O documento descreve o que é uma crônica, suas características e tipos. Uma crônica é um relato curto baseado em fatos cotidianos que usa linguagem simples para entreter e fazer reflexões. Pode ser descritiva, narrativa, dissertativa ou de outros tipos, dependendo de sua estrutura e estilo. O exemplo mostra uma crônica jornalística sobre um alpinista brasileiro que morreu escalando o Monte Everest.
2. O que é:
A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que
acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o
leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as
ações tomadas pelas personagens.
O texto é curto e de linguagem simples, o que o torna ainda mais próximo de
todo tipo de leitor e de praticamente todas as faixas etárias. A sátira, a ironia, o uso
da linguagem coloquial demonstrada na fala das personagens, a exposição dos
sentimentos e a reflexão sobre o que se passa estão presentes nas crônicas.
3. Características:
Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em
jornal ou outro periódico.
Pequeno conto baseado em algo do cotidiano.
Normalmente possui uma crítica indireta.
Muitas vezes a crônica vem escrita em tom humorístico.
4. Tipos de Crônica
Crônica Descritiva
Ocorre quando uma crônica explora a caracterização de seres animados e
inanimados em um espaço, vivo como uma pintura, precisa como uma fotografia ou
dinâmica como um filme publicado
Crônica Narrativa
Tem por eixo uma história, o que a aproxima do conto. Pode ser narrado tanto na 1ª
quanto na 3ª pessoa do singular. Texto lírico (poético, mesmo em prosa).
Comprometido com fatos cotidianos ("banais", comuns).
Crônica Dissertativa
Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em
vez de "segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil", seria "vejo mais
uma vez esses pequenos seres não alimentarem sequer o corpo"). Exposto tanto na 1ª
pessoa do singular quanto na do plural.
5. Crônica Narrativo-Descritiva
É quando uma crônica explora a caracterização de seres, descrevendo-os. E, ao
mesmo tempo mostra fatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode ser narrado
em 1ª ou na 3ª pessoa do singular. Ela é baseada em acontecimentos diários.
Crônica Humorística
Deve ter algo que chame a atenção do leitor assim como um pouco de humor. É
sempre bom ter poucos personagens e apresentar tempo e espaços reduzidos. A
linguagem é próxima do informal. Visão irônica ou cômica de fatos apresentados
Crônica Lírica
Apresenta uma linguagem poética e metafórica. Nela predominam emoções, os
sentimentos (paixão, nostalgia e saudades ), traduzidos numa atitude poética.
6. Crônica Poética
Apresenta versos poéticos em forma de crônica,expressando sentimentos e reações de um
determinado assunto.
Crônica Jornalística
Apresentação de notícias ou fatos baseados no cotidiano. Pode ser policial, desportiva,
etc...
Crônica Histórica
Baseada em fatos reais, ou fatos históricos.
A palavra crônica se origina do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo). O significado
principal neste tipo de texto é precisamente o conceito de tempo, ou seja, é o relato de um
ou mais acontecimentos em um determinado período. O número de personagens é
reduzido ou até podem não haver personagens. É a narração do cotidiano das pessoas de
forma bem humorada, fazendo com que se veja de uma forma diferente aquilo que parece
óbvio demais para ser observado.
7. Exemplo – Crônica jornalística
A luta e a lição
Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela segunda vez o ponto culminante do
planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na
segunda (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado ótimo.
As façanhas dele me emocionaram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto, temendo e tremendo
toda a vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que levam alguns heróis a
se superarem. Vitor já havia vencido o cume mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada sem a
ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser humano bem sucedido a vencer desafios assim?
Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humanidade. Se cada um repetisse meu exemplo, ficando
solidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda estaríamos nas cavernas, lascando o fogo com
pedras, comendo animais crus e puxando nossas mulheres pelos cabelos, como os trogloditas –se é que os
trogloditas faziam isso. Somos o que somos hoje devido a heróis que trocam a vida pelo risco. Bem verdade que
escalar montanhas, em si, não traz nada de prático ao resto da humanidade que prefere ficar na cômoda planície
da segurança.
Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Negrete é a aspiração de ir mais longe, de superar
marcas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até que ponto ele foi temerário ao recusar o oxigênio
suplementar. Mas seu exemplo –e seu sacrifício- é uma lição de luta, mesmo sendo uma luta perdida.