O documento fornece informações sobre animais peçonhentos encontrados no Rio Grande do Sul, Brasil. Detalha as principais espécies de serpentes, aranhas, escorpiões e lagartas que causam acidentes na região, descrevendo seus hábitos, sinais e sintomas das picadas/contatos e primeiros socorros. Recomenda coletar o animal quando possível para identificação e sempre buscar atendimento médico após um acidente.
2. Animais peçonhentos
Os animais peçonhentos são aqueles que
possuem peçonha e aparelho inoculador
especializado (presa, quelícera, aguilhão,
espícula).
A gravidade do acidente vai depender da
quantidade de peçonha injetada, da espécie
de animal peçonhento envolvida e do local
da picada.
7. No Estado do Rio Grande do Sul, no ano de
2002, 99 % dos acidentes com serpentes
peçonhentas foram causados pelo gênero
Bothrops (jararaca, cruzeira e outras); 0,4 %
pelo gênero Crotalus (cascavel) e 0,1 % pelo
gênero Micrurus (coral verdadeira).
Serpentes de interesse médico
Rio Grande do Sul
CITRS - 2003
12. Serpentes de interesse médico
Rio Grande do Sul
Bothrops jararaca
Jararaca
Bothrops alternatus
Cruzeira
Bothrops neuwiedi
Jararaca-pintada
13. Gênero Bothrops sp
Habitat
Em vegetação rasteira, perto de rios e lagos,
matas ou plantações de grãos.
Agressividade Agressiva
Potencial de
risco
Médio
Sinais e
Sintomas
Muita dor e edema (inchaço) no local da picada.
Pode haver sangramento no local da picada, na
gengiva e em ferimentos recentes.
Serpentes de interesse médico
Rio Grande do Sul
14. Serpentes de interesse médico
Rio Grande do Sul
Crotalus durissus
Cascavel
Micrurus altirostris
Coral-verdadeira
15. Gênero Crotalus sp
Habitat Em zonas pedregosas e secas.
Agressividade Agressiva
Potencial de
risco
Alto
Sinais e
Sintomas
Pouca dor local, dormência, dor muscular,
pálpebras superiores caídas, visão borrada.
Alteração ou escurecimento da urina.
Serpentes de interesse médico
Rio Grande do Sul
16. Gênero Micrurus sp
Habitat Em todo o RS. Se escondem em montes de
lenhas, buracos e troncos de árvores.
Agressividade Não é agressiva.
Potencial de
risco
Alto
Sinais e
Sintomas
Pouca dor local, dormência, aumento da
salivação, dificuldade de engolir, pálpebras
superiores caídas, visão borrada, dificuldade
respiratória.
Serpentes de interesse médico
Rio Grande do Sul
17. Serpentes de interesse médico
Rio Grande do Sul
Primeiros
Socorros
- Lave o local da picada.
- Imobilize o membro atingido.
- Se possível, mantenha-o em posição elevada.
- Sempre que possível capture o animal para
identificação.
- Procure auxílio médico para aplicação do soro
antiveneno.
- Contra indicado: cortes, sucção e torniquete.
Observações - A principal causa de óbitos nos acidentes por
Micrurus sp está relacionada com a dificuldade
respiratória. Causada pela ação da peçonha
sobre o diafragma que impede os movimentos
respiratórios.
18. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Dos casos de acidentes com aranhas de
interesse toxicológico notificados no
Centro de Informação Toxicológica do RS,
44,1% são do gênero Loxoceles (aranha-
marrom), 46,5% gênero Phoneutria
(armadeira), 3,6% gênero Lycosa (aranha-
de-jardim) e 5,8% com outras aranhas
destacando-se as do gênero Grammostola.
CITRS - 2003
19. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
São aranhas grandes e possuem
cerdas que em contato com mucosas
e pele provocam reações alérgicas.
