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ANATOMIA DESCRITIVA NA LIPOABDOMINOPLASTIA
Autor: Dr. Wilson Novaes Matos Júnior
Co-autores: Dr. Fernando V. Carrillo Jiménez
Dr. Rogério Porto da Rocha
INTRODUÇÃO
As estruturas anatômicas da região abdominal são conhecidas e descritas por
vários autores, baseadas em estudos de dissecação de cadáveres, cintilografia,
arteriografia e mesmo por observação “in vivo”, durante cirurgias abdominais, como
a abdominoplastia clássica.
Os trabalhos referentes à irrigação do abdômen, que descreveram a disposição e
localização das artérias perfurantes, contribuíram para a evolução da utilização dos
músculos retos abdominais nas reconstruções mamárias.
A lipoaspiração, em 1980, direcionou as pesquisas para o estudo da tela
subcutânea superficial e profunda do abdômen, enfatizando as diferentes
características celulares entre estas camadas, bem como um acúmulo maior de
gordura na camada profunda e maior quantidade de colágeno na superficial,
possibilitando o tratamento das camadas de gorduras com essa técnica. Entre 1986
e 1998, foram publicados trabalhos que associavam lipoaspiração e ressecção de
pele com descolamento no plano supra aponeurótico. Avelar, em 1999 e 2000,
propôs o tratamento global da tela subcutânea do abdômen, através de
lipoaspiração profunda, sem descolamento e sem ressecção do panículo adiposo.
Saldanha publica, em 2001, uma sistematização da associação de lipoaspiração
com abdominoplastia clássica. Estas técnicas permitiram que as estruturas
anatômicas da região abdominal, principalmente a tela subcutânea, fossem
descritas “in vivo”. A partir de 2000, começamos a utilizar a lipoabdominoplastia
para o tratamento do abdômen. Após a lipoaspiração do abdômen, ressecção de
pele, preservação da fáscia superficial e descolamento seletivo da região de
diástase, observamos melhor as alterações da anatomia após estes procedimentos
cirúrgicos.
Estudamos 211 pacientes no período de janeiro de 2000 a março de 2005, com
idades entre 28 e 69 anos, sendo 98% do sexo feminino, submetidas à
lipoabdominoplastia, lipominiabdominoplastia e suas variações, de acordo com a
proposta de uma nova classificação clínico-terapêutica do abdômen, baseada nos
cinco fundamentos já descritos por nós na literatura, onde tratamos com segurança
todas as estruturas anatômicas que compõem a parede abdominal para as mais
variadas indicações.
O objetivo deste trabalho é descrever estas estruturas anatômicas observadas
durante a lipoabdominoplastia e enfatizar a importância da preservação da rede
vascular, linfática e fáscia superficial na prevenção de complicações no tratamento
da região abdominal.
TÉCNICA CIRÚRGICA
A técnica utilizada foi iniciada com a infiltração de soro fisiológico e adrenalina na
proporção de 1:1000.000 UI. A lipoaspiração foi realizada com cânulas 3, 3.5 e 4
mm de diâmetro, atingindo a parte média e superficial da camada profunda e a
parte profunda e média da camada superficial da tela subcutânea, respeitando e
preservando a fáscia de Scarpa (Fig. 1). No abdômen inferior, a camada superficial
de gordura foi totalmente removida através de cânulas nº 6 e 7 (Fig. 2, 3).
Profundamente à fáscia de Scarpa, o excesso de gordura pôde ser removido
através de lipoaspiração a “céu aberto” (Fig. 6). O descolamento seletivo da região
da diástase junto às margens mediais dos músculos reto-abdominais, preserva,
assim, a maioria dos vasos perfurantes (Fig. 4, 9). As artérias periumbilicais foram
seccionadas, na maioria das vezes, para liberação do retalho, reposicionamento,
fixação do umbigo e plicatura muscular dos retos. A fáscia de Scarpa na linha
mediana infra-umbilical foi dissecada parcialmente até a exposição da aponeurose ,
foi associada ao descolamento seletivo da região supra-umbilical para a plicatura da
diástase muscular de modo convencional e fechada sobre a plicatura (Fig. 5, 7, 8).
O tratamento do umbigo e onfaloplastia são feitos de acordo com o subgrupo da
classificação.
ANATOMIA
A pele apresenta características peculiares em relação à elasticidade, espessura e
mobilidade. De acordo com fatores relacionados à obesidade, perda de peso e
gestações anteriores, estas podem alterar-se, ocasionando estrias e flacidez, com
perda de elasticidade da derme. A tela subcutânea da região abdominal é dividida
em dois planos, separados pela fáscia superficial (de Scarpa). A camada superficial
(areolar) é composta por células globulares túrgidas e compactas, que apresentam
pequenos espaços intercelulares, onde transitam vasos de pequeno calibre.
A camada profunda (reticular) é constituída por células globulares menores,
regulares e frouxas, acumulando maiores quantidades de gordura e apresentando
espaços intercelulares maiores, que abrigam vasos calibrosos e, às vezes, vasos
perfurantes músculo-aponeuróticos subjacentes.
Os músculos retos do abdômen estão envolvidos por aponeuroses, que se
entrecruzam na linha mediana. Durante o descolamento seletivo da fáscia
superficial sobre a linha Alba no abdômen superior, não encontramos nenhuma
artéria perfurante no cruzamento das aponeuroses dos músculos retos abdominais.
Observamos que estes vasos emergem e são visualizados a partir de 2 a 3 cm da
margem medial dos músculos retos abdominais e são totalmente preservadas
durante o descolamento seletivo. Isto foi observado no nosso terceiro caso clínico
de lipoabdominoplastia, quando realizamos esse descolamento seletivo para
plicatura dos músculos retos (Fig. 9). Esta foi a nossa colaboração para a
publicação Saldanha, em 2001 (Fig. 10). De acordo com os trabalhos de Taylor,
80% do suprimento sangüíneo da parede abdominal provêm das perfurantes
abdominais - ramos das artérias epigástricas superiores e inferiores. Os 20%
restantes ocorrem pelas últimas artérias intercostais, lombares e pudendas externas
superiores. As artérias perfurantes estão localizadas, em sua maioria, a 2 a 3 cm,
lateralmente à margem medial desses músculos, confirmando nossa casuística.
Os vasos linfáticos dividem-se em dois sistemas: superficial e profundo. O
superficial não acompanha a rede vascular e drena a cadeia supra-umbilical e
linfonodos mamários laterais. Já a profunda acompanha a rede vascular,
concentrando-se acima dos linfonodos mamários e abaixo dos retrocrurais,
drenando o complexo músculo-aponeurótico.
A inervação, dificilmente observada durante o procedimento cirúrgico, é dada pelos
seis últimos ramos intercostais e nervos ílio-inguinal e ílio-hipogástrico.
DISCUSSÃO
A anatomia da região já foi amplamente estudada em cadáveres pelos diversos
cirurgiões que descreveram a abdominoplastia tradicional. O trauma da
lipoaspiração nas camadas de gordura e o descolamento do plano aponeurótico nas
miniabdominoplastias, publicadas por Hakme e Wilkinsson, tinham como principais
complicações seroma e necrose.
A dissecação realizada durante a lipoaspiração , na lipoabdominoplastia, baseada
nos conhecimentos da anatomia, permite-nos realizar um descolamento seguro do
retalho, com preservação das artérias e veias perfurantes. Observamos a céu
aberto, os túneis e as alterações das estruturas anatômicas após o procedimento da
lipoaspiração. A secção das artérias periumbilicais não prejudica a irrigação do
retalho que está amplamente vascularizado.
Quando analisamos a técnica de abdominoplastia clássica, observamos que o
descolamento da camada profunda da tela subcutânea do plano aponeurótico
realizado com bisturi ou eletrocautério secciona os vasos perfurantes (artérias e
veias), os linfáticos e nervos que emergem e estão localizados acima da
aponeurose abdominal. A dermolipectomia inferior lesa todas as estruturas
anatômicas que penetram as camadas superficial e profunda da tela subcutânea do
abdômen inferior. A fáscia superficial, ressecada juntamente com a pele, e as
camadas superficial e profunda da tela subcutânea na abdominoplastia
convencional são observadas e preservadas na lipoabdominoplastia.
