SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de
São José do Rio Preto
Regente : Dr Valdemar Mano Sanches
Atendimento do Trauma de Mão
Dr Brunno Rosique Lara
Introdução
Exceto pela sua anatomia complexa, o exame físico da mão é relativamente
fácil, pois a integridade de cada estrutura pode ser avaliada por um exame
funcional detalhado.
Uma abordagem ordenada e um conhecimento profundo da anatomia funcional
da mão são necessários para interpretação dos sinais e sintomas encontrados.
Deve-se realizar um rápido questionário com informações como:
Idade;Sexo;Ocupação;Data da lesão ou do início dos sintomas;Tratamento
prévio;Doenças sistêmicas;
A mão é examinada primeiramente em repouso, em seguida deve ser avaliada
a capacidade do paciente de realizar simples tarefas como abrir e fechar a mão.
Atendimento Inicial
Todo movimento da mão deve ser relatado. A determinação da sensibilidade é
essencial, porém a sua ausência não indica necessariamente uma lesão nervosa.
Os ferimentos hemorrágicos, que dificultam a avaliação, devem ser controlados
por compressão local ou por torniquete pneumático (250 – 300 mmHg) por curto
período de tempo. Não se deve realizar clampeamento de vasos na mão e nos
dedos devido ao alto risco de lesão neural.
Após rápido, porém cuidadoso, exame da mão esta deve ser recoberta com
curativo oclusivo estéril e elevada. Rx deve ser solicitado se houver suspeita de
fratura ou de corpo estranho.
Em todos os casos em que o paciente é incapaz de colaborar, o aspecto
topográfico da lesão e o reconhecimento de déficit funcional podem antecipar a
possibilidade de futura incapacidade e a necessidade de reconstrução em
segundo tempo. Essa possibilidade deve ser discutida precocemente com o
paciente e familiares.
A avaliação secundária e definitiva do trauma de mão é feito sob analgesia
regional ou geral, com iluminação adequada e hemostasia por torniquete.
Alguns ferimentos são facilmente avaliados e tratados na sala de emergência.
Anotações detalhadas de todo o exame e de qualquer procedimento cirúrgico
realizado são essenciais para revisar lesões que requeiram, tratamentos futuros.
Um simples desenho da mão com uma anotação resumida dos achados
pertinentes, produz um arquivo prático do paciente, e facilita consultas futuras.
Fotografias e Rx também são indispensáveis para documentação do caso.
Pele, Subcutâneo e Fáscia
A função da mão pode ser muito prejudicada, por uma cicatriz hipertrófica
palmar ou dorsal, secundária a uma lesão ou proveniente de uma incisão mal
planejada.
A liberação de retrações cicatriciais da pele é um dos maiores problemas na
cirurgia reparadora da mão.
Área de hiperemia, dor local, aumento de temperatura e linfangites são sinais de
processo inflamatório, geralmente observado na pele da região dorsal. A pele
normal da palma é firmemente aderida a fáscia, a drenagem venosa e linfática é
desviada para o dorso da mão onde o edema é observado.
Em lesões agudas dos nervos da mão, a ausência de transpiração (parestesia e
pele seca no território do nervo) é um importante sinal de desenervação no
paciente não cooperativo. Em casos de lesão antiga de nervo periférico as
alterações tróficas são evidentes.
Esqueleto e Articulações
Apesar do grande valor
diagnóstico do Rx o exame clínico
é indispensável.
O tubérculo do escafóide é
localizado lateral ao flexor radial
do carpo. É um ponto de
referência importante para
determinar desvio de rotação na
flexão dos dedos, normalmente,
na flexão, a projeção de um plano
de cada dedo passa próximo ao
tubérculo.
Um desvio deste plano pode ser
resultado de uma fratura
metacárpica ou falangeana, ou
lesão do ligamento colateral.
O osso trapézio é palpado
na tabaqueira anatômica distal ao
escafóide.
Uma depressão na porção central do dorso do carpo entre os tendões extensor
radial do carpo e extensor comum dos dedos indica a posição da cabeça do
capitato, o centro da flexão-extensão e do movimento lateral do punho.
A face dorsal dos cinco metacarpos e das articulações carpometacárpicas são
facilmente palpadas.
O pisiforme encontra-se na base da eminência hipotênar. Aproximadamente 1,5
a 2,0cm distal ao pisiforme, numa linha oblíqua do pisiforme até a cabeça do
terceiro metacarpo, está o hámulo do hamato, o qual pode ser local de fratura de
difícil diagnóstico.
Extensão e abdução dos dedos achata os arcos transverso e longitudinal;
oposição do polegar com o quinto dedo restaura a forma dos arcos. Limitação da
movimentação do arco transverso pode ser resultado de vários mecanismos
patológicos, incluindo, cicatriz dorsal, fixação das articulações com o carpo do 1º.,
4º. e 5º. metacarpos, ou paralisia dos músculos intrínsecos.
Fraturas do metacarpo são diagnosticadas por dor localizada, deformidade e
crepitação. O metacarpo está encurtado e flexionado na palma, com a articulação
metacarpofalangeana hiperestendida. Essa posição é resultado de desequilíbrio
entre os músculos interósseos e o tendão extensor do dedo.
As deformidades características da fratura da diáfise das falanges proximais,
incluem, encurtamento, angulação dorsal, e freqüentemente rotação do fragmento
distal.
Músculos e Tendões
Este sistema é geralmente afetado por paralisia e atrofia secundária a lesões de
nervos periféricos.
A contração dos músculos envolvidos deve ser avaliada por palpação e
determinação da força, estabilidade, alcance do movimento articular, fixação dos
tendões e movimentação da unidade músculo-tendão.
A função do extensor extrínseco dos dedos pode ser avaliada pela extensão da
falanges proximais. Com as articulações metacarpofalangeanas estabilizadas em
pequena flexão, tanto o sistema intrínseco como o extrínseco podem estender a
articulação interafalangeana próximal.
Exceto quando em extensão-abdução completa a falange distal do polegar pode
ser estendida pelo extensor longo do polegar e pelos músculos intrínsecos. Nesta
posição a falange distal é estendida pelo extensor longo do polegar. Em oposição
completa a extensão da falange distal do polegar é realizada pelo abdutor curto do
polegar e pelo adutor do polegar.
Os 4 flexores superficiais dos dedos (nervo mediano) são independentes e
podem ser examinados segurando os dedos adjacentes em extensão completa
(evitando que o flexor profundo flexione a art. Interfalangeana proximal). O flexor
profundo é avaliado solicitando que o paciente force a falange distal contra uma
resistência.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Atendimento do Trauma de Mão

aula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdf
aula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdfaula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdf
aula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdfAmandaMaritsa1
 
Fraturas Comuns do Antebraço
Fraturas Comuns do AntebraçoFraturas Comuns do Antebraço
Fraturas Comuns do AntebraçoCarlos Andrade
 
Hérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombarHérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombaradrianomedico
 
Epicondilite Lateral,STC e LMR - 3o Ano
Epicondilite Lateral,STC e LMR - 3o AnoEpicondilite Lateral,STC e LMR - 3o Ano
Epicondilite Lateral,STC e LMR - 3o AnoCarlos Andrade
 
Fraturas dos membros_superiores[1]
Fraturas dos membros_superiores[1]Fraturas dos membros_superiores[1]
Fraturas dos membros_superiores[1]Claudevir Tunussi
 
Fraturas diafisária de úmero
Fraturas diafisária de úmeroFraturas diafisária de úmero
Fraturas diafisária de úmeroMarcus Murata
 
Avaliação mmss apontamentos
Avaliação mmss   apontamentosAvaliação mmss   apontamentos
Avaliação mmss apontamentosRosana
 
Fratura luxação toracolombar
Fratura luxação toracolombarFratura luxação toracolombar
Fratura luxação toracolombarewerton guizardi
 
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. AbdallahHernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. AbdallahOmar Mohamad Abdallah
 
Manual de Condutas do Pronto Socorro Cirúrgico
Manual de Condutas do Pronto Socorro CirúrgicoManual de Condutas do Pronto Socorro Cirúrgico
Manual de Condutas do Pronto Socorro CirúrgicoLarissa20088
 
Fratura de metacarpo
Fratura de metacarpo Fratura de metacarpo
Fratura de metacarpo Marcus Murata
 
Aula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptx
Aula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptxAula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptx
Aula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptxLaura Alonso Matheus Montouro
 

Semelhante a Atendimento do Trauma de Mão (20)

aula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdf
aula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdfaula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdf
aula trm TRAUMA RAQUIMEDULAR.pdf
 
Traumatologia2
Traumatologia2Traumatologia2
Traumatologia2
 
Fraturas Comuns do Antebraço
Fraturas Comuns do AntebraçoFraturas Comuns do Antebraço
Fraturas Comuns do Antebraço
 
Hérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombarHérnia de disco lombar
Hérnia de disco lombar
 
Epicondilite Lateral,STC e LMR - 3o Ano
Epicondilite Lateral,STC e LMR - 3o AnoEpicondilite Lateral,STC e LMR - 3o Ano
Epicondilite Lateral,STC e LMR - 3o Ano
 
Fraturas dos membros_superiores[1]
Fraturas dos membros_superiores[1]Fraturas dos membros_superiores[1]
Fraturas dos membros_superiores[1]
 
Epicondilite lateral
Epicondilite lateralEpicondilite lateral
Epicondilite lateral
 
Aula hérnia de disco lombar
Aula hérnia de disco lombarAula hérnia de disco lombar
Aula hérnia de disco lombar
 
ORTOPEDIA.pptx
ORTOPEDIA.pptxORTOPEDIA.pptx
ORTOPEDIA.pptx
 
Fraturas diafisária de úmero
Fraturas diafisária de úmeroFraturas diafisária de úmero
Fraturas diafisária de úmero
 
Fraturas de tibia e fibula proximais
Fraturas de tibia e fibula proximaisFraturas de tibia e fibula proximais
Fraturas de tibia e fibula proximais
 
Avaliação mmss apontamentos
Avaliação mmss   apontamentosAvaliação mmss   apontamentos
Avaliação mmss apontamentos
 
Fratura luxação toracolombar
Fratura luxação toracolombarFratura luxação toracolombar
Fratura luxação toracolombar
 
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. AbdallahHernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Hernia de disco Dr Omar Mohamad M. Abdallah
 
Semiologia da mão
Semiologia da mãoSemiologia da mão
Semiologia da mão
 
Manual de Condutas do Pronto Socorro Cirúrgico
Manual de Condutas do Pronto Socorro CirúrgicoManual de Condutas do Pronto Socorro Cirúrgico
Manual de Condutas do Pronto Socorro Cirúrgico
 
Fratura de metacarpo
Fratura de metacarpo Fratura de metacarpo
Fratura de metacarpo
 
Fratura radio distal
Fratura radio distalFratura radio distal
Fratura radio distal
 
Aula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptx
Aula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptxAula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptx
Aula Mononeuropatias e síndromes compressivas dos membros superiores.pptx
 
Fraturas do tornozelo
Fraturas do tornozeloFraturas do tornozelo
Fraturas do tornozelo
 

Mais de Brunno Rosique

Mais de Brunno Rosique (20)

Anestesia Ambulatorial
Anestesia Ambulatorial Anestesia Ambulatorial
Anestesia Ambulatorial
 
Onfaloplastia.pdf
Onfaloplastia.pdfOnfaloplastia.pdf
Onfaloplastia.pdf
 
Tumores cutâneos.ppt
Tumores cutâneos.pptTumores cutâneos.ppt
Tumores cutâneos.ppt
 
Lipoabdominoplastia
Lipoabdominoplastia Lipoabdominoplastia
Lipoabdominoplastia
 
Abdominoplastia.doc
Abdominoplastia.docAbdominoplastia.doc
Abdominoplastia.doc
 
ABDOMINOPLASTY.ppt
ABDOMINOPLASTY.pptABDOMINOPLASTY.ppt
ABDOMINOPLASTY.ppt
 
Abdominoplastia
 Abdominoplastia  Abdominoplastia
Abdominoplastia
 
Lipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
Lipoabdominoplastia - Técnica SaldanhaLipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
Lipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
 
