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ASSASSINA 1
ASSASSINA2
ASSASSINA 3
1. Estuprada por um tarado
Adetetive Ava Santacruz estava feliz. Tinha cumprido
uma missão em apenas um dia, apesar de ter perdido
o irmão por causa disso. Ossos do ofício, até porque ele já se
considerava cadáver mesmo! Tinha câncer terminal e ambos
já esperavam pelo fim dos seus dias. Por isso, o pobre irmão
já não era tão cuidadoso, ao enfrentar o mais perigoso da
profissão: lidar com assassinos profissionais.
As coisas poderiam ter terminado melhor se o jovem
neto do seu contratante, o rapaz chamado Henrico, tivesse
vindo com ela. Tinha ganho um bom dinheiro, que não foi
preciso dividir com o irmão falecido, além de duas passagens
para os Estados Unidos. Seu passaporte estava okay e ela saiu
da pousada onde estava hospedada, no centro do Recife, a
procura de um táxi que a levasse ao Aeroporto Internacio-
nal dos Guararapes. Carregava apenas uma pequena valise
ASSASSINA4
na mão, contendo uns poucos pertences: uma muda de rou-
pas, documentos falsificados e produtos de higiene pessoal.
Nenhuma arma, pois sabia que seria difícil passar com ela, se
revistassem suas coisas. Se precisasse, compraria uma arma
clandestinamente no país de destino. Viu se aproximar um
táxi e fez-lhe um sinal com a mão desocupada. O veículo pa-
rou uns dez metros adiante, mas voltou de ré para perto da
detetive. Um jovem bonitão inclinou-se em direção à janela
e disse para ela:
- Boa noite, moça. Estou indo apanhar uma passageira
mas, se pretende ir em direção ao bairro de Boa Viagem, pos-
so te dar uma carona. Não precisa pagar.
- Estou indo para o aeroporto, sim - disse a ruiva ma-
gra, mas de corpo atlético.
- Incomoda-se que eu pegue uma passageira no cami-
nho? Iremos com ela até o aeroporto, te deixo lá, e depois eu
sigo o itinerário que ela me pedir.
- Ela não vai ficar chateada de me ver no carro?
- Ela é um pouco ciumenta, é verdade, mas eu saberei
domar a fera.
Ava entrou no táxi e sentou-se ao lado do motorista.
Ele era bonito, cheiroso e muito simpático, e foram conver-
sando até que ele estacionou na frente de um hotel de luxo, na
orla de Boa Viagem, bairro nobre do Recife. Uma ruiva boni-
tona e de corpo escultural entrou no carro, portando uma va-
lise parecida com a que Ava carregava, e sentou-se no banco
traseiro. Beijou o motorista nos lábios, quando ele esticou-se
para trás. Ele perguntou:
- Tudo bem, Rebeka? Como foi o encontro?
- Depois te conto. Quem é a nossa carona?
- Uma jovem que precisa ir para o aeroporto. Depois,
eu e você tomamos uns goles nalgum barzinho e conversa-
mos, ok?
- Tudo bem. Mas quero que me deixe primeiro no ho-
ASSASSINA 5
tel. Subo e desço logo. É quase caminho do aeroporto, e o
conteúdo da valise é muito importante para que eu fique com
ela pra lá e pra cá. - Disse a ruiva, sem nem cumprimentar a
passageira.
Ava também não lhe deu atenção, mas estava curiosa
para saber a que conteúdo tão importante ela se referia. Ma-
nia de detetive - admitiu ela para si mesma. Queria chegar
logo ao aeroporto, apesar de ainda ter tempo de sobra. Falta-
vam cerca de duas horas para a saída do seu voo. É que cos-
tumava estar no Guararapes sempre antes do horário, para o
caso de imprevistos. Quando o taxista deu partida novamen-
te, no carro, Ava percebeu que alguém que estava estaciona-
do no outro lado da rua do hotel encetou a marcha. Ela ficou
cismada, mas não disse nada ao casal. Ficou pensando que
fora seguida até ali por alguém que estava naquele carro, e
que só tinha se dado conta naquele momento. Por isso, disse
para o taxista:
- Não tenho pressa em chegar ao aeroporto. Na verda-
de, estou muito adiantada do horário do voo. É que pretendia
tomar umas cervejas, antes de viajar.
