 - A natureza da guerra
Os principais atributos que caracterizam a natureza da guerra são:
- a dimensão humana, caracterizada pela condução dos combates por pessoas, cujos
comportamentos são influenciados por emoções, medo e exaustão física, tendo suas
vontades individuais como impulsionadoras das ações desenvolvidas. Sendo, ainda, a
guerra um fenômeno humano, o medo - reação humana ao perigo - tem um impacto
1
O Poder Nacional manifesta-se em cinco expressões: política, econômica, psicossocial, militar e científico-
tecnológica.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-2 - REV.1
significativo na sua conduta;
- a violência, produzida pelos meios de força empregados;
- o perigo, característica fundamental da guerra, por ser ela um empreendimento
violento;
- a incerteza, marcada pelo conhecimento parcial da situação. É a chamada “névoa da
guerra”, que dificulta a visão do campo de batalha, tornando as suas ações e,
consequentemente, seus resultados indefinidos;
- a fluidez, caracterizada pelo relacionamento entre episódios passados, presentes e
futuros, resultando em um continuum em permanente evolução, fazendo com que a
situação se altere a cada momento ao se apresentar diferente daquela para a qual um
determinado plano foi concebido;
- a desordem ou o sentimento de desordem, caracteriza-se, no combate, pela ausência
da ordem que é normalmente percebida nos adestramentos. É a primeira consequência
do fogo inimigo, que faz com que a visão de conjunto fique prejudicada pela busca
instintiva de um abrigo seguro, contribuindo para facilitar as ações inimigas que
podem causar a destruição física de material e pessoal;
- a fricção, gerada pelo somatório dos atributos anteriormente mencionados, que
conduz os eventos aparentemente mais simples a uma complexidade extrema. Pode ser
fruto de agentes externos, como o fogo inimigo, um obstáculo natural ou uma
interferência eletrônica, ou ser autoinduzida, em decorrência de ordens confusas ou
mal transmitidas, complexas relações de comando ou falhas de comunicação e a
escassez logística, que podem levar à degradação do material e do combatente; e
- a interação de forças, efeito do engajamento em todos os níveis, que pode ser de
natureza física, representada pelos meios materiais, de natureza moral, como a
vontade, coragem, liderança ou espírito de corpo, ou, ainda, mental, exemplificada
pelo intelecto ou pelo conhecimento.
A análise atenta desses atributos da guerra tornará possível combater e alcançar a
vitória em um ambiente caótico, como o anteriormente descrito, dele tirando vantagens
para o cumprimento da missão. O caos far-se-á presente para ambos os contendores e
vencerá aquele que conseguir reduzi-lo para si e ampliá-lo para o inimigo.
1.1.3 - Guerra - Ciência e Arte
Vários aspectos da guerra, em particular os técnicos, enquadram-se no campo da
ciência, refletindo a aplicação metódica das leis da natureza. A ciência isoladamente
não consegue delimitar o fenômeno da guerra, o qual engloba variáveis do
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-3 - REV.1
comportamento humano e outros incontáveis fatores, dependendo dos meios que são
destinados ao combate e do desenvolvimento, estudo e aplicação de doutrinas
militares. Quando considerados o pensamento militar, as forças morais e a aceitação do
risco, a guerra permeia o campo da arte por requerer a capacidade intuitiva para
compreender a essência de uma situação particular no campo de batalha, capacidade
criativa para desenvolver uma solução prática e firmeza de propósito para executar a
ação.
1.2 - NÍVEIS DE CONDUÇÃO DOS CONFLITOS
A ocorrência de conflitos, sua natureza e magnitude no ambiente externo ou interno de
uma nação caracterizam os estados de paz, de crise, de guerra ou de conflito armado,
sintetizados na figura 1.1 apresentada abaixo.
A situação de paz implica a ausência de lutas, violências ou graves perturbações, no
âmbito de um Estado ou no âmbito de suas relações internacionais. Nesse caso, os
conflitos existentes não comprometem os interesses da nação.
A guerra é o conflito no seu grau máximo de violência. Em função da sua magnitude,
pode implicar a mobilização de todo o Poder Nacional, com predominância da expressão
militar, para impor a vontade de um ator ao outro. O conflito armado é amplamente
entendido como um recurso utilizado por grupos politicamente organizados que
empregam a violência armada para solucionar controvérsias ou impor sua vontade a
outrem. As expressões guerra e conflito armado diferenciam-se apenas na perspectiva
jurídica.
A crise é um conflito posicionado entre a paz e a guerra. Exige uma administração
(manobra ou gerenciamento) que permita uma evolução favorável aos interesses
nacionais em jogo. A crise traduz um conflito desencadeado ou agravado imediatamente
após a ruptura do equilíbrio existente entre duas ou mais partes envolvidas. Caracteriza-se
por um estado de grandes tensões, com probabilidade de agravamento (escalada) e risco
de guerra, não permitindo que se anteveja com clareza o curso de sua evolução.
Fig 1.1 - Espectro dos Conflitos
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-4 - REV.1
1.2.1 - Nível Político
Nesse nível, a partir dos objetivos nacionais identificados, o Estado integra as medidas
gerais nas diversas expressões do Poder Nacional. Assim, pautado na definição
clausewitziana de que a guerra é a continuação da política por outros meios, são
fixados os objetivos políticos a serem atingidos pela ação militar.
1.2.2 - Nível Estratégico
O nível estratégico, subordinando-se ao nível político, pode ser entendido como sendo
aquele no qual, valendo-se da arte e da ciência, as Forças Armadas são empregadas
para a consecução dos objetivos políticos, por sua aplicação, ameaça, ou simples
possibilidade de emprego.
No nível estratégico, os objetivos políticos são traduzidos em grandes ações militares a
empreender. Dependendo da natureza do conflito, são definidos: a estrutura militar a
ser empregada, os Teatros de Operações (TO) e as Zonas de Defesa (ZD), as Forças
que serão adjudicadas a cada grande comando operacional, os objetivos estratégicos e
a estratégia geral para a consecução desses, o que, normalmente, conduz a uma ou
mais campanhas interrelacionadas.
A estratégia naval, como parte integrante da estratégia militar, no que tange ao
emprego do Poder Naval, enquadra-se nesse nível.
O nível estratégico traduz a decisão política para a expressão militar e orienta o
emprego das Forças Armadas, visando a consecução ou manutenção dos objetivos
fixados pelo nível político. O Conselho Militar de Defesa (CMiD), composto pelo
Ministro da Defesa, Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (CEMCFA)
e os Comandantes das três Forças, assessora o nível político quanto ao emprego do
poder militar.
1.2.3 - Nível Operacional
O nível operacional trata especificamente da campanha, que pode ser entendida como
uma série de operações/ações militares interrelacionadas para alcançar um objetivo
estratégico, diretamente ou via objetivos operacionais intermediários. Neste nível, os
fins são os objetivos estratégicos e os meios consistem das batalhas e dos
engajamentos. Este nível representa a interface entre a estratégia e a tática, sem a qual
esta última não resultaria em um conjunto harmônico de ações. Trata-se, em suma, da
decisão de onde e quando aceitar ou negar o combate, encadeando adequadamente as
diversas ações táticas. O nível operacional é vivenciado em sua plenitude em um TO
ou ZD, sendo comumente realizadas ações conjuntas com a participação de mais de
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-5 - REV.1
uma das Forças singulares.
O plano de campanha consolidará o planejamento no nível operacional, considerando a
interação dos fatores operacionais tempo, força e espaço com os propósitos da missão.
Habitualmente, esse plano detalhará, no nível do TO/ZD, os aspectos de comando e
controle, de manobra, de fogos, de logística, de proteção da própria Força e de
inteligência, incluindo as ações diversionárias. Em particular, esse plano especificará
as condições militares que deverão estar estabelecidas para que a campanha seja
considerada encerrada.
Normalmente, a campanha é faseada, escalonando no tempo as ações necessárias ao
cumprimento da missão. O faseamento poderá compreender a concentração e
desdobramento de meios, ações preparatórias, cronologia ou sequência das ações
principais, encerramento das operações e redirecionamento de Forças, dentre outras.
1.2.4 - Nível Tático
A tática refere-se ao emprego dos meios em combate, sendo caracterizada
especialmente pela existência do contato, que não necessariamente será físico,
ocorrendo em espaço e tempo mais restritos que no nível operacional. Embora na tática
prevaleça o fogo e o movimento, não se deve prescindir dos fundamentos da Guerra de
Manobra, que serão detalhados no item 1.3.3 e no Capítulo 3, buscando-se o emprego
harmônico e judicioso dos meios, pela integração dos diversos sistemas de armas,
atividades e serviços.
1.2.5 - Outras Considerações
Embora os diversos níveis de condução dos conflitos tenham sido apresentados
separadamente, estes são interdependentes, não havendo fronteiras definidas para
delimitá-los.
1.3 - ESTILOS DE CONDUÇÃO DOS CONFLITOS
1.3.1 - Considerações Iniciais
Na condução dos conflitos identificam-se dois estilos diferentes, mas não antagônicos,
conhecidos como Guerra de Atrito e Guerra de Manobra. Precedendo suas definições,
é importante enfatizar que ambos são implementados com base na doutrina em vigor,
sem que representem novas concepções. Tais estilos não existem em suas formas
puras, coexistindo simultânea, interdependente e complementarmente nos
engajamentos, batalhas e campanhas, sendo passíveis de serem empregados em
quaisquer dos níveis de condução da guerra, escalões de Forças ou intensidade dos
conflitos.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-6 - REV.1
Todo emprego ou enfrentamento de Forças se vale de fundamentos das Guerras de
Manobra e de Atrito. A predominância de um dos estilos depende de uma variedade de
fatores que compreendem, dentre outros, a natureza, a eficiência e o poder de combate
das Forças envolvidas. Assim, enquanto no nível tático pode estar se enfatizando a
aplicação de aspectos inerentes à Guerra de Atrito, no nível operacional, pode haver a
predominância de emprego dos princípios da Guerra de Manobra.
1.3.2 - A Guerra de Atrito
Neste estilo, busca-se a consecução dos efeitos desejados pela destruição cumulativa
dos meios inimigos, tanto de pessoal quanto material, trabalhando basicamente no
campo físico. Nele, independentemente da sua vontade, o inimigo será obrigado a
ceder pela simples inexistência de meios e, consequentemente, pela falta de vontade
para continuar a luta.
A Guerra de Atrito vale-se da manobra, basicamente, para possibilitar o emprego de
Força contra Força. Seu foco é a aplicação eficiente dos fogos, o que conduz a uma
abordagem da guerra com forte ênfase em regras e procedimentos e com tendência à
centralização do controle das ações. A proficiência técnica, particularmente no
emprego dos sistemas de armas, importa mais do que a criatividade e a astúcia e o
sucesso em combate passam a depender, basicamente, da superioridade numérica e
material.
A principal “ferramenta” da atrição é o fogo, sendo o progresso das ações aferido em
bases quantitativas, por meio do balanço dos danos materiais e baixas infligidas ao
inimigo ou pelo terreno conquistado. Busca-se o confronto com as unidades inimigas
de modo a neutralizá-las diretamente. Os resultados serão proporcionais ao nível de
força empregada e, normalmente, mais custosos em pessoal e material, havendo
também a tendência a maiores danos às áreas onde se desenvolvem as ações, bem
como à população civil.
A vitória depende, fundamentalmente, de superioridade numérica e/ou tecnológica,
apresentando inerentemente menos riscos de insucesso por assegurar a certeza física da
neutralização do inimigo.
1.3.3 - A Guerra de Manobra
Neste estilo, as manobras devem priorizar a aproximação indireta, na busca de se
abordar o inimigo a partir de uma posição vantajosa. Esta vantagem não é apenas física
ou espacial; ela pode ser temporal, moral ou psicológica. Busca-se a consecução dos
efeitos desejados pela indução no inimigo do sentimento de que a resistência será
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-7 - REV.1
inócua ou redundará em perdas inaceitáveis, trabalhando fundamentalmente no campo
psicológico. Nele, independentemente da situação dos seus meios em pessoal e
material, o inimigo é levado a ceder à vontade de seu oponente, adotando ações que lhe
são desfavoráveis. Também nesse estilo, o fogo é largamente empregado, embora, em
sua forma pura, o estilo da Guerra de Manobra conseguiria a vitória sem que se
efetuasse um disparo se quer. Entretanto, o propósito do emprego do fogo não é
prioritariamente a redução da capacidade física do inimigo, mas o rompimento da
coesão mental das Forças oponentes.
Habitualmente, a manobra é entendida como um deslocamento da tropa no terreno
visando a obtenção de posicionamento vantajoso em relação ao inimigo, conceito que
continua válido na Guerra de Manobra. Todavia, nesse estilo de guerra, a manobra tem
um significado mais amplo, podendo ser entendida no tempo e na forma. No tempo, ao
obter-se, com um ritmo2
superior ao do inimigo na condução das ações, uma vantagem
psicológica decorrente da incapacidade do oponente reagir coerentemente. Na forma,
ao atuar de uma maneira não previsível pelo inimigo, também conferindo uma
vantagem psicológica.
A liderança em todos os níveis, a rapidez3
, a surpresa4
e a audácia5
são elementos
fundamentais da Guerra de Manobra. O sucesso é medido em termos de efeitos
desejados alcançados. Nela, evita-se o confronto direto com as unidades de combate
inimigas, engajando seus sistemas de apoio, de modo a neutralizá-las indiretamente.
O resultado da ação deixa de ser proporcional ao nível de força empregado, tendendo a
reduzir os custos em pessoal e material e havendo menores chances de danos às áreas
de atuação, bem como à população local.
Neste estilo, a vitória exige maior competência dos líderes, sendo relevante a obtenção
de superioridade local em poder de combate. O risco de insucesso aumenta, uma vez
que o inimigo ainda poderá dispor fisicamente de seus meios. Como o estilo de Guerra
de Manobra preconiza a rapidez e a audácia em todos os níveis, é natural a ocorrência
2
Ritmo - rapidez em relação ao tempo, ou seja, é a rapidez com que se orienta e decide.
3
A rapidez possui dois componentes, a saber: ritmo (rapidez em relação ao tempo, ou seja, é a rapidez com que se
orienta e decide) e velocidade (rapidez em relação ao espaço, ou seja, a habilidade para mover-se rápido, estando
diretamente relacionada às fases da observação e da ação).
4
A surpresa pode ser obtida pela utilização de ações diversionárias, exploração de áreas passivas etc. Para ser
atendida, é necessário evitar manobras ortodoxas e padronizadas. Ela deve estar intimamente ligada com a
criatividade, de forma a permitir a inovação de ações contra o oponente, o qual não estará preparado e adestrado
para se contrapor às mesmas.
5
A audácia deve ser entendida como um risco calculado, podendo até ser encarado como uma quebra de
dogmas/paradigmas. A coragem do decisor também faz parte deste conceito.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-8 - REV.1
maior de erros, que, no entanto, são em muito suplantados pelas benesses da surpresa e
da exploração tempestiva das oportunidades. Nesse sentido, é necessária uma mudança
da “mentalidade do erro zero”, a qual não se aplica a este estilo de guerra, em que a
tolerância com erros deve ser maior, assim como, também, devem ser estudadas as
medidas para se contrapor a estes possíveis erros.
Assim, conclui-se que os estilos de guerra, apresentados em suas formas puras,
constituem uma estratificação teórica raramente observada nos campos de batalha. O
fogo, que marca a atrição, obviamente gera uma vantagem no campo psicológico. A
obtenção dos efeitos desejados apenas pela manobra sem que um tiro seja disparado é
pouco factível. Dessa forma, a combinação do emprego coordenado do fogo com a
manobra deve ser buscado pelos planejadores.
1.4 - PODER DE COMBATE
Poder de Combate é a força a ser aplicada sobre o inimigo, em um dado momento, sendo
o resultado da combinação de fatores mensuráveis e não mensuráveis que intervêm nas
operações, condicionando-lhes o desenvolvimento. Seu componente básico é a tropa com
seus meios, seu valor moral e o seu grau de prontificação, incluindo-se a capacidade
profissional do Comandante (principalmente conhecimento técnico e liderança) e uma
doutrina de emprego consolidada.
O Comandante de uma tropa vale-se de seu poder de combate, buscando combinar e
integrar suas funções de combate, de forma a agilizar o Ciclo OODA6
e obter a máxima
eficiência frente ao inimigo. A aplicação do poder de combate, seguindo os princípios de
guerra e sincronizando as funções do combate, descritas no artigo 1.5, irá determinar a
conduta das operações. Por sua vez, a avaliação do poder de combate é relativa, sendo
significativa mediante confrontação com o do oponente.
Qualquer fator ou atividade que aumente a capacidade de uma tropa em operações deve
ser considerado como parte de seu poder de combate. Nesse contexto, podem ser citados
os efeitos das ações desenvolvidas no âmbito da Comunicação Social, das Operações
Psicológicas e de Assuntos Civis, que contribuem para a multiplicação do poder de
combate da força militar, constituindo-se em uma valiosa atividade não letal, capaz de
reduzir, consideravelmente, o número de baixas.
Ressalta-se, ainda, a organização administrativa das Forças/Unidades operativas do Corpo
6
Ciclo OODA - será detalhadamente explicado no Capítulo 3 - É também denominado de Ciclo de Boyd ou Ciclo
de Decisão. É a principal base teórica empregada na guerra de manobra, segundo a qual as ações no combate são
desenvolvidas na sequência OBSERVAÇÃO – ORIENTAÇÃO – DECISÃO – AÇÃO (OODA), de forma cíclica.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-9 - REV.1
de Fuzileiros Navais (CFN), que é dimensionada visando a adequada transição para a
organização para o combate, o que também contribui para o pronto-emprego, com vistas
ao incremento do poder de combate das tropas de Fuzileiros Navais.
1.5 - FUNÇÕES DO COMBATE
As funções do combate abrangem todas as atividades militares realizadas em um Espaço
de Batalha. Cada função de combate é considerada pelo Comandante, que deve,
posteriormente, integrá-las e sincronizá-las para multiplicar o poder de combate de sua
tropa. O emprego das funções do combate é vital para o planejamento e à execução de
missões de quaisquer naturezas.
1.5.1 - Comando e Controle
O Comando e Controle (C2) é o exercício da autoridade e a supervisão sobre suas peças
de manobra e elementos adjudicados, para o cumprimento de uma missão. O C2
envolve o arranjo de pessoal, equipamentos, e instalações que permitam ao Comandante
estender sua influência sobre sua organização durante o planejamento e execução de
operações militares.
O comando caracteriza-se pelo estabelecimento da autoridade, decorrente das leis e
regulamentos, atribuída a um militar para dirigir e controlar forças, sob todos os
aspectos, em razão do posto, graduação ou função. A liderança e a capacidade de
decisão são dois importantes elementos do comando, ambos fundamentais para o
sucesso em combate, particularmente segundo os preceitos da Guerra de Manobra.
O controle é uma atividade inerente ao comando, que se caracteriza pelo
acompanhamento efetivo das ações em curso, de forma que os comandantes adquiram e
mantenham o indispensável nível de consciência situacional7
, particularmente quanto às
nossas forças, às forças adversas e ao ambiente operacional (terreno).
O C2 viabiliza o desenvolvimento de todas as demais funções de combate.
1.5.2 - Manobra
A manobra é a componente dinâmica do combate, sendo empregada para concentrar
força em ações decisivas. O adequado emprego da manobra possibilita que forças de
menor envergadura suplantem outras maiores, por meio da surpresa, efeito de choque e
concentração de poder de combate em locais e momentos oportunos. Os efeitos
decorrentes de tais ações contribuem para que o moral de nossas forças sobrepuje o do
7
Consciência situacional é a percepção perfeita do quadro de situação, que é imprescindível para a tomada de decisões,
expedição de ordens e para o controle de sua execução.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-10 - REV.1
inimigo.
A manobra é resultante da combinação do fogo e movimento e, por meio dela, uma
tropa obtém uma posição vantajosa para destruir o inimigo ou cumprir outra tarefa. Essa
posição vantajosa não se restringe ao espaço físico, podendo ser uma vantagem
psicológica ou temporal. A manobra raramente é eficaz sem a perfeita conjugação do
poder de fogo e da proteção da Força.
A manobra, vista sob enfoque temporal, decorre da aceleração do ritmo do Ciclo
OODA, obtida com a tomada de decisão e a execução de ações mais rápidas que as do
oponente, criando, dessa forma, as condições necessárias para o sucesso tático ou
operacional. A rapidez na aplicação do Ciclo de Decisão, por sua vez, representará,
ainda, um impacto psicológico significativo nas forças oponentes, por não permitir que
reajam tempestivamente.
1.5.3 - Apoio de fogo
O apoio de fogo é essencial para desestabilizar a capacidade e eliminar a vontade de
lutar do oponente. Sua utilização facilita a manobra, suprimindo ou neutralizando os
fogos inimigos e desorganizando o movimento de suas tropas.
O apoio de fogo também pode ser empregado independentemente da manobra, com
vistas a destruir, retardar ou desorganizar tropas inimigas ainda não engajadas em
combate.
Os Comandantes de todos os escalões devem estar capacitados a empregar o armamento
orgânico e os fogos de apoio, de forma coordenada e integrada à ideia de manobra, de
modo a assegurar a adequada aplicação do poder de combate, explorando as
possibilidades de cada sistema de armas e o movimento escalonado dos meios de apoio
de fogo como forma de garantir um apoio contínuo.
1.5.4 - Inteligência
A possibilidade de sucesso de uma Operação será tanto maior quanto maiores forem a
quantidade e a qualidade dos conhecimentos que se tenha sobre as Características da
Área de Operações e sobre a Situação Militar do Inimigo (SMI).
A Atividade de Inteligência é baseada em processo mental e tem por finalidade produzir
e salvaguardar conhecimentos de interesse, e conduzida segundo dois grandes
segmentos:
- Inteligência (Intlg): voltado para a produção de conhecimentos; e
- Contrainteligência (CIntlg): voltado para a salvaguarda de conhecimentos e das fontes
de informação.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-11 - REV.1
Assim, a atividade de inteligência possibilita que o Comandante amplie sua
compreensão da situação do Espaço de Batalha, tanto durante o planejamento quanto na
execução, dotando-o de conhecimentos sobre o inimigo, o terreno, as condições
climáticas e meteorológicas, assim como o acompanhamento das atividades da
população local, que o auxiliam no processo de tomada de decisão.