Durante a realização da técnica de lipoabdominoplastia, a quantidade de gordura da
camada profunda que se deve deixar no abdômen inferior dependerá do volume
aspirado e da espessura do retalho do abdômen superior que avança, composto
somente da camada superficial (Fig. 14, 15, 16). Esse perfeito equilíbrio e a
acomodação entre o retalho superior e gordura profunda do abdômen inferior
resultam em um abdômen bem modelado, harmonioso, sem irregularidades ou
acúmulo de gordura (Fig. 17). Por isso, a avaliação pré-operatória da disposição do
tecido adiposo no abdômen é fundamental.
Utilizamos os princípios de preservação das estruturas anatômicas da
lipoabdominoplastia para tratar também casos de abdomens atípicos e secundários
(Fig. 10, 11, 12, 13).
A rede linfática do abdômen inferior é preservada, permitindo uma drenagem pós-
operatória mais eficaz e, em nossa experiência, reduzindo o edema pós-operatório
e suas complicações. Observamos que a evolução de um hematoma na
lipoabdominoplastia é diferente, quando comparado à abdominoplastia clássica.
Após massagear o local para fluidificar os coágulos, podemos puncionar a região
com o auxílio de seringa e agulha (40 x 12 mm). Compressas e drenagem linfática
complementam o tratamento, que, em nossa experiência, sempre evoluiu com
reabsorção total do hematoma, sem deixar seqüelas, como as freqüentes necroses,
quando usamos a técnica de abdominoplastia clássica (Fig. 18, 19). Acreditamos
que esta boa evolução nos casos ocorridos seja pela preservação do sistema
vascular e linfático.
CONCLUSÕES
Baseados nos achados de nossa casuística, concluímos os itens enumerados a
seguir:
1. A lipoabdominoplastia é uma cirurgia conservadora, uma vez que preserva
estruturas anatômicas importantes (artérias, veias, nervos, fáscia superficial e rede
linfática da parede abdominal), por meio da dissecação durante a lipoaspiração.
2. A visualização direta dessas estruturas permite-nos um descolamento cirúrgico
seguro, aumentando a viabilidade do retalho abdominal.
3. O menor trauma e maior preservação do sistema vascular, linfático e nervoso da
parede abdominal são os principais fatores para a diminuição das complicações e
um período pós-operatório menor e menos doloroso.
4. Os princípios da lipoabdominoplastia, baseados na preservação das estruturas
anatômicas que compõem o abdômen, podem ser utilizados para tratamento da
maioria dos abdomens, tratados de acordo com a nossa proposta pessoal de
classificação para suas indicações (Fig. 20, 21, 22, 23).
BIBLIOGRAFIA
1. ABRAMO, A. et al: The H approach to abdominal muscle aponeurosis for the
improvement of body contour. Plast. Reconstr. Surg. Vol. 86 b.5, p.1008.
1989.
2. AVELAR, J.M.: Uma nova técnica de abdominoplastia – sistema vascular
fechado de retalho subdérmico dobrado sobre si mesmo, combinado com
lipoaspiração. Ver. Brás. Cir. N.13, 88/89, (1/6), 3-20. Nov/Dec 1999.
3. AVELAR, J.M.: Abdominoplasty: a new technique without undermining and fat
layer removal. Arq. Catarinense de Méd., 29: 147-9, 2000.
4. BAROUDI, R.; FERREIRA, C.A.F.: Seroma: How to avoid it and how to treat
it. Aesth. Surg. J., Nov/Dec, 1988 .
5. CALLIA, W.E.P.: Dermolipectomia Abdominal (Operação de Callia). Carlos
Erba, São Paulo, 1963.
6. CARREIRÃO, S.; PITANGUY, I; CORREA, W.E., CALDEIRA, M.C.:
Abdominoplastia Vertical. Uma técnica a ser lembrada. Rev Bras. Cir 79 (3):
184-194, 1983.
7. CARDOSO de CASTRO C, MARICA BRANCO CUPELLO A, CINTRA H:
Limited incisions in abdominoplasty. Ann Plast Surg 19:436, 1987.
8. DELLERUD, E.: Abdominoplasty combined with suction lipoplasty a study of
complication, revision, and risk factors in 487 cases. Ann. Plast. Surg., 25(5):
333-8, 1990.
9. HAKME, F.: Technical details in the liposuction associated with liposuction.
Rev. Bras. Cir., 75:331, 1985.
10.ILLOUZ YG. A new safe and aesthetic approach to suction abdominoplasty.
