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BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 1
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime2
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 3
1. Mãos de veludo
Agarrafa de Campari vazia, aos meus pés, denota meu
grau etílico na quietude da madrugada. Estou sentado,
nu, na poltrona da sala. O copo está quase vazio, apesar das
pedras de gelo quase intactas tilintarem dentro. A mão que
segura o copo está alerta, a despeito do braço estar relaxado,
quase fazendo-a tocar no chão. Meus olhos estão fixos no te-
lefone à minha frente, na quase penumbra do aposento. De
repente, ouço você. Entre sussurros e gemidos, escuto o meu
nome, dito como se estivesse iniciando um imenso prazer.
Imagino-te sedenta de desejos, entregando-se a sonhos proi-
bidos e despudorados. Você murmura palavras confusas, e
sinto tua voz quase completamente afônica. Vais revelando
anseios ocultos em plena volúpia telefônica. Aí minha ima-
ginação te flagra saciada com os orgasmos alcançados, esva-
ecida e repousada inocente. Teu corpo seminu, na cama, me
é intocável, tal a sua imponência. Ele me inspira loucos de-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime4
sejos e parto como um cavaleiro medieval, espada em riste,
para te salvar do dragão do cio. Entro de empunhado fálico
na primeira gruta que encontro, sentindo um calor gostoso,
porém asfixiante. Trocamos ardentes beijos e tua pele arre-
pia. Insano, deixo-me envolver em espasmos de paixão. Até
que meu solitário gozo emana, sufocando o meu erotismo...
Paro de escrever, fecho o laptop e fico por um longo
momento absorto. A lembrança de Brigite não me sai da ca-
beça. Já se passaram quase seis meses e não consegui esque-
cer aquele telefonema na madrugada. Latrocínio. Foi esta a
apressada conclusão da polícia, ao encontrar o corpo carbo-
nizado, perto do carro abandonado no acostamento de um
trecho ermo da rodovia. Não era o caminho que Brigite fazia
ao voltar do trabalho para casa...
Meu nome é Felipe Marques. Já fui um renomado jor-
nalista. Hoje, tento ganhar a vida escrevendo trechos eróticos
para que escritores profissionais introduzam-nos em seus es-
critos. Mandam-me seus originais e eu vou incrementando
as partes eróticas dos seus textos. A perda precoce de Brigite
fez com que eu me entregasse ao álcool. Não demorei muito
a perder meu ótimo emprego, e com ele as minhas amizades.
Depois de tentarem me fazer abandonar o vício que estava
me tornando um farrapo humano, finalmente se renderam
à minha teimosia e autoflagelação. Abandonaram-me à mi-
nha própria sorte. No entanto, não os recrimino, pois eles
não sabiam. Nenhum deles sabia do remorso que me corroía
a alma. Nunca o disse a ninguém. Por favor, caros leitores e
leitoras, guardem segredo...
Conheci Brigite num desfile de modas e me apaixonei
imediatamente por ela. Eu tinha tara por “patas de camelo”.
Era assim que eu denominava aquele tipo de vulva minús-
cula e muito saliente, com um talho tão fino que não dava
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 5
para visualizar o rosado dos lábios vaginais. Quando Brigite
vestia uma calça apertada, mesmo sendo um jeans, parecia
que havia colocado um acolchoado de pano na vagina, de
tão volumoso que ficava seu sexo. Eu não parei de olhar para
aquela saliência durante todo o desfile, que eu fazia cobertura
para o jornal no qual trabalhava. Ela era alta, de cabelos cas-
tanhos e encaracolados. Os seios eram pequenos e eriçados.
As pernas eram longas e bem torneadas. Seu rosto era lindo
e a boca muito sensual, além de ter um narizinho empinado
muito atraente. Mas nada disso me chamara a atenção, pois
eu era acostumado a conquistar mulheres lindas. Portanto,
acho que aquela “patinha de camelo” é que me deixara obce-
cado por Brigite. No decorrer do desfile, decidi que ela seria
minha!...
Quando terminou o evento, inventei um pretexto qual-
quer para entrevistá-la. Ela chamou-me ao camarim das mo-
delos, mas fiquei acanhado em dizer tudo o que sentia por
ela, ali. Era uma paixão repentina, as pessoas decerto não
iriam entender. Por outro lado, tinha a nossa diferença de
idades. Ela tinha um pouco mais da metade da minha, nos
meus quarenta anos. Aliás, vendo-a de perto, parecia uma
menina. Despiu-se sem nenhum acanhamento na minha
frente, para tirar o vestido do desfile e vestir suas próprias
roupas. Vi seus seios pequenos, que cabiam em minha boca,
sem muito entusiasmo. Mas quando olhei para baixo e vi a
sua protuberância, enlouqueci. Minha vontade era apalpar
com vontade aquele volume entre suas pernas, que deixava
ver o talho se pronunciando em forma de ruga no tecido.
Suei copiosamente, enquanto balbuciei uma desculpa para
sairmos dali. Ela achou que eu tinha fobia a lugares fechados
e barulhentos, tal a forma como eu estava incomodado e su-
ado, e pediu para que eu a esperasse no estacionamento. Foi
a primeira vez que vi seu fusquinha lilás. Tão lindo quanto
Brigite. E o formato do capô lembrava-me imediatamente do
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime6
volume do sexo dela...
Fomos a um restaurante caro, mas tranquilo, e conver-
samos por um longo tempo. Sem saber como justificar minha
insistência em falar com ela a sós, inventei um teste cinema-
tográfico com um diretor amigo meu. Foi o que me veio à
mente. Depois falaria com meu amigo e tentaria convencê-lo
a fazer um demo com ela, mesmo que isso não levasse a nada.
Eu era acostumado a ter todas as mulheres que queria, e Bri-
gite não iria escapar da minha rede. Nunca ninguém me dera
tanto tesão quanto ela. Jantamos animadamente, combinan-
do ações futuras sobre o seu estrelato no cinema, enquanto
eu engendrava meu plano de ataque. Mas nem foi preciso ar-
quitetar muito. Depois da terceira taça de vinho tinto, caríssi-
mo, de uma safra premiada, ela me beijou agradecida. Então
eu matei a minha vontade de apalpar aquele volume entre as
suas pernas...
Não, meus caros leitores e leitoras, não era um pênis.
Era, sim, uma vulva minúscula, porém inchada. E elétrica,
pois ela teve um estremecimento quando a apalpei ali. Reti-
rou imediatamente a minha mão, mas não antes de eu sentir
a pulsação do seu sexo por um rápido instante. Depois ela
me afastou, dizendo ter alguém. Passamos a noite toda numa
imensa batalha. Eu assediando-a vorazmente e ela reagindo
educadamente contra as minhas investidas. Eu não estava
acostumado a levar um não! Sempre dizia que esta palavra
não existia em meu dicionário, quando se tratava de mulher.
Mas ela soube se esquivar elegantemente, até que eu desisti.
Paguei a conta e saímos do restaurante. Ela se ofereceu a me
levar de volta ao local onde acontecera o desfile, pois eu dei-
xara meu carro lá. Percorremos todo o percurso em silêncio,
eu realmente frustrado por não ter conseguido convencê-la
a ficar comigo ao menos aquela noite. Chegamos à elegante
casa de festas e já não havia ninguém lá. Paramos perto da
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 7
minha Mercedes estacionada na frente da impávida cons-
trução. Despedi-me de Brigite sem muito entusiasmo, e ela
lembrou-me que eu não havia dado meu telefone. Puxei um
cartão e entreguei, sem nem pedir o seu. Ela sorriu, puxou-
me pela mão e me deu um beijo na testa. Disse que, se já não
tivesse alguém, ficaria comigo. Dei de ombros, entrei no meu
carro e fui embora.
Cheguei ao meu amplo apartamento de cobertura ain-
da pensando nela. Cada vez que visualizava sua “patinha de
camelo”, meu pênis pulsava enlouquecido. Fui tirando toda a
roupa ainda na porta de entrada, doido para tomar um ba-
nho e aplacar o imenso tesão que sentia. Segui deixando uma
fileira de roupas desde a sala até o banheiro. Liguei o chuvei-
ro e iniciei um banho frio e com pretensão de ser demorado,
quando o telefone tocou...
Era ela. Sua voz ao telefone era macia, dengosa. Mas
aos poucos o timbre foi mudando. Ficou sussurrante, às ve-
zes inteligível. Foi quando percebi que ela se masturbava ao
telefone. Eu quase não entendia o que ela dizia, mas podia
muito bem perceber o teor da sua lascívia. Gemia quando
se afagava mansamente, e gritava quando apressava o ritmo
dos movimentos dos dedos enfiado na greta. Sentei no sofá
da sala, puxando o telefone mais para perto de mim, e levei a
mão ao sexo enlouquecido de tantas pulsações desordenadas.
Movimentei o punho com vigor, querendo gozar no mesmo
instante que ela. Então ouvi um urro demorado e o baque
do aparelho no chão. No decorrer do silêncio que se fez do
outro lado da linha, ejaculei intenso e forte, a porra sujando
o tapete da sala. Repeti várias vezes o alô, sem obter resposta.
Então desliguei e fiquei prostrado e absorto, sem vontade de
voltar ao banheiro...
A partir daquela noite, recebi vários telefonemas dela
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime8
sempre na madrugada, em horários quando menos esperava.
Ela se divertia me fazendo esperar sua ligação, cada dia mais
tarde. Mas eu não reclamava. Sabia que iria ter um intenso
prazer com suas palavras sussurradas, cada vez mais eróticas
e excitantes. Passamos várias semanas nos satisfazendo por
telefone, até que uma tarde ela ligou para mim. Disse que seu
namorado havia viajado e queria se encontrar mais uma vez
comigo. Exigi o encontro em algum motel e, depois de muita
insistência, ela acabou topando. Mas com uma condição: eu
não tocaria nela. Aceitei.
Comprei uma gargantilha de ouro branco, caríssima, e
embrulhei para presente. Marcamos no mesmo restaurante.
No meio do jantar, entreguei o presente a ela. Maravilhada,
até se esqueceu do excelente prato que comíamos. Pegou-me
pela mão e arrastou-me dali, me fazendo deixar uma farta
gorjeta para o garçom que nos atendeu. Queria chegar logo
ao motel, para me presentear também. Nessa época não havia
a lei contra bebidas no trânsito, e ela dirigiu a quase cem por
hora. Entramos no primeiro motel que encontramos. Ela jo-
gou-me na cama e tirou toda a roupa, ficando apenas de gar-
gantilha. A visão, pela primeira vez, da sua vulva nua, qua-
se me fez ejacular precocemente. Era mais linda do que eu
imaginava. Seu monte de Vênus era dourado, como sua pele
bronzeada. Nenhuma marca de biquini. Mas a protuberância
do seu sexo era fantástica. Eu via apenas o talho apertado.
Não dava para ver nada dos seus lábios vaginais. E aquela
vulva pulsava e tremia quase tal e qual meu pênis duríssimo e
latejante. Aí ela me despiu totalmente, evitou que eu a tocasse
e pegou com as duas mãos em meu pau intumescido. Come-
çou então uns movimentos suaves, quase sem tocar no meu
membro. Eu ficava cada vez mais ansioso que ela apertasse,
lambesse, chupasse, mas ela apenas movimentava o punho e
os dedos bem delicadamente. Aos poucos eu fui entendendo
o que ela queria: que eu demorasse o máximo possível a go-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 9
zar...
Brigite esteve por um longo tempo me acariciando o
falo, ora alisando os testículos, ora girando o punho com os
dedos formando um anel em volta do meu pênis, mas quase
sem tocá-lo. Suas mãos pareciam veludo. Acariciava também
a glande como se estivesse lavando um bebê, tal a suavidade
dos seus toques. Aí, meu prazer aflorou lá longe. Fui sentin-
do o gozo se formar em minhas entranhas e aos poucos ir se
libertando de mim. Tentei prender, mas não consegui. Com
certeza foi o gozo mais intenso que tivera até então! A por-
ra espirrou em seus pequenos seios e em seu rosto, em jatos
fortíssimos. Ela colheu um pouco do sêmen e levou aos lá-
bios, como se nunca tivesse sentido o sabor. Ficou lambendo
o dedo médio a cada vez que coletava esperma derramado no
seu corpo. Eu fechei os olhos, exausto, satisfeito com a praze-
rosa gozada. E adormeci...
Quando acordei, me maldizendo por ter pegado no
sono num momento tão especial, ela havia ido embora do
motel. Por vários dias esperei seu telefonema na madrugada,
mas ela desaparecera. Liguei para a agência de modelos onde
trabalhava e me identifiquei como jornalista. Menti, dizendo
que queria fazer uma matéria com ela. Não sabiam do seu
paradeiro. Havia uma semana que não aparecia no trabalho.
Fiquei desesperado. Queria ela de novo, ao menos mais uma
vez. Então, numa noite em que eu nem mais esperava, o tele-
fone tocou. Não era ela. Era uma voz assexuada pedindo um
resgate de trinta mil reais para devolver minha namorada.
Lembro que disse uma piada qualquer, entrando no clima do
trote. Claro que só podia ser um trote. Brigite nem era minha
namorada... Como a voz era um tanto fanhosa, achei que era
um dos meus amigos disfarçando o timbre para me enganar.
Insistiram, negando ser trote. Desliguei.
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime10
No outro dia, bem cedo, novo telefonema. Dessa vez
era uma policial, dando a notícia de que o fusquinha de Bri-
gite havia sido encontrado abandonado no acostamento de
um trecho ermo da estrada. No porta luvas, havia um cartão
com meu nome e telefone, por isso me contataram. Não ha-
viam encontrado nenhum documento dela, mas a placa do
carro foi investigada e com ela chegaram ao nome e endereço
da dona do veículo. Haviam tirado todos os pneus, o volan-
te e o toca-fitas. Decerto tinham depenado o carro e levado
outros pertences. Perguntaram quando tinha sido a última
vez que eu a vira e respondi com sinceridade. Haviam ave-
riguado com a agência de modelos e ela fora vista por mais
de uma vez depois que se encontrou comigo. Não tive cora-
gem de dizer nada sobre o telefonema que recebera no dia
anterior. Neguei qualquer contato com ela, além do profis-
sional. Mas disse que tínhamos uma relação muito cordial e
que gostaria de ter notícias do andamento das investigações.
Apresentei-me como jornalista, mas isso já era sabido, pelo
cartão encontrado no carro. A policial me agradeceu a aten-
ção e desligou prometendo me dar novas notícias assim que
tivesse. Identificou-se como Simone e deu-me seu telefone,
caso depois eu tivesse algo que levasse a polícia ao paradeiro
da modelo.
Desliguei meu telefone com o coração aos pulos. Brin-
cara com o telefonema recebido no dia anterior, sem nem
suspeitar que fora mesmo um sequestro. Sentia-me mal, e
precisava de um trago. Mal sabia que seria o primeiro de uma
série que me levaria à dependência alcoólica. Mais tarde, já
no começo da madrugada, a mesma policial me ligou dizen-
do que haviam encontrado um corpo carbonizado dentro de
um matagal, nas proximidades do Fusca lilás abandonado.
Não consegui ouvir mais nada do que me foi dito. O telefone
escapou-me das mãos.
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 11
Passei algum tempo com o olhar fixo em algum ponto
da sala, chorando a perda de Brigite. Depois caí em mim e li-
guei de volta para a policial Simone. Ela disse que estava indo
para o local do crime e me deu as coordenadas. Queria que
eu identificasse o corpo, já que a modelo parecia não ter pa-
rentes. Nenhum fora localizado pela polícia. Quando cheguei
lá, a visão do corpo incinerado e jogado ao chão me causou
náuseas. Vomitei ao lado da primeira árvore que encontrei.
Já refeito, perguntei à policial se aquele corpo não podia ser
de outra pessoa, senão Brigite. Ela me mostrou um saquinho
plástico contendo uma gargantilha de ouro branco. Disse que
estava dentro do punho cerrado do corpo carbonizado, e que
decerto a vítima tinha escondido do seu agressor. Reconheci
a gargantilha que dei a Brigite, mas omiti esse detalhe à po-
lícia. Apenas disse que já a vira com aquela joia, inclusive na
última vez que nos encontramos. A policial me garantiu que
continuariam investigando o caso, mas que estava convenci-
da de que se tratava de um latrocínio. Ou seja, um assalto se-
guido de morte. Mais uma vez me acovardei e não falei sobre
o telefonema recebido. Fiz de tudo para sair imediatamente
daquele lugar, para que não percebessem que eu tinha algo
mais a dizer. Fui dispensado e voltei para o meu apartamento.
Tirei todas as minhas roupas e sentei no sofá da sala.
Havia pego uma garrafa de Campari que guardo sempre na
geladeira, para ocasiões especiais. Nunca pensei em tomá-la
numa situação fúnebre. Nem peguei copo. Tomei o primei-
ro gole da boca da garrafa. Depois do segundo gole, sobrava
apenas metade do líquido contido no litro. Em pouco tempo
me deu aquele torpor alcoólico. Fiquei olhando fixamente
para o aparelho telefônico à minha frente, na esperança ain-
da de Brigite ligar para mim. Imaginei o telefone tocando e
me apressei em atender. Não havia ninguém do outro lado
da linha...
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime12
2. Susto no motel
Acordei nu, sentado no sofá da sala e com um gosto amar-
go na boca. A cabeça doía tanto que foi uma tortura ca-
minhar até o banheiro e tomar um banho frio. Olhei para o
relógio na parede do amplo aposento e lastimei ter perdido a
hora de ir trabalhar. Mas só por um momento pensei no meu
emprego. O que eu queria mesmo era continuar bêbado. Tal-
vez assim conseguisse não pensar mais em Brigite e seu bru-
tal assassinato. Havia recebido a notícia da sua morte naquela
madrugada, e me encontrara com a policial Simone e mais
dois policiais militares, na beira da estrada, onde acharam seu
cadáver carbonizado. Em sua mão, o colar de ouro branco que
tinha dado para ela dias antes. Mas neguei informações à polí-
cia,temerosodequemeenvolvessemnaquelemisteriosocaso.
A policial Simone, encarregada das investigações, acreditava
em latrocínio. Calei sobre o pedido de resgate que me haviam
feito no dia anterior, pensando ser um trote. Estava disposto,
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 13
eu mesmo, a investigar o brutal crime contra minha amada...
Terminei um demorado banho, mas a cabeça ainda es-
tava zonza. Tomara dois litros de Campari, da boca da garra-
fa, em menos de duas horas. Depois desabei bêbado, sem nem
ter me arrastado até a cama. As costas doíam e a boca ainda
guardava aquele gosto horrível de bílis. Lembro que vomitei
no vaso sanitário, antes de apagar completamente. Acredito
que puxei a descarga, pois o banheiro não fedia. Minha faxi-
neira vinha em dias alternados, e hoje era dia dela vir. Decer-
to faltara como eu faltei ao meu emprego no jornal. Mas ela
não era de faltar nunca. Ao menos, sem me ligar avisando.
Foi quando tive a idéia de olhar para o rádio relógio-digital
na escrivaninha do quarto. Puxa, dormi por quase dois dias!
Com certeza a pobre veio trabalhar e, encontrando-me nu e
bêbado na sala, desistiu de fazer minha faxina...
Ainda restava um pouco de claridade até o anoitecer,
então resolvi voltar ao local do crime. Peguei a Mercedes na
garagem e rumei até a rodovia onde encontraram o corpo.
Levei uma lanterna, caso escurecesse antes de eu terminar
minhas buscas. Não tinha nada em mente, apenas decidira
procurar por algum vestígio que me levasse a descobrir seu
assassino. Pouco tempo depois, avistei o fusquinha lilás de
Brigite. Uma das portas estava aberta. Percebi que haviam
levado um dos bancos da frente, o que ficava ao lado do
motorista. Estacionei meu carro bem atrás do fusca e estive
procurando por alguma pista dentro dele. Não vi nenhuma
marca de sangue, indicando que ela não havia sido morta em
seu interior. Arrastaram-na para o mato e ali deram cabo da
sua vida. Não se sabe se a incendiaram antes ou depois dela
morrer.
Havia muitas marcas de pegadas na areia, desde o fusca
até o local onde havia sido encontrado o corpo carboniza-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime14
do. Já haviam levado o que sobrara do belo corpo de Brigi-
te, deixando algumas marcações no solo, decerto feitas pela
polícia técnica. Caminhei com cuidado para não tirar nada
do lugar. Aí ouvi passos atrás de mim. Voltei-me tenso, mas
relaxei em seguida. Era a policial Simone caminhando em
minha direção, cenho estreitado. Suspeitava de mim, isso
era certo. Perguntou o que eu fazia ali e respondi que estava
empenhado na investigação da morte da modelo, a pedido
do meu jornal. Ela perguntou-me como o jornal soubera da
morte de Brigite, toda desconfiada, e eu menti dizendo que
eu mesmo ligara dando a informação. Pareceu relaxar, mas
disse que me queria fora dali. Tomaria as devidas providên-
cias se eu atrapalhasse as investigações. Falou-me de forma
tão enérgica que eu prestei mais atenção a ela. Só então notei
as suas divisas. Simone era sargento da polícia militar. Não
havia percebido isso da primeira vez que a vi. Aliás, também
não tinha prestado atenção aos seus cabelos castanhos e en-
caracolados, como os de Brigite. Seu rosto era bonito, apesar
dos traços rudes. A boca era minúscula e seus lábios eram
finos e sem batom. O colete preto, que ela usava por cima
da farda policial, não deixava ver se seu corpo era esguio ou
masculinizado, como algumas policiais que eu conhecia. As
calças folgadas escondiam um par de pernas alongadas e não
muito atraentes. Era assim que eu as imaginava. Ela pareceu
perceber que eu a examinava da cabeça aos pés, pois ficou
irritada comigo. Mandou-me sair imediatamente dali.
Voltei ao meu carro e dei partida. Manobrei entre o fus-
quinha e a viatura policial quase encostada na minha Merce-
des. A cabeça ainda latejava, então resolvi que iria parar em
qualquer bar e tomar umas doses de Campari. Dizem que é
bom curar uma ressaca tomando novo porre, e eu rapida-
mente iria aprender isso. Acho que foi assim que virei alcoó-
latra, sempre querendo curar a ressaca da bebedeira anterior
com outra. Dirigia distraidamente em direção ao centro da
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 15
cidade, quando cismei de olhar pelo retrovisor. Um carro de
polícia me seguia, mantendo alguma distância do meu. Di-
minui a velocidade, achando que era a sargento Simone. Mas
seu condutor era um policial bigodudo e carrancudo. Empa-
relhou comigo, deu-me uma olhada demorada e depois se-
guiu, passando na minha frente e desaparecendo na estrada.
Começava a escurecer...
Parei no primeiro bar que encontrei, e tinha cara de in-
ferninho. Tocava uma música brega numa radiola de fichas,
que se repetia quase intermitentemente. Sentei num canto
bem afastado de todos e pedi uma dose de Campari. Só ven-
diam aguardentes ou cervejas. Pedi uma cerva mesmo, mas
exigi que estivesse mofada. Veio. Enchi meu copo e sorvi de
um único gole. Depois tornei a enchê-lo. Dessa vez fui be-
bericando pausadamente. Aí o policial bigodudo entrou no
recinto, como se estivesse a procurar alguém. Quando me
avistou, suspirou e procurou outro canto escuro do bar. Uma
garçonete atendeu-o imediatamente, e ele fez o pedido apon-
tando o dedo para algo escrito no cardápio. Pouco depois,
comia um sanduíche com refrigerante, sem tirar os olhos de
mim. Uma morena gostosona, vestida como vadia, aproxi-
mou-se do policial bigodudo e cochichou algo ao seu ouvido.
Ele olhou-a nos olhos por um momento e depois aquiesceu
com a cabeça. E ela foi até o balcão e pediu outro sanduíche,
do mesmo que ele estava comendo. Voltou à mesa e sentou-
se ao lado do militar, que também era sargento. Pude ver suas
divisas, mesmo na penumbra do bar. Ela, sem pedir licença,
pegou a garrafa de refrigerante dele e despejou parte do líqui-
do num copo que trouxera do balcão. Depois se pôs a comer
o sanduíche, enquanto ele olhava fixamente para mim...
Não me acanhei. Tomei o resto da cerveja que estava
sobre a mesa, pedi outra e tirei meu laptop de dentro de uma
bolsa de couro que sempre carrego comigo. Peguei uns guar-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime16
danapos de papel e passei sobre a mesa, limpando a parte
mais próxima de mim. A garçonete veio com um pano e pas-
sou no móvel, me olhando de forma bem safadinha. Incli-
nou-se, deixando à mostra os biquinhos de um par de seios
enormes e suados, através do decote generoso. Sorri agrade-
cido, mesmo ela deixando, com aquele pano imundo, a mesa
mais suja do que estava antes. Depois se afastou sacudindo as
ancas, num rebolado que enaltecia sua farta bunda. Abri meu
laptop sobre a mesa de madeira, rabiscada com nomes de ca-
sais e frases chulas, a maioria terminando com endereço e
telefone, todas deixando explícitas suas preferências sexuais.
Comecei a teclar as primeiras palavras...
“Aos vermes. O mel que escorre da tua excitação, se
mescla com o leite derramado pela minha espada tesa, e mo-
lha tua calcinha alvíssima, quase imaculada. É como se você
estivesse usando-a pela primeira vez, a combinar com a vir-
gindade dos teus lábios rosados, escondidos na apertada fen-
da do teu sexo. Os sabores se misturam ao salgado dos nos-
sos suores e à urina expulsada pelo teu gozo intenso, quando
tremulasses impávida no meu mastro, desfraldando todas as
bandeiras dos nossos prazeres. A glande está vermelha como
a brasa de um cigarro, que insistes em apagar com tua saliva,
fingindo o vício dos fumantes ao colocar o falo entre dois de-
dos. As espumas das nossas salivas se confundem em nossas
bocas, na troca de sussurros ávidos pelo desejo de mais uma
vez serem contemplados. O arrepio da tua pele e o perfume
que exalas me confunde, e já não sei se continuas menina ou
já te tornasses mulher. Por fim, adentro de novo em pensa-
mento ao abismo entre tuas pernas, perscrutando os segre-
dos que levastes de mim. Para os vermes...”