Na Guerra de Manobra, a Inteligência contribui decisivamente para a aplicação
adequada do conceito de Ação Ditada pelo Reconhecimento, realizando a busca
permanente por pontos fracos no dispositivo inimigo e oportunidades a serem
exploradas. Além disso, concorre para a identificação do Centro de Gravidade8
(CG) e
das Vulnerabilidades Críticas9
(VC) inimigas, e para a aceleração do Ciclo OODA, ao
agilizar a observação e a orientação do comando.
1.5.5 - Logística
Abrange todas as atividades necessárias para deslocar e sustentar as forças em ação,
devendo seu conceito de emprego, portanto, estar sempre coordenado com o da
operação como um todo. No nível tático, esta função se traduz no Apoio de Serviços ao
Combate (ApSvCmb).
De modo geral, uma logística confiável e ininterrupta gera poder de combate e
possibilita ao comando obter e manter a iniciativa das ações e explorar,
tempestivamente, as oportunidades. Por essa razão, o sistema logístico inimigo se
constitui, muitas vezes, alvo de elevado interesse.
Na Guerra de Manobra, esta função de combate deve ser executada de forma pró-ativa,
de forma que as Unidades em combate recebam o adequado apoio logístico,
independente de solicitações prévias. Esse apoio, no entanto, deve ser criterioso, para
não sobrecarregar as Unidades com excesso de suprimentos, dificultando sua
mobilidade, e nem deixar que lhes falte apoio nos momentos críticos do combate.
1.5.6 - Proteção
Proteção é a conservação da capacidade de combater de uma tropa, de modo que possa
ser utilizada no local e momento apropriados. A proteção do CG e a eliminação das
potenciais VC de uma força devem merecer atenção constante e prioritária do comando.
Um Comandante deve proteger suas tropas, seja das ações do inimigo, seja das
8
Centro de Gravidade - é uma fonte de força, poder e resistência física ou moral que confere ao contendor, em
ultima análise, a liberdade de ação para utilizar integralmente seu poder de combate.
9
Vulnerabilidades Críticas - são pontos fracos do CG que, ao serem exploradas, resultarão na desestabilização ou
destruição do CG oponente.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-12 - REV.1
condições desfavoráveis inerentes à área de operações (clima hostil, endemias, falta de
água potável etc). Assim, a proteção compreende dois aspectos: um de caráter operativo
e outro de caráter logístico.
O caráter operativo da proteção inclui o emprego das forças de segurança e de cobertura,
a dispersão, o uso de cobertas, abrigos, camuflagem e fortificações, o despistamento, o
controle das próprias emissões eletromagnéticas, a supressão ou neutralização das armas
e da capacidade de manobra do inimigo (emprego de carros de combate, aeronaves,
armas de destruição em massa) e o emprego de operações civis-militares, estas visando
criar e manter uma percepção favorável da população local sobre as nossas Forças.
O caráter logístico da proteção abrange os cuidados com o Fuzileiro Naval e inclui
medidas de higiene em campanha, de medicina preventiva, o apoio de saúde em geral, o
rodízio entre elementos de primeiro escalão, o emprego de tropas descansadas, o
recompletamento de pessoal, o fluxo adequado de suprimentos e a manutenção dos
equipamentos e equipagens.
1.5.7 - Mobilidade e Contramobilidade
Uma tropa obtém vantagem em relação ao oponente aumentando sua capacidade de
deslocamento ou degradando a mobilidade do inimigo (contramobilidade).
A manobra considera o movimento relativo de Forças no campo de batalha, com a
finalidade de colocar as Forças inimigas em desvantagem (psicológica, tecnológica,
temporal, espacial, numérica ou de poder de combate), tendo sua eficácia potencializada
quando as Forças amigas podem valer-se de elevada mobilidade, impõem medidas de
contramobilidade às Forças adversas e exploram as ações de despistamento ou fintas.
Uma tropa de Fuzileiros Navais tem sua mobilidade incrementada quando:
- dotada de meios de transporte;
- a trafegabilidade das vias de transporte e do terreno é melhorada;
- seu movimento é apoiado pelo fogo;
- suas equipagens são dimensionadas para manter a efetividade em combate com
dimensões reduzidas (menos peso e volume, sem perder eficiência); e
- os efeitos das medidas de contramobilidade do inimigo são minorados.
Assim, as tarefas relacionadas à mobilidade envolvem aberturas de brechas,
melhoramentos de estradas, construção de pontes, transposição de cursos d'água,
remoção de obstáculos, manutenção das condições de circulação no Espaço de Batalha,
identificação de itinerários desbordantes em áreas contaminadas ou minadas, dentre
outras.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 1-13 - REV.1
A contramobilidade nega ou dificulta a mobilidade das Forças oponentes, limitando sua
manobra e reduzindo a eficácia de seus fogos. As tarefas relacionadas à
contramobilidade incluem o lançamento de obstáculos ao longo de suas prováveis vias
de acesso em coordenação com fogos, acionamento do plano de barreiras, destruição de
pontes, dentre outras.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-1 - REV.1
CAPÍTULO 2
OS FUZILEIROS NAVAIS
2.1 - CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
O CFN, parcela inalienável da Marinha do Brasil, é vocacionado para a projeção de
poder, por meio de Operações Anfíbias. Além disto, em face de suas características, reúne
atributos que o tornam capaz de ser empregado em uma ampla gama de operações
militares e atividades subsidiárias, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa10
:
“Para assegurar sua capacidade de projeção de poder, a Marinha possuirá, ainda, meios de
Fuzileiros Navais, em permanente condição de pronto emprego. A existência de tais
meios é também essencial para a defesa das instalações navais e portuárias, dos
arquipélagos e ilhas oceânicas nas águas jurisdicionais brasileiras, para atuar em
operações internacionais de paz, em operações humanitárias, em qualquer lugar do
mundo. Nas vias fluviais, serão fundamentais para assegurar o controle das margens
durante as operações ribeirinhas [...]”.
2.2 - CARÁTER NAVAL E ANFÍBIO
As Forças de Fuzileiros Navais, como parcela do Poder Naval, possuem as características
de flexibilidade, versatilidade, mobilidade e permanência. Seus soldados-marinheiros são
aptos tanto para a vida de bordo como para o combate em terra e os seus meios são
apropriados para o embarque em navios e posterior desembarque em terra.
2.3 - EIXOS ESTRUTURANTES
O preparo e o emprego do CFN são balizados por três eixos estruturantes,
interdependentes e complementares, que direcionam o desenvolvimento da doutrina, do
material e dos recursos humanos do Corpo, a saber:
- Operação Anfíbia (OpAnf): eixo que preconiza o constante aperfeiçoamento da
capacidade de realizar Operações Anfíbias. Ao se preparar para essas complexas
operações, as Forças de Fuzileiros Navais estarão, também, aptas a conduzir outras de
diferentes naturezas e envergaduras. Este eixo garante identidade institucional e conforma
o perfil operacional do CFN;
- Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav): eixo que consiste no
emprego das Forças de Fuzileiros Navais organizadas, prioritariamente, sob a forma de
GptOpFuzNav, que é uma organização para o combate nucleada por tropa de Fuzileiros
10
A Estratégia Nacional de Defesa foi aprovada pelo Decreto nº 6703, de 18 de dezembro de 2008.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-2 - REV.1
Navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada segundo o
conceito organizacional de componentes, e que reúne os elementos constitutivos de
acordo com a natureza de suas atividades. Esse modelo organizacional confere
flexibilidade e versatilidade a seu Comandante, pois combina as capacidades e
potencialidades dos meios de combate terrestre (incluindo os meios de apoio ao combate),
aéreos (incluindo os meios de controle aerotático e defesa antiaérea) e logísticos,
integrados por uma estrutura de comando e controle. Esse conceito será detalhado no
capítulo 4; e
- Guerra de Manobra: o CFN privilegia a adoção do estilo de Guerra de Manobra, para
o emprego do GptOpFuzNav, sem descartar os preceitos da Guerra de Atrito. Esse estilo
de guerra é naturalmente apropriado ao emprego de Força que tenha de se engajar em
combate, sem condições favoráveis para o emprego do princípio da massa ou em áreas de
frentes muito amplas que dificultem a concentração de seu poder de combate, como
normalmente ocorre nas Operações Anfíbias.
2.4 - CONJUGADO ANFÍBIO
O Conjugado Anfíbio se traduz em uma Força Naval, com um GptOpFuzNav embarcado
juntamente com os meios aeronavais adjudicados, em condições de cumprir missões
relacionadas às tarefas básicas do Poder Naval.
Em virtude de suas capacidades intrínsecas, o Conjugado Anfíbio proporciona ao Poder
Naval as condições apropriadas para a condução de ações em um amplo espectro de
operações, atuando em cenários estratégicos de interesse, como vetor de pronta-resposta a
crises ou outras contingências. A possibilidade de exploração da liberdade de navegação,
usando o mar como espaço de manobra, permite o posicionamento de Forças Navais nas
proximidades de áreas críticas, em águas internacionais ou jurisdicionais brasileiras para
intervir, quando e como necessário, sem comprometer juridicamente a soberania do
Estado-alvo. Esse posicionamento estratégico do Conjugado Anfíbio cria condições
vantajosas, no campo diplomático, para que os líderes políticos negociem a contenção ou
distensão de crises.
2.5 - CARÁTER EXPEDICIONÁRIO
A capacidade expedicionária do CFN decorre da existência de uma tropa de pronto-
emprego, autossustentável e adequadamente aprestada para cumprir missões por tempo
limitado, sob condições austeras e em área operacional distante de sua base.
Cabe destacar que expedicionário há que ser o Conjugado Anfíbio e não, unicamente, os
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-3 - REV.1
Fuzileiros Navais, pois, seu principal vetor de mobilidade estratégica são os meios navais
da MB, que proporcionam aos GptOpFuzNav a necessária logística de sustentação.
2.6 - GRADUALISMO NO EMPREGO
Os GptOpFuzNav, estruturados com a possibilidade de serem expandidos ou reduzidos,
estão em condições de cumprir extensa gama de tarefas, podendo ser empregados em
operações com diferentes níveis de violência, desde missões de combate até as
humanitárias, e em ambientes operacionais diversos.
2.7 - RECURSOS HUMANOS - O FUZILEIRO NAVAL
O Fuzileiro Naval é o principal patrimônio do CFN. Seus homens e mulheres, todos
voluntários e profissionais, são admitidos em concurso público de âmbito nacional e
submetidos a rigoroso processo de seleção e treinamento.
Ao longo da carreira, o Fuzileiro Naval é formado e continuamente instruído, apoiado e
avaliado, a fim de atingir a qualificação profissional requerida para pertencer a uma tropa
anfíbia, assumindo funções que exigem crescentes níveis de responsabilidade e
capacitação.
Adicionalmente, o apoio prestado pela MB às famílias desses combatentes anfíbios é
fundamental para que tenham o cumprimento da missão como farol, proporcionando-lhes
a tranquilidade e o equilíbrio emocional necessários as suas permanências embarcados
e/ou em combate, ou nas diversas situações em que possam ser empregados por longos
períodos afastados de seus lares.
2.8 - LIDERANÇA
Liderança é a habilidade de influenciar um indivíduo ou um grupo de pessoas para que
ajam, voluntariamente, na busca de um objetivo comum, realizando suas tarefas com
maior efetividade, se comparado ao seu desempenho sem esta influência.
A história militar evidencia a importância da liderança nos conflitos, pois ela influencia
diretamente no poder de combate das Forças, razão pela qual o CFN dedica atenção
prioritária e constante ao assunto.
O exercício da liderança é desenvolvido, cotidianamente, em todas as Unidades do CFN,
em todos os níveis hierárquicos, seja nas instruções ou no comportamento habitual de
cada Fuzileiro Naval. Como parte da preocupação dos líderes devem figurar os cuidados
inerentes às condições de higiene, ao conforto da tropa e à capacitação técnica de seus
subordinados, e que todos tenham a exata compreensão das tarefas a serem
desempenhadas.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-4 - REV.1
O exercício da liderança é imprescindível para os Fuzileiros Navais, particularmente para
os GptOpFuzNav que realizam OpAnf, em que a edificação do poder em terra
normalmente implica em fracionamento das Unidades. É requerido dos líderes iniciativa
para realizar a transição da organização para o desembarque para a organização tática
para o combate que foi planejada para atender à ideia de manobra em terra.
O culto ao exemplo, à motivação, à valorização do subordinado e ao espírito de corpo, a
conscientização da relação líder-liderado e a emissão de ordens claras e precisas são
parâmetros basilares para o desenvolvimento da liderança no CFN.
2.9 - MATERIAL
O material do CFN garante a efetividade no emprego dos GptOpFuzNav. A letalidade,
mobilidade e proteção, dentre outros, são fatores de multiplicação do poder de combate
dos Fuzileiros Navais.
O material operativo do acervo do CFN possui certas peculiaridades, as quais estão em
consonância com as características anfíbias e expedicionárias exigidas para o emprego
dos Fuzileiros Navais, quais sejam:
- ser leve, para possibilitar seu transporte de forma rápida e segura;
- ser compatível com o embarque, a permanência a bordo e o desembarque de navios
anfíbios e embarcações de desembarque;
- ser flexível, para permitir seu emprego em diferentes ambientes operacionais; e
- ser resistente à ação direta da água salgada e ao contato com a areia de praia.
2.10 - DOUTRINA
A doutrina pressupõe um entendimento comum sobre como traduzir os ditames
estratégicos em táticas, técnicas e procedimentos uniformes e eficazes. Guardando
aderência à realidade, busca formular, disseminar, validar e utilizar os conceitos que
servirão para organizar, equipar e adestrar as tropas para um adequado e coerente
emprego.
Associada aos recursos humanos e ao material do CFN, a doutrina compõe um dos pilares
sobre o quais repousam a filosofia de preparo e do emprego dos GptOpFuzNav, que é
centrada nos preceitos da OpAnf e da Guerra de Manobra.
A doutrina no CFN é tratada como um processo contínuo, cíclico, sistematizado e
integrado. Nesse contexto, o CFN dispõe de um Sistema de Gestão do Conhecimento que
desenvolve11
, produz12
, armazena e dissemina o conhecimento, garantindo efetividade e
uniformidade na aplicação de táticas, técnicas e procedimentos, assim como contribuindo
11
Entende-se por desenvolver conhecimento o aprimoramento de assunto já existente.
12
Na produção, o conhecimento é gerado a partir de dados ou informações a respeito de um tema ainda não
estudado.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-5 - REV.1
para a ampliação da capacidade de combate, particularmente dos GptOpFuzNav.
A doutrina, sendo contínua e cíclica, busca adequar-se às permanentes demandas do
combate, particularmente quanto ao aperfeiçoamento de procedimentos e ao estado da
arte na obtenção e manutenção do material, adaptando-se rapidamente às evoluções
tecnológicas e bélicas. Os procedimentos oriundos das lições aprendidas são analisados,
podendo ser incorporados à doutrina, realimentando-a e contribuindo para seu
aperfeiçoamento. A sistematização é caracterizada por um planejamento de longo prazo e
pela metodologia empregada para formulação e aperfeiçoamento da doutrina.
A doutrina não deve ser considerada como um dogma. Ela é aperfeiçoada à medida que
evoluem as circunstâncias, subordinando-se, irremediavelmente, aos ditames dos
Princípios de Guerra, os quais guardam estreita correlação com a natureza humana.
2.11- ENSINO
O ensino no CFN, de acordo com o previsto na Lei de Ensino da Marinha, obedece a um
processo contínuo, progressivo e verticalizado de educação, com características próprias,
constantemente atualizado e aprimorado, desde a formação inicial até os níveis mais
elevados de qualificação, observando os seguintes princípios:
- integração à educação na Marinha;
- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
- garantia de padrão de qualidade;
- profissionalização contínua, progressiva e verticalizada;
- preservação da ética, dos valores militares e das tradições navais;
- avaliação integral e contínua;
- titulações próprias ou equivalentes às de outros sistemas de ensino; e
- efetivo aproveitamento da qualificação adquirida, em prol da Instituição.
O desempenho nos cargos e funções previstos na estrutura organizacional do CFN, na paz
e na guerra, requer que o processo forneça aos Fuzileiros Navais conhecimentos para:
assegurar a base humanística e científica necessária ao preparo militar e ao
desenvolvimento da cultura em geral; proporcionar a habilitação para o exercício de
funções operativas e técnicas e para a realização de atividades especializadas; e
desenvolver as qualidades morais, cívicas e físicas, assim como para transmitir
conhecimentos essencialmente militares e navais.
2.12 - ADESTRAMENTO
O propósito do adestramento é preparar os Fuzileiros Navais e os GptOpFuzNav para que
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-6 - REV.1
estes, quando empregados, apliquem os preceitos doutrinários com correção e obtenham
êxito em suas ações, razão pela qual os exercícios devem se aproximar, tanto quanto
possível, das condições do combate.
O adestramento, tendo como foco as OpAnf por se tratar da mais complexa das operações
militares, deve ser progressivo, buscando um constante aprimoramento profissional. Suas
metas devem ser gradativas, iniciando com o desenvolvimento de habilidades básicas
individuais, essenciais para o sucesso durante o combate e emprego de pequenas frações,
culminando com o adestramento, como um todo, do GptOpFuzNav.
A efetividade do adestramento deve ser medida pela aplicação de parâmetros que
permitam a aferição do grau de eficiência atingido pelas Unidades operativas.
Os adestramentos devem contemplar uma sistemática para avaliação de exercícios a ser
seguida, tendo parâmetros básicos para aferição do seu rendimento.
Os Programa de Treinamento das Unidades Operativas do CFN, particularmente dos
GptOpFuzNav, devem ser norteados pelos seguintes princípios:
- exercitar como irá combater;
- comprometer os Comandantes, em todos os níveis, com o treinamento;
- exercitar em busca de resultados pré-estabelecidos;
- exercitar buscando integrar todos os elementos constitutivos do GptOpFuzNav; e
- exercitar para manter a capacidade operacional já obtida.
É imprescindível a coleta e análise dos resultados obtidos no adestramento, os quais
deverão ser disseminados a título de lições aprendidas, contribuindo para melhorar o
desempenho dos GptOpFuzNav.
2.13 - ESPECIFICIDADE LOGÍSTICA
Na Arte da Guerra, a Logística é a ciência dos detalhes.
O caráter naval e a vocação expedicionária norteiam a atividade logística dos
GptOpFuzNav, considerada peculiar em decorrência de sua condição de pronto-emprego
e da necessidade de se apoiar, a partir do mar, tropas que atuam em terra e possuem
limitado poder de combate inicial assim que desembarcam.
As atividades logísticas devem ser conduzidas para sustentar e impulsionar as ações
desenvolvidas pelos GptOpFuzNav, sendo a aplicação adequada da Logística um
multiplicador de seu poder de combate.
O caráter expedicionário dos GptOpFuzNav, particularmente com relação aos conceitos
de autossustentabilidade e de permanência embarcada, impacta diretamente na
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-7 - REV.1
especificidade logística dos Fuzileiros Navais, pela necessidade de disponibilidade de
espaço a bordo dos navios, para que o carregamento do material e dos suprimentos atenda
aos aspectos operativos da missão. Dessa forma, busca-se reduzir o volume e o peso do
material do CFN, sem comprometer a capacidade de combate dos GptOpFuzNav.
Assim, a permanência de um GpOpFuzNav com plena capacidade operacional requer um
planejamento logístico detalhado, uma preparação minuciosa da tropa e do seu material,
bem como um apoio logístico continuado.
Cabe ressaltar, que as imposições logísticas estabelecem limites para o que é
operacionalmente possível.
2.14 - ATIVIDADES DE FUZILEIROS NAVAIS
Os GptOpFuzNav realizam, para o cumprimento das missões a eles atribuídas, diversas
atividades, que são harmoniosamente integradas e grupadas segundo as características
funcionais das tropas de Fuzileiros Navais. Estas atividades são classificadas como de
Combate (Cmb), de Apoio ao Combate (ApCmb) e de ApSvCmb.
2.14.1 - Atividades de Combate (Cmb)
Os elementos de combate destinam-se à realização das operações ofensivas e
defensivas propriamente ditas, bem como ações de comandos. Os elementos de
combate são organizados para a execução de tarefas que normalmente exigem o
contato direto com o oponente. A Infantaria é a tropa de combate básica dos
GptOpFuzNav.
a) Infantaria
No combate, a Infantaria combina fogo, movimento e ação de choque. Tal técnica
consiste, inicialmente, na progressão da tropa sob a proteção e apoio de uma base de
fogos.
A Força que se movimenta busca o contato com o inimigo, enquanto a base de fogos
procura reduzir a interferência dele no referido deslocamento e, se possível, destruí-
lo. Por sua vez, a ação de choque consiste no impacto físico e psicológico imposto ao
inimigo pela associação dos fogos e do movimento - a manobra - com o reforço,
quando for o caso, da proteção blindada. Assim, a ação de choque variará desde o
assalto realizado pelo combatente a pé, realizando fogos potentes a curta distância,
empregando o combate corpo-a-corpo e apoiado por fogos, até a utilização de
elementos blindados em apoio.
A Infantaria é capaz de progredir praticamente em todos os tipos de terreno e sob
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-8 - REV.1
quaisquer condições climáticas e meteorológicas, em pequenas frações, o que
dificulta ao inimigo detectar a sua aproximação.
Na ofensiva, a Infantaria deve localizar e cerrar sobre o inimigo para destruí-lo ou
capturá-lo; na defensiva deve manter o terreno, repelindo o inimigo ou destruindo-o
pelo contra-ataque, pelo fogo ou combate aproximado.
Em virtude dessas características e devido ao contato direto com o inimigo, os
elementos de Infantaria estão mais sujeitos às baixas de pessoal, o que requer destes
combatentes moral elevado, resistência física, tenacidade e liderança em todos os
níveis.
b) Operações Especiais (nas Ações Diretas / Ações de Comandos)
As Operações Especiais (OpEsp) são aquelas realizadas por pessoal especialmente
selecionado e adestrado, empregando meios não convencionais e executando ações
também não convencionais, com o propósito de destruir ou danificar objetivos
específicos, capturar ou resgatar pessoal ou material, coletar dados, despistar e
produzir efeitos psicológicos. Normalmente são operações de duração limitada e,
geralmente, exploram a surpresa, rapidez e ação de choque.
c) Blindados (nas ações de combate)
Em situações em que a análise dos fatores da decisão recomende, os Carros de
Combate (CC) podem ser empregados como peça de manobra, cumprindo tarefas
táticas ofensivas e defensivas, em particular aquelas onde as características dos
blindados implicam no emprego desses meios.
Para tal, os CC deverão contar com o apoio da Infantaria que estará,
preferencialmente, apoiada por Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Sobre
Lagartas (VBTP SL), Carros-Lagarta Anfíbios (CLAnf) ou Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal Sobre Rodas (VBTP SR).
