2. Nesta Situação de Aprendizagem, os alunos
retomarão as características de uma narrativa. Na
sequência, começarão a compreender o conceito
de gênero textual, com foco no estudo das
crônicas narrativas. Os alunos serão solicitados a
comparar gêneros narrativos com dois objetivos
principais: observar a tipologia comum a esses
textos e perceber que cada gênero apresenta
características que lhe são próprias. Ao final
desse processo, os alunos deverão ser capazes de
produzir uma crônica narrativa, colocando em
prática todos os elementos vistos.
3. Plano de Aula
Tempo previsto: 2 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: leitura oral de textos com traços característicos de crônica narrativa.
Competências e habilidades: identificar, por meio de levantamento, os elementos que
compõem o contexto (autor, lugar social que ocupa, onde circula, veículo onde é divulgado,
intencionalidade comunicativa).
Estratégias: sondagem inicial com base no repertório narrativo dos alunos, definição de finalidades
e metas de atividade de leitura, interpretação e produção de crônica narrativa.
Recursos: apresentação de diversas crônicas veiculadas em jornais, revistas, livros didáticos e
paradidáticos, vídeos ilustrativos.
Avaliação: seleção de crônicas misturadas a outros gêneros narrativos; produção de crônica
narrativa; produção de quadro-síntese com características do gênero ¨crônica narrativa¨.
4. Texto: Avestruz
Mário Prata
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos,
uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em
Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa
era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino
conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo
impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E
se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A
avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a
avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve
ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi.
Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo
avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7
para ser mais exato.
5. Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um
pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não
devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas
atrofiadas.Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em
bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas
dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um
camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que
via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse:
Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o
struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais
ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o
criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem
plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não
têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
6. Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da
minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando
de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo.
Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente,
inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo,
máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e,
principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai
bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por
cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o
que fazer do que ser gigolô de avestruz.
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2
Caderno aluno p. 9
Caderno do Professor p. 18
7. Roteiro para a aplicação da
Situação de Aprendizagem
Como foi apresentado previamente, esta Situação de Aprendizagem tem como objetivo a
identificação do gênero “crônica narrativa”. Dessa forma, as atividades foram
desenvolvidas para que os alunos se apropriem deste traço a partir de experiências
concretas e contextualizadas às suas realidades.
Primeiramente, os alunos manusearão os jornais, as revistas e livros de crônicas levados
para a sala de aula pelo professor. A leitura dos textos se dará de várias formas: leitura
oral feita pelo professor, leitura compartilhada e leitura individual e silenciosa. Depois,
com base nos textos lidos, escolhe-se uma crônica para fazer a sistematização das
características do gênero “crônica narrativa”, bem como sua intencionalidade e finalidade
comunicativas, seus interlocutores e veículos/suportes comunicativos em que são
normalmente publicadas.
Sequencialmente, numa roda de conversa, faz-se uma sondagem diagnóstica sobre que os
alunos sabem a respeito da “avestruz”: quem já ouviu falar, se viu uma pessoalmente ou
se já viu imagens/fotos desse animal; além de perguntar o que eles sabem a respeito do
termo “estômago de avestruz”. Em seguida, baseados na conversa, o professor leva os
alunos para a Sala de Informática para mostrar a eles imagens e as características da
avestruz em sites confiáveis e previamente consultados.
8. Para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escuta,
será feita a leitura oral da crônica “Avestruz”, de Mário
Prata. Após a leitura (realizada pelo professor com
entonação e ritmo), será proposta uma discussão em que,
oralmente, os alunos devem dizer por que podemos
considerar o texto uma crônica narrativa. Os educandos
devem registrar a conclusão no caderno em forma de
tópicos. A partir dos registros, os alunos, individualmente,
devem preencher uma ficha organizativa com base no texto
de Mário Prata:
9. Quadro síntese
NOME DA CRÔNICA ANALISADA
AUTOR
O TEXTO PODE SER CONSIDERADO
UMA CRÔNICA NARRATIVA? POR
QUÊ?
O TEXTO TRATA DE ASSUNTO DO
COTIDIANO? QUAL?
VOCÊ CONSIDERA QUE O TEXTO
APRESENTA UM TOM LEVE?
JUSTIFIQUE.
10. A seguir, para desenvolver habilidades de escrita,
os alunos terão de produzir uma crônica narrativa
sobre um acontecimento pitoresco decorrido do
desejo de um garoto ou garota de sua idade em
ter um animal de estimação.
11. A partir da escolha do assunto, solicita-
se que façam um esquema indicando:
o foco narrativo;
a sequencia de acontecimentos; a situação inicial; o conflito;
o desenvolvimento do conflito; o clímax e o desfecho;
tempo (quanto tempo a história parece representar);
espaços em que a história se desenrolará;
quais serão as personagens;
a linguagem utilizada deve ser culta, porém em tom leve e
descontraído.
12. Feito o esquema, será recapitulado com os
alunos que a história a ser produzida será
uma crônica, portanto deverá:
ser uma história curta;
abordar um tema banal, que possa ser vivido por qualquer
leitor de nosso tempo;
ser escrita com imaginação;
ser escrita com linguagem apropriada, com uso de conotação
e imagens poéticas;
ser escrita em primeira pessoa em tom leve, descontraído.
13. Após repassar com eles o esquema e garantir que
todos tenham entendido, o professor introduz
brevemente o conceito de parágrafo e que os
principais acontecimentos da crônica serão
distribuídos em parágrafos diferentes para
facilitar o entendimento do leitor, ou seja, os
alunos têm de perceber que os parágrafos
organizam o texto. O assunto não será esgotado
nesse momento. Agora, é importante apenas a
introdução do assunto, já que a produção textual
será organizada em parágrafos e oportunamente,
este tema será retomado.
14. Em seguida, os alunos serão orientados a escrever a
primeira versão dos textos, com base no esquema e no
conceito de parágrafo. Depois, devem trocá-los com um
colega, dar sugestões de melhoria para o texto do parceiro
e observar as sugestões dadas em sua produção para,
então, fazer os ajustes necessários.
O professor fará a revisão das produções, escolhendo
algumas, sempre com a autorização dos autores, para
fazer a reescrita coletiva dos problemas apresentados,
como paragrafação, trechos confusos, problemas
ortográficos e outros desvios da norma-padrão. Para a
execução deste processo, as crônicas escolhidas são
escritas pelo professor em papel pardo, afixadas em local
adequado na sala para que todos vejam. Cabe ao
professor anotar na lousa as intervenções dos alunos e,
ao final, cada um copia no caderno um dos textos
reformulados pela classe.
15. Finalmente, os alunos devem fazer a produção
final de sua crônica narrativa, com a correção de
todos os itens indicados e ilustrá-las.
16. Curso Melhor Gestão Melhor Ensino
Grupo 2
Cristiane Silva dos Santos
Dalva Aparecida Serafim dos Santos
Daniela Aparecida dos Santos
Debora Rosa de Oliveira
Débora Cristina Vargem