Paro de teclar quando sinto uma presença ao meu lado.
Meu inconsciente levava-me a escrever cartas eróticas a Bri-
gite, como a compensar o tempo que não tivemos. Havia sido
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 17
meu primeiro texto em homenagem a ela, mesmo sem per-
ceber de imediato. A morena gostosona havia saído da mesa
do policial bigodudo e se sentara ao meu lado, lendo o que
eu escrevera, sem nenhum limite de indiscrição. Pegou no
meu cacete por cima das calças, mordendo os lábios de tesão
pelo que acabara de ler, ainda de olhos fixos na tela, como se
estivesse relendo. Não interrompi a sua leitura nem afastei a
sua mão de mim, procurando com a vista o policial bigodu-
do. Ele deixara o bar sem que eu tivesse visto. Relaxei, pois
achava que ele estava ali me vigiando. A morena mordiscou
meu lóbulo da orelha e meteu a língua dentro do meu ou-
vido, dizendo que tinha ficado com muito tesão ao ler meu
texto. Falou-me que quem é capaz de escrever algo tão eró-
tico decerto é melhor ainda na cama. E prometeu dar uma
rapidinha comigo de graça, se eu escrevesse uma poesia bem
safada para ela...
Sorri, fechei o laptop e neguei-me a escrever qualquer
poema. Expliquei que não era poeta. Ela olhou fixamente
para o meu rosto e depois sorriu contente. Reconheceu-me
como Felipe Marques, jornalista e comentarista de atualida-
des. Então me pediu educadamente que eu lhe pagasse uma
dose. Era animada e sabia conversar sobre diversos assuntos.
Aos poucos, fui simpatizando com ela. Demorava beberican-
do sua dose, enquanto eu me esbaldava em tomar cervejas.
Acostumado a beber apenas Campari, sorvi em grandes go-
les. Já estava visivelmente alcoolizado, quando vi a sargento
Simone adentrar o bar. Olhou para todos os lados e, quan-
do me viu, caminhou diretamente em minha direção. Viu o
monte de garrafas vazias armazenadas num canto, no chão,
perto de mim, e disse que eu não me atrevesse a dirigir na-
quele estado de embriaguês. A morena disse possuir habili-
tação de motorista e se prontificou, perante a policial, a me
levar para casa.
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime18
Não adiantou os meus protestos. Eu não queria ir a lu-
gar nenhum com a morena. Não a conhecia e nem costuma-
va sair com prostitutas. Mas a policial não me deu ouvidos.
Pediu os documentos da jovem, anotou-os em uma agenda,
requisitou meu laptop e disse que mo entregaria se eu fos-
se buscá-lo na delegacia. Chamou-me a um canto, me deu
umas instruções para que eu não fosse roubado pela puta e
despediu-se de mim. Vi quando ela foi até perto do meu car-
ro e anotou o número da placa. Depois chamou a prostituta
e esteve conversando uns instantes com ela, enquanto mais
uma vez me dirigi ao banheiro imundo do bar. Peguei um
dinheiro que dava para pagar a conta e o resto guardei dentro
do sapato, bem lá no fundo. Depois saí do mictório e paguei
a conta diretamente no balcão, deixando a garçonete de cara
amarrada comigo. Não liguei e fui para onde estacionei meu
carro. A morena gostosa já me esperava ao volante. A sargen-
to Simone já tinha ido embora...
A bebida fez efeito rápido. Indiquei o caminho de casa
e a morena fez a volta, seguindo em direção contrária à que
eu indicara. Só percebi quando passamos pelo fusca lilás,
abandonado à beira da estrada. Quis fazer com que ela vol-
tasse, mas quase não consegui articular quaisquer palavras,
de tão bêbado que eu estava. Passei a chamá-la de Brigite e ela
ria divertida da minha embriaguês. Até que finalmente para-
mos na frente de um motel muito iluminado. Amparado pelo
braço, consegui sair do carro e deitar na cama do quarto que
nos foi indicado. Tinha dois enormes espelhos, um no teto e
outro tomando toda uma parede. Ela me despiu totalmente,
rindo de mim, e despiu-se também, dizendo que ia tomar um
banho. Aí, tal qual acontecera com Brigite, eu adormeci antes
dela voltar toda perfumada...
Acordei num sobressalto, como se estivesse estranhan-
do a cama. Ainda com a cabeça girando, olhei para o lado e
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 19
vi a morena nua, de bruços, deitada perto de mim. Estiquei o
braço e acariciei a sua protuberante bunda. Sem querer acor-
dá-la, tateei até encontrar a entrada do seu ânus. Enfiei meu
dedo ali, bem devagar, sentindo-o entrar bem escorregadio.
Ela não se mexeu. Sorri satisfeito, pois devia estar acordada,
sentindo minhas carícias. Eu despertara todo suado e sentia
a cama molhada. Olhei de novo para aquela bunda empina-
da. Não dava para ver seu rosto, pois ele estava voltado para
o outro lado. Senti uma vontade enorme de fincar meu falo
naquele cuzinho e me levantei um pouco, me aproximando
mais dela. Foi quando percebi o sangue...
Levantei-me de um pulo e saí de cima da cama. Escor-
reguei no sangue empoçado no chão e caí por cima do corpo
dela. Foi quando vi seus olhos revirados e um enorme corte
em sua garganta. Fiquei aterrorizado e reprimi um grito de
terror na goela. Meu corpo tremia que só uma vara verde, e
eu estava aterrorizado. O coração me vinha à boca, do mes-
mo jeito quando recebi a notícia da morte de Brigite. Respirei
fundo e tentei me acalmar. Liguei para a portaria. Uma voz
feminina atendeu. Perguntei se vendiam cigarros e a moça
quis saber a marca. Eu não fumava, logo não entendia de ci-
garros. Disse que ia perguntar à minha companheira, pois ela
é que estava pedindo. A recepcionista sorriu e disse que sabia
bem a marca do cigarro da minha acompanhante. Comple-
tou, dizendo que ela sabia que aquela marca de cigarro não
era vendida ali, e que todas as vezes que ela pedia tinham que
comprar no bar mais próximo. No momento, estava sozinha
e não iria poder sair da recepção. Entendi logo que a morena
costumava frequentar aquele motel. Então eu falei que, se ela
comprasse três, dois maços seriam seus. Ela prontificou-se a
fazer isso imediatamente, dizendo que colocaria na conta do
quarto. Concordei, desliguei o telefone e corri para me vestir.
Nunca o fiz tão depressa. Já havia aberto a porta do quarto e
estava a sair, quando voltei depressa e peguei a bolsa da po-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime20
bre morena. Através dos seus pertences saberia quem ela era.
Por outro lado, pensava em entregar tudo a sargento Simone,
inclusive contar toda a história do telefonema anônimo pe-
dindo o resgate por Brigite. A policial vinha demonstrando
ser justa comigo. Era a única que podia salvar-me dessa en-
rascada. Contava com ela.
Entrei furtivamente no meu carro, estacionado nas
dependências do motel, e dei imediatamente partida. Tal
como esperava, não havia ninguém na portaria. A moça ti-
nha ido comprar os cigarros. Eu deixara uns trocados sufi-
cientes, sobre uma mesinha do quarto, que dava para pagar
o motel e os cigarros, e ainda sobraria uma boa gorjeta para
ela. Manobrei habilmente e saí do motel. Peguei a estrada,
em direção ao centro da cidade. Primeiro passaria em meu
apartamento, depois ligaria para a policial. O dia já estava
raiando. Os raios dourados de sol iluminavam meus contur-
bados pensamentos...
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 21
3. Fodendo a atriz pornô
Cheguei em casa com o dia já claro. A cabeça latejava
de tanta dor, e ainda estava trêmulo, após ter acordado
com um cadáver ao meu lado. Começava a duvidar da mi-
nha própria sanidade. Será que fui eu que assassinei a mo-
rena gostosona, lá no motel? Não. Não fui eu! Não carrego
comigo nenhum objeto cortante, então não poderia ter cor-
tado a garganta dela daquele jeito. Alguém entrara no meu
quarto e matara a pobre coitada. Alguém que queria deixar
minha vida em pandemônio. Alguém que não iria parar de
matar enquanto não me prejudicasse feio. Eu precisava to-
mar cuidado pois, pelo visto, esse alguém já matara minha
amada Brigite e agora a prostituta que eu nem conhecia...
Eu estava precisando beber alguma coisa para me acal-
mar, até telefonar para a sargento Simone e contar a ela sobre
o telefonema que recebera antes da morte de Brigite. Ainda
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime22
era muito cedo e não queria tirá-la da cama. Lá pela metade
da manhã, ligaria para ela. No momento, queria uma dose.
Percebi que bebera o último litro que havia guardado. Saí e
comprei duas garrafas de Campari no mercadinho da esqui-
na, que nunca fechava. Abri uma das garrafas, antes mesmo
de pagar no caixa, e tomei do gargalo. Aproveitei para com-
prar o jornal do dia e o do dia anterior. Desde a morte de Bri-
gite, não lia jornais. Quando voltei ao meu apartamento, o li-
tro já estava quase pela metade. Guardei uma das garrafas na
geladeira e sentei no sofá da sala, bebericando o resto. Dessa
vez peguei um copo com gelo e despejei a bebida dentro. Abri
o matutino mais antigo e comecei a procurar por alguma no-
tícia da morte da modelo. Nada. Reli todas as manchetes e tí-
tulos das matérias menores e não encontrei uma linha sequer
sobre o brutal assassinato. Quem sabe, no outro jornal?...
Nada, novamente. Não havia nenhum vestígio da mor-
te de Brigite. Liguei para o jornal onde eu trabalhava e per-
guntei a uma jornalista, amiga minha, se ela sabia de algo.
Estranhou minha pergunta. Fingi que havia recebido uma
informação errada e desliguei. Ela ligou pouco depois me
avisando que o editor estava uma arara comigo. Pedi que me
substituísse nos meus afazeres por uns dias, pois eu estava se-
guindo uma notícia de um assassinato misterioso. Aliás, dois.
Mas não toquei no assunto do crime do motel, esperando que
ela me dissesse algo. Conversamos por um bom tempo e ela
não falou nada sobre qualquer morena assassinada. Mas era
muito cedo, decerto essa notícia seria dada mais tarde. Pro-
curei meu laptop, mas lembrei que o havia deixado com a
sargento Simone. Tomei um banho demorado, para limpar
o sangue da morena que ainda estava impregnando minha
pele. Vestira apressadamente a roupa sobre o corpo, sem nem
tomar um banho, lá no motel. Havia ido ao supermercado
sem me dar conta que ainda estava todo sujo. Ainda bem que
o sangue coagulado estava sob a roupa e ninguém percebeu...
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 23
Terminei de tomar um demorado banho e coloquei um
roupão. Depois fui até a sala e peguei a bolsa da morena as-
sassinada no motel. Abri-a e derramei sobre a mesa todos os
seus pertences. Encontrei uma carteira feminina, contendo
seus documentos. Coincidentemente, chamava-se Simone,
como a policial. Encontrei também um DVD pornô entre
suas coisas. Reconheci-a logo, na capa. Coloquei o disco no
aparelho de vídeo e vi seu desempenho. Atuava péssimo.
Gemia demais pro meu gosto, olhando sempre para a câme-
ra. Duvido que tenha conseguido atuar num segundo filme.
Mas confesso que fiquei excitado com a beleza do seu corpo.
Não tinha uma única mancha, como costumam ter algumas
prostitutas pseudo-atrizes. Em uma das cenas, ela empinou a
bunda de frente para a câmera e meu pênis deu sinal de vida.
Pensei na oportunidade que perdi, de ter enfiado minha vara
naquele cuzinho, lá no motel. Dormira sem ter desfrutado
do seu sexo. E no filme, ela voltava de vez em quando o rosto
para o espectador, como se estivesse rindo de mim. Era um
riso malicioso, cheio de vida. Vida esta que fora interrompida
de forma tão brutal e sem sentido. Fiquei triste. Lembrei de
Brigite. Então, retirei o disco do aparelho de vídeo e reco-
loquei todas as coisas dela dentro da bolsa. Pensei em ligar
para a sargento Simone, mas era muito cedo ainda. Fui para
minha cama e adormeci...
Acordei com o barulho da campainha tocando. Olhei
no relógio, e mais uma vez havia perdido a hora de ir tra-
balhar. Passei a mão nos cabelos, chateado. Aí a campainha
tocou de novo, desta vez mais insistentemente. Atravessei
todo o corredor, preguiçosamente, e olhei pelo olho-mágico
da porta. E quase caí do susto inesperado. De pé, sorridente
e esperando que eu abrisse a porta, estava a morena dublê de
atriz pornô! Estive a ponto de ter um troço. Achei que esti-
vesse tendo um pesadelo e belisquei-me o braço. Não, não
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime24
era um sonho. Percebi que ela conversava com alguém que
estava ao seu lado, mas eu não podia ver pelo buraquinho
na porta. Resolvi abrir de uma vez. Minhas carnes tremiam.
A mente, ainda embotada pelo álcool e pelo sono, teimava
em não acreditar no que meus olhos viam. Finalmente abri a
porta. Ela atirou-se nos meus braços.
Ao sentir seu abraço forte e seu perfume barato, me
convenci finalmente de que não estava ainda sonhando. Foi
quando vi que quem a acompanhava era a sargento Simo-
ne. Tinha meu laptop em mãos e olhava para mim com cara
nada amistosa. A morena me beijou fogosamente os lábios e
perguntou por que eu havia saído do motel sem nem me des-
pedir dela. Claro, percebera que eu tinha bebido demais, mas
nem vira quando eu saí. A sargento passara no motel, ainda
cedo, me procurando para me entregar o laptop e me fazer
algumas perguntas, mas eu já havia saído. Foi quando ela deu
pela falta da sua bolsa. Como a sargento havia encontrado
no carro abandonado de Brigite o cartão com meu nome, te-
lefone e endereço, resolveram passar em meu apartamento.
Eu ainda estava incrédulo. Olhei bem para o seu pescoço e
não vi nenhum vestígio de corte na sua garganta. Cheguei
à conclusão de que eu andava tendo alucinações. A sargen-
to me perguntou com veemência por que eu tinha levado a
bolsa da prostituta e eu menti, dizendo que não lembrava de
ter saído do motel. Acordara em minha cama e não me lem-
brava como havia chegado em casa. Senti que ela estava cada
vez mais desconfiada de mim, aí resolvi, mais uma vez, calar
sobre o telefonema pedindo resgate por Brigite...
A morena ria divertida da minha doidice causada pela
bebedeira, e não parecia chateada por eu ter-lhe surrupiado
a bolsa. Mesmo tendo sido obrigada pela policial a conferir
seus pertences na minha frente, fez de maneira superficial,
dizendo que confiava que eu não tinha mexido em nada dali,
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 25
até mesmo porque não havia dinheiro nem nada que me in-
teressasse. Agradeci as gentis palavras e me desculpei pelo
transtorno causado às duas. Mas a sargento tinha algo mais
a falar comigo. Pediu licença à xará, que quis ir à toalete, e,
quando ficamos sozinhos, perguntou-me de supetão sobre o
texto erótico que eu tinha escrito pensando em Brigite. Havia
fuçado meu laptop e encontrara o tal texto. Achava estranho
eu fazer um poema daqueles no mesmo dia em que recebi
a notícia de sua morte. Perguntou-me qual o grau de rela-
cionamento que eu tinha com a falecida e se eu tinha des-
vios sexuais. Respondi que era escritor, e que os escritores
costumam tirar inspiração até dos assuntos mais mórbidos.
Ela me confessou estar convencida de que eu tinha algo a ver
com o assassinato da modelo e me prometeu descobrir tudo,
o que quer que fosse. Se eu estivesse mentindo, iria arcar com
as consequências. Dei de ombros. Argumentei que não tinha
qualquer envolvimento em sua morte e que ela podia inves-
tigar à vontade.
A morena voltou do toalete rebolando, olhando sorri-
dente para mim. Sorri também. A policial me disse que eu
comparecesse à delegacia, pois precisava me fazer algumas
perguntas. Concordei em passar por lá o mais breve possível.
Ela perguntou se a morena queria carona, mas esta respon-
deu, toda maliciosa, que eu decerto não iria querer me livrar
dela assim tão rápido. Eu deixara na mesinha do motel algu-
ma grana para ela e ela pensava em fazer valer cada centavo,
já que eu não cheguei nem a desfrutar do seu corpo. Tentei
me livrar dela, inventando uma desculpa qualquer, mas es-
tava resoluta. Iria ficar comigo. Consenti. A policial foi em-
bora, deixando-me a sós com a sua xará. Mas não sem antes
me intimar verbalmente a comparecer ainda naquela tarde à
delegacia.
“... Então ela banhou-se demoradamente. Disse que
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime26
não queria macular nosso primeiro encontro com o cheiro
de outro homem. Lavou cada pétala do seu desejo com um
carinho tamanho que temi não encontrar ali mais nenhum
cheiro de fêmea. Mas o seu perfume exalava da totalidade do
seu corpo. Senti na sua nuca o sabor da sua vulva. Cheirei seu
pescoço e descobri a essência do seu batom. Seus mamilos
apenas exalavam o perfume do sabonete, que se repetia no
rosado do seu ânus. A minha língua invadiu seu minúsculo
botão à procura do sabor da sua boca. Ela percebeu minha
frustração e sugeriu que eu pegasse seu batom. Pediu-me
para que eu passasse ao redor do seu ânus, como se fosse seus
lábios. Que depois beijei com sofreguidão. Ela gemeu como
se falasse com a vulva. A vulva mordeu meu sexo como se
fosse sua boca. E sua boca cheirou a sêmen, que eu sabia que
era meu.”
Costumo escrever Felipe Marques toda vez que termi-
no um texto erótico. Coloquei de novo meu nome abaixo de
onde escrevi devaneios eróticos, acho que por estar insatis-
feito sexualmente. Depois que a policial foi embora, a more-
na me puxou pela mão e fomos para o quarto. Jogou-me na
cama e pediu que eu ficasse olhando-a tirar a roupa lenta-
mente. Sim, ela era uma profissional do striptease, mas falta-
va algo em seu corpo para me deixar excitado: ela não tinha a
tal patinha de camelo! Sua vulva era comum, além dos lábios
vaginais serem desproporcionalmente salientes. Achei seu
sexo feio. Aí fiquei pensando no de Brigite. Aquele seu capô
de fusca me deixava louco. Não consegui evitar. Fiz sexo com
a morena pensando na minha amada...
Nem me animei em possuí-la por trás. Ela devia estar
cansada pois, assim que eu gozei, adormeceu. Eu também,
exausto, adormeci logo depois. Então, sonhei o tempo todo
com Brigite. Era um sonho estranho, onde nós dois corrí-
amos nus, segurando a mão do outro. Mas aí meu pênis ia
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 27
crescendo a cada passo que dávamos. Não ficava ereto, ape-
nas crescia. E cada vez mais ia crescendo. E pesando-me entre
as pernas. Aí ficou tão pesado que eu já não conseguia mais
nem caminhar. Então ela soltou minha mão e continuou so-
zinha, mesmo olhando o tempo todo para trás. Foi quando
acordei suado e vi a morena adormecida ao meu lado. Por
um momento, temi encontrá-la novamente morta junto de
mim. Porém, ela ressonava calmamente, com o sorriso feliz
nos lábios. Tomei um banho frio e demorado e saí do quar-
to, deixando-a adormecida. Encostei a porta do quarto e fui
para a sala. Foi quando peguei meu laptop e comecei a escre-
ver coisas sem nexo, pois não estava nem um pouco inspira-
do, apesar do sexo com a morena Simone ter sido prazeroso.
Mas eu me senti como se estivesse traindo Brigite. E o sonho
não me saía da cabeça...
Peguei a garrafa de Campari que estava dentro da gela-
deira e bebi um terço dela de um só gole. O líquido amargo
travou-me a garganta, mas logo me adaptei a ele. Só depois
do segundo gole é que escrevi o pequeno texto dedicado à
prostituta atriz. Ia mostrar a ela, assim que acordasse. Ela ha-
via gostado do texto que escrevi para Brigite, lá no bar. De-
certo se sentiria feliz com esse, dedicado a ela. Tomei mais
um grande gole da bebida vermelha e senti a cabeça pesada.
Fechei o laptop e fiquei olhando para um ponto qualquer da
enorme sala do meu apartamento. Estive mais uma vez reme-
morando o pouquíssimo tempo que estive com Brigite. Aí o
telefone tocou...
Pensei que seria a sargento me cobrando a visita á de-
legacia. Já era quase final de tarde, e eu preferi curtir a com-
panhia da morena a ter que estar respondendo perguntas da
polícia. Caminhei preguiçosamente até o aparelho telefônico
e atendi. Ouvi uma enxurrada de desaforos, ditos raivosa-
mente por uma voz que em muito lembrava a de Brigite. Fi-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime28
quei estático, ouvindo os xingamentos. Chamou-me de cafa-
jeste, de macho galinha e mais uma série de adjetivos que não
combinavam com a maneira de falar da minha amada. Não
consegui balbuciar uma só palavra, pego de surpresa. A ira
na voz do outro lado parecia sincera, e me esculachava com
entonação de desencanto. Falava sem parar, como se não ti-
vesse tempo a perder. Depois bateu o telefone, sem me dar
chance de reagir. Fiquei ali parado, com o telefone na mão,
estupefato. Não sei quanto tempo estive sem ação, mas algo
me dizia que a morena estava correndo perigo. Apressei-me a
ir até o quarto. Abri a porta, procurando-a sobre a cama. Ela
não estava lá...
A porta da varanda do meu quarto, no último andar
do prédio, estava aberta. Aliás, sempre a deixava aberta, tor-
nando o quarto muito arejado. As cortinas tremulavam, mos-
trando o parapeito em estilo moderno. Corri até lá e olhei
para baixo. Havia um aglomerado de gente em torno de um
corpo de mulher. Mas não estava nu, como eu deixara Simo-
ne há pouco adormecida. Era um corpo moreno, como o da
prostituta atriz, mas do décimo quinto andar do meu prédio,
onde ficava meu apartamento, não dava para ver-lhe as fei-
ções. Procurei as roupas dela dentro do quarto e não achei.
Lembro que ficaram no chão, perto da cama. Não estavam
mais lá. Gelei. Eu não podia ter imaginado a visita das duas
xarás, a policial e a atriz pornô. Voltei à sala à procura da bol-
sa que tinha certeza que ela deixara lá e também não achei.
Mais uma vez duvidei das minhas faculdades mentais. No
entanto, quis descer até a rua, onde estava o corpo estendido,
com várias pessoas ao seu redor. Vesti uma bermuda e uma
camisa qualquer e apertei o botão chamando o elevador...
A demora dele em vir me deixava agoniado. Desceu
até o térreo e depois começou a subida. Mesmo ele parando
em alguns andares, ainda assim me deixou aliviado. Quando
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 29
chegou ao meu andar e abriu-se a porta, deparei-me com a
policial Simone. Mas, desta vez, ela não estava fardada. Disse
que cansara de esperar na delegacia e viera até o meu apar-
tamento. Fingi que estava indo para lá, e ela fingiu acreditar.
Perguntou-me pela prostituta e eu menti, dizendo que ela já
tinha ido embora. Estranhei ela não ter comentado sobre o
corpo estendido no chão, lá na rua. Descemos pelo elevador,
em silêncio. Quando chegamos ao térreo, vi logo o agrupa-
mento de curiosos e quis ir até lá. A policial Simone impediu-
me, dizendo que logo chegaria uma viatura da polícia para
ver o que acontecia. Ela já tinha passado um rádio. O que
queria mesmo é que chegássemos logo à delegacia, pois tinha
urgência em me interrogar. Saímos dali em seu carro parti-
cular, sem que eu pudesse ver se era mesmo a morena que
estava estendida na rua...
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime30
4. A punheta dos eus sonhos
Íamos os dois em silêncio, como se cada um pensasse ain-
da como começar a conversa com o outro. A sargento Si-
mone dirigia carrancuda, mãos tensas agarradas ao volante,
e isso era um mau prenúncio. Quanto a mim, ainda estava
abalado com o desaparecimento da morena do meu próprio
quarto. Tudo indicava que o corpo caído na rua, bem abai-
xo da minha janela, era o dela. Alguém a teria jogado do
quinto andar do meu edifício e ela se esborrachara no chão.
Alguém que estava tornando minha vida um inferno. Por
isso estava disposto a contar à policial Simone sobre o tele-
fonema pedindo resgate, que eu recebera no dia anterior ao
brutal assassinato de Brigite. Em poucos minutos estaríamos
chegando à delegacia, então eu me abriria com ela. Pediria
a sua ajuda. Ela haveria de solucionar todo esse mistério
em volta da morte da minha amada. Aí seu celular tocou...
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 31
Ela olhou para o número no visor e atendeu irritada.
Mas logo seu semblante mudou. A princípio, ficou lívido.
Depois, muito preocupado. Desligou dizendo a alguém que
ficasse de olho, que logo estaria lá. Parou o carro e pediu-me
desculpas por me deixar ali mesmo. Havia uma emergência
policial e iríamos adiar a nossa conversa na delegacia. Mas pe-
diu-me para esperá-la em meu apartamento. Assim que resol-
vesse a bronca, voltaria lá para conversarmos. E pela primeira
vez me chamou pelo nome e sobrenome, quando enfatizou: E
Sr. Felipe Marques... Não ouse não estar lá quando eu chegar!