2.14.2 - Atividades de Apoio ao Combate (ApCmb)
As atividades de apoio ao combate destinam-se a proporcionar apoio de fogo, apoio
ao movimento, apoio à capacidade de Comando e Controle e à proteção do
GptOpFuzNav como um todo.
a) Apoio Aéreo (ApAe)
O ApAe exerce um papel fundamental no desenvolvimento das ações em terra,
compreendendo, além do transporte tático, dentre as atividades de ApCmb, as ações
de Apoio Aéreo Ofensivo (ApAeOf).
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-9 - REV.1
A utilização de aeronaves possibilita a exploração da terceira dimensão do combate
nos campos de batalha, fator multiplicador de poder de combate, contribuindo
decisivamente para o cumprimento das missões dos GptOpFuzNav. Esse emprego
constitui o Apoio ApAe.
O ApAe em proveito da manobra dos GptOpFuzNav é dividido em dois grandes
grupos: ApAeOf e Apoio Logístico (ApLog) por aeronaves.
Na Fig 2.1 são apresentadas as atividades nas quais o ApAeOf é dividido:
Fig 2.1 – Apoio Aéreo Ofensivo
b) Apoio ao Desembarque (ApDbq)
A atividade de ApDbq é o grande diferencial do emprego dos Fuzileiros Navais em
relação às Operações Terrestres convencionais. Compreende ações realizadas por
elementos especializados que, nas OpAnf, preparam as Praias de Desembarque
(PraDbq), para Embarcações de Desembarque (ED) e CLAnf, e Zonas de
Desembarque (ZDbq), para helicópteros, facilitando o movimento da tropa e seu
material, desde os primeiros momentos do assalto.
Neste contexto, com o estabelecimento das PraDbq e/ou ZDbq, o apoio ao
desembarque inclui o balizamento e a orientação das tropas que desembarcam em
vagas iniciais de assalto [Movimento Navio-para-Terra (MNT) por superfície e
helitransportado] com o respectivo controle dos efetivos, a indicação de posições de
tropas inimigas, a indicação de passagens em obstáculos localizados nas PraDbq, o
auxílio ao fornecimento de itens críticos de suprimentos nos momentos iniciais, a
catalogação do material salvado e capturado, dentre outras atividades.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-10 - REV.1
c) Apoio de Fogo Naval (ApFN)
O ApFN em uma OpAnf contribui, em conjunção com outras armas, para o
cumprimento da missão da Força de Desembarque (ForDbq), tendo grande
importância, particularmente quando, em face da situação militar do inimigo, for
impossível o desembarque da Artilharia de Campanha nos primeiros momentos do
MNT e quando as condições meteorológicas limitarem o emprego do ApAe.
O ApFN é empregado para a destruição ou neutralização de instalações terrestres e
defesas que se opuserem à aproximação dos navios e aeronaves, e ao desembarque
das tropas. Provê, ainda, o permanente apoio à progressão das tropas no terreno
depois de efetivado o desembarque.
O ApFN pode, também, ser empregado para apoiar outros tipos de operações
terrestres quando estas ocorrerem próximo ao litoral.
d) Artilharia de Campanha
A Artilharia de Campanha é o principal meio de apoio de fogo orgânico dos
GptOpFuzNav nas Operações de Guerra Naval. Graças à flexibilidade, alcance e
poder de destruição de seus meios, pode ser empregada para apoiar os elementos de
combate aplicando fogos sobre os escalões avançados do inimigo e seus meios de
apoio de fogo, bem como aprofundando o combate por meio de fogos contra as
instalações de comando, comunicações, sistemas de armas, logísticas e reservas do
oponente.
A Artilharia de tubo (obuseiros e morteiros) cerra, normalmente, à retaguarda dos
elementos de combate, apoiando seu ataque e facilitando sua manobra.
A Artilharia de mísseis e foguetes é de grande importância para aprofundar o
combate, batendo alvos de interesse do Comando do GptOpFuzNav, particularmente
posições inimigas mais distantes. Pode ser empregada, ainda, para bater meios navais
quando em Operações de Defesa de Ilhas Oceânicas e de Instalações Navais.
e) Blindados
Os CC são empregados, primordialmente, no apoio, destruindo forças inimigas, suas
armas, seus blindados e suas instalações.
As VBTP SL, os CLAnf e as VBTP SR provêm à tropa embarcada proteção
blindada, mobilidade e apoio de fogo, conferindo ação de choque às suas ações. Tais
características associadas à flexibilidade, variedade de sistemas de comunicações e à
reação imediata aos comandos recebidos delineiam a atuação dos blindados.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-11 - REV.1
Entretanto, os blindados possuem suas próprias limitações, além de estarem sujeitos
às restrições causadas por obstáculos naturais e artificiais.
Assim, para otimizar suas possibilidades, os blindados devem ser empregados
prioritariamente em ações ofensivas e em combinação com a Infantaria, que lhes
proporcionará proteção aproximada, compensando algumas das limitações supra. Por
sua vez, a Infantaria terá sua ação de choque e segurança ampliadas pela atuação
conjunta com os blindados.
f) Comunicações e informática
As comunicações e a informática permitem o estabelecimento de ligações bem como
a transmissão de dados e ordens com rapidez, confiança e segurança, agilizando a
tomada de decisão.
Os sistemas devem ser confiáveis e flexíveis. O sucesso depende em grande parte da
eficiência no desempenho das atividades de comunicações associadas com o emprego
de sistemas de informações.
Um sistema de comunicações eficaz contribui significativamente para o exercício do
C2 por parte do Comando do GptOpFuzNav.
g) Coordenação do Apoio de Fogo (CAF)
O planejamento do apoio de fogo (ApF) é um processo cíclico e contínuo de seleção
e análise de alvos, e da definição do meio que irá bater cada um deles. Esse processo
visa primordialmente facilitar a manobra, como um todo, do Comandante do
GptOpFuzNav, as ações de seus componentes, com vistas a neutralizar, retardar,
iludir, degradar ou destruir as capacidades do inimigo, o que inclui o ataque por
fogos às suas instalações, tropas em contato, reservas e tropas em condições de
reforçar, além dos seus meios de Cmb, ApCmb e de ApSvCmb.
O ApF é regido por princípios e fundamentos, que são regulados em manual que trata
especificamente da CAF. Para que a execução desse planejamento do ApF seja
integrada à manobra e ao ApLog, são exploradas as possibilidades e respeitadas as
limitações das armas de apoio, de modo a se obter o máximo de eficiência, com
segurança, no emprego de canhões navais, do armamento empregado por aeronaves,
de obuseiros e morteiros da artilharia de campanha, e dos morteiros e mísseis
orgânicos do BtlInfFuzNav que integra o núcleo do CCT.
Em síntese, o planejamento do ApF deve considerar os seguintes pontos principais:
apoio às Forças em contato; o atendimento à ideia de manobra; a integração com o
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-12 - REV.1
conceito da operação e a continuidade do ApF.
Os fogos de apoio, para que sejam aplicados segundo esses preceitos mencionados,
devem ser rigorosamente coordenados para que não haja prejuízos à manobra e
tampouco causem baixas pelo chamado “fogo amigo”. A CAF, por sua vez, consiste
em um processo sistêmico de análise e decisão, que envolve o emprego simultâneo
de múltiplos sistemas de armas, que sejam capazes de identificar e bater,
prioritariamente, os alvos que materializem as VC e o CG inimigos, de modo a
potencializar os efeitos desse fogos de apoio.
A CAF torna-se efetiva quando integrada ao sistema de inteligência, em particular
quanto à inteligência de alvos. A aplicação de princípios, fundamentos, métodos e
medidas permissivas e restritivas, tal como especificado em manual próprio sobre a
CAF, proporciona rapidez, associada à liberdade de manobra, necessária para o
cumprimento da missão do GptOpFuzNav. Por se tratar da mais complexa das
operações militares, a CAF nas Operações Anfíbias, particularmente durante o
movimento-navio-para-terra (MNT), torna-se especialmente completa e complexa
por envolver as três dimensões do combate (naval, terrestre e aéreo) em proveito do
conceito da operação do Comandante da Força-Tarefa Anfíbia (a cargo do Centro de
Coordenação das Armas de Apoio – CCAA) e do conceito da operação em terra do
Comandante da Força de Desembarque (a cargo do Centro de Coordenação do Apoio
de Fogo – CCAF).
h) Defesa Antiaérea (DefAAe)
A DefAAe desempenha, a partir do solo, a tarefa de destruir aeronaves hostis, tendo
em vista a vulnerabilidade dos GptOpFuzNav aos ataques aéreos inimigos. Tal
atuação exige um elevado grau de coordenação e centralização do controle, devendo
ser levado em conta as respectivas características técnicas (alcance, autonomia,
velocidade, tipo de armamento etc.) dos vetores aéreos inimigos, os meios
disponíveis e a área a defender.
Eventualmente, os meios antiaéreos podem ser utilizados contra alvos de superfície,
complementando outros meios de apoio de fogo quando houver forte ameaça terrestre
inimiga e pequena ameaça aérea.
As atividades de DefAAe devem estar intimamente coordenadas e integradas às
operações aéreas.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-13 - REV.1
i) Defesa Anticarro (DAC)
Atividades de DAC são integradas em todo o sistema defensivo ou ideia de manobra
dos GptOpFuzNav, sendo desenvolvidas em todo o Espaço de Batalha buscando
reduzir a capacidade dos Bld inimigos o mais longe possível das posições dos
GptOpFuzNav.
Os CC, principal arma AC em terra, integram junto com as armas AC o sistema
DAC, para barrar as vias de acesso para blindados do inimigo e proteger os flancos
dos GptOpFuzNav.
Além dos meios terrestres, os meios aéreos são empregados para proteger os
GptOpFuzNav, executando o ApAe de forma a destruir as Unidades blindadas
inimigas em profundidade.
j) Defesa Nuclear, Bacteriológica, Química e Radiológica (DefNBQR)
A DefNBQR, associada ou não a Artefatos Explosivos (NBQRe), compreende as
diversas medidas adotadas por um GptOpFuzNav com a finalidade de se opor a
quaisquer ataques realizados com o emprego de agentes NBQR, evitando, reduzindo
ou eliminando os efeitos produzidos por estes tipos de agentes.
O Sistema de Defesa NBQRe, portanto, se constituirá no conjunto de medidas a
serem observadas antes, durante e após um ataque NBQRe, bem como os elementos
especializados e suas organizações específicas e equipamentos.
A DefNBQRe é responsabilidade de todos os componentes dos GptOpFuzNav. As
tarefas de detecção e identificação de agentes NBQRe, consideradas como atividade
de ApCmb, são cumpridas pelas Seções de Reconhecimento QBN (SecReconQBN) e
por elementos especializados em Desativação de Artefatos Explosivos (DAE).
k) Engenharia de Combate
A Engenharia destina-se a ampliar o poder de combate dos GptOpFuzNav
aumentando sua mobilidade e reduzindo a mobilidade das Forças inimigas
(contramobilidade). Na defensiva, o Sistema de Barreiras deve ser integrado à DAC e
ao Plano de Fogos.
Os trabalhos que atendem ao propósito do aumento da mobilidade no apoio ao
combate compreendem o reconhecimento de Engenharia, a manutenção da rede
mínima de estradas e de campos de pouso, a abertura de passagens em obstáculos e
áreas minadas, a desativação de artefatos explosivos, o lançamento de equipagens de
transposição de cursos d’água e o levantamento de campos de minas visando,
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-14 - REV.1
principalmente, manter a impulsão da Força apoiada.
No que tange ao propósito da contramobilidade, grande esforço estará voltado para o
lançamento de campo de minas anticarro, a execução de destruições, demolições e
para o estabelecimento de obstáculos que retardem, canalizem ou detenham o
inimigo, com a máxima exploração dos obstáculos naturais, visando economia de
tempo e de meios de engenharia.
Quanto às medidas de proteção, os equipamentos de engenharia poderão ser
empregados nos trabalhos de organização do terreno, provendo excelente apoio na
preparação de abrigos, instalações de órgãos de comando, de artilharia, bem como
posições defensivas.
Em situações de emergência, a Engenharia pode ser empregada, com limitações,
como Infantaria.
l) Guerra Cibernética (GC)
A GC, também conhecida como Ciberguerra, é uma modalidade de guerra onde o
“conflito” não ocorre em terra, ou no mar, ou no espaço, mas sim no espaço
cibernético (ECiber).
O ECiber é um ambiente não tangível formado por ativos de Tecnologia da
Informação (TI) onde dados digitalizados são criados, armazenados, modificados,
transitados e processados.
Os armamentos utilizados neste tipo de guerra são conhecidos como artefatos
cibernéticos, que se tratam de equipamentos ou sistemas empregados no ECiber para
execução de ações de defesa, exploração e ataque. Tais ações em conjunto são
denominadas ações de guerra cibernética.
Uma ameaça cibernética, por exemplo, pode ser qualquer indivíduo, equipamento ou
sistema com potencial para causar um incidente de TI. Considera-se combatente
cibernético como sendo o indivíduo que emprega artefatos cibernéticos para realizar
ações de GC. De forma geral, os alvos da GC são as infraestruturas críticas, assim
consideradas as instalações, serviços, bens ou sistemas que, caso tenham a sua
operação comprometida, afetam o cumprimento da missão de uma organização. O
risco cibernético é a probabilidade de ocorrência de um ataque associado à magnitude
do dano por ele provocado.
Os ataques cibernéticos são passíveis de ocorrer porque os sistemas computacionais
possuem vulnerabilidades, com os mais diversos propósitos, tais como: subtração de
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-15 - REV.1
dados; conhecimento das vulnerabilidades de redes e dispositivos; alterações de
páginas na internet; interrupção de serviços; e degradação da infraestrutura crítica.
Mesmo nas redes segregadas ou sistemas isolados, observa-se a existência de
vulnerabilidades nos mesmos patamares das redes conectadas. De fato, não há
segregação total, pois alguma rede ou dispositivo, mesmo dito isolado, são acessados
por dispositivos que, em outro momento, estiveram ou estarão conectados à internet.
Assim sendo, as Forças estarão mais ou menos vulneráveis à medida que sejam
capazes de detectar, corrigir ou proteger estas falhas presentes no seu ECiber.
m) Guerra Eletrônica (GE)
A GE é o conjunto de ações que se utiliza do espectro eletromagnético para coletar
dados sobre o inimigo, negar o uso do espectro por parte do inimigo e proteger o
nosso uso do espectro contra as ações ofensivas inimigas.
A utilização do espectro para a coleta de dados sobre o inimigo é integrada à
atividade de inteligência. Essa vertente é chamada de Medidas de Apoio à Guerra
Eletrônica (MAGE).
A negação do uso do espectro por parte do inimigo é integrada às ações táticas. Deve
possuir emprego pontual devido ao grau de exposição à Força adversa. Essa ação é
chamada de Medida de Ataque Eletrônico (MAE).
As ações que visam proteger nossas emissões são chamadas de Medidas de Proteção
Eletrônica (MPE).
n) Reconhecimento e Vigilância (RecVig)
As atividades de RecVig são realizadas por todos os escalões de tropa. Os elementos
de operações especiais, normalmente, operam em proveito do GptOpFuzNav como
um todo.
As atividades de RecVig compreendem ações realizadas por militares com ou sem
auxílio de equipamentos, como, por exemplo, radares e sensores, satélites e
aeronaves tripuladas ou não.
2.14.3 - Atividades de ApSvCmb
Os elementos de ApSvCmb são responsáveis pelo apoio logístico aos GptOpFuzNav,
executando várias tarefas que, agrupadas em atividades afins, constituem as seguintes
funções logísticas: recursos humanos, saúde, suprimento, manutenção, engenharia,
transporte e salvamento.
A reunião de atividades funcionais em funções logísticas tem o propósito de facilitar
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-16 - REV.1
a organização, o planejamento, a execução e o controle do ApLog. Cabe, ainda,
ressaltar que muitas vezes elas se interrelacionam ou se complementam.
Enquadram-se, também, nas atividades de ApSvCmb, o Serviço de Polícia (SP) e as
demais atividades da Defesa NBQRe.
a) Recursos Humanos
Os GptOpFuzNav ativados para emprego em operações são priorizados quanto ao
recebimento do pessoal em quantidade e com a capacitação profissional necessária ao
cumprimento de sua missão.
Caso necessário, o Cmt do GptOpFuzNav levantará suas necessidades de pessoal,
assim como as qualificações específicas desse pessoal, a fim de providenciar junto ao
seu Comando superior o recompletamento e a qualificação necessários ao
cumprimento de sua missão.
Normalmente, essa função logística refere-se ao controle de efetivos,
recompletamentos, controle de extraviados, assistência religiosa, moral, justiça e
disciplina, dentre outros aspectos.
Com relação à atividade de bem-estar e manutenção do moral da tropa, visa manter
as condições psicossociais adequadas ao cumprimento da missão. Compreende ações
voltadas para o atendimento de necessidades como: repouso, recuperação, recreação,
suprimento reembolsável, serviço de assistência social, serviço de assistência
religiosa, serviço postal, serviço de lavanderia e sepultamento.
b) Saúde
O apoio de saúde (médico e odontológico) é prestado visando a conservação do poder
combatente dos GptOpFuzNav, o que é conseguido por meio da execução de medidas
de medicina preventiva e de reabilitação.
É o conjunto de atividades relacionadas com a conservação do pessoal, nas condições
adequadas de aptidão física e psíquica, por intermédio de medidas sanitárias de
prevenção e recuperação, para que a tropa tenha plenas condições de cumprir suas
tarefas.
As atividades da função logística saúde consistem no levantamento das necessidades,
determinação dos padrões psicofísicos, seleção médica, medicina preventiva e
medicina curativa.
Ressalta-se a importância dos procedimentos de primeiros-socorros individuais, a
capacitação profissional dos enfermeiros e a existência de cadeias de evacuação
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-17 - REV.1
claramente definidas para que o GptOpFuzNav minimize suas perdas de pessoal em
situações de combate.
c) Suprimento
É o conjunto de atividades que trata da previsão e provisão do material, de todas as
classes, necessário ao GptOpFuzNav, permitindo o dimensionamento da estrutura
para o fornecimento dos diversos itens e o estabelecimento e manutenção do fluxo de
ressuprimento.
O suprimento pode ser obtido no TO/Área de Operações (AOp) ou vir de fora. O
armazenamento deve considerar níveis de estoque (operacional, segurança, reserva e
máximo) compatíveis com sua missão.
No planejamento inicial do GptOpFuzNav, devem ser previstos níveis mínimos de
estoque de suprimentos que garantam sua sobrevivência em combate
(autossuficiência), devido a possíveis óbices para implementação do ressuprimento
planejado.
d) Manutenção
A realização da manutenção preventiva e corretiva dos meios é fundamental para que
o GptOpFuzNav possa cumprir sua missão.
Para tal, deve ser realizado o levantamento das necessidades quanto a instalações,
pessoal qualificado e material (ferramental e sobressalentes) para atender às
especificidades de cada GptOpFuzNav ativado.
As manutenções pré-operação, durante e pós-operação nos meios são fundamentais
para que o GptOpFuzNav mantenha a disponibilidade de seus meios e, por
conseguinte, se mantenha operacional.
e) Engenharia
É o conjunto de atividades que são executadas, visando ao planejamento e à execução
de obras e de serviços com a finalidade de obter e adequar a infraestrutura física e as
instalações existentes às necessidades dos GptOpFuzNav.
As atividades de engenharia têm um sentido técnico combinado com uma
necessidade logística. Desta forma, nem sempre é possível estabelecer uma nítida
distinção entre os trabalhos de engenharia que são relacionados às tarefas de ApCmb
e de ApSvCmb.
Alguns trabalhos para aumento de mobilidade, como construção de pontes, assessoria
técnica, levantamentos topográficos, desenvolvimento e manutenção de campos de
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-18 - REV.1
pouso e vias de transporte ou reparação de uma estrada para atender ao deslocamento
do escalão de ataque, tarefas nitidamente de ApCmb, permitirão o deslocamento de
seus suprimentos, e podem ser considerados também de ApSvCmb.
Quanto às medidas de proteção, os equipamentos de engenharia também poderão ser
empregados na preparação de instalações logísticas, principalmente abrigos para
suprimentos críticos, permitem um maior grau de sobrevivência às Forças apoiadas.
Apesar disso, pode-se afirmar que as atividades voltadas para ampliar as condições
de bem-estar dos GptOpFuzNav, são tarefas exclusivamente de ApSvCmb. Tais
atividades não contribuem diretamente para a condução das operações, porém
melhoram as condições de conforto de uma tropa e aumentam sua capacidade de
durar na ação. Dentre elas destacam-se a geração de energia, a produção de água
potável e o apoio em construção de instalações.
f) Transporte
Desde o fornecimento de suprimentos, passando pela evacuação de Prisioneiros de
Guerra (PG) e de feridos, transporte de refugiados, até a coleta de salvados, a eficácia
da realização de todas as atividades de ApSvCmb depende do correto
dimensionamento da estrutura de apoio de transporte, da distribuição apropriada de
meios e do gerenciamento dos recursos dentro de prioridades pré-estabelecidas.
Assim, além das viaturas estarem disponíveis, há a necessidade de que sejam
confiáveis e provejam a mobilidade e proteção necessária para cada tipo de missão
dos GptOpFuzNav, requerendo motoristas e operadores qualificados a conduzí-las de
acordo com as condições de trafegabilidade da AOp.
g) Salvamento
É o conjunto de atividades que são executadas visando a salvaguarda e o resgate de
recursos materiais, suas cargas ou itens específicos do GptOpFuzNav.
O salvamento consiste em combater incêndios, controlar avarias, rebocar e, no caso
do material específico do GptOpFuzNav, desatolar viaturas e equipamentos, reflutuar
Viaturas Anfíbias (VtrAnf) e recuperar suas cargas ou itens específicos.
h) Serviço de Polícia
Conjunto de atividades relacionadas diretamente com a segurança de instalações e
comboios, com o estabelecimento de postos de controle de trânsito, com ações de
controle de distúrbios e trato com os PG.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 2-19 - REV.1
i) DefNBQRe
Conforme supracitado, a DefNBQRe é responsabilidade de todos os componentes
dos GptOpFuzNav. As tarefas de descontaminação e detoxificação, consideradas
como atividades de ApSvCmb, são cumpridas pelas Seções de Descontaminação
QBN (SecDesconQBN).
2.15- TRADIÇÕES E ESPÍRITO DE CORPO
As tradições, materializadas pelo legado dos Fuzileiros Navais de ontem, devem ser
cultuadas pelos militares do presente e transmitidas aos do futuro, perpetuando o CFN no
tempo.
