3. “Os acidentes por animais peçonhentos no Brasil
não são conhecidos em sua magnitude devido à
insuficiência de dados coletados, consequente à
subnotificação ou à informação colhida com
omissões. Todavia, em algumas localidades e
regiões do Pais, sua ocorrência é tão frequente, em
certas épocas do ano, que chegam a constituir
problema de saúde pública”
(BRASIL, 1992).
4. São considerados um problema de saúde pública
no Brasil, em virtude do elevado número de
pessoas envolvidas anualmente, e também pela
gravidade e complicações que podem apresentar.
5. O QUE SÃO ANIMAIS PEÇONHENTOS?
São aqueles que produzem substâncias tóxicas
que podem ser injetadas diretamente em outros
organismos, graças a presença de um aparelho
inoculador.
São aqueles que possuem como mecanismo de
defesa a peçonha (veneno) que, dependendo da
situação em que se encontram, são utilizadas em
defesa própria ou para a preservação de sua
espécie. Quando se sentem ameaçados por outro
animal ou até mesmo pelo homem, utilizam-na
para se defenderem.
6. Possuem em comum o fato de produzir veneno.
As glândulas de veneno ou peçonha desses
animais ligam-se com dentes ocos, ferrões ou
aguilhões.
São exemplos de animais peçonhentos as
serpentes, aranhas, escorpiões, vespas, abelhas,
marimbondos e formigas.
7.
8. ATENÇÃO
Identificar o animal causador do acidente é
procedimento importante na medida em que
possibilita a dispensa imediata da maioria dos
pacientes picados por serpentes não
peçonhentas;
Viabiliza o reconhecimento das espécies de
importância médica em âmbito regional;
É medida auxiliar na indicação mais precisa do
soro a ser administrado.
9. ACIDENTES OFÍDICOS
No Brasil, a fauna ofídica de interesse médico está
representada pelos gêneros:
Bothrops (incluindo Bothriopsis e Porthidium);
Crotalus;
Lachesis;
Micrurus.
10. ACIDENTE OFÍDICO BOTRÓPICO
Corresponde o acidente de maior importância
epidemiológica no país, pois é responsável por
cerca de 90% dos envenenamentos.
B. jararaca;
B. jararacucussu;
B. atrox, etc.
11.
12. SINAIS E SINTOMAS
Pequena mordida na pele (pode parecer um ponto
pequeno e descolorido);
Infecção e necrose na região da picada;
Dor e inchaço, pode ser de desenvolvimento lento, na
área da mordida;
Pulso rápido e respiração difícil;
Fraqueza;
Dificuldade visual;
Náusea e vômitos .
13. Cianose;
Diarréia;
Redução da pressão arterial;
Dores musculares;
Paciente obnubilado (sonolento):
Visão dupla ou turva;
Parestesia (formigamento e dormência local).
14. PRIMEIROS SOCORROS
Manter a vítima calma e deitada.
Localizar a marca da mordedura e limpar o local com
água e sabão.
Cobrir com um pano limpo.
Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam
garrotear, em caso de inchaço do membro afetado.
Evitar que a vítima se movimente para não favorecer a
absorção do veneno.
Tentar manter a área afetada no mesmo nível do
coração ou, se possível, abaixo dele.
Hidratar à vítima;
Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais
próximo, para receber o soro antiofídico.
Se possível, levar o animal para que seja identificado e
para que a vítima receba o soro específico.
15. O soro só deve ser aplicado em ambientes
hospitalares, riscos de reações alérgicas (choque
anafilático).
A via de administração é a EV (na impossibilidade
dessa via, pode ser utilizada a SC);
16.
17. O QUE NÃO FAZER?
Não fazer torniquete, isto impede a circulação do
sangue e pode causar necrose local.
Não cortar o local da ferida, para fazer 'sangria'.
Não aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a
ferida, poderá provocar infecção.
18. A AÇÃO DO VENENO PODE PROVOCAR AS
SEGUINTES REAÇÕES:
Proteolítica: necrose tecidual (morte do tecido
lesado) devido à decomposição das proteínas.
Neurotóxica: ação no sistema nervoso causando
queda palpebral; formigamento no local afetado,
alterações de consciência e perturbações visuais.
Hemolítica: destruição das hemácias no sangue.
Coagulante: causa deficiência na coagulação
sanguínea.
19. COMO EVITAR ACIDENTES
Usar botas. Isto evita até 80% dos acidentes, pois
as cobras picam do joelho para baixo. Mas antes
de calçá-las verificar se dentro não há cobras,
aranhas e outros animais peçonhentos.
Proteger as mãos. Não enfiar as mãos em tocas,
cupinzeiros, ocos de troncos etc. Usar um pedaço
de madeira para verificar se não há animais. Usar
luvas de couro nas atividades rurais e
jardinagem.
Tampar as frestas e buracos das paredes e
assoalhos.
20. Controlar o número de roedores e baratas. A
maioria das cobras alimentam-se de roedores.
Aranhas e escorpiões se alimentam de baratas.
Manter sempre limpos os terrenos, quintais e
plantações evita atrais estes predadores.