Desci e ela saiu cantando os pneus. Suspirei aliviado,
pois ainda não estava preparado para um interrogatório. Teria
que ensaiar bem como iria contar a ela o que eu sabia do caso,
e sobre o telefonema que eu pensara ser um trote de amigos,
mas que acabara resultando na morte brutal de Brigite. Aí me
lembrei que não saíra de casa com dinheiro pois, quando a
policial me achou, eu descia para ver o corpo estendido no
chão, na frente do meu luxuoso prédio. Teria que pegar um
táxi e deixá-lo esperando embaixo enquanto eu ia pegar a gra-
na lá no meu apartamento. Foi o que eu fiz...
O motorista do táxi fez questão de subir comigo. Disse
que já havia sido ludibriado várias vezes por passageiros que
usavam o mesmo argumento que eu, e que depois desapa-
reciam, deixando-o esperando como um babaca na portaria
do edifício. Entendi seu lado e concordei que subisse comi-
go. Mas antes iríamos ver o que se passava ali na rua, onde
estavam ainda algumas pessoas aglomeradas. Ele mesmo fez
questão de perguntar a um dos curiosos, encostando o carro
perto da pequena multidão. Disseram que uma mulher pas-
sou mal de repente e caiu na rua. Estavam aguardando uma
ambulância ou a polícia, para socorrê-la. Desci do carro e me
aproximei, espremendo-me por entre os curiosos. Aí vi que
não se tratava da morena que estivera comigo. Era parecida,
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime32
mas não era a prostituta Simone. Suspirei aliviado. Mas ainda
faltava solucionar o mistério do seu desaparecimento de den-
tro do meu próprio quarto. Subi até o meu andar, acompanha-
do do taxista. Ele ficou esperando do lado de fora do aparta-
mento, enquanto eu entrei para pegar o dinheiro. Aí levei um
tremendo susto.
A morena estava sentada no sofá da sala, assistindo
tranquilamente televisão. Mas quando me viu, ficou furiosa.
Disse que pela segunda vez eu havia deixado-a sozinha, sain-
do sem dar nenhuma satisfação. Dessa vez, havia deixado-a
trancada em meu apartamento, me aproveitando do momen-
to em que ela tinha ido tomar banho. Fazia sentido. Fiquei tão
aterrorizado pensando que ela havia sido atirada pela janela
– e por coincidência havia um corpo estendido no chão – que
nem pensei que podia estar tomando banho e se vestindo na
suíte do meu quarto. Ou até mesmo no banheiro social, onde
eu não poderia ouvir a água caindo do chuveiro. Inventei uma
desculpa qualquer para justificar a minha saída, e ela desfez
a zanga. Pedi que esperasse um pouco, fui até o meu enor-
me guarda-roupa e abri um cofre escondido dentro dele. Era
embutido na parede, tendo minhas roupas escondendo-o. Em
época de pouco rendimento da poupança, preferia guardar
todo o meu dinheiro em casa, mesmo. Retirei alguma grana e
voltei para a sala. Dei alguns trocados à puta, mas ela recusou.
Disse que daquela vez tinha sido de graça. Agradecido, paguei
ao taxista e dei um dinheiro a mais, contanto que ele a levasse
em casa. Ele também me agradeceu e deixou seu cartão di-
zendo-me que, sempre que eu precisasse, ele estaria às ordens.
Despedi-me de ambos e fechei a porta. Depois, atirei-me ao
sofá, cansado de tudo aquilo...
Estive um longo tempo pensativo, depois me deu vonta-
de de beber. Procurei na geladeira, mas só havia um restinho
de Campari. Resisti enquanto pude à vontade de me embria-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 33
gar, mas não teve jeito. Desci e comprei novamente dois litros
da bebida no mercado da esquina. A multidão já havia se dis-
persado. Decerto já haviam socorrido a morena estendida no
chão. Voltei para o meu prédio e entrei no elevador. O ascen-
sorista esclareceu que a morena estivera um tempo na fren-
te do edifício, como se estivesse esperando alguém. Depois
recebeu um telefonema e olhou para cima, como se para uma
das janelas. Parece que se sentiu mal depois disso, pois nem
bem deu uns três passos, caiu pesadamente no chão. Ele havia
sido o primeiro a socorrê-la. Mas como se formou um bando
de curiosos, voltou ao seu posto de trabalho. No entanto, de
perto, tinha percebido uma coisa: a morena desfalecida pare-
cia mais um travesti do que uma mulher. Eu também achara
algo estranho quando me aproximei entre os curiosos, mas
não soube dizer bem o que era. O ascensorista tinha razão.
Entrei de volta ao meu apartamento, guardei uma das
garrafas no freezer e abri a outra. Estava natural, então peguei
algumas pedras de gelo e coloquei num copo grande. Despejei
uma larga dose da bebida nele. Voltei à sala, sentei no sofá,
abri meu laptop sobre as pernas e me pus a reler o que já havia
escrito, arquivados num diretório denominado de Eróticos.
Vi ali o primeiro texto escrito para Brigite, mais o texto que
havia escrito para a prostituta - e que nem havia mostrado a
ela – e alguns outros textos que já havia escrito há tempos,
bem antes de conhecer minha amada. Desliguei o televisor,
que a morena deixara ligado, e tomei todo o conteúdo do
copo de um só gole. Enchi-o novamente e balancei o líquido,
querendo fazê-lo gelar mais rapidamente. Reli o que escrevera
para Brigite e tive nova inspiração. Comecei a teclar...
“Os primeiros raios de sol despontavam quando Brigi-
te tirou-me a cueca, o rosto bem perto do meu sexo, deitada
entre minhas pernas. Acordara excitada e queria me dar ca-
rinho. Ela segurou-me suavemente o pênis com dois dedos
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime34
de uma mão, enquanto o dedo indicador da outra passeava
roçando em volta da minha glande, em movimentos circula-
res. Depois, com as duas mãos, massageou levemente a glande
com as unhas, em movimentos horizontais, como se estives-
se arranhando, com suas garras de gata, a minha cabecinha.
Mudou a direção dos movimentos e passou a me lanhar de
cima para baixo, roçando as pontas das unhas do buraqui-
nho da glande até os testículos, com as duas mãos se alternan-
do. Quando comecei a gemer, ela espalmou uma das mãos e
encostou a envergadura do meu pênis nela. Com a palma da
outra mão, fez movimentos de cima para baixo, e de baixo
pra cima, correndo toda a extensão do meu falo com o dedo
médio, até dobrá-lo lá em cima, vergando-o num acobertar
da glande. Depois punhetou-me suavemente com ambas as
mãos, tocando-me apenas com as pontas dos dedos, fazendo
o prepúcio cobrir e descobrir a cabeça roxa de tão intumesci-
da. Mudou novamente os movimentos, espalmando uma mão
no meu cacete e friccionando ele com a palma da outra, em
movimentos pra cima e pra baixo. Depois, com apenas dois
dedos de cada mão, masturbou-me com ambas ao mesmo
tempo, de vez em quando revezando o toque dos dedos com
o lanhar das unhas, fazendo uma carinha de fera maravilhosa,
trincando os dentinhos. Lanhou-me também a cabecinha, a
mão disposta no topo, como se quisesse afiná-la. Agora ape-
nas encostava a ponta do meu pênis nos lábios, docemente,
enquanto suas mãos não paravam de lanhar suavemente toda
a sua extensão. Massageava-me como se o pênis estivesse un-
tado de gel, numa massagem perfeitamente sincronizada com
os movimentos de ambas as mãos. Olhava para o meu rosto,
deliciando-se com cada uma das minhas reações às suas ca-
rícias. Depois roçou minha glande em seus lábios, em mo-
vimentos circulares, de vez em quando beijando e enfiando
a ponta da língua em seu buraquinho. Depois começou a
lanhar a cabecinha tesa com os dentes, só a pontinha dela,
como se ameaçasse morder. Eu estava indo à loucura. Tremu-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 35
lava a língua na glande e depois passava o dedinho em volta
dela, numa massagem deliciosa. Eu estava prestes a gozar. Aí
ela prendeu meu pênis com dois dedos em forma de anel, bem
próximo ao escroto, e com a outra mão apertou-o bem, ini-
ciando os movimentos masturbatórios. Eu ansiava gozar, mas
a pressão perto do meu saco escrotal não me permitia. Então
ela desfez o anel de repente, afrouxando a pressão. Meu gozo
jorrou longe, imediatamente. E ela continuou me massagean-
do o pênis em movimentos circulares, até que não restou mais
nenhum pingo de esperma. Então acordei e percebi que havia
tido uma polução noturna...”
Nem bem acabei de escrever o texto no laptop, o telefo-
ne tocou. Era a policial Simone dizendo que dentro de meia
hora estaria no meu apartamento. Resolvi que não beberia
mais naquele dia, para estar em condições de dar meu de-
poimento. Mas assim que a sargento desligou, bateu-me uma
ânsia louca de terminar o resto da garrafa. Porém, não parei
por aí. Peguei nova garrafa na geladeira e emendei com o que
já havia tomado. Aí o telefone tocou mais uma vez. Atendi a
contragosto, pois imaginei que fosse meu editor. Mais uma
vez eu não tinha ido trabalhar e, segundo a repórter amiga
minha, ele estava uma fera comigo. Mas não era ele...
A voz do outro lado da linha era impostada. Rouca, não
dava para saber se era de homem ou de mulher. Disse que
estava sabendo que eu iria depor na polícia. Proibiu-me de
fazer isso. Tomei coragem e disse que a polícia já estava em
seu encalço, e que breve ele seria pego. Riu da minha cara e
disse que, por causa de minha insolência, iria aumentar o res-
gate. Se eu quisesse que a policial continuasse viva, teria que
desembolsar 40 mil reais. Deveria deixar o dinheiro dentro
de uma sacola, no mesmo lugar onde havia sido encontrado
o corpo da minha namorada. Isso, até o meio-dia da manhã
seguinte. Perguntei o porquê de toda aquela extorsão, e a voz
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime36
do outro lado apenas perguntou se eu aceitava o trato. Dessa
vez não desliguei. Rebati que nem conhecia bem a policial, as-
sim como Brigite nem era minha namorada. Mas a voz rouca
e fanhosa explicou-me que queria apenas o dinheiro. Senão
mataria uma a uma das pessoas que eu conhecia, até que eu
cedesse. Disse que eu me apressasse em conseguir o dinheiro,
se já não o tivesse. Caso contrário, assassinaria a policial. Des-
ligou, sem me deixar retrucar.
Assim que percebi que haviam desligado, telefonei para
a sargento Simone. Contei sobre as ameaças por telefone e ela
mandou-me aguardar. Iria chegar até mim dentro de poucos
minutos. De fato, levou menos de dez minutos para bater na
porta do meu apartamento. Olhei pelo buraquinho do olho-
mágico e, reconhecendo-a, pedi que entrasse. Eu estava visi-
velmente alcoolizado, mas em nenhum momento ela pareceu
desacreditar nas minhas palavras. Pedi proteção policial, e
a sargento disse-me que cuidaria disso pessoalmente. Exul-
tei, pois era exatamente isso que eu queria. Sempre fui meio
descrente quanto a eficiência da polícia, mas a sargento tinha
toda a minha confiança. Perguntou-me por que eu havia cala-
do sobre a ameaça telefônica e expliquei que ficara temeroso
de ser envolvido no crime, até porque eu não tinha nada com
a modelo.
Perguntou-me se eu tinha o dinheiro exigido pelo as-
sassino. Respondi que não, mas que poderia empenhar minha
Mercedes e consegui-lo. Acertamos que ela levaria a grana até
onde haviam pedido e pegaria quem fosse buscá-la, armando-
lhe uma arapuca. Foi comigo até uma agência de automóveis,
a mesma onde eu havia comprado meu carro, e não tive di-
ficuldades em negociá-lo - se bem que por um preço muito
abaixo do que ele valia. A caminho de volta ao meu endereço,
paramos numa loja de armamentos e ela pediu-me para com-
prar uma caixa de balas. Comprei duas, para garantir a nossa
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 37
sobrevivência.
Já anoitecera quando voltamos ao meu apartamento.
Tivemos que esperar a agência trocar um cheque no banco,
contar todo o dinheiro e depois colocá-los em vários enve-
lopes. Ao chegar em casa, procurei uma valise velha que eu
tinha e arrumamos toda a grana dentro. Coube com folga.
Eu estava consternado por perder meu carro, mas a vida da
policial valia o sacrifício. Contava, porém, que ela pegasse o
maníaco assassino e, assim, recuperaria meu dinheiro. Mas a
vida de minha amada eu não teria de volta. Chorei com esses
pensamentos, e a policial acariciou meus cabelos com pena
de mim. Abracei-me a ela num choro convulsivo, desabando
finalmente toda minha fortaleza.
A sargento Simone me acalentava, enquanto lia de sos-
laio o texto erótico que eu escrevera no laptop. Ainda estava
lá, aberto na tela. Então olhou enternecida para mim e per-
cebeu que eu estava embriagado demais. Sugeriu que eu to-
masse um banho, mas eu já não tinha mais condições de me
locomover sozinho. Ela amparou-me nos ombros e me levou
até a suíte do meu quarto. Tirou todas as minhas roupas e me
sentou no piso do banheiro, bem em baixo do chuveiro. Abriu
-o, fazendo com que eu estremecesse de frio. O jato de água
acabou molhando suas roupas. Resignada, tirou-as, ficando
totalmente nua. Minha cabeça girava, mas consegui ver seus
pequeninos seios com mamilos de bicos eriçados. Seu corpo
era malhado, deixando-a sem barriga. No entanto, possuía os
ombros largos e os músculos dos braços um tanto masculi-
nizados. Não tinha pelos no púbis, por isso notei a sua vulva
saliente, tipo capô de fusca. Mas não se comparava à “patinha
de camelo” de Brigite. Apesar dos lábios pouco protuberantes,
o grelo saltava da sua vulva. Media quase dois centímetros,
como um pequeno pênis. Ela percebeu que eu olhava fixa-
mente seu grelo e cobriu-o com as mãos, envergonhada. Reti-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime38
rei suas duas mãos dali, sem olhar para o seu rosto. Ela estava
de pé, bem na minha frente. Eu estava ainda sentado no chão,
com o chuveiro jorrando sobre mim. Apoiei-me com as duas
mãos em suas ancas e encostei minha boca entre suas pernas.
Lambi o clitóris e ele pareceu crescer um pouco mais. Ela me
afastou com força, dizendo que eu estava embriagado, mas eu
voltei a abocanhar seu sexo. Empurrava-me novamente e eu
tornava a puxá-la mais para perto da minha boca. Até que ela
finalmente cedeu...
Desligou o chuveiro e colocou uma das coxas sobre meu
ombro, segurando com as duas mãos minha cabeça. Comecei
lambendo seu excitado grelo bem devagar e ela começou a
tremer. Passei a língua, desde o seu ânus até o pinguelo, várias
vezes, fazendo-a gritar de prazer. O clitóris já media, aproxi-
madamente, uns três centímetros, duro como um mini-falo.
Lambi toda a sua extensão, parando de vez em quando na sua
ponta, passando a língua em movimentos circulares ali. Ela
chorava, deliciando-se com as minhas carícias. Pedia mais e
eu aumentava o ritmo das lambidas. Depois passei a chupar
carinhosamente seu sexo diferente. Ela começou a ter espas-
mos. A vulva tremia. Seu peito ofegava e seus mamilos esta-
vam roxos e duros. Tremulei a língua em seu grelo e ela endoi-
dou. Urrava como um animal. Apertava mais e mais minha
cabeça contra seu sexo.
Aí, gozou. Um gozo forte e esbranquiçado, jorrado das
entranhas de sua vagina. Molhou-me o peito, como um jato
de urina, e pareceu que era uma ejaculação masculina. Seu
clitóris foi se retraindo e logo se escondeu entre a prega da
vagina. Ela ficou se tremendo, olhando incrédula para mim.
Passou um dedo no meu peito, colhendo um pouco do seu
próprio esperma, e levou-o à boca. Disse-me num fio de voz
que nunca ninguém a fizera gozar daquele jeito. Mas não di-
zia isso feliz. Parecia uma reclamação. Vá se entender essas
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 39
mulheres! Não deu mais atenção a mim. Banhou-se, pegou
uma toalha e saiu do aposento, me deixando ainda sentado no
chão. Meu pênis estava duríssimo. Consegui forças para me
levantar e ligar o chuveiro. Permaneci de pé, tomando banho.
Levei a mão ao pênis e me masturbei suavemente. No entanto,
por mais que eu forçasse, não consegui ejacular. Nem quando
concentrava meu pensamento na “patinha de camelo” de Bri-
gite e punhetava o pênis mais sofregamente. Ainda estava em-
briagado demais, e o falo entorpecido. Desisti e acabei de me
ensaboar. Enrolei-me numa toalha e fui para a minha cama.
Ela estava deitada num canto, coberta da cabeça aos pés. Ten-
tei dar-lhe um beijo no rosto, mas ela se encolheu. Não tentei
de novo. Adormeci logo.
No outro dia, bem cedo, ela acordou-me já pronta para
sair. Tinha a valise com os quarenta mil na mão e pediu-me
para eu ficar desperto, próximo ao telefone. Iria sair bem cedo
para poder preparar uma armadilha para o chantagista, no
local da entrega. Pedi para ir com ela, temeroso por sua vida.
Ela impediu-me veementemente de ir junto. Prometi ficar co-
lado ao telefone. Beijou-me levemente nos lábios e pediu que
eu fechasse bem a porta logo após sua saída. Desejei-lhe boa
sorte quando ela pegou o elevador. E sentei-me no sofá, bem
perto do telefone, esperando sua ligação...
Eu tirei um cochilo, ainda ressacado da bebida con-
sumida no dia anterior. A goela estava seca, mas não ousei
tomar nova dose até saber de notícias da policial. Acordei as-
sustado com o barulho do telefone tocando. Dei um pulo e
atendi depressa. Era a mesma voz impostada, dizendo que eu
não havia cumprido com o prometido. Mas agradecia por eu
ter-lhe entregue a sargento de bandeja, junto com o dinheiro.
Estava zangado por eu ter envolvido a polícia, e falou que iria
me punir por isso. Prometeu que eu teria notícias da policial
em poucas horas. E, mais uma vez, desligou antes que eu dis-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime40
sesse qualquer coisa.
Liguei imediatamente para o celular da sargento Simo-
ne. Estava desligado. Tentei várias vezes, religando em peque-
nos intervalos, mas nada de conseguir falar com ela. Liguei
então para a delegacia e disseram que ela não estava. Não ti-
nha ido trabalhar naquela manhã. Mas pediram meu número,
dizendo que ela me ligaria assim que chegasse. Não deixei meu
número. Desliguei e fiquei por um tempo pensativo. Ainda
estava nu, sentado no sofá. Dei um pulo e fui vestir uma roupa
qualquer, pensando em ir até o local onde acharam o corpo
de Brigite. Quando enfiava uma camisa de malha pela cabeça,
tocaram a campainha da porta. Fui atender imediatamente.
Era minha faxineira, toda desconfiada, com um grande en-
velope na mão. Pediu-me desculpas por tocar a campainha,
mas não arriscava mais abrir a porta com a cópia da chave que
eu havia lhe dado, temerosa de me ver pelado mais uma vez.
Entregou-me o envelope amarelo, dizendo que tinham dado
a ela na portaria. Pedi desculpas por ela ter me visto nu, disse
que estava passando por momentos difíceis e agradeci por ela
ter-me trazido o envelope. Abri-o imediatamente.
Gelei. O envelope continha umas série de fotos, bati-
das em vários ângulos, impressas em copiadora barata, a jato
de tinta. As primeiras eram do corpo carbonizado da minha
amada Brigite. As outras, eram closes da sargento Simone. Ti-
nha os olhos arregalados e um buraco de bala bem no meio
da testa. Minha faxineira percebeu que eu havia ficado lívido,
olhando para as fotografias, e perguntou se estava tudo bem.
Balbuciei algumas palavras e senti a cabeça girar velozmente.
Não senti mais minhas pernas e desabei no chão, perdendo os
sentidos...
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 41
5. Fodi seu cuzinho encarando
Ana e João
Minha faxineira sabia bem como curar uma bebedei-
ra. Após me acordar do meu repentino desmaio me
jogando água gelada no rosto, preparou-me um chá com
uma mistura de várias ervas, compradas no mercadinho
da esquina. Tomei a infusão e logo a zonzeira desapareceu
da minha cabeça. Contei-lhe tudo o que vinha me aconte-
cendo nesses últimos dias, e quem teve que tomar um cal-
mante foi ela. Depois, já mais calma, perguntou-me o que
eu pretendia fazer. Ainda abalado, não tinha nem idéia. Mas
estava certo de que a primeira coisa a fazer era visitar o lo-
cal onde eu mesmo deveria ter deixado a valise com os 40
mil reais, pedido pelo maníaco assassino. Eu envolvera a
pobre policial Simone e agora ela estava morta. Voltei à es-
taca inicial. Ainda não sabia a identidade do seu assassino,
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime42
que era o mesmo que havia assassinado brutalmente minha
amada Brigite, carbonizando seu belo corpo de manequim.
Minha faxineira achava que eu deveria procurar a polícia.
Cheguei finalmente ao local onde deveria ter deixado
o dinheiro. O fusquinha lilás da minha amada já havia sido
recolhido, e não havia mais as marcas no solo, feitas pela po-
lícia técnica. Não havia também nenhum vestígio de pega-
das. Achei estranho. Deveria ter pegadas ali, se a sargento ou
o assassino tivesse estado naquele local. Eu havia ido de táxi,
e o motorista aguardava todo desconfiado eu procurar ves-
tígios no chão. Tirei as fotos do envelope amarelo que trazia
comigo e olhei mais friamente para elas. Foi quando percebi
que as fotografias da policial não haviam sido tiradas ali. Era
como se ela tivesse sido fotografada deitada numa cama, pois
havia umas flores estampadas sob seus cabelos. Parecia uma
colcha rosa claro. Decerto o assassino a havia surpreendido
naquele matagal e a levara a algum lugar, matando-a em se-
guida, pois eu recebera as fotos com apenas algumas horas
após sua saída do meu apartamento. A imagem deve ter sido
reproduzida de um aparelho celular, já que perdeu resolução
na ampliação e impressão em papel, usando uma impresso-
ra jato de tinta barata. Voltei ao táxi. Não tinha mais nada a
fazer ali.
Resolvi voltar à casa de festas onde eu conhecera Bri-
gite. Acreditava que poderia chegar até a agência para a qual
ela trabalhava. O administrador do local foi bastante atencio-
so comigo, ao saber que eu era jornalista, e foi procurar os
papéis onde tinha o nome da agência e o endereço. Agradeci
e segui no mesmo táxi até lá. Era intervalo para almoço, e
só encontrei duas modelos na sala que servia de escritório,
num prédio comercial. Era uma agência pequena e achei que
todos se conheciam. Mas as duas modelos não souberam,
ou não quiseram, me dar informações sobre minha amada.
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 43
Quando já estava de saída, entrou uma bicha loira muito ele-
gante. Reconheceu-me logo como Felipe Marques, jornalista,
e lembrou-se de eu ter saído com Brigite dias antes do seu
desaparecimento. Não sabia da morte da minha amada.
Chorou convulsivamente, quando eu lhe dei a má notí-
cia. Perguntei se ele desconfiava de alguém que pudesse fazer
mal a ela e a bicha, irada, acusou seu namorado bigodudo
de voz fina. Disse que ele tinha muito ciúme dela, e que im-
pedia a coitada até de conversar com as outras modelos. Se
fosse homem, então... Mas não sabia muito do casal, apesar
de que, por ser gay, tornara-se facilmente amiga dela, já que
não era ameaça para o seu namorado chatérrimo. Conti-
nuou falando com seus trejeitos e linguagem peculiar, mas
não disse nada que me interessasse. Então, perguntei quais
as características do bofe. A bichinha viajou na descrição: ca-
belos pretos e espetados, parecendo uma peruca barata. Um
bigodão desproporcional ao seu rosto. Estava sempre metido
num terno barato, mas de corte perfeito. Os sapatos eram ca-
ros, mas pareciam maiores que seus pés. Evitava falar, talvez
envergonhado da sua voz de garoto, apesar de aparentar mais
de trinta anos. Perguntei se Brigite demonstrava carinho por
ele, e a bicha me respondeu que ela o tratava com indiferença.
Mas ele não desgrudava dela, sempre que vinha acompanhar
seus ensaios ou esperar que ela largasse do trabalho.
Perguntei se havia o endereço de Brigite em algum do-
cumento da agência e me levou até sua sala. Mexeu entre os
papéis dela e encontrou uma pasta contendo várias fotocó-
pias de documentos. Procuramos e encontramos um envelo-
pe contendo propaganda de cosméticos com o seu endereço.
E, para a nossa surpresa, também encontramos uma fotogra-
fia de Brigite abraçada ao namorado. Ambos estavam sorri-
dentes e ela abraçava-se a ele carinhosamente. Confesso que
fiquei enciumado. Pedi à bicha para ficar com a foto. Ela deu
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime44
de ombros. Mas disse que queria algo em troca, pegando no
meu volume entre as pernas e semicerrando os olhos, num
trejeito de tesão. Esclareci-lhe que o meu negócio era mulher
e despedi-me dele, deixando-o frustrado.
Entrei no táxi, que esperava por mim na frente do pré-
dio onde ficava a agência. O motorista já estava impacien-
te, achando que eu tinha me evadido sem pagar a corrida.
Resolvi dispensá-lo. Saldei minha dívida com ele e caminhei
até o primeiro bar que encontrei, bem do outro lado da rua.
Era um bar muito aconchegante, apesar de ser pequeno. As
mesas eram limpas e bem arrumadas, e a decoração era bem
anos sessenta. Entrei e me sentei em uma das mesas. Olhei
em volta e vi o nome do bar, escrito na vidraça que dava para
a rua: Recanto dos Poetas. Sorri, olhando para as poucas pes-
soas que estavam no recinto. Todos tinham papéis ou um
laptop sobre a mesa. Eu devia ter trazido o meu. A garçonete
se aproximou e fiz o meu pedido. Queria algum tira-gosto
que acompanhasse bem uma dose dupla de Campari. Ela me
trouxe uma tábua de frios muito variada e provei de cada pe-
tisco, alternando com um bebericado da bebida. Aprovei e
agradeci. A garçonete afastou-se de mim, sorridente.
Estive por um momento perdido nos meus pensamen-
tos, aí senti uma mão no meu ombro. Era um velho amigo,
o poeta Angelo Tomasini. Pedi que sentasse e passamos a
conversar animadamente. Mas as minhas faltas regulares no
jornal já estavam na boca do mundo. Perguntou-me o que es-
tava havendo. Resolvi me abrir com ele. Foi mais um que me
aconselhou procurar a polícia. Depois falamos sobre traba-
lho, e ele me disse estar empenhado em escrever seu primei-
ro livro de poesias. Com isso, estava negligenciando alguns
clientes escritores, para os quais costumava escrever trechos
eróticos para apimentar os seus livros. Sabia que eu gostava
muito de eróticos e perguntou se eu não queria terceirizar al-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 45
guns trabalhos. Disse que iria pensar e lhe mandaria algumas
amostras do que eu já havia escrito. Despedimo-nos com a
promessa de eu lhe enviar uns três contos eróticos por cor-
reio eletrônico. Ele foi embora, me deixando com as fotos na
mão e o copo de Campari na outra.
Sorvi a bebida de um grande gole e pedi outra dose
dupla. A garçonete veio me atender, mas tomou um susto
quando viu as fotos que eu tinha em mãos. Disse conhecer o
casal da foto. Costumavam beber naquele bar, depois que a
modelo largava do emprego. Pedi que ela sentasse e me falas-
se mais sobre ambos. Ela disse que não o poderia fazê-lo em
horário de expediente. Porém, se eu pudesse esperá-la e pa-
gar-lhe um drinque depois, ela me contaria tudo o que sabia
sobre eles. Aceitei o acordo. Só não sabia que ela demoraria
tanto a encerrar seu expediente...
Depois da sexta dose dupla, esperando a garçonete lar-
gar, eu já estava pra lá de bêbado. O bar enchera de repente,
e ela ficou cada vez mais atarefada. Limpava minha mesa e
falava carinhosamente comigo, impedindo que eu desmoro-
nasse ali mesmo. Mas não adiantou. Devo ter arriado, pois
não me lembro como saí dali. Acordei deitado nu, num sofá
que não era o meu. Levantei-me num salto, olhando em vol-
ta. Não conhecia aquele lugar. Parecia uma quitinete. Pobre,
porém bem arrumada. Escutei um choro de criança e uma
figura feminina, totalmente nua, saiu do quarto e veio até a
sala onde eu estava. Pegou um bebê, que estava em um berço
num canto do cubículo, e se aproximou de mim acalentando
-o. Havia me visto sentado no sofá e veio saber se eu estava
bem. Perguntei como chegara até ali e ela disse que foi com
a ajuda de um taxista amigo dela. Eu não soubera dizer onde
morava, de tão embriagado, e ela resolveu me trazer para sua
casa. Agradeci a gentileza e quis ir embora, mas ela disse que
era muito tarde. Que eu deixasse para ir de manhã. Aquietei-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime46
me.
Sentou-se junto a mim, nua do jeito que estava, e se pôs
a dar de mamar ao bebê. Era uma menina saudável. Ri da sua
gulodice, sugando o peito. Mas fiquei hipnotizado pelos seios
dela. Eram muito bonitos. Não havia reparado isso, lá no bar.
Ela percebeu que eu estava olhando-a e perguntou sapeca se
eu queria mamar no outro peito. Disse-lhe que não, pedindo
desculpas por minha indiscrição, mas ela insistiu. Explicou
que a pequena não gostava muito de mamar, e se satisfazia
com um único peito. Aí ela ficava com o outro cheio e tinha
que desmamá-lo. Preferia que eu fizesse isso. Não tive outro
jeito. Coloquei a boca no seu mamilo rosado e suguei praze-
rosamente seu leite. Nem lembrava mais o gosto. Gostei tanto
que, mesmo depois de sentir o líquido faltar, continuei ma-
mando. Ela começou a gemer baixinho. Percebi que passou
a segurar a criança com uma só mão e levou a outra ao seu
sexo. Começou a se masturbar suavemente, de olhos fecha-
dos. Então eu passei a lamber seus mamilos. Ela gemeu mais
alto. Brinquei com ele em minha boca, tremulando a língua
no bico. Ela aumentou a velocidade dos movimentos da mão
na vulva. Retirei sua mão dali e coloquei a minha. Ela abriu
mais as pernas. Coloquei meu dedo e friccionei devagar. Ela
voltou sua cabeça para o meu lado e pediu que eu a beijasse.
Parei de mamar-lhe o seio e procurei sua boca. Ela beijou-me
gulosamente, de vez em quando mordiscando meus lábios.
Era o sinal para eu enfiar mais o dedo e apressar os movimen-
tos. Coloquei dois dedos dentro da sua greta e pressionei. Ela
empinou o ventre, soltando um urro. A criança chorou e ela
acalentou-a com movimentos dos braços, sem parar de me
beijar. Não parei de masturbar sua vulva. O bebê calou-se.
Ela voltou a me beijar, cada vez mais sôfrega. Estava enchar-
cada entre as pernas. Começou a tremer convulsivamente.
Pressenti seu orgasmo e passei a friccionar suavemente seu
clitóris. Ela gemia demoradamente, e bem alto. De repente,
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 47
levantou-se e devolveu a menina ao berço. Voltou imediata-
mente e se pôs de quatro, no sofá. Salivei a mão e umedeci
seu ânus. Apontei minha glande e enfiei devagar. Estava mui-
to apertado. Ela pegou meu pênis e apontou melhor. Depois
relaxou o botão, fazendo-me invadir seu canal...
Segurei suas ancas e fiquei parado. Ela começou a mo-
vimentar-se suavemente para frente e para trás, se enfiando
no meu cacete duríssimo. Retirava todo o meu pau de den-
tro e logo depois se estrepava até o talo. Fazia isso devagar,
sem pressa, para não gozar logo. Nem eu. Acompanhei seu
jogo. Ajeitei-me melhor no sofá e ajudei-a nos movimentos,
pressionando sua bunda quando pressentia meu gozo. Ela
dava uma paradinha. Ou então, quando já ia gozar, retirava
meu pênis totalmente de dentro. Arfava por um momento e
voltava a se enfiar no meu falo. Abri os olhos, que até então
estavam fechados, deixando-me concentrado nos movimen-
tos. Foi quando vi uma inscrição nas suas costas, bem abaixo
do pescoço. Estava escrito em maiúsculas: Ana e João. Era
uma tatuagem antiga, talvez feita quando ela era bem mais
nova. Decerto, não casara com seu amor de juventude, fican-
do marcada com seu nome pro resto da vida, se não queimas-
se aquela tatuagem. Essa visão me favoreceu pois, enquanto
eu divagava a respeito da sua marca nas costas, ela aumen-
tou o ritmo dos movimentos. Urrava alucinada, tendo um
orgasmo. Caí em mim, tentando acompanhá-la com estoca-
das mais firmes. Jogou as duas mãos para trás e agarrou-se
às minhas nádegas, enfiando-se mais ainda em mim. Jorrei
finalmente no seu âmago e ela chorou de prazer.
Estivemos, por um tempo, abraçados, sem dizer uma
só palavra. Depois ela me agradeceu pelo prazer proporcio-
nado. Disse que há muito não tinha uma relação sexual. O pai
da sua filha abandonou-a quando soube que ela estava grá-
vida e desde então não tivera mais ninguém. Mentia. Tivera,
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime48
sim, alguns parceiros, mas que ficavam enciumados com o
nome do seu amor tatuado nas costas. Alguns até brochavam
ao ler a inscrição. Sempre terminava o ato sexual em brigas.
Aí, desistiu de procurar mais alguém. Como gostava mais de
fazer sexo anal, até porque ficara traumatizada com a gra-
videz e abandono, e não queria mais um filho, ficava difícil
de esconder a tatuagem. E não tinha dinheiro para apagá-la.
Namorara João desde crianças, aí resolveram se tatuar juntos.
Ela fizera nas costas e ele, mostrando-se valente, fez no pênis.
Sorri, imaginando a reação de sua nova namorada chupan-
do seu cacete e lendo o nome da ex dele. Ela pareceu adivi-
nhar meus pensamentos pois agachou-se e beijou meu pênis.
Conversou com ele baixinho, como se estivesse conversando
comigo. Disse que ele era prazeroso e que iria querer provar
seu sabor. Lambeu a glande, sem se preocupar por onde ela
tinha estado. Fechei os olhos e abri mais as pernas. Ela apal-
pava meus testículos enquanto me mamava o cacete. Dizia
para ele que agora era ela que queria leitinho. Masturbou-o
com os lábios, às vezes enfiando-o até a goela. Prendia-o com
ela, evitando engasgar, e fazia movimentos com a cabeça. Eu
sentia como se estivesse metendo na sua garganta. Aí ejaculei
novamente, e ela engoliu toda minha porra, lambendo depois
os lábios. Aí eu arriei, exausto. Ela aninhou-se ao meu peito e
dormimos abraçadinhos ali mesmo, no sofá.
No outro dia, acordei com o cheirinho de café no ar.
Ela preparara um desjejum e trouxera até mim. Disse que eu
teria que esperar minhas roupas secarem, pois as tinha lava-
do. Eu mijara nas calças, lá no bar, e elas só fediam a mijo. Fiz
que não entendi o seu estratagema para me reter mais tempo
na sua casa e agradeci o café, oferecido de bom grado. Estra-
nhamente, eu acordara bem feliz. Pela primeira vez, em dias,
não me deparei com um cadáver à minha volta. Depois de
comer comigo algo, pegou a criança que acordara chorando.
Vestia uma blusa curta, pouco transparente, mas que ressal-
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 49
tava os biquinhos dos seus seios. Levantou um lado e botou
um dos peitos para fora, por baixo da vestimenta. Perguntei
se não seria melhor ela dar de mamar despida, como fizera
na madrugada. Ela me respondeu que havia encontrado um
jeito de não repararem mais em sua tatuagem. Passaria a fa-
zer amor, sempre vestida com uma blusinha daquelas. E eu
seria o primeiro, já, já a inaugurar essa sua nova técnica. Sorri
maravilhado...
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime50
6. Tarada por sexo
PasseidoisdiasmaravilhososcomAna,agarçonete.Elatra-
balhava em turnos alternados, então pudemos ficar quase
otempotodofazendoamor.Devezemquando,éramosinter-
rompidos pelo choro da sua bebê. Mas, bastava dar-lhe o pei-
to que a pequena calava e depois dormia tranquila. Aprendi a
dar banho e trocar a fralda. No início, me enrolava todo mas,
depois da terceira ou quarta vez, eu já estava craque. Como
prêmio, recebia os melhores carinhos de Ana. Não bebi nem
uma gota de álcool nesses dois dias. Ela não deixou. Aí, perce-
bi que só me dava vontade de encher a cara quando pensava
em Brigite, minha amada. Sempre me vinha aquela sensação
de estar traindo ela, mas era preciso esquecê-la. Brigite esta-
va morta, eu jamais teria novamente seus carinhos. Jamais
olharia de novo para sua linda vulva, que parecia uma pata
de camelo, tal a sua saliência. O rasgo apertado, sem deixar
ver os lábios vaginais, me causavam tesão só em imaginá-los.
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 51
Olhando novamente para as fotos, Ana reconheceu o
namorado de Brigite como o policial que às vezes ia buscá-la
na agência, defronte ao bar onde ela trabalhava como gar-
çonete há vários meses. Concordou que ele tinha um jeitão
homossexual, e até voz de adolescente. Mas afirmou que ele
não parava de olhar para os seus seios quando atendia o casal
à mesa. Certa vez, havia atrevidamente metido a mão entre
suas coxas, quando estava ainda sozinho, esperando a mode-
lo. Nesse dia estava fardado, e tinha divisas de sargento. Aí
eu me lembrei do policial bigodudo que emparelhou comigo,
quando eu saí do local onde haviam encontrado o corpo car-
bonizado de Brigite, e fui parar no bar onde conheci a mo-
rena atriz-pornô. Ele esteve lá, também, naquele inferninho,
e pagou um sanduíche para a prostituta Simone. Agora eu
entendia o porquê de ele estar me seguindo. Com certeza,
pensou que eu era um caso de Brigite. Mas, e se fosse ele o
assassino? Eu tinha que investigar isso...
No fim do segundo dia que eu estava com Ana, ela me
disse que precisava ir trabalhar. Ligou para uma amiga que
cuidava da sua filha, enquanto ela dava turno no bar-lancho-
nete, mas ela estava muito doente, não podia servir de babá
naquela noite. Sobrou pra mim. A pedido, findei concordan-
do em ficar com a criança enquanto Ana trabalhava. Pediu
por tudo que era sagrado que eu não bebesse e, assim, negli-
genciasse a criança. Colocou duas mamadeiras cheias de leite
do peito, na geladeira, para que eu alimentasse a filha. Dei-
xou-me o número do seu celular e o telefone da lanchonete,
caso eu precisasse falar com ela. Saiu para trabalhar depois
de me beijar agradecida. Eu fiquei assistindo televisão, apro-
veitando que a bebê estava dormindo. Aí, bateram à porta...
Fiquei indeciso se abria ou não. Mas bateram tão in-
sistentemente que resolvi abrir. Era um negrão embriagado
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime52
que, ao me ver, ficou muito zangado. Perguntou por Ana e eu
disse que tinha ido trabalhar. Aí ele perguntou pela filha dele.
Saquei logo que era o pai fujão. Quis o endereço do trabalho
da garçonete, mas eu me neguei a dar. Não estava autorizado
a isso. Ele insistiu e eu voltei a negar. Tivemos uma discussão
calorosa. Não voltei atrás. Para o meu espanto, ele desabou
num choro convulsivo. Entre soluços, disse estar arrependido
de ter largado as duas e queria voltar. Fugira antes por estar
desempregado e sem condições de sustentar a mulher e a fi-
lha. Mas pensou melhor e viu que estava agindo errado. Pro-
curou e encontrou emprego. Quando assinaram sua carteira,
viu que tinha condições de voltar.
Fiquei emocionado com a sinceridade que ele demons-
trava e liguei para Ana. Contei o que estava acontecendo. Ela
pediu-me para dizer a ele que esperasse, pois ela estava se de-
mitindo da lanchonete e voltando para casa. Dei o recado. Ele
abraçou-se a mim e me beijou nas faces, com aquele fedor de
cachaça. Aí pensei na repulsa que deviam ter de mim quando
eu ficava de porre, fedendo a bebida. Esperei Ana chegar e saí
sem me despedir dos dois, deixando-os aos beijos, radiantes
de felicidade. Jurei que não iria mais beber. Mas quebrei mi-
nha promessa logo assim que achei o primeiro bar aberto. A
noite ainda era uma criança...
Tomei duas doses duplas de Campari e saí do bar.
Era um ambiente gay. Não me senti bem com os olhares a
mim direcionados. Um deles chegou a me piscar o olho, e
isso apressou a minha saída. Peguei um táxi querendo sair
logo Dalí. Era um bairro que eu não conhecia, então preferi
ir mais para perto de casa. Foi quando passei em frente à de-
legacia onde deveria ter ido dar meu depoimento à sargento
Simone que tive a idéia. Procuraria pelo sargento, namorado
dela, mostrando a foto do casal. Desci no primeiro bar que
encontrei próximo ao prédio da delegacia. Estava lotado de
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 53
policiais. Não havia uma única mesa desocupada. Em algu-
mas, havia policiais à paisana tomando umas geladas. Em ou-
tras, representantes da lei fardados, tomando refrigerantes ou
água mineral. Num canto, havia uma policial fardada toman-
do um suco e lendo um livro. Tinha três cadeiras sobrando
em sua mesa. Perguntei se podia ocupar uma delas. Sem tirar
os olhos do livro, disse que eu podia levar a cadeira. Pedi para
dividir a mesa consigo. Ela me respondeu que, se quisesse
companhia, estaria sentada junto com os outros...
Pedi desculpas por perturbar a sua leitura e fiz menção
de sair de perto. Aí ela fechou o livro que lia e olhou final-
mente para mim. Percebendo que eu não era policial, pediu
desculpas pela grosseria e convidou-me a sentar. Titubeei um
pouco, mas aceitei o convite. Curiosa, perguntou-me o que
eu estava fazendo num bar frequentado exclusivamente por
policiais. Respondi que procurava um amigo que há muito
não via, e mostrei a foto que tirei do envelope, apontando
o namorado de Brigite. Ela esteve alguns segundos olhando
a foto, depois deu de ombros. Disse não reconhecer o cara.
Talvez fosse de outra delegacia. Mas pareceu reconhecer Bri-
gite. Disse que já a vira em algum lugar. Eu falei que ela era
modelo. Aí ela olhou mais detidamente para o meu rosto.
Reconheceu-me como Felipe Marques, jornalista. Disse que
sempre acompanhava minhas reportagens na TV. Pediu meu
autógrafo no livro que estava lendo. Fez questão de dizer que
eu era mais bonito pessoalmente...
Agradeci o elogio e peguei o livro que ela me dava para
que eu autografasse. Olhei a capa e percebi ser de autoria de
Angelo Tomasini, meu amigo poeta e escritor. Disse isso, en-
tão ela quis fazer um acordo comigo. Acharia o policial da
foto e eu pediria ao Angelo para autografar seu livro, quando
o encontrasse. Selamos nosso trato com um efusivo aperto
de mãos. Eu lhe dei meu cartão de visitas e ela anotou para
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime54
mim o seu telefone em uma folha de guardanapo, para eu
avisar quando encontrasse com o poeta, de modo a ela me
trazer o livro para ser autografado. Guardei o papel no bolso
e ela levantou-se para ir embora. Acabara seu intervalo e iria
fazer sua última ronda noturna. Eu disse que iria ficar mais
um pouco e ela prometeu tomar uma cerveja comigo, caso eu
estivesse ainda no bar quando ela largasse. Pediu-me a foto
com o casal e eu dei, apesar de relutante. Não queria correr
o risco de perder a única foto que eu tinha de minha amada.
Mas resolvi confiar na policial. Tarsila foi o nome que me deu
escrito no pedaço de papel. Foi embora, prometendo voltar...
Quando retornou, sem a farda, eu nem a reconheci. Es-
tava com os negros cabelos soltos e parecia ter passado em
casa antes de vir até mim. Cheirava deliciosamente a sabo-
nete feminino, denotando ter tomado um demorado banho.
Vestia uma blusa de malha cinza médio e uma calça em jeans
que ressaltava bem suas formas. Era alta e de pernas longas e
bem feitas, mas olhei imediatamente para sua saliência entre
as pernas. Não tinha capô de fusca. Suspirei decepcionado.
Depois é que olhei para o seu rosto. Muito bonito, apesar do
excesso de maquiagem. Sempre gostei de mulheres mais ao
natural, sem sombras nos olhos e sem batom. Fez-me lem-
brar novamente Brigite, que se vestia com simplicidade e não
se pintava, a menos que estivesse desfilando. Tarsila ignorou
os assovios dados pelos clientes que estavam no bar e sentou-
se junto de mim sorridente. Agradeceu meus elogios à sua
beleza e pediu uma cerveja. Depois, tirou a foto de dentro da
bolsa que tinha ao colo...
Assim que o dono do bar, que portava uma arma na
cintura, encheu seu copo devagar, evitando fazer espuma, to-
mou um longo gole e estalou os lábios em sinal de aprovação
pela bebida geladíssima. Então, foi direto ao assunto. Apon-
tou o namorado de Brigite e disse que o cara não havia sido
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 55
reconhecido pelos policiais a quem mostrou a foto. Olhou
direto nos meus olhos e pediu-me para contar aquela história
direito. Indagou por que eu mentira, dizendo que ele era da
polícia. Perguntou-me, desconfiada, qual o verdadeiro mo-
tivo de eu estar procurando por ele. Confessei ter mentido,
mas inventei que estava ajudando a policial Simone numa
investigação. Ela conhecia a sargento. Mas parecia não saber
do seu assassinato. Perguntei pela policial e ela gritou para
todos do bar, querendo saber quem a tinha visto naquele dia.
Alguém respondeu que fazia uns três dias que ela não apare-
cia na delegacia. Fiquei tenso, sem saber se poderia me abrir
com Tarsila. Mas era tarde demais para isso. Ela já cismara
que eu escondia algo. Era melhor ser sincero com ela. Mos-
trei-lhe as fotos que eu tinha no envelope e ela gelou. Pegou-
me pela mão, gritou para o dono do bar que depois acertava
nossas contas e me tirou dali.
Entramos em seu carro, um Fiat Uno preto, que estava
estacionado na frente do bar. Acendeu a luzinha interna e
olhou mais uma vez para as fotos da sargento Simone com
um tiro na testa. Perguntou como eu as tinha conseguido.
Contei toda a história desde o começo. Ela esteve pensati-
va por alguns momentos e depois me olhou bem dentro dos
olhos. Deve ter percebido que eu dizia a verdade, pois me
disse que eu estava numa grande encrenca. Assim que o pes-
soal soubesse que uma policial fora morta, minha vida iria
se tornar um inferno. Todos iriam querer me pressionar a eu
cuspir tudo que eu sabia, ávidos por vingar a colega de tra-
balho. Fez uma ligação do seu celular e saiu do carro, me pe-
dindo para eu esperar. Conversou por um longo tempo com
alguém, mas não ouvi o que dizia, pois ela estava um pouco
distante e falava baixinho. Depois entrou novamente no car-
ro e fez manobras para sair do estacionamento. Dez minu-
tos após, paramos numa praça bem iluminada e sentamos
num dos bancos. Pouco depois, estacionaram um carro bem
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime56
atrás do dela. Dele, desceu um senhor nada amistoso. Ela o
apresentou como o delegado Vargas, seu chefe. Ele resmun-
gou-me alguma coisa e pediu-me as fotos. Deu uma olhada
demorada nelas, repassando-as várias vezes, e pediu que eu
repetisse a história contada para a policial Tarsila. Fiz isso.
Vargas pediu-me para que eu não publicasse nada, por
enquanto. Eu não mencionei ter deixado de ir trabalhar já
havia alguns dias, e que decerto estaria demitido. Concordei
em guardar segredo sobre o assassinato da sargento. Ele afas-
tou-se com a policial Tarsila e estiveram conversando por um
instante. Deu-lhe algumas instruções e foi embora, sem nem
mesmo se despedir de mim. Tarsila desculpou-se por ele e
perguntou onde eu morava. Queria dar uma olhada em meu
apartamento. Fomos juntos para lá. Ela ficou fuçando minhas
coisas enquanto eu me servia de uma dose tripla de Campari.
Recusou-se a beber. Disse que estava novamente de serviço,
e não bebia enquanto trabalhava. Dei de ombros e tomei a
dose de um só gole. Peguei meu laptop e abri meu correio
eletrônico, só para passar o tempo. Ela abriu meu aparelho
telefônico e esteve olhando dentro dele. Depois, ligou para a
delegacia e pediu alguém para instalar uma escuta telefônica.
Com menos de quinze minutos, alguém bateu na minha por-
ta e ela mesma foi abrir. Entrou um cara, que esteve mexendo
no meu telefone e depois foi embora. Ela agradeceu com um
beijo no rosto, antes de ele sair, e o cara seguiu sorridente. Só
então ela sentou no sofá, ao meu lado, e pediu para que eu lhe
servisse uma dose.
A policial Tarsila ficou o tempo todo absorta, e eu não
me atrevi a interromper seu silêncio. Finalmente, indagou
onde podia se deitar, pois passaria a noite a esperar um novo
telefonema do assassino. Perguntou-me se eu me importaria
de ela passar uns dias no meu apartamento, à espera de novo
contato, e eu lhe ofereci a minha cama. Eu dormiria no sofá.
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 57
Ela agradeceu-me pela generosidade e entrou no meu quarto.
De lá, disse que iria deixar a porta aberta e que eu a chamas-
se, caso recebesse algum telefonema. Mas não atendesse sem
que ela estivesse ao meu lado. Concordei. Então ela tirou a
roupa, sem se importar que eu estivesse olhando. Seu corpo
esguio era lindo. Deu-me um tesão imediato. Deixou as rou-
pas largadas no chão e caminhou até a suíte, desaparecendo
do meu campo visual. Voltei minha atenção para o laptop e
resolvi escrever algo erótico para enviar para o meu amigo
Angelo. Quem sabe ele me indicaria um dos seus amigos es-
critores, mostrando meus escritos a eles, como combinamos
dias antes?
“O corpo esguio tinha cheiro de pólvora. Meu sexo es-
tava a ponto de bala. Sua cartucheira estava úmida e escor-
regadia, permitindo meu cano entrar e sair com grande rapi-
dez e eficiência. Ela gemia, como se tivesse sido alvejada por
um petardo. O líquido branco derramava-se, como se tivesse
sido atingida mortalmente na vagina. Calibrei minha arma e
pressionei o cano com mais força, intimando-a ao primeiro
orgasmo. Ela teve uma crise espasmódica e pensei que fosse
morrer. Mesmo assim, disparei várias vezes bem dentro da
gruta escura e quente. Acompanhei uníssono seus esterto-
res. Ela abraçou-me com as pernas, como se quisesse sugar
o último suspiro de mim. Atirei novamente, até gastar toda a
minha munição. Então, quem morreu fui eu...”