Excisão Fusiforme.PDF
Excisão Fusiforme.PDFExcisão Fusiforme.PDF
Excisão Fusiforme.PDF
 
CBC com Margem.pdf
CBC com Margem.pdfCBC com Margem.pdf
CBC com Margem.pdf
 
Guia de Neoplasia de Pele
Guia de Neoplasia de Pele Guia de Neoplasia de Pele
Guia de Neoplasia de Pele
 
CARCINOMA BASOCELULAR .ppt
CARCINOMA BASOCELULAR .pptCARCINOMA BASOCELULAR .ppt
CARCINOMA BASOCELULAR .ppt
 
Queimaduras - atendimento.doc
Queimaduras - atendimento.docQueimaduras - atendimento.doc
Queimaduras - atendimento.doc
 
Queimaduras- Tratamento .doc
Queimaduras- Tratamento .docQueimaduras- Tratamento .doc
Queimaduras- Tratamento .doc
 
Queimaduras.doc
Queimaduras.docQueimaduras.doc
Queimaduras.doc
 
Queimadura Química.ppt
Queimadura Química.pptQueimadura Química.ppt
Queimadura Química.ppt
 
Lesões elétricas.doc
Lesões elétricas.docLesões elétricas.doc
Lesões elétricas.doc
 
Prova 2004 Cirurgia Plástica
Prova 2004 Cirurgia Plástica Prova 2004 Cirurgia Plástica
Prova 2004 Cirurgia Plástica
 
Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica
 
Prova Cirurgia Plástica
Prova Cirurgia Plástica Prova Cirurgia Plástica
Prova Cirurgia Plástica
 

Último

Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 

Último (8)

Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 

Atendimento do Trauma de Mão

  • 1. Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto Regente : Dr Valdemar Mano Sanches Atendimento do Trauma de Mão Dr Brunno Rosique Lara Introdução Exceto pela sua anatomia complexa, o exame físico da mão é relativamente fácil, pois a integridade de cada estrutura pode ser avaliada por um exame funcional detalhado. Uma abordagem ordenada e um conhecimento profundo da anatomia funcional da mão são necessários para interpretação dos sinais e sintomas encontrados. Deve-se realizar um rápido questionário com informações como: Idade;Sexo;Ocupação;Data da lesão ou do início dos sintomas;Tratamento prévio;Doenças sistêmicas; A mão é examinada primeiramente em repouso, em seguida deve ser avaliada a capacidade do paciente de realizar simples tarefas como abrir e fechar a mão. Atendimento Inicial Todo movimento da mão deve ser relatado. A determinação da sensibilidade é essencial, porém a sua ausência não indica necessariamente uma lesão nervosa. Os ferimentos hemorrágicos, que dificultam a avaliação, devem ser controlados por compressão local ou por torniquete pneumático (250 – 300 mmHg) por curto período de tempo. Não se deve realizar clampeamento de vasos na mão e nos dedos devido ao alto risco de lesão neural. Após rápido, porém cuidadoso, exame da mão esta deve ser recoberta com curativo oclusivo estéril e elevada. Rx deve ser solicitado se houver suspeita de fratura ou de corpo estranho. Em todos os casos em que o paciente é incapaz de colaborar, o aspecto topográfico da lesão e o reconhecimento de déficit funcional podem antecipar a possibilidade de futura incapacidade e a necessidade de reconstrução em segundo tempo. Essa possibilidade deve ser discutida precocemente com o paciente e familiares. A avaliação secundária e definitiva do trauma de mão é feito sob analgesia regional ou geral, com iluminação adequada e hemostasia por torniquete. Alguns ferimentos são facilmente avaliados e tratados na sala de emergência. Anotações detalhadas de todo o exame e de qualquer procedimento cirúrgico realizado são essenciais para revisar lesões que requeiram, tratamentos futuros. Um simples desenho da mão com uma anotação resumida dos achados pertinentes, produz um arquivo prático do paciente, e facilita consultas futuras. Fotografias e Rx também são indispensáveis para documentação do caso.
  • 2. Pele, Subcutâneo e Fáscia A função da mão pode ser muito prejudicada, por uma cicatriz hipertrófica palmar ou dorsal, secundária a uma lesão ou proveniente de uma incisão mal planejada. A liberação de retrações cicatriciais da pele é um dos maiores problemas na cirurgia reparadora da mão. Área de hiperemia, dor local, aumento de temperatura e linfangites são sinais de processo inflamatório, geralmente observado na pele da região dorsal. A pele normal da palma é firmemente aderida a fáscia, a drenagem venosa e linfática é desviada para o dorso da mão onde o edema é observado. Em lesões agudas dos nervos da mão, a ausência de transpiração (parestesia e pele seca no território do nervo) é um importante sinal de desenervação no paciente não cooperativo. Em casos de lesão antiga de nervo periférico as alterações tróficas são evidentes. Esqueleto e Articulações Apesar do grande valor diagnóstico do Rx o exame clínico é indispensável. O tubérculo do escafóide é localizado lateral ao flexor radial do carpo. É um ponto de referência importante para determinar desvio de rotação na flexão dos dedos, normalmente, na flexão, a projeção de um plano de cada dedo passa próximo ao tubérculo. Um desvio deste plano pode ser resultado de uma fratura metacárpica ou falangeana, ou lesão do ligamento colateral. O osso trapézio é palpado na tabaqueira anatômica distal ao escafóide.
  • 3. Uma depressão na porção central do dorso do carpo entre os tendões extensor radial do carpo e extensor comum dos dedos indica a posição da cabeça do capitato, o centro da flexão-extensão e do movimento lateral do punho. A face dorsal dos cinco metacarpos e das articulações carpometacárpicas são facilmente palpadas. O pisiforme encontra-se na base da eminência hipotênar. Aproximadamente 1,5 a 2,0cm distal ao pisiforme, numa linha oblíqua do pisiforme até a cabeça do terceiro metacarpo, está o hámulo do hamato, o qual pode ser local de fratura de difícil diagnóstico. Extensão e abdução dos dedos achata os arcos transverso e longitudinal; oposição do polegar com o quinto dedo restaura a forma dos arcos. Limitação da movimentação do arco transverso pode ser resultado de vários mecanismos patológicos, incluindo, cicatriz dorsal, fixação das articulações com o carpo do 1º., 4º. e 5º. metacarpos, ou paralisia dos músculos intrínsecos. Fraturas do metacarpo são diagnosticadas por dor localizada, deformidade e crepitação. O metacarpo está encurtado e flexionado na palma, com a articulação metacarpofalangeana hiperestendida. Essa posição é resultado de desequilíbrio entre os músculos interósseos e o tendão extensor do dedo. As deformidades características da fratura da diáfise das falanges proximais, incluem, encurtamento, angulação dorsal, e freqüentemente rotação do fragmento distal.
  • 4. Músculos e Tendões Este sistema é geralmente afetado por paralisia e atrofia secundária a lesões de nervos periféricos. A contração dos músculos envolvidos deve ser avaliada por palpação e determinação da força, estabilidade, alcance do movimento articular, fixação dos tendões e movimentação da unidade músculo-tendão. A função do extensor extrínseco dos dedos pode ser avaliada pela extensão da falanges proximais. Com as articulações metacarpofalangeanas estabilizadas em pequena flexão, tanto o sistema intrínseco como o extrínseco podem estender a articulação interafalangeana próximal. Exceto quando em extensão-abdução completa a falange distal do polegar pode ser estendida pelo extensor longo do polegar e pelos músculos intrínsecos. Nesta posição a falange distal é estendida pelo extensor longo do polegar. Em oposição completa a extensão da falange distal do polegar é realizada pelo abdutor curto do polegar e pelo adutor do polegar. Os 4 flexores superficiais dos dedos (nervo mediano) são independentes e podem ser examinados segurando os dedos adjacentes em extensão completa (evitando que o flexor profundo flexione a art. Interfalangeana proximal). O flexor profundo é avaliado solicitando que o paciente force a falange distal contra uma resistência.