Grammostola
Caranguejeira
20. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Mede 3 cm de corpo e até 15 cm de
envergadura de patas. Possuem pares de
manchas claras no dorso do abdômen.
Phoneutria sp
Armadeira
21. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Gênero Phoneutria sp
Habitat
Em zonas de vegetação densa, terrenos
baldios, bainha de bananeiras e locais
escuros/pouca iluminação, das residências.
Agressividade Muito agressiva.
Sinais e
Sintomas
Muita dor no local da picada, podendo
irradiar-se até a extremidade do membro.
Podem ocorrer vômitos, dor de cabeça,
agitação e salivação intensa.
22. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Apresenta um desenho em forma de seta no
abdômen. Mede entre 2 e 3 cm de corpo e 5 a
6 cm de envergadura de patas.
Lycosa sp
Aranha-de-jardim
23. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Gênero Lycosa sp
Habitat Em campos, gramados e perto das
residências.
Agressividade Não é agressiva.
Sinais e
Sintomas
Pouca dor local, podendo ocorrer reações
alérgicas ou leve descamação da pele.
24. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Abdômen em forma de caroço de azeitona,
mede cerca de 1 cm de corpo e 3 cm de
envergadura de patas.
Loxosceles sp
Aranha-marrom
25. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Gênero Loxosceles sp
Habitat Dentro das residências, principalmente atrás
de quadros, armários e nas frestas de janelas
e portas.
Agressividade Não é agressiva.
Sinais e
Sintomas
Pouca dor no local da picada, podendo
ocorrer dor em queimação, bolhas e
escurecimento da pele entre 12 e 24 horas.
Pode ocorrer escurecimento da urina.
26. Aranhas de interesse médico
Rio Grande do Sul
Primeiros
Socorros
- Lave o local da picada;
- Use compressas mornas para alívio da dor;
- Procure o serviço médico mais próximo;
- Sempre que possível capture o animal para
identificação.
Observações
Nos acidentes por Phoneutria sp esteja atento a
possível choque à dor, principalmente em
crianças e idosos.
27. Escorpiões de interesse médico
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul predominam os
escorpiões da espécie Bothriurus
bonariensis (escorpião preto), porém
observa-se a presença do escorpião do
gênero Tityus (escorpião amarelo) oriundos
de outras regiões.
Os escorpiões têm hábitos noturnos, e
durante o dia escondem-se sob cascas de
árvores, pedras, troncos, entulhos e nas
residências, principalmente dentro de
sapatos.
28. Escorpiões de interesse médico
Rio Grande do Sul
O veneno do escorpião preto (Bothriurus
bonariensis) é de baixa toxicidade, podendo
causar dor local ou reações alérgicas.
29. Escorpiões de interesse médico
Rio Grande do Sul
A picada do escorpião amarelo (Tityus
serrulatus) provoca dor intensa no local,
que se irradia. Podem ocorrer sudorese
(suores), vômitos, alterações cardíacas e
choque.
30. Escorpiões de interesse médico
Primeiros Socorros
- Lave o local da picada;
- Use compressas mornas para aliviar a dor;
- Procure o serviço médico mais próximo;
- Sempre que possível capture o animal para
identificação.
31. Lagartas urticantes de interesse médico
Rio Grande do Sul
As lagartas são larvas de Lepidópteros, que
possuem ou não cerdas. As que possuem
cerdas ou pêlos são denominadas lagartas
urticantes, marandovás e bicho cabeludo.
Os Lepidópteros são conhecidos
popularmente como borboletas (hábitos
diurnos) ou mariposas (hábitos noturnos).
33. Lagartas urticantes
Dentre as lagartas urticantes, a de maior
interesse médico no Rio Grande do Sul, é a
Lonomia obliqua, Taturana.
Automeris sp
Podalia sp Megalopyge sp
Lonomia sp
34. Gênero Lagartas urticantes
Habitat Em todos os tipos de vegetação.
Agressividade Não são agressivas.