- Já sei, tem medo de voar! - Afirmou a ruiva Rebeka, se
dirigindo diretamente a Ava.
- É verdade -, mentiu Ava - já que é a minha primeira
vez.
- Vai para onde? - Continuou a ruiva gostosona. Ava
percebeu um leve sotaque estrangeiro na voz dela.
- Estados Unidos. Conhecer o País das Oportunidades.
- Oh, vai para os States? Mas não acredite em tudo que
ouve, sister. A vida para turista, lá, não é fácil. Principalmente
agora, com o governo Trump.
- É, estou sabendo. Mas tenho família lá. Talvez fique
mais fácil para mim.
A ruiva gostosona mais uma vez não deu atenção às
ASSASSINA6
palavras dela. Dirigiu-se ao taxista:
- Okay, amor. Acho que não será demais a gente dar
uma parada e tomar umas doses. Estou de garganta seca.
Aproveito para examinar a mercadoria.
Enquanto a mulher falava, Ava olhava discretamente
para trás. O carro que os seguia passou pelo táxi e continuou
em maior velocidade que eles. Tinha os vidros fumês e, no
escuro da noite, não deu para a detetive saber quem estava
dentro. Mas relaxou, quando ele dobrou uma esquina, en-
trando numa rua. O táxi passou direto.
Pouco depois, o trio estava sentado a uma mesa de bar,
bem próximo ao aeroporto. Ava pediu uma cerveja, Rebeka
preferiu um uísque dos mais caros. O jovem taxista quis di-
vidir a cerveja com a ruiva detetive. Chamaram o garçom,
um sujeito alto, forte e careca, mas com cara de bonachão.
Ele recebeu o casal com alegria, como se já os conhecesse há
tempos, e também cumprimentou Ava. Enquanto o garçom
não trazia as bebidas, Rebeka pediu licença para ir à toilette
e carregou consigo a valise. Voltou pouco depois, frustrada.
- Não consegui abri-la, amor. Teremos que esperar
Cassandra. Ele saberá dar um jeito, espero.
- Ele? Cassandra é homem ou mulher? - Perguntou
Ava.
- Ele é um homenina - respondeu Rebeka, visivelmen-
te incomodada com a detetive. Parecia que fazia questão de
trata-la mal.
- Deixe-me ver - pediu o taxista.
A ruiva Ava achou interessante a mulher, que parecia
bem desenrolada, confiar a valise ao taxista. Ficou na expec-
tativa, torcendo para que ele conseguisse abrir o objeto. A
magra estava curiosa para saber o que tinha dentro. Ao cabo
de uns dez minutos tentando, o jovem conseguiu seu objeti-
ASSASSINA 7
vo.
- Pronto, está aberta.
- Uau, você é fera, amor - exultou a gostosona. Beijou
efusivamente o jovem nos lábios. Aí, soltou uma imprecação:
- Son of a birch! Está vazia. Nada da mercadoria den-
tro. Fomos enganados. Vamos voltar. Precisamos resgatar o
conteúdo.
O jovem taxista levantou-se rápido, tirou algum di-
nheiro do bolso e jogou sobre a mesa. Disse para Ava:
- Desculpe-nos, mas precisamos ir. Dê o troco ao gar-
çom, por favor. Foi um prazer conhece-la, senhorita...?
- Adriana - escondeu seu nome a detetive, sem saber
por quê o fazia. - O prazer foi meu. E obrigada pela carona.
- De nada. Então, boa viagem e boa sorte lá nos States,
Adriana.
A outra foi embora apressada, sem nem falar com ela.
Ava terminou de tomar sua cerveja e pagou tudo ao garçom,
explicando que o casal teