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28/08/2016
1
Dndª Amanda Maritsa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
Coluna Vertebral – Anatomia
A coluna vertebral é composta por 33 ossos (vértebras),
que se estendem desde a base do crânio até o cóccix e
são divididos em grupos conforme sua localização e por
similaridades anatômicas em:
 Cervicais (07),
 Torácicas (12),
 Lombares (05),
 Sacrais (05) e
 Coccígeas (04).
(DANGELO & FATTINI, 2004.p. 375)
28/08/2016
2
Coluna Vertebral –
Anatomia e Fisiologia:
 São separadas entre si por discos
fibrocartilaginosos – os discos
intervertebrais, que tem por função
absorver os aumentos de pressão
numa súbita sobrecarga de peso
na coluna e conferir mobilidade
entre as vértebras adjacentes,
além de impedir o impacto direto
entre as vértebras, reduzindo assim
seu desgaste pelo atrito.
28/08/2016
3
Coluna Vertebral –
Anatomia e Fisiologia:
 VÉRTEBRAS- Protetores da
medula.
 Meninges-protegem o
encéfalo e se estendem até o
estreitamento da medula
espinhal, em T12, chamado
cone medular, e em L1, sua
ramificação denominada
cauda equina.
Entre a aracnóide e a dura-máter, existe um espaço subdural, e
entre a aracnóide e a pia-máter existe o espaço subaracnóide,
por onde circula o líquido cefalorraquidiano, ou líquor.
28/08/2016
4
Líquor
 O volume total do líquor é de 125 a
150mL: metade disso fica no espaço sub-
aracnóideo espinal, 20ml nos ventrículos e
o restante no espaço subaracnóideo
craniano, sendo completamente renovado a
cada 8 horas. Portanto, aproximadamente
450mL de LCR é produzido diariamente.
 A pressão normal é de 5 a 20 cmH2O
(punção lombar com o paciente em
decúbito lateral).
 É produzido nos plexos coróides dos
ventrículos laterais e no teto do terceiro e
quarto ventrículos; flui para fora do sistema
ventricular através dos forames de
Luschka e de Magendie alcançando as
cisternas basilares subaracnóideas.
Coluna Vertebral –
Anatomia e Fisiologia:
 A coluna vertebral tem por função dar
sustentação ao corpo, além de proteger a
medula espinhal, e permitir assim que os
impulsos nervosos fluam livremente pelas vias
eferentes (motoras) e aferentes (sensitivas), para
que o cérebro envie comandos e receba
sensações.
 A interrupção deste fluxo causa isolamento do
segmento corporal no nível e abaixo da lesão,
levando a perda e/ou diminuição da
sensibilidade e da capacidade de movimento.
28/08/2016
5
Epidemiologia – Trauma
Raquimedular:
 Os fatores de risco predominantes para lesão raquimedular
são idade, sexo, uso de álcool e drogas (lícitas e ilícitas).
 A lesão raquimedular ocorre com frequência até 4X mais
em homens que em mulheres. Mais da metade dos registros
de lesão raquimedular ocorre em indivíduos inseridos na
faixa etária dos 15 aos 40 anos, sendo a causa mais comum
os acidentes automobilísticos (35 %) seguida pela violência
(30%), quedas (19%) e práticas desportivas (8%).
 As vértebras mais acometidas são C5, C6 e C7, T12 e L1
devido a maior amplitude de movimento da coluna vertebral
nestas regiões.
(Segundo o Center of Disease Control - CDC (2011)
Definição: Traumatismo
Raquimedular
 Traumatismo raquimedular é a lesão da medula espinhal,
que pode ser completa ou incompleta. Apenas
aproximadamente em 20 % dos casos a lesão medular
não decorre de traumatismos, sendo secundária a
processos degenerativos / patológicos tais como tumores,
malformações, diabetes.
(SANTOS, 2005. p. 137)
28/08/2016
6
Trauma Raquimedular
 Os locais mais comuns de lesão
medular são as áreas das
vértebras C5, C6 e C7, além da
junção das vértebras torácicas e
lombares, T12 e L1.
(NETTINA, 2007, p.507)
Trauma Raquimedular
 A energia mecânica tende a ser o agente de lesão
mais comum, sendo ainda o maior responsável pelos
traumatismos raquimedulares.
 Mecanismos de Lesão:
 Hiperflexão
 Hiperextensão
 Carga axial
 Carga lateral
 Ferimentos penetrantes
28/08/2016
7
Trauma Raquimedular
• Hiperflexão:
Causada por desaceleração súbita do movimento.
Trauma Raquimedular
• Hiperextensão:
Movimento com a cabeça para trás e para baixo. A medula
é esticada e torcida.
28/08/2016
8
Trauma Raquimedular
• Carga axial:
Resulta de uma carga vertical.
Trauma Raquimedular
• Carga lateral:
Força aplicada lateralmente.
28/08/2016
9
Trauma Raquimedular
• Ferimentos penetrantes:
Lesão por PAF ou armas brancas que penetram na medula.
Fisiopatologia – Trauma
Raquimedular:
 Lesão primária: Transferência de energia cinética para a
medula espinhal que gera o rompimento dos axônios, lesão
das células nervosas e ruptura dos vasos sanguíneos.
 Lesão secundária: Morte de axônios e células que não
foram inicialmente lesados, pela redução do fluxo
sanguíneo, normalmente causada por alterações no canal
vertebral, hemorragia, edema ou redução da pressão
sistêmica.
 Separação dos axônios não se faz imediatamente ao
trauma não penetrante, sendo resultada de um evento
patológico relacionado à lesão da membrana celular.
28/08/2016
10
28/08/2016
11
Avaliação Clínica:
Irá determinar o nível da lesão neurológica do
paciente:
 História Informações sobre o estado geral do paciente
previamente ao trauma.
 Exame físico ABC
 Exame neurológico Avaliação da sensibilidade, da
função motora e dos reflexos.
Avaliação Clínica:
Paciente com fratura da coluna sem lesão medular:
 Apresentam dor,
 Incapacidade funcional,
 Espasmo da musculatura adjacente.
Paciente com lesão medular:
 Perda de resposta à estimulo doloroso,
 Incapacidade de realizar movimentos vontuntários,
 Queda da pressão arterial com bradicardia,
 Alteração no controle dos enficteres,
 Priapismo,
 Respiração diafragmática.
28/08/2016
12
Avaliação Sensibilidade:
 É realizada por meio da avaliação de sensibilidade tátil
e dolorosa do paciente, através de 20 dermátomos:
 Mamilos – T4
 Processo Xifóide – T7
 Região Inguinal – T12 a L1
 Região Perineal – S2, S3, S4
 Atribui uma avaliação numérica nos achados clínicos:
 0 – ausente
 1 – alterada
 2 – normal
28/08/2016
13
Avaliação Motora:
 Avaliação dos 10 pares miótomos e a força muscular
graduada :
 C5 – Flexores do cotovelo
 C6 – Flexores do punho
 C7 – Extensores do cotovelo
 C8 – Flexores do dedo
 T1 – Abdutores
 L2 – Flexores do quadril
 L3 – Flexores do joelho
 L4 – Dorsiflexores do tornozelo
 L5 - Extensores longos dos dedos
 S1 – Flexores plantares do tornozelo
28/08/2016
14
Avaliação Motora:
 Segue a escala:
 0 – Paralisia total,
 1 – Contração palpável,
 2 – Movimento ativo eliminado pela força da gravidade,
 3 – Movimento ativo que vence a força da gravidade,
 4 – Movimento ativo contra alguma resistência,
 5 – Normal.
 OBS: Também examina-se o esfíncter anal externo para
auxilio na diferenciação da lesão completa ou incompleta.
28/08/2016
15
Classificação da lesão medular:
A Escala de Comprometimento da ASIA (American Spinal Injury
Association), baseada na completude da e na função sensorial /
motora.
Grau Tipo de lesão Manifestações Recuperação
A Completa Ausência de função motora e
sensitiva abaixo da lesão
15,5% cervical
7% torácica
B Incompleta Função sensitiva, mas não motora 47%
C Incompleta Alguma força motora 84%
D Incompleta Força motora 84%
E Nenhuma Função sensitiva e função motora 100%
28/08/2016
16
Exames:
 Radiografia antero-posterior, perfil e transtorial
(diagnóstico de 84% lesão cervical).
 Tomografia Computadorizada: Avaliação da
morfologia da fratura.
 Ressonância Magnética: Análise de contusões
medulares.
Fases– Trauma Raquimedular:
1- Fase aguda (de 1 a 24 horas após o trauma)-
Edema provocado pelo trauma (limitadores da
avaliação da lesão).
2- Fase subaguda- de 24 horas até uma semana pós-
trauma.
 Fármacos- bloqueadores H2 são administrados
para evitar irritação gástrica e hemorragias;
 A administração do sal sódico gangliosídeo GM-1
por via endovenosa, iniciado em 72 horas após a
lesão, e mantido por 18 a 32 dias, tem
demonstrado bons resultados na regeneração
neuronal.
28/08/2016
17
Quadro Clínico – Trauma
Raquimedular:
3- Fase Crônica ou Ajustamento medular (após uma semana
do trauma).
 As complicações devem ser tratadas, tais como:
• Infecções (antibioticoterapia);
• Comprometimento respiratório (ventilação mecânica,
fisioterapia respiratória);
• Lesão mucocutânea traumática e prevenção de ulceras por
pressão (uso de quelantes de cálcio e antiinflamatórios);
• Espasticidade (antiespasmódicos orais e intratecais, cirurgia,
estimulação da medula espinhal);
• Dor neuropática central (anticonvulsivantes, sedativos leves,
antidepressivos, bloqueio nervoso ou procedimento
cirúrgico).
O Papel do Enfermeiro:
 Como integrante da equipe multidisciplinar, numa
abordagem interdisciplinar, o enfermeiro é o elemento
que tem maior contato com a família e com o cliente,
por características inerentes à prática profissional.
Desta forma, as medidas que o enfermeiro programar
são determinantes do sucesso ou fracasso tanto do
atendimento inicial (com relação aos agravos da lesão
raquimedular) quanto ao inicio precoce do processo de
reabilitação.
28/08/2016
18
O Papel do Enfermeiro:
 O enfermeiro deve considerar a necessidade de
conversar sobre a vida sexual do seu cliente. Podem ser
necessárias adaptações para que este viva plenamente
a manifestação do desejo sexual, que é uma
necessidade fisiológica básica, e não deve ser
reprimida unicamente devido à nova condição física em
que este se encontra.
Muito Obrigado!!!
28/08/2016
19
Referências:
 CARPENITO-MOYET, L.J. Diagnósticos de Enfermagem: aplicação à prática clínica.
10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
 DANGELO, J.G; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar: para o
estudante de medicina. 2 ed. São Paulo: Atheneu. 2004.
 NETTINA, S.M. Prática de enfermagem. 8 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan,
2007.
 SANTOS, J. L (revisão técnica); SANTOS, R.G (tradução). Guia Profissional para
Fisiopatologia. Tradução de: Professional Guide of pathophysiology. 1 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
 SANTOS, RR; CANETTI, MD; RIBEIRO JR, C; ALVAREZ, FS. Manual de Socorro de
Emergência. Seção de ensino e treinamento / Grupamento de Socorro de
Emergência /Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro /
Secretaria de Estado de Defesa Civil. São Paulo: Atheneu, 2005.
 SMELTZER, S.C; BARE, B,G. BRUNNER & SUDDARTH Tratado de Enfermagem
Médico- Cirúrgico. 4 vol. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

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Coluna Vertebral - Anatomia, Fisiologia e Trauma

  • 1. 28/08/2016 1 Dndª Amanda Maritsa UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM Coluna Vertebral – Anatomia A coluna vertebral é composta por 33 ossos (vértebras), que se estendem desde a base do crânio até o cóccix e são divididos em grupos conforme sua localização e por similaridades anatômicas em:  Cervicais (07),  Torácicas (12),  Lombares (05),  Sacrais (05) e  Coccígeas (04). (DANGELO & FATTINI, 2004.p. 375)
  • 2. 28/08/2016 2 Coluna Vertebral – Anatomia e Fisiologia:  São separadas entre si por discos fibrocartilaginosos – os discos intervertebrais, que tem por função absorver os aumentos de pressão numa súbita sobrecarga de peso na coluna e conferir mobilidade entre as vértebras adjacentes, além de impedir o impacto direto entre as vértebras, reduzindo assim seu desgaste pelo atrito.
  • 3. 28/08/2016 3 Coluna Vertebral – Anatomia e Fisiologia:  VÉRTEBRAS- Protetores da medula.  Meninges-protegem o encéfalo e se estendem até o estreitamento da medula espinhal, em T12, chamado cone medular, e em L1, sua ramificação denominada cauda equina. Entre a aracnóide e a dura-máter, existe um espaço subdural, e entre a aracnóide e a pia-máter existe o espaço subaracnóide, por onde circula o líquido cefalorraquidiano, ou líquor.
  • 4. 28/08/2016 4 Líquor  O volume total do líquor é de 125 a 150mL: metade disso fica no espaço sub- aracnóideo espinal, 20ml nos ventrículos e o restante no espaço subaracnóideo craniano, sendo completamente renovado a cada 8 horas. Portanto, aproximadamente 450mL de LCR é produzido diariamente.  A pressão normal é de 5 a 20 cmH2O (punção lombar com o paciente em decúbito lateral).  É produzido nos plexos coróides dos ventrículos laterais e no teto do terceiro e quarto ventrículos; flui para fora do sistema ventricular através dos forames de Luschka e de Magendie alcançando as cisternas basilares subaracnóideas. Coluna Vertebral – Anatomia e Fisiologia:  A coluna vertebral tem por função dar sustentação ao corpo, além de proteger a medula espinhal, e permitir assim que os impulsos nervosos fluam livremente pelas vias eferentes (motoras) e aferentes (sensitivas), para que o cérebro envie comandos e receba sensações.  A interrupção deste fluxo causa isolamento do segmento corporal no nível e abaixo da lesão, levando a perda e/ou diminuição da sensibilidade e da capacidade de movimento.
  • 5. 28/08/2016 5 Epidemiologia – Trauma Raquimedular:  Os fatores de risco predominantes para lesão raquimedular são idade, sexo, uso de álcool e drogas (lícitas e ilícitas).  A lesão raquimedular ocorre com frequência até 4X mais em homens que em mulheres. Mais da metade dos registros de lesão raquimedular ocorre em indivíduos inseridos na faixa etária dos 15 aos 40 anos, sendo a causa mais comum os acidentes automobilísticos (35 %) seguida pela violência (30%), quedas (19%) e práticas desportivas (8%).  As vértebras mais acometidas são C5, C6 e C7, T12 e L1 devido a maior amplitude de movimento da coluna vertebral nestas regiões. (Segundo o Center of Disease Control - CDC (2011) Definição: Traumatismo Raquimedular  Traumatismo raquimedular é a lesão da medula espinhal, que pode ser completa ou incompleta. Apenas aproximadamente em 20 % dos casos a lesão medular não decorre de traumatismos, sendo secundária a processos degenerativos / patológicos tais como tumores, malformações, diabetes. (SANTOS, 2005. p. 137)
  • 6. 28/08/2016 6 Trauma Raquimedular  Os locais mais comuns de lesão medular são as áreas das vértebras C5, C6 e C7, além da junção das vértebras torácicas e lombares, T12 e L1. (NETTINA, 2007, p.507) Trauma Raquimedular  A energia mecânica tende a ser o agente de lesão mais comum, sendo ainda o maior responsável pelos traumatismos raquimedulares.  Mecanismos de Lesão:  Hiperflexão  Hiperextensão  Carga axial  Carga lateral  Ferimentos penetrantes
  • 7. 28/08/2016 7 Trauma Raquimedular • Hiperflexão: Causada por desaceleração súbita do movimento. Trauma Raquimedular • Hiperextensão: Movimento com a cabeça para trás e para baixo. A medula é esticada e torcida.