Potencial de
risco
Baixo
Sinais e
Sintomas
Dor em queimação, edema (inchaço) , podendo
ocorrer reações de hipersensibilidade.
Lagartas urticantes de interesse médico
Rio Grande do Sul
35. Lagartas urticantes
Lonomia obliqua - Taturana
Acidentes envolvendo lagartas do gênero
Lonomia são considerados graves devido
ao alto risco de morte.
A taturana é uma lagarta de cor marrom-
esverdeada, com manchas amarelo-escuro.
Apresenta listras de coloração castanho-
escuro ao longo do corpo e espinhos ao
longo do dorso.
37. Lagartas urticantes
Lonomia obliqua - Taturana
Árvores mais comuns onde são
encontradas:
Abacateiro Ameixeira
Araticum Cedro
Figueira Figueira do Mato
Ipê Pereira
Pessegueiro Plátano
Seringueira Outras
38. Gênero Lonomia sp
Hábitos
As lagartas vivem em grupos. Durante o dia
estão nos troncos confundindo-se facilmente
com a cor e textura da casca. Alimentam-se à
noite de folhas.
Agressividade Não são agressivas.
Potencial de
risco
Alto
Sinais e
Sintomas
Dor em queimação, edema (inchaço) e reações
de hipersensibilidade. Até 72 horas após o
contato pode ocorrer hemorragia generalizada
e quadro de insuficiência renal.
Lagartas urticantes
Lonomia obliqua - Taturana
40. Lagartas urticantes
Primeiros socorros
- Lave o local do contato;
- Use compressas frias para aliviar a dor;
- Mantenha o paciente em repouso;
- Procure o serviço médico mais próximo;
- Sempre que possível capture o animal para
identificação.
Obs: Nos acidentes por Lonomia sp esteja atento à
possíveis hemorragias
41. Coleta e envio de animais
- Se possível colete o animal vivo e inteiro;
- Não corra risco desnecessário. Aja
somente
com segurança e tranqüilidade;
- Nunca realize a captura na presença de
crianças;
- Este procedimento deve ser realizado por
uma pessoa treinada;
42. Coleta e envio de animais
- Use luvas e roupas para proteger o corpo;
- Nunca toque em animais desconhecidos;
- Coloque o animal em recipiente adequado e
previamente limpo;
- SEMPRE identifique o material,
indicando nome, endereço e
telefone para contato;
43. Coleta e envio de animais
- SEMPRE indique a data, a vegetação e o local
da coleta;
- Em caso de acidente, informe o nome do
paciente, idade, sintomas apresentados ou o
hospital onde está internado;
- Procure auxílio junto à
Prefeitura de sua
cidade;
44. Coleta e envio de animais
- Identifique, claramente e de forma visível, a
caixa. Informe o conteúdo e cuidados no
transporte.
NÃO AMASSAR. NÃO MOLHAR. NÃO
VIRAR. CUIDADO ANIMAL
PEÇONHENTO.
EVITE CONTATO
46. Recomendações
Em caso de acidente com animal peçonhento, o
paciente deve ser medicado nas primeiras horas
após o acidente.
Leve o paciente para o hospital mais próximo.
O soro antiveneno é o único tratamento eficaz.
48. Recomendações
Imobilize o membro atingido e, se possível,
mantenha-o em posição elevada.
Sempre que possível capture o animal para
identificação.
Procure auxílio médico.
em caso de acidente, ligue:
0800.780.200
plantão 24 horas – ligação gratuita
49. Produção Técnica
Autores responsáveis:
Carla L. J. Ramos; Maria G. B. Marques; Stella C. Vieira;
Hudson B. Abella; Glória J. Boff
Núcleo de Prevenção e Educação
Núcleo de Toxinas Naturais
Coordenação de Análise e Prevenção
Núcleo Interno de Comunicação
Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul
Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde
Secretaria Estadual da Saúde - Governo do Estado do Rio Grande do Sul