Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
1. PICADAS E MORDIDAS DE ARTRÓPODES
PEDICULOSE
ESCABIOSE
Diego Antunes
Ediane Canal
Juliana M. de Paula
Maria Pasionaria Blanco
Suélyn Féderle
2. Picadas e Mordidas de Artrópodes
Artrópode são animais que pertencem ao filo Arthropoda
(exoesqueleto duro e articulado e pares de pernas
articuladas). Entre eles: aranhas, carrapatos, escorpiões,
abelhas, formigas e vespas.
3. Epidemiologia
Picadas ou Ferroadas de Artrópodes: mais comuns em indivíduos
que brincam ou trabalham ao ar livre e provocam uma colméia de
abelhas. Também mais comum em quem usa perfume ou spray de
cabelo perfumados.
Mordidas de Artrópodes: crianças recebem mais mordidas devido
a maiores períodos de exposição ao ar livre. Mais comuns no
verão, seguido do outono e da primavera.
4. Etiologia
Picadas de Artrópodes
- Incluem marimbondos, vespão, vespas, formigas, abelhas,
abelhões, abelhas africanas e escorpiões.
- Pela picada, os insetos introduzem substância venenosa no
organismo do indivíduo.
- Os humanos são picados somente quando perturbam os insetos.
Mordidas de Artrópodes
- Mosquitos, pulgas, carrapatos, pulga tropical, aranhas (mais
importantes: viúva-negra e marrom) e centopéias.
- As substâncias estranhas que são injetadas no corpo através da
picada variam de acordo com o tipo de artrópode.
5. Sinais e Sintomas
Picadas de Artrópodes
- Ocorre imediatamente dor aguda com sensação de
queimadura.
- Vermelhidão local e edema aparecem dentro de poucos
minutos.
- A reação local desaparece normalmente durante as 4 a 6 horas
seguintes, em alguns casos, no entanto pode durar até 7 dias.
- Pode causar coceira associada a lesão saliente, conhecida
como urticária ou hives (formado de favos de mel).
- Picadas podem evoluir para pápulas (pequenas elevações
sólidas, superficiais e circunscritas da pele, com menos de 1 cm de
diâmetro), vesículas (elevações da epiderme pequenas e circunscritas
contendo fluido claro) ou lesão bolhosa (elevação grande da pele
contendo mistura de sangue ou mistura de pus) com prurido intenso ou
dolorosa.
6. Sinais e Sintomas
Picadas de Artrópodes
- Pode ocorrer anafilaxia (reação sistêmica generalizada) em
resposta à picada. Os sintomas mais comuns que envolvem a
pele são urticária, rubor e angioedema) pápulas gigantes que se
desenvolvem na pele como resultado da dilatação e do aumento
da permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos). Podem
ocorrer broncoespasmo, colapso circulatório com choque,
convulsões, hipotensão e edema das vias superiores, além de
suor intenso, náuseas, vômitos, palidez e desmaio. (A anafilaxia é
um emergência médica que requer tratamento com epinefrina
parenteral e remoção para um atendimento de emergência).
- Sintomas e gravidade variam de acordo com o tipo de
artrópode.
8. Sinais e Sintomas
Mordidas de Artrópodes
- Há um grande número de mordidas de artrópodes e um
amplo espectro de diferentes sinais e sintomas associados aos
vários tipos de mordidas, o que dificulta a correta interpretação da
lesão pelo farmacêutico.
- Coceira associada com algumas mordidas pode resultar em
excessivos arranhões e escoriações da pele, que podem conduzir a
uma infecção secundária.
9. Artrópodes de maior interesse
1. Insetos
Moscas, mosquitos, pulgas, barbeiros e percevejos, piolhos, etc
2. Aracnídeos
Aranhas: 3 gêneros importantes:
Phoneutria (armadeira).
Latrodectus (viúva negra).
Loxoceles (aranha marrom).
Carrapatos
Escorpiões: venenosos:
Tityus serrulatus (amarelo domiciliar).
Tityus bahiensis (marrom, campos e serrados,possui veneno neurotóxico).
3. Crustáceos
Camarões, lagostas, caraguejos, siris, tatuiras – são inofensivos ao
homem, uso alimenticio
4. Quilópodes e Díplodes
interesse para saúde : só centopéia.
10. Aracnídeos - Aranhas
a) Armadeiras
São muito agressivas e podem saltar sobre as suas vítimas.
Vivem entre bananeiras, terrenos baldios e podem entrar nas
residências, escondendo-se em lugares mais escuros.
A sua picada causa dor local e pode provocar vômitos, diarréia,
queda da pressão arterial e convulsões.
11. Aracnídeos - Aranhas
b) Aranha-marrom
Tem hábitos noturnos e vive entre folhas secas, cascas de
árvores e também pode entrar nas residências, escondendo-se
em lugares mais escuros.
O acidente sempre ocorre da mesma maneira, quando a pessoa
veste a roupa, com o animal dentro, comprimindo-o contra o
corpo.
Seu veneno é extremamente potente, sendo anestésico
hemolítico (destroi a células sanguineas) e proteolitico (destrói os
tecidos, causando necrose).
A sua picada não é muito dolorida, mas provoca grandes feridas,
febre, vômitos e, nos casos mais graves e raros, pode destruir os
glóbulos vermelhos do sangue, causando anemia, comprometer
as funções do fígado e até levar à morte.
13. Aracnídeos - Aranhas
c) Viúva-negra
Vive em vegetação rasteira e em barrancos.
A sua picada causa dor local, cãibras, calafrios, alterações no
ritmo respiratório e cardíaco e problemas renais.
É rara no Brasil.
14. Aracnídeos - Escorpiões
O veneno dos escorpiões é neurotóxico. Agindo especialmente
sobre o sistema nervoso, pode causar a morte por asfixia, pois os
comandos que controlam a respiração ficam bloqueados. A ação do
veneno é muito forte.
A dor intensa que provoca no local da ferroada logo depois se
irradia para todo o corpo do doente. Para acalmar as dores, os
médicos, geralmente, fazem anestesia no local da ferroada e podem
até sedar o paciente para que ele possa suportar o sofrimento.
O soro antiescorpiônico é o único remédio eficaz contra as ferroadas
dos escorpiões. Ele é fabricado pelo Instituto Butantã, em São
Paulo.
A maioria dos acidentes com escorpião ocorre nos meses quentes e
chuvosos.
15. Aracnídeos - Escorpiões
As picadas de escorpião atingem predominantemente os membros
superiores, mão e antebraço.
A maioria dos casos tem curso benigno, os óbitos têm sido
associados na maioria das vezes, aos acidentes causados pelo
escorpião T.serrulatus, e em ocorrências envolvendo crianças e
idosos.
Tityus serrulatus Tityus bahiensis
16. Centopéia
A mordida da centopéia produz
manifestações locais na vítima,
como dor e eritema. Alguns casos
podem ser acompanhados de
manifestações sistêmicas, como
cefaléia, febre e vômitos.
Acidente benigno, sendo o
tratamento basicamente
sintomático, no entanto,
recomenda-se encaminhamento
médico.
17. Prevenção
Picadas de Artrópodes
-Não usar cosméticos ou produtos de higiene pessoal que
emitam odor.
-Quando um inseto que pode picar está na área, permaneça
parado ou mova-se lentamente.
-Não corra à frente de insetos que podem picar.
-Não bata ou aperte insetos que possam picar.
-Fique atento aos insetos.
-Vista roupas protetoras quando entrar em território de insetos.
-Vista roupas pretas ou escuras.
-Cuidado em atividades de alto risco (jardinagem, cortar
grama, colher flores, podar árvores e plantas).
-Inspecione periodicamente sua residência.
18. Prevenção
Picadas de Artrópodes
-Manter jardins e quintais limpos.
-Evitar folhagens densas.
-Limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos.
-Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los.
-Usar calçados e luvas de raspa de couro ao trabalhar com
lenha ou em locais de risco.
-Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques.
-Afastar camas e berços da parede, evitar que roupas de cama
e mosquiteiros toquem o chão, não pendurar roupas na parede.
19. Prevenção
Mordidas de Artrópodes
- Para evitar mordida de carrapatos, vista calça comprida,
enfiada dentro das meias, camiseta de mangas compridas com
punhos fechados e sapatos que cubram o pé inteiro.
- Inspecione o corpo à procura de carrapatos após atividade
na rua.
- Usar repelente de insetos.
20. Tratamento Não-Farmacológico
Mordidas de Artrópodes
- Aplicação de gelo pode proporcionar alívio pela diminuição
do edema e da vermelhidão.
- Se o inseto for uma abelha, o ferrão ainda pode estar dentro
da pele e deve ser removido pois ele continua a liberar veneno. Usar
um movimento de esfrega paralelo à superfície da pele. Não
comprimir o local da mordida com pinça para remover o veneno,
pois isso irá injetá-lo ainda mais.
- Pasta de bicarbonato de sódio ajuda a neutralizar o ácido
fórmico injetado por formigas.
21. Precauções Gerais
Pacientes que apresentam anafilaxia à mordida ou picada de inseto:
- devem obter e preencher uma prescrição para produtos úteis no
tratamento da anafilaxia que contenham epinefrina, de forma que
possam ser tratados imediatamente em caso de ocorrência de
picada ou mordida;
- devendo estes produtos serem guardados em casa em local
apropriado e de fácil acesso;
- devem inclusive, ensinar membros da família como usar
epinefrina no caso de estarem impossibilitados de se auto-
injetarem.
22. Encaminhar ao Médico
Pacientes que foram mordidos por aranhas tipo viúva-negra, aranha
marrom, centopéias, formigas-de-fogo, abelhas africanas ou
escorpiões.
Pacientes que estejam apresentando sinais e sintomas de reação
anafilática (dificuldade de respirar ou engolir, tontura, inchaço da
língua). Estes devem receber tratamento emergencial.
Pacientes com menos de 2 anos de idade que tenham sido
mordidos ou picados.
Se os sintomas da mordida ou picada permanecerem por mais de 7
dias.
23. Informações Importantes
Atenção médica imediata é aconselhável quando a picada de inseto
tem a possibilidade de causar problemas graves.
Analgésicos e anti-histamínicos de uso oral, que não exijam
prescrição médica, podem reduzir a dor de picadas ou mordidas de
insetos, entretanto, estes produtos não foram aprovados pela FDA
para esta indicação.
Quando os carrapatos forem removidos do corpo, estes devem ser
colocados em frascos fechados e datados, para poderem auxiliar
um posterior diagnóstico.
Farmacêuticos devem aconselhar pessoas que descobriram que
pulgas infestaram suas residências a contatar um veterinário ou
uma empresa de controle de pragas para ajudar na erradicação das
pulgas.
24. Tratamento Farmacológico
Picadas e mordidas de artrópodes: ANALGÉSICOS DE USO
EXTERNO
Genérico Mecanismo de ação Produtos
Revulsivos Causam irritação ou Cânfora e
inflamação branda da Salicilato de Metila
pele. A sensação (Gelol®)
produzida na
superfície da pele
(como coceira,
queimação, calor ou
esfriamento) mascara
a dor mais profunda.
25. Tratamento Farmacológico
Picadas e mordidas de artrópodes: ANALGÉSICOS DE USO
EXTERNO
Genérico Mecanismo de ação Produtos
Anestésicos tópicos Penetram a pele Benzocaína,
lesada para anestesiar Lidocaína (Xylocaina®)
os receptores de dor
na pele e estruturas
imediatamente sob a
pele.
Fenol, fenolato de Reduz a sensibilidade
sódio dos receptores da dor
e coceira da pele.
26. Tratamento Farmacológico
Picadas e mordidas de artrópodes: ANALGÉSICOS DE USO
EXTERNO
Genérico Mecanismo de ação Produtos
Anti-histamínicos Reduz a sensibilidade Caladryl®
tópicos (difenidramina) dos receptores da dor
e a coceira na pele.
Hidrocortisona Tem efeitos anti- Berlison®
puriginoso e
anitinflamatório
quando aplicada à
pele.
27. Tratamento Farmacológico
Picadas e mordidas de artrópodes: ANALGÉSICOS DE USO
EXTERNO
Genérico Mecanismo de ação Produtos
Adstringentes (acetato Reduzem a dor e o
de alumínio) inchaço.
Protetor da pele Reduz irritações leves Aveno ®
(colóide ou gel de ou coceira por meio
aveia) da produção de uma
barreira mecânica
contra o estímulo
incômodo e doloroso.
28. Tratamento Farmacológico
Picadas e mordidas de artrópodes: AGENTE ORAL
Genérico Mecanismo de ação Produtos
Loratadina Diminui a coceira por Claritin®
meio do bloqueio dos
efeitos da histamina
na pele.
29. Tratamento Farmacológico
Picadas e mordidas de artrópodes: REPELENTES DE
INSETOS
Genérico Mecanismo de ação Produtos
N,N-dietil-3- O mecanismo é Repelex®,
metilbenzamida desconhecido, Off®
(DEET) entretanto, o odor
pode ser capaz de
repelir insetos.
30. Tratamento Farmacológico
Picadas e mordidas de artrópodes: SORO ANTIARACNÍDEO
Genérico Mecanismo de ação Produtos
Soro antiaracnídeo Imunização passiva O soro para aranha
(anticorpos). marrom é composto
de antihistamínico,
anticolinesterásico,
dapsona, soro
antiaracnideo
polivalente e
antiloxoceles EV.
31. Pediculose
Infestação causada pelo piolho, que vive em humanos e
alimenta-se do seu sangue. Áreas típicas de infestação
incluem cabeça, corpo e área púbica do hospedeiro.
32. Epidemiologia
Crianças na fase pré-escolar apresentam maior risco de infestação.
Os adultos são menos afetados pela pediculose capilar que as
crianças.
A pediculose capilar é encontrada em pessoas de todos as classes
sociais e econômicas. A epidemia é mais comum entre final de
agosto e início de setembro, depois de feriados escolares
prolongados e no verão.
Enquanto que, as infestações da região púbica são mais comuns
em meninas adolescentes (entre 15 e 19 anos) e homens jovens
(20 anos ou mais) sexualmente ativos.
33. Etiologia
O agente causador da pediculose inclui os piolhos de cabeça
(Pediculus humanus var. capitis), do corpo (Pediculus humanus var.
corporis) e da região púbica (Phthirus pubis).
Pediculus humanus var. Phthirus pubis
capitis
Pediculus humanus
var. corporis
34. Etiologia
No caso da piolho que infesta o couro cabeludo, os ovos são
incubados pelo calor do corpo e chocados entre 6 a 9 dias. Após
emergirem dos ovos, as ninfas escondidas no couro cabeludo
alimentam-se de sangue seis vezes por dia, tendo um tempo de vida
de aproximadamente 21 dias.
A infestação na cabeça é transmitida por contado direto com a
cabeça do indivíduo infestado ou por compartilhar pentes, escovas
ou chapéus. Piolhos de cabeça não têm asas, portanto não pulam
de um hospedeiro para outro.
Piolhos da região púbica vivem e colocam seus ovos nos pêlos
pubianos. A transmissão acontece pelo contato direto durante a
atividade sexual com indivíduo infestado.
35. Sinais e Sintomas
Pediculose Capilar:
- A infestação por piolhos capilares é frequentemente
assintomática, contudo, pode haver coceira no couro
cabeludo.
- A confirmação da infestação é feita com base na
visualização de parasitas adultos vivos (achatado, cinza-
amarronzado). Para encontrar os piolhos deve-se procurar
nas áreas mais quentes do couro cabeludo: área acima da
testa, acima das orelhas e na parte da nuca.
- O uso de pente fino (com espaço entre os dentes não maior
que 0,33 mm) auxilia a detecção de piolhos.
- Ovos fechados e abertos (lêndeas) são mais numerosos e
mais fáceis de serem vistos. Elas ficam grudadas ao folículo
capilar perto da couro cabeludo.
- Podem ocorrem lesões pequenas, vermelhas e bolhosas no
curo cabeludo.
36. Sinais e Sintomas
Pediculose Capilar
- Pacientes com piolho capilar podem arranhar o couro
cabeludo a ponto de lesar a pele, resultando em infecção
secundária.
- As fezes do piolho podem estar presentes como pontos
pretos nos colarinhos ou travesseiros.
- Sem tratamento, a infestação pode levar à reação
alérgica generalizada, devido à proteína da saliva do piolho
injetada no hospedeiro durante a alimentação.Sintomas
alérgicos: linfoadenopatia regional no pescoço e parte posterior
da cabeça, febre, reação alérgica difusa e generalizada em
áreas não infestadas, dor de cabeça, sensação de membros
pesados, rigidez muscular e lassidão generalizada.
37. Sinais e Sintomas
Pediculose púbica
- Infestação por piolhos pubianos tem como principal
sintoma a coceira na região pubiana.
- Caso a infestação por piolhos pubianos permaneça por
muito tempo ou seja muito grave, podem aparecer máculas azuis
dolorosas (pontos achatados na pele) debaixo da pele do
abdome, coxas ou tórax. Estas máculas são resultado da reação
da célula sanguínea com a proteína salivar do piolho.
- As fezes dos piolhos pubianos produzem manchas pretas,
vermelhas ou cor de ferrugem na roupa íntima.
38. Prevenção
Nunca dividir chapéus, pentes, capacetes, mantas, escovas, fones
de ouvido, travesseiros e outros objetos que possam ter tocado no
cabelo de outra pessoa.
Manter capas, casacos, chapéus e objetos pessoais separados de
outras pessoas.
Providenciar que as crianças durmam separadamente.
Inspecionar as crianças com frequência. Caso sejam vistos piolhos
vivos, tratar a criança imediatamente.
Evitar jogos que envolvam cabeça com
cabeça ou cabeça com corpo.
Evitar atividade sexual com aqueles
que tenham outros parceiros.
Evitar dividir toalhas de banho ou
qualquer outro objeto que tenha contato
com a área pubiana de outra pessoa.
Evitar banheiros públicos.
39. Tratamento Não-Farmacológico
Pediculose
- Sprays de pesticida ambiental não devem ser utilizados.
Devem ser apresentadas alternativas como aspiração e
isolamento de objetos em sacos plásticos para livrar o ambiente
de piolhos.
- Lençóis, roupas e toalhas devem ser lavados com água
quente e secados em ar quente por pelo menos 20 minutos.
- Itens de vestuário ou outros objetos que não podem ser
lavados devem ser ser colocados em um saco plástico lacrado
por 2 semanas.
- O pente-fino ou pente-de-lêndea tem sua habilidade de
remover lêndeas questionável. Uma alternativa é o
LiceMeister®, que faz uma melhor remoção das lêndeas.
- O RobiComb® é um pente de piolho eletrônico que diz
detectar e matar piolhos sem o uso de produtos ou substâncias
químicas.
41. Precauções Gerais
O uso de remédios caseiros para pediculose deve ser
desincentivado. Gasolina e querosene têm sido usados por
pessoas desinformadas , resultando em queimaduras graves e
morte de crianças pequenas.
Encaminhar ao Médico
Pacientes que tenham infestação de piolhos nas
sobrancelhas ou nos cílios.
Pacientes com urticária ou lesão no formato de colméia de
cor anormal, arroxeada ou com bolhas, ou lesões no formato
de colméia que não cocem.
42. Informações Importantes
É importante informar à escola, o grupo de brincadeiras e os pais
dos amigos da criança quando uma infestação de piolhos de cabeça
é encontrada.
Quando uma infestação de piolhos pubianos é encontrada em uma
criança, a possibilidade de abuso sexual deve ser considerada.
Alguns pais reagem ao piolho de cabeça raspando a cabeça da
criança. Informá-los que os tratamentos são eficazes, sem a
necessidade de fazer com que a criança se sinta anormal ou
marcada.
O uso de tratamento racional para piolhos, acompanhado de
remoção total de lêndeas e ovos, é necessário para assegurar que a
infestação seja detida.