O culto às tradições não pressupõe estagnação ou obsolescência. Ao contrário, perpetua a
identidade e fortalece o espírito de corpo, característica irrefutável do CFN, que deve ser
preservada e desenvolvida em todos os níveis, devido aos seus incontestes reflexos no
moral da tropa.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-1 - REV.1
CAPÍTULO 3
GUERRA DE MANOBRA
3.1 - GENERALIDADES
Conforme apresentada no capítulo 1, a Guerra de Manobra é um estilo de condução do
conflito em que, em síntese, é priorizada a aproximação indireta, na busca de se abordar o
inimigo a partir de uma posição vantajosa, com o propósito de romper a coesão mental de
suas Forças.
Os conceitos a seguir apresentados fornecem o necessário embasamento para um melhor
entendimento da Guerra de Manobra.
3.2 - O CICLO OODA
O Ciclo OODA, também denominado de Ciclo de Boyd ou Ciclo de Decisão, é a
principal base teórica empregada na Guerra de Manobra, segundo a qual as ações no
combate são desenvolvidas na sequência OBSERVAÇÃO - ORIENTAÇÃO - DECISÃO
- AÇÃO (OODA), de forma cíclica, conforme apresentado na Fig 3.1.
Fig 3.1 - Representação gráfica do Ciclo OODA
O Ciclo OODA é formado por quatro etapas. Na primeira (observação), é percebida uma
mudança no curso dos acontecimentos; na segunda (orientação), é produzida uma imagem
mental da nova situação; na terceira (decisão), chega-se à forma da conduta a ser
desenvolvida; e na última (ação), são implementadas as ações decorrentes da decisão
tomada, voltando-se à etapa da observação e, assim, sucessivamente.
A chave para o sucesso na solução de um problema militar é ter mecanismos que façam
esse ciclo girar mais rapidamente que o do seu oponente, ou seja, a realização de um ciclo
com menor duração por nossas Forças, sempre em comparação com o do inimigo, fará
com que este tenha grande dificuldade em completar o seu ciclo, prejudicando a sua
orientação e/ou fazendo com que sua conduta se torne inoportuna ou inapropriada, devido
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-2 - REV.1
à alteração da situação para a qual esta foi inicialmente idealizada, obrigando-o a reagir às
ações de nossas Forças (ver Fig 3.2).
Fig 3.2 - O Ciclo OODA - Oponente x nossas Forças
Tendo sido o oponente sucessivamente sobrepujado por ritmo e velocidade superiores do
ciclo OODA executado por nossas Forças, ele tenderá a ter sua coesão mental deteriorada,
redundando na sua incapacidade de lidar com a situação em tela.
Uma Força que execute um Ciclo de Decisão mais rápido tem grande vantagem sobre
outra na qual o processo é mais lento, criando oportunidades e assegurando a iniciativa
das ações.
A execução de um rápido e eficiente processo decisório traz enorme vantagem àquele
que, gerando um ritmo intenso, consiga, mais rapidamente, desestabilizar e,
consequentemente, retardar o ciclo do oponente, gerando a desordem ou a destruição de
sua coesão física, mental ou moral.
3.3 - CENTRO DE GRAVIDADE
O Centro de Gravidade (CG) é uma fonte de força, poder e resistência física ou moral que
confere ao contendor, em ultima análise, a liberdade de ação para utilizar integralmente
seu poder de combate. Poderá ser constituído por um aspecto material, como uma
Unidade específica ou sistema de armas, ou não material, como uma liderança
especialmente estimuladora ou a vontade de combater.
O comprometimento do CG implicará uma redução significativa da capacidade do
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-3 - REV.1
contendor de influir nas ações.
Tropas que se opõem possuirão, normalmente, um CG para cada nível de
condução/decisão da guerra, sendo também possível que estes CG variem no tempo.
A identificação dos CG, por muitas vezes, é complexa, em função da variedade de
aspectos que podem ser considerados como tal. Entretanto, há a necessidade de selecionar
um deles como alvo do esforço, o que poderá ser feito por meio da análise do impacto de
seu comprometimento ou perda para o inimigo e da sua acessibilidade.
3.4 - VULNERABILIDADES CRÍTICAS
As Vulnerabilidades Críticas (VC) são pontos fracos do CG que, ao serem exploradas,
resultarão na desestabilização ou destruição do CG oponente. A cada CG pode estar
relacionada uma ou mais VC. É importante que a VC seja acessível pelo contendor oposto
para poder ser assim considerada.
As VC são dependentes da evolução da situação, podendo, em um determinado período,
ser como tal enquadradas, deixando de sê-las logo a seguir. Da mesma forma, aquilo que
está vulnerável poderá, rapidamente, deixar de estar.
Deve-se estar atento para proteger nossas VC e perceber e explorar as inimigas, por vezes
passageiras e fluidas. Caso não sejam identificadas VC do inimigo, ações preparatórias
devem ser realizadas para criá-las.
Em resumo, as VC devem conter as seguintes características: serem vulneráveis a ações
adversas e serem vitais para o perfeito funcionamento do sistema de combate, permitindo
o acesso e a consequente desestabilização do CG considerado.
3.5 - SUPERFÍCIES E BRECHAS
Para simplificar o entendimento, Superfícies assemelham-se aos fatores de força do
inimigo e as Brechas aos fatores de fraqueza do inimigo, podendo ambos existirem sob a
forma física ou não. Assim, a atuação direta contra uma Superfície imporia um embate
difícil e prolongado, ao passo que, atuando nas Brechas, a oposição seria
significativamente menor. Deste modo, as ações devem enfatizar a concentração de
esforços explorando as Brechas encontradas, evitando-se as Superfícies. Fazendo-se uma
abstração sobre tais conceitos, uma corrente de águas deslocando-se em determinado
terreno movimentado, tende a desviar-se dos obstáculos (Superfícies) e fluir pelas partes
livres (Brechas).
3.6 - FOCO DO ESFORÇO, PONTO FOCAL DE ESFORÇO E ESFORÇO PRINCIPAL
O Foco do Esforço é caracterizado pelo onde, quando, de que forma e com que meios um
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-4 - REV.1
Comandante acredita que poderá cumprir sua missão, sendo composto pelo Ponto Focal
do Esforço (PFE) e pelo Esforço Principal (EsfPcp).
O PFE será, em determinado momento, o alvo prioritário, de cunho material ou não,
sobre o qual convergirá o peso do EsfPcp do PCmb. O PFE será designado visando a
uma VC do CG considerado. Embora o PFE e o EsfPcp sejam relacionados entre si, o
PFE se refere ao oponente e o EsfPcp às nossas Forças.
A tropa que atuar sobre o PFE, executará o EsfPcp e receberá das demais todo o apoio
necessário. O EsfPcp deve ser determinado com exatidão; reforçado e apoiado
adequadamente, para conduzir a ação decisiva; e receber meios que lhe confiram
mobilidade e PCmb e a prioridade dos fogos. A designação da Unidade ou Subunidade
que realizará o EsfPcp garante unidade de esforço, pois, todos os demais integrantes da
Força realizarão suas ações em seu proveito. Normalmente, será direcionado à VC
inimiga. Esforços de apoio podem ser empregados em ações de despistamento ou para
modelar o campo de batalha, criando vulnerabilidades a serem exploradas pelo EsfPcp.
A mudança do PFE durante uma operação ocorrerá, normalmente, visando explorar um
sucesso ou uma nova VC levantada.
Em conjunto com a Intenção do Comandante (IC), a ser apresentada no artigo 3.10, o PFE
garante a necessária convergência de ações, ao tempo que possibilita a flexibilidade
indispensável à Guerra de Manobra.
Normalmente, o emprego da reserva deve explorar o sucesso obtido pelo EsfPcp.
3.7 - ATRIBUIÇÃO DE TAREFA PELO EFEITO DESEJADO
Um Comandante pode atribuir tarefa aos seus subordinados em termos de efeito desejado
e/ou ação a empreender. A primeira forma é imprescindível à consecução da Guerra de
Manobra, uma vez que assegura o necessário grau de flexibilidade e de iniciativa.
Tendo liberdade de ação, os subordinados terão condições de reagir, com presteza, às
alterações da situação, melhor explorando os sucessos e as vulnerabilidades apresentadas,
não ficando dependentes de instruções complementares de seu comando superior, o que
poderia ir de encontro ao Princípio da Oportunidade. A atribuição de tarefa em termos de
efeito desejado estará explorando o fato de que, normalmente, o subordinado, por estar
fisicamente mais próximo da ação do que seu superior, tem melhores condições de
analisar a situação em curso.
Esta forma de atribuir tarefas ao subordinado, embora exija maior capacidade de controle
e coordenação, não afetará a unidade de esforço, pois a ação empreendida ou em vias de
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-5 - REV.1
ser empreendida pelo subordinado, uma vez informada tempestivamente ao Comandante,
pode ser interrompida ou executada de forma coordenada pelo Comando, que detém a
visão completa da manobra.
3.8 - AÇÃO DITADA PELO RECONHECIMENTO
Este conceito está relacionado aos de Superfícies e Brechas. Para que uma Força possa
explorar oportunamente as Brechas existentes ou criadas no dispositivo inimigo, torna-se
necessário que ela possa identificar e rapidamente redirecionar seus esforços. Para tanto,
demanda-se, além da iniciativa em todos os níveis, um agressivo reconhecimento, sigiloso
ou em força, da área de atuação. Quando reconhecidas as Brechas existentes, o EsfPcp é
nelas empregado.
O conceito da ação ditada pelo reconhecimento possibilita que sejam detectadas e
exploradas as Brechas e evitadas as Superfícies. A orientação sobre onde empregar a
Força vem, em boa medida, da frente de contato, onde as ações normalmente ocorrem
com mais intensidade.
Em oposição a este conceito está a ação ditada pelo comando, que decide, da retaguarda,
onde empregar sua Força, independentemente de informações mais detalhadas sobre o
inimigo ou o campo de batalha, podendo, assim, gerar fricção em grau desnecessário.
3.9 - ARMAS COMBINADAS
O conceito de armas combinadas consiste na integração dos meios disponíveis, gerando
um efeito sinérgico13
, exigindo coordenação do fogo com a manobra, dentro da moldura
temporal considerada, de maneira que as suas capacidades sejam complementadas e
suas vulnerabilidades compensadas pelo apoio mútuo.
Para integrar armas de forma combinada é preciso planejar a complementaridade de seus
efeitos, de forma que, para se contrapor a determinado efeito de uma arma, o inimigo se
torne vulnerável ao efeito de outra. Assim, além de sofrer com os efeitos de diferentes
tipos de fogos, o inimigo é colocado diante de um dilema que afeta sua coesão mental.
Ao integrar armas de efeitos similares, como obuseiros de diferentes calibres, não se está
combinando seus efeitos, pois ao se proteger de uma arma o inimigo estará, também, se
protegendo das demais. Dessa forma, as armas têm efeitos suplementares e não
combinados.
O efeito desejado a ser alcançado com a combinação das armas é aumentar
13
Efeito Sinérgico - ampliação do efeito ou potencialização da ação, pela associação de armas de apoio de
diversos tipos e calibres.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-6 - REV.1
exponencialmente o PCmb das nossas Forças, mediante emprego coordenado e
sincronizado de todos componentes, na busca da neutralização da capacidade de C2, dos
sistemas de armas e da logística do oponente.
Este conceito poderá afetar o oponente nos campos psicológico e físico.
3.10 - INTENÇÃO DO COMANDANTE
A Intenção do Comandante, prevista na publicação EMA-331 - Manual de Planejamento
Operativo da Marinha (Volume I) - Processo de Planejamento Militar, serve de
instrumento para que os subordinados compreendam claramente o contexto maior em
que suas tarefas estão enquadradas, possibilitando-lhes o exercício da iniciativa quando
uma situação inesperada ocorrer, sem que seja afetada a unidade de esforço do
conjunto. Nesse sentido, a IC possibilita a aceleração do Ciclo OODA.
A IC deverá ser redigida de forma clara, simples e objetiva, sem conter detalhamentos
próprios de outras partes da diretiva. Possui redação livre, sendo natural que, de certa
forma, venha a refletir, inclusive, a própria personalidade do Comandante.
Em todos os escalões, o Comandante precisa compreender claramente a IC do seu escalão
superior, para que seu Ciclo OODA possa girar de modo eficiente e mais rápido do que o
de seus oponentes, sem depender de instruções específicas do COMIMSUP, para cada
ação sua no campo de batalha. Ao subordinado cabe a responsabilidade de implementar a
IC do escalão superior.
Essa correlação entre IC e iniciativa dos escalões torna-se especialmente útil para os
GptOpFuzNav nas OpAnf, devido ao distanciamento entre comandantes e subordinados e
ao fracionamento das Unidades até o momento do firme estabelecimento em terra, já que
as organizações permanecem fisicamente separadas em três grupos distintos (embarque,
desembarque e tático para o combate), e também por limitação de espaço nos principais
meios de desembarque.
Em resumo, a IC é importante por transformar a experiência e a genialidade do
Comandante em ferramenta de iniciativa para que os subordinados acelerem seu Ciclo
OODA, mesmo sob a névoa da guerra, com especial utilidade nas OpAnf.
3.11- A EXECUÇÃO DA GUERRA DE MANOBRA
Conforme já foi mencionado, a Guerra de Manobra visa comprometer a coesão inimiga,
por meio de uma variedade de ações rápidas, objetivas e inesperadas, que criarão uma
turbulenta e rápida deterioração da situação com a qual o inimigo não mais poderá lidar.
Nesse estilo de combater, a quebra da coesão mental e sistêmica do oponente torna-se o
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-7 - REV.1
principal foco de nossas ações, impedindo que ele desenvolva ações coordenadas e
integradas com os seus meios disponíveis. Observa-se que tal enfoque difere da forma de
atuar sobre seus meios e organizações ou, ainda, com ênfase no controle de terreno,
comuns na Guerra de Atrito. Para tanto, as ações visarão a atuação nos campos moral,
mental e físico, simultaneamente, sempre considerando os atributos da guerra já
abordados.
Para reduzir os efeitos da fricção, desordem, incerteza e complexidade em nossas Forças,
serão necessários meios apropriados para gerar conhecimentos e capacidade ampliada de
comando e controle. Deverão ser levadas em conta a simplicidade, a clareza e a concisão
nas ordens, além de cadeias de comando apropriadas.
A execução será marcada pela descentralização, levando-se em conta que a decisão deve
ser tomada pelo escalão que melhor conheça a situação.
Para ampliar os efeitos da fricção, desordem, incerteza e complexidade no inimigo, serão
necessárias ações passivas e ativas contra os seus elementos geradores de conhecimentos,
forte emprego de ações diversionárias e manutenção de um ciclo OODA mais ágil.
Durante o planejamento e execução, devem ser constituídas células de operações
correntes e futuras, separadamente, a fim de eliminar a pausa para planejamento
habitualmente existente entre o cumprimento de uma tarefa ou fase e o início de outra.
Com isso, será possível estabelecer e manter um ciclo OODA mais rápido que o do
inimigo.
Na manobra, procurar-se-á afetar os CG inimigos, por meio da exploração das VC,
enquanto os próprios CG são protegidos.
São buscados os engajamentos assimétricos14
, evitando-se as Superfícies e explorando-se
as Brechas, com o emprego de armas combinadas e forte orientação para o inimigo,
focada em sua coesão mental e sistêmica.
A elaboração adequada da IC, a designação do PFE e a atribuição de tarefa aos
subordinados por efeito desejado permitirão a flexibilidade e a iniciativa buscadas na
Guerra de Manobra, fornecendo um enquadramento geral a ser seguido por todos.
Adicionalmente, o emprego da técnica da ação ditada pelo reconhecimento, em conjunto
com um planejamento flexível, deixará a definição final de como a manobra será
desencadeada para quando os conhecimentos necessários tenham sido disponibilizados
pelo reconhecimento. Desse modo, as ações estarão perfeitamente adaptadas à situação
vigente em cada momento.
A iniciativa das ações será constantemente perseguida, tendo-se o cuidado de não se ter
um comportamento meramente reativo às situações impostas pelo inimigo. Se isso
ocorrer, o inimigo poderá estar girando seu ciclo OODA mais rapidamente que o de
14
Segundo a Doutrina Básica da Marinha, a assimetria se refere ao desbalanceamento extremo de forças.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 3-8 - REV.1
nossas Forças e o que parecia ser um sucesso nas ações, pode se transformar em uma
situação taticamente indesejada.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-1 - REV.1
CAPÍTULO 4
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
4.1 - GENERALIDADES
O GptOpFuzNav é uma forma de organização para o emprego de tropa de Fuzileiros
Navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada segundo o
conceito organizacional de componentes, que agrupa os elementos constitutivos, de
acordo com a natureza de suas atividades.
O conceito organizacional de GptOpFuzNav deve ser considerado complementarmente
aos procedimentos previstos pelo Processo de Planejamento Militar (PPM), não
resultando em perda de flexibilidade de escolha da melhor estrutura para o cumprimento
das tarefas recebidas.
O emprego de tropa de Fuzileiros Navais organizadas como GptOpFuzNav dar-se-á,
normalmente, quando o vulto, a complexidade ou a ênfase das tarefas a serem executadas
justificarem a reunião de elementos constitutivos sob um mesmo comando. Esta forma de
organização é válida em qualquer ambiente ou nível de violência do conflito. Caberá à
autoridade, que determinar o emprego de tropa, decidir pela ativação ou não de um
GptOpFuzNav.
O conceito de GptOpFuzNav permite aliviar o seu Comandante da sobrecarga resultante
da complexidade das atividades de manobra terrestre, de apoio logístico e daquelas
relacionadas com o espaço aéreo de sua responsabilidade, além de facilitar a coordenação
e o controle da Força. Assim, possibilita maior eficiência, na medida em que, para cada
área geral de atuação (comando e controle, manobra terrestre, espaço aéreo e logística),
existirá um Comandante designado para planejar, coordenar e controlar as ações
desenvolvidas, atendendo ao estabelecido pelo planejamento do Comando do
GptOpFuzNav.
Dessa forma, o Comandante do GptOpFuzNav preocupa-se com a coordenação geral das
ações, interage com os comandos superiores envolvidos na missão e mantém constante
acompanhamento da evolução da situação no nível operacional e tático, com vistas ao
possível emprego futuro da Força.
OSTENSIVO CGCFN-0-1
OSTENSIVO - 4-2 - REV.1
4.2 - ESTRUTURA BÁSICA DOS GptOpFuzNav
Os GptOpFuzNav são constituídos, fundamentalmente, pelos seguintes componentes:
Componente de Comando (CCmdo), Componente de Combate Terrestre (CCT),
Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC) e Componente de Combate
Aéreo (CCA), conforme a Fig 4.1. Essa estruturação, em conjunto com o Processo de
Planejamento Militar (PPM), orientará a organização e o emprego de cada componente.
Fig 4.1 – Componentes do GptOpFuzNav
4.2.1 - Componente de Comando (CCmdo)
O CCmdo é personificado pelo Comandante do GptOpFuzNav e seu Estado-Maior
(EM) Geral e Especial, organizados em diversos Centros de Coordenação e Controle.
Integram ainda esse componente destacamentos que executam tarefas específicas
relacionadas ao comando e controle (C2) em proveito do Comando do GptOpFuzNav,
tais como: Apoio ao Comando e Controle (ApC2), Operações Especiais (Recon) e
Guerra Eletrônica (MAGE).
O CCmdo é responsável pelas ligações externas do GptOpFuzNav, seja com o
Comando Superior, seja com Forças Amigas ou, ainda, agências não militares.
O Comandante do GptOpFuzNav é o Comandante do CCmdo.
4.2.2 - Componente de Combate Terrestre (CCT)
O Comando do CCT dispõe do EM Geral e Especial, que trabalham no seu Centro de
Operações de Combate (COC) e no seu CCAF.
O CCT concentra os meios de Cmb e de ApCmb necessários à execução das tarefas
relacionadas com a conquista e manutenção do terreno, a destruição da coesão mental
e sistêmica do inimigo, bem como outras relacionadas com o controle de áreas
terrestres.
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  • 1. CGCFN-0-1 OSTENSIVO MANUAL DE FUNDAMENTOS DE FUZILEIROS NAVAIS MARINHA DO BRASIL COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS 2013
  • 2. OSTENSIVO CGCFN 0-1 MANUAL DE FUNDAMENTOS DE FUZILEIROS NAVAIS MARINHA DO BRASIL COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS 2013 FINALIDADE: BÁSICO 1ª REVISÃO
  • 3. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - II - REV.1 ATO DE APROVAÇÃO APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-0-1 - MANUAL DE FUNDAMENTOS DE FUZILEIROS NAVAIS. RIO DE JANEIRO, RJ. Em 27 de fevereiro de 2013. MARCO ANTONIO CORRÊA GUIMARÃES Almirante-de-Esquadra (FN) Comandante-Geral ASSINADO DIGITALMENTE AUTENTICADO PELO ORC RUBRICA Em_____/_____/_____ CARIMBO
  • 4. OSTENSIVO CGCFN 0-1 OSTENSIVO - III - REV.1 ÍNDICE PÁGINAS Folha de Rosto ........................................................................................................ I Ato de Aprovação ................................................................................................... II Índice....................................................................................................................... III Introdução ............................................................................................................... V CAPÍTULO 1 – GUERRA, CONFLITO, PODER E FUNÇÕES DE COMBATE 1.1 - Aspectos de Interesse da Natureza e Teoria da Guerra .................................. 1-1 1.2 - Níveis de Condução dos Conflitos.................................................................. 1-3 1.3 - Estilos de Condução dos Conflitos................................................................. 1-5 1.4 - Poder de Combate........................................................................................... 1-8 1.5 - Funções do Combate....................................................................................... 1-9 CAPÍTULO 2 - OS FUZILEIROS NAVAIS 2.1 - Corpo de Fuzileiros Navais ............................................................................ 2-1 2.2 - Caráter Naval e Anfíbio.................................................................................. 2-1 2.3 - Eixos Estruturantes ......................................................................................... 2-1 2.4 - Conjugado Anfíbio ......................................................................................... 2-2 2.5 - Caráter Expedicionário ................................................................................... 2-2 2.6 - Gradualismo no Emprego............................................................................... 2-3 2.7 - Recursos Humanos – o Fuzileiro Naval ......................................................... 2-3 2.8 - Liderança ........................................................................................................ 2-3 2.9 - Material........................................................................................................... 2-4 2.10 - Doutrina ........................................................................................................ 2-4 2.11 - Ensino ........................................................................................................... 2-5 2.12 - Adestramento................................................................................................ 2-5 2.13 - Especificidade Logística............................................................................... 2-6 2.14 - Atividades de Fuzileiros Navais ................................................................... 2-7 2.15 - Tradições e Espírito de Corpo ...................................................................... 2-19 CAPÍTULO 3 - GUERRA DE MANOBRA 3.1 - Generalidades.................................................................................................. 3-1 3.2 - O Ciclo OODA ............................................................................................... 3-1 3.3 - Centro de Gravidade....................................................................................... 3-2 3.4 - Vulnerabilidades Críticas................................................................................ 3-3
  • 5. OSTENSIVO CGCFN 0-1 OSTENSIVO - IV - REV.1 3.5 - Superfícies e Brechas ...................................................................................... 3-3 3.6 - Foco do Esforço, Ponto Focal do Esforço e Esforço Principal ....................... 3-3 3.7 - Atribuição de Tarefa pelo Efeito Desejado..................................................... 3-4 3.8 - Ação Ditada pelo Reconhecimento................................................................. 3-5 3.9 - Armas Combinadas ......................................................................................... 3-5 3.10 - Intenção do Comandante............................................................................... 3-6 3.11 - A Execução da Guerra de Manobra .............................................................. 3-6 CAPÍTULO 4 - GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS 4.1 - Generalidades.................................................................................................. 4-1 4.2 - Estrutura Básica dos GptOpFuzNav ............................................................... 4-2 4.3 - Tipos de GptOpFuzNav .................................................................................. 4-5 4.4 - Capacidades dos GptOpFuzNav...................................................................... 4-7 4.5 - Organizações Empregadas pelos GptOpFuzNav ............................................ 4-7 4.6 - Os GptOpFuzNav nos Níveis de Condução dos Conflitos ............................. 4-9 4.7 - A Contribuição dos GptOpFuzNav para o Poder Naval ................................. 4-10 4.8 - Os GptOpFuzNav e a Guerra de Manobra...................................................... 4-11
  • 6. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - V - REV.1 INTRODUÇÃO 1 - PROPÓSITO Esta publicação tem o propósito de, baseando-se nas publicações doutrinárias da Marinha, apresentar os fundamentos que norteiam o preparo e emprego dos Fuzileiros Navais, os quais servirão de base para as demais publicações da Série CGCFN. 2 - DESCRIÇÃO Esta publicação está dividida em quatro capítulos. O Capítulo 1 aborda aspectos do fenômeno da guerra, os níveis e estilos de condução dos conflitos e os conceitos referentes ao poder de combate e às funções de combate; o Capítulo 2 apresenta conceitos básicos intrínsecos ao Corpo de Fuzileiros Navais; o Capítulo 3 enuncia aspectos conceituais relativos à Guerra de Manobra; e o Capítulo 4 aborda conceitos referentes à organização e ao emprego dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais. 3 - CLASSIFICAÇÃO Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da Marinha como: Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada, ostensiva, básica e manual. 4 - SUBSTITUIÇÃO Esta publicação substitui a CGCFN-0-1 - Manual de Fundamentos de Fuzileiros Navais, 1ª edição, aprovada em 19 de dezembro de 2011.
  • 7. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-1 - REV.1 CAPÍTULO 1 GUERRA, CONFLITO, PODER E FUNÇÕES DE COMBATE 1.1 - ASPECTOS DE INTERESSE DA NATUREZA E TEORIA DA GUERRA A compreensão do fenômeno da guerra, de sua natureza e dos aspectos inerentes aos campos da arte e da ciência de que ela se vale é fundamental para o preparo profissional de Forças combatentes. 1.1.1 - O Fenômeno da Guerra A guerra pode ser entendida como um fenômeno social que resulta da aplicação violenta do poder, com predominância do poder de combate da expressão militar1 , para forçar o inimigo a submeter-se à vontade nacional. A guerra é, de maneira simplista, encarada como um confronto de homens e armas. Uma observação detalhada mostra que os meios são operados, dirigidos, controlados e coordenados por pessoas, sendo estas as verdadeiras impulsionadoras de toda a violência por eles gerada. São as pessoas, em particular os Comandantes em todos os níveis das organizações perenes ou ad hoc, que gerenciam os meios, buscando impor sua vontade sobre dos seus oponentes, por meio de violência organizada, para que seus efeitos desejados sejam atingidos na plenitude. Assim, na realidade, a guerra desenvolve-se pelo embate de vontades opostas, independentes e irreconciliáveis. Em suma, a guerra é desenvolvida por homens e não pelo material, sendo, portanto, um empreendimento humano, enfoque de especial significado na filosofia de combate em que se baseia a doutrina adotada pelos Fuzileiros Navais. Atualmente, os Estados têm utilizado a terminologia conflito, pois, além da Carta das Nações Unidas ter abolido a expressão guerra, o conflito armado não necessita ser declarado. Cabe ressaltar que as Convenções de Genebra são aqui aplicáveis, independentemente do reconhecimento ou declaração de guerra ou de conflito armado. 1.1.2 - A natureza da guerra Os principais atributos que caracterizam a natureza da guerra são: - a dimensão humana, caracterizada pela condução dos combates por pessoas, cujos comportamentos são influenciados por emoções, medo e exaustão física, tendo suas vontades individuais como impulsionadoras das ações desenvolvidas. Sendo, ainda, a guerra um fenômeno humano, o medo - reação humana ao perigo - tem um impacto 1 O Poder Nacional manifesta-se em cinco expressões: política, econômica, psicossocial, militar e científico- tecnológica.
  • 8. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-2 - REV.1 significativo na sua conduta; - a violência, produzida pelos meios de força empregados; - o perigo, característica fundamental da guerra, por ser ela um empreendimento violento; - a incerteza, marcada pelo conhecimento parcial da situação. É a chamada “névoa da guerra”, que dificulta a visão do campo de batalha, tornando as suas ações e, consequentemente, seus resultados indefinidos; - a fluidez, caracterizada pelo relacionamento entre episódios passados, presentes e futuros, resultando em um continuum em permanente evolução, fazendo com que a situação se altere a cada momento ao se apresentar diferente daquela para a qual um determinado plano foi concebido; - a desordem ou o sentimento de desordem, caracteriza-se, no combate, pela ausência da ordem que é normalmente percebida nos adestramentos. É a primeira consequência do fogo inimigo, que faz com que a visão de conjunto fique prejudicada pela busca instintiva de um abrigo seguro, contribuindo para facilitar as ações inimigas que podem causar a destruição física de material e pessoal; - a fricção, gerada pelo somatório dos atributos anteriormente mencionados, que conduz os eventos aparentemente mais simples a uma complexidade extrema. Pode ser fruto de agentes externos, como o fogo inimigo, um obstáculo natural ou uma interferência eletrônica, ou ser autoinduzida, em decorrência de ordens confusas ou mal transmitidas, complexas relações de comando ou falhas de comunicação e a escassez logística, que podem levar à degradação do material e do combatente; e - a interação de forças, efeito do engajamento em todos os níveis, que pode ser de natureza física, representada pelos meios materiais, de natureza moral, como a vontade, coragem, liderança ou espírito de corpo, ou, ainda, mental, exemplificada pelo intelecto ou pelo conhecimento. A análise atenta desses atributos da guerra tornará possível combater e alcançar a vitória em um ambiente caótico, como o anteriormente descrito, dele tirando vantagens para o cumprimento da missão. O caos far-se-á presente para ambos os contendores e vencerá aquele que conseguir reduzi-lo para si e ampliá-lo para o inimigo. 1.1.3 - Guerra - Ciência e Arte Vários aspectos da guerra, em particular os técnicos, enquadram-se no campo da ciência, refletindo a aplicação metódica das leis da natureza. A ciência isoladamente não consegue delimitar o fenômeno da guerra, o qual engloba variáveis do
  • 9. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-3 - REV.1 comportamento humano e outros incontáveis fatores, dependendo dos meios que são destinados ao combate e do desenvolvimento, estudo e aplicação de doutrinas militares. Quando considerados o pensamento militar, as forças morais e a aceitação do risco, a guerra permeia o campo da arte por requerer a capacidade intuitiva para compreender a essência de uma situação particular no campo de batalha, capacidade criativa para desenvolver uma solução prática e firmeza de propósito para executar a ação. 1.2 - NÍVEIS DE CONDUÇÃO DOS CONFLITOS A ocorrência de conflitos, sua natureza e magnitude no ambiente externo ou interno de uma nação caracterizam os estados de paz, de crise, de guerra ou de conflito armado, sintetizados na figura 1.1 apresentada abaixo. A situação de paz implica a ausência de lutas, violências ou graves perturbações, no âmbito de um Estado ou no âmbito de suas relações internacionais. Nesse caso, os conflitos existentes não comprometem os interesses da nação. A guerra é o conflito no seu grau máximo de violência. Em função da sua magnitude, pode implicar a mobilização de todo o Poder Nacional, com predominância da expressão militar, para impor a vontade de um ator ao outro. O conflito armado é amplamente entendido como um recurso utilizado por grupos politicamente organizados que empregam a violência armada para solucionar controvérsias ou impor sua vontade a outrem. As expressões guerra e conflito armado diferenciam-se apenas na perspectiva jurídica. A crise é um conflito posicionado entre a paz e a guerra. Exige uma administração (manobra ou gerenciamento) que permita uma evolução favorável aos interesses nacionais em jogo. A crise traduz um conflito desencadeado ou agravado imediatamente após a ruptura do equilíbrio existente entre duas ou mais partes envolvidas. Caracteriza-se por um estado de grandes tensões, com probabilidade de agravamento (escalada) e risco de guerra, não permitindo que se anteveja com clareza o curso de sua evolução. Fig 1.1 - Espectro dos Conflitos
  • 10. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-4 - REV.1 1.2.1 - Nível Político Nesse nível, a partir dos objetivos nacionais identificados, o Estado integra as medidas gerais nas diversas expressões do Poder Nacional. Assim, pautado na definição clausewitziana de que a guerra é a continuação da política por outros meios, são fixados os objetivos políticos a serem atingidos pela ação militar. 1.2.2 - Nível Estratégico O nível estratégico, subordinando-se ao nível político, pode ser entendido como sendo aquele no qual, valendo-se da arte e da ciência, as Forças Armadas são empregadas para a consecução dos objetivos políticos, por sua aplicação, ameaça, ou simples possibilidade de emprego. No nível estratégico, os objetivos políticos são traduzidos em grandes ações militares a empreender. Dependendo da natureza do conflito, são definidos: a estrutura militar a ser empregada, os Teatros de Operações (TO) e as Zonas de Defesa (ZD), as Forças que serão adjudicadas a cada grande comando operacional, os objetivos estratégicos e a estratégia geral para a consecução desses, o que, normalmente, conduz a uma ou mais campanhas interrelacionadas. A estratégia naval, como parte integrante da estratégia militar, no que tange ao emprego do Poder Naval, enquadra-se nesse nível. O nível estratégico traduz a decisão política para a expressão militar e orienta o emprego das Forças Armadas, visando a consecução ou manutenção dos objetivos fixados pelo nível político. O Conselho Militar de Defesa (CMiD), composto pelo Ministro da Defesa, Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (CEMCFA) e os Comandantes das três Forças, assessora o nível político quanto ao emprego do poder militar. 1.2.3 - Nível Operacional O nível operacional trata especificamente da campanha, que pode ser entendida como uma série de operações/ações militares interrelacionadas para alcançar um objetivo estratégico, diretamente ou via objetivos operacionais intermediários. Neste nível, os fins são os objetivos estratégicos e os meios consistem das batalhas e dos engajamentos. Este nível representa a interface entre a estratégia e a tática, sem a qual esta última não resultaria em um conjunto harmônico de ações. Trata-se, em suma, da decisão de onde e quando aceitar ou negar o combate, encadeando adequadamente as diversas ações táticas. O nível operacional é vivenciado em sua plenitude em um TO ou ZD, sendo comumente realizadas ações conjuntas com a participação de mais de
  • 11. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-5 - REV.1 uma das Forças singulares. O plano de campanha consolidará o planejamento no nível operacional, considerando a interação dos fatores operacionais tempo, força e espaço com os propósitos da missão. Habitualmente, esse plano detalhará, no nível do TO/ZD, os aspectos de comando e controle, de manobra, de fogos, de logística, de proteção da própria Força e de inteligência, incluindo as ações diversionárias. Em particular, esse plano especificará as condições militares que deverão estar estabelecidas para que a campanha seja considerada encerrada. Normalmente, a campanha é faseada, escalonando no tempo as ações necessárias ao cumprimento da missão. O faseamento poderá compreender a concentração e desdobramento de meios, ações preparatórias, cronologia ou sequência das ações principais, encerramento das operações e redirecionamento de Forças, dentre outras. 1.2.4 - Nível Tático A tática refere-se ao emprego dos meios em combate, sendo caracterizada especialmente pela existência do contato, que não necessariamente será físico, ocorrendo em espaço e tempo mais restritos que no nível operacional. Embora na tática prevaleça o fogo e o movimento, não se deve prescindir dos fundamentos da Guerra de Manobra, que serão detalhados no item 1.3.3 e no Capítulo 3, buscando-se o emprego harmônico e judicioso dos meios, pela integração dos diversos sistemas de armas, atividades e serviços. 1.2.5 - Outras Considerações Embora os diversos níveis de condução dos conflitos tenham sido apresentados separadamente, estes são interdependentes, não havendo fronteiras definidas para delimitá-los. 1.3 - ESTILOS DE CONDUÇÃO DOS CONFLITOS 1.3.1 - Considerações Iniciais Na condução dos conflitos identificam-se dois estilos diferentes, mas não antagônicos, conhecidos como Guerra de Atrito e Guerra de Manobra. Precedendo suas definições, é importante enfatizar que ambos são implementados com base na doutrina em vigor, sem que representem novas concepções. Tais estilos não existem em suas formas puras, coexistindo simultânea, interdependente e complementarmente nos engajamentos, batalhas e campanhas, sendo passíveis de serem empregados em quaisquer dos níveis de condução da guerra, escalões de Forças ou intensidade dos conflitos.
  • 12. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-6 - REV.1 Todo emprego ou enfrentamento de Forças se vale de fundamentos das Guerras de Manobra e de Atrito. A predominância de um dos estilos depende de uma variedade de fatores que compreendem, dentre outros, a natureza, a eficiência e o poder de combate das Forças envolvidas. Assim, enquanto no nível tático pode estar se enfatizando a aplicação de aspectos inerentes à Guerra de Atrito, no nível operacional, pode haver a predominância de emprego dos princípios da Guerra de Manobra. 1.3.2 - A Guerra de Atrito Neste estilo, busca-se a consecução dos efeitos desejados pela destruição cumulativa dos meios inimigos, tanto de pessoal quanto material, trabalhando basicamente no campo físico. Nele, independentemente da sua vontade, o inimigo será obrigado a ceder pela simples inexistência de meios e, consequentemente, pela falta de vontade para continuar a luta. A Guerra de Atrito vale-se da manobra, basicamente, para possibilitar o emprego de Força contra Força. Seu foco é a aplicação eficiente dos fogos, o que conduz a uma abordagem da guerra com forte ênfase em regras e procedimentos e com tendência à centralização do controle das ações. A proficiência técnica, particularmente no emprego dos sistemas de armas, importa mais do que a criatividade e a astúcia e o sucesso em combate passam a depender, basicamente, da superioridade numérica e material. A principal “ferramenta” da atrição é o fogo, sendo o progresso das ações aferido em bases quantitativas, por meio do balanço dos danos materiais e baixas infligidas ao inimigo ou pelo terreno conquistado. Busca-se o confronto com as unidades inimigas de modo a neutralizá-las diretamente. Os resultados serão proporcionais ao nível de força empregada e, normalmente, mais custosos em pessoal e material, havendo também a tendência a maiores danos às áreas onde se desenvolvem as ações, bem como à população civil. A vitória depende, fundamentalmente, de superioridade numérica e/ou tecnológica, apresentando inerentemente menos riscos de insucesso por assegurar a certeza física da neutralização do inimigo. 1.3.3 - A Guerra de Manobra Neste estilo, as manobras devem priorizar a aproximação indireta, na busca de se abordar o inimigo a partir de uma posição vantajosa. Esta vantagem não é apenas física ou espacial; ela pode ser temporal, moral ou psicológica. Busca-se a consecução dos efeitos desejados pela indução no inimigo do sentimento de que a resistência será
  • 13. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-7 - REV.1 inócua ou redundará em perdas inaceitáveis, trabalhando fundamentalmente no campo psicológico. Nele, independentemente da situação dos seus meios em pessoal e material, o inimigo é levado a ceder à vontade de seu oponente, adotando ações que lhe são desfavoráveis. Também nesse estilo, o fogo é largamente empregado, embora, em sua forma pura, o estilo da Guerra de Manobra conseguiria a vitória sem que se efetuasse um disparo se quer. Entretanto, o propósito do emprego do fogo não é prioritariamente a redução da capacidade física do inimigo, mas o rompimento da coesão mental das Forças oponentes. Habitualmente, a manobra é entendida como um deslocamento da tropa no terreno visando a obtenção de posicionamento vantajoso em relação ao inimigo, conceito que continua válido na Guerra de Manobra. Todavia, nesse estilo de guerra, a manobra tem um significado mais amplo, podendo ser entendida no tempo e na forma. No tempo, ao obter-se, com um ritmo2 superior ao do inimigo na condução das ações, uma vantagem psicológica decorrente da incapacidade do oponente reagir coerentemente. Na forma, ao atuar de uma maneira não previsível pelo inimigo, também conferindo uma vantagem psicológica. A liderança em todos os níveis, a rapidez3 , a surpresa4 e a audácia5 são elementos fundamentais da Guerra de Manobra. O sucesso é medido em termos de efeitos desejados alcançados. Nela, evita-se o confronto direto com as unidades de combate inimigas, engajando seus sistemas de apoio, de modo a neutralizá-las indiretamente. O resultado da ação deixa de ser proporcional ao nível de força empregado, tendendo a reduzir os custos em pessoal e material e havendo menores chances de danos às áreas de atuação, bem como à população local. Neste estilo, a vitória exige maior competência dos líderes, sendo relevante a obtenção de superioridade local em poder de combate. O risco de insucesso aumenta, uma vez que o inimigo ainda poderá dispor fisicamente de seus meios. Como o estilo de Guerra de Manobra preconiza a rapidez e a audácia em todos os níveis, é natural a ocorrência 2 Ritmo - rapidez em relação ao tempo, ou seja, é a rapidez com que se orienta e decide. 3 A rapidez possui dois componentes, a saber: ritmo (rapidez em relação ao tempo, ou seja, é a rapidez com que se orienta e decide) e velocidade (rapidez em relação ao espaço, ou seja, a habilidade para mover-se rápido, estando diretamente relacionada às fases da observação e da ação). 4 A surpresa pode ser obtida pela utilização de ações diversionárias, exploração de áreas passivas etc. Para ser atendida, é necessário evitar manobras ortodoxas e padronizadas. Ela deve estar intimamente ligada com a criatividade, de forma a permitir a inovação de ações contra o oponente, o qual não estará preparado e adestrado para se contrapor às mesmas. 5 A audácia deve ser entendida como um risco calculado, podendo até ser encarado como uma quebra de dogmas/paradigmas. A coragem do decisor também faz parte deste conceito.
  • 14. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-8 - REV.1 maior de erros, que, no entanto, são em muito suplantados pelas benesses da surpresa e da exploração tempestiva das oportunidades. Nesse sentido, é necessária uma mudança da “mentalidade do erro zero”, a qual não se aplica a este estilo de guerra, em que a tolerância com erros deve ser maior, assim como, também, devem ser estudadas as medidas para se contrapor a estes possíveis erros. Assim, conclui-se que os estilos de guerra, apresentados em suas formas puras, constituem uma estratificação teórica raramente observada nos campos de batalha. O fogo, que marca a atrição, obviamente gera uma vantagem no campo psicológico. A obtenção dos efeitos desejados apenas pela manobra sem que um tiro seja disparado é pouco factível. Dessa forma, a combinação do emprego coordenado do fogo com a manobra deve ser buscado pelos planejadores. 1.4 - PODER DE COMBATE Poder de Combate é a força a ser aplicada sobre o inimigo, em um dado momento, sendo o resultado da combinação de fatores mensuráveis e não mensuráveis que intervêm nas operações, condicionando-lhes o desenvolvimento. Seu componente básico é a tropa com seus meios, seu valor moral e o seu grau de prontificação, incluindo-se a capacidade profissional do Comandante (principalmente conhecimento técnico e liderança) e uma doutrina de emprego consolidada. O Comandante de uma tropa vale-se de seu poder de combate, buscando combinar e integrar suas funções de combate, de forma a agilizar o Ciclo OODA6 e obter a máxima eficiência frente ao inimigo. A aplicação do poder de combate, seguindo os princípios de guerra e sincronizando as funções do combate, descritas no artigo 1.5, irá determinar a conduta das operações. Por sua vez, a avaliação do poder de combate é relativa, sendo significativa mediante confrontação com o do oponente. Qualquer fator ou atividade que aumente a capacidade de uma tropa em operações deve ser considerado como parte de seu poder de combate. Nesse contexto, podem ser citados os efeitos das ações desenvolvidas no âmbito da Comunicação Social, das Operações Psicológicas e de Assuntos Civis, que contribuem para a multiplicação do poder de combate da força militar, constituindo-se em uma valiosa atividade não letal, capaz de reduzir, consideravelmente, o número de baixas. Ressalta-se, ainda, a organização administrativa das Forças/Unidades operativas do Corpo 6 Ciclo OODA - será detalhadamente explicado no Capítulo 3 - É também denominado de Ciclo de Boyd ou Ciclo de Decisão. É a principal base teórica empregada na guerra de manobra, segundo a qual as ações no combate são desenvolvidas na sequência OBSERVAÇÃO – ORIENTAÇÃO – DECISÃO – AÇÃO (OODA), de forma cíclica.
  • 15. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-9 - REV.1 de Fuzileiros Navais (CFN), que é dimensionada visando a adequada transição para a organização para o combate, o que também contribui para o pronto-emprego, com vistas ao incremento do poder de combate das tropas de Fuzileiros Navais. 1.5 - FUNÇÕES DO COMBATE As funções do combate abrangem todas as atividades militares realizadas em um Espaço de Batalha. Cada função de combate é considerada pelo Comandante, que deve, posteriormente, integrá-las e sincronizá-las para multiplicar o poder de combate de sua tropa. O emprego das funções do combate é vital para o planejamento e à execução de missões de quaisquer naturezas. 1.5.1 - Comando e Controle O Comando e Controle (C2) é o exercício da autoridade e a supervisão sobre suas peças de manobra e elementos adjudicados, para o cumprimento de uma missão. O C2 envolve o arranjo de pessoal, equipamentos, e instalações que permitam ao Comandante estender sua influência sobre sua organização durante o planejamento e execução de operações militares. O comando caracteriza-se pelo estabelecimento da autoridade, decorrente das leis e regulamentos, atribuída a um militar para dirigir e controlar forças, sob todos os aspectos, em razão do posto, graduação ou função. A liderança e a capacidade de decisão são dois importantes elementos do comando, ambos fundamentais para o sucesso em combate, particularmente segundo os preceitos da Guerra de Manobra. O controle é uma atividade inerente ao comando, que se caracteriza pelo acompanhamento efetivo das ações em curso, de forma que os comandantes adquiram e mantenham o indispensável nível de consciência situacional7 , particularmente quanto às nossas forças, às forças adversas e ao ambiente operacional (terreno). O C2 viabiliza o desenvolvimento de todas as demais funções de combate. 1.5.2 - Manobra A manobra é a componente dinâmica do combate, sendo empregada para concentrar força em ações decisivas. O adequado emprego da manobra possibilita que forças de menor envergadura suplantem outras maiores, por meio da surpresa, efeito de choque e concentração de poder de combate em locais e momentos oportunos. Os efeitos decorrentes de tais ações contribuem para que o moral de nossas forças sobrepuje o do 7 Consciência situacional é a percepção perfeita do quadro de situação, que é imprescindível para a tomada de decisões, expedição de ordens e para o controle de sua execução.
  • 16. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-10 - REV.1 inimigo. A manobra é resultante da combinação do fogo e movimento e, por meio dela, uma tropa obtém uma posição vantajosa para destruir o inimigo ou cumprir outra tarefa. Essa posição vantajosa não se restringe ao espaço físico, podendo ser uma vantagem psicológica ou temporal. A manobra raramente é eficaz sem a perfeita conjugação do poder de fogo e da proteção da Força. A manobra, vista sob enfoque temporal, decorre da aceleração do ritmo do Ciclo OODA, obtida com a tomada de decisão e a execução de ações mais rápidas que as do oponente, criando, dessa forma, as condições necessárias para o sucesso tático ou operacional. A rapidez na aplicação do Ciclo de Decisão, por sua vez, representará, ainda, um impacto psicológico significativo nas forças oponentes, por não permitir que reajam tempestivamente. 1.5.3 - Apoio de fogo O apoio de fogo é essencial para desestabilizar a capacidade e eliminar a vontade de lutar do oponente. Sua utilização facilita a manobra, suprimindo ou neutralizando os fogos inimigos e desorganizando o movimento de suas tropas. O apoio de fogo também pode ser empregado independentemente da manobra, com vistas a destruir, retardar ou desorganizar tropas inimigas ainda não engajadas em combate. Os Comandantes de todos os escalões devem estar capacitados a empregar o armamento orgânico e os fogos de apoio, de forma coordenada e integrada à ideia de manobra, de modo a assegurar a adequada aplicação do poder de combate, explorando as possibilidades de cada sistema de armas e o movimento escalonado dos meios de apoio de fogo como forma de garantir um apoio contínuo. 1.5.4 - Inteligência A possibilidade de sucesso de uma Operação será tanto maior quanto maiores forem a quantidade e a qualidade dos conhecimentos que se tenha sobre as Características da Área de Operações e sobre a Situação Militar do Inimigo (SMI). A Atividade de Inteligência é baseada em processo mental e tem por finalidade produzir e salvaguardar conhecimentos de interesse, e conduzida segundo dois grandes segmentos: - Inteligência (Intlg): voltado para a produção de conhecimentos; e - Contrainteligência (CIntlg): voltado para a salvaguarda de conhecimentos e das fontes de informação.
  • 17. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-11 - REV.1 Assim, a atividade de inteligência possibilita que o Comandante amplie sua compreensão da situação do Espaço de Batalha, tanto durante o planejamento quanto na execução, dotando-o de conhecimentos sobre o inimigo, o terreno, as condições climáticas e meteorológicas, assim como o acompanhamento das atividades da população local, que o auxiliam no processo de tomada de decisão. Na Guerra de Manobra, a Inteligência contribui decisivamente para a aplicação adequada do conceito de Ação Ditada pelo Reconhecimento, realizando a busca permanente por pontos fracos no dispositivo inimigo e oportunidades a serem exploradas. Além disso, concorre para a identificação do Centro de Gravidade8 (CG) e das Vulnerabilidades Críticas9 (VC) inimigas, e para a aceleração do Ciclo OODA, ao agilizar a observação e a orientação do comando. 1.5.5 - Logística Abrange todas as atividades necessárias para deslocar e sustentar as forças em ação, devendo seu conceito de emprego, portanto, estar sempre coordenado com o da operação como um todo. No nível tático, esta função se traduz no Apoio de Serviços ao Combate (ApSvCmb). De modo geral, uma logística confiável e ininterrupta gera poder de combate e possibilita ao comando obter e manter a iniciativa das ações e explorar, tempestivamente, as oportunidades. Por essa razão, o sistema logístico inimigo se constitui, muitas vezes, alvo de elevado interesse. Na Guerra de Manobra, esta função de combate deve ser executada de forma pró-ativa, de forma que as Unidades em combate recebam o adequado apoio logístico, independente de solicitações prévias. Esse apoio, no entanto, deve ser criterioso, para não sobrecarregar as Unidades com excesso de suprimentos, dificultando sua mobilidade, e nem deixar que lhes falte apoio nos momentos críticos do combate. 1.5.6 - Proteção Proteção é a conservação da capacidade de combater de uma tropa, de modo que possa ser utilizada no local e momento apropriados. A proteção do CG e a eliminação das potenciais VC de uma força devem merecer atenção constante e prioritária do comando. Um Comandante deve proteger suas tropas, seja das ações do inimigo, seja das 8 Centro de Gravidade - é uma fonte de força, poder e resistência física ou moral que confere ao contendor, em ultima análise, a liberdade de ação para utilizar integralmente seu poder de combate. 9 Vulnerabilidades Críticas - são pontos fracos do CG que, ao serem exploradas, resultarão na desestabilização ou destruição do CG oponente.
  • 18. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-12 - REV.1 condições desfavoráveis inerentes à área de operações (clima hostil, endemias, falta de água potável etc). Assim, a proteção compreende dois aspectos: um de caráter operativo e outro de caráter logístico. O caráter operativo da proteção inclui o emprego das forças de segurança e de cobertura, a dispersão, o uso de cobertas, abrigos, camuflagem e fortificações, o despistamento, o controle das próprias emissões eletromagnéticas, a supressão ou neutralização das armas e da capacidade de manobra do inimigo (emprego de carros de combate, aeronaves, armas de destruição em massa) e o emprego de operações civis-militares, estas visando criar e manter uma percepção favorável da população local sobre as nossas Forças. O caráter logístico da proteção abrange os cuidados com o Fuzileiro Naval e inclui medidas de higiene em campanha, de medicina preventiva, o apoio de saúde em geral, o rodízio entre elementos de primeiro escalão, o emprego de tropas descansadas, o recompletamento de pessoal, o fluxo adequado de suprimentos e a manutenção dos equipamentos e equipagens. 1.5.7 - Mobilidade e Contramobilidade Uma tropa obtém vantagem em relação ao oponente aumentando sua capacidade de deslocamento ou degradando a mobilidade do inimigo (contramobilidade). A manobra considera o movimento relativo de Forças no campo de batalha, com a finalidade de colocar as Forças inimigas em desvantagem (psicológica, tecnológica, temporal, espacial, numérica ou de poder de combate), tendo sua eficácia potencializada quando as Forças amigas podem valer-se de elevada mobilidade, impõem medidas de contramobilidade às Forças adversas e exploram as ações de despistamento ou fintas. Uma tropa de Fuzileiros Navais tem sua mobilidade incrementada quando: - dotada de meios de transporte; - a trafegabilidade das vias de transporte e do terreno é melhorada; - seu movimento é apoiado pelo fogo; - suas equipagens são dimensionadas para manter a efetividade em combate com dimensões reduzidas (menos peso e volume, sem perder eficiência); e - os efeitos das medidas de contramobilidade do inimigo são minorados. Assim, as tarefas relacionadas à mobilidade envolvem aberturas de brechas, melhoramentos de estradas, construção de pontes, transposição de cursos d'água, remoção de obstáculos, manutenção das condições de circulação no Espaço de Batalha, identificação de itinerários desbordantes em áreas contaminadas ou minadas, dentre outras.
  • 19. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 1-13 - REV.1 A contramobilidade nega ou dificulta a mobilidade das Forças oponentes, limitando sua manobra e reduzindo a eficácia de seus fogos. As tarefas relacionadas à contramobilidade incluem o lançamento de obstáculos ao longo de suas prováveis vias de acesso em coordenação com fogos, acionamento do plano de barreiras, destruição de pontes, dentre outras.
  • 20. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-1 - REV.1 CAPÍTULO 2 OS FUZILEIROS NAVAIS 2.1 - CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS O CFN, parcela inalienável da Marinha do Brasil, é vocacionado para a projeção de poder, por meio de Operações Anfíbias. Além disto, em face de suas características, reúne atributos que o tornam capaz de ser empregado em uma ampla gama de operações militares e atividades subsidiárias, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa10 : “Para assegurar sua capacidade de projeção de poder, a Marinha possuirá, ainda, meios de Fuzileiros Navais, em permanente condição de pronto emprego. A existência de tais meios é também essencial para a defesa das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e ilhas oceânicas nas águas jurisdicionais brasileiras, para atuar em operações internacionais de paz, em operações humanitárias, em qualquer lugar do mundo. Nas vias fluviais, serão fundamentais para assegurar o controle das margens durante as operações ribeirinhas [...]”. 2.2 - CARÁTER NAVAL E ANFÍBIO As Forças de Fuzileiros Navais, como parcela do Poder Naval, possuem as características de flexibilidade, versatilidade, mobilidade e permanência. Seus soldados-marinheiros são aptos tanto para a vida de bordo como para o combate em terra e os seus meios são apropriados para o embarque em navios e posterior desembarque em terra. 2.3 - EIXOS ESTRUTURANTES O preparo e o emprego do CFN são balizados por três eixos estruturantes, interdependentes e complementares, que direcionam o desenvolvimento da doutrina, do material e dos recursos humanos do Corpo, a saber: - Operação Anfíbia (OpAnf): eixo que preconiza o constante aperfeiçoamento da capacidade de realizar Operações Anfíbias. Ao se preparar para essas complexas operações, as Forças de Fuzileiros Navais estarão, também, aptas a conduzir outras de diferentes naturezas e envergaduras. Este eixo garante identidade institucional e conforma o perfil operacional do CFN; - Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav): eixo que consiste no emprego das Forças de Fuzileiros Navais organizadas, prioritariamente, sob a forma de GptOpFuzNav, que é uma organização para o combate nucleada por tropa de Fuzileiros 10 A Estratégia Nacional de Defesa foi aprovada pelo Decreto nº 6703, de 18 de dezembro de 2008.
  • 21. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-2 - REV.1 Navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada segundo o conceito organizacional de componentes, e que reúne os elementos constitutivos de acordo com a natureza de suas atividades. Esse modelo organizacional confere flexibilidade e versatilidade a seu Comandante, pois combina as capacidades e potencialidades dos meios de combate terrestre (incluindo os meios de apoio ao combate), aéreos (incluindo os meios de controle aerotático e defesa antiaérea) e logísticos, integrados por uma estrutura de comando e controle. Esse conceito será detalhado no capítulo 4; e - Guerra de Manobra: o CFN privilegia a adoção do estilo de Guerra de Manobra, para o emprego do GptOpFuzNav, sem descartar os preceitos da Guerra de Atrito. Esse estilo de guerra é naturalmente apropriado ao emprego de Força que tenha de se engajar em combate, sem condições favoráveis para o emprego do princípio da massa ou em áreas de frentes muito amplas que dificultem a concentração de seu poder de combate, como normalmente ocorre nas Operações Anfíbias. 2.4 - CONJUGADO ANFÍBIO O Conjugado Anfíbio se traduz em uma Força Naval, com um GptOpFuzNav embarcado juntamente com os meios aeronavais adjudicados, em condições de cumprir missões relacionadas às tarefas básicas do Poder Naval. Em virtude de suas capacidades intrínsecas, o Conjugado Anfíbio proporciona ao Poder Naval as condições apropriadas para a condução de ações em um amplo espectro de operações, atuando em cenários estratégicos de interesse, como vetor de pronta-resposta a crises ou outras contingências. A possibilidade de exploração da liberdade de navegação, usando o mar como espaço de manobra, permite o posicionamento de Forças Navais nas proximidades de áreas críticas, em águas internacionais ou jurisdicionais brasileiras para intervir, quando e como necessário, sem comprometer juridicamente a soberania do Estado-alvo. Esse posicionamento estratégico do Conjugado Anfíbio cria condições vantajosas, no campo diplomático, para que os líderes políticos negociem a contenção ou distensão de crises. 2.5 - CARÁTER EXPEDICIONÁRIO A capacidade expedicionária do CFN decorre da existência de uma tropa de pronto- emprego, autossustentável e adequadamente aprestada para cumprir missões por tempo limitado, sob condições austeras e em área operacional distante de sua base. Cabe destacar que expedicionário há que ser o Conjugado Anfíbio e não, unicamente, os
  • 22. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-3 - REV.1 Fuzileiros Navais, pois, seu principal vetor de mobilidade estratégica são os meios navais da MB, que proporcionam aos GptOpFuzNav a necessária logística de sustentação. 2.6 - GRADUALISMO NO EMPREGO Os GptOpFuzNav, estruturados com a possibilidade de serem expandidos ou reduzidos, estão em condições de cumprir extensa gama de tarefas, podendo ser empregados em operações com diferentes níveis de violência, desde missões de combate até as humanitárias, e em ambientes operacionais diversos. 2.7 - RECURSOS HUMANOS - O FUZILEIRO NAVAL O Fuzileiro Naval é o principal patrimônio do CFN. Seus homens e mulheres, todos voluntários e profissionais, são admitidos em concurso público de âmbito nacional e submetidos a rigoroso processo de seleção e treinamento. Ao longo da carreira, o Fuzileiro Naval é formado e continuamente instruído, apoiado e avaliado, a fim de atingir a qualificação profissional requerida para pertencer a uma tropa anfíbia, assumindo funções que exigem crescentes níveis de responsabilidade e capacitação. Adicionalmente, o apoio prestado pela MB às famílias desses combatentes anfíbios é fundamental para que tenham o cumprimento da missão como farol, proporcionando-lhes a tranquilidade e o equilíbrio emocional necessários as suas permanências embarcados e/ou em combate, ou nas diversas situações em que possam ser empregados por longos períodos afastados de seus lares. 2.8 - LIDERANÇA Liderança é a habilidade de influenciar um indivíduo ou um grupo de pessoas para que ajam, voluntariamente, na busca de um objetivo comum, realizando suas tarefas com maior efetividade, se comparado ao seu desempenho sem esta influência. A história militar evidencia a importância da liderança nos conflitos, pois ela influencia diretamente no poder de combate das Forças, razão pela qual o CFN dedica atenção prioritária e constante ao assunto. O exercício da liderança é desenvolvido, cotidianamente, em todas as Unidades do CFN, em todos os níveis hierárquicos, seja nas instruções ou no comportamento habitual de cada Fuzileiro Naval. Como parte da preocupação dos líderes devem figurar os cuidados inerentes às condições de higiene, ao conforto da tropa e à capacitação técnica de seus subordinados, e que todos tenham a exata compreensão das tarefas a serem desempenhadas.
  • 23. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-4 - REV.1 O exercício da liderança é imprescindível para os Fuzileiros Navais, particularmente para os GptOpFuzNav que realizam OpAnf, em que a edificação do poder em terra normalmente implica em fracionamento das Unidades. É requerido dos líderes iniciativa para realizar a transição da organização para o desembarque para a organização tática para o combate que foi planejada para atender à ideia de manobra em terra. O culto ao exemplo, à motivação, à valorização do subordinado e ao espírito de corpo, a conscientização da relação líder-liderado e a emissão de ordens claras e precisas são parâmetros basilares para o desenvolvimento da liderança no CFN. 2.9 - MATERIAL O material do CFN garante a efetividade no emprego dos GptOpFuzNav. A letalidade, mobilidade e proteção, dentre outros, são fatores de multiplicação do poder de combate dos Fuzileiros Navais. O material operativo do acervo do CFN possui certas peculiaridades, as quais estão em consonância com as características anfíbias e expedicionárias exigidas para o emprego dos Fuzileiros Navais, quais sejam: - ser leve, para possibilitar seu transporte de forma rápida e segura; - ser compatível com o embarque, a permanência a bordo e o desembarque de navios anfíbios e embarcações de desembarque; - ser flexível, para permitir seu emprego em diferentes ambientes operacionais; e - ser resistente à ação direta da água salgada e ao contato com a areia de praia. 2.10 - DOUTRINA A doutrina pressupõe um entendimento comum sobre como traduzir os ditames estratégicos em táticas, técnicas e procedimentos uniformes e eficazes. Guardando aderência à realidade, busca formular, disseminar, validar e utilizar os conceitos que servirão para organizar, equipar e adestrar as tropas para um adequado e coerente emprego. Associada aos recursos humanos e ao material do CFN, a doutrina compõe um dos pilares sobre o quais repousam a filosofia de preparo e do emprego dos GptOpFuzNav, que é centrada nos preceitos da OpAnf e da Guerra de Manobra. A doutrina no CFN é tratada como um processo contínuo, cíclico, sistematizado e integrado. Nesse contexto, o CFN dispõe de um Sistema de Gestão do Conhecimento que desenvolve11 , produz12 , armazena e dissemina o conhecimento, garantindo efetividade e uniformidade na aplicação de táticas, técnicas e procedimentos, assim como contribuindo 11 Entende-se por desenvolver conhecimento o aprimoramento de assunto já existente. 12 Na produção, o conhecimento é gerado a partir de dados ou informações a respeito de um tema ainda não estudado.
  • 24. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-5 - REV.1 para a ampliação da capacidade de combate, particularmente dos GptOpFuzNav. A doutrina, sendo contínua e cíclica, busca adequar-se às permanentes demandas do combate, particularmente quanto ao aperfeiçoamento de procedimentos e ao estado da arte na obtenção e manutenção do material, adaptando-se rapidamente às evoluções tecnológicas e bélicas. Os procedimentos oriundos das lições aprendidas são analisados, podendo ser incorporados à doutrina, realimentando-a e contribuindo para seu aperfeiçoamento. A sistematização é caracterizada por um planejamento de longo prazo e pela metodologia empregada para formulação e aperfeiçoamento da doutrina. A doutrina não deve ser considerada como um dogma. Ela é aperfeiçoada à medida que evoluem as circunstâncias, subordinando-se, irremediavelmente, aos ditames dos Princípios de Guerra, os quais guardam estreita correlação com a natureza humana. 2.11- ENSINO O ensino no CFN, de acordo com o previsto na Lei de Ensino da Marinha, obedece a um processo contínuo, progressivo e verticalizado de educação, com características próprias, constantemente atualizado e aprimorado, desde a formação inicial até os níveis mais elevados de qualificação, observando os seguintes princípios: - integração à educação na Marinha; - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; - garantia de padrão de qualidade; - profissionalização contínua, progressiva e verticalizada; - preservação da ética, dos valores militares e das tradições navais; - avaliação integral e contínua; - titulações próprias ou equivalentes às de outros sistemas de ensino; e - efetivo aproveitamento da qualificação adquirida, em prol da Instituição. O desempenho nos cargos e funções previstos na estrutura organizacional do CFN, na paz e na guerra, requer que o processo forneça aos Fuzileiros Navais conhecimentos para: assegurar a base humanística e científica necessária ao preparo militar e ao desenvolvimento da cultura em geral; proporcionar a habilitação para o exercício de funções operativas e técnicas e para a realização de atividades especializadas; e desenvolver as qualidades morais, cívicas e físicas, assim como para transmitir conhecimentos essencialmente militares e navais. 2.12 - ADESTRAMENTO O propósito do adestramento é preparar os Fuzileiros Navais e os GptOpFuzNav para que
  • 25. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-6 - REV.1 estes, quando empregados, apliquem os preceitos doutrinários com correção e obtenham êxito em suas ações, razão pela qual os exercícios devem se aproximar, tanto quanto possível, das condições do combate. O adestramento, tendo como foco as OpAnf por se tratar da mais complexa das operações militares, deve ser progressivo, buscando um constante aprimoramento profissional. Suas metas devem ser gradativas, iniciando com o desenvolvimento de habilidades básicas individuais, essenciais para o sucesso durante o combate e emprego de pequenas frações, culminando com o adestramento, como um todo, do GptOpFuzNav. A efetividade do adestramento deve ser medida pela aplicação de parâmetros que permitam a aferição do grau de eficiência atingido pelas Unidades operativas. Os adestramentos devem contemplar uma sistemática para avaliação de exercícios a ser seguida, tendo parâmetros básicos para aferição do seu rendimento. Os Programa de Treinamento das Unidades Operativas do CFN, particularmente dos GptOpFuzNav, devem ser norteados pelos seguintes princípios: - exercitar como irá combater; - comprometer os Comandantes, em todos os níveis, com o treinamento; - exercitar em busca de resultados pré-estabelecidos; - exercitar buscando integrar todos os elementos constitutivos do GptOpFuzNav; e - exercitar para manter a capacidade operacional já obtida. É imprescindível a coleta e análise dos resultados obtidos no adestramento, os quais deverão ser disseminados a título de lições aprendidas, contribuindo para melhorar o desempenho dos GptOpFuzNav. 2.13 - ESPECIFICIDADE LOGÍSTICA Na Arte da Guerra, a Logística é a ciência dos detalhes. O caráter naval e a vocação expedicionária norteiam a atividade logística dos GptOpFuzNav, considerada peculiar em decorrência de sua condição de pronto-emprego e da necessidade de se apoiar, a partir do mar, tropas que atuam em terra e possuem limitado poder de combate inicial assim que desembarcam. As atividades logísticas devem ser conduzidas para sustentar e impulsionar as ações desenvolvidas pelos GptOpFuzNav, sendo a aplicação adequada da Logística um multiplicador de seu poder de combate. O caráter expedicionário dos GptOpFuzNav, particularmente com relação aos conceitos de autossustentabilidade e de permanência embarcada, impacta diretamente na
  • 26. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-7 - REV.1 especificidade logística dos Fuzileiros Navais, pela necessidade de disponibilidade de espaço a bordo dos navios, para que o carregamento do material e dos suprimentos atenda aos aspectos operativos da missão. Dessa forma, busca-se reduzir o volume e o peso do material do CFN, sem comprometer a capacidade de combate dos GptOpFuzNav. Assim, a permanência de um GpOpFuzNav com plena capacidade operacional requer um planejamento logístico detalhado, uma preparação minuciosa da tropa e do seu material, bem como um apoio logístico continuado. Cabe ressaltar, que as imposições logísticas estabelecem limites para o que é operacionalmente possível. 2.14 - ATIVIDADES DE FUZILEIROS NAVAIS Os GptOpFuzNav realizam, para o cumprimento das missões a eles atribuídas, diversas atividades, que são harmoniosamente integradas e grupadas segundo as características funcionais das tropas de Fuzileiros Navais. Estas atividades são classificadas como de Combate (Cmb), de Apoio ao Combate (ApCmb) e de ApSvCmb. 2.14.1 - Atividades de Combate (Cmb) Os elementos de combate destinam-se à realização das operações ofensivas e defensivas propriamente ditas, bem como ações de comandos. Os elementos de combate são organizados para a execução de tarefas que normalmente exigem o contato direto com o oponente. A Infantaria é a tropa de combate básica dos GptOpFuzNav. a) Infantaria No combate, a Infantaria combina fogo, movimento e ação de choque. Tal técnica consiste, inicialmente, na progressão da tropa sob a proteção e apoio de uma base de fogos. A Força que se movimenta busca o contato com o inimigo, enquanto a base de fogos procura reduzir a interferência dele no referido deslocamento e, se possível, destruí- lo. Por sua vez, a ação de choque consiste no impacto físico e psicológico imposto ao inimigo pela associação dos fogos e do movimento - a manobra - com o reforço, quando for o caso, da proteção blindada. Assim, a ação de choque variará desde o assalto realizado pelo combatente a pé, realizando fogos potentes a curta distância, empregando o combate corpo-a-corpo e apoiado por fogos, até a utilização de elementos blindados em apoio. A Infantaria é capaz de progredir praticamente em todos os tipos de terreno e sob
  • 27. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-8 - REV.1 quaisquer condições climáticas e meteorológicas, em pequenas frações, o que dificulta ao inimigo detectar a sua aproximação. Na ofensiva, a Infantaria deve localizar e cerrar sobre o inimigo para destruí-lo ou capturá-lo; na defensiva deve manter o terreno, repelindo o inimigo ou destruindo-o pelo contra-ataque, pelo fogo ou combate aproximado. Em virtude dessas características e devido ao contato direto com o inimigo, os elementos de Infantaria estão mais sujeitos às baixas de pessoal, o que requer destes combatentes moral elevado, resistência física, tenacidade e liderança em todos os níveis. b) Operações Especiais (nas Ações Diretas / Ações de Comandos) As Operações Especiais (OpEsp) são aquelas realizadas por pessoal especialmente selecionado e adestrado, empregando meios não convencionais e executando ações também não convencionais, com o propósito de destruir ou danificar objetivos específicos, capturar ou resgatar pessoal ou material, coletar dados, despistar e produzir efeitos psicológicos. Normalmente são operações de duração limitada e, geralmente, exploram a surpresa, rapidez e ação de choque. c) Blindados (nas ações de combate) Em situações em que a análise dos fatores da decisão recomende, os Carros de Combate (CC) podem ser empregados como peça de manobra, cumprindo tarefas táticas ofensivas e defensivas, em particular aquelas onde as características dos blindados implicam no emprego desses meios. Para tal, os CC deverão contar com o apoio da Infantaria que estará, preferencialmente, apoiada por Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Sobre Lagartas (VBTP SL), Carros-Lagarta Anfíbios (CLAnf) ou Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Sobre Rodas (VBTP SR). 2.14.2 - Atividades de Apoio ao Combate (ApCmb) As atividades de apoio ao combate destinam-se a proporcionar apoio de fogo, apoio ao movimento, apoio à capacidade de Comando e Controle e à proteção do GptOpFuzNav como um todo. a) Apoio Aéreo (ApAe) O ApAe exerce um papel fundamental no desenvolvimento das ações em terra, compreendendo, além do transporte tático, dentre as atividades de ApCmb, as ações de Apoio Aéreo Ofensivo (ApAeOf).
  • 28. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-9 - REV.1 A utilização de aeronaves possibilita a exploração da terceira dimensão do combate nos campos de batalha, fator multiplicador de poder de combate, contribuindo decisivamente para o cumprimento das missões dos GptOpFuzNav. Esse emprego constitui o Apoio ApAe. O ApAe em proveito da manobra dos GptOpFuzNav é dividido em dois grandes grupos: ApAeOf e Apoio Logístico (ApLog) por aeronaves. Na Fig 2.1 são apresentadas as atividades nas quais o ApAeOf é dividido: Fig 2.1 – Apoio Aéreo Ofensivo b) Apoio ao Desembarque (ApDbq) A atividade de ApDbq é o grande diferencial do emprego dos Fuzileiros Navais em relação às Operações Terrestres convencionais. Compreende ações realizadas por elementos especializados que, nas OpAnf, preparam as Praias de Desembarque (PraDbq), para Embarcações de Desembarque (ED) e CLAnf, e Zonas de Desembarque (ZDbq), para helicópteros, facilitando o movimento da tropa e seu material, desde os primeiros momentos do assalto. Neste contexto, com o estabelecimento das PraDbq e/ou ZDbq, o apoio ao desembarque inclui o balizamento e a orientação das tropas que desembarcam em vagas iniciais de assalto [Movimento Navio-para-Terra (MNT) por superfície e helitransportado] com o respectivo controle dos efetivos, a indicação de posições de tropas inimigas, a indicação de passagens em obstáculos localizados nas PraDbq, o auxílio ao fornecimento de itens críticos de suprimentos nos momentos iniciais, a catalogação do material salvado e capturado, dentre outras atividades.
  • 29. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-10 - REV.1 c) Apoio de Fogo Naval (ApFN) O ApFN em uma OpAnf contribui, em conjunção com outras armas, para o cumprimento da missão da Força de Desembarque (ForDbq), tendo grande importância, particularmente quando, em face da situação militar do inimigo, for impossível o desembarque da Artilharia de Campanha nos primeiros momentos do MNT e quando as condições meteorológicas limitarem o emprego do ApAe. O ApFN é empregado para a destruição ou neutralização de instalações terrestres e defesas que se opuserem à aproximação dos navios e aeronaves, e ao desembarque das tropas. Provê, ainda, o permanente apoio à progressão das tropas no terreno depois de efetivado o desembarque. O ApFN pode, também, ser empregado para apoiar outros tipos de operações terrestres quando estas ocorrerem próximo ao litoral. d) Artilharia de Campanha A Artilharia de Campanha é o principal meio de apoio de fogo orgânico dos GptOpFuzNav nas Operações de Guerra Naval. Graças à flexibilidade, alcance e poder de destruição de seus meios, pode ser empregada para apoiar os elementos de combate aplicando fogos sobre os escalões avançados do inimigo e seus meios de apoio de fogo, bem como aprofundando o combate por meio de fogos contra as instalações de comando, comunicações, sistemas de armas, logísticas e reservas do oponente. A Artilharia de tubo (obuseiros e morteiros) cerra, normalmente, à retaguarda dos elementos de combate, apoiando seu ataque e facilitando sua manobra. A Artilharia de mísseis e foguetes é de grande importância para aprofundar o combate, batendo alvos de interesse do Comando do GptOpFuzNav, particularmente posições inimigas mais distantes. Pode ser empregada, ainda, para bater meios navais quando em Operações de Defesa de Ilhas Oceânicas e de Instalações Navais. e) Blindados Os CC são empregados, primordialmente, no apoio, destruindo forças inimigas, suas armas, seus blindados e suas instalações. As VBTP SL, os CLAnf e as VBTP SR provêm à tropa embarcada proteção blindada, mobilidade e apoio de fogo, conferindo ação de choque às suas ações. Tais características associadas à flexibilidade, variedade de sistemas de comunicações e à reação imediata aos comandos recebidos delineiam a atuação dos blindados.
  • 30. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-11 - REV.1 Entretanto, os blindados possuem suas próprias limitações, além de estarem sujeitos às restrições causadas por obstáculos naturais e artificiais. Assim, para otimizar suas possibilidades, os blindados devem ser empregados prioritariamente em ações ofensivas e em combinação com a Infantaria, que lhes proporcionará proteção aproximada, compensando algumas das limitações supra. Por sua vez, a Infantaria terá sua ação de choque e segurança ampliadas pela atuação conjunta com os blindados. f) Comunicações e informática As comunicações e a informática permitem o estabelecimento de ligações bem como a transmissão de dados e ordens com rapidez, confiança e segurança, agilizando a tomada de decisão. Os sistemas devem ser confiáveis e flexíveis. O sucesso depende em grande parte da eficiência no desempenho das atividades de comunicações associadas com o emprego de sistemas de informações. Um sistema de comunicações eficaz contribui significativamente para o exercício do C2 por parte do Comando do GptOpFuzNav. g) Coordenação do Apoio de Fogo (CAF) O planejamento do apoio de fogo (ApF) é um processo cíclico e contínuo de seleção e análise de alvos, e da definição do meio que irá bater cada um deles. Esse processo visa primordialmente facilitar a manobra, como um todo, do Comandante do GptOpFuzNav, as ações de seus componentes, com vistas a neutralizar, retardar, iludir, degradar ou destruir as capacidades do inimigo, o que inclui o ataque por fogos às suas instalações, tropas em contato, reservas e tropas em condições de reforçar, além dos seus meios de Cmb, ApCmb e de ApSvCmb. O ApF é regido por princípios e fundamentos, que são regulados em manual que trata especificamente da CAF. Para que a execução desse planejamento do ApF seja integrada à manobra e ao ApLog, são exploradas as possibilidades e respeitadas as limitações das armas de apoio, de modo a se obter o máximo de eficiência, com segurança, no emprego de canhões navais, do armamento empregado por aeronaves, de obuseiros e morteiros da artilharia de campanha, e dos morteiros e mísseis orgânicos do BtlInfFuzNav que integra o núcleo do CCT. Em síntese, o planejamento do ApF deve considerar os seguintes pontos principais: apoio às Forças em contato; o atendimento à ideia de manobra; a integração com o
  • 31. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-12 - REV.1 conceito da operação e a continuidade do ApF. Os fogos de apoio, para que sejam aplicados segundo esses preceitos mencionados, devem ser rigorosamente coordenados para que não haja prejuízos à manobra e tampouco causem baixas pelo chamado “fogo amigo”. A CAF, por sua vez, consiste em um processo sistêmico de análise e decisão, que envolve o emprego simultâneo de múltiplos sistemas de armas, que sejam capazes de identificar e bater, prioritariamente, os alvos que materializem as VC e o CG inimigos, de modo a potencializar os efeitos desse fogos de apoio. A CAF torna-se efetiva quando integrada ao sistema de inteligência, em particular quanto à inteligência de alvos. A aplicação de princípios, fundamentos, métodos e medidas permissivas e restritivas, tal como especificado em manual próprio sobre a CAF, proporciona rapidez, associada à liberdade de manobra, necessária para o cumprimento da missão do GptOpFuzNav. Por se tratar da mais complexa das operações militares, a CAF nas Operações Anfíbias, particularmente durante o movimento-navio-para-terra (MNT), torna-se especialmente completa e complexa por envolver as três dimensões do combate (naval, terrestre e aéreo) em proveito do conceito da operação do Comandante da Força-Tarefa Anfíbia (a cargo do Centro de Coordenação das Armas de Apoio – CCAA) e do conceito da operação em terra do Comandante da Força de Desembarque (a cargo do Centro de Coordenação do Apoio de Fogo – CCAF). h) Defesa Antiaérea (DefAAe) A DefAAe desempenha, a partir do solo, a tarefa de destruir aeronaves hostis, tendo em vista a vulnerabilidade dos GptOpFuzNav aos ataques aéreos inimigos. Tal atuação exige um elevado grau de coordenação e centralização do controle, devendo ser levado em conta as respectivas características técnicas (alcance, autonomia, velocidade, tipo de armamento etc.) dos vetores aéreos inimigos, os meios disponíveis e a área a defender. Eventualmente, os meios antiaéreos podem ser utilizados contra alvos de superfície, complementando outros meios de apoio de fogo quando houver forte ameaça terrestre inimiga e pequena ameaça aérea. As atividades de DefAAe devem estar intimamente coordenadas e integradas às operações aéreas.
  • 32. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-13 - REV.1 i) Defesa Anticarro (DAC) Atividades de DAC são integradas em todo o sistema defensivo ou ideia de manobra dos GptOpFuzNav, sendo desenvolvidas em todo o Espaço de Batalha buscando reduzir a capacidade dos Bld inimigos o mais longe possível das posições dos GptOpFuzNav. Os CC, principal arma AC em terra, integram junto com as armas AC o sistema DAC, para barrar as vias de acesso para blindados do inimigo e proteger os flancos dos GptOpFuzNav. Além dos meios terrestres, os meios aéreos são empregados para proteger os GptOpFuzNav, executando o ApAe de forma a destruir as Unidades blindadas inimigas em profundidade. j) Defesa Nuclear, Bacteriológica, Química e Radiológica (DefNBQR) A DefNBQR, associada ou não a Artefatos Explosivos (NBQRe), compreende as diversas medidas adotadas por um GptOpFuzNav com a finalidade de se opor a quaisquer ataques realizados com o emprego de agentes NBQR, evitando, reduzindo ou eliminando os efeitos produzidos por estes tipos de agentes. O Sistema de Defesa NBQRe, portanto, se constituirá no conjunto de medidas a serem observadas antes, durante e após um ataque NBQRe, bem como os elementos especializados e suas organizações específicas e equipamentos. A DefNBQRe é responsabilidade de todos os componentes dos GptOpFuzNav. As tarefas de detecção e identificação de agentes NBQRe, consideradas como atividade de ApCmb, são cumpridas pelas Seções de Reconhecimento QBN (SecReconQBN) e por elementos especializados em Desativação de Artefatos Explosivos (DAE). k) Engenharia de Combate A Engenharia destina-se a ampliar o poder de combate dos GptOpFuzNav aumentando sua mobilidade e reduzindo a mobilidade das Forças inimigas (contramobilidade). Na defensiva, o Sistema de Barreiras deve ser integrado à DAC e ao Plano de Fogos. Os trabalhos que atendem ao propósito do aumento da mobilidade no apoio ao combate compreendem o reconhecimento de Engenharia, a manutenção da rede mínima de estradas e de campos de pouso, a abertura de passagens em obstáculos e áreas minadas, a desativação de artefatos explosivos, o lançamento de equipagens de transposição de cursos d’água e o levantamento de campos de minas visando,
  • 33. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-14 - REV.1 principalmente, manter a impulsão da Força apoiada. No que tange ao propósito da contramobilidade, grande esforço estará voltado para o lançamento de campo de minas anticarro, a execução de destruições, demolições e para o estabelecimento de obstáculos que retardem, canalizem ou detenham o inimigo, com a máxima exploração dos obstáculos naturais, visando economia de tempo e de meios de engenharia. Quanto às medidas de proteção, os equipamentos de engenharia poderão ser empregados nos trabalhos de organização do terreno, provendo excelente apoio na preparação de abrigos, instalações de órgãos de comando, de artilharia, bem como posições defensivas. Em situações de emergência, a Engenharia pode ser empregada, com limitações, como Infantaria. l) Guerra Cibernética (GC) A GC, também conhecida como Ciberguerra, é uma modalidade de guerra onde o “conflito” não ocorre em terra, ou no mar, ou no espaço, mas sim no espaço cibernético (ECiber). O ECiber é um ambiente não tangível formado por ativos de Tecnologia da Informação (TI) onde dados digitalizados são criados, armazenados, modificados, transitados e processados. Os armamentos utilizados neste tipo de guerra são conhecidos como artefatos cibernéticos, que se tratam de equipamentos ou sistemas empregados no ECiber para execução de ações de defesa, exploração e ataque. Tais ações em conjunto são denominadas ações de guerra cibernética. Uma ameaça cibernética, por exemplo, pode ser qualquer indivíduo, equipamento ou sistema com potencial para causar um incidente de TI. Considera-se combatente cibernético como sendo o indivíduo que emprega artefatos cibernéticos para realizar ações de GC. De forma geral, os alvos da GC são as infraestruturas críticas, assim consideradas as instalações, serviços, bens ou sistemas que, caso tenham a sua operação comprometida, afetam o cumprimento da missão de uma organização. O risco cibernético é a probabilidade de ocorrência de um ataque associado à magnitude do dano por ele provocado. Os ataques cibernéticos são passíveis de ocorrer porque os sistemas computacionais possuem vulnerabilidades, com os mais diversos propósitos, tais como: subtração de
  • 34. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-15 - REV.1 dados; conhecimento das vulnerabilidades de redes e dispositivos; alterações de páginas na internet; interrupção de serviços; e degradação da infraestrutura crítica. Mesmo nas redes segregadas ou sistemas isolados, observa-se a existência de vulnerabilidades nos mesmos patamares das redes conectadas. De fato, não há segregação total, pois alguma rede ou dispositivo, mesmo dito isolado, são acessados por dispositivos que, em outro momento, estiveram ou estarão conectados à internet. Assim sendo, as Forças estarão mais ou menos vulneráveis à medida que sejam capazes de detectar, corrigir ou proteger estas falhas presentes no seu ECiber. m) Guerra Eletrônica (GE) A GE é o conjunto de ações que se utiliza do espectro eletromagnético para coletar dados sobre o inimigo, negar o uso do espectro por parte do inimigo e proteger o nosso uso do espectro contra as ações ofensivas inimigas. A utilização do espectro para a coleta de dados sobre o inimigo é integrada à atividade de inteligência. Essa vertente é chamada de Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica (MAGE). A negação do uso do espectro por parte do inimigo é integrada às ações táticas. Deve possuir emprego pontual devido ao grau de exposição à Força adversa. Essa ação é chamada de Medida de Ataque Eletrônico (MAE). As ações que visam proteger nossas emissões são chamadas de Medidas de Proteção Eletrônica (MPE). n) Reconhecimento e Vigilância (RecVig) As atividades de RecVig são realizadas por todos os escalões de tropa. Os elementos de operações especiais, normalmente, operam em proveito do GptOpFuzNav como um todo. As atividades de RecVig compreendem ações realizadas por militares com ou sem auxílio de equipamentos, como, por exemplo, radares e sensores, satélites e aeronaves tripuladas ou não. 2.14.3 - Atividades de ApSvCmb Os elementos de ApSvCmb são responsáveis pelo apoio logístico aos GptOpFuzNav, executando várias tarefas que, agrupadas em atividades afins, constituem as seguintes funções logísticas: recursos humanos, saúde, suprimento, manutenção, engenharia, transporte e salvamento. A reunião de atividades funcionais em funções logísticas tem o propósito de facilitar
  • 35. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-16 - REV.1 a organização, o planejamento, a execução e o controle do ApLog. Cabe, ainda, ressaltar que muitas vezes elas se interrelacionam ou se complementam. Enquadram-se, também, nas atividades de ApSvCmb, o Serviço de Polícia (SP) e as demais atividades da Defesa NBQRe. a) Recursos Humanos Os GptOpFuzNav ativados para emprego em operações são priorizados quanto ao recebimento do pessoal em quantidade e com a capacitação profissional necessária ao cumprimento de sua missão. Caso necessário, o Cmt do GptOpFuzNav levantará suas necessidades de pessoal, assim como as qualificações específicas desse pessoal, a fim de providenciar junto ao seu Comando superior o recompletamento e a qualificação necessários ao cumprimento de sua missão. Normalmente, essa função logística refere-se ao controle de efetivos, recompletamentos, controle de extraviados, assistência religiosa, moral, justiça e disciplina, dentre outros aspectos. Com relação à atividade de bem-estar e manutenção do moral da tropa, visa manter as condições psicossociais adequadas ao cumprimento da missão. Compreende ações voltadas para o atendimento de necessidades como: repouso, recuperação, recreação, suprimento reembolsável, serviço de assistência social, serviço de assistência religiosa, serviço postal, serviço de lavanderia e sepultamento. b) Saúde O apoio de saúde (médico e odontológico) é prestado visando a conservação do poder combatente dos GptOpFuzNav, o que é conseguido por meio da execução de medidas de medicina preventiva e de reabilitação. É o conjunto de atividades relacionadas com a conservação do pessoal, nas condições adequadas de aptidão física e psíquica, por intermédio de medidas sanitárias de prevenção e recuperação, para que a tropa tenha plenas condições de cumprir suas tarefas. As atividades da função logística saúde consistem no levantamento das necessidades, determinação dos padrões psicofísicos, seleção médica, medicina preventiva e medicina curativa. Ressalta-se a importância dos procedimentos de primeiros-socorros individuais, a capacitação profissional dos enfermeiros e a existência de cadeias de evacuação
  • 36. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-17 - REV.1 claramente definidas para que o GptOpFuzNav minimize suas perdas de pessoal em situações de combate. c) Suprimento É o conjunto de atividades que trata da previsão e provisão do material, de todas as classes, necessário ao GptOpFuzNav, permitindo o dimensionamento da estrutura para o fornecimento dos diversos itens e o estabelecimento e manutenção do fluxo de ressuprimento. O suprimento pode ser obtido no TO/Área de Operações (AOp) ou vir de fora. O armazenamento deve considerar níveis de estoque (operacional, segurança, reserva e máximo) compatíveis com sua missão. No planejamento inicial do GptOpFuzNav, devem ser previstos níveis mínimos de estoque de suprimentos que garantam sua sobrevivência em combate (autossuficiência), devido a possíveis óbices para implementação do ressuprimento planejado. d) Manutenção A realização da manutenção preventiva e corretiva dos meios é fundamental para que o GptOpFuzNav possa cumprir sua missão. Para tal, deve ser realizado o levantamento das necessidades quanto a instalações, pessoal qualificado e material (ferramental e sobressalentes) para atender às especificidades de cada GptOpFuzNav ativado. As manutenções pré-operação, durante e pós-operação nos meios são fundamentais para que o GptOpFuzNav mantenha a disponibilidade de seus meios e, por conseguinte, se mantenha operacional. e) Engenharia É o conjunto de atividades que são executadas, visando ao planejamento e à execução de obras e de serviços com a finalidade de obter e adequar a infraestrutura física e as instalações existentes às necessidades dos GptOpFuzNav. As atividades de engenharia têm um sentido técnico combinado com uma necessidade logística. Desta forma, nem sempre é possível estabelecer uma nítida distinção entre os trabalhos de engenharia que são relacionados às tarefas de ApCmb e de ApSvCmb. Alguns trabalhos para aumento de mobilidade, como construção de pontes, assessoria técnica, levantamentos topográficos, desenvolvimento e manutenção de campos de
  • 37. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-18 - REV.1 pouso e vias de transporte ou reparação de uma estrada para atender ao deslocamento do escalão de ataque, tarefas nitidamente de ApCmb, permitirão o deslocamento de seus suprimentos, e podem ser considerados também de ApSvCmb. Quanto às medidas de proteção, os equipamentos de engenharia também poderão ser empregados na preparação de instalações logísticas, principalmente abrigos para suprimentos críticos, permitem um maior grau de sobrevivência às Forças apoiadas. Apesar disso, pode-se afirmar que as atividades voltadas para ampliar as condições de bem-estar dos GptOpFuzNav, são tarefas exclusivamente de ApSvCmb. Tais atividades não contribuem diretamente para a condução das operações, porém melhoram as condições de conforto de uma tropa e aumentam sua capacidade de durar na ação. Dentre elas destacam-se a geração de energia, a produção de água potável e o apoio em construção de instalações. f) Transporte Desde o fornecimento de suprimentos, passando pela evacuação de Prisioneiros de Guerra (PG) e de feridos, transporte de refugiados, até a coleta de salvados, a eficácia da realização de todas as atividades de ApSvCmb depende do correto dimensionamento da estrutura de apoio de transporte, da distribuição apropriada de meios e do gerenciamento dos recursos dentro de prioridades pré-estabelecidas. Assim, além das viaturas estarem disponíveis, há a necessidade de que sejam confiáveis e provejam a mobilidade e proteção necessária para cada tipo de missão dos GptOpFuzNav, requerendo motoristas e operadores qualificados a conduzí-las de acordo com as condições de trafegabilidade da AOp. g) Salvamento É o conjunto de atividades que são executadas visando a salvaguarda e o resgate de recursos materiais, suas cargas ou itens específicos do GptOpFuzNav. O salvamento consiste em combater incêndios, controlar avarias, rebocar e, no caso do material específico do GptOpFuzNav, desatolar viaturas e equipamentos, reflutuar Viaturas Anfíbias (VtrAnf) e recuperar suas cargas ou itens específicos. h) Serviço de Polícia Conjunto de atividades relacionadas diretamente com a segurança de instalações e comboios, com o estabelecimento de postos de controle de trânsito, com ações de controle de distúrbios e trato com os PG.
