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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA 
ILUSTRAÇÕES: 
JOSÉ FALCETTI 
REDAÇÃO: 
DOAPARELHO LOCOMOTOR 
PROF. RAMES MATTAR JUNIOR 
PROF. RONALDO J. AZZE 
SEMIOLOGIA 
DA MÃO 
6
SEMIOLOGIA DA MÃO 
Segundo Testut e Jacob, a mão seria 
o segmento terminal do membro superior, 
continuação do punho, terminando distal-mente 
com os dedos. Seu limite proximal 
seria dado por um plano horizontal que 
passa pelo pisiforme e pelo escafóide. 
Seu esqueleto corresponderia a segunda 
fileira do carpo, aos ossos metacárpicos e 
às falanges. A primeira fileira pertenceria 
à região do punho. Tal divisão didática 
não é a correta, pois não considera a mão 
como um segmento corpóreo essencial-mente 
funcional e, por isso mesmo, 
dependente do restante do membro supe-rior, 
até às raízes do plexo braquial nos 
foramens vertebrais. Seu limite superior, 
como extraordinário elemento de preen-são 
e sensibilidade, estaria mais apropria-damente 
localizado no córtex cerebral 
contra-lateral (Bunnel). 
Prof. Rames Mattar Júnior 
Prof. Ronaldo J. Azze 
Clínica e anatomicamente podemos 
dividi-la em: 
Mão: Região Ventral (palma) 
Região Dorsal 
Dedos: Região Ventral 
Região Dorsal 
MÃO VENTRAL (PALMA) 
A região ventral, ou palmar, apresenta 
três saliências: 
– Eminência Tenar 
– Eminência Hipotenar 
– Saliência Digito-palmar 
Estas saliências circundam o oco da 
mão no centro da palma. 
Nesta região encontramos as pregas 
cutâneas que devem ser consideradas 
como “conseqüência” dos movimentos 
fisiológicos: 
1 – prega distal ou inferior Metacarpo-falangiana flexão 
2 – prega média Metacarpo-falangiana flexão 
3 – prega proximal ou superior Trapézio-metacarpiana oponência 
2 
Publicação Oficial do Instituto 
de Ortopedia e Traumatologia 
Dr. F. E. de Godoy Moreira 
da Faculdade de Medicina 
da Universidade de São Paulo. 
R. Dr. Ovidio Pires de Campos, 333 
Tel/Fax: (011) 3069-6888 
CEP 05403-010 – São Paulo – SP 
REDAÇÃO: 
Prof. Dr. Rames Mattar Junior 
Professor livre Docente da FMUSP 
Chefe do Grupo de Mão do Departamento 
de Ortopedia e Traumatologia FMUSP 
Professor Ronaldo J. Azze 
Professor Titular do Departamento 
de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP 
Articulação Movimento 
PRODUÇÃO GRÁFICA: 
Coordenação Editorial: 
Ábaco Planejamento Visual 
Colaboradores: 
Rodrigo R. Tonan, Carmen T. Bornacina, 
Bruno Vigna, Marize Zanotto, Adalberto Tojero. 
Ilustrações Médicas: 
José Falcetti 
Diagramação e Editoração Eletrônica: 
Alexandre Lugó Ayres Neto 
Fotolito: Bureau Digital Bandeirante 
Impressão: Nova Página 
Tiragem: 10.000 exemplares 
CARTAS PARA REDAÇÃO: 
Atualização em Traumatologia do Aparelho Locomotor 
Rua Batataes, 174 – 01423-010 
São Paulo – SP – Tel/Fax.: (011) 885-4277
Estas pregas formam a figura de um 
“M” maiúsculo com sua base voltada para 
o lado ulnar. 
A prega palmar média está a cerca de 
2,5 cm distal do arco arterial profundo e 
1,5 cm distal do arco palmar superficial. 
PELE 
A pele da região ventral, sem pêlos e 
sem glândulas sebáceas, mas com mui-tas 
glândulas sudoríparas, é muito ade-rente 
aos planos profundos, sendo prati-camente 
imóvel em quase toda sua exten-são. 
Sua espessura é geralmente maior 
que em outras regiões do corpo e tende a 
aumentar, com a formação de calosida-des, 
em indivíduos que a submetem a 
pressão e esforços exagerados. 
APONEUROSE PALMAR 
A aponeurose superficial pode ser 
dividida em três porções: 
1 – a porção média, ou aponeurose 
palmar propriamente dita, localiza-se no 
oco da mão e se caracteriza por ser forte, 
espessa e possuir septos; 
2 – a porção lateral, ou aponeurose 
da eminência tenar, que se caracteriza 
por ser tênue; 
3 – a porção medial, ou aponeurose 
da eminência hipotenar, que também é 
fina e delicada. 
É na aponeurose palmar que se 
assenta a moléstia de DUPUYTREN, que 
nada mais é que uma metaplasia fibrosa 
desta estrutura. 
As aponeuroses palmares e dorsais 
dividem a mão em compartimentos que 
podem ser sede de patologias compressi-vas 
tumorais, inflamatórias e infecciosas. 
TUNEIS E BAINHAS 
SINOVIAIS DOS TENDÕES FLE-XORES 
DA MÃO 
Os tendões flexores, ao chegarem no 
punho, se introduzem por baixo do ligamen-to 
anular anterior do carpo. Este ligamento 
se constitui numa cinta fibrosa, de forma 
quadrilátera, que se extende transversal-mente 
de um a outro lado do carpo e mede 
de 4 a 5 cm de largura por 2 a 3 cm de com-primento. 
Junto com o assoalho, formado 
pelos ossos, cápsula e ligamentos do car-po, 
o ligamento anular anterior do carpo for-ma 
um túnel por onde passam tendões fle-xores 
superficiais e profundos dos dedos, 
flexor longo do polegar e nervo mediano. 
Nesta região, os tendões flexores são 
envolvidos por membranas sinoviais, sendo 
o líquido sinovial de grande importância 
para a sua nutrição e lubrificação. 
O nervo ulnar passa por um túnel 
separado na região do carpo, denomina-do 
canal de Guyon, cujos limites são o 
pisiforme e o hâmulo do hamato. 
Os tendões extensores são envolvi-dos 
por membrana sinovial ao nível do 
punho. Nessa região encontramos seis 
compartimentos, tendo a cápsula articular 
dorsal do punho como o assoalho, e o 
ligamento transverso, ou retináculo dos 
extensores, como o teto. 
3 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Aspecto normal da região palmar da mão. Notar as 
pregas cutâneas e a figura do “M” com a base volta-da 
para o lado ulnar.
Compartimentos Tendões 
primeiro 
INERVAÇÃO 
A mão recebe inervação dos nervos 
mediano, ulnar e radial. Este último inerva 
os músculos extensores extrínsecos. 
Podemos resumir as funções desse 
nervos: 
Nervo Mediano 
• sensibilidade para o polegar, indica-dor, 
dedo médio e metade radial volar do 
anular; 
• motricidade dos músculos flexores 
extrínsecos (flexor radial do carpo, palmar 
longo, flexor longo do polegar, flexor 
superficial dos dedos e porção radial do 
flexor profundo dos dedos); 
• Motricidade de intrínsecos (cabeça 
superficial do flexor curto do polegar, opo-nente 
do polegar, abdutor curto do pole-gar 
e lumbricais para dedos indicador e 
médio). 
Nervo Ulnar 
• sensibilidade para dedos mínimos e 
metade ulnar do anular; 
• motricidade de músculos extrínse-cos 
(flexor ulnar do carpo e porção ulnar 
do flexor profundo dos dedos); 
• motricidade de intrínsecos (cabeça 
profunda do flexor curto do polegar, adu-tor 
do polegar, músculos da eminência 
hipotenar, interósseos palmares, interós-seos 
dorsais e lumbricais para os dedos 
anular e mínimo). 
Nervo Radial: 
• sensibilidade para a região da taba-queira 
anatômica; 
• motricidade dos músculos extenso-res 
extrínsecos (extensor ulnar do carpo, 
extensor comum dos dedos, extensor pró-prio 
do indicador, extensor próprio do 
dedo mínimo, extensor radial curto e lon-go 
do carpo, abdutor longo do polegar, 
extensor curto e longo do polegar). 
VASCULARIZAÇÃO 
A mão recebe nutrição vascular arte-rial 
através das artérias radial e ulnar que 
formam os arcos palmares superficial e 
profundo. O arco palmar superficial é mais 
proximal e dele emergem as artérias digi-tais 
para os dedos. O arco palmar profun-do 
situa-se mais distalmente e dele emer-ge 
a artéria policis princeps que origina as 
artérias digitais para o polegar, artéria 
digital radial para o indicador e artérias 
interósseas. 
A drenagem venosa se faz principal-mente 
através de veias dorsais superfi- 
4 
Abdutor longo do polegar 
Extensor curto do polegar 
segundo 
Extensor radial longo do carpo 
Extensor radial curto do polegar 
terceiro Extensor longo do polegar 
quarto 
Extensor comum dos dedos 
Extensor próprio do indicador 
quinto Extensor próprio do dedo mínimo 
sexto Extensor ulnar do carpo
5 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Túneis, bainhas senoviais, 
inervação e vascularização da mão. 
Artéria e nervo digitais 
Arco palmar 
superficial 
Nervo mediano 
Artéria 
policis princeps 
Artéria radial 
Artéria ulnar 
Nervo ulnar
6 
ciais. 
ESQUELETO 
A região do carpo é constituída por oito 
ossos que são distribuídos em duas fileiras. 
Na fileira proximal, de radial para ulnar, 
temos o escafóide, semilunar, piramidal e 
pisiforme. Da mesma forma, na fileira distal 
encontramos o trapézio, trapezóide, capita-to 
e hamato. Esses mantém uma con-gruência 
perfeita graças a ação de liga-mentos 
fortes localizados principalmente 
na região ventral. As articulações radio-carpica, 
intercarpica e carpo-metacarpiana 
promovem movimentos de flexão, exten-são, 
adução e abdução cuja somatória for-ma 
uma figura de uma elípse. 
A articulação trapézio-metacarpiana 
do polegar é do tipo selar e permite um 
elevado grau de liberdade articular. 
As articulações metacarpo-falangia-nas, 
além de permitir movimentos de fle-xo- 
extensão, quando estendidas permi-tem 
movimentos de adução e abdução. 
Por outro lado, as articulações interfalan-gianas 
permitem apenas movimentos de
7 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
flexão e extensão. 
MUSCULATURA INTRÍNSECA 
Os músculos intrínsecos são aqueles 
que se originam e se inserem na mão. A 
ação dessa musculatura é de fundamental 
importância. São constituídos pelos mús-culos 
da eminência tenar, hipotenar, mús-culos 
interósseos e lumbricais. 
Músculos da Eminência Tenar: flexor 
curto, abdutor curto, adutor e oponente do 
polegar. 
Músculos da Eminência Hipotenar: 
abdutor, flexor curto e oponente de dedo 
mínimo. 
Os interósseos dorsais realizam a 
abdução dos dedos e a flexão da metacar-pofalangiana 
com extensão das interfalan-gianas. 
Os interósseos 
ventrais realizam a 
adução dos dedos e, 
junto com os interós-seos 
dorsais e lumbri-cais, 
realizam a flexão 
da metacarpofalangiana 
e extensão das interfalan-gianas. 
Os lumbricais se originam 
dos flexores profundos dos 
dedos passam radialmente às 
articulações metacarpofalan-gianas, 
e se inserem no apare-lho 
extensor. Realizam a flexão 
das metacarpofalangianas e 
Músculos intrínsecos da mão 
(vista palmar)
8 
Músculos intrínsecos da mão 
(vista dorsal)
extensão das interfalangianas. 
DEDOS 
REGIÃO VENTRAL 
PELE 
Apresenta as pregas de flexão proxi-mal 
ou digito palmar, média e distal. A pre-ga 
de flexão proximal situa-se a 1,5 cm 
distal a articulação MCF. A prega de flexão 
média corresponderia aos movimentos da 
articulação IFP, situando-se exatamente a 
seu nível e a prega distal localiza-se 0,5 
cm proximalmente a IFD. 
Deve-se considerar as pregas de fle-xão 
dos dedos como pontos de referência 
para localização clínica ou cirúrgica des-tas 
articulações. 
A pele da região ventral dos dedos 
apresenta as mesmas características que 
as da palma da mão, com a derme extre-mamente 
rica em terminações vasculares 
e nervosas, principalmente na polpa dos 
dedos, que é a região de maior sensibili-dade 
tátil (“olhos da mão”). Na epiderme 
das polpas digitais encontramos saliên-cias 
concêntricas que variam enorme-mente 
em forma e disposição, constituin-do 
as “impressões digitais”. 
O Tecido Celular Subcutâneo é cons-tituído 
por um quadriculado que fixa a der-me 
à bainha dos flexores. É constituído 
por tecido gorduroso, vasos e nervos. O 
processo infeccioso do tecido celular sub-cutâneo, 
denominado panarício, é extre-mamente 
doloroso e algumas das razões 
são a rica inervação da região e a inexten-sibilidade 
dos tecidos. Na falange distal 
não há a bainha fibrosa dos flexores e o 
trabeculado do tecido celular subcutâneo 
se fixa diretamente no osso. Nessa região 
os processos infecciosos são de morbida-de 
maior, pois podem contaminar direta-mente 
a falange. 
BAINHA FIBROSA DOS 
FLEXORES – TÚNEL 
OSTEOFIBROSO 
A formação de um verdadeiro túnel por 
onde deslizam os tendões flexores é res-ponsável 
por um dos mecanismos mais ela-borados 
para a função da mão. 
Correspondendo a ZONA II da mão, o túnel 
osteofibroso é constituído no seu assoalho 
pela placa volar e com seu revestimento 
conjuntivo existem reforços que formam as 
polias que podem ter forma de arco (polias 
arciformes) ou de cruz (polias cruciformes). 
A anatomia destas polias tem sido discutida 
9 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
até hoje e um modelo anatômico aceito é 
mostrado a seguir: 
O Túnel Osteo Fibroso é revestido por 
uma membrana sinovial que produz líqui-do 
sinovial. Este é importante não apenas 
para a lubrificação dos tendões como 
também para a nutrição dos mesmos. 
Pelo Túnel osteofibroso penetram vasos, 
ramos da artéria digital, que formam ver-dadeiros 
“mesos” para atingir a face dor-sal 
dos 
t e n - 
d õ e s 
f l e x o - 
res. Esses são denominados vínculos. 
Vínculos dos tendões flexores. 
Observar o sistema vascular de nutrição 
dos tendões flexores. O túnel osteofibroso 
foi ressecado e podemos observar as 
vínculas longas e curtas dos tendões 
flexores superficial e profundo, contendo 
ramos vasculares da artéria digital. 
10
TENDÕES FLEXORES 
O tendão flexor superficial, ao nível 
do 1/3 médio da falange proximal, divide-se 
em duas bandas que voltam a se unir 
no quiasma de Camper e, por este orifício, 
passa o tendão flexor profundo do dedo. 
O flexor superficial insere-se na falange 
média, em leque, no seu 1/3 proximal e 
médio. O flexor profundo insere-se no 1/3 
proximal da falange distal. 
ZONAS REGIÃO VENTRAL DA 
MÃO E DEDOS 
Zona I – distal a inserção do flexor 
superficial. Contém apenas o tendão fle-xor 
profundo 
Zona II ("no man’s land") – ou zona 
de nínguém de Bunnell ,é a zona do túnel 
osteofibroso 
Zona III – ocorre a origem dos lumbri-cais. 
O tendão flexor é envolto por tecido 
11 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Anatomia do aparelho extensor: 
a) tendão extensor terminal 
b) tendões extensores laterais 
c) tendão extensor central 
d) ligamento triangular 
e) ligamento retinacular transverso 
f) ligamento retinacular oblíquo 
g) lumbrical 
h) interósseo 
i) banda sagital 
j) tendão extensor extrínseco 
a 
d 
b 
c 
i 
h 
j 
h 
g 
a) Tendão extensor terminal 
b) Tendão extensor central 
c) Tendão extensor extrínseco 
d) Tendão intrínseco (Lumbrical) 
e) Tendão intrínseco (Interósseo) 
f) Ligamento retinácular oblíquo 
g) Ligamento retinácular transverso 
h) Ligamento de Cleland 
i) Ligamento intermetacarpiano 
transverso 
j) Banda sagital 
a 
h 
b 
g f 
d 
e 
c 
j 
i
areolar ricamente vascularizado 
Zona IV – túnel do carpo 
Zon V – proximal ao túnel do carpo 
REGIÃO DORSAL 
A pele da região dorsal da mão e dos 
dedos é provida de pelos, é mais elástica e 
menos aderente aos planos profundos. 
Possui pregas cutâneas mais evidentes na 
região das articulações interfalangianas. 
O tecido celular subcutâneo na região 
dorsal é pouco espesso e por ele transi-tam 
as veias superficiais dorsais, princi-pais 
responsáveis pela drenagem venosa 
dos dedos e da mão. 
Os tendões extensores, ao nível dos 
dedos, formam um verdadeiro aparelho 
cujos elementos constituem um mecanis-mo 
complexo de vetores de força. O ten-dão 
extensor extrínseco (músculos exten-sores 
comuns e próprios) recebe ao nível 
da articulação MCF a inserção dos mús-culos 
intrínsecos (lumbricais e interós-seos) 
e, a partir daí, divide-se em 3 por-ções: 
2 bandas laterais e 1 banda central. 
A banda central irá se inserir ao nível da 
falange média e as 2 bandas laterais 
unem-se distalmente para se inserir na 
falange distal. Este aparelho extensor 
recebe inserção de vários ligamentos 
como os ligamentos retinaculares oblíquo 
e transverso, ligamento Cleland, etc. 
O Sistema ósteo Articular dos Dedos é 
constituído pela articulação metacarpofa-langiana 
do tipo condilar, que permite 
movimentos de flexo extensão e, quando 
em extensão, graças ao relaxamento dos 
ligamentos colaterais, movimentos de 
adução e abdução. As articulações interfa-langianas, 
do tipo gínglimo, permitem ape-nas 
movimentos de flexão e extensão. 
O Sistema Ligamentar dos Dedos é 
complexo e extremamente importante 
para o funcionamento harmônico das 
diversas estruturas motoras. Além das 
cápsulas articulares das diversas articula-ções, 
a placa volar pode ser considerada o 
reforço ventral e os ligamentos colaterais o 
reforço lateral. Além desses, os ligamen-tos 
retinaculares oblíquos e transversos 
tem grande importância no funcionamento 
do aparelho extensor. O ligamento osteo-cutâneo 
de Cleland limita a excursão das 
partes moles no movimento de flexo 
extensão dos dedos. O ligamento de 
Grayson estabiliza o feixe vásculo-nervoso 
em sua posição anatômica. 
INSPEÇÃO 
Inspeção Estática 
A mão em repouso apresenta uma 
posição característica das articulações 
metacarpofalangianas e interfalangianas, 
com flexão progressivamente maior do 
indicador para o dedo mínimo. Quando 
um dedo mantém-se em extensão, na 
posição de repouso, pode-se pensar em 
lesão dos ten-dões 
flexores. 
12 
À esquerda mão na posi-ção 
de repouso (normal) e 
à direita mão em repouso 
com lesão dos flexores do 
dedo médio. 
Paciente portador de uma lesão dos flexores do 
dedo anular realizando flexão de todos os dedos. 
Sindactilia 
complexa à 
esquerda 
(com fusão de 
falanges entre 
o dedos médio 
e anular). 
Braquisindoctilia.
Podemos perceber que, na mão 
dominante, a musculatura intrínsica é 
mais desenvolvida e os sulcos das pregas 
cutâneas são mais profundos. Além disso, 
podemos observar calosidades nas mãos 
nas regiões de maior atrito. 
Na mão normal observamos que a 
região palmar forma uma “concha”, cujos 
limites seriam as eminências tenar e hipo-tenar. 
Esta forma é dada pela presença 
dos arcos transverso palmar proximal, 
arco transverso palmar distal e arco longi-tudinal 
palmar. Tais arcos são mantidos 
pelos músculos intrínsecos da mão, de tal 
forma que, na sua paralisia, a forma de 
“concha” desaparece. Os ligamentos 
transverso do carpo e intermetacarpiano 
transverso colaboram com a manutenção 
dos arcos palmar transverso proximal e 
distal respectivamente. 
À inspeção estática, já podemos notar 
pregas cutâneas anormais ao nível das 
comissuras dos dedos. Estas pregas, 
denominadas sindactilias, constituem-se 
numa das deformidade congênita mais 
freqüentes da mão e limitam sua função 
por restringir os movimentos. 
Ao nível das articulações metacarpo-falangianas, 
na região palmar, observa-mos 
a formação de saliências e uma dis-creta 
depressão localizada ao lado dos 
dedos. As saliências correspondem à pre-sença 
de tecido gorduroso e dos feixes 
vasculo-nervosos constituídos por uma 
artéria e uma nervo. As depressões cor-respondem 
ao túnel osteofibroso conten-do 
os tendões flexores. 
Na região do dorso da mão, em 
repouso, observamos as saliências for- 
13 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Saliências depressões 
Saliências depressões
madas pelas cabeças dos metacarpianos, sendo a do terceiro dedo a mais saliente. Nas 
freqüentes fraturas do colo dos metacarpianos, a tendência das cabeças de desviarem-se 
para volar apaga a saliência e os sulcos existentes nessa região. 
A transparência das unhas permite examinar o leito ungueal e a microcirculação, 
14 
Cistos sinoviais ao vivel de punho. 
Outras lesões císticas 
oferecendo informações do estado hemodinâmico local ou sistêmico. A unha também é 
sede freqüente de patologias infecciosas, bacterianas e fúngicas. Por outro lado, pode 
haver alterações ungueais causadas por patologias sistêmicas. Ex.: unha em baqueta de 
tambor em patologias cardio-pulmonares crônicas. 
1 – Encondroma no 
3º metacarpeâno. 
2 – Tumor de células gigantes 
(partes moles). 
Depressões 
cutâneas, nódulos 
e cordões na 
moléstia de 
Dupuytrem. 
1 2
Deve-se observar, com atenção, a 
presença de cicatrizes, que associadas a 
outras alterações, podem fazer diagnósti-co 
de lesões em determinadas estruturas 
da mão. Podemos citar, por exemplo, uma 
cicatriz ao nível de topografia de feixe 
vásculo-nervoso associada a perda de 
tropismo da pele e ausência de sudorese, 
fazendo diagnóstico da lesão de um nervo 
digital. 
Os aumentos de volume devem 
levantar a suspeita de tumores. Os tumo-res 
“sensu lato” mais freqüentes da mão 
são os de partes moles e corresponde-riam 
aos cistos sinoviais. 
O tumor ósseo mais frequente é o 
encondroma, que freqüentemente man-tém- 
se assintomático até causar uma fra-tura 
patológica. Tumores malignos são 
raros. Tumores pulsáteis em topografia de 
artérias são os aneurismas. Um tumor de 
partes moles frequente na mão é o tumor 
de células gigantes (xantona). 
As depressões ao nível da mão 
podem aparecer como conseqüência de 
lesão de estruturas músculo tendinosas, 
ósseas ou mesmo na moléstia de 
Dupuytren, onde a metaplasia fibrosa da 
fascia palmar leva a retração da pele 
suprajacente. Na moléstia de Dupuytrem 
pode-se palpar módulos e cordões forma-dos 
pela fascia palmar patológica. 
PALPAÇÃO DA PELE 
A pele da região palmar da mão e dos 
dedos é mais espessa e fixa aos planos 
profundos. Essa fixação é dada por fibras 
que se originam da fascia palmar e por 
ligamentos ao nível dos dedos (ligamen-tos 
de Cleland e Grayson). 
Durante a palpação da pele deve-se 
observar alterações na temperatura da 
mão, pois um aumento de temperatura 
pode indicar processo infeccioso ou infla-matório. 
A pele seca por anidrose será 
indício de lesão nervosa. 
PALPAÇÃO DE PARTES MOLES 
A maioria dos tendões são palpáveis 
ao nível do punho e mão. Na região dor-sal 
do punho temos seis compartimentos 
separados por onde os tendões passam. 
Nesses compartimentos, que funcionam 
como verdadeiras polias, há revestimento 
de tecido sinovial. 
Compartimento 1 – Localiza-se ao 
nível do processo estilóide do rádio. Por 
este compartimento passam os tendões 
abdutor longo do polegar e extensor curto 
do polegar. Com a abdução e extensão do 
polegar estes tendões ficam mais eviden-tes 
e facilmente palpáveis. O processo 
inflamatório ao nível desses compartimen-tos 
é bastante frequentes e denominado 
tenosinovite De Quervain. Este comparti-mento 
forma o limite radial da tabaqueira 
anatômica. 
Compartimento 2 – Neste comparti-mento 
passam os tendões extensor radial 
longo e curto do carpo. O tendão extensor 
radial curto é mais ulnar e central em rela-ção 
ao punho, inserindo-se na base do 
terceiro metacarpo. Estes tendões são 
mais facilmente palpáveis pedindo ao 
paciente para fletir os dedos e estender o 
punho. Nessa situação eles são visíveis e 
palpáveis na região lateral ao tubérculo de 
Lister do rádio. 
Compartimento 3 – Contém o exten-sor 
longo do polegar. Este compartimento 
forma a borda ulnar da tabaqueira anatô-mica. 
O tendão extensor longo do polegar 
faz polia no tubérculo de Lister do rádio e, 
por haver um grande atrito nesta região, 
este tendão rompe-se com grande fre-qüência, 
principalmente após fraturas da 
extremidade distal do rádio, doença reu-matóide, 
etc. 
Compartimento 4 – É imediatamente 
ulnar ao 3 compartimento e imediatamen-te 
radial a articulação radio ulnar distal. 
Por este compartimento passam o exten-sor 
comum dos dedos e o extensor pró-prio 
do indicador. Este último localiza-se 
em posição medial em relação ao exten-sor 
comum do mesmo dedo e é responsá-vel 
pela extensão independente do indica-dor. 
Compartimento 5 – Localiza-se ao 
nível da articulação rádio ulnar distal e 
contém o tendão extensor próprio do dedo 
mínimo. Este tendão localiza-se medial-mente 
ao tendão extensor comum deste 
15 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
1 
2 
3 
4 
5 
6
mesmo dedo. Durante a extensão do 
dedo mínimo é possível palpar estes dois 
tendões extensores ao nível do dorso da 
mão. Graças ao tendão extensor próprio 
do dedo mínimo é possível realizar a 
extensão independente deste dedo. 
Compartimento 6 – Situa-se medial-mente 
a articulação radio ulnar distal, pos-terior 
à cabeça da ulna. O tendão exten-sor 
ulnar do carpo passa por este compar-timento 
para se inserir na base do V meta-carpo. 
Este tendão é mais facilmente pal-pado 
com a extensão e desvio ulnar do 
punho. Quando ocorre lesão desse com-partimento 
o tendão extensor ulnar do 
carpo pode deslocar-se medialmente 
durante a pronação. 
Na região ventral do punho podemos 
também palpar as estruturas tendinosas: 
• Flexor Ulnar do Carpo- Pode ser pal-pado 
pedindo para o paciente fletir o 
punho. Localiza-se na porção ventro 
medial do punho e pode ser palpado até o 
pisiforme ao nível da base da eminência 
hipotenar. O flexor ulnar do carpo situa-se 
imediatamente anterior ao feixe vásculo-nervoso 
da artéria e nervo ulnar. O pulso 
da artéria ulnar pode ser palpado até a 
base da eminência hipotenar. Nessa 
região, o feixe vásculo-nervoso penetra 
numa depressão que existe entre o osso 
pisiforme e o hâmulo do hamato que é 
convertido em um túnel osteofibroso. Este 
canal é denominado túnel de Guyon, e é 
sede frequente de patologias compressi-vas. 
16 
Da mesma forma que 
no punho, esses tendões 
podem ser palpados ao 
nível do dorso da mão 
quando os dedos são 
Palpação do palmar longo com a flexão do punho 
contra resistência. 
Palpação do flexor radial do carpo com a flexão do 
punho contra resistência. 
Palpação do flexor 
ulnar do carpo.
• Palpar Longo é mais facilmente pal-pado 
com o punho fletido. Sua palpação 
pode ser ainda facilitada realizando uma 
pinça digital entre os dedos mínimos e 
polegar. Dessa forma, o Palmar Longo 
torna-se mais evidente ao nível da linha 
média da face anterior do punho. Em cer-ca 
de 5% a 10% da população encontra-mos 
ausência do palmar longo. O tendão 
do palmar longo é muito utilizado como 
enxerto já que sua ausência não compro-mete 
significativamente a função da mão. 
• Flexor Radial do Carpo pode ser pal-pado 
na região ventro lateral do punho. É 
um tendão espesso e mais centralizado 
em relação ao punho quando comparado 
com o flexor ulnar do carpo. A artéria 
radial situa-se lateralmente ao tendão 
radial do carpo. 
Entre o flexor ulnar do carpo e o flexor 
radial do carpo, por baixo do palmar lon-go, 
encontramos os tendões flexores 
superficiais e profundo dos dedos, além 
do nervo mediano. 
Túnel do Carpo – O túnel do carpo 
pode ser delimitado por quatro proeminên-cias 
ósseas: proximalmente pelo pisiforme 
e pelo tubérculo do escafóide; distalmente 
pelo hâmulo do hamato e pelo tubérculo do 
trapézio. O ligamento transverso do carpo 
corre por entre essas quatro proeminên-cias 
ósseas constituindo-se no teto do 
túnel do carpo. O assoalho deste túnel é 
formado pelos óssos do carpo, cápsula e 
ligamento volares. Por este túnel passam o 
nervo mediano, tendões flexores profundo 
dos dedos e flexor longo do polegar. O 
túnel do carpo é importante por conter 
estruturas nobres, por ser sede freqüente 
de patologias compressivas e por se cons-tituir 
em um túnel osteofibroso revestido 
por tecido sinovial. Nessa região os ten-dões 
são também nutridos por embebição 
pelo líquido sinovial. Na síndrome do túnel 
do carpo a compressão do nervo mediano 
causará uma hipoestesia no território deste 
nervo, além de uma paresia com hipotrofia 
ao nível da eminência tenar. A síndrome do 
túnel do carpo poderá ser conseqüência de 
seqüela de traumas, que alteram a anato-mia 
da região, como nas fraturas de Colles 
ou fraturas e luxações dos ossos do carpo 
(diminuição do continente), ou ainda por 
sinovites secundárias a doença reumatói-de, 
patologias sistêmicas que causam ede-ma 
(aumento do conteúdo), etc.. A síndro-me 
do túnel do carpo é potencialmente fre-quente 
em mulheres pós menopausa ou 
durante a gravidez, graças à alterações 
hormonais existentes. O diagnóstico da 
síndrome do túnel do carpo pode ser feito 
clinicamente através da história do pacien-te, 
existência da hipoestesia com ou sem 
hipotrofia característica, presença de sinais 
especiais (Tinel e Phalen), sendo que a 
eletromiografia poderá auxiliar em casos 
duvidosos. 
Os tendões flexores dos dedos e do 
polegar podem ser palpados na região cen-tral 
da mão, pedindo para o paciente realizar 
a flexão dos dedos a partir da extensão total. 
Dessa mesma forma pode-se palpar o flexor 
longo do polegar no limite medial de emi-nência 
tenar. Ocasionalmente, a primeira 
17 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Sinal de Tinel: percussão 
ao nível do nervo mediano 
e presença de choque, 
hiperestesia ou formigamen-to 
no território inervado 
pelo mediano. 
Sinal de Phalen: flexão dos 
punhos provoca uma 
diminuição do continente do 
canal do carpo e provoca 
piora da compressão do 
nervo mediano. Aparece 
sinais de hipoestesia ou 
hiperestesia no território 
inervado pelo mediano.
polia arciforme (A 1) pode se tornar estreita 
para a passagem de tendões flexores dos 
dedos. Nessa situação ocorrerá um trave-mento 
do dedo na posição de flexão, deno-minado 
dedo em gatilho (trigger finger). Pela 
dificuldade em penetrar no túnel osteofibro-so, 
forma-se um pseudo nódulo ao nível do 
tendão flexor. Dessa forma, ao realizar a fle-xão, 
o pseudo nódulo dirige-se proximal-mente 
até sair do túnel osteofibroso. Ao rea-lizar 
a extensão o pseudo nódulo trava o 
movimento devido a dificuldade em penetrar 
na primeira polia arciforme. Com algum 
esforço, o pseudo nódulo consegue passar 
pela polia estenosada, e aí, correr rapida-mente 
pelo túnel, como se fosse um gatilho 
que dispara repentinamente. 
Ocasionalmente, pode-se até ouvir um esta-lido. 
Eminência Tenar – Localiza-se na 
base do polegar, e é constituída por quatro 
músculos que concedem mobilidade ao 
polegar. Esses músculos são basicamente 
inervados pelo nervo mediano, com exce-ção 
do adutor do polegar e porção profun-da 
do flexor curto, que são inervados pelo 
nervo ulnar. Deve-se observar hipotrofia e 
hipertrofia dessa região. 
Eminência Hipotenar – Localiza-se 
imediata e proximalmente ao dedo mínimo 
indo até o punho. É formada por três mús-culos 
que são inervados pelo nervo ulnar. 
Deve-se observar o trofismo desses mús-culos. 
A hipotrofia muscular pode aparecer 
como síndrome de compressão do nervo 
ulnar ao nível do Canal de Guyon ou canal 
cubital no cotovelo. 
Superficialmente aos tendões flexo-res 
existe a aponeurose palmar, que deve 
ser examinada procurando-se nódulo e 
aderências, que podem ser as caracterís-ticas 
da Moléstia de Dupuytren. 
O aumento de volume de uma articu-lação 
interfalangiana poderá traduzir uma 
sinovite secundária a artrite reumatóide 
(nódulo de Bouchart). Da mesma forma, 
os nódulos duros e dolorosos localizados 
na articulação interfalangiana distal são 
característicos da osteoartrose (nódulos 
de Heberden). 
As polpas digitais possuem uma con-sistência 
própria. Há uma grande riqueza 
de terminações nervosas e vasculares. 
As patologias que as comprometem 
devem ser consideradas graves por afe-tarem 
uma região que participa de prati-camente 
todas as funções das mãos. As 
18 
Palpação do processo estilóide do rádio. Distalmente 
encontra-se o escafóide na tabaqueira anatômica. 
Palpação do tubérculo de Lister. Distalmente e no eixo 
do 3º metacarpo encontra-se o semilunar e o capitato.
polpas distais são particularmente sensí-veis 
à infecção, por não haver espaço 
para progressão de edema ou hemato-mas. 
Os processos infecciosos ou tumo-rais 
são dolorosos, exigindo descompres-são. 
PALPAÇÃO DE 
PARTES ÓSSEAS 
Rádio – Podemos palpar o processo 
estilóide do rádio na face mais lateral e 
distal desse osso. Localizado mais dorsal-mente 
e proximalmente ao processo esti-lóide, 
palpamos outro acidente ósseo, o 
Tubérculo de Lister. É neste tubérculo que 
o tendão do extensor longo do polegar faz 
uma verdadeira polia. Localizado distal-mente 
ao processo estilóide do rádio e ao 
tubérculo de Lister, notamos a tabaqueira 
anatômica, que corresponde a um sulco 
na face dorso-lateral do punho, cujos limi-tes 
são: 
LATERAL, abdutor longo e extensor 
curto do polegar; 
MEDIAL, extensor longo do polegar; 
PROXIMAL, extremidade distal do rádio. 
Ulna – Na face dorso medial e distal 
da ulna podemos palpar o processo esti-lóide 
da ulna. Podemos notar que o pro-cesso 
estilóide da ulna localiza-se em 
média 5 a 8 mm mais proximal ao proces-so 
estilóide do rádio. A palpação dessas 
estruturas, como pontos de referência, 
são particularmente importantes nas fra-turas 
da extremidade distal do rádio e da 
ulna. Essas fraturas são muito freqüentes 
e podemos citar a fratura de Colles, onde 
ocorre um encurtamento do rádio pelo 
desvio característico, sendo a palpação 
das apófises estilóides do rádio e da ulna 
um parâmetro para verificação da redu-ção. 
O carpo é classicamente composto 
por duas fileiras. Na fileira proximal, de 
radial para ulnar, temos o escafóide, semi-lunar, 
piramidal e pisiforme. A fileira distal 
é composta também, de radial para ulnar, 
pelos ossos trapézio, trapezóide, capitato 
e hamato. 
• Escafóide: é o maior osso da fileira 
proximal e o mais suscetível à fratura por 
sua posição quase que intercalar entre as 
duas fileiras. O escafóide pode ser palpa-do 
ao nível da tabaqueira anatômica, logo 
distal ao processo estilóide do rádio, 
como um assoalho convexo. Na posição 
anatômica o escafóide mantém uma posi-ção 
oblíqua em relação ao eixo do ante-braço, 
de tal forma que sua porção distal 
é mais ventral. O tubérculo do escafóide, 
que corresponde a sua porção mais dis-tal, 
pode ser palpado na base da eminên-cia 
tenar. O desvio ulnar facilita a palpa-ção 
do corpo do escafóide ao nível da 
tabaqueira anatômica e, por outro lado, 
leva à uma horizontalização do escafói-de, 
fazendo com que seu tubérculo torne-se 
menos saliente. O desvio radial do 
punho leva a uma verticalização do esca-fóide 
tornando sua tuberosidade mais 
19 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Palpação do escafóide ao nível da tabaqueira ana-tômica. 
Palpação da superfície dorsal côncava do capitato na 
região central e dorsal do punho em posição neutra. 
Palpação do semilunar na região dorsal do punho 
em flexão.
saliente ao nível da base da eminência 
tenar. 
• Trapézio: O trapézio também pode 
ser palpado ao nível da tabaqueira anatô-mica. 