Quando me preparava para enviar esse e os outros tex-
tos que selecionara para meu amigo Angelo, uma mão tocou
o meu ombro. Senti a maciez do toque e o cheiro de sabo-
nete, mas desta vez era o que eu usava. Abraçou-se ao meu
pescoço, por trás de mim, e esticou-se para ler o texto que eu
acabara de escrever. Dizendo-se excitada, beijou-me a ore-
lha e tremulou sua língua dentro, me causando um imediato
arrepio. Confessou-me ser tarada por sexo e leitora assídua
BRIGITE - Sexo, Amor & Crime58
de contos eróticos na Net, que lia para se masturbar. Adorou
saber que eu também os escrevia. Aí lembrei que o título do
livro que ela estava lendo, do meu amigo Angelo, era bem
erótico. Então ela rodeou o sofá e sentou-se em minhas per-
nas, afastando o laptop. Ofereceu-me o seio direito e eu disse
que preferia o esquerdo. Nele, ainda restava o cheiro do seu
próprio sabonete, mais feminino. Ela riu gostosamente e fez
a minha vontade. Percebi as cicatrizes nas mamas, indican-
do que ela fizera redução delas. Imaginei-a de seios fartos e
achei que ficaram melhores após a cirurgia. Suguei os ma-
milos rosados e durinhos, arrancando gemidos extasiados.
Ela apalpava-me como se me revistasse. Achou, finalmente,
meu cano grosso. Apontou-o para a sua vulva e levantou os
braços, se fazendo de rendida. Mesmo assim, travamos uma
intensa luta à mão armada. Ela, engatilhando seu botão der-
radeiro, salivando-o com o próprio dedo. Eu atacava de arma
branca, fincando-lhe minha espada na vagina. Ela quis ser
morta à traição, virando-se de costas. Atirei todo o meu gros-
so calibre. Ela tombou de cima de mim e se esparramou no
chão. Cobri seu corpo com o meu...
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Brigite - A paixão repentina por uma modelo

  • 1. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 1
  • 2. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime2
  • 3. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 3 1. Mãos de veludo Agarrafa de Campari vazia, aos meus pés, denota meu grau etílico na quietude da madrugada. Estou sentado, nu, na poltrona da sala. O copo está quase vazio, apesar das pedras de gelo quase intactas tilintarem dentro. A mão que segura o copo está alerta, a despeito do braço estar relaxado, quase fazendo-a tocar no chão. Meus olhos estão fixos no te- lefone à minha frente, na quase penumbra do aposento. De repente, ouço você. Entre sussurros e gemidos, escuto o meu nome, dito como se estivesse iniciando um imenso prazer. Imagino-te sedenta de desejos, entregando-se a sonhos proi- bidos e despudorados. Você murmura palavras confusas, e sinto tua voz quase completamente afônica. Vais revelando anseios ocultos em plena volúpia telefônica. Aí minha ima- ginação te flagra saciada com os orgasmos alcançados, esva- ecida e repousada inocente. Teu corpo seminu, na cama, me é intocável, tal a sua imponência. Ele me inspira loucos de-
  • 4. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime4 sejos e parto como um cavaleiro medieval, espada em riste, para te salvar do dragão do cio. Entro de empunhado fálico na primeira gruta que encontro, sentindo um calor gostoso, porém asfixiante. Trocamos ardentes beijos e tua pele arre- pia. Insano, deixo-me envolver em espasmos de paixão. Até que meu solitário gozo emana, sufocando o meu erotismo... Paro de escrever, fecho o laptop e fico por um longo momento absorto. A lembrança de Brigite não me sai da ca- beça. Já se passaram quase seis meses e não consegui esque- cer aquele telefonema na madrugada. Latrocínio. Foi esta a apressada conclusão da polícia, ao encontrar o corpo carbo- nizado, perto do carro abandonado no acostamento de um trecho ermo da rodovia. Não era o caminho que Brigite fazia ao voltar do trabalho para casa... Meu nome é Felipe Marques. Já fui um renomado jor- nalista. Hoje, tento ganhar a vida escrevendo trechos eróticos para que escritores profissionais introduzam-nos em seus es- critos. Mandam-me seus originais e eu vou incrementando as partes eróticas dos seus textos. A perda precoce de Brigite fez com que eu me entregasse ao álcool. Não demorei muito a perder meu ótimo emprego, e com ele as minhas amizades. Depois de tentarem me fazer abandonar o vício que estava me tornando um farrapo humano, finalmente se renderam à minha teimosia e autoflagelação. Abandonaram-me à mi- nha própria sorte. No entanto, não os recrimino, pois eles não sabiam. Nenhum deles sabia do remorso que me corroía a alma. Nunca o disse a ninguém. Por favor, caros leitores e leitoras, guardem segredo... Conheci Brigite num desfile de modas e me apaixonei imediatamente por ela. Eu tinha tara por “patas de camelo”. Era assim que eu denominava aquele tipo de vulva minús- cula e muito saliente, com um talho tão fino que não dava
  • 5. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 5 para visualizar o rosado dos lábios vaginais. Quando Brigite vestia uma calça apertada, mesmo sendo um jeans, parecia que havia colocado um acolchoado de pano na vagina, de tão volumoso que ficava seu sexo. Eu não parei de olhar para aquela saliência durante todo o desfile, que eu fazia cobertura para o jornal no qual trabalhava. Ela era alta, de cabelos cas- tanhos e encaracolados. Os seios eram pequenos e eriçados. As pernas eram longas e bem torneadas. Seu rosto era lindo e a boca muito sensual, além de ter um narizinho empinado muito atraente. Mas nada disso me chamara a atenção, pois eu era acostumado a conquistar mulheres lindas. Portanto, acho que aquela “patinha de camelo” é que me deixara obce- cado por Brigite. No decorrer do desfile, decidi que ela seria minha!... Quando terminou o evento, inventei um pretexto qual- quer para entrevistá-la. Ela chamou-me ao camarim das mo- delos, mas fiquei acanhado em dizer tudo o que sentia por ela, ali. Era uma paixão repentina, as pessoas decerto não iriam entender. Por outro lado, tinha a nossa diferença de idades. Ela tinha um pouco mais da metade da minha, nos meus quarenta anos. Aliás, vendo-a de perto, parecia uma menina. Despiu-se sem nenhum acanhamento na minha frente, para tirar o vestido do desfile e vestir suas próprias roupas. Vi seus seios pequenos, que cabiam em minha boca, sem muito entusiasmo. Mas quando olhei para baixo e vi a sua protuberância, enlouqueci. Minha vontade era apalpar com vontade aquele volume entre suas pernas, que deixava ver o talho se pronunciando em forma de ruga no tecido. Suei copiosamente, enquanto balbuciei uma desculpa para sairmos dali. Ela achou que eu tinha fobia a lugares fechados e barulhentos, tal a forma como eu estava incomodado e su- ado, e pediu para que eu a esperasse no estacionamento. Foi a primeira vez que vi seu fusquinha lilás. Tão lindo quanto Brigite. E o formato do capô lembrava-me imediatamente do
  • 6. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime6 volume do sexo dela... Fomos a um restaurante caro, mas tranquilo, e conver- samos por um longo tempo. Sem saber como justificar minha insistência em falar com ela a sós, inventei um teste cinema- tográfico com um diretor amigo meu. Foi o que me veio à mente. Depois falaria com meu amigo e tentaria convencê-lo a fazer um demo com ela, mesmo que isso não levasse a nada. Eu era acostumado a ter todas as mulheres que queria, e Bri- gite não iria escapar da minha rede. Nunca ninguém me dera tanto tesão quanto ela. Jantamos animadamente, combinan- do ações futuras sobre o seu estrelato no cinema, enquanto eu engendrava meu plano de ataque. Mas nem foi preciso ar- quitetar muito. Depois da terceira taça de vinho tinto, caríssi- mo, de uma safra premiada, ela me beijou agradecida. Então eu matei a minha vontade de apalpar aquele volume entre as suas pernas... Não, meus caros leitores e leitoras, não era um pênis. Era, sim, uma vulva minúscula, porém inchada. E elétrica, pois ela teve um estremecimento quando a apalpei ali. Reti- rou imediatamente a minha mão, mas não antes de eu sentir a pulsação do seu sexo por um rápido instante. Depois ela me afastou, dizendo ter alguém. Passamos a noite toda numa imensa batalha. Eu assediando-a vorazmente e ela reagindo educadamente contra as minhas investidas. Eu não estava acostumado a levar um não! Sempre dizia que esta palavra não existia em meu dicionário, quando se tratava de mulher. Mas ela soube se esquivar elegantemente, até que eu desisti. Paguei a conta e saímos do restaurante. Ela se ofereceu a me levar de volta ao local onde acontecera o desfile, pois eu dei- xara meu carro lá. Percorremos todo o percurso em silêncio, eu realmente frustrado por não ter conseguido convencê-la a ficar comigo ao menos aquela noite. Chegamos à elegante casa de festas e já não havia ninguém lá. Paramos perto da
  • 7. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 7 minha Mercedes estacionada na frente da impávida cons- trução. Despedi-me de Brigite sem muito entusiasmo, e ela lembrou-me que eu não havia dado meu telefone. Puxei um cartão e entreguei, sem nem pedir o seu. Ela sorriu, puxou- me pela mão e me deu um beijo na testa. Disse que, se já não tivesse alguém, ficaria comigo. Dei de ombros, entrei no meu carro e fui embora. Cheguei ao meu amplo apartamento de cobertura ain- da pensando nela. Cada vez que visualizava sua “patinha de camelo”, meu pênis pulsava enlouquecido. Fui tirando toda a roupa ainda na porta de entrada, doido para tomar um ba- nho e aplacar o imenso tesão que sentia. Segui deixando uma fileira de roupas desde a sala até o banheiro. Liguei o chuvei- ro e iniciei um banho frio e com pretensão de ser demorado, quando o telefone tocou... Era ela. Sua voz ao telefone era macia, dengosa. Mas aos poucos o timbre foi mudando. Ficou sussurrante, às ve- zes inteligível. Foi quando percebi que ela se masturbava ao telefone. Eu quase não entendia o que ela dizia, mas podia muito bem perceber o teor da sua lascívia. Gemia quando se afagava mansamente, e gritava quando apressava o ritmo dos movimentos dos dedos enfiado na greta. Sentei no sofá da sala, puxando o telefone mais para perto de mim, e levei a mão ao sexo enlouquecido de tantas pulsações desordenadas. Movimentei o punho com vigor, querendo gozar no mesmo instante que ela. Então ouvi um urro demorado e o baque do aparelho no chão. No decorrer do silêncio que se fez do outro lado da linha, ejaculei intenso e forte, a porra sujando o tapete da sala. Repeti várias vezes o alô, sem obter resposta. Então desliguei e fiquei prostrado e absorto, sem vontade de voltar ao banheiro... A partir daquela noite, recebi vários telefonemas dela
  • 8. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime8 sempre na madrugada, em horários quando menos esperava. Ela se divertia me fazendo esperar sua ligação, cada dia mais tarde. Mas eu não reclamava. Sabia que iria ter um intenso prazer com suas palavras sussurradas, cada vez mais eróticas e excitantes. Passamos várias semanas nos satisfazendo por telefone, até que uma tarde ela ligou para mim. Disse que seu namorado havia viajado e queria se encontrar mais uma vez comigo. Exigi o encontro em algum motel e, depois de muita insistência, ela acabou topando. Mas com uma condição: eu não tocaria nela. Aceitei. Comprei uma gargantilha de ouro branco, caríssima, e embrulhei para presente. Marcamos no mesmo restaurante. No meio do jantar, entreguei o presente a ela. Maravilhada, até se esqueceu do excelente prato que comíamos. Pegou-me pela mão e arrastou-me dali, me fazendo deixar uma farta gorjeta para o garçom que nos atendeu. Queria chegar logo ao motel, para me presentear também. Nessa época não havia a lei contra bebidas no trânsito, e ela dirigiu a quase cem por hora. Entramos no primeiro motel que encontramos. Ela jo- gou-me na cama e tirou toda a roupa, ficando apenas de gar- gantilha. A visão, pela primeira vez, da sua vulva nua, qua- se me fez ejacular precocemente. Era mais linda do que eu imaginava. Seu monte de Vênus era dourado, como sua pele bronzeada. Nenhuma marca de biquini. Mas a protuberância do seu sexo era fantástica. Eu via apenas o talho apertado. Não dava para ver nada dos seus lábios vaginais. E aquela vulva pulsava e tremia quase tal e qual meu pênis duríssimo e latejante. Aí ela me despiu totalmente, evitou que eu a tocasse e pegou com as duas mãos em meu pau intumescido. Come- çou então uns movimentos suaves, quase sem tocar no meu membro. Eu ficava cada vez mais ansioso que ela apertasse, lambesse, chupasse, mas ela apenas movimentava o punho e os dedos bem delicadamente. Aos poucos eu fui entendendo o que ela queria: que eu demorasse o máximo possível a go-
  • 9. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 9 zar... Brigite esteve por um longo tempo me acariciando o falo, ora alisando os testículos, ora girando o punho com os dedos formando um anel em volta do meu pênis, mas quase sem tocá-lo. Suas mãos pareciam veludo. Acariciava também a glande como se estivesse lavando um bebê, tal a suavidade dos seus toques. Aí, meu prazer aflorou lá longe. Fui sentin- do o gozo se formar em minhas entranhas e aos poucos ir se libertando de mim. Tentei prender, mas não consegui. Com certeza foi o gozo mais intenso que tivera até então! A por- ra espirrou em seus pequenos seios e em seu rosto, em jatos fortíssimos. Ela colheu um pouco do sêmen e levou aos lá- bios, como se nunca tivesse sentido o sabor. Ficou lambendo o dedo médio a cada vez que coletava esperma derramado no seu corpo. Eu fechei os olhos, exausto, satisfeito com a praze- rosa gozada. E adormeci... Quando acordei, me maldizendo por ter pegado no sono num momento tão especial, ela havia ido embora do motel. Por vários dias esperei seu telefonema na madrugada, mas ela desaparecera. Liguei para a agência de modelos onde trabalhava e me identifiquei como jornalista. Menti, dizendo que queria fazer uma matéria com ela. Não sabiam do seu paradeiro. Havia uma semana que não aparecia no trabalho. Fiquei desesperado. Queria ela de novo, ao menos mais uma vez. Então, numa noite em que eu nem mais esperava, o tele- fone tocou. Não era ela. Era uma voz assexuada pedindo um resgate de trinta mil reais para devolver minha namorada. Lembro que disse uma piada qualquer, entrando no clima do trote. Claro que só podia ser um trote. Brigite nem era minha namorada... Como a voz era um tanto fanhosa, achei que era um dos meus amigos disfarçando o timbre para me enganar. Insistiram, negando ser trote. Desliguei.
  • 10. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime10 No outro dia, bem cedo, novo telefonema. Dessa vez era uma policial, dando a notícia de que o fusquinha de Bri- gite havia sido encontrado abandonado no acostamento de um trecho ermo da estrada. No porta luvas, havia um cartão com meu nome e telefone, por isso me contataram. Não ha- viam encontrado nenhum documento dela, mas a placa do carro foi investigada e com ela chegaram ao nome e endereço da dona do veículo. Haviam tirado todos os pneus, o volan- te e o toca-fitas. Decerto tinham depenado o carro e levado outros pertences. Perguntaram quando tinha sido a última vez que eu a vira e respondi com sinceridade. Haviam ave- riguado com a agência de modelos e ela fora vista por mais de uma vez depois que se encontrou comigo. Não tive cora- gem de dizer nada sobre o telefonema que recebera no dia anterior. Neguei qualquer contato com ela, além do profis- sional. Mas disse que tínhamos uma relação muito cordial e que gostaria de ter notícias do andamento das investigações. Apresentei-me como jornalista, mas isso já era sabido, pelo cartão encontrado no carro. A policial me agradeceu a aten- ção e desligou prometendo me dar novas notícias assim que tivesse. Identificou-se como Simone e deu-me seu telefone, caso depois eu tivesse algo que levasse a polícia ao paradeiro da modelo. Desliguei meu telefone com o coração aos pulos. Brin- cara com o telefonema recebido no dia anterior, sem nem suspeitar que fora mesmo um sequestro. Sentia-me mal, e precisava de um trago. Mal sabia que seria o primeiro de uma série que me levaria à dependência alcoólica. Mais tarde, já no começo da madrugada, a mesma policial me ligou dizen- do que haviam encontrado um corpo carbonizado dentro de um matagal, nas proximidades do Fusca lilás abandonado. Não consegui ouvir mais nada do que me foi dito. O telefone escapou-me das mãos.
  • 11. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 11 Passei algum tempo com o olhar fixo em algum ponto da sala, chorando a perda de Brigite. Depois caí em mim e li- guei de volta para a policial Simone. Ela disse que estava indo para o local do crime e me deu as coordenadas. Queria que eu identificasse o corpo, já que a modelo parecia não ter pa- rentes. Nenhum fora localizado pela polícia. Quando cheguei lá, a visão do corpo incinerado e jogado ao chão me causou náuseas. Vomitei ao lado da primeira árvore que encontrei. Já refeito, perguntei à policial se aquele corpo não podia ser de outra pessoa, senão Brigite. Ela me mostrou um saquinho plástico contendo uma gargantilha de ouro branco. Disse que estava dentro do punho cerrado do corpo carbonizado, e que decerto a vítima tinha escondido do seu agressor. Reconheci a gargantilha que dei a Brigite, mas omiti esse detalhe à po- lícia. Apenas disse que já a vira com aquela joia, inclusive na última vez que nos encontramos. A policial me garantiu que continuariam investigando o caso, mas que estava convenci- da de que se tratava de um latrocínio. Ou seja, um assalto se- guido de morte. Mais uma vez me acovardei e não falei sobre o telefonema recebido. Fiz de tudo para sair imediatamente daquele lugar, para que não percebessem que eu tinha algo mais a dizer. Fui dispensado e voltei para o meu apartamento. Tirei todas as minhas roupas e sentei no sofá da sala. Havia pego uma garrafa de Campari que guardo sempre na geladeira, para ocasiões especiais. Nunca pensei em tomá-la numa situação fúnebre. Nem peguei copo. Tomei o primei- ro gole da boca da garrafa. Depois do segundo gole, sobrava apenas metade do líquido contido no litro. Em pouco tempo me deu aquele torpor alcoólico. Fiquei olhando fixamente para o aparelho telefônico à minha frente, na esperança ain- da de Brigite ligar para mim. Imaginei o telefone tocando e me apressei em atender. Não havia ninguém do outro lado da linha...
  • 12. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime12 2. Susto no motel Acordei nu, sentado no sofá da sala e com um gosto amar- go na boca. A cabeça doía tanto que foi uma tortura ca- minhar até o banheiro e tomar um banho frio. Olhei para o relógio na parede do amplo aposento e lastimei ter perdido a hora de ir trabalhar. Mas só por um momento pensei no meu emprego. O que eu queria mesmo era continuar bêbado. Tal- vez assim conseguisse não pensar mais em Brigite e seu bru- tal assassinato. Havia recebido a notícia da sua morte naquela madrugada, e me encontrara com a policial Simone e mais dois policiais militares, na beira da estrada, onde acharam seu cadáver carbonizado. Em sua mão, o colar de ouro branco que tinha dado para ela dias antes. Mas neguei informações à polí- cia,temerosodequemeenvolvessemnaquelemisteriosocaso. A policial Simone, encarregada das investigações, acreditava em latrocínio. Calei sobre o pedido de resgate que me haviam feito no dia anterior, pensando ser um trote. Estava disposto,
  • 13. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 13 eu mesmo, a investigar o brutal crime contra minha amada... Terminei um demorado banho, mas a cabeça ainda es- tava zonza. Tomara dois litros de Campari, da boca da garra- fa, em menos de duas horas. Depois desabei bêbado, sem nem ter me arrastado até a cama. As costas doíam e a boca ainda guardava aquele gosto horrível de bílis. Lembro que vomitei no vaso sanitário, antes de apagar completamente. Acredito que puxei a descarga, pois o banheiro não fedia. Minha faxi- neira vinha em dias alternados, e hoje era dia dela vir. Decer- to faltara como eu faltei ao meu emprego no jornal. Mas ela não era de faltar nunca. Ao menos, sem me ligar avisando. Foi quando tive a idéia de olhar para o rádio relógio-digital na escrivaninha do quarto. Puxa, dormi por quase dois dias! Com certeza a pobre veio trabalhar e, encontrando-me nu e bêbado na sala, desistiu de fazer minha faxina... Ainda restava um pouco de claridade até o anoitecer, então resolvi voltar ao local do crime. Peguei a Mercedes na garagem e rumei até a rodovia onde encontraram o corpo. Levei uma lanterna, caso escurecesse antes de eu terminar minhas buscas. Não tinha nada em mente, apenas decidira procurar por algum vestígio que me levasse a descobrir seu assassino. Pouco tempo depois, avistei o fusquinha lilás de Brigite. Uma das portas estava aberta. Percebi que haviam levado um dos bancos da frente, o que ficava ao lado do motorista. Estacionei meu carro bem atrás do fusca e estive procurando por alguma pista dentro dele. Não vi nenhuma marca de sangue, indicando que ela não havia sido morta em seu interior. Arrastaram-na para o mato e ali deram cabo da sua vida. Não se sabe se a incendiaram antes ou depois dela morrer. Havia muitas marcas de pegadas na areia, desde o fusca até o local onde havia sido encontrado o corpo carboniza-
  • 14. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime14 do. Já haviam levado o que sobrara do belo corpo de Brigi- te, deixando algumas marcações no solo, decerto feitas pela polícia técnica. Caminhei com cuidado para não tirar nada do lugar. Aí ouvi passos atrás de mim. Voltei-me tenso, mas relaxei em seguida. Era a policial Simone caminhando em minha direção, cenho estreitado. Suspeitava de mim, isso era certo. Perguntou o que eu fazia ali e respondi que estava empenhado na investigação da morte da modelo, a pedido do meu jornal. Ela perguntou-me como o jornal soubera da morte de Brigite, toda desconfiada, e eu menti dizendo que eu mesmo ligara dando a informação. Pareceu relaxar, mas disse que me queria fora dali. Tomaria as devidas providên- cias se eu atrapalhasse as investigações. Falou-me de forma tão enérgica que eu prestei mais atenção a ela. Só então notei as suas divisas. Simone era sargento da polícia militar. Não havia percebido isso da primeira vez que a vi. Aliás, também não tinha prestado atenção aos seus cabelos castanhos e en- caracolados, como os de Brigite. Seu rosto era bonito, apesar dos traços rudes. A boca era minúscula e seus lábios eram finos e sem batom. O colete preto, que ela usava por cima da farda policial, não deixava ver se seu corpo era esguio ou masculinizado, como algumas policiais que eu conhecia. As calças folgadas escondiam um par de pernas alongadas e não muito atraentes. Era assim que eu as imaginava. Ela pareceu perceber que eu a examinava da cabeça aos pés, pois ficou irritada comigo. Mandou-me sair imediatamente dali. Voltei ao meu carro e dei partida. Manobrei entre o fus- quinha e a viatura policial quase encostada na minha Merce- des. A cabeça ainda latejava, então resolvi que iria parar em qualquer bar e tomar umas doses de Campari. Dizem que é bom curar uma ressaca tomando novo porre, e eu rapida- mente iria aprender isso. Acho que foi assim que virei alcoó- latra, sempre querendo curar a ressaca da bebedeira anterior com outra. Dirigia distraidamente em direção ao centro da
  • 15. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 15 cidade, quando cismei de olhar pelo retrovisor. Um carro de polícia me seguia, mantendo alguma distância do meu. Di- minui a velocidade, achando que era a sargento Simone. Mas seu condutor era um policial bigodudo e carrancudo. Empa- relhou comigo, deu-me uma olhada demorada e depois se- guiu, passando na minha frente e desaparecendo na estrada. Começava a escurecer... Parei no primeiro bar que encontrei, e tinha cara de in- ferninho. Tocava uma música brega numa radiola de fichas, que se repetia quase intermitentemente. Sentei num canto bem afastado de todos e pedi uma dose de Campari. Só ven- diam aguardentes ou cervejas. Pedi uma cerva mesmo, mas exigi que estivesse mofada. Veio. Enchi meu copo e sorvi de um único gole. Depois tornei a enchê-lo. Dessa vez fui be- bericando pausadamente. Aí o policial bigodudo entrou no recinto, como se estivesse a procurar alguém. Quando me avistou, suspirou e procurou outro canto escuro do bar. Uma garçonete atendeu-o imediatamente, e ele fez o pedido apon- tando o dedo para algo escrito no cardápio. Pouco depois, comia um sanduíche com refrigerante, sem tirar os olhos de mim. Uma morena gostosona, vestida como vadia, aproxi- mou-se do policial bigodudo e cochichou algo ao seu ouvido. Ele olhou-a nos olhos por um momento e depois aquiesceu com a cabeça. E ela foi até o balcão e pediu outro sanduíche, do mesmo que ele estava comendo. Voltou à mesa e sentou- se ao lado do militar, que também era sargento. Pude ver suas divisas, mesmo na penumbra do bar. Ela, sem pedir licença, pegou a garrafa de refrigerante dele e despejou parte do líqui- do num copo que trouxera do balcão. Depois se pôs a comer o sanduíche, enquanto ele olhava fixamente para mim... Não me acanhei. Tomei o resto da cerveja que estava sobre a mesa, pedi outra e tirei meu laptop de dentro de uma bolsa de couro que sempre carrego comigo. Peguei uns guar-
  • 16. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime16 danapos de papel e passei sobre a mesa, limpando a parte mais próxima de mim. A garçonete veio com um pano e pas- sou no móvel, me olhando de forma bem safadinha. Incli- nou-se, deixando à mostra os biquinhos de um par de seios enormes e suados, através do decote generoso. Sorri agrade- cido, mesmo ela deixando, com aquele pano imundo, a mesa mais suja do que estava antes. Depois se afastou sacudindo as ancas, num rebolado que enaltecia sua farta bunda. Abri meu laptop sobre a mesa de madeira, rabiscada com nomes de ca- sais e frases chulas, a maioria terminando com endereço e telefone, todas deixando explícitas suas preferências sexuais. Comecei a teclar as primeiras palavras... “Aos vermes. O mel que escorre da tua excitação, se mescla com o leite derramado pela minha espada tesa, e mo- lha tua calcinha alvíssima, quase imaculada. É como se você estivesse usando-a pela primeira vez, a combinar com a vir- gindade dos teus lábios rosados, escondidos na apertada fen- da do teu sexo. Os sabores se misturam ao salgado dos nos- sos suores e à urina expulsada pelo teu gozo intenso, quando tremulasses impávida no meu mastro, desfraldando todas as bandeiras dos nossos prazeres. A glande está vermelha como a brasa de um cigarro, que insistes em apagar com tua saliva, fingindo o vício dos fumantes ao colocar o falo entre dois de- dos. As espumas das nossas salivas se confundem em nossas bocas, na troca de sussurros ávidos pelo desejo de mais uma vez serem contemplados. O arrepio da tua pele e o perfume que exalas me confunde, e já não sei se continuas menina ou já te tornasses mulher. Por fim, adentro de novo em pensa- mento ao abismo entre tuas pernas, perscrutando os segre- dos que levastes de mim. Para os vermes...” Paro de teclar quando sinto uma presença ao meu lado. Meu inconsciente levava-me a escrever cartas eróticas a Bri- gite, como a compensar o tempo que não tivemos. Havia sido
  • 17. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 17 meu primeiro texto em homenagem a ela, mesmo sem per- ceber de imediato. A morena gostosona havia saído da mesa do policial bigodudo e se sentara ao meu lado, lendo o que eu escrevera, sem nenhum limite de indiscrição. Pegou no meu cacete por cima das calças, mordendo os lábios de tesão pelo que acabara de ler, ainda de olhos fixos na tela, como se estivesse relendo. Não interrompi a sua leitura nem afastei a sua mão de mim, procurando com a vista o policial bigodu- do. Ele deixara o bar sem que eu tivesse visto. Relaxei, pois achava que ele estava ali me vigiando. A morena mordiscou meu lóbulo da orelha e meteu a língua dentro do meu ou- vido, dizendo que tinha ficado com muito tesão ao ler meu texto. Falou-me que quem é capaz de escrever algo tão eró- tico decerto é melhor ainda na cama. E prometeu dar uma rapidinha comigo de graça, se eu escrevesse uma poesia bem safada para ela... Sorri, fechei o laptop e neguei-me a escrever qualquer poema. Expliquei que não era poeta. Ela olhou fixamente para o meu rosto e depois sorriu contente. Reconheceu-me como Felipe Marques, jornalista e comentarista de atualida- des. Então me pediu educadamente que eu lhe pagasse uma dose. Era animada e sabia conversar sobre diversos assuntos. Aos poucos, fui simpatizando com ela. Demorava beberican- do sua dose, enquanto eu me esbaldava em tomar cervejas. Acostumado a beber apenas Campari, sorvi em grandes go- les. Já estava visivelmente alcoolizado, quando vi a sargento Simone adentrar o bar. Olhou para todos os lados e, quan- do me viu, caminhou diretamente em minha direção. Viu o monte de garrafas vazias armazenadas num canto, no chão, perto de mim, e disse que eu não me atrevesse a dirigir na- quele estado de embriaguês. A morena disse possuir habili- tação de motorista e se prontificou, perante a policial, a me levar para casa.