Aesthetic Plast Surg 1992;16:3.
11.ILLOUZ, Y-G.: Une nouvelle technique pour les lipodystrophies localisées.
Rev. Chir. Esth. Franc., 6 (9): Ap, 1980.
12.MATARASSO, A: Liposuction as an adjunct to a full abdominoplasty revisited.
Plast. Reconstr. Surg., 106: 1197-1206, 2000.
13.MATARASSO, A: Liposuction as an adjunct to a full abdominoplasty. Plast.
Reconstr. Surg. 1995 (in press).
14.MATOS W.N. Lipoabdominoplasty - IPRAS 2003- Abstract Book - Sydney
2003; pg 72-73.
15.MATOS W.N. Anatomia Descritiva na Lipoabdominoplastia. Congresso
Brasileiro de Cirurgia Plástica Fortaleza - CE – 2003.
16.MATOS W.N. Anatomia Descritiva na Lipoabdominoplastia. Congresso
Brasileiro de Cirurgia Plástica – Florianópolis - SC – 2004.
17. MATOS W.N. Classification of Lipoabdominoplasty and Variations. The
Aesthetic Meeting 2005 - Abstract Book New Orleans – LO - USA 2005; pg.
18.MUNHOZ, A. L., Avaliação topográfica dos vasos perfurantes do músculo
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19.NAHAS, F.X., Ishida, J., Gemperli, R., Ferreira, M. C. Abdominal wall closure
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41:606,1998.
20.PITANGUY, I. et al: Abdominoplasty: Classification and surgical techniques.
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21.PSILLAKIS, J.M.: Plastic surgery of the abdomen with improvement in the
body contour. Physiopathology and treatment of the aponeurotic musculature.
Clin. Plast. Surg. 11:465, 1984.
22.SALDANHA, O.R.; DE SOUZA PINTO, E.B.; MATOS Jr., W.N.; LUCON, R.L.;
MAGALHÃES, F.F.; BELLO, E.M.L.: Lipoabdominoplasty without
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23.SHESTAK KC : Marriage Abdominoplasty Expands the Miniabdominoplasty
Concept. Plast. Reconstr. Surg, 103(3) : 120-135, March 1999.
24.SOUZA PINTO E.B., de Erazo I.P.J., Muniz A. C., Prado Filho F.S.A., Salazar
G.H.: Superficial Lipossuction.Aesth. Plast. Surg. 1996; 20: 111-122.
25.TAYLOR, GI; The Superiorly Based Rectus Abdominis Flap: Predicting and
Enhancing Its Blood Supply Based On An Anatomic and Clinical Study. Plast
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26.TERMINOLOGIA ANATÔMICA – Sociedade Brasileira de Anatomia – 2001
Manole.
27.WILKINSSON and SEARTS: Individual modification in body contour surgery:
the limited abdominoplasty. Plast. Reconstr. Surg., p.779. May,1986.

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Lipoabdominoplastia Anatomia

  • 1. ANATOMIA DESCRITIVA NA LIPOABDOMINOPLASTIA Autor: Dr. Wilson Novaes Matos Júnior Co-autores: Dr. Fernando V. Carrillo Jiménez Dr. Rogério Porto da Rocha
  • 2. INTRODUÇÃO As estruturas anatômicas da região abdominal são conhecidas e descritas por vários autores, baseadas em estudos de dissecação de cadáveres, cintilografia, arteriografia e mesmo por observação “in vivo”, durante cirurgias abdominais, como a abdominoplastia clássica. Os trabalhos referentes à irrigação do abdômen, que descreveram a disposição e localização das artérias perfurantes, contribuíram para a evolução da utilização dos músculos retos abdominais nas reconstruções mamárias. A lipoaspiração, em 1980, direcionou as pesquisas para o estudo da tela subcutânea superficial e profunda do abdômen, enfatizando as diferentes características celulares entre estas camadas, bem como um acúmulo maior de gordura na camada profunda e maior quantidade de colágeno na superficial, possibilitando o tratamento das camadas de gorduras com essa técnica. Entre 1986 e 1998, foram publicados trabalhos que associavam lipoaspiração e ressecção de pele com descolamento no plano supra aponeurótico. Avelar, em 1999 e 2000, propôs o tratamento global da tela subcutânea do abdômen, através de lipoaspiração profunda, sem descolamento e sem ressecção do panículo adiposo. Saldanha publica, em 2001, uma sistematização da associação de lipoaspiração com abdominoplastia clássica. Estas técnicas permitiram que as estruturas anatômicas da região abdominal, principalmente a tela subcutânea, fossem descritas “in vivo”. A partir de 2000, começamos a utilizar a lipoabdominoplastia para o tratamento do abdômen. Após a lipoaspiração do abdômen, ressecção de pele, preservação da fáscia superficial e descolamento seletivo da região de