É possível palpar e perceber que 
logo após o escafóide, que possui uma 
superfície convexa, aparece um sulco que 
corresponde à articulação entre o escafói-de 
e o trapézio. Após o sulco, palpamos o 
trapézio, que possui uma superfície mais 
Palpação do complexo ulno-carpal (fibrocartilagem 
triangular) entre a apófise estilóide da ulna e o 
piramidal. 
plana. Um pouco mais distalmente, palpa-mos 
outro sulco que corresponde a articu-lação 
trapézio-metacarpiana, que é do 
tipo selar. 
• Capitato: é o maior dos ossos do 
carpo. Se palparmos o tubérculo de Lister 
e caminharmos distalmente na região 
central do dorso do punho em posição 
anatômica, notaremos que aparece uma 
depressão. Essa depressão corresponde 
à superfície dorsal côncava do capitato. O 
semilunar, na posição anatômica, é dificil-mente 
palpado por estar contido na fossa 
articular do rádio. Ao realizar a flexão do 
punho, a cabeça e o colo do capitato, bem 
como o semilunar, tornam-se mais dorsais 
e preenchem a cavidade ou depressão 
dorsal. A articulação entre o capitato e a 
base do terceiro metacarpiano também 
pode ser palpada facilmente na região 
dorsal. 
• Semilunar: Com o punho fletido, 
pode-se palpar o semilunar, que se proje-ta 
distalmente, na superfície articular dor-sal 
do punho. Sua face dorsal é convexa 
e é seguida, distalmente, pela superfície 
côncava do capitato. 
• Complexo Ulno Carpal: Distalmente 
ao processo estilóide da ulna pode-se pal-par 
a presença um tecido de consistência 
cartilaginosa na face medial do punho. 
Sabemos que, nos humanos, a ulna não 
se articula verdadeiramente com o carpo 
e, nessa região entre a extremidade distal 
da ulna e o carpo, encontramos uma série 
de estruturas que formam o complexo 
ulno carpal: fibrocartilagem triangular, e 
ligamentos ulno carpais (ulno-semilunar e 
ulno piramidal). 
• Piramidal: distalmente ao complexo 
ulno carpal, podemos palpar na face 
medial do carpo o piramidal que possui 
uma superfície convexa nessa região. 
• Pisiforme: É facilmente palpável na 
base da eminência hipotenar, na extremi-dade 
do tendão flexor ulnar do carpo. 
• Hamato: O hâmulo do hamato é ven-tral 
e pode ser palpado distal e lateral-mente 
ao pisiforme, ao nível da eminência 
tenar. Entre o pisiforme e o hâmulo do 
hamato localiza-se o canal de Guyon. 
Neste canal, que possui como limite late- 
20 
Fratura-avulsão da falange distal causando perda da 
ação motora do aparelho extensor. 
Palpação do piramidal na região medial do punho.
ral o hamato e o medial o pisiforme, pas-sam 
o nervo e a artéria ulnar. 
• Metacarpos: Os metacarpos são 
mais facilmente palpáveis na região dor-sal 
já que, nessa região, a pele e o TCSC 
são menos espessos e os tendões exten-sores 
são mais finos. Podem ser palpa-dos 
com facilidade a base, a diáfise, o 
colo e a cabeça dos metacarpianos. Com 
a articulação metacarpo-falangiana fleti-da 
a cabeça pode ser palpada mais facil-mente. 
• Falanges: As falanges podem ser 
palpadas facilmente, com exceção de sua 
porção volar, devido a presença de ten- 
Flexão: 100 graus 
Adução: 20 graus 
Abdução: 30 graus 
21 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Dedo em botoeira por lesão do tendão extensor central. 
Deformidade em pescoço de cisne. 
dões flexores e do túnel osteofibroso. Deve-se observar simetria, sintomas dolorosos, 
edema, comparando um dedo com os outros. 
Punho 
Flexão: 80 graus 
Extensão: 80 graus 
Desvio Ulnar: 30 graus 
Desvio Radial: 20 graus 
DEFORMIDADES TÍPICAS 
Metacarpofalangianas 
Extensão: 30 graus 
• Dedo em Martelo: Ocorre por lesão do tendão extensor terminal em sua inserção na 
Articulação Interfalangiana Proximal 
Flexão: 100-110 graus 
Extensão: 0 graus 
Articulação Interfalangiana distal 
Flexão: 90 graus 
Extensão 15 graus 
Carpo-Metacarpiana 
2º dedo – praticamente imóvel 
3º dedo – praticamente imóvel 
4º dedo – 5 graus de flexão 
– 5 graus de extensão 
5º dedo – 10 graus de flexão 
– 10 graus de extensão
falange distal. A incapacidade de extensão da IFD promove a deformidade em flexão dessa 
articulação. O dedo em martelo pode ser conseqüência tanto de uma lesão tendinosa como 
de uma fratura-avulsão do dorso da base da falange distal. 
Polegar 
A articulação trapézio-metacarpiana é uma articulação do tipo selar que permite 
movimentos de: 
22 
Flexão: 20 graus Abdução: 20 graus 
Extensão: 20 graus Rotação Interna: 40 graus 
Abdução: 50 graus Rotação Externa: 20 graus 
Articulação MF Flexão: 50 graus 
Extensão: 0 graus 
Articulação IF Flexão: 90 graus 
Extensão: 15 graus 
• Dedo em Botoeira: ocorre por lesão 
do tendão extensor médio em sua inser-ção 
na base da falange média. A incapaci-dade 
de extensão da IFP promove a flexão 
dessa articulação. As bandas laterais, por 
perderem seus elementos de contenção, 
deslocam-se, ventralmente, como se fosse 
a casa de um botão (o botão seria a articu-lação 
IFP). 
• Deformidade em Pescoço de Cisne: 
caracterizada por uma deformidade em 
extensão da IFP com flexão do IFD. É 
observada com freqüência na artrite reu-matóide 
onde ocorre por lesão dos ele-mentos 
contensores do aparelho exten-sor. 
A deformidade em pescoço de cisne (- 
swan neck) pode ainda ocorrer como con-seqüência 
de uma deformidade em mar-telo, 
onde toda a força extensora concen-trada 
na IFP. Esta deformidade é ainda 
freqüente na paralisia cerebral e nas 
seqüelas de lesão do Sistema Nervoso 
Central por desequilíbrio entre os múscu-los 
intrínsecos e extrínsecos. 
MOVIMENTAÇÃO PASSIVA 
O examinador, para estudar o grau de 
amplitude de cada articulação, deve reali-zar 
a movimentação sucessiva dessas 
articulações. São considerados como 
fisiológicos: 
A adução e abdução dos dedos, ao 
nível da articulação metacarpofalangiana, 
ocorre quando esta encontra-se em posi-ção 
de extensão, pois em flexão há o ten-sionamento 
dos ligamentos colaterais, 
que impedem este movimento. 
A movimentação da articulação carpo 
metacarpiana do quarto e quinto dedos 
deve ser considerada como de grande 
importância na pressão de objetos gran-des. 
Além disso, este movimento pode 
compensar desvios em fraturas do quarto 
e quinto metacarpiano consolidadas vicio-samente. 
MOVIMENTAÇÃO ATIVA 
É realizada pelo paciente e o exami-nador 
irá testar a força muscular das 
diversas unidades envolvidas no movi-mento 
dado. Deve-se levar em considera-ção 
os bloqueios articulares estudados 
anteriormente. É possível dar notas aos 
músculos: 0- músculo paralisado; 1- mús-culo 
apresentando contração, porém sem 
produzir movimento; 2- músculo contrai e 
produz movimento incapaz de vencer a 
força da gravidade; 3- músculo contrai e 
produz movimento capaz de vencer a for-
ça da gravidade, mas incapaz de vencer 
uma pequena resistência do examinador; 
4- músculo contrai e é capaz de vencer 
uma certa resistência do examinador; 5- 
músculo considerado normal para o bióti-po 
do paciente. Pode-se medir a força 
muscular na mão utilizando diversos 
modelos de dinamômetros. 
EXAME NEUROLÓGICO 
Pesquisar seqüelas de lesões do 
SNC e a integridade de nervos periféricos 
através do estudo da força muscular no 
exame da movimentação ativa, do estudo 
da sensibilidade e dos reflexos. 
Extensor dos dedos: 
– Extensor comum dos dedos 
{C7 – nervo radial} 
– Extensor próprio do indicador 
{C7 – nervo radial} 
– Extensor próprio do mínimo 
{C7 – nervo radial} 
• Para testar a extensão dos dedos, 
deve-se estabilizar o punho e fletir as arti-culações 
interfalangianas para tirar a ação 
dos músculos intrínsecos na extensão das 
IF. Nessa posição pede-se para o pacien-te 
realizar a extensão da MF contra uma 
23 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Teste para o flexor superficial. 
Teste do extensor longo do polegar. 
Teste para o flexor profundo. Teste do extensor curto do polegar.
resistência do examinador ao dorso da 
falange proximal. 
Flexão dos Dedos: 
– Flexor Superficial dos Dedos 
{mediano, C7,C8, T1} 
– Flexor Profundo dos Dedos 
{mediano, C7, C8, T1} 
{ulnar, C8, T1} 
– Lumbricais 2 Mediais {ulnar C8} 
2 Laterais {mediano C7} 
• É possível realizar testes separa-dos 
para os tendões flexores superficial 
e profundo. Mantendo os dedos em hipe-rexrtensão 
a origem e a inserção do fle-xor 
profundo dos dedos permanecem 
afastadas. Como esse músculo compor-ta- 
se como um sincício (massa muscular 
única), ao bloquear um dedo, impedimos 
a ação do músculo para os outros dedos. 
Dessa forma, ao pedir para o paciente 
fletir o dedo, somente o flexor superficial 
irá agir fletindo a articulação IFP. Por 
outro lado, bloqueando a IFP em exten-são 
e pedindo para o paciente fletir o 
dedo, apenas o flexor profundo irá agir 
fletindo a IFP. 
Abdução Digital: 
Interósseos dorsais {ulnar C8, T1} 
Abdutor do quinto dedo {ulnar C8, T1} 
Adução Digital: 
Interósseos palmares ulnar {C8, T1} 
Extensor do Polegar: 
Extensor curto do polegar {radial C7} 
Extensor longo do polegar {radial C7} 
Testa-se o extensor longo do polegar 
pedindo para o paciente realizar a exten-são 
da articulação interfalangiana do 
polegar. O extensor curto age na exten-são 
da articulação metacarpofalangiana. 
FLEXÃO DO POLEGAR 
Flexor Curto do Polegar 
{porção superficial- mediano C6, C7} 
{porção profunda- ulnar C8} 
Flexor Longo do Polegar 
{mediano C8, T1} 
O flexor longo do polegar pode ser 
testado pedindo-se para o paciente reali-zar 
a flexão da articulação interfalangiana. 
O flexor curto do polegar age fletindo a 
articulação metacarpofalangiana. 
Abdução do Polegar 
Extensor longo do polegar 
{nervo radial C7} 
Abdutor curto polegar 
{nervo mediano C6, C7} 
Pode-se testar os abdutores do pole-gar 
estabilizando a mão e realizando uma 
resistência contra a abdução do polegar. 
O paciente pode utilizar os extensores do 
polegar para substituir a função de abdu-ção 
do polegar. 
Adução do Polegar 
{nervo ulnar C8} 
EXAME DA SENSIBILIDADE 
Sabemos que a inervação de todo o 
membro superior provém do plexo bra-quial. 
Este, por sua vez, é formado pelas 
raízes de C5, C6, C7, C8, T1. Do ponto 
de vista da sensibilidade, há uma 
seqüência lógica da inervação do mem- 
24 
Teste de Bunnell-Littler para avaliar a musculatura 
intrínseca.
bro superior quanto a distribuição meta-mérica 
das raízes: 
Face Lateral ombro e braço = C5 
Face Lateral ante braço, polegar e 
indicador = C6 
Dedo Médio e região palmar da mão 
= C7 
Dedos anular e mínimo + face medial 
do ante braço = C8 
Face Medial do braço = T1 
Em relação aos nervos periféricos, 
sabemos que a mão é suprida por três 
nervos: 
• Nervo Radial: inerva uma pequena 
área correspondente a tabaqueira anatô-mica 
e região dorsal da extremidade pro-ximal 
do polegar. 
• Nervo Mediano: inerva o restante do 
polegar, dedo indicador e médio e a meta-de 
radial da superfície volar do dedo anu-lar. 
• 
N e r v o 
U l n a r : 
inerva a metade ulnar da superfície volar 
do dedo anular, a superfície dorsal do 
anular e o dedo mínimo 
TESTES ESPECIAIS 
1 – Teste para flexor superficial dos 
dedos. 
2 – Teste para flexor profundo dos 
dedos 
3 – Teste de Bunnell- Littler- para 
avaliar os músculos intrínsecos da mão. 
Deve-se manter a articulação MF em 
extensão e tentar fletir a articulação 
interfalangiana proximal. A flexão desta 
articulação indica ausência de hipertonia 
dos músculos intrínsecos e mede o tono 
desta musculatura. Para que este teste 
possa ser realizado há necessidade de 
que as articulações MF e IFP estejam 
livres. 