  • 18. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime18 Não adiantou os meus protestos. Eu não queria ir a lu- gar nenhum com a morena. Não a conhecia e nem costuma- va sair com prostitutas. Mas a policial não me deu ouvidos. Pediu os documentos da jovem, anotou-os em uma agenda, requisitou meu laptop e disse que mo entregaria se eu fos- se buscá-lo na delegacia. Chamou-me a um canto, me deu umas instruções para que eu não fosse roubado pela puta e despediu-se de mim. Vi quando ela foi até perto do meu car- ro e anotou o número da placa. Depois chamou a prostituta e esteve conversando uns instantes com ela, enquanto mais uma vez me dirigi ao banheiro imundo do bar. Peguei um dinheiro que dava para pagar a conta e o resto guardei dentro do sapato, bem lá no fundo. Depois saí do mictório e paguei a conta diretamente no balcão, deixando a garçonete de cara amarrada comigo. Não liguei e fui para onde estacionei meu carro. A morena gostosa já me esperava ao volante. A sargen- to Simone já tinha ido embora... A bebida fez efeito rápido. Indiquei o caminho de casa e a morena fez a volta, seguindo em direção contrária à que eu indicara. Só percebi quando passamos pelo fusca lilás, abandonado à beira da estrada. Quis fazer com que ela vol- tasse, mas quase não consegui articular quaisquer palavras, de tão bêbado que eu estava. Passei a chamá-la de Brigite e ela ria divertida da minha embriaguês. Até que finalmente para- mos na frente de um motel muito iluminado. Amparado pelo braço, consegui sair do carro e deitar na cama do quarto que nos foi indicado. Tinha dois enormes espelhos, um no teto e outro tomando toda uma parede. Ela me despiu totalmente, rindo de mim, e despiu-se também, dizendo que ia tomar um banho. Aí, tal qual acontecera com Brigite, eu adormeci antes dela voltar toda perfumada... Acordei num sobressalto, como se estivesse estranhan- do a cama. Ainda com a cabeça girando, olhei para o lado e
  • 19. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 19 vi a morena nua, de bruços, deitada perto de mim. Estiquei o braço e acariciei a sua protuberante bunda. Sem querer acor- dá-la, tateei até encontrar a entrada do seu ânus. Enfiei meu dedo ali, bem devagar, sentindo-o entrar bem escorregadio. Ela não se mexeu. Sorri satisfeito, pois devia estar acordada, sentindo minhas carícias. Eu despertara todo suado e sentia a cama molhada. Olhei de novo para aquela bunda empina- da. Não dava para ver seu rosto, pois ele estava voltado para o outro lado. Senti uma vontade enorme de fincar meu falo naquele cuzinho e me levantei um pouco, me aproximando mais dela. Foi quando percebi o sangue... Levantei-me de um pulo e saí de cima da cama. Escor- reguei no sangue empoçado no chão e caí por cima do corpo dela. Foi quando vi seus olhos revirados e um enorme corte em sua garganta. Fiquei aterrorizado e reprimi um grito de terror na goela. Meu corpo tremia que só uma vara verde, e eu estava aterrorizado. O coração me vinha à boca, do mes- mo jeito quando recebi a notícia da morte de Brigite. Respirei fundo e tentei me acalmar. Liguei para a portaria. Uma voz feminina atendeu. Perguntei se vendiam cigarros e a moça quis saber a marca. Eu não fumava, logo não entendia de ci- garros. Disse que ia perguntar à minha companheira, pois ela é que estava pedindo. A recepcionista sorriu e disse que sabia bem a marca do cigarro da minha acompanhante. Comple- tou, dizendo que ela sabia que aquela marca de cigarro não era vendida ali, e que todas as vezes que ela pedia tinham que comprar no bar mais próximo. No momento, estava sozinha e não iria poder sair da recepção. Entendi logo que a morena costumava frequentar aquele motel. Então eu falei que, se ela comprasse três, dois maços seriam seus. Ela prontificou-se a fazer isso imediatamente, dizendo que colocaria na conta do quarto. Concordei, desliguei o telefone e corri para me vestir. Nunca o fiz tão depressa. Já havia aberto a porta do quarto e estava a sair, quando voltei depressa e peguei a bolsa da po-
  • 20. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime20 bre morena. Através dos seus pertences saberia quem ela era. Por outro lado, pensava em entregar tudo a sargento Simone, inclusive contar toda a história do telefonema anônimo pe- dindo o resgate por Brigite. A policial vinha demonstrando ser justa comigo. Era a única que podia salvar-me dessa en- rascada. Contava com ela. Entrei furtivamente no meu carro, estacionado nas dependências do motel, e dei imediatamente partida. Tal como esperava, não havia ninguém na portaria. A moça ti- nha ido comprar os cigarros. Eu deixara uns trocados sufi- cientes, sobre uma mesinha do quarto, que dava para pagar o motel e os cigarros, e ainda sobraria uma boa gorjeta para ela. Manobrei habilmente e saí do motel. Peguei a estrada, em direção ao centro da cidade. Primeiro passaria em meu apartamento, depois ligaria para a policial. O dia já estava raiando. Os raios dourados de sol iluminavam meus contur- bados pensamentos...
  • 21. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 21 3. Fodendo a atriz pornô Cheguei em casa com o dia já claro. A cabeça latejava de tanta dor, e ainda estava trêmulo, após ter acordado com um cadáver ao meu lado. Começava a duvidar da mi- nha própria sanidade. Será que fui eu que assassinei a mo- rena gostosona, lá no motel? Não. Não fui eu! Não carrego comigo nenhum objeto cortante, então não poderia ter cor- tado a garganta dela daquele jeito. Alguém entrara no meu quarto e matara a pobre coitada. Alguém que queria deixar minha vida em pandemônio. Alguém que não iria parar de matar enquanto não me prejudicasse feio. Eu precisava to- mar cuidado pois, pelo visto, esse alguém já matara minha amada Brigite e agora a prostituta que eu nem conhecia... Eu estava precisando beber alguma coisa para me acal- mar, até telefonar para a sargento Simone e contar a ela sobre o telefonema que recebera antes da morte de Brigite. Ainda
  • 22. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime22 era muito cedo e não queria tirá-la da cama. Lá pela metade da manhã, ligaria para ela. No momento, queria uma dose. Percebi que bebera o último litro que havia guardado. Saí e comprei duas garrafas de Campari no mercadinho da esqui- na, que nunca fechava. Abri uma das garrafas, antes mesmo de pagar no caixa, e tomei do gargalo. Aproveitei para com- prar o jornal do dia e o do dia anterior. Desde a morte de Bri- gite, não lia jornais. Quando voltei ao meu apartamento, o li- tro já estava quase pela metade. Guardei uma das garrafas na geladeira e sentei no sofá da sala, bebericando o resto. Dessa vez peguei um copo com gelo e despejei a bebida dentro. Abri o matutino mais antigo e comecei a procurar por alguma no- tícia da morte da modelo. Nada. Reli todas as manchetes e tí- tulos das matérias menores e não encontrei uma linha sequer sobre o brutal assassinato. Quem sabe, no outro jornal?... Nada, novamente. Não havia nenhum vestígio da mor- te de Brigite. Liguei para o jornal onde eu trabalhava e per- guntei a uma jornalista, amiga minha, se ela sabia de algo. Estranhou minha pergunta. Fingi que havia recebido uma informação errada e desliguei. Ela ligou pouco depois me avisando que o editor estava uma arara comigo. Pedi que me substituísse nos meus afazeres por uns dias, pois eu estava se- guindo uma notícia de um assassinato misterioso. Aliás, dois. Mas não toquei no assunto do crime do motel, esperando que ela me dissesse algo. Conversamos por um bom tempo e ela não falou nada sobre qualquer morena assassinada. Mas era muito cedo, decerto essa notícia seria dada mais tarde. Pro- curei meu laptop, mas lembrei que o havia deixado com a sargento Simone. Tomei um banho demorado, para limpar o sangue da morena que ainda estava impregnando minha pele. Vestira apressadamente a roupa sobre o corpo, sem nem tomar um banho, lá no motel. Havia ido ao supermercado sem me dar conta que ainda estava todo sujo. Ainda bem que o sangue coagulado estava sob a roupa e ninguém percebeu...
  • 23. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 23 Terminei de tomar um demorado banho e coloquei um roupão. Depois fui até a sala e peguei a bolsa da morena as- sassinada no motel. Abri-a e derramei sobre a mesa todos os seus pertences. Encontrei uma carteira feminina, contendo seus documentos. Coincidentemente, chamava-se Simone, como a policial. Encontrei também um DVD pornô entre suas coisas. Reconheci-a logo, na capa. Coloquei o disco no aparelho de vídeo e vi seu desempenho. Atuava péssimo. Gemia demais pro meu gosto, olhando sempre para a câme- ra. Duvido que tenha conseguido atuar num segundo filme. Mas confesso que fiquei excitado com a beleza do seu corpo. Não tinha uma única mancha, como costumam ter algumas prostitutas pseudo-atrizes. Em uma das cenas, ela empinou a bunda de frente para a câmera e meu pênis deu sinal de vida. Pensei na oportunidade que perdi, de ter enfiado minha vara naquele cuzinho, lá no motel. Dormira sem ter desfrutado do seu sexo. E no filme, ela voltava de vez em quando o rosto para o espectador, como se estivesse rindo de mim. Era um riso malicioso, cheio de vida. Vida esta que fora interrompida de forma tão brutal e sem sentido. Fiquei triste. Lembrei de Brigite. Então, retirei o disco do aparelho de vídeo e reco- loquei todas as coisas dela dentro da bolsa. Pensei em ligar para a sargento Simone, mas era muito cedo ainda. Fui para minha cama e adormeci... Acordei com o barulho da campainha tocando. Olhei no relógio, e mais uma vez havia perdido a hora de ir tra- balhar. Passei a mão nos cabelos, chateado. Aí a campainha tocou de novo, desta vez mais insistentemente. Atravessei todo o corredor, preguiçosamente, e olhei pelo olho-mágico da porta. E quase caí do susto inesperado. De pé, sorridente e esperando que eu abrisse a porta, estava a morena dublê de atriz pornô! Estive a ponto de ter um troço. Achei que esti- vesse tendo um pesadelo e belisquei-me o braço. Não, não
  • 24. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime24 era um sonho. Percebi que ela conversava com alguém que estava ao seu lado, mas eu não podia ver pelo buraquinho na porta. Resolvi abrir de uma vez. Minhas carnes tremiam. A mente, ainda embotada pelo álcool e pelo sono, teimava em não acreditar no que meus olhos viam. Finalmente abri a porta. Ela atirou-se nos meus braços. Ao sentir seu abraço forte e seu perfume barato, me convenci finalmente de que não estava ainda sonhando. Foi quando vi que quem a acompanhava era a sargento Simo- ne. Tinha meu laptop em mãos e olhava para mim com cara nada amistosa. A morena me beijou fogosamente os lábios e perguntou por que eu havia saído do motel sem nem me des- pedir dela. Claro, percebera que eu tinha bebido demais, mas nem vira quando eu saí. A sargento passara no motel, ainda cedo, me procurando para me entregar o laptop e me fazer algumas perguntas, mas eu já havia saído. Foi quando ela deu pela falta da sua bolsa. Como a sargento havia encontrado no carro abandonado de Brigite o cartão com meu nome, te- lefone e endereço, resolveram passar em meu apartamento. Eu ainda estava incrédulo. Olhei bem para o seu pescoço e não vi nenhum vestígio de corte na sua garganta. Cheguei à conclusão de que eu andava tendo alucinações. A sargen- to me perguntou com veemência por que eu tinha levado a bolsa da prostituta e eu menti, dizendo que não lembrava de ter saído do motel. Acordara em minha cama e não me lem- brava como havia chegado em casa. Senti que ela estava cada vez mais desconfiada de mim, aí resolvi, mais uma vez, calar sobre o telefonema pedindo resgate por Brigite... A morena ria divertida da minha doidice causada pela bebedeira, e não parecia chateada por eu ter-lhe surrupiado a bolsa. Mesmo tendo sido obrigada pela policial a conferir seus pertences na minha frente, fez de maneira superficial, dizendo que confiava que eu não tinha mexido em nada dali,
  • 25. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 25 até mesmo porque não havia dinheiro nem nada que me in- teressasse. Agradeci as gentis palavras e me desculpei pelo transtorno causado às duas. Mas a sargento tinha algo mais a falar comigo. Pediu licença à xará, que quis ir à toalete, e, quando ficamos sozinhos, perguntou-me de supetão sobre o texto erótico que eu tinha escrito pensando em Brigite. Havia fuçado meu laptop e encontrara o tal texto. Achava estranho eu fazer um poema daqueles no mesmo dia em que recebi a notícia de sua morte. Perguntou-me qual o grau de rela- cionamento que eu tinha com a falecida e se eu tinha des- vios sexuais. Respondi que era escritor, e que os escritores costumam tirar inspiração até dos assuntos mais mórbidos. Ela me confessou estar convencida de que eu tinha algo a ver com o assassinato da modelo e me prometeu descobrir tudo, o que quer que fosse. Se eu estivesse mentindo, iria arcar com as consequências. Dei de ombros. Argumentei que não tinha qualquer envolvimento em sua morte e que ela podia inves- tigar à vontade. A morena voltou do toalete rebolando, olhando sorri- dente para mim. Sorri também. A policial me disse que eu comparecesse à delegacia, pois precisava me fazer algumas perguntas. Concordei em passar por lá o mais breve possível. Ela perguntou se a morena queria carona, mas esta respon- deu, toda maliciosa, que eu decerto não iria querer me livrar dela assim tão rápido. Eu deixara na mesinha do motel algu- ma grana para ela e ela pensava em fazer valer cada centavo, já que eu não cheguei nem a desfrutar do seu corpo. Tentei me livrar dela, inventando uma desculpa qualquer, mas es- tava resoluta. Iria ficar comigo. Consenti. A policial foi em- bora, deixando-me a sós com a sua xará. Mas não sem antes me intimar verbalmente a comparecer ainda naquela tarde à delegacia. “... Então ela banhou-se demoradamente. Disse que
  • 26. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime26 não queria macular nosso primeiro encontro com o cheiro de outro homem. Lavou cada pétala do seu desejo com um carinho tamanho que temi não encontrar ali mais nenhum cheiro de fêmea. Mas o seu perfume exalava da totalidade do seu corpo. Senti na sua nuca o sabor da sua vulva. Cheirei seu pescoço e descobri a essência do seu batom. Seus mamilos apenas exalavam o perfume do sabonete, que se repetia no rosado do seu ânus. A minha língua invadiu seu minúsculo botão à procura do sabor da sua boca. Ela percebeu minha frustração e sugeriu que eu pegasse seu batom. Pediu-me para que eu passasse ao redor do seu ânus, como se fosse seus lábios. Que depois beijei com sofreguidão. Ela gemeu como se falasse com a vulva. A vulva mordeu meu sexo como se fosse sua boca. E sua boca cheirou a sêmen, que eu sabia que era meu.” Costumo escrever Felipe Marques toda vez que termi- no um texto erótico. Coloquei de novo meu nome abaixo de onde escrevi devaneios eróticos, acho que por estar insatis- feito sexualmente. Depois que a policial foi embora, a more- na me puxou pela mão e fomos para o quarto. Jogou-me na cama e pediu que eu ficasse olhando-a tirar a roupa lenta- mente. Sim, ela era uma profissional do striptease, mas falta- va algo em seu corpo para me deixar excitado: ela não tinha a tal patinha de camelo! Sua vulva era comum, além dos lábios vaginais serem desproporcionalmente salientes. Achei seu sexo feio. Aí fiquei pensando no de Brigite. Aquele seu capô de fusca me deixava louco. Não consegui evitar. Fiz sexo com a morena pensando na minha amada... Nem me animei em possuí-la por trás. Ela devia estar cansada pois, assim que eu gozei, adormeceu. Eu também, exausto, adormeci logo depois. Então, sonhei o tempo todo com Brigite. Era um sonho estranho, onde nós dois corrí- amos nus, segurando a mão do outro. Mas aí meu pênis ia
  • 27. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 27 crescendo a cada passo que dávamos. Não ficava ereto, ape- nas crescia. E cada vez mais ia crescendo. E pesando-me entre as pernas. Aí ficou tão pesado que eu já não conseguia mais nem caminhar. Então ela soltou minha mão e continuou so- zinha, mesmo olhando o tempo todo para trás. Foi quando acordei suado e vi a morena adormecida ao meu lado. Por um momento, temi encontrá-la novamente morta junto de mim. Porém, ela ressonava calmamente, com o sorriso feliz nos lábios. Tomei um banho frio e demorado e saí do quar- to, deixando-a adormecida. Encostei a porta do quarto e fui para a sala. Foi quando peguei meu laptop e comecei a escre- ver coisas sem nexo, pois não estava nem um pouco inspira- do, apesar do sexo com a morena Simone ter sido prazeroso. Mas eu me senti como se estivesse traindo Brigite. E o sonho não me saía da cabeça... Peguei a garrafa de Campari que estava dentro da gela- deira e bebi um terço dela de um só gole. O líquido amargo travou-me a garganta, mas logo me adaptei a ele. Só depois do segundo gole é que escrevi o pequeno texto dedicado à prostituta atriz. Ia mostrar a ela, assim que acordasse. Ela ha- via gostado do texto que escrevi para Brigite, lá no bar. De- certo se sentiria feliz com esse, dedicado a ela. Tomei mais um grande gole da bebida vermelha e senti a cabeça pesada. Fechei o laptop e fiquei olhando para um ponto qualquer da enorme sala do meu apartamento. Estive mais uma vez reme- morando o pouquíssimo tempo que estive com Brigite. Aí o telefone tocou... Pensei que seria a sargento me cobrando a visita á de- legacia. Já era quase final de tarde, e eu preferi curtir a com- panhia da morena a ter que estar respondendo perguntas da polícia. Caminhei preguiçosamente até o aparelho telefônico e atendi. Ouvi uma enxurrada de desaforos, ditos raivosa- mente por uma voz que em muito lembrava a de Brigite. Fi-
  • 28. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime28 quei estático, ouvindo os xingamentos. Chamou-me de cafa- jeste, de macho galinha e mais uma série de adjetivos que não combinavam com a maneira de falar da minha amada. Não consegui balbuciar uma só palavra, pego de surpresa. A ira na voz do outro lado parecia sincera, e me esculachava com entonação de desencanto. Falava sem parar, como se não ti- vesse tempo a perder. Depois bateu o telefone, sem me dar chance de reagir. Fiquei ali parado, com o telefone na mão, estupefato. Não sei quanto tempo estive sem ação, mas algo me dizia que a morena estava correndo perigo. Apressei-me a ir até o quarto. Abri a porta, procurando-a sobre a cama. Ela não estava lá... A porta da varanda do meu quarto, no último andar do prédio, estava aberta. Aliás, sempre a deixava aberta, tor- nando o quarto muito arejado. As cortinas tremulavam, mos- trando o parapeito em estilo moderno. Corri até lá e olhei para baixo. Havia um aglomerado de gente em torno de um corpo de mulher. Mas não estava nu, como eu deixara Simo- ne há pouco adormecida. Era um corpo moreno, como o da prostituta atriz, mas do décimo quinto andar do meu prédio, onde ficava meu apartamento, não dava para ver-lhe as fei- ções. Procurei as roupas dela dentro do quarto e não achei. Lembro que ficaram no chão, perto da cama. Não estavam mais lá. Gelei. Eu não podia ter imaginado a visita das duas xarás, a policial e a atriz pornô. Voltei à sala à procura da bol- sa que tinha certeza que ela deixara lá e também não achei. Mais uma vez duvidei das minhas faculdades mentais. No entanto, quis descer até a rua, onde estava o corpo estendido, com várias pessoas ao seu redor. Vesti uma bermuda e uma camisa qualquer e apertei o botão chamando o elevador... A demora dele em vir me deixava agoniado. Desceu até o térreo e depois começou a subida. Mesmo ele parando em alguns andares, ainda assim me deixou aliviado. Quando
  • 29. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 29 chegou ao meu andar e abriu-se a porta, deparei-me com a policial Simone. Mas, desta vez, ela não estava fardada. Disse que cansara de esperar na delegacia e viera até o meu apar- tamento. Fingi que estava indo para lá, e ela fingiu acreditar. Perguntou-me pela prostituta e eu menti, dizendo que ela já tinha ido embora. Estranhei ela não ter comentado sobre o corpo estendido no chão, lá na rua. Descemos pelo elevador, em silêncio. Quando chegamos ao térreo, vi logo o agrupa- mento de curiosos e quis ir até lá. A policial Simone impediu- me, dizendo que logo chegaria uma viatura da polícia para ver o que acontecia. Ela já tinha passado um rádio. O que queria mesmo é que chegássemos logo à delegacia, pois tinha urgência em me interrogar. Saímos dali em seu carro parti- cular, sem que eu pudesse ver se era mesmo a morena que estava estendida na rua...
  • 30. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime30 4. A punheta dos eus sonhos Íamos os dois em silêncio, como se cada um pensasse ain- da como começar a conversa com o outro. A sargento Si- mone dirigia carrancuda, mãos tensas agarradas ao volante, e isso era um mau prenúncio. Quanto a mim, ainda estava abalado com o desaparecimento da morena do meu próprio quarto. Tudo indicava que o corpo caído na rua, bem abai- xo da minha janela, era o dela. Alguém a teria jogado do quinto andar do meu edifício e ela se esborrachara no chão. Alguém que estava tornando minha vida um inferno. Por isso estava disposto a contar à policial Simone sobre o tele- fonema pedindo resgate, que eu recebera no dia anterior ao brutal assassinato de Brigite. Em poucos minutos estaríamos chegando à delegacia, então eu me abriria com ela. Pediria a sua ajuda. Ela haveria de solucionar todo esse mistério em volta da morte da minha amada. Aí seu celular tocou...