  • 3. diástase, observamos melhor as alterações da anatomia após estes procedimentos cirúrgicos. Estudamos 211 pacientes no período de janeiro de 2000 a março de 2005, com idades entre 28 e 69 anos, sendo 98% do sexo feminino, submetidas à lipoabdominoplastia, lipominiabdominoplastia e suas variações, de acordo com a proposta de uma nova classificação clínico-terapêutica do abdômen, baseada nos cinco fundamentos já descritos por nós na literatura, onde tratamos com segurança todas as estruturas anatômicas que compõem a parede abdominal para as mais variadas indicações. O objetivo deste trabalho é descrever estas estruturas anatômicas observadas durante a lipoabdominoplastia e enfatizar a importância da preservação da rede vascular, linfática e fáscia superficial na prevenção de complicações no tratamento da região abdominal. TÉCNICA CIRÚRGICA A técnica utilizada foi iniciada com a infiltração de soro fisiológico e adrenalina na proporção de 1:1000.000 UI. A lipoaspiração foi realizada com cânulas 3, 3.5 e 4 mm de diâmetro, atingindo a parte média e superficial da camada profunda e a parte profunda e média da camada superficial da tela subcutânea, respeitando e preservando a fáscia de Scarpa (Fig. 1). No abdômen inferior, a camada superficial de gordura foi totalmente removida através de cânulas nº 6 e 7 (Fig. 2, 3). Profundamente à fáscia de Scarpa, o excesso de gordura pôde ser removido através de lipoaspiração a “céu aberto” (Fig. 6). O descolamento seletivo da região da diástase junto às margens mediais dos músculos reto-abdominais, preserva, assim, a maioria dos vasos perfurantes (Fig. 4, 9). As artérias periumbilicais foram seccionadas, na maioria das vezes, para liberação do retalho, reposicionamento,
  • 4. fixação do umbigo e plicatura muscular dos retos. A fáscia de Scarpa na linha mediana infra-umbilical foi dissecada parcialmente até a exposição da aponeurose , foi associada ao descolamento seletivo da região supra-umbilical para a plicatura da diástase muscular de modo convencional e fechada sobre a plicatura (Fig. 5, 7, 8). O tratamento do umbigo e onfaloplastia são feitos de acordo com o subgrupo da classificação. ANATOMIA A pele apresenta características peculiares em relação à elasticidade, espessura e mobilidade. De acordo com fatores relacionados à obesidade, perda de peso e gestações anteriores, estas podem alterar-se, ocasionando estrias e flacidez, com perda de elasticidade da derme. A tela subcutânea da região abdominal é dividida em dois planos, separados pela fáscia superficial (de Scarpa). A camada superficial (areolar) é composta por células globulares túrgidas e compactas, que apresentam pequenos espaços intercelulares, onde transitam vasos de pequeno calibre. A camada profunda (reticular) é constituída por células globulares menores, regulares e frouxas, acumulando maiores quantidades de gordura e apresentando espaços intercelulares maiores, que abrigam vasos calibrosos e, às vezes, vasos perfurantes músculo-aponeuróticos subjacentes. Os músculos retos do abdômen estão envolvidos por aponeuroses, que se entrecruzam na linha mediana. Durante o descolamento seletivo da fáscia superficial sobre a linha Alba no abdômen superior, não encontramos nenhuma artéria perfurante no cruzamento das aponeuroses dos músculos retos abdominais. Observamos que estes vasos emergem e são visualizados a partir de 2 a 3 cm da margem medial dos músculos retos abdominais e são totalmente preservadas
  • 5. durante o descolamento seletivo. Isto foi observado no nosso terceiro caso clínico de lipoabdominoplastia, quando realizamos esse descolamento seletivo para plicatura dos músculos retos (Fig. 9). Esta foi a nossa colaboração para a publicação Saldanha, em 2001 (Fig. 10). De acordo com os trabalhos de Taylor, 80% do suprimento sangüíneo da parede abdominal provêm das perfurantes abdominais - ramos das artérias epigástricas superiores e inferiores. Os 20% restantes ocorrem pelas últimas artérias intercostais, lombares e pudendas externas superiores. As artérias perfurantes estão localizadas, em sua maioria, a 2 a 3 cm, lateralmente à margem medial desses músculos, confirmando nossa casuística. Os vasos linfáticos dividem-se em dois sistemas: superficial e profundo. O superficial não acompanha a rede vascular e drena a cadeia supra-umbilical e linfonodos mamários laterais. Já a profunda acompanha a rede vascular, concentrando-se acima dos linfonodos mamários e abaixo dos retrocrurais, drenando o complexo músculo-aponeurótico. A inervação, dificilmente observada durante o procedimento cirúrgico, é dada pelos seis últimos ramos intercostais e nervos ílio-inguinal e ílio-hipogástrico. DISCUSSÃO A anatomia da região já foi amplamente estudada em cadáveres pelos diversos cirurgiões que descreveram a abdominoplastia tradicional. O trauma da lipoaspiração nas camadas de gordura e o descolamento do plano aponeurótico nas miniabdominoplastias, publicadas por Hakme e Wilkinsson, tinham como principais complicações seroma e necrose. A dissecação realizada durante a lipoaspiração , na lipoabdominoplastia, baseada nos conhecimentos da anatomia, permite-nos realizar um descolamento seguro do retalho, com preservação das artérias e veias perfurantes. Observamos a céu
  • 6. aberto, os túneis e as alterações das estruturas anatômicas após o procedimento da lipoaspiração. A secção das artérias periumbilicais não prejudica a irrigação do retalho que está amplamente vascularizado. Quando analisamos a técnica de abdominoplastia clássica, observamos que o descolamento da camada profunda da tela subcutânea do plano aponeurótico realizado com bisturi ou eletrocautério secciona os vasos perfurantes (artérias e veias), os linfáticos e nervos que emergem e estão localizados acima da aponeurose abdominal. A dermolipectomia inferior lesa todas as estruturas anatômicas que penetram as camadas superficial e profunda da tela subcutânea do abdômen inferior. A fáscia superficial, ressecada juntamente com a pele, e as camadas superficial e profunda da tela subcutânea na abdominoplastia convencional são observadas e preservadas na lipoabdominoplastia. Durante a realização da técnica de lipoabdominoplastia, a quantidade de gordura da camada profunda que se deve deixar no abdômen inferior dependerá do volume aspirado e da espessura do retalho do abdômen superior que avança, composto somente da camada superficial (Fig. 14, 15, 16). Esse perfeito equilíbrio e a acomodação entre o retalho superior e gordura profunda do abdômen inferior resultam em um abdômen bem modelado, harmonioso, sem irregularidades ou acúmulo de gordura (Fig. 17). Por isso, a avaliação pré-operatória da disposição do tecido adiposo no abdômen é fundamental. Utilizamos os princípios de preservação das estruturas anatômicas da lipoabdominoplastia para tratar também casos de abdomens atípicos e secundários (Fig. 10, 11, 12, 13). A rede linfática do abdômen inferior é preservada, permitindo uma drenagem pós- operatória mais eficaz e, em nossa experiência, reduzindo o edema pós-operatório e suas complicações. Observamos que a evolução de um hematoma na
  • 7. lipoabdominoplastia é diferente, quando comparado à abdominoplastia clássica. Após massagear o local para fluidificar os coágulos, podemos puncionar a região com o auxílio de seringa e agulha (40 x 12 mm). Compressas e drenagem linfática complementam o tratamento, que, em nossa experiência, sempre evoluiu com reabsorção total do hematoma, sem deixar seqüelas, como as freqüentes necroses, quando usamos a técnica de abdominoplastia clássica (Fig. 18, 19). Acreditamos que esta boa evolução nos casos ocorridos seja pela preservação do sistema vascular e linfático. CONCLUSÕES Baseados nos achados de nossa casuística, concluímos os itens enumerados a seguir: 1. A lipoabdominoplastia é uma cirurgia conservadora, uma vez que preserva estruturas anatômicas importantes (artérias, veias, nervos, fáscia superficial e rede linfática da parede abdominal), por meio da dissecação durante a lipoaspiração. 2. A visualização direta dessas estruturas permite-nos um descolamento cirúrgico seguro, aumentando a viabilidade do retalho abdominal. 3. O menor trauma e maior preservação do sistema vascular, linfático e nervoso da parede abdominal são os principais fatores para a diminuição das complicações e um período pós-operatório menor e menos doloroso. 4. Os princípios da lipoabdominoplastia, baseados na preservação das estruturas anatômicas que compõem o abdômen, podem ser utilizados para tratamento da maioria dos abdomens, tratados de acordo com a nossa proposta pessoal de classificação para suas indicações (Fig. 20, 21, 22, 23).
  • 8. BIBLIOGRAFIA 1. ABRAMO, A. et al: The H approach to abdominal muscle aponeurosis for the improvement of body contour. Plast. Reconstr. Surg. Vol. 86 b.5, p.1008. 1989. 2. AVELAR, J.M.: Uma nova técnica de abdominoplastia – sistema vascular fechado de retalho subdérmico dobrado sobre si mesmo, combinado com lipoaspiração. Ver. Brás. Cir. N.13, 88/89, (1/6), 3-20. Nov/Dec 1999. 3. AVELAR, J.M.: Abdominoplasty: a new technique without undermining and fat layer removal. Arq. Catarinense de Méd., 29: 147-9, 2000. 4. BAROUDI, R.; FERREIRA, C.A.F.: Seroma: How to avoid it and how to treat it. Aesth. Surg. J., Nov/Dec, 1988 . 5. CALLIA, W.E.P.: Dermolipectomia Abdominal (Operação de Callia). Carlos Erba, São Paulo, 1963. 6. CARREIRÃO, S.; PITANGUY, I; CORREA, W.E., CALDEIRA, M.C.: Abdominoplastia Vertical. Uma técnica a ser lembrada. Rev Bras. Cir 79 (3): 184-194, 1983. 7. CARDOSO de CASTRO C, MARICA BRANCO CUPELLO A, CINTRA H: Limited incisions in abdominoplasty. Ann Plast Surg 19:436, 1987. 8. DELLERUD, E.: Abdominoplasty combined with suction lipoplasty a study of complication, revision, and risk factors in 487 cases. Ann. Plast. Surg., 25(5): 333-8, 1990.
  • 9. 9. HAKME, F.: Technical details in the liposuction associated with liposuction. Rev. Bras. Cir., 75:331, 1985. 10.ILLOUZ YG. A new safe and aesthetic approach to suction abdominoplasty. Aesthetic Plast Surg 1992;16:3. 11.ILLOUZ, Y-G.: Une nouvelle technique pour les lipodystrophies localisées. Rev. Chir. Esth. Franc., 6 (9): Ap, 1980. 12.MATARASSO, A: Liposuction as an adjunct to a full abdominoplasty revisited. Plast. Reconstr. Surg., 106: 1197-1206, 2000. 13.MATARASSO, A: Liposuction as an adjunct to a full abdominoplasty. Plast. Reconstr. Surg. 1995 (in press). 14.MATOS W.N. Lipoabdominoplasty - IPRAS 2003- Abstract Book - Sydney 2003; pg 72-73. 15.MATOS W.N. Anatomia Descritiva na Lipoabdominoplastia. Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica Fortaleza - CE – 2003. 16.MATOS W.N. Anatomia Descritiva na Lipoabdominoplastia. Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica – Florianópolis - SC – 2004. 17. MATOS W.N. Classification of Lipoabdominoplasty and Variations. The Aesthetic Meeting 2005 - Abstract Book New Orleans – LO - USA 2005; pg. 18.MUNHOZ, A. L., Avaliação topográfica dos vasos perfurantes do músculo reto abdominal; Tese USP. São Paulo, 2003. 19.NAHAS, F.X., Ishida, J., Gemperli, R., Ferreira, M. C. Abdominal wall closure after selective aponeurotic incision and undermining.. Ann. Plast. Surg. 41:606,1998. 20.PITANGUY, I. et al: Abdominoplasty: Classification and surgical techniques. Rev. Bras. Cir. 85(1); 23-44. 1995.
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