4 – Teste dos ligamentos retinaculares: 
mede o tono dos ligamentos retinaculares. 
Mantém-se a articulação interfalangiana 
proximal em extensão e realiza-se a flexão 
da articulação interfalangiana distal. A 
resistência ao movimento é proporcionada 
pelos ligamentos retinaculares oblíquos. 
Com a articulação IFP em flexão, os liga-mentos 
retinaculares se relaxam e permi-tem 
a flexão da IFP com maior facilidade. 
5 – Teste de Allen: o objetivo deste tes-te 
é avaliar a permeabilidade das artérias 
radial e ulnar. Deve-se pedir para o pacien-te 
abrir e fechar a mão várias vezes, com 
vigor e rapidez, enquanto o examinador 
comprime as artérias radial e ulnar ao nível 
do punho. Com os vasos comprimidos, 
pede-se para o paciente abrir a mão e, 
então, libera-se uma das artérias manten-do 
a outra pressionada. O exame da perfu-são 
da mão indicará se artéria examinada 
está ocluida ou permeável. À seguir, proce-de- 
se o exame para a outra artéria. 
25 
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Teste dos ligamentos retinaculares oblíquos. 
Teste de Allen 
para avaliar a 
permeabilidade 
da artéria 
radial.
6 – Variante do Teste de Bunnell 
Littler: várias são as situações onde há 
apenas alteração do tono da musculatura 
intrínseca radial ou ulnar isoladamente. 
Nestas situações pode-se examinar sepa-radamente 
esses músculos realizando a 
abdução ou adução ao nível da MF esten-dida, 
relaxando um grupo de músculos e 
tensionando o outro para o teste. 
7 – Teste de Watson: para testar a ins-tabilidade 
do escafóide. Realiza-se um 
desvio ulnar no punho e, concomitante-mente, 
pressiona-se o polo distal ou a 
tuberosidade do escafóide. A seguir, o 
punho é lentamente desviado radialmen-te, 
enquanto a pressão no polo distal é 
mantida, tentando impedir a sua flexão 
palmar. Quando o escafóide está instável 
o polo proximal subluxa dorsalmente e a 
manobra torna-se dolorosa. 
8 – Teste de Phalen – flexão dos 
punhos causa uma diminuição do túnel do 
carpo e compressão do nervo mediano. 
9 – Teste de Tinel – a percussão na 
região volar do punho na topografia de 
nervo mediano com neuropatia compres-siva 
(síndrome do túnel do carpo) causa 
uma hiperestsia (choque) no território 
inervado por este nervo. 
10 – Teste de Filkenstein: utilizado 
para as tenosinovites estenosantes do 1º 
compartimento dorsal (abdutor longo e 
extensor curto do polegar). Realiza-se um 
desvio ulnar do punho passivo e forçado 
e, se o teste for positivo, o paciente refere 
uma dor intensa ao nível do 1º comparti-mento 
dorsal. 
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Anatomia e semiologia da mão

  • 1. ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA ILUSTRAÇÕES: JOSÉ FALCETTI REDAÇÃO: DOAPARELHO LOCOMOTOR PROF. RAMES MATTAR JUNIOR PROF. RONALDO J. AZZE SEMIOLOGIA DA MÃO 6
  • 2. SEMIOLOGIA DA MÃO Segundo Testut e Jacob, a mão seria o segmento terminal do membro superior, continuação do punho, terminando distal-mente com os dedos. Seu limite proximal seria dado por um plano horizontal que passa pelo pisiforme e pelo escafóide. Seu esqueleto corresponderia a segunda fileira do carpo, aos ossos metacárpicos e às falanges. A primeira fileira pertenceria à região do punho. Tal divisão didática não é a correta, pois não considera a mão como um segmento corpóreo essencial-mente funcional e, por isso mesmo, dependente do restante do membro supe-rior, até às raízes do plexo braquial nos foramens vertebrais. Seu limite superior, como extraordinário elemento de preen-são e sensibilidade, estaria mais apropria-damente localizado no córtex cerebral contra-lateral (Bunnel). Prof. Rames Mattar Júnior Prof. Ronaldo J. Azze Clínica e anatomicamente podemos dividi-la em: Mão: Região Ventral (palma) Região Dorsal Dedos: Região Ventral Região Dorsal MÃO VENTRAL (PALMA) A região ventral, ou palmar, apresenta três saliências: – Eminência Tenar – Eminência Hipotenar – Saliência Digito-palmar Estas saliências circundam o oco da mão no centro da palma. Nesta região encontramos as pregas cutâneas que devem ser consideradas como “conseqüência” dos movimentos fisiológicos: 1 – prega distal ou inferior Metacarpo-falangiana flexão 2 – prega média Metacarpo-falangiana flexão 3 – prega proximal ou superior Trapézio-metacarpiana oponência 2 Publicação Oficial do Instituto de Ortopedia e Traumatologia Dr. F. E. de Godoy Moreira da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. R. Dr. Ovidio Pires de Campos, 333 Tel/Fax: (011) 3069-6888 CEP 05403-010 – São Paulo – SP REDAÇÃO: Prof. Dr. Rames Mattar Junior Professor livre Docente da FMUSP Chefe do Grupo de Mão do Departamento de Ortopedia e Traumatologia FMUSP Professor Ronaldo J. Azze Professor Titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP Articulação Movimento PRODUÇÃO GRÁFICA: Coordenação Editorial: Ábaco Planejamento Visual Colaboradores: Rodrigo R. Tonan, Carmen T. Bornacina, Bruno Vigna, Marize Zanotto, Adalberto Tojero. Ilustrações Médicas: José Falcetti Diagramação e Editoração Eletrônica: Alexandre Lugó Ayres Neto Fotolito: Bureau Digital Bandeirante Impressão: Nova Página Tiragem: 10.000 exemplares CARTAS PARA REDAÇÃO: Atualização em Traumatologia do Aparelho Locomotor Rua Batataes, 174 – 01423-010 São Paulo – SP – Tel/Fax.: (011) 885-4277
  • 3. Estas pregas formam a figura de um “M” maiúsculo com sua base voltada para o lado ulnar. A prega palmar média está a cerca de 2,5 cm distal do arco arterial profundo e 1,5 cm distal do arco palmar superficial. PELE A pele da região ventral, sem pêlos e sem glândulas sebáceas, mas com mui-tas glândulas sudoríparas, é muito ade-rente aos planos profundos, sendo prati-camente imóvel em quase toda sua exten-são. Sua espessura é geralmente maior que em outras regiões do corpo e tende a aumentar, com a formação de calosida-des, em indivíduos que a submetem a pressão e esforços exagerados. APONEUROSE PALMAR A aponeurose superficial pode ser dividida em três porções: 1 – a porção média, ou aponeurose palmar propriamente dita, localiza-se no oco da mão e se caracteriza por ser forte, espessa e possuir septos; 2 – a porção lateral, ou aponeurose da eminência tenar, que se caracteriza por ser tênue; 3 – a porção medial, ou aponeurose da eminência hipotenar, que também é fina e delicada. É na aponeurose palmar que se assenta a moléstia de DUPUYTREN, que nada mais é que uma metaplasia fibrosa desta estrutura. As aponeuroses palmares e dorsais dividem a mão em compartimentos que podem ser sede de patologias compressi-vas tumorais, inflamatórias e infecciosas. TUNEIS E BAINHAS SINOVIAIS DOS TENDÕES FLE-XORES DA MÃO Os tendões flexores, ao chegarem no punho, se introduzem por baixo do ligamen-to anular anterior do carpo. Este ligamento se constitui numa cinta fibrosa, de forma quadrilátera, que se extende transversal-mente de um a outro lado do carpo e mede de 4 a 5 cm de largura por 2 a 3 cm de com-primento. Junto com o assoalho, formado pelos ossos, cápsula e ligamentos do car-po, o ligamento anular anterior do carpo for-ma um túnel por onde passam tendões fle-xores superficiais e profundos dos dedos, flexor longo do polegar e nervo mediano. Nesta região, os tendões flexores são envolvidos por membranas sinoviais, sendo o líquido sinovial de grande importância para a sua nutrição e lubrificação. O nervo ulnar passa por um túnel separado na região do carpo, denomina-do canal de Guyon, cujos limites são o pisiforme e o hâmulo do hamato. Os tendões extensores são envolvi-dos por membrana sinovial ao nível do punho. Nessa região encontramos seis compartimentos, tendo a cápsula articular dorsal do punho como o assoalho, e o ligamento transverso, ou retináculo dos extensores, como o teto. 3 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Aspecto normal da região palmar da mão. Notar as pregas cutâneas e a figura do “M” com a base volta-da para o lado ulnar.
  • 4. Compartimentos Tendões primeiro INERVAÇÃO A mão recebe inervação dos nervos mediano, ulnar e radial. Este último inerva os músculos extensores extrínsecos. Podemos resumir as funções desse nervos: Nervo Mediano • sensibilidade para o polegar, indica-dor, dedo médio e metade radial volar do anular; • motricidade dos músculos flexores extrínsecos (flexor radial do carpo, palmar longo, flexor longo do polegar, flexor superficial dos dedos e porção radial do flexor profundo dos dedos); • Motricidade de intrínsecos (cabeça superficial do flexor curto do polegar, opo-nente do polegar, abdutor curto do pole-gar e lumbricais para dedos indicador e médio). Nervo Ulnar • sensibilidade para dedos mínimos e metade ulnar do anular; • motricidade de músculos extrínse-cos (flexor ulnar do carpo e porção ulnar do flexor profundo dos dedos); • motricidade de intrínsecos (cabeça profunda do flexor curto do polegar, adu-tor do polegar, músculos da eminência hipotenar, interósseos palmares, interós-seos dorsais e lumbricais para os dedos anular e mínimo). Nervo Radial: • sensibilidade para a região da taba-queira anatômica; • motricidade dos músculos extenso-res extrínsecos (extensor ulnar do carpo, extensor comum dos dedos, extensor pró-prio do indicador, extensor próprio do dedo mínimo, extensor radial curto e lon-go do carpo, abdutor longo do polegar, extensor curto e longo do polegar). VASCULARIZAÇÃO A mão recebe nutrição vascular arte-rial através das artérias radial e ulnar que formam os arcos palmares superficial e profundo. O arco palmar superficial é mais proximal e dele emergem as artérias digi-tais para os dedos. O arco palmar profun-do situa-se mais distalmente e dele emer-ge a artéria policis princeps que origina as artérias digitais para o polegar, artéria digital radial para o indicador e artérias interósseas. A drenagem venosa se faz principal-mente através de veias dorsais superfi- 4 Abdutor longo do polegar Extensor curto do polegar segundo Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do polegar terceiro Extensor longo do polegar quarto Extensor comum dos dedos Extensor próprio do indicador quinto Extensor próprio do dedo mínimo sexto Extensor ulnar do carpo
  • 5. 5 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Túneis, bainhas senoviais, inervação e vascularização da mão. Artéria e nervo digitais Arco palmar superficial Nervo mediano Artéria policis princeps Artéria radial Artéria ulnar Nervo ulnar
  • 6. 6 ciais. ESQUELETO A região do carpo é constituída por oito ossos que são distribuídos em duas fileiras. Na fileira proximal, de radial para ulnar, temos o escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme. Da mesma forma, na fileira distal encontramos o trapézio, trapezóide, capita-to e hamato. Esses mantém uma con-gruência perfeita graças a ação de liga-mentos fortes localizados principalmente na região ventral. As articulações radio-carpica, intercarpica e carpo-metacarpiana promovem movimentos de flexão, exten-são, adução e abdução cuja somatória for-ma uma figura de uma elípse. A articulação trapézio-metacarpiana do polegar é do tipo selar e permite um elevado grau de liberdade articular. As articulações metacarpo-falangia-nas, além de permitir movimentos de fle-xo- extensão, quando estendidas permi-tem movimentos de adução e abdução. Por outro lado, as articulações interfalan-gianas permitem apenas movimentos de
  • 7. 7 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR flexão e extensão. MUSCULATURA INTRÍNSECA Os músculos intrínsecos são aqueles que se originam e se inserem na mão. A ação dessa musculatura é de fundamental importância. São constituídos pelos mús-culos da eminência tenar, hipotenar, mús-culos interósseos e lumbricais. Músculos da Eminência Tenar: flexor curto, abdutor curto, adutor e oponente do polegar. Músculos da Eminência Hipotenar: abdutor, flexor curto e oponente de dedo mínimo. Os interósseos dorsais realizam a abdução dos dedos e a flexão da metacar-pofalangiana com extensão das interfalan-gianas. Os interósseos ventrais realizam a adução dos dedos e, junto com os interós-seos dorsais e lumbri-cais, realizam a flexão da metacarpofalangiana e extensão das interfalan-gianas. Os lumbricais se originam dos flexores profundos dos dedos passam radialmente às articulações metacarpofalan-gianas, e se inserem no apare-lho extensor. Realizam a flexão das metacarpofalangianas e Músculos intrínsecos da mão (vista palmar)
  • 8. 8 Músculos intrínsecos da mão (vista dorsal)
  • 9. extensão das interfalangianas. DEDOS REGIÃO VENTRAL PELE Apresenta as pregas de flexão proxi-mal ou digito palmar, média e distal. A pre-ga de flexão proximal situa-se a 1,5 cm distal a articulação MCF. A prega de flexão média corresponderia aos movimentos da articulação IFP, situando-se exatamente a seu nível e a prega distal localiza-se 0,5 cm proximalmente a IFD. Deve-se considerar as pregas de fle-xão dos dedos como pontos de referência para localização clínica ou cirúrgica des-tas articulações. A pele da região ventral dos dedos apresenta as mesmas características que as da palma da mão, com a derme extre-mamente rica em terminações vasculares e nervosas, principalmente na polpa dos dedos, que é a região de maior sensibili-dade tátil (“olhos da mão”). Na epiderme das polpas digitais encontramos saliên-cias concêntricas que variam enorme-mente em forma e disposição, constituin-do as “impressões digitais”. O Tecido Celular Subcutâneo é cons-tituído por um quadriculado que fixa a der-me à bainha dos flexores. É constituído por tecido gorduroso, vasos e nervos. O processo infeccioso do tecido celular sub-cutâneo, denominado panarício, é extre-mamente doloroso e algumas das razões são a rica inervação da região e a inexten-sibilidade dos tecidos. Na falange distal não há a bainha fibrosa dos flexores e o trabeculado do tecido celular subcutâneo se fixa diretamente no osso. Nessa região os processos infecciosos são de morbida-de maior, pois podem contaminar direta-mente a falange. BAINHA FIBROSA DOS FLEXORES – TÚNEL OSTEOFIBROSO A formação de um verdadeiro túnel por onde deslizam os tendões flexores é res-ponsável por um dos mecanismos mais ela-borados para a função da mão. Correspondendo a ZONA II da mão, o túnel osteofibroso é constituído no seu assoalho pela placa volar e com seu revestimento conjuntivo existem reforços que formam as polias que podem ter forma de arco (polias arciformes) ou de cruz (polias cruciformes). A anatomia destas polias tem sido discutida 9 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR
  • 10. até hoje e um modelo anatômico aceito é mostrado a seguir: O Túnel Osteo Fibroso é revestido por uma membrana sinovial que produz líqui-do sinovial. Este é importante não apenas para a lubrificação dos tendões como também para a nutrição dos mesmos. Pelo Túnel osteofibroso penetram vasos, ramos da artéria digital, que formam ver-dadeiros “mesos” para atingir a face dor-sal dos t e n - d õ e s f l e x o - res. Esses são denominados vínculos. Vínculos dos tendões flexores. Observar o sistema vascular de nutrição dos tendões flexores. O túnel osteofibroso foi ressecado e podemos observar as vínculas longas e curtas dos tendões flexores superficial e profundo, contendo ramos vasculares da artéria digital. 10
  • 11. TENDÕES FLEXORES O tendão flexor superficial, ao nível do 1/3 médio da falange proximal, divide-se em duas bandas que voltam a se unir no quiasma de Camper e, por este orifício, passa o tendão flexor profundo do dedo. O flexor superficial insere-se na falange média, em leque, no seu 1/3 proximal e médio. O flexor profundo insere-se no 1/3 proximal da falange distal. ZONAS REGIÃO VENTRAL DA MÃO E DEDOS Zona I – distal a inserção do flexor superficial. Contém apenas o tendão fle-xor profundo Zona II ("no man’s land") – ou zona de nínguém de Bunnell ,é a zona do túnel osteofibroso Zona III – ocorre a origem dos lumbri-cais. O tendão flexor é envolto por tecido 11 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Anatomia do aparelho extensor: a) tendão extensor terminal b) tendões extensores laterais c) tendão extensor central d) ligamento triangular e) ligamento retinacular transverso f) ligamento retinacular oblíquo g) lumbrical h) interósseo i) banda sagital j) tendão extensor extrínseco a d b c i h j h g a) Tendão extensor terminal b) Tendão extensor central c) Tendão extensor extrínseco d) Tendão intrínseco (Lumbrical) e) Tendão intrínseco (Interósseo) f) Ligamento retinácular oblíquo g) Ligamento retinácular transverso h) Ligamento de Cleland i) Ligamento intermetacarpiano transverso j) Banda sagital a h b g f d e c j i
  • 12. areolar ricamente vascularizado Zona IV – túnel do carpo Zon V – proximal ao túnel do carpo REGIÃO DORSAL A pele da região dorsal da mão e dos dedos é provida de pelos, é mais elástica e menos aderente aos planos profundos. Possui pregas cutâneas mais evidentes na região das articulações interfalangianas. O tecido celular subcutâneo na região dorsal é pouco espesso e por ele transi-tam as veias superficiais dorsais, princi-pais responsáveis pela drenagem venosa dos dedos e da mão. Os tendões extensores, ao nível dos dedos, formam um verdadeiro aparelho cujos elementos constituem um mecanis-mo complexo de vetores de força. O ten-dão extensor extrínseco (músculos exten-sores comuns e próprios) recebe ao nível da articulação MCF a inserção dos mús-culos intrínsecos (lumbricais e interós-seos) e, a partir daí, divide-se em 3 por-ções: 2 bandas laterais e 1 banda central. A banda central irá se inserir ao nível da falange média e as 2 bandas laterais unem-se distalmente para se inserir na falange distal. Este aparelho extensor recebe inserção de vários ligamentos como os ligamentos retinaculares oblíquo e transverso, ligamento Cleland, etc. O Sistema ósteo Articular dos Dedos é constituído pela articulação metacarpofa-langiana do tipo condilar, que permite movimentos de flexo extensão e, quando em extensão, graças ao relaxamento dos ligamentos colaterais, movimentos de adução e abdução. As articulações interfa-langianas, do tipo gínglimo, permitem ape-nas movimentos de flexão e extensão. O Sistema Ligamentar dos Dedos é complexo e extremamente importante para o funcionamento harmônico das diversas estruturas motoras. Além das cápsulas articulares das diversas articula-ções, a placa volar pode ser considerada o reforço ventral e os ligamentos colaterais o reforço lateral. Além desses, os ligamen-tos retinaculares oblíquos e transversos tem grande importância no funcionamento do aparelho extensor. O ligamento osteo-cutâneo de Cleland limita a excursão das partes moles no movimento de flexo extensão dos dedos. O ligamento de Grayson estabiliza o feixe vásculo-nervoso em sua posição anatômica. INSPEÇÃO Inspeção Estática A mão em repouso apresenta uma posição característica das articulações metacarpofalangianas e interfalangianas, com flexão progressivamente maior do indicador para o dedo mínimo. Quando um dedo mantém-se em extensão, na posição de repouso, pode-se pensar em lesão dos ten-dões flexores. 12 À esquerda mão na posi-ção de repouso (normal) e à direita mão em repouso com lesão dos flexores do dedo médio. Paciente portador de uma lesão dos flexores do dedo anular realizando flexão de todos os dedos. Sindactilia complexa à esquerda (com fusão de falanges entre o dedos médio e anular). Braquisindoctilia.
  • 13. Podemos perceber que, na mão dominante, a musculatura intrínsica é mais desenvolvida e os sulcos das pregas cutâneas são mais profundos. Além disso, podemos observar calosidades nas mãos nas regiões de maior atrito. Na mão normal observamos que a região palmar forma uma “concha”, cujos limites seriam as eminências tenar e hipo-tenar. Esta forma é dada pela presença dos arcos transverso palmar proximal, arco transverso palmar distal e arco longi-tudinal palmar. Tais arcos são mantidos pelos músculos intrínsecos da mão, de tal forma que, na sua paralisia, a forma de “concha” desaparece. Os ligamentos transverso do carpo e intermetacarpiano transverso colaboram com a manutenção dos arcos palmar transverso proximal e distal respectivamente. À inspeção estática, já podemos notar pregas cutâneas anormais ao nível das comissuras dos dedos. Estas pregas, denominadas sindactilias, constituem-se numa das deformidade congênita mais freqüentes da mão e limitam sua função por restringir os movimentos. Ao nível das articulações metacarpo-falangianas, na região palmar, observa-mos a formação de saliências e uma dis-creta depressão localizada ao lado dos dedos. As saliências correspondem à pre-sença de tecido gorduroso e dos feixes vasculo-nervosos constituídos por uma artéria e uma nervo. As depressões cor-respondem ao túnel osteofibroso conten-do os tendões flexores. Na região do dorso da mão, em repouso, observamos as saliências for- 13 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Saliências depressões Saliências depressões
  • 14. madas pelas cabeças dos metacarpianos, sendo a do terceiro dedo a mais saliente. Nas freqüentes fraturas do colo dos metacarpianos, a tendência das cabeças de desviarem-se para volar apaga a saliência e os sulcos existentes nessa região. A transparência das unhas permite examinar o leito ungueal e a microcirculação, 14 Cistos sinoviais ao vivel de punho. Outras lesões císticas oferecendo informações do estado hemodinâmico local ou sistêmico. A unha também é sede freqüente de patologias infecciosas, bacterianas e fúngicas. Por outro lado, pode haver alterações ungueais causadas por patologias sistêmicas. Ex.: unha em baqueta de tambor em patologias cardio-pulmonares crônicas. 1 – Encondroma no 3º metacarpeâno. 2 – Tumor de células gigantes (partes moles). Depressões cutâneas, nódulos e cordões na moléstia de Dupuytrem. 1 2
  • 15. Deve-se observar, com atenção, a presença de cicatrizes, que associadas a outras alterações, podem fazer diagnósti-co de lesões em determinadas estruturas da mão. Podemos citar, por exemplo, uma cicatriz ao nível de topografia de feixe vásculo-nervoso associada a perda de tropismo da pele e ausência de sudorese, fazendo diagnóstico da lesão de um nervo digital. Os aumentos de volume devem levantar a suspeita de tumores. Os tumo-res “sensu lato” mais freqüentes da mão são os de partes moles e corresponde-riam aos cistos sinoviais. O tumor ósseo mais frequente é o encondroma, que freqüentemente man-tém- se assintomático até causar uma fra-tura patológica. Tumores malignos são raros. Tumores pulsáteis em topografia de artérias são os aneurismas. Um tumor de partes moles frequente na mão é o tumor de células gigantes (xantona). As depressões ao nível da mão podem aparecer como conseqüência de lesão de estruturas músculo tendinosas, ósseas ou mesmo na moléstia de Dupuytren, onde a metaplasia fibrosa da fascia palmar leva a retração da pele suprajacente. Na moléstia de Dupuytrem pode-se palpar módulos e cordões forma-dos pela fascia palmar patológica. PALPAÇÃO DA PELE A pele da região palmar da mão e dos dedos é mais espessa e fixa aos planos profundos. Essa fixação é dada por fibras que se originam da fascia palmar e por ligamentos ao nível dos dedos (ligamen-tos de Cleland e Grayson). Durante a palpação da pele deve-se observar alterações na temperatura da mão, pois um aumento de temperatura pode indicar processo infeccioso ou infla-matório. A pele seca por anidrose será indício de lesão nervosa. PALPAÇÃO DE PARTES MOLES A maioria dos tendões são palpáveis ao nível do punho e mão. Na região dor-sal do punho temos seis compartimentos separados por onde os tendões passam. Nesses compartimentos, que funcionam como verdadeiras polias, há revestimento de tecido sinovial. Compartimento 1 – Localiza-se ao nível do processo estilóide do rádio. Por este compartimento passam os tendões abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar. Com a abdução e extensão do polegar estes tendões ficam mais eviden-tes e facilmente palpáveis. O processo inflamatório ao nível desses compartimen-tos é bastante frequentes e denominado tenosinovite De Quervain. Este comparti-mento forma o limite radial da tabaqueira anatômica. Compartimento 2 – Neste comparti-mento passam os tendões extensor radial longo e curto do carpo. O tendão extensor radial curto é mais ulnar e central em rela-ção ao punho, inserindo-se na base do terceiro metacarpo. Estes tendões são mais facilmente palpáveis pedindo ao paciente para fletir os dedos e estender o punho. Nessa situação eles são visíveis e palpáveis na região lateral ao tubérculo de Lister do rádio. Compartimento 3 – Contém o exten-sor longo do polegar. Este compartimento forma a borda ulnar da tabaqueira anatô-mica. O tendão extensor longo do polegar faz polia no tubérculo de Lister do rádio e, por haver um grande atrito nesta região, este tendão rompe-se com grande fre-qüência, principalmente após fraturas da extremidade distal do rádio, doença reu-matóide, etc. Compartimento 4 – É imediatamente ulnar ao 3 compartimento e imediatamen-te radial a articulação radio ulnar distal. Por este compartimento passam o exten-sor comum dos dedos e o extensor pró-prio do indicador. Este último localiza-se em posição medial em relação ao exten-sor comum do mesmo dedo e é responsá-vel pela extensão independente do indica-dor. Compartimento 5 – Localiza-se ao nível da articulação rádio ulnar distal e contém o tendão extensor próprio do dedo mínimo. Este tendão localiza-se medial-mente ao tendão extensor comum deste 15 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 1 2 3 4 5 6
  • 16. mesmo dedo. Durante a extensão do dedo mínimo é possível palpar estes dois tendões extensores ao nível do dorso da mão. Graças ao tendão extensor próprio do dedo mínimo é possível realizar a extensão independente deste dedo. Compartimento 6 – Situa-se medial-mente a articulação radio ulnar distal, pos-terior à cabeça da ulna. O tendão exten-sor ulnar do carpo passa por este compar-timento para se inserir na base do V meta-carpo. Este tendão é mais facilmente pal-pado com a extensão e desvio ulnar do punho. Quando ocorre lesão desse com-partimento o tendão extensor ulnar do carpo pode deslocar-se medialmente durante a pronação. Na região ventral do punho podemos também palpar as estruturas tendinosas: • Flexor Ulnar do Carpo- Pode ser pal-pado pedindo para o paciente fletir o punho. Localiza-se na porção ventro medial do punho e pode ser palpado até o pisiforme ao nível da base da eminência hipotenar. O flexor ulnar do carpo situa-se imediatamente anterior ao feixe vásculo-nervoso da artéria e nervo ulnar. O pulso da artéria ulnar pode ser palpado até a base da eminência hipotenar. Nessa região, o feixe vásculo-nervoso penetra numa depressão que existe entre o osso pisiforme e o hâmulo do hamato que é convertido em um túnel osteofibroso. Este canal é denominado túnel de Guyon, e é sede frequente de patologias compressi-vas. 16 Da mesma forma que no punho, esses tendões podem ser palpados ao nível do dorso da mão quando os dedos são Palpação do palmar longo com a flexão do punho contra resistência. Palpação do flexor radial do carpo com a flexão do punho contra resistência. Palpação do flexor ulnar do carpo.