Conservar o meio ambiente. O desmatamentos e
queimadas, além de destruir a natureza, provocam
mudanças de hábitos dos animais que se refugiam
em celeiros ou mesmo dentro de casas. Também
não se deve matar as cobras, pois elas contribuem
com o equilíbrio ecológico.
21. Evitar trepadeiras muito encostadas a casa,
folhagens entrando pelo telhado ou pelo teto.
Não tocar nas serpentes, mesmos mortas, pois por
descuido ou inabilidade há riscos de ferimentos nas
presas venenosas.
Avaliar bem o local onde montar equipamentos ou
fazer piqueniques.
23. ARANHA ARMADEIRA
Dor imediata e intensa;
Poucos sinais visíveis na picada;
Região sul e sudeste;
As crianças podem apresentar agitação, náuseas,
vômitos e diminuição da pressão arterial.
24. ARANHA MARROM
A picada é pouco dolorosa;
Algumas horas depois surge uma lesão endurecida
e escura, podendo evoluir para uma ferida
necrosada e de cicatrização difícil;
25. VIÚVA NEGRA
Encontrada no litoral nordestino (beira mar);
Causa dor, contrações musculares, sudorese e
alterações no sistema cárdiovascular.
26. O diagnóstico é baseado na presença dos sinais e
sintomas;
O tratamento consiste basicamente na
administração de analgésicos;
A prevenção sempre será a melhor opção.
27. PRIMEIROS SOCORROS
Lavar o local com água e sabão;
Procurar assistência médica;
Não realizar esforços;
Manter o membro atingido em posição mais
elevada;
Não aplicar torniquetes, nem muito menos tentar
sugar o veneno através da sangria da região;
28. Se possível, levar o animal agressor para facilitar o
diagnóstico;
PREVENÇÃO
• AFASTAR CAMAS DE PAREDES E EVITAR
PENDURAR ROUPAS FORA DE ARMÁRIOS;
• LIMPAR MÓVEIS, CORTINAS, QUADROS,
CANTOS DE PAREDES, ETC.
• COMBATER A PROLIFERAÇÃO DE INSETOS E
NÃO COLOCAR AS MÃOS OU PÉS EM BURACOS,
CUMPIZEROS, MONTE DE PEDRAS OU LENHA,
ETC.
29. ATENÇÃO
O tempo, em caso de acidentes
envolvendo animais peçonhentos,
principalmente os ofídicos, é
um fator determinante para a boa
evolução dos casos, para evitar
riscos de complicações e até
mesmos o óbito.
30. ACIDENTES COM ESCORPIÕES
No Brasil, todas as espécies de escorpiões
peçonhentos pertencem ao gênero Tityus. Esses
animais podem causar desde acidentes leves até
levar à morte.
Esses animais utilizam o ferrão, localizado na sua
cauda, para injetar o veneno.
31. De hábitos noturnos, os escorpiões geralmente
são encontrados durante o dia escondidos embaixo
de pedras, entulhos e cascas de árvores. São
animais carnívoros que se alimentam
principalmente de insetos e apresentam a grande
capacidade de ficarem meses sem comida e água.
De uma maneira geral, a grande maioria não
apresenta nenhum risco para o homem, uma vez
que o veneno só é capaz de matar pequenos
animais.
32. No Brasil, apenas espécies pertencentes ao
gênero Tityus estão relacionadas com acidentes,
dentre elas, três destacam-se como de maior
importância médica:
Tityus serrulatus;
Tityus bahiensis;
Tityus stigmurus.
33. TITYUS SERRULATUS
É a maior causadora de acidentes, sendo
considerada o escorpião mais venenoso da
América do Sul.
Geralmente é encontrada solitária embaixo de
cascas de árvores e em cupinzeiros.
Caracteriza-se por apresentar coloração amarelo-
clara, com manchas escuras sobre o tronco e no
fim da cauda.
34. T. BAHIENSIS
Apresenta coloração marrom-escura, sendo que
as patas e pedipalpos apresentam algumas
manchas de coloração mais escura. Gosta de ficar
sob pedras e troncos, podendo ser encontrada em
locais que apresentam acúmulo de lixo.
35. T. STIGMURUS
Apresenta coloração amarelo-escura, com uma
faixa longitudinal mais escura na região mediana
do cefalotórax e um triângulo negro na cabeça.
Avistados principalmente em cupinzeiros, esses
animais são encontrados na região Nordeste do
país.
36. Os acidentes podem ser classificados em leves,
moderados e graves.
Os acidentes leves causam praticamente dor e
inchaço.
Os acidentes moderados, apresentam dor local
intensa associada a sintomas como sudorese,
agitação, náuseas, hipertensão, vômitos e
taquicardia.
Já os graves apresentam vômitos frequentes,
náuseas, sudorese profunda, agitação,
hipertensão, tremores, espasmos, paralisias,
convulsões, edema pulmonar agudo, coma, entre
outros sintomas.
37. Caso seja picado por um escorpião, procure
imediatamente um médico e, se possível, leve o
animal, para que seja feita a identificação. O
tratamento geralmente consiste no alívio da dor
(anestésico) e na administração de soro
antiescorpiônico.