  • 38. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 2-19 - REV.1 i) DefNBQRe Conforme supracitado, a DefNBQRe é responsabilidade de todos os componentes dos GptOpFuzNav. As tarefas de descontaminação e detoxificação, consideradas como atividades de ApSvCmb, são cumpridas pelas Seções de Descontaminação QBN (SecDesconQBN). 2.15- TRADIÇÕES E ESPÍRITO DE CORPO As tradições, materializadas pelo legado dos Fuzileiros Navais de ontem, devem ser cultuadas pelos militares do presente e transmitidas aos do futuro, perpetuando o CFN no tempo. O culto às tradições não pressupõe estagnação ou obsolescência. Ao contrário, perpetua a identidade e fortalece o espírito de corpo, característica irrefutável do CFN, que deve ser preservada e desenvolvida em todos os níveis, devido aos seus incontestes reflexos no moral da tropa.
  • 39. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-1 - REV.1 CAPÍTULO 3 GUERRA DE MANOBRA 3.1 - GENERALIDADES Conforme apresentada no capítulo 1, a Guerra de Manobra é um estilo de condução do conflito em que, em síntese, é priorizada a aproximação indireta, na busca de se abordar o inimigo a partir de uma posição vantajosa, com o propósito de romper a coesão mental de suas Forças. Os conceitos a seguir apresentados fornecem o necessário embasamento para um melhor entendimento da Guerra de Manobra. 3.2 - O CICLO OODA O Ciclo OODA, também denominado de Ciclo de Boyd ou Ciclo de Decisão, é a principal base teórica empregada na Guerra de Manobra, segundo a qual as ações no combate são desenvolvidas na sequência OBSERVAÇÃO - ORIENTAÇÃO - DECISÃO - AÇÃO (OODA), de forma cíclica, conforme apresentado na Fig 3.1. Fig 3.1 - Representação gráfica do Ciclo OODA O Ciclo OODA é formado por quatro etapas. Na primeira (observação), é percebida uma mudança no curso dos acontecimentos; na segunda (orientação), é produzida uma imagem mental da nova situação; na terceira (decisão), chega-se à forma da conduta a ser desenvolvida; e na última (ação), são implementadas as ações decorrentes da decisão tomada, voltando-se à etapa da observação e, assim, sucessivamente. A chave para o sucesso na solução de um problema militar é ter mecanismos que façam esse ciclo girar mais rapidamente que o do seu oponente, ou seja, a realização de um ciclo com menor duração por nossas Forças, sempre em comparação com o do inimigo, fará com que este tenha grande dificuldade em completar o seu ciclo, prejudicando a sua orientação e/ou fazendo com que sua conduta se torne inoportuna ou inapropriada, devido
  • 40. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-2 - REV.1 à alteração da situação para a qual esta foi inicialmente idealizada, obrigando-o a reagir às ações de nossas Forças (ver Fig 3.2). Fig 3.2 - O Ciclo OODA - Oponente x nossas Forças Tendo sido o oponente sucessivamente sobrepujado por ritmo e velocidade superiores do ciclo OODA executado por nossas Forças, ele tenderá a ter sua coesão mental deteriorada, redundando na sua incapacidade de lidar com a situação em tela. Uma Força que execute um Ciclo de Decisão mais rápido tem grande vantagem sobre outra na qual o processo é mais lento, criando oportunidades e assegurando a iniciativa das ações. A execução de um rápido e eficiente processo decisório traz enorme vantagem àquele que, gerando um ritmo intenso, consiga, mais rapidamente, desestabilizar e, consequentemente, retardar o ciclo do oponente, gerando a desordem ou a destruição de sua coesão física, mental ou moral. 3.3 - CENTRO DE GRAVIDADE O Centro de Gravidade (CG) é uma fonte de força, poder e resistência física ou moral que confere ao contendor, em ultima análise, a liberdade de ação para utilizar integralmente seu poder de combate. Poderá ser constituído por um aspecto material, como uma Unidade específica ou sistema de armas, ou não material, como uma liderança especialmente estimuladora ou a vontade de combater. O comprometimento do CG implicará uma redução significativa da capacidade do
  • 41. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-3 - REV.1 contendor de influir nas ações. Tropas que se opõem possuirão, normalmente, um CG para cada nível de condução/decisão da guerra, sendo também possível que estes CG variem no tempo. A identificação dos CG, por muitas vezes, é complexa, em função da variedade de aspectos que podem ser considerados como tal. Entretanto, há a necessidade de selecionar um deles como alvo do esforço, o que poderá ser feito por meio da análise do impacto de seu comprometimento ou perda para o inimigo e da sua acessibilidade. 3.4 - VULNERABILIDADES CRÍTICAS As Vulnerabilidades Críticas (VC) são pontos fracos do CG que, ao serem exploradas, resultarão na desestabilização ou destruição do CG oponente. A cada CG pode estar relacionada uma ou mais VC. É importante que a VC seja acessível pelo contendor oposto para poder ser assim considerada. As VC são dependentes da evolução da situação, podendo, em um determinado período, ser como tal enquadradas, deixando de sê-las logo a seguir. Da mesma forma, aquilo que está vulnerável poderá, rapidamente, deixar de estar. Deve-se estar atento para proteger nossas VC e perceber e explorar as inimigas, por vezes passageiras e fluidas. Caso não sejam identificadas VC do inimigo, ações preparatórias devem ser realizadas para criá-las. Em resumo, as VC devem conter as seguintes características: serem vulneráveis a ações adversas e serem vitais para o perfeito funcionamento do sistema de combate, permitindo o acesso e a consequente desestabilização do CG considerado. 3.5 - SUPERFÍCIES E BRECHAS Para simplificar o entendimento, Superfícies assemelham-se aos fatores de força do inimigo e as Brechas aos fatores de fraqueza do inimigo, podendo ambos existirem sob a forma física ou não. Assim, a atuação direta contra uma Superfície imporia um embate difícil e prolongado, ao passo que, atuando nas Brechas, a oposição seria significativamente menor. Deste modo, as ações devem enfatizar a concentração de esforços explorando as Brechas encontradas, evitando-se as Superfícies. Fazendo-se uma abstração sobre tais conceitos, uma corrente de águas deslocando-se em determinado terreno movimentado, tende a desviar-se dos obstáculos (Superfícies) e fluir pelas partes livres (Brechas). 3.6 - FOCO DO ESFORÇO, PONTO FOCAL DE ESFORÇO E ESFORÇO PRINCIPAL O Foco do Esforço é caracterizado pelo onde, quando, de que forma e com que meios um
  • 42. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-4 - REV.1 Comandante acredita que poderá cumprir sua missão, sendo composto pelo Ponto Focal do Esforço (PFE) e pelo Esforço Principal (EsfPcp). O PFE será, em determinado momento, o alvo prioritário, de cunho material ou não, sobre o qual convergirá o peso do EsfPcp do PCmb. O PFE será designado visando a uma VC do CG considerado. Embora o PFE e o EsfPcp sejam relacionados entre si, o PFE se refere ao oponente e o EsfPcp às nossas Forças. A tropa que atuar sobre o PFE, executará o EsfPcp e receberá das demais todo o apoio necessário. O EsfPcp deve ser determinado com exatidão; reforçado e apoiado adequadamente, para conduzir a ação decisiva; e receber meios que lhe confiram mobilidade e PCmb e a prioridade dos fogos. A designação da Unidade ou Subunidade que realizará o EsfPcp garante unidade de esforço, pois, todos os demais integrantes da Força realizarão suas ações em seu proveito. Normalmente, será direcionado à VC inimiga. Esforços de apoio podem ser empregados em ações de despistamento ou para modelar o campo de batalha, criando vulnerabilidades a serem exploradas pelo EsfPcp. A mudança do PFE durante uma operação ocorrerá, normalmente, visando explorar um sucesso ou uma nova VC levantada. Em conjunto com a Intenção do Comandante (IC), a ser apresentada no artigo 3.10, o PFE garante a necessária convergência de ações, ao tempo que possibilita a flexibilidade indispensável à Guerra de Manobra. Normalmente, o emprego da reserva deve explorar o sucesso obtido pelo EsfPcp. 3.7 - ATRIBUIÇÃO DE TAREFA PELO EFEITO DESEJADO Um Comandante pode atribuir tarefa aos seus subordinados em termos de efeito desejado e/ou ação a empreender. A primeira forma é imprescindível à consecução da Guerra de Manobra, uma vez que assegura o necessário grau de flexibilidade e de iniciativa. Tendo liberdade de ação, os subordinados terão condições de reagir, com presteza, às alterações da situação, melhor explorando os sucessos e as vulnerabilidades apresentadas, não ficando dependentes de instruções complementares de seu comando superior, o que poderia ir de encontro ao Princípio da Oportunidade. A atribuição de tarefa em termos de efeito desejado estará explorando o fato de que, normalmente, o subordinado, por estar fisicamente mais próximo da ação do que seu superior, tem melhores condições de analisar a situação em curso. Esta forma de atribuir tarefas ao subordinado, embora exija maior capacidade de controle e coordenação, não afetará a unidade de esforço, pois a ação empreendida ou em vias de
  • 43. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-5 - REV.1 ser empreendida pelo subordinado, uma vez informada tempestivamente ao Comandante, pode ser interrompida ou executada de forma coordenada pelo Comando, que detém a visão completa da manobra. 3.8 - AÇÃO DITADA PELO RECONHECIMENTO Este conceito está relacionado aos de Superfícies e Brechas. Para que uma Força possa explorar oportunamente as Brechas existentes ou criadas no dispositivo inimigo, torna-se necessário que ela possa identificar e rapidamente redirecionar seus esforços. Para tanto, demanda-se, além da iniciativa em todos os níveis, um agressivo reconhecimento, sigiloso ou em força, da área de atuação. Quando reconhecidas as Brechas existentes, o EsfPcp é nelas empregado. O conceito da ação ditada pelo reconhecimento possibilita que sejam detectadas e exploradas as Brechas e evitadas as Superfícies. A orientação sobre onde empregar a Força vem, em boa medida, da frente de contato, onde as ações normalmente ocorrem com mais intensidade. Em oposição a este conceito está a ação ditada pelo comando, que decide, da retaguarda, onde empregar sua Força, independentemente de informações mais detalhadas sobre o inimigo ou o campo de batalha, podendo, assim, gerar fricção em grau desnecessário. 3.9 - ARMAS COMBINADAS O conceito de armas combinadas consiste na integração dos meios disponíveis, gerando um efeito sinérgico13 , exigindo coordenação do fogo com a manobra, dentro da moldura temporal considerada, de maneira que as suas capacidades sejam complementadas e suas vulnerabilidades compensadas pelo apoio mútuo. Para integrar armas de forma combinada é preciso planejar a complementaridade de seus efeitos, de forma que, para se contrapor a determinado efeito de uma arma, o inimigo se torne vulnerável ao efeito de outra. Assim, além de sofrer com os efeitos de diferentes tipos de fogos, o inimigo é colocado diante de um dilema que afeta sua coesão mental. Ao integrar armas de efeitos similares, como obuseiros de diferentes calibres, não se está combinando seus efeitos, pois ao se proteger de uma arma o inimigo estará, também, se protegendo das demais. Dessa forma, as armas têm efeitos suplementares e não combinados. O efeito desejado a ser alcançado com a combinação das armas é aumentar 13 Efeito Sinérgico - ampliação do efeito ou potencialização da ação, pela associação de armas de apoio de diversos tipos e calibres.
  • 44. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-6 - REV.1 exponencialmente o PCmb das nossas Forças, mediante emprego coordenado e sincronizado de todos componentes, na busca da neutralização da capacidade de C2, dos sistemas de armas e da logística do oponente. Este conceito poderá afetar o oponente nos campos psicológico e físico. 3.10 - INTENÇÃO DO COMANDANTE A Intenção do Comandante, prevista na publicação EMA-331 - Manual de Planejamento Operativo da Marinha (Volume I) - Processo de Planejamento Militar, serve de instrumento para que os subordinados compreendam claramente o contexto maior em que suas tarefas estão enquadradas, possibilitando-lhes o exercício da iniciativa quando uma situação inesperada ocorrer, sem que seja afetada a unidade de esforço do conjunto. Nesse sentido, a IC possibilita a aceleração do Ciclo OODA. A IC deverá ser redigida de forma clara, simples e objetiva, sem conter detalhamentos próprios de outras partes da diretiva. Possui redação livre, sendo natural que, de certa forma, venha a refletir, inclusive, a própria personalidade do Comandante. Em todos os escalões, o Comandante precisa compreender claramente a IC do seu escalão superior, para que seu Ciclo OODA possa girar de modo eficiente e mais rápido do que o de seus oponentes, sem depender de instruções específicas do COMIMSUP, para cada ação sua no campo de batalha. Ao subordinado cabe a responsabilidade de implementar a IC do escalão superior. Essa correlação entre IC e iniciativa dos escalões torna-se especialmente útil para os GptOpFuzNav nas OpAnf, devido ao distanciamento entre comandantes e subordinados e ao fracionamento das Unidades até o momento do firme estabelecimento em terra, já que as organizações permanecem fisicamente separadas em três grupos distintos (embarque, desembarque e tático para o combate), e também por limitação de espaço nos principais meios de desembarque. Em resumo, a IC é importante por transformar a experiência e a genialidade do Comandante em ferramenta de iniciativa para que os subordinados acelerem seu Ciclo OODA, mesmo sob a névoa da guerra, com especial utilidade nas OpAnf. 3.11- A EXECUÇÃO DA GUERRA DE MANOBRA Conforme já foi mencionado, a Guerra de Manobra visa comprometer a coesão inimiga, por meio de uma variedade de ações rápidas, objetivas e inesperadas, que criarão uma turbulenta e rápida deterioração da situação com a qual o inimigo não mais poderá lidar. Nesse estilo de combater, a quebra da coesão mental e sistêmica do oponente torna-se o
  • 45. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-7 - REV.1 principal foco de nossas ações, impedindo que ele desenvolva ações coordenadas e integradas com os seus meios disponíveis. Observa-se que tal enfoque difere da forma de atuar sobre seus meios e organizações ou, ainda, com ênfase no controle de terreno, comuns na Guerra de Atrito. Para tanto, as ações visarão a atuação nos campos moral, mental e físico, simultaneamente, sempre considerando os atributos da guerra já abordados. Para reduzir os efeitos da fricção, desordem, incerteza e complexidade em nossas Forças, serão necessários meios apropriados para gerar conhecimentos e capacidade ampliada de comando e controle. Deverão ser levadas em conta a simplicidade, a clareza e a concisão nas ordens, além de cadeias de comando apropriadas. A execução será marcada pela descentralização, levando-se em conta que a decisão deve ser tomada pelo escalão que melhor conheça a situação. Para ampliar os efeitos da fricção, desordem, incerteza e complexidade no inimigo, serão necessárias ações passivas e ativas contra os seus elementos geradores de conhecimentos, forte emprego de ações diversionárias e manutenção de um ciclo OODA mais ágil. Durante o planejamento e execução, devem ser constituídas células de operações correntes e futuras, separadamente, a fim de eliminar a pausa para planejamento habitualmente existente entre o cumprimento de uma tarefa ou fase e o início de outra. Com isso, será possível estabelecer e manter um ciclo OODA mais rápido que o do inimigo. Na manobra, procurar-se-á afetar os CG inimigos, por meio da exploração das VC, enquanto os próprios CG são protegidos. São buscados os engajamentos assimétricos14 , evitando-se as Superfícies e explorando-se as Brechas, com o emprego de armas combinadas e forte orientação para o inimigo, focada em sua coesão mental e sistêmica. A elaboração adequada da IC, a designação do PFE e a atribuição de tarefa aos subordinados por efeito desejado permitirão a flexibilidade e a iniciativa buscadas na Guerra de Manobra, fornecendo um enquadramento geral a ser seguido por todos. Adicionalmente, o emprego da técnica da ação ditada pelo reconhecimento, em conjunto com um planejamento flexível, deixará a definição final de como a manobra será desencadeada para quando os conhecimentos necessários tenham sido disponibilizados pelo reconhecimento. Desse modo, as ações estarão perfeitamente adaptadas à situação vigente em cada momento. A iniciativa das ações será constantemente perseguida, tendo-se o cuidado de não se ter um comportamento meramente reativo às situações impostas pelo inimigo. Se isso ocorrer, o inimigo poderá estar girando seu ciclo OODA mais rapidamente que o de 14 Segundo a Doutrina Básica da Marinha, a assimetria se refere ao desbalanceamento extremo de forças.
  • 46. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 3-8 - REV.1 nossas Forças e o que parecia ser um sucesso nas ações, pode se transformar em uma situação taticamente indesejada.
  • 47. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 4-1 - REV.1 CAPÍTULO 4 GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS 4.1 - GENERALIDADES O GptOpFuzNav é uma forma de organização para o emprego de tropa de Fuzileiros Navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada segundo o conceito organizacional de componentes, que agrupa os elementos constitutivos, de acordo com a natureza de suas atividades. O conceito organizacional de GptOpFuzNav deve ser considerado complementarmente aos procedimentos previstos pelo Processo de Planejamento Militar (PPM), não resultando em perda de flexibilidade de escolha da melhor estrutura para o cumprimento das tarefas recebidas. O emprego de tropa de Fuzileiros Navais organizadas como GptOpFuzNav dar-se-á, normalmente, quando o vulto, a complexidade ou a ênfase das tarefas a serem executadas justificarem a reunião de elementos constitutivos sob um mesmo comando. Esta forma de organização é válida em qualquer ambiente ou nível de violência do conflito. Caberá à autoridade, que determinar o emprego de tropa, decidir pela ativação ou não de um GptOpFuzNav. O conceito de GptOpFuzNav permite aliviar o seu Comandante da sobrecarga resultante da complexidade das atividades de manobra terrestre, de apoio logístico e daquelas relacionadas com o espaço aéreo de sua responsabilidade, além de facilitar a coordenação e o controle da Força. Assim, possibilita maior eficiência, na medida em que, para cada área geral de atuação (comando e controle, manobra terrestre, espaço aéreo e logística), existirá um Comandante designado para planejar, coordenar e controlar as ações desenvolvidas, atendendo ao estabelecido pelo planejamento do Comando do GptOpFuzNav. Dessa forma, o Comandante do GptOpFuzNav preocupa-se com a coordenação geral das ações, interage com os comandos superiores envolvidos na missão e mantém constante acompanhamento da evolução da situação no nível operacional e tático, com vistas ao possível emprego futuro da Força.
  • 48. OSTENSIVO CGCFN-0-1 OSTENSIVO - 4-2 - REV.1 4.2 - ESTRUTURA BÁSICA DOS GptOpFuzNav Os GptOpFuzNav são constituídos, fundamentalmente, pelos seguintes componentes: Componente de Comando (CCmdo), Componente de Combate Terrestre (CCT), Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC) e Componente de Combate Aéreo (CCA), conforme a Fig 4.1. Essa estruturação, em conjunto com o Processo de Planejamento Militar (PPM), orientará a organização e o emprego de cada componente. Fig 4.1 – Componentes do GptOpFuzNav 4.2.1 - Componente de Comando (CCmdo) O CCmdo é personificado pelo Comandante do GptOpFuzNav e seu Estado-Maior (EM) Geral e Especial, organizados em diversos Centros de Coordenação e Controle. Integram ainda esse componente destacamentos que executam tarefas específicas relacionadas ao comando e controle (C2) em proveito do Comando do GptOpFuzNav, tais como: Apoio ao Comando e Controle (ApC2), Operações Especiais (Recon) e Guerra Eletrônica (MAGE). O CCmdo é responsável pelas ligações externas do GptOpFuzNav, seja com o Comando Superior, seja com Forças Amigas ou, ainda, agências não militares. O Comandante do GptOpFuzNav é o Comandante do CCmdo. 4.2.2 - Componente de Combate Terrestre (CCT) O Comando do CCT dispõe do EM Geral e Especial, que trabalham no seu Centro de Operações de Combate (COC) e no seu CCAF. O CCT concentra os meios de Cmb e de ApCmb necessários à execução das tarefas relacionadas com a conquista e manutenção do terreno, a destruição da coesão mental e sistêmica do inimigo, bem como outras relacionadas com o controle de áreas terrestres.