  • 8. 28/08/2016 8 Trauma Raquimedular • Carga axial: Resulta de uma carga vertical. Trauma Raquimedular • Carga lateral: Força aplicada lateralmente.
  • 9. 28/08/2016 9 Trauma Raquimedular • Ferimentos penetrantes: Lesão por PAF ou armas brancas que penetram na medula. Fisiopatologia – Trauma Raquimedular:  Lesão primária: Transferência de energia cinética para a medula espinhal que gera o rompimento dos axônios, lesão das células nervosas e ruptura dos vasos sanguíneos.  Lesão secundária: Morte de axônios e células que não foram inicialmente lesados, pela redução do fluxo sanguíneo, normalmente causada por alterações no canal vertebral, hemorragia, edema ou redução da pressão sistêmica.  Separação dos axônios não se faz imediatamente ao trauma não penetrante, sendo resultada de um evento patológico relacionado à lesão da membrana celular.
  • 11. 28/08/2016 11 Avaliação Clínica: Irá determinar o nível da lesão neurológica do paciente:  História Informações sobre o estado geral do paciente previamente ao trauma.  Exame físico ABC  Exame neurológico Avaliação da sensibilidade, da função motora e dos reflexos. Avaliação Clínica: Paciente com fratura da coluna sem lesão medular:  Apresentam dor,  Incapacidade funcional,  Espasmo da musculatura adjacente. Paciente com lesão medular:  Perda de resposta à estimulo doloroso,  Incapacidade de realizar movimentos vontuntários,  Queda da pressão arterial com bradicardia,  Alteração no controle dos enficteres,  Priapismo,  Respiração diafragmática.
  • 12. 28/08/2016 12 Avaliação Sensibilidade:  É realizada por meio da avaliação de sensibilidade tátil e dolorosa do paciente, através de 20 dermátomos:  Mamilos – T4  Processo Xifóide – T7  Região Inguinal – T12 a L1  Região Perineal – S2, S3, S4  Atribui uma avaliação numérica nos achados clínicos:  0 – ausente  1 – alterada  2 – normal
  • 13. 28/08/2016 13 Avaliação Motora:  Avaliação dos 10 pares miótomos e a força muscular graduada :  C5 – Flexores do cotovelo  C6 – Flexores do punho  C7 – Extensores do cotovelo  C8 – Flexores do dedo  T1 – Abdutores  L2 – Flexores do quadril  L3 – Flexores do joelho  L4 – Dorsiflexores do tornozelo  L5 - Extensores longos dos dedos  S1 – Flexores plantares do tornozelo
  • 14. 28/08/2016 14 Avaliação Motora:  Segue a escala:  0 – Paralisia total,  1 – Contração palpável,  2 – Movimento ativo eliminado pela força da gravidade,  3 – Movimento ativo que vence a força da gravidade,  4 – Movimento ativo contra alguma resistência,  5 – Normal.  OBS: Também examina-se o esfíncter anal externo para auxilio na diferenciação da lesão completa ou incompleta.
  • 15. 28/08/2016 15 Classificação da lesão medular: A Escala de Comprometimento da ASIA (American Spinal Injury Association), baseada na completude da e na função sensorial / motora. Grau Tipo de lesão Manifestações Recuperação A Completa Ausência de função motora e sensitiva abaixo da lesão 15,5% cervical 7% torácica B Incompleta Função sensitiva, mas não motora 47% C Incompleta Alguma força motora 84% D Incompleta Força motora 84% E Nenhuma Função sensitiva e função motora 100%
  • 16. 28/08/2016 16 Exames:  Radiografia antero-posterior, perfil e transtorial (diagnóstico de 84% lesão cervical).  Tomografia Computadorizada: Avaliação da morfologia da fratura.  Ressonância Magnética: Análise de contusões medulares. Fases– Trauma Raquimedular: 1- Fase aguda (de 1 a 24 horas após o trauma)- Edema provocado pelo trauma (limitadores da avaliação da lesão). 2- Fase subaguda- de 24 horas até uma semana pós- trauma.  Fármacos- bloqueadores H2 são administrados para evitar irritação gástrica e hemorragias;  A administração do sal sódico gangliosídeo GM-1 por via endovenosa, iniciado em 72 horas após a lesão, e mantido por 18 a 32 dias, tem demonstrado bons resultados na regeneração neuronal.
  • 17. 28/08/2016 17 Quadro Clínico – Trauma Raquimedular: 3- Fase Crônica ou Ajustamento medular (após uma semana do trauma).  As complicações devem ser tratadas, tais como: • Infecções (antibioticoterapia); • Comprometimento respiratório (ventilação mecânica, fisioterapia respiratória); • Lesão mucocutânea traumática e prevenção de ulceras por pressão (uso de quelantes de cálcio e antiinflamatórios); • Espasticidade (antiespasmódicos orais e intratecais, cirurgia, estimulação da medula espinhal); • Dor neuropática central (anticonvulsivantes, sedativos leves, antidepressivos, bloqueio nervoso ou procedimento cirúrgico). O Papel do Enfermeiro:  Como integrante da equipe multidisciplinar, numa abordagem interdisciplinar, o enfermeiro é o elemento que tem maior contato com a família e com o cliente, por características inerentes à prática profissional. Desta forma, as medidas que o enfermeiro programar são determinantes do sucesso ou fracasso tanto do atendimento inicial (com relação aos agravos da lesão raquimedular) quanto ao inicio precoce do processo de reabilitação.
  • 18. 28/08/2016 18 O Papel do Enfermeiro:  O enfermeiro deve considerar a necessidade de conversar sobre a vida sexual do seu cliente. Podem ser necessárias adaptações para que este viva plenamente a manifestação do desejo sexual, que é uma necessidade fisiológica básica, e não deve ser reprimida unicamente devido à nova condição física em que este se encontra. Muito Obrigado!!!
  • 19. 28/08/2016 19 Referências:  CARPENITO-MOYET, L.J. Diagnósticos de Enfermagem: aplicação à prática clínica. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.  DANGELO, J.G; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar: para o estudante de medicina. 2 ed. São Paulo: Atheneu. 2004.  NETTINA, S.M. Prática de enfermagem. 8 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2007.  SANTOS, J. L (revisão técnica); SANTOS, R.G (tradução). Guia Profissional para Fisiopatologia. Tradução de: Professional Guide of pathophysiology. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.  SANTOS, RR; CANETTI, MD; RIBEIRO JR, C; ALVAREZ, FS. Manual de Socorro de Emergência. Seção de ensino e treinamento / Grupamento de Socorro de Emergência /Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro / Secretaria de Estado de Defesa Civil. São Paulo: Atheneu, 2005.  SMELTZER, S.C; BARE, B,G. BRUNNER & SUDDARTH Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgico. 4 vol. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.