O documento descreve fraturas e luxações da coluna toracolombar, incluindo sua anatomia, classificação, avaliação, tratamento conservador e cirúrgico. Aborda aspectos como epidemiologia, exames de imagem, avaliação neurológica e classificação de fraturas segundo a AO/OTA. Detalha técnicas cirúrgicas como fixação pediculada posterior e abordagens minimamente invasivas.
1. Fraturas e luxações da Coluna
Toracolombar
Hospital Metropolitano Sarandi
Residência de Ortopedia e Traumatologia
R1: EWERTON CARDOSO GUIZARDI
2. Coluna introdução
-Estende da base do crânio até a extremidade
caudal do tronco.
-Constituída de 33 ou 34 vértebras
superpostas e intercaladas por discos
intervertebrais.
-As vértebras sacras soldam-se formando o
sacro, as coccígeas, que formam o cóccix
A pelve é a base da coluna é onde os
membros inferiores se articulam.
-Superiormente, articula-se com o osso
occipital e inferiormente, com o Ilíaco.
-Dividida em quatro regiões: Cervical,
Torácica, Lombar e Sacrococcígea.
5. Epidemiologia
Mais frequentes 89% das fraturas da coluna vertebral
23 em trasição toracolombar ( T11 A L2). > Mob. da coluna lombar em
relação a torácica.
18 a 160 casos em 100 mil habtano.
> Homens de 20 a 40 anos
Lesão neurológicas 22 a 51%(A-22%,B-28%,C-51%)
CAUSAS: quedas de altura, acidentes auto e trauma direto.
6. Avaliação do paciente
História:
Quadro clinico grande espectro de variação/ gravidade da fratura/
lesão nervosa/ EG paciente.
Dor: - moderada=osteoporose, fraturas estáveis.
-intensa= fraturas graves associ a lesão e déficits neuro.
Sala de emergência:
ATLS=Politraumatizados( 40% lesões card-pul, 20% abdo, cabeça e
ossos longos 10 a 50%, 20 % fraturas múltiplas ou 2º da coluna, 20 %
não são diag.
Condições trauma: ajuda na identificação de lesões associadas, ( queda
=calcâneo, platô tibial, acetábulo)
Queixas neuro examinada em detalhes, principalmente
perianal.
7. Exame físico
Inicialmente ATLS ( A,B,C,D,E) se trauma.
Exame da coluna vertebral:
Inspeção procura de ferimentos, abrasões, hematomas,
gibosidades.
Palpação dos proc. Espinhosos busca de dor, saliências,
afastamentos, crepitações.
Exame neurológico:
SENSIBILIDADE
FUNÇÃO MOTORA
REFLEXO TATIL
10. TRM:
Sindrome medular central:
Perda da força motora das extremidades.
75% de recuperação.
Sindrome de brown-sequard:
Lesão da medula com perda da motricidade e
propriocepção ipsilateral.
Perda da dor e térmo contra lateral.
11. Síndrome da cauda equina
Medula termina em L1-L2, lesões abaixo desses segmentos,
síndrome do cone medular.
Reflexo bulbocavernoso ausente
Avaliar a sensibilidade perianal e contração voluntaria e
involuntária do esfíncter anal externo.
15. Avaliação radiográfica
Antero-posterior e perfil de toda
a coluna 3% a 5% apresentam
fraturas múltiplas.
Avaliação AP:
Craniocaudal, deslocamentos,
angulação, ↑ ou ↓ do corpo
vertebral, ↑ interpedicular,
alinhamento proc espinhoso,
integridade da lamina e
processos transverso.
Avaliação perfil:
Deslocamentos ant-post, ↓ do
disco, cont da junção lamina-
pedículo-corpo, curvaturas.
16. Tomografia computadorizada
Permite avaliar o anel ósseo que circunda
o canal vertebral.
Ident áreas de compressão medular
Visualização das estruturas posteriores.
Pode ser feita sem mobilização do
paciente. (bom frat instáveis)
17. Ressonância magnética
Delimita tecidos moles(ligamentos,
músculos, discos, medula)
Diferencia edema de hematoma.
Edema bom prognóstico com
visualização normal ou espessada em T1
e hiperintenso em T2.
Hematoma hipointenso e heterogêneo
em T1 e em T2 hipointenso com borda
de hiperintensidade.
21. A.3.1 – Fratura do tipo explosão
incompleta
A.3.2 – Fratura do tipo explosão-
separação (burst-split) – Observar
a separação dos pedículos, a
cominuição da parte superior do
corpo vertebral e a separação da
parte inferior.