  • 17. • Palpar Longo é mais facilmente pal-pado com o punho fletido. Sua palpação pode ser ainda facilitada realizando uma pinça digital entre os dedos mínimos e polegar. Dessa forma, o Palmar Longo torna-se mais evidente ao nível da linha média da face anterior do punho. Em cer-ca de 5% a 10% da população encontra-mos ausência do palmar longo. O tendão do palmar longo é muito utilizado como enxerto já que sua ausência não compro-mete significativamente a função da mão. • Flexor Radial do Carpo pode ser pal-pado na região ventro lateral do punho. É um tendão espesso e mais centralizado em relação ao punho quando comparado com o flexor ulnar do carpo. A artéria radial situa-se lateralmente ao tendão radial do carpo. Entre o flexor ulnar do carpo e o flexor radial do carpo, por baixo do palmar lon-go, encontramos os tendões flexores superficiais e profundo dos dedos, além do nervo mediano. Túnel do Carpo – O túnel do carpo pode ser delimitado por quatro proeminên-cias ósseas: proximalmente pelo pisiforme e pelo tubérculo do escafóide; distalmente pelo hâmulo do hamato e pelo tubérculo do trapézio. O ligamento transverso do carpo corre por entre essas quatro proeminên-cias ósseas constituindo-se no teto do túnel do carpo. O assoalho deste túnel é formado pelos óssos do carpo, cápsula e ligamento volares. Por este túnel passam o nervo mediano, tendões flexores profundo dos dedos e flexor longo do polegar. O túnel do carpo é importante por conter estruturas nobres, por ser sede freqüente de patologias compressivas e por se cons-tituir em um túnel osteofibroso revestido por tecido sinovial. Nessa região os ten-dões são também nutridos por embebição pelo líquido sinovial. Na síndrome do túnel do carpo a compressão do nervo mediano causará uma hipoestesia no território deste nervo, além de uma paresia com hipotrofia ao nível da eminência tenar. A síndrome do túnel do carpo poderá ser conseqüência de seqüela de traumas, que alteram a anato-mia da região, como nas fraturas de Colles ou fraturas e luxações dos ossos do carpo (diminuição do continente), ou ainda por sinovites secundárias a doença reumatói-de, patologias sistêmicas que causam ede-ma (aumento do conteúdo), etc.. A síndro-me do túnel do carpo é potencialmente fre-quente em mulheres pós menopausa ou durante a gravidez, graças à alterações hormonais existentes. O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo pode ser feito clinicamente através da história do pacien-te, existência da hipoestesia com ou sem hipotrofia característica, presença de sinais especiais (Tinel e Phalen), sendo que a eletromiografia poderá auxiliar em casos duvidosos. Os tendões flexores dos dedos e do polegar podem ser palpados na região cen-tral da mão, pedindo para o paciente realizar a flexão dos dedos a partir da extensão total. Dessa mesma forma pode-se palpar o flexor longo do polegar no limite medial de emi-nência tenar. Ocasionalmente, a primeira 17 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Sinal de Tinel: percussão ao nível do nervo mediano e presença de choque, hiperestesia ou formigamen-to no território inervado pelo mediano. Sinal de Phalen: flexão dos punhos provoca uma diminuição do continente do canal do carpo e provoca piora da compressão do nervo mediano. Aparece sinais de hipoestesia ou hiperestesia no território inervado pelo mediano.
  • 18. polia arciforme (A 1) pode se tornar estreita para a passagem de tendões flexores dos dedos. Nessa situação ocorrerá um trave-mento do dedo na posição de flexão, deno-minado dedo em gatilho (trigger finger). Pela dificuldade em penetrar no túnel osteofibro-so, forma-se um pseudo nódulo ao nível do tendão flexor. Dessa forma, ao realizar a fle-xão, o pseudo nódulo dirige-se proximal-mente até sair do túnel osteofibroso. Ao rea-lizar a extensão o pseudo nódulo trava o movimento devido a dificuldade em penetrar na primeira polia arciforme. Com algum esforço, o pseudo nódulo consegue passar pela polia estenosada, e aí, correr rapida-mente pelo túnel, como se fosse um gatilho que dispara repentinamente. Ocasionalmente, pode-se até ouvir um esta-lido. Eminência Tenar – Localiza-se na base do polegar, e é constituída por quatro músculos que concedem mobilidade ao polegar. Esses músculos são basicamente inervados pelo nervo mediano, com exce-ção do adutor do polegar e porção profun-da do flexor curto, que são inervados pelo nervo ulnar. Deve-se observar hipotrofia e hipertrofia dessa região. Eminência Hipotenar – Localiza-se imediata e proximalmente ao dedo mínimo indo até o punho. É formada por três mús-culos que são inervados pelo nervo ulnar. Deve-se observar o trofismo desses mús-culos. A hipotrofia muscular pode aparecer como síndrome de compressão do nervo ulnar ao nível do Canal de Guyon ou canal cubital no cotovelo. Superficialmente aos tendões flexo-res existe a aponeurose palmar, que deve ser examinada procurando-se nódulo e aderências, que podem ser as caracterís-ticas da Moléstia de Dupuytren. O aumento de volume de uma articu-lação interfalangiana poderá traduzir uma sinovite secundária a artrite reumatóide (nódulo de Bouchart). Da mesma forma, os nódulos duros e dolorosos localizados na articulação interfalangiana distal são característicos da osteoartrose (nódulos de Heberden). As polpas digitais possuem uma con-sistência própria. Há uma grande riqueza de terminações nervosas e vasculares. As patologias que as comprometem devem ser consideradas graves por afe-tarem uma região que participa de prati-camente todas as funções das mãos. As 18 Palpação do processo estilóide do rádio. Distalmente encontra-se o escafóide na tabaqueira anatômica. Palpação do tubérculo de Lister. Distalmente e no eixo do 3º metacarpo encontra-se o semilunar e o capitato.
  • 19. polpas distais são particularmente sensí-veis à infecção, por não haver espaço para progressão de edema ou hemato-mas. Os processos infecciosos ou tumo-rais são dolorosos, exigindo descompres-são. PALPAÇÃO DE PARTES ÓSSEAS Rádio – Podemos palpar o processo estilóide do rádio na face mais lateral e distal desse osso. Localizado mais dorsal-mente e proximalmente ao processo esti-lóide, palpamos outro acidente ósseo, o Tubérculo de Lister. É neste tubérculo que o tendão do extensor longo do polegar faz uma verdadeira polia. Localizado distal-mente ao processo estilóide do rádio e ao tubérculo de Lister, notamos a tabaqueira anatômica, que corresponde a um sulco na face dorso-lateral do punho, cujos limi-tes são: LATERAL, abdutor longo e extensor curto do polegar; MEDIAL, extensor longo do polegar; PROXIMAL, extremidade distal do rádio. Ulna – Na face dorso medial e distal da ulna podemos palpar o processo esti-lóide da ulna. Podemos notar que o pro-cesso estilóide da ulna localiza-se em média 5 a 8 mm mais proximal ao proces-so estilóide do rádio. A palpação dessas estruturas, como pontos de referência, são particularmente importantes nas fra-turas da extremidade distal do rádio e da ulna. Essas fraturas são muito freqüentes e podemos citar a fratura de Colles, onde ocorre um encurtamento do rádio pelo desvio característico, sendo a palpação das apófises estilóides do rádio e da ulna um parâmetro para verificação da redu-ção. O carpo é classicamente composto por duas fileiras. Na fileira proximal, de radial para ulnar, temos o escafóide, semi-lunar, piramidal e pisiforme. A fileira distal é composta também, de radial para ulnar, pelos ossos trapézio, trapezóide, capitato e hamato. • Escafóide: é o maior osso da fileira proximal e o mais suscetível à fratura por sua posição quase que intercalar entre as duas fileiras. O escafóide pode ser palpa-do ao nível da tabaqueira anatômica, logo distal ao processo estilóide do rádio, como um assoalho convexo. Na posição anatômica o escafóide mantém uma posi-ção oblíqua em relação ao eixo do ante-braço, de tal forma que sua porção distal é mais ventral. O tubérculo do escafóide, que corresponde a sua porção mais dis-tal, pode ser palpado na base da eminên-cia tenar. O desvio ulnar facilita a palpa-ção do corpo do escafóide ao nível da tabaqueira anatômica e, por outro lado, leva à uma horizontalização do escafói-de, fazendo com que seu tubérculo torne-se menos saliente. O desvio radial do punho leva a uma verticalização do esca-fóide tornando sua tuberosidade mais 19 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Palpação do escafóide ao nível da tabaqueira ana-tômica. Palpação da superfície dorsal côncava do capitato na região central e dorsal do punho em posição neutra. Palpação do semilunar na região dorsal do punho em flexão.
  • 20. saliente ao nível da base da eminência tenar. • Trapézio: O trapézio também pode ser palpado ao nível da tabaqueira anatô-mica. É possível palpar e perceber que logo após o escafóide, que possui uma superfície convexa, aparece um sulco que corresponde à articulação entre o escafói-de e o trapézio. Após o sulco, palpamos o trapézio, que possui uma superfície mais Palpação do complexo ulno-carpal (fibrocartilagem triangular) entre a apófise estilóide da ulna e o piramidal. plana. Um pouco mais distalmente, palpa-mos outro sulco que corresponde a articu-lação trapézio-metacarpiana, que é do tipo selar. • Capitato: é o maior dos ossos do carpo. Se palparmos o tubérculo de Lister e caminharmos distalmente na região central do dorso do punho em posição anatômica, notaremos que aparece uma depressão. Essa depressão corresponde à superfície dorsal côncava do capitato. O semilunar, na posição anatômica, é dificil-mente palpado por estar contido na fossa articular do rádio. Ao realizar a flexão do punho, a cabeça e o colo do capitato, bem como o semilunar, tornam-se mais dorsais e preenchem a cavidade ou depressão dorsal. A articulação entre o capitato e a base do terceiro metacarpiano também pode ser palpada facilmente na região dorsal. • Semilunar: Com o punho fletido, pode-se palpar o semilunar, que se proje-ta distalmente, na superfície articular dor-sal do punho. Sua face dorsal é convexa e é seguida, distalmente, pela superfície côncava do capitato. • Complexo Ulno Carpal: Distalmente ao processo estilóide da ulna pode-se pal-par a presença um tecido de consistência cartilaginosa na face medial do punho. Sabemos que, nos humanos, a ulna não se articula verdadeiramente com o carpo e, nessa região entre a extremidade distal da ulna e o carpo, encontramos uma série de estruturas que formam o complexo ulno carpal: fibrocartilagem triangular, e ligamentos ulno carpais (ulno-semilunar e ulno piramidal). • Piramidal: distalmente ao complexo ulno carpal, podemos palpar na face medial do carpo o piramidal que possui uma superfície convexa nessa região. • Pisiforme: É facilmente palpável na base da eminência hipotenar, na extremi-dade do tendão flexor ulnar do carpo. • Hamato: O hâmulo do hamato é ven-tral e pode ser palpado distal e lateral-mente ao pisiforme, ao nível da eminência tenar. Entre o pisiforme e o hâmulo do hamato localiza-se o canal de Guyon. Neste canal, que possui como limite late- 20 Fratura-avulsão da falange distal causando perda da ação motora do aparelho extensor. Palpação do piramidal na região medial do punho.
  • 21. ral o hamato e o medial o pisiforme, pas-sam o nervo e a artéria ulnar. • Metacarpos: Os metacarpos são mais facilmente palpáveis na região dor-sal já que, nessa região, a pele e o TCSC são menos espessos e os tendões exten-sores são mais finos. Podem ser palpa-dos com facilidade a base, a diáfise, o colo e a cabeça dos metacarpianos. Com a articulação metacarpo-falangiana fleti-da a cabeça pode ser palpada mais facil-mente. • Falanges: As falanges podem ser palpadas facilmente, com exceção de sua porção volar, devido a presença de ten- Flexão: 100 graus Adução: 20 graus Abdução: 30 graus 21 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Dedo em botoeira por lesão do tendão extensor central. Deformidade em pescoço de cisne. dões flexores e do túnel osteofibroso. Deve-se observar simetria, sintomas dolorosos, edema, comparando um dedo com os outros. Punho Flexão: 80 graus Extensão: 80 graus Desvio Ulnar: 30 graus Desvio Radial: 20 graus DEFORMIDADES TÍPICAS Metacarpofalangianas Extensão: 30 graus • Dedo em Martelo: Ocorre por lesão do tendão extensor terminal em sua inserção na Articulação Interfalangiana Proximal Flexão: 100-110 graus Extensão: 0 graus Articulação Interfalangiana distal Flexão: 90 graus Extensão 15 graus Carpo-Metacarpiana 2º dedo – praticamente imóvel 3º dedo – praticamente imóvel 4º dedo – 5 graus de flexão – 5 graus de extensão 5º dedo – 10 graus de flexão – 10 graus de extensão
  • 22. falange distal. A incapacidade de extensão da IFD promove a deformidade em flexão dessa articulação. O dedo em martelo pode ser conseqüência tanto de uma lesão tendinosa como de uma fratura-avulsão do dorso da base da falange distal. Polegar A articulação trapézio-metacarpiana é uma articulação do tipo selar que permite movimentos de: 22 Flexão: 20 graus Abdução: 20 graus Extensão: 20 graus Rotação Interna: 40 graus Abdução: 50 graus Rotação Externa: 20 graus Articulação MF Flexão: 50 graus Extensão: 0 graus Articulação IF Flexão: 90 graus Extensão: 15 graus • Dedo em Botoeira: ocorre por lesão do tendão extensor médio em sua inser-ção na base da falange média. A incapaci-dade de extensão da IFP promove a flexão dessa articulação. As bandas laterais, por perderem seus elementos de contenção, deslocam-se, ventralmente, como se fosse a casa de um botão (o botão seria a articu-lação IFP). • Deformidade em Pescoço de Cisne: caracterizada por uma deformidade em extensão da IFP com flexão do IFD. É observada com freqüência na artrite reu-matóide onde ocorre por lesão dos ele-mentos contensores do aparelho exten-sor. A deformidade em pescoço de cisne (- swan neck) pode ainda ocorrer como con-seqüência de uma deformidade em mar-telo, onde toda a força extensora concen-trada na IFP. Esta deformidade é ainda freqüente na paralisia cerebral e nas seqüelas de lesão do Sistema Nervoso Central por desequilíbrio entre os múscu-los intrínsecos e extrínsecos. MOVIMENTAÇÃO PASSIVA O examinador, para estudar o grau de amplitude de cada articulação, deve reali-zar a movimentação sucessiva dessas articulações. São considerados como fisiológicos: A adução e abdução dos dedos, ao nível da articulação metacarpofalangiana, ocorre quando esta encontra-se em posi-ção de extensão, pois em flexão há o ten-sionamento dos ligamentos colaterais, que impedem este movimento. A movimentação da articulação carpo metacarpiana do quarto e quinto dedos deve ser considerada como de grande importância na pressão de objetos gran-des. Além disso, este movimento pode compensar desvios em fraturas do quarto e quinto metacarpiano consolidadas vicio-samente. MOVIMENTAÇÃO ATIVA É realizada pelo paciente e o exami-nador irá testar a força muscular das diversas unidades envolvidas no movi-mento dado. Deve-se levar em considera-ção os bloqueios articulares estudados anteriormente. É possível dar notas aos músculos: 0- músculo paralisado; 1- mús-culo apresentando contração, porém sem produzir movimento; 2- músculo contrai e produz movimento incapaz de vencer a força da gravidade; 3- músculo contrai e produz movimento capaz de vencer a for-
  • 23. ça da gravidade, mas incapaz de vencer uma pequena resistência do examinador; 4- músculo contrai e é capaz de vencer uma certa resistência do examinador; 5- músculo considerado normal para o bióti-po do paciente. Pode-se medir a força muscular na mão utilizando diversos modelos de dinamômetros. EXAME NEUROLÓGICO Pesquisar seqüelas de lesões do SNC e a integridade de nervos periféricos através do estudo da força muscular no exame da movimentação ativa, do estudo da sensibilidade e dos reflexos. Extensor dos dedos: – Extensor comum dos dedos {C7 – nervo radial} – Extensor próprio do indicador {C7 – nervo radial} – Extensor próprio do mínimo {C7 – nervo radial} • Para testar a extensão dos dedos, deve-se estabilizar o punho e fletir as arti-culações interfalangianas para tirar a ação dos músculos intrínsecos na extensão das IF. Nessa posição pede-se para o pacien-te realizar a extensão da MF contra uma 23 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Teste para o flexor superficial. Teste do extensor longo do polegar. Teste para o flexor profundo. Teste do extensor curto do polegar.
  • 24. resistência do examinador ao dorso da falange proximal. Flexão dos Dedos: – Flexor Superficial dos Dedos {mediano, C7,C8, T1} – Flexor Profundo dos Dedos {mediano, C7, C8, T1} {ulnar, C8, T1} – Lumbricais 2 Mediais {ulnar C8} 2 Laterais {mediano C7} • É possível realizar testes separa-dos para os tendões flexores superficial e profundo. Mantendo os dedos em hipe-rexrtensão a origem e a inserção do fle-xor profundo dos dedos permanecem afastadas. Como esse músculo compor-ta- se como um sincício (massa muscular única), ao bloquear um dedo, impedimos a ação do músculo para os outros dedos. Dessa forma, ao pedir para o paciente fletir o dedo, somente o flexor superficial irá agir fletindo a articulação IFP. Por outro lado, bloqueando a IFP em exten-são e pedindo para o paciente fletir o dedo, apenas o flexor profundo irá agir fletindo a IFP. Abdução Digital: Interósseos dorsais {ulnar C8, T1} Abdutor do quinto dedo {ulnar C8, T1} Adução Digital: Interósseos palmares ulnar {C8, T1} Extensor do Polegar: Extensor curto do polegar {radial C7} Extensor longo do polegar {radial C7} Testa-se o extensor longo do polegar pedindo para o paciente realizar a exten-são da articulação interfalangiana do polegar. O extensor curto age na exten-são da articulação metacarpofalangiana. FLEXÃO DO POLEGAR Flexor Curto do Polegar {porção superficial- mediano C6, C7} {porção profunda- ulnar C8} Flexor Longo do Polegar {mediano C8, T1} O flexor longo do polegar pode ser testado pedindo-se para o paciente reali-zar a flexão da articulação interfalangiana. O flexor curto do polegar age fletindo a articulação metacarpofalangiana. Abdução do Polegar Extensor longo do polegar {nervo radial C7} Abdutor curto polegar {nervo mediano C6, C7} Pode-se testar os abdutores do pole-gar estabilizando a mão e realizando uma resistência contra a abdução do polegar. O paciente pode utilizar os extensores do polegar para substituir a função de abdu-ção do polegar. Adução do Polegar {nervo ulnar C8} EXAME DA SENSIBILIDADE Sabemos que a inervação de todo o membro superior provém do plexo bra-quial. Este, por sua vez, é formado pelas raízes de C5, C6, C7, C8, T1. Do ponto de vista da sensibilidade, há uma seqüência lógica da inervação do mem- 24 Teste de Bunnell-Littler para avaliar a musculatura intrínseca.
  • 25. bro superior quanto a distribuição meta-mérica das raízes: Face Lateral ombro e braço = C5 Face Lateral ante braço, polegar e indicador = C6 Dedo Médio e região palmar da mão = C7 Dedos anular e mínimo + face medial do ante braço = C8 Face Medial do braço = T1 Em relação aos nervos periféricos, sabemos que a mão é suprida por três nervos: • Nervo Radial: inerva uma pequena área correspondente a tabaqueira anatô-mica e região dorsal da extremidade pro-ximal do polegar. • Nervo Mediano: inerva o restante do polegar, dedo indicador e médio e a meta-de radial da superfície volar do dedo anu-lar. • N e r v o U l n a r : inerva a metade ulnar da superfície volar do dedo anular, a superfície dorsal do anular e o dedo mínimo TESTES ESPECIAIS 1 – Teste para flexor superficial dos dedos. 2 – Teste para flexor profundo dos dedos 3 – Teste de Bunnell- Littler- para avaliar os músculos intrínsecos da mão. Deve-se manter a articulação MF em extensão e tentar fletir a articulação interfalangiana proximal. A flexão desta articulação indica ausência de hipertonia dos músculos intrínsecos e mede o tono desta musculatura. Para que este teste possa ser realizado há necessidade de que as articulações MF e IFP estejam livres. 4 – Teste dos ligamentos retinaculares: mede o tono dos ligamentos retinaculares. Mantém-se a articulação interfalangiana proximal em extensão e realiza-se a flexão da articulação interfalangiana distal. A resistência ao movimento é proporcionada pelos ligamentos retinaculares oblíquos. Com a articulação IFP em flexão, os liga-mentos retinaculares se relaxam e permi-tem a flexão da IFP com maior facilidade. 5 – Teste de Allen: o objetivo deste tes-te é avaliar a permeabilidade das artérias radial e ulnar. Deve-se pedir para o pacien-te abrir e fechar a mão várias vezes, com vigor e rapidez, enquanto o examinador comprime as artérias radial e ulnar ao nível do punho. Com os vasos comprimidos, pede-se para o paciente abrir a mão e, então, libera-se uma das artérias manten-do a outra pressionada. O exame da perfu-são da mão indicará se artéria examinada está ocluida ou permeável. À seguir, proce-de- se o exame para a outra artéria. 25 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Teste dos ligamentos retinaculares oblíquos. Teste de Allen para avaliar a permeabilidade da artéria radial.
  • 26. 6 – Variante do Teste de Bunnell Littler: várias são as situações onde há apenas alteração do tono da musculatura intrínseca radial ou ulnar isoladamente. Nestas situações pode-se examinar sepa-radamente esses músculos realizando a abdução ou adução ao nível da MF esten-dida, relaxando um grupo de músculos e tensionando o outro para o teste. 7 – Teste de Watson: para testar a ins-tabilidade do escafóide. Realiza-se um desvio ulnar no punho e, concomitante-mente, pressiona-se o polo distal ou a tuberosidade do escafóide. A seguir, o punho é lentamente desviado radialmen-te, enquanto a pressão no polo distal é mantida, tentando impedir a sua flexão palmar. Quando o escafóide está instável o polo proximal subluxa dorsalmente e a manobra torna-se dolorosa. 8 – Teste de Phalen – flexão dos punhos causa uma diminuição do túnel do carpo e compressão do nervo mediano. 9 – Teste de Tinel – a percussão na região volar do punho na topografia de nervo mediano com neuropatia compres-siva (síndrome do túnel do carpo) causa uma hiperestsia (choque) no território inervado por este nervo. 10 – Teste de Filkenstein: utilizado para as tenosinovites estenosantes do 1º compartimento dorsal (abdutor longo e extensor curto do polegar). Realiza-se um desvio ulnar do punho passivo e forçado e, se o teste for positivo, o paciente refere uma dor intensa ao nível do 1º comparti-mento dorsal. Arnerican Orthopaedic Association. Manual of Orthopaedic surgery. Chicago: The American Qrthopaeclic Association, 1979. Arnerican Society for Surgery of the Hand. The hand: Examination and diagnosis. New York: Churchill Livingstone, 1983. Aubriot JH. 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