  • 31. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 31 Ela olhou para o número no visor e atendeu irritada. Mas logo seu semblante mudou. A princípio, ficou lívido. Depois, muito preocupado. Desligou dizendo a alguém que ficasse de olho, que logo estaria lá. Parou o carro e pediu-me desculpas por me deixar ali mesmo. Havia uma emergência policial e iríamos adiar a nossa conversa na delegacia. Mas pe- diu-me para esperá-la em meu apartamento. Assim que resol- vesse a bronca, voltaria lá para conversarmos. E pela primeira vez me chamou pelo nome e sobrenome, quando enfatizou: E Sr. Felipe Marques... Não ouse não estar lá quando eu chegar! Desci e ela saiu cantando os pneus. Suspirei aliviado, pois ainda não estava preparado para um interrogatório. Teria que ensaiar bem como iria contar a ela o que eu sabia do caso, e sobre o telefonema que eu pensara ser um trote de amigos, mas que acabara resultando na morte brutal de Brigite. Aí me lembrei que não saíra de casa com dinheiro pois, quando a policial me achou, eu descia para ver o corpo estendido no chão, na frente do meu luxuoso prédio. Teria que pegar um táxi e deixá-lo esperando embaixo enquanto eu ia pegar a gra- na lá no meu apartamento. Foi o que eu fiz... O motorista do táxi fez questão de subir comigo. Disse que já havia sido ludibriado várias vezes por passageiros que usavam o mesmo argumento que eu, e que depois desapa- reciam, deixando-o esperando como um babaca na portaria do edifício. Entendi seu lado e concordei que subisse comi- go. Mas antes iríamos ver o que se passava ali na rua, onde estavam ainda algumas pessoas aglomeradas. Ele mesmo fez questão de perguntar a um dos curiosos, encostando o carro perto da pequena multidão. Disseram que uma mulher pas- sou mal de repente e caiu na rua. Estavam aguardando uma ambulância ou a polícia, para socorrê-la. Desci do carro e me aproximei, espremendo-me por entre os curiosos. Aí vi que não se tratava da morena que estivera comigo. Era parecida,
  • 32. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime32 mas não era a prostituta Simone. Suspirei aliviado. Mas ainda faltava solucionar o mistério do seu desaparecimento de den- tro do meu próprio quarto. Subi até o meu andar, acompanha- do do taxista. Ele ficou esperando do lado de fora do aparta- mento, enquanto eu entrei para pegar o dinheiro. Aí levei um tremendo susto. A morena estava sentada no sofá da sala, assistindo tranquilamente televisão. Mas quando me viu, ficou furiosa. Disse que pela segunda vez eu havia deixado-a sozinha, sain- do sem dar nenhuma satisfação. Dessa vez, havia deixado-a trancada em meu apartamento, me aproveitando do momen- to em que ela tinha ido tomar banho. Fazia sentido. Fiquei tão aterrorizado pensando que ela havia sido atirada pela janela – e por coincidência havia um corpo estendido no chão – que nem pensei que podia estar tomando banho e se vestindo na suíte do meu quarto. Ou até mesmo no banheiro social, onde eu não poderia ouvir a água caindo do chuveiro. Inventei uma desculpa qualquer para justificar a minha saída, e ela desfez a zanga. Pedi que esperasse um pouco, fui até o meu enor- me guarda-roupa e abri um cofre escondido dentro dele. Era embutido na parede, tendo minhas roupas escondendo-o. Em época de pouco rendimento da poupança, preferia guardar todo o meu dinheiro em casa, mesmo. Retirei alguma grana e voltei para a sala. Dei alguns trocados à puta, mas ela recusou. Disse que daquela vez tinha sido de graça. Agradecido, paguei ao taxista e dei um dinheiro a mais, contanto que ele a levasse em casa. Ele também me agradeceu e deixou seu cartão di- zendo-me que, sempre que eu precisasse, ele estaria às ordens. Despedi-me de ambos e fechei a porta. Depois, atirei-me ao sofá, cansado de tudo aquilo... Estive um longo tempo pensativo, depois me deu vonta- de de beber. Procurei na geladeira, mas só havia um restinho de Campari. Resisti enquanto pude à vontade de me embria-
  • 33. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 33 gar, mas não teve jeito. Desci e comprei novamente dois litros da bebida no mercado da esquina. A multidão já havia se dis- persado. Decerto já haviam socorrido a morena estendida no chão. Voltei para o meu prédio e entrei no elevador. O ascen- sorista esclareceu que a morena estivera um tempo na fren- te do edifício, como se estivesse esperando alguém. Depois recebeu um telefonema e olhou para cima, como se para uma das janelas. Parece que se sentiu mal depois disso, pois nem bem deu uns três passos, caiu pesadamente no chão. Ele havia sido o primeiro a socorrê-la. Mas como se formou um bando de curiosos, voltou ao seu posto de trabalho. No entanto, de perto, tinha percebido uma coisa: a morena desfalecida pare- cia mais um travesti do que uma mulher. Eu também achara algo estranho quando me aproximei entre os curiosos, mas não soube dizer bem o que era. O ascensorista tinha razão. Entrei de volta ao meu apartamento, guardei uma das garrafas no freezer e abri a outra. Estava natural, então peguei algumas pedras de gelo e coloquei num copo grande. Despejei uma larga dose da bebida nele. Voltei à sala, sentei no sofá, abri meu laptop sobre as pernas e me pus a reler o que já havia escrito, arquivados num diretório denominado de Eróticos. Vi ali o primeiro texto escrito para Brigite, mais o texto que havia escrito para a prostituta - e que nem havia mostrado a ela – e alguns outros textos que já havia escrito há tempos, bem antes de conhecer minha amada. Desliguei o televisor, que a morena deixara ligado, e tomei todo o conteúdo do copo de um só gole. Enchi-o novamente e balancei o líquido, querendo fazê-lo gelar mais rapidamente. Reli o que escrevera para Brigite e tive nova inspiração. Comecei a teclar... “Os primeiros raios de sol despontavam quando Brigi- te tirou-me a cueca, o rosto bem perto do meu sexo, deitada entre minhas pernas. Acordara excitada e queria me dar ca- rinho. Ela segurou-me suavemente o pênis com dois dedos
  • 34. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime34 de uma mão, enquanto o dedo indicador da outra passeava roçando em volta da minha glande, em movimentos circula- res. Depois, com as duas mãos, massageou levemente a glande com as unhas, em movimentos horizontais, como se estives- se arranhando, com suas garras de gata, a minha cabecinha. Mudou a direção dos movimentos e passou a me lanhar de cima para baixo, roçando as pontas das unhas do buraqui- nho da glande até os testículos, com as duas mãos se alternan- do. Quando comecei a gemer, ela espalmou uma das mãos e encostou a envergadura do meu pênis nela. Com a palma da outra mão, fez movimentos de cima para baixo, e de baixo pra cima, correndo toda a extensão do meu falo com o dedo médio, até dobrá-lo lá em cima, vergando-o num acobertar da glande. Depois punhetou-me suavemente com ambas as mãos, tocando-me apenas com as pontas dos dedos, fazendo o prepúcio cobrir e descobrir a cabeça roxa de tão intumesci- da. Mudou novamente os movimentos, espalmando uma mão no meu cacete e friccionando ele com a palma da outra, em movimentos pra cima e pra baixo. Depois, com apenas dois dedos de cada mão, masturbou-me com ambas ao mesmo tempo, de vez em quando revezando o toque dos dedos com o lanhar das unhas, fazendo uma carinha de fera maravilhosa, trincando os dentinhos. Lanhou-me também a cabecinha, a mão disposta no topo, como se quisesse afiná-la. Agora ape- nas encostava a ponta do meu pênis nos lábios, docemente, enquanto suas mãos não paravam de lanhar suavemente toda a sua extensão. Massageava-me como se o pênis estivesse un- tado de gel, numa massagem perfeitamente sincronizada com os movimentos de ambas as mãos. Olhava para o meu rosto, deliciando-se com cada uma das minhas reações às suas ca- rícias. Depois roçou minha glande em seus lábios, em mo- vimentos circulares, de vez em quando beijando e enfiando a ponta da língua em seu buraquinho. Depois começou a lanhar a cabecinha tesa com os dentes, só a pontinha dela, como se ameaçasse morder. Eu estava indo à loucura. Tremu-
  • 35. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 35 lava a língua na glande e depois passava o dedinho em volta dela, numa massagem deliciosa. Eu estava prestes a gozar. Aí ela prendeu meu pênis com dois dedos em forma de anel, bem próximo ao escroto, e com a outra mão apertou-o bem, ini- ciando os movimentos masturbatórios. Eu ansiava gozar, mas a pressão perto do meu saco escrotal não me permitia. Então ela desfez o anel de repente, afrouxando a pressão. Meu gozo jorrou longe, imediatamente. E ela continuou me massagean- do o pênis em movimentos circulares, até que não restou mais nenhum pingo de esperma. Então acordei e percebi que havia tido uma polução noturna...” Nem bem acabei de escrever o texto no laptop, o telefo- ne tocou. Era a policial Simone dizendo que dentro de meia hora estaria no meu apartamento. Resolvi que não beberia mais naquele dia, para estar em condições de dar meu de- poimento. Mas assim que a sargento desligou, bateu-me uma ânsia louca de terminar o resto da garrafa. Porém, não parei por aí. Peguei nova garrafa na geladeira e emendei com o que já havia tomado. Aí o telefone tocou mais uma vez. Atendi a contragosto, pois imaginei que fosse meu editor. Mais uma vez eu não tinha ido trabalhar e, segundo a repórter amiga minha, ele estava uma fera comigo. Mas não era ele... A voz do outro lado da linha era impostada. Rouca, não dava para saber se era de homem ou de mulher. Disse que estava sabendo que eu iria depor na polícia. Proibiu-me de fazer isso. Tomei coragem e disse que a polícia já estava em seu encalço, e que breve ele seria pego. Riu da minha cara e disse que, por causa de minha insolência, iria aumentar o res- gate. Se eu quisesse que a policial continuasse viva, teria que desembolsar 40 mil reais. Deveria deixar o dinheiro dentro de uma sacola, no mesmo lugar onde havia sido encontrado o corpo da minha namorada. Isso, até o meio-dia da manhã seguinte. Perguntei o porquê de toda aquela extorsão, e a voz
  • 36. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime36 do outro lado apenas perguntou se eu aceitava o trato. Dessa vez não desliguei. Rebati que nem conhecia bem a policial, as- sim como Brigite nem era minha namorada. Mas a voz rouca e fanhosa explicou-me que queria apenas o dinheiro. Senão mataria uma a uma das pessoas que eu conhecia, até que eu cedesse. Disse que eu me apressasse em conseguir o dinheiro, se já não o tivesse. Caso contrário, assassinaria a policial. Des- ligou, sem me deixar retrucar. Assim que percebi que haviam desligado, telefonei para a sargento Simone. Contei sobre as ameaças por telefone e ela mandou-me aguardar. Iria chegar até mim dentro de poucos minutos. De fato, levou menos de dez minutos para bater na porta do meu apartamento. Olhei pelo buraquinho do olho- mágico e, reconhecendo-a, pedi que entrasse. Eu estava visi- velmente alcoolizado, mas em nenhum momento ela pareceu desacreditar nas minhas palavras. Pedi proteção policial, e a sargento disse-me que cuidaria disso pessoalmente. Exul- tei, pois era exatamente isso que eu queria. Sempre fui meio descrente quanto a eficiência da polícia, mas a sargento tinha toda a minha confiança. Perguntou-me por que eu havia cala- do sobre a ameaça telefônica e expliquei que ficara temeroso de ser envolvido no crime, até porque eu não tinha nada com a modelo. Perguntou-me se eu tinha o dinheiro exigido pelo as- sassino. Respondi que não, mas que poderia empenhar minha Mercedes e consegui-lo. Acertamos que ela levaria a grana até onde haviam pedido e pegaria quem fosse buscá-la, armando- lhe uma arapuca. Foi comigo até uma agência de automóveis, a mesma onde eu havia comprado meu carro, e não tive di- ficuldades em negociá-lo - se bem que por um preço muito abaixo do que ele valia. A caminho de volta ao meu endereço, paramos numa loja de armamentos e ela pediu-me para com- prar uma caixa de balas. Comprei duas, para garantir a nossa
  • 37. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 37 sobrevivência. Já anoitecera quando voltamos ao meu apartamento. Tivemos que esperar a agência trocar um cheque no banco, contar todo o dinheiro e depois colocá-los em vários enve- lopes. Ao chegar em casa, procurei uma valise velha que eu tinha e arrumamos toda a grana dentro. Coube com folga. Eu estava consternado por perder meu carro, mas a vida da policial valia o sacrifício. Contava, porém, que ela pegasse o maníaco assassino e, assim, recuperaria meu dinheiro. Mas a vida de minha amada eu não teria de volta. Chorei com esses pensamentos, e a policial acariciou meus cabelos com pena de mim. Abracei-me a ela num choro convulsivo, desabando finalmente toda minha fortaleza. A sargento Simone me acalentava, enquanto lia de sos- laio o texto erótico que eu escrevera no laptop. Ainda estava lá, aberto na tela. Então olhou enternecida para mim e per- cebeu que eu estava embriagado demais. Sugeriu que eu to- masse um banho, mas eu já não tinha mais condições de me locomover sozinho. Ela amparou-me nos ombros e me levou até a suíte do meu quarto. Tirou todas as minhas roupas e me sentou no piso do banheiro, bem em baixo do chuveiro. Abriu -o, fazendo com que eu estremecesse de frio. O jato de água acabou molhando suas roupas. Resignada, tirou-as, ficando totalmente nua. Minha cabeça girava, mas consegui ver seus pequeninos seios com mamilos de bicos eriçados. Seu corpo era malhado, deixando-a sem barriga. No entanto, possuía os ombros largos e os músculos dos braços um tanto masculi- nizados. Não tinha pelos no púbis, por isso notei a sua vulva saliente, tipo capô de fusca. Mas não se comparava à “patinha de camelo” de Brigite. Apesar dos lábios pouco protuberantes, o grelo saltava da sua vulva. Media quase dois centímetros, como um pequeno pênis. Ela percebeu que eu olhava fixa- mente seu grelo e cobriu-o com as mãos, envergonhada. Reti-
  • 38. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime38 rei suas duas mãos dali, sem olhar para o seu rosto. Ela estava de pé, bem na minha frente. Eu estava ainda sentado no chão, com o chuveiro jorrando sobre mim. Apoiei-me com as duas mãos em suas ancas e encostei minha boca entre suas pernas. Lambi o clitóris e ele pareceu crescer um pouco mais. Ela me afastou com força, dizendo que eu estava embriagado, mas eu voltei a abocanhar seu sexo. Empurrava-me novamente e eu tornava a puxá-la mais para perto da minha boca. Até que ela finalmente cedeu... Desligou o chuveiro e colocou uma das coxas sobre meu ombro, segurando com as duas mãos minha cabeça. Comecei lambendo seu excitado grelo bem devagar e ela começou a tremer. Passei a língua, desde o seu ânus até o pinguelo, várias vezes, fazendo-a gritar de prazer. O clitóris já media, aproxi- madamente, uns três centímetros, duro como um mini-falo. Lambi toda a sua extensão, parando de vez em quando na sua ponta, passando a língua em movimentos circulares ali. Ela chorava, deliciando-se com as minhas carícias. Pedia mais e eu aumentava o ritmo das lambidas. Depois passei a chupar carinhosamente seu sexo diferente. Ela começou a ter espas- mos. A vulva tremia. Seu peito ofegava e seus mamilos esta- vam roxos e duros. Tremulei a língua em seu grelo e ela endoi- dou. Urrava como um animal. Apertava mais e mais minha cabeça contra seu sexo. Aí, gozou. Um gozo forte e esbranquiçado, jorrado das entranhas de sua vagina. Molhou-me o peito, como um jato de urina, e pareceu que era uma ejaculação masculina. Seu clitóris foi se retraindo e logo se escondeu entre a prega da vagina. Ela ficou se tremendo, olhando incrédula para mim. Passou um dedo no meu peito, colhendo um pouco do seu próprio esperma, e levou-o à boca. Disse-me num fio de voz que nunca ninguém a fizera gozar daquele jeito. Mas não di- zia isso feliz. Parecia uma reclamação. Vá se entender essas
  • 39. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 39 mulheres! Não deu mais atenção a mim. Banhou-se, pegou uma toalha e saiu do aposento, me deixando ainda sentado no chão. Meu pênis estava duríssimo. Consegui forças para me levantar e ligar o chuveiro. Permaneci de pé, tomando banho. Levei a mão ao pênis e me masturbei suavemente. No entanto, por mais que eu forçasse, não consegui ejacular. Nem quando concentrava meu pensamento na “patinha de camelo” de Bri- gite e punhetava o pênis mais sofregamente. Ainda estava em- briagado demais, e o falo entorpecido. Desisti e acabei de me ensaboar. Enrolei-me numa toalha e fui para a minha cama. Ela estava deitada num canto, coberta da cabeça aos pés. Ten- tei dar-lhe um beijo no rosto, mas ela se encolheu. Não tentei de novo. Adormeci logo. No outro dia, bem cedo, ela acordou-me já pronta para sair. Tinha a valise com os quarenta mil na mão e pediu-me para eu ficar desperto, próximo ao telefone. Iria sair bem cedo para poder preparar uma armadilha para o chantagista, no local da entrega. Pedi para ir com ela, temeroso por sua vida. Ela impediu-me veementemente de ir junto. Prometi ficar co- lado ao telefone. Beijou-me levemente nos lábios e pediu que eu fechasse bem a porta logo após sua saída. Desejei-lhe boa sorte quando ela pegou o elevador. E sentei-me no sofá, bem perto do telefone, esperando sua ligação... Eu tirei um cochilo, ainda ressacado da bebida con- sumida no dia anterior. A goela estava seca, mas não ousei tomar nova dose até saber de notícias da policial. Acordei as- sustado com o barulho do telefone tocando. Dei um pulo e atendi depressa. Era a mesma voz impostada, dizendo que eu não havia cumprido com o prometido. Mas agradecia por eu ter-lhe entregue a sargento de bandeja, junto com o dinheiro. Estava zangado por eu ter envolvido a polícia, e falou que iria me punir por isso. Prometeu que eu teria notícias da policial em poucas horas. E, mais uma vez, desligou antes que eu dis-
  • 40. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime40 sesse qualquer coisa. Liguei imediatamente para o celular da sargento Simo- ne. Estava desligado. Tentei várias vezes, religando em peque- nos intervalos, mas nada de conseguir falar com ela. Liguei então para a delegacia e disseram que ela não estava. Não ti- nha ido trabalhar naquela manhã. Mas pediram meu número, dizendo que ela me ligaria assim que chegasse. Não deixei meu número. Desliguei e fiquei por um tempo pensativo. Ainda estava nu, sentado no sofá. Dei um pulo e fui vestir uma roupa qualquer, pensando em ir até o local onde acharam o corpo de Brigite. Quando enfiava uma camisa de malha pela cabeça, tocaram a campainha da porta. Fui atender imediatamente. Era minha faxineira, toda desconfiada, com um grande en- velope na mão. Pediu-me desculpas por tocar a campainha, mas não arriscava mais abrir a porta com a cópia da chave que eu havia lhe dado, temerosa de me ver pelado mais uma vez. Entregou-me o envelope amarelo, dizendo que tinham dado a ela na portaria. Pedi desculpas por ela ter me visto nu, disse que estava passando por momentos difíceis e agradeci por ela ter-me trazido o envelope. Abri-o imediatamente. Gelei. O envelope continha umas série de fotos, bati- das em vários ângulos, impressas em copiadora barata, a jato de tinta. As primeiras eram do corpo carbonizado da minha amada Brigite. As outras, eram closes da sargento Simone. Ti- nha os olhos arregalados e um buraco de bala bem no meio da testa. Minha faxineira percebeu que eu havia ficado lívido, olhando para as fotografias, e perguntou se estava tudo bem. Balbuciei algumas palavras e senti a cabeça girar velozmente. Não senti mais minhas pernas e desabei no chão, perdendo os sentidos...
  • 41. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 41 5. Fodi seu cuzinho encarando Ana e João Minha faxineira sabia bem como curar uma bebedei- ra. Após me acordar do meu repentino desmaio me jogando água gelada no rosto, preparou-me um chá com uma mistura de várias ervas, compradas no mercadinho da esquina. Tomei a infusão e logo a zonzeira desapareceu da minha cabeça. Contei-lhe tudo o que vinha me aconte- cendo nesses últimos dias, e quem teve que tomar um cal- mante foi ela. Depois, já mais calma, perguntou-me o que eu pretendia fazer. Ainda abalado, não tinha nem idéia. Mas estava certo de que a primeira coisa a fazer era visitar o lo- cal onde eu mesmo deveria ter deixado a valise com os 40 mil reais, pedido pelo maníaco assassino. Eu envolvera a pobre policial Simone e agora ela estava morta. Voltei à es- taca inicial. Ainda não sabia a identidade do seu assassino,
  • 42. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime42 que era o mesmo que havia assassinado brutalmente minha amada Brigite, carbonizando seu belo corpo de manequim. Minha faxineira achava que eu deveria procurar a polícia. Cheguei finalmente ao local onde deveria ter deixado o dinheiro. O fusquinha lilás da minha amada já havia sido recolhido, e não havia mais as marcas no solo, feitas pela po- lícia técnica. Não havia também nenhum vestígio de pega- das. Achei estranho. Deveria ter pegadas ali, se a sargento ou o assassino tivesse estado naquele local. Eu havia ido de táxi, e o motorista aguardava todo desconfiado eu procurar ves- tígios no chão. Tirei as fotos do envelope amarelo que trazia comigo e olhei mais friamente para elas. Foi quando percebi que as fotografias da policial não haviam sido tiradas ali. Era como se ela tivesse sido fotografada deitada numa cama, pois havia umas flores estampadas sob seus cabelos. Parecia uma colcha rosa claro. Decerto o assassino a havia surpreendido naquele matagal e a levara a algum lugar, matando-a em se- guida, pois eu recebera as fotos com apenas algumas horas após sua saída do meu apartamento. A imagem deve ter sido reproduzida de um aparelho celular, já que perdeu resolução na ampliação e impressão em papel, usando uma impresso- ra jato de tinta barata. Voltei ao táxi. Não tinha mais nada a fazer ali. Resolvi voltar à casa de festas onde eu conhecera Bri- gite. Acreditava que poderia chegar até a agência para a qual ela trabalhava. O administrador do local foi bastante atencio- so comigo, ao saber que eu era jornalista, e foi procurar os papéis onde tinha o nome da agência e o endereço. Agradeci e segui no mesmo táxi até lá. Era intervalo para almoço, e só encontrei duas modelos na sala que servia de escritório, num prédio comercial. Era uma agência pequena e achei que todos se conheciam. Mas as duas modelos não souberam, ou não quiseram, me dar informações sobre minha amada.