A.3.3 – Fratura do tipo explosão
completa – Observar a separação
dos pedículos e a cominuição da
parte superior e inferior do corpo
vertebral.
28. Princípios do tratamento das
fraturas ToracoLombar
RESTABELECER FUNÇÃO PADRÕES ANATOMICOS.
PROMOVER DOR RESIDUAL MINIMA, ESTABILIDADE MAXIMA,
RETORNO PRECOCE AS ATIVIDADES E REABILITAÇÃO.
BOA PARTE DAS FRATURAS PODEM SER TRATADAS DE FORMA
CONSERVADORA.(REPOUSO NO LEITO, ORTESES, GESSO OU
MOBILIZAÇÃO PRECOCE. NÃO EXISTE CONSENSO.
CORTICOTERAPIA VISA EVITAR LIBERAÇÃO DE MEDIADORES
INFLAMATÓRIOS QUE SÃO NEUROTOXICOS E PODEM LEVAR A
INSULTOS NEUROLÓGICOS SECUDARIOS. PEROXIDAÇÃO LIPIDICA
(LIZAROIDES), (NASCIS 1 E 2), (COCHRANE)
FRATURAS INSTAVEIS COM COMPROMETIMENTO DO CANAL
MEDULAR DEVEM SER ABORDADAS CIRURGICAMENTES, LESÃO DO
COMPLEXO LIGAMENTAR POSTERIOR É INDICATIVO DE CIRURGIA.
29. TRATAMENTO CIRURGICO
TORACOLOMBAR
FIXAÇÃO VERTEBRAL COM MENOR NUMERO DE
VERTEBRAS, PODENDO LIBERAR DEAMBULÇÃO E
MOBILIZAÇÃO PRECOCE.
FIXAÇÃO PEDICULADA POSTERIOR COM ARTRODESE DO
SEGMENTO TEM SIDO O METODO TRADICIONAL
ESCOLHA.(CONTROVERSO)
CIR PERCUTÂNEA MINIMAMENTE INVASIVA TEM SIDO
UTILIZADO PARA FRATURAS DE COLUNAS TORACO
LOMBAR( MENOR SANGRAMENTO, MENOR TEMPO DE CIR,
MENOR PERIODO DE HOSPITALIZAÇÃO, MENOR DOR.
30. Tratamento cirúrgico.
Abordagem anterior é indicada para suporte anterior do
segmento vertebral e descompressão do canal vertebral
insuficiente.( A1,A2, técnica isolada ou associada)
Nas fraturas tipo B e C a abord anterior pode se associada a
posterior.
Entre T10 e L2 abordagem toracoabdominal ( acesso
anterolateral) ↑ morbimortalidade.
Entre T12 E L1 Abordagem transpleural retroperitonial
retirada da 10º costela.
31.
32. Técnica operatória
Planejamento pré-operatório
Exames de imagem radiografia-TC-RM, serve ao planejamento,
escolha da abordagem, tipos de matérias e tamanho dos
parafusos, segmentos afetados,
Tirando os pacientes com lesão completa da medula espinhal,
pode-se utilizar métodos de neuromonitoramento
intraoperatório MEPs E SSEPs além de dados
eletromiograficos, qualquer alteração demonstra deterioração
neurológica.
33. Posicionamento do paciente
Pronação sobre mesa de Jackson
Cuidados para proteção de saliências osseas
MSS em ângulo de 90º para evitar plexopatias.
MSI levemente fletidos evitar lesões do ciático
Evitar compressão abdominal, pois pode ↑ pressão
intraespinhal e sagrar epidural.
34. Técnica
Pontos anatômicos as facetas articulares(pars
interarticulares) e o processo transverso.
Após criação de uma janela cortical com ajuda de uma
broca, o cirurgião avança até o corpo vertebral.
Avalia a parede do
pedículo com uma
sonda para ter
certeza que apresenta
ponto final integro ausênci
de perfurações osseas.
35. O cirurgião estima o comprimento do implante com
paquímetro de profundidade de 4mm a 7mm,
Redução pode ser feita com afastadores laminares ou
levantadores de Cobb
Em seguida fixação transpedicular
Com barras metálicas pré-moldadas
Devolvendo as curvaturas fisiológicas
Da coluna , proximal e depois distal.
colocação de CAGES é opcional depen
Da disponibilidade.
40. REFERENCIA:
SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e
prática. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
Rockwood and Green's Fractures in Adults, Lippincott
Williams & Wilkins; 8ª ed. 2015