43. Tratamento Farmacológico
Pediculose: PEDICULICIDA
Genérico Mecanismo de ação Produtos
Permetrina Derivada da piretrina Nedax®,
que retarda a Kwell®
repolarização da
membrana da célula
nervosa do piolho pelo
bloqueio do canal de
sódio. Essa ação
resulta na paralisação
dos piolhos. Eficaz
apenas para piolho de
cabeça.
44. Escabiose
Conhecida como sarna – dermatose de caracetrística pruriginosa.
Agente Etiológico: Sarcoptes scabiei (ácaro).
Afeta humanos a mais de 2500 anos.
Relacionado à guerras e aglomerações
populacionais.
Uma pessoa infestada tem de 10 a 15
ácaros no corpo.
46. Fisiopatologia
Sintomas pruriginosos: reação de hipersensibilidade às proteínas do
ácaro, ovos, saliva e fezes.
Sintomas demoram 2 a 6 semanas para ocorrer.
Em indivíduos já sensibilizados - 24 h.
Ovos eclodem entre 3 e 5 dias (repetição do tratamento em 1 semana).
Maior frequência no outono, em todos os países do mundo.
Todas as classes, mas está mais associado à falta de higiene.
Surtos em asilos, creches, hospitais…
47. Regiões do corpo afetadas
Pregas interdigitais das mãos e pés.
Áreas perianais e periumbilicais.
Prega cubital.
Pregas axilares anteriores.
Cintura.
Face anterior do punho.
Nádegas.
Lesão típica:
- ♀ - ao redor dos mamilos;
- ♂ - genitais externos.
Lactentes, idosos e imunodeprimidos: couro cabeludo, pescoço,orelhas
e região palo-plantar.
48. Sinais e Sintomas
Erupções cutâneas acompanhadas de
pequenos nódulos (“bolinhas”)
vermelhos e túneis que têm a aparência
de linhas finas, onduladas brancas ou
acizentadas.
49. Diagnóstico
Baseado em 4 critérios: - sintomatologia
- lesões cutâneas
- topografias da lesão
- epidemiologia.
Raspado de pele: observar os ácaros ou seus ovos.
Pode ocorrer infecções bacteriana secundária (estrepcoco β-hemolítico
– glomerulonefrite).
50. Tratamento não farmacológico
Roupas, toalhos, lençóis…. lavar com água quente e detergente e secar
em secadoras com ar quente.
Pelúcias e travesseiros devem ser mantidos em sacos plásticos por 14
dias (morte de todos os ácaros).
Carpetes e móveis estofados: cuidadosamente limpos com aspirador de
pó.
51. Tratamento farmacológico
Segundo a Resolução RDC 138 de 2003 todos os antiparasitários de
uso tópico são de venda livre;
Enxofre (Dermic® e outros)
- 5-10% creme;
- largamente usado a mais de um século em todo o mundo;
- aplicação durante 3 dias a noite (reaplicação em uma semana);
- mal odor, mancha roupas e resseca a pele;
- tratamento de escolha em lactentes e gestantes;
52. Tratamento farmacológico
Tiabendazol (Tiabiose ®)
- interfere na polimerização dos microtúbulos;
- creme ou loção;
- aplicra após banho morno durante 5 a 10 dias;
Deltametrina (Escabin®)
- xampu, loção e sabonete;
- 4 aplicações intercaladas por períodos de 24h;
- inseticida piretróide – fixa-se nos gânglios nervosos periféricos e
nas estruturas motoras do SNC, produzindo
excitabilidade, incoordenação motora, paralisia, letargia e morte do
parasita;
53. Tratamento farmacológico
Benzoato de benzila (Miticoçan® e Parasimed®)
- emulsão tópica e sabonete;
- eficaz, mas irritante à pele;
- ardência na área genital e rosto;
- atua no sistema nervoso do parasita;
Permetrina (Nedax® e Kwell ®)
- alta eficácia e segurança;
- atua sobre as nervosas do parasita, atrasando a
polarização e provocando paralisia e morte;
- creme ou loção;
- 30g para uma aplicação da cabeça aos pés – atuar 8-12 h;
54. Tratamento farmacológico
Venda sob prescrição médica
Ivermectina (Revectina®)
- comprimidos 6mg (facilidade de tratamento);
- atua nos canais de Cl-, causando paralisia
muscular;
- dose única de acordo com peso corporal;
Monosulfiram (Tetmosol®)
- solução tópica: aplicar depois do banho (diluir);
- sabonete: substituir sabonete normal;
- 2 ou 3 dias de aplicação consecutiva;
- veículo alcoólico – irritante;
Lindano
- proibido no Brasil – RDC 228/2001 e RDC 18/2003 Anvisa;
55. Tratar ou encaminhar ao médico?
Avaliar gravidade da lesão: locais das lesões, se há infecção
secundária, presença de outros sintomas…
Lesões leves (somente erupções e coceira): medicar.
Lesões graves (infeccionadas, muitas áreas afetadas...): encaminhar ao
médico.
Na dúvida (não tem certeza se é escabiose), encaminhar a um médico,
para avaliação e confirmação do diagnóstico (as lesões podem ser
facilmente confundidas com picadas ou reações alérgicas).
Também encaminhar ao médico casos de haver reinfecção e gestantes.
56. Cuidados
Tratar também familiares mais próximos e parceiros sexuais dos últimos
30 dias.
Aplicar em todo o corpo, não somente nas áreas afetadas.
O prurido e eczema podem persistir mesmo após eliminação do parasita
– podem ser usadas corticosteróides tópicos.
Manter unhas aparadas e evitar coçar.
Após 24h do ínicio do tratamento o risco de transmissão é mínimo.
57. Caso Clínico 1
Mãe vai à farmácia acompanhada do filho de 8 anos, relatando que
no dia anterior o menino sofreu picada de abelha no dorso da mão.
O menino queixa-se de dor e coceira somente no local da picada, o
qual encontra-se vermelho e inchado. A mãe comenta que é a
primeira vez que o menino foi picado por abelha.
O farmacêutico indica o tratamento com Caladryl® (difenidramina –
anti-histamínico tópico) e recomenda que se os sintomas
persistirem por mais de 7 dias procure o médico.
58. Caso Clínico 2
Homem de 45 anos vai a uma farmácia da região de Curitiba
queixando-se de dor intensa e coceira no braço, no local a pele
encontra-se endurecida e arroxeada. Também relata sensação de
mal-estar, calafrios e apresenta sudorese. O homem comenta
achar estranho que a dor iniciou “do nada” e foi ficando cada vez
mais forte.
O farmacêutico suspeita de picada de aranha marrom e recomenda
que o paciente procure atendimento médico de emergência o mais
rápido possível.
59. Caso Clínico 3
Em uma farmácia da região metropolitana de Curitiba, uma mãe junto a
seu filho de aproximadamente 7 anos relata ao farmacêutico que seu filho
apresenta coceira na cabeça já fazem 7 dias. O farmacêutico (no auge de
sua sabedoria) verifica que há a presença de pontos brancos próximos a
raiz do couro cabeludo e pontos pretos.
Suspeita-se de pediculose, o farmacêutico recomendou o uso de Nedax®
Shampoo por 3 dias e após 8 a 14 dias, novamente utilizá-lo, devido à
possível reinfestação por permanência de ovos. Lençóis, roupas e toalhas
devem ser lavados com água quente, para evitar a infestação entre os
seus familiares. Se possível, deve-se verificar quem é a pessoa que
transmitiu o parasita.
60. Caso Clínico 4
Jovem, 25 anos, vai à farmácia apresentando erupções cutâneas na
pele que descreve como “bolinhas”, avermelhadas nas pernas,
punhos, costas, virília e abdômen. A jovem diz não saber a causa,
mas que sua irmã (que dorme no mesmo quarto) começou a
apresentar os mesmos sintomas. Diz também que as lesões coçam
bastante, principalmente à noite. Umas das lesões apresentavam
sinais de infecção e ela diz ter machucado com as unhas ao coçar.
Quastionada pela farmacêutica sobre seus hábitos, comenta que usa
transporte público diariamente.
Suspeita de escabiose (sintomas típicos).
Presença de infecção encaminhar ao médico.