  • 43. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 43 Quando já estava de saída, entrou uma bicha loira muito ele- gante. Reconheceu-me logo como Felipe Marques, jornalista, e lembrou-se de eu ter saído com Brigite dias antes do seu desaparecimento. Não sabia da morte da minha amada. Chorou convulsivamente, quando eu lhe dei a má notí- cia. Perguntei se ele desconfiava de alguém que pudesse fazer mal a ela e a bicha, irada, acusou seu namorado bigodudo de voz fina. Disse que ele tinha muito ciúme dela, e que im- pedia a coitada até de conversar com as outras modelos. Se fosse homem, então... Mas não sabia muito do casal, apesar de que, por ser gay, tornara-se facilmente amiga dela, já que não era ameaça para o seu namorado chatérrimo. Conti- nuou falando com seus trejeitos e linguagem peculiar, mas não disse nada que me interessasse. Então, perguntei quais as características do bofe. A bichinha viajou na descrição: ca- belos pretos e espetados, parecendo uma peruca barata. Um bigodão desproporcional ao seu rosto. Estava sempre metido num terno barato, mas de corte perfeito. Os sapatos eram ca- ros, mas pareciam maiores que seus pés. Evitava falar, talvez envergonhado da sua voz de garoto, apesar de aparentar mais de trinta anos. Perguntei se Brigite demonstrava carinho por ele, e a bicha me respondeu que ela o tratava com indiferença. Mas ele não desgrudava dela, sempre que vinha acompanhar seus ensaios ou esperar que ela largasse do trabalho. Perguntei se havia o endereço de Brigite em algum do- cumento da agência e me levou até sua sala. Mexeu entre os papéis dela e encontrou uma pasta contendo várias fotocó- pias de documentos. Procuramos e encontramos um envelo- pe contendo propaganda de cosméticos com o seu endereço. E, para a nossa surpresa, também encontramos uma fotogra- fia de Brigite abraçada ao namorado. Ambos estavam sorri- dentes e ela abraçava-se a ele carinhosamente. Confesso que fiquei enciumado. Pedi à bicha para ficar com a foto. Ela deu
  • 44. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime44 de ombros. Mas disse que queria algo em troca, pegando no meu volume entre as pernas e semicerrando os olhos, num trejeito de tesão. Esclareci-lhe que o meu negócio era mulher e despedi-me dele, deixando-o frustrado. Entrei no táxi, que esperava por mim na frente do pré- dio onde ficava a agência. O motorista já estava impacien- te, achando que eu tinha me evadido sem pagar a corrida. Resolvi dispensá-lo. Saldei minha dívida com ele e caminhei até o primeiro bar que encontrei, bem do outro lado da rua. Era um bar muito aconchegante, apesar de ser pequeno. As mesas eram limpas e bem arrumadas, e a decoração era bem anos sessenta. Entrei e me sentei em uma das mesas. Olhei em volta e vi o nome do bar, escrito na vidraça que dava para a rua: Recanto dos Poetas. Sorri, olhando para as poucas pes- soas que estavam no recinto. Todos tinham papéis ou um laptop sobre a mesa. Eu devia ter trazido o meu. A garçonete se aproximou e fiz o meu pedido. Queria algum tira-gosto que acompanhasse bem uma dose dupla de Campari. Ela me trouxe uma tábua de frios muito variada e provei de cada pe- tisco, alternando com um bebericado da bebida. Aprovei e agradeci. A garçonete afastou-se de mim, sorridente. Estive por um momento perdido nos meus pensamen- tos, aí senti uma mão no meu ombro. Era um velho amigo, o poeta Angelo Tomasini. Pedi que sentasse e passamos a conversar animadamente. Mas as minhas faltas regulares no jornal já estavam na boca do mundo. Perguntou-me o que es- tava havendo. Resolvi me abrir com ele. Foi mais um que me aconselhou procurar a polícia. Depois falamos sobre traba- lho, e ele me disse estar empenhado em escrever seu primei- ro livro de poesias. Com isso, estava negligenciando alguns clientes escritores, para os quais costumava escrever trechos eróticos para apimentar os seus livros. Sabia que eu gostava muito de eróticos e perguntou se eu não queria terceirizar al-
  • 45. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 45 guns trabalhos. Disse que iria pensar e lhe mandaria algumas amostras do que eu já havia escrito. Despedimo-nos com a promessa de eu lhe enviar uns três contos eróticos por cor- reio eletrônico. Ele foi embora, me deixando com as fotos na mão e o copo de Campari na outra. Sorvi a bebida de um grande gole e pedi outra dose dupla. A garçonete veio me atender, mas tomou um susto quando viu as fotos que eu tinha em mãos. Disse conhecer o casal da foto. Costumavam beber naquele bar, depois que a modelo largava do emprego. Pedi que ela sentasse e me falas- se mais sobre ambos. Ela disse que não o poderia fazê-lo em horário de expediente. Porém, se eu pudesse esperá-la e pa- gar-lhe um drinque depois, ela me contaria tudo o que sabia sobre eles. Aceitei o acordo. Só não sabia que ela demoraria tanto a encerrar seu expediente... Depois da sexta dose dupla, esperando a garçonete lar- gar, eu já estava pra lá de bêbado. O bar enchera de repente, e ela ficou cada vez mais atarefada. Limpava minha mesa e falava carinhosamente comigo, impedindo que eu desmoro- nasse ali mesmo. Mas não adiantou. Devo ter arriado, pois não me lembro como saí dali. Acordei deitado nu, num sofá que não era o meu. Levantei-me num salto, olhando em vol- ta. Não conhecia aquele lugar. Parecia uma quitinete. Pobre, porém bem arrumada. Escutei um choro de criança e uma figura feminina, totalmente nua, saiu do quarto e veio até a sala onde eu estava. Pegou um bebê, que estava em um berço num canto do cubículo, e se aproximou de mim acalentando -o. Havia me visto sentado no sofá e veio saber se eu estava bem. Perguntei como chegara até ali e ela disse que foi com a ajuda de um taxista amigo dela. Eu não soubera dizer onde morava, de tão embriagado, e ela resolveu me trazer para sua casa. Agradeci a gentileza e quis ir embora, mas ela disse que era muito tarde. Que eu deixasse para ir de manhã. Aquietei-
  • 46. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime46 me. Sentou-se junto a mim, nua do jeito que estava, e se pôs a dar de mamar ao bebê. Era uma menina saudável. Ri da sua gulodice, sugando o peito. Mas fiquei hipnotizado pelos seios dela. Eram muito bonitos. Não havia reparado isso, lá no bar. Ela percebeu que eu estava olhando-a e perguntou sapeca se eu queria mamar no outro peito. Disse-lhe que não, pedindo desculpas por minha indiscrição, mas ela insistiu. Explicou que a pequena não gostava muito de mamar, e se satisfazia com um único peito. Aí ela ficava com o outro cheio e tinha que desmamá-lo. Preferia que eu fizesse isso. Não tive outro jeito. Coloquei a boca no seu mamilo rosado e suguei praze- rosamente seu leite. Nem lembrava mais o gosto. Gostei tanto que, mesmo depois de sentir o líquido faltar, continuei ma- mando. Ela começou a gemer baixinho. Percebi que passou a segurar a criança com uma só mão e levou a outra ao seu sexo. Começou a se masturbar suavemente, de olhos fecha- dos. Então eu passei a lamber seus mamilos. Ela gemeu mais alto. Brinquei com ele em minha boca, tremulando a língua no bico. Ela aumentou a velocidade dos movimentos da mão na vulva. Retirei sua mão dali e coloquei a minha. Ela abriu mais as pernas. Coloquei meu dedo e friccionei devagar. Ela voltou sua cabeça para o meu lado e pediu que eu a beijasse. Parei de mamar-lhe o seio e procurei sua boca. Ela beijou-me gulosamente, de vez em quando mordiscando meus lábios. Era o sinal para eu enfiar mais o dedo e apressar os movimen- tos. Coloquei dois dedos dentro da sua greta e pressionei. Ela empinou o ventre, soltando um urro. A criança chorou e ela acalentou-a com movimentos dos braços, sem parar de me beijar. Não parei de masturbar sua vulva. O bebê calou-se. Ela voltou a me beijar, cada vez mais sôfrega. Estava enchar- cada entre as pernas. Começou a tremer convulsivamente. Pressenti seu orgasmo e passei a friccionar suavemente seu clitóris. Ela gemia demoradamente, e bem alto. De repente,
  • 47. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 47 levantou-se e devolveu a menina ao berço. Voltou imediata- mente e se pôs de quatro, no sofá. Salivei a mão e umedeci seu ânus. Apontei minha glande e enfiei devagar. Estava mui- to apertado. Ela pegou meu pênis e apontou melhor. Depois relaxou o botão, fazendo-me invadir seu canal... Segurei suas ancas e fiquei parado. Ela começou a mo- vimentar-se suavemente para frente e para trás, se enfiando no meu cacete duríssimo. Retirava todo o meu pau de den- tro e logo depois se estrepava até o talo. Fazia isso devagar, sem pressa, para não gozar logo. Nem eu. Acompanhei seu jogo. Ajeitei-me melhor no sofá e ajudei-a nos movimentos, pressionando sua bunda quando pressentia meu gozo. Ela dava uma paradinha. Ou então, quando já ia gozar, retirava meu pênis totalmente de dentro. Arfava por um momento e voltava a se enfiar no meu falo. Abri os olhos, que até então estavam fechados, deixando-me concentrado nos movimen- tos. Foi quando vi uma inscrição nas suas costas, bem abaixo do pescoço. Estava escrito em maiúsculas: Ana e João. Era uma tatuagem antiga, talvez feita quando ela era bem mais nova. Decerto, não casara com seu amor de juventude, fican- do marcada com seu nome pro resto da vida, se não queimas- se aquela tatuagem. Essa visão me favoreceu pois, enquanto eu divagava a respeito da sua marca nas costas, ela aumen- tou o ritmo dos movimentos. Urrava alucinada, tendo um orgasmo. Caí em mim, tentando acompanhá-la com estoca- das mais firmes. Jogou as duas mãos para trás e agarrou-se às minhas nádegas, enfiando-se mais ainda em mim. Jorrei finalmente no seu âmago e ela chorou de prazer. Estivemos, por um tempo, abraçados, sem dizer uma só palavra. Depois ela me agradeceu pelo prazer proporcio- nado. Disse que há muito não tinha uma relação sexual. O pai da sua filha abandonou-a quando soube que ela estava grá- vida e desde então não tivera mais ninguém. Mentia. Tivera,
  • 48. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime48 sim, alguns parceiros, mas que ficavam enciumados com o nome do seu amor tatuado nas costas. Alguns até brochavam ao ler a inscrição. Sempre terminava o ato sexual em brigas. Aí, desistiu de procurar mais alguém. Como gostava mais de fazer sexo anal, até porque ficara traumatizada com a gra- videz e abandono, e não queria mais um filho, ficava difícil de esconder a tatuagem. E não tinha dinheiro para apagá-la. Namorara João desde crianças, aí resolveram se tatuar juntos. Ela fizera nas costas e ele, mostrando-se valente, fez no pênis. Sorri, imaginando a reação de sua nova namorada chupan- do seu cacete e lendo o nome da ex dele. Ela pareceu adivi- nhar meus pensamentos pois agachou-se e beijou meu pênis. Conversou com ele baixinho, como se estivesse conversando comigo. Disse que ele era prazeroso e que iria querer provar seu sabor. Lambeu a glande, sem se preocupar por onde ela tinha estado. Fechei os olhos e abri mais as pernas. Ela apal- pava meus testículos enquanto me mamava o cacete. Dizia para ele que agora era ela que queria leitinho. Masturbou-o com os lábios, às vezes enfiando-o até a goela. Prendia-o com ela, evitando engasgar, e fazia movimentos com a cabeça. Eu sentia como se estivesse metendo na sua garganta. Aí ejaculei novamente, e ela engoliu toda minha porra, lambendo depois os lábios. Aí eu arriei, exausto. Ela aninhou-se ao meu peito e dormimos abraçadinhos ali mesmo, no sofá. No outro dia, acordei com o cheirinho de café no ar. Ela preparara um desjejum e trouxera até mim. Disse que eu teria que esperar minhas roupas secarem, pois as tinha lava- do. Eu mijara nas calças, lá no bar, e elas só fediam a mijo. Fiz que não entendi o seu estratagema para me reter mais tempo na sua casa e agradeci o café, oferecido de bom grado. Estra- nhamente, eu acordara bem feliz. Pela primeira vez, em dias, não me deparei com um cadáver à minha volta. Depois de comer comigo algo, pegou a criança que acordara chorando. Vestia uma blusa curta, pouco transparente, mas que ressal-
  • 49. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 49 tava os biquinhos dos seus seios. Levantou um lado e botou um dos peitos para fora, por baixo da vestimenta. Perguntei se não seria melhor ela dar de mamar despida, como fizera na madrugada. Ela me respondeu que havia encontrado um jeito de não repararem mais em sua tatuagem. Passaria a fa- zer amor, sempre vestida com uma blusinha daquelas. E eu seria o primeiro, já, já a inaugurar essa sua nova técnica. Sorri maravilhado...
  • 50. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime50 6. Tarada por sexo PasseidoisdiasmaravilhososcomAna,agarçonete.Elatra- balhava em turnos alternados, então pudemos ficar quase otempotodofazendoamor.Devezemquando,éramosinter- rompidos pelo choro da sua bebê. Mas, bastava dar-lhe o pei- to que a pequena calava e depois dormia tranquila. Aprendi a dar banho e trocar a fralda. No início, me enrolava todo mas, depois da terceira ou quarta vez, eu já estava craque. Como prêmio, recebia os melhores carinhos de Ana. Não bebi nem uma gota de álcool nesses dois dias. Ela não deixou. Aí, perce- bi que só me dava vontade de encher a cara quando pensava em Brigite, minha amada. Sempre me vinha aquela sensação de estar traindo ela, mas era preciso esquecê-la. Brigite esta- va morta, eu jamais teria novamente seus carinhos. Jamais olharia de novo para sua linda vulva, que parecia uma pata de camelo, tal a sua saliência. O rasgo apertado, sem deixar ver os lábios vaginais, me causavam tesão só em imaginá-los.
  • 51. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 51 Olhando novamente para as fotos, Ana reconheceu o namorado de Brigite como o policial que às vezes ia buscá-la na agência, defronte ao bar onde ela trabalhava como gar- çonete há vários meses. Concordou que ele tinha um jeitão homossexual, e até voz de adolescente. Mas afirmou que ele não parava de olhar para os seus seios quando atendia o casal à mesa. Certa vez, havia atrevidamente metido a mão entre suas coxas, quando estava ainda sozinho, esperando a mode- lo. Nesse dia estava fardado, e tinha divisas de sargento. Aí eu me lembrei do policial bigodudo que emparelhou comigo, quando eu saí do local onde haviam encontrado o corpo car- bonizado de Brigite, e fui parar no bar onde conheci a mo- rena atriz-pornô. Ele esteve lá, também, naquele inferninho, e pagou um sanduíche para a prostituta Simone. Agora eu entendia o porquê de ele estar me seguindo. Com certeza, pensou que eu era um caso de Brigite. Mas, e se fosse ele o assassino? Eu tinha que investigar isso... No fim do segundo dia que eu estava com Ana, ela me disse que precisava ir trabalhar. Ligou para uma amiga que cuidava da sua filha, enquanto ela dava turno no bar-lancho- nete, mas ela estava muito doente, não podia servir de babá naquela noite. Sobrou pra mim. A pedido, findei concordan- do em ficar com a criança enquanto Ana trabalhava. Pediu por tudo que era sagrado que eu não bebesse e, assim, negli- genciasse a criança. Colocou duas mamadeiras cheias de leite do peito, na geladeira, para que eu alimentasse a filha. Dei- xou-me o número do seu celular e o telefone da lanchonete, caso eu precisasse falar com ela. Saiu para trabalhar depois de me beijar agradecida. Eu fiquei assistindo televisão, apro- veitando que a bebê estava dormindo. Aí, bateram à porta... Fiquei indeciso se abria ou não. Mas bateram tão in- sistentemente que resolvi abrir. Era um negrão embriagado
  • 52. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime52 que, ao me ver, ficou muito zangado. Perguntou por Ana e eu disse que tinha ido trabalhar. Aí ele perguntou pela filha dele. Saquei logo que era o pai fujão. Quis o endereço do trabalho da garçonete, mas eu me neguei a dar. Não estava autorizado a isso. Ele insistiu e eu voltei a negar. Tivemos uma discussão calorosa. Não voltei atrás. Para o meu espanto, ele desabou num choro convulsivo. Entre soluços, disse estar arrependido de ter largado as duas e queria voltar. Fugira antes por estar desempregado e sem condições de sustentar a mulher e a fi- lha. Mas pensou melhor e viu que estava agindo errado. Pro- curou e encontrou emprego. Quando assinaram sua carteira, viu que tinha condições de voltar. Fiquei emocionado com a sinceridade que ele demons- trava e liguei para Ana. Contei o que estava acontecendo. Ela pediu-me para dizer a ele que esperasse, pois ela estava se de- mitindo da lanchonete e voltando para casa. Dei o recado. Ele abraçou-se a mim e me beijou nas faces, com aquele fedor de cachaça. Aí pensei na repulsa que deviam ter de mim quando eu ficava de porre, fedendo a bebida. Esperei Ana chegar e saí sem me despedir dos dois, deixando-os aos beijos, radiantes de felicidade. Jurei que não iria mais beber. Mas quebrei mi- nha promessa logo assim que achei o primeiro bar aberto. A noite ainda era uma criança... Tomei duas doses duplas de Campari e saí do bar. Era um ambiente gay. Não me senti bem com os olhares a mim direcionados. Um deles chegou a me piscar o olho, e isso apressou a minha saída. Peguei um táxi querendo sair logo Dalí. Era um bairro que eu não conhecia, então preferi ir mais para perto de casa. Foi quando passei em frente à de- legacia onde deveria ter ido dar meu depoimento à sargento Simone que tive a idéia. Procuraria pelo sargento, namorado dela, mostrando a foto do casal. Desci no primeiro bar que encontrei próximo ao prédio da delegacia. Estava lotado de
  • 53. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 53 policiais. Não havia uma única mesa desocupada. Em algu- mas, havia policiais à paisana tomando umas geladas. Em ou- tras, representantes da lei fardados, tomando refrigerantes ou água mineral. Num canto, havia uma policial fardada toman- do um suco e lendo um livro. Tinha três cadeiras sobrando em sua mesa. Perguntei se podia ocupar uma delas. Sem tirar os olhos do livro, disse que eu podia levar a cadeira. Pedi para dividir a mesa consigo. Ela me respondeu que, se quisesse companhia, estaria sentada junto com os outros... Pedi desculpas por perturbar a sua leitura e fiz menção de sair de perto. Aí ela fechou o livro que lia e olhou final- mente para mim. Percebendo que eu não era policial, pediu desculpas pela grosseria e convidou-me a sentar. Titubeei um pouco, mas aceitei o convite. Curiosa, perguntou-me o que eu estava fazendo num bar frequentado exclusivamente por policiais. Respondi que procurava um amigo que há muito não via, e mostrei a foto que tirei do envelope, apontando o namorado de Brigite. Ela esteve alguns segundos olhando a foto, depois deu de ombros. Disse não reconhecer o cara. Talvez fosse de outra delegacia. Mas pareceu reconhecer Bri- gite. Disse que já a vira em algum lugar. Eu falei que ela era modelo. Aí ela olhou mais detidamente para o meu rosto. Reconheceu-me como Felipe Marques, jornalista. Disse que sempre acompanhava minhas reportagens na TV. Pediu meu autógrafo no livro que estava lendo. Fez questão de dizer que eu era mais bonito pessoalmente... Agradeci o elogio e peguei o livro que ela me dava para que eu autografasse. Olhei a capa e percebi ser de autoria de Angelo Tomasini, meu amigo poeta e escritor. Disse isso, en- tão ela quis fazer um acordo comigo. Acharia o policial da foto e eu pediria ao Angelo para autografar seu livro, quando o encontrasse. Selamos nosso trato com um efusivo aperto de mãos. Eu lhe dei meu cartão de visitas e ela anotou para
  • 54. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime54 mim o seu telefone em uma folha de guardanapo, para eu avisar quando encontrasse com o poeta, de modo a ela me trazer o livro para ser autografado. Guardei o papel no bolso e ela levantou-se para ir embora. Acabara seu intervalo e iria fazer sua última ronda noturna. Eu disse que iria ficar mais um pouco e ela prometeu tomar uma cerveja comigo, caso eu estivesse ainda no bar quando ela largasse. Pediu-me a foto com o casal e eu dei, apesar de relutante. Não queria correr o risco de perder a única foto que eu tinha de minha amada. Mas resolvi confiar na policial. Tarsila foi o nome que me deu escrito no pedaço de papel. Foi embora, prometendo voltar... Quando retornou, sem a farda, eu nem a reconheci. Es- tava com os negros cabelos soltos e parecia ter passado em casa antes de vir até mim. Cheirava deliciosamente a sabo- nete feminino, denotando ter tomado um demorado banho. Vestia uma blusa de malha cinza médio e uma calça em jeans que ressaltava bem suas formas. Era alta e de pernas longas e bem feitas, mas olhei imediatamente para sua saliência entre as pernas. Não tinha capô de fusca. Suspirei decepcionado. Depois é que olhei para o seu rosto. Muito bonito, apesar do excesso de maquiagem. Sempre gostei de mulheres mais ao natural, sem sombras nos olhos e sem batom. Fez-me lem- brar novamente Brigite, que se vestia com simplicidade e não se pintava, a menos que estivesse desfilando. Tarsila ignorou os assovios dados pelos clientes que estavam no bar e sentou- se junto de mim sorridente. Agradeceu meus elogios à sua beleza e pediu uma cerveja. Depois, tirou a foto de dentro da bolsa que tinha ao colo... Assim que o dono do bar, que portava uma arma na cintura, encheu seu copo devagar, evitando fazer espuma, to- mou um longo gole e estalou os lábios em sinal de aprovação pela bebida geladíssima. Então, foi direto ao assunto. Apon- tou o namorado de Brigite e disse que o cara não havia sido
  • 55. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 55 reconhecido pelos policiais a quem mostrou a foto. Olhou direto nos meus olhos e pediu-me para contar aquela história direito. Indagou por que eu mentira, dizendo que ele era da polícia. Perguntou-me, desconfiada, qual o verdadeiro mo- tivo de eu estar procurando por ele. Confessei ter mentido, mas inventei que estava ajudando a policial Simone numa investigação. Ela conhecia a sargento. Mas parecia não saber do seu assassinato. Perguntei pela policial e ela gritou para todos do bar, querendo saber quem a tinha visto naquele dia. Alguém respondeu que fazia uns três dias que ela não apare- cia na delegacia. Fiquei tenso, sem saber se poderia me abrir com Tarsila. Mas era tarde demais para isso. Ela já cismara que eu escondia algo. Era melhor ser sincero com ela. Mos- trei-lhe as fotos que eu tinha no envelope e ela gelou. Pegou- me pela mão, gritou para o dono do bar que depois acertava nossas contas e me tirou dali. Entramos em seu carro, um Fiat Uno preto, que estava estacionado na frente do bar. Acendeu a luzinha interna e olhou mais uma vez para as fotos da sargento Simone com um tiro na testa. Perguntou como eu as tinha conseguido. Contei toda a história desde o começo. Ela esteve pensati- va por alguns momentos e depois me olhou bem dentro dos olhos. Deve ter percebido que eu dizia a verdade, pois me disse que eu estava numa grande encrenca. Assim que o pes- soal soubesse que uma policial fora morta, minha vida iria se tornar um inferno. Todos iriam querer me pressionar a eu cuspir tudo que eu sabia, ávidos por vingar a colega de tra- balho. Fez uma ligação do seu celular e saiu do carro, me pe- dindo para eu esperar. Conversou por um longo tempo com alguém, mas não ouvi o que dizia, pois ela estava um pouco distante e falava baixinho. Depois entrou novamente no car- ro e fez manobras para sair do estacionamento. Dez minu- tos após, paramos numa praça bem iluminada e sentamos num dos bancos. Pouco depois, estacionaram um carro bem
  • 56. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime56 atrás do dela. Dele, desceu um senhor nada amistoso. Ela o apresentou como o delegado Vargas, seu chefe. Ele resmun- gou-me alguma coisa e pediu-me as fotos. Deu uma olhada demorada nelas, repassando-as várias vezes, e pediu que eu repetisse a história contada para a policial Tarsila. Fiz isso. Vargas pediu-me para que eu não publicasse nada, por enquanto. Eu não mencionei ter deixado de ir trabalhar já havia alguns dias, e que decerto estaria demitido. Concordei em guardar segredo sobre o assassinato da sargento. Ele afas- tou-se com a policial Tarsila e estiveram conversando por um instante. Deu-lhe algumas instruções e foi embora, sem nem mesmo se despedir de mim. Tarsila desculpou-se por ele e perguntou onde eu morava. Queria dar uma olhada em meu apartamento. Fomos juntos para lá. Ela ficou fuçando minhas coisas enquanto eu me servia de uma dose tripla de Campari. Recusou-se a beber. Disse que estava novamente de serviço, e não bebia enquanto trabalhava. Dei de ombros e tomei a dose de um só gole. Peguei meu laptop e abri meu correio eletrônico, só para passar o tempo. Ela abriu meu aparelho telefônico e esteve olhando dentro dele. Depois, ligou para a delegacia e pediu alguém para instalar uma escuta telefônica. Com menos de quinze minutos, alguém bateu na minha por- ta e ela mesma foi abrir. Entrou um cara, que esteve mexendo no meu telefone e depois foi embora. Ela agradeceu com um beijo no rosto, antes de ele sair, e o cara seguiu sorridente. Só então ela sentou no sofá, ao meu lado, e pediu para que eu lhe servisse uma dose. A policial Tarsila ficou o tempo todo absorta, e eu não me atrevi a interromper seu silêncio. Finalmente, indagou onde podia se deitar, pois passaria a noite a esperar um novo telefonema do assassino. Perguntou-me se eu me importaria de ela passar uns dias no meu apartamento, à espera de novo contato, e eu lhe ofereci a minha cama. Eu dormiria no sofá.
  • 57. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime 57 Ela agradeceu-me pela generosidade e entrou no meu quarto. De lá, disse que iria deixar a porta aberta e que eu a chamas- se, caso recebesse algum telefonema. Mas não atendesse sem que ela estivesse ao meu lado. Concordei. Então ela tirou a roupa, sem se importar que eu estivesse olhando. Seu corpo esguio era lindo. Deu-me um tesão imediato. Deixou as rou- pas largadas no chão e caminhou até a suíte, desaparecendo do meu campo visual. Voltei minha atenção para o laptop e resolvi escrever algo erótico para enviar para o meu amigo Angelo. Quem sabe ele me indicaria um dos seus amigos es- critores, mostrando meus escritos a eles, como combinamos dias antes? “O corpo esguio tinha cheiro de pólvora. Meu sexo es- tava a ponto de bala. Sua cartucheira estava úmida e escor- regadia, permitindo meu cano entrar e sair com grande rapi- dez e eficiência. Ela gemia, como se tivesse sido alvejada por um petardo. O líquido branco derramava-se, como se tivesse sido atingida mortalmente na vagina. Calibrei minha arma e pressionei o cano com mais força, intimando-a ao primeiro orgasmo. Ela teve uma crise espasmódica e pensei que fosse morrer. Mesmo assim, disparei várias vezes bem dentro da gruta escura e quente. Acompanhei uníssono seus esterto- res. Ela abraçou-me com as pernas, como se quisesse sugar o último suspiro de mim. Atirei novamente, até gastar toda a minha munição. Então, quem morreu fui eu...” Quando me preparava para enviar esse e os outros tex- tos que selecionara para meu amigo Angelo, uma mão tocou o meu ombro. Senti a maciez do toque e o cheiro de sabo- nete, mas desta vez era o que eu usava. Abraçou-se ao meu pescoço, por trás de mim, e esticou-se para ler o texto que eu acabara de escrever. Dizendo-se excitada, beijou-me a ore- lha e tremulou sua língua dentro, me causando um imediato arrepio. Confessou-me ser tarada por sexo e leitora assídua
  • 58. BRIGITE - Sexo, Amor & Crime58 de contos eróticos na Net, que lia para se masturbar. Adorou saber que eu também os escrevia. Aí lembrei que o título do livro que ela estava lendo, do meu amigo Angelo, era bem erótico. Então ela rodeou o sofá e sentou-se em minhas per- nas, afastando o laptop. Ofereceu-me o seio direito e eu disse que preferia o esquerdo. Nele, ainda restava o cheiro do seu próprio sabonete, mais feminino. Ela riu gostosamente e fez a minha vontade. Percebi as cicatrizes nas mamas, indican- do que ela fizera redução delas. Imaginei-a de seios fartos e achei que ficaram melhores após a cirurgia. Suguei os ma- milos rosados e durinhos, arrancando gemidos extasiados. Ela apalpava-me como se me revistasse. Achou, finalmente, meu cano grosso. Apontou-o para a sua vulva e levantou os braços, se fazendo de rendida. Mesmo assim, travamos uma intensa luta à mão armada. Ela, engatilhando seu botão der- radeiro, salivando-o com o próprio dedo. Eu atacava de arma branca, fincando-lhe minha espada na vagina. Ela quis ser morta à traição, virando-se de costas. Atirei todo o meu gros- so calibre. Ela tombou de cima de mim e se esparramou no chão. Cobri seu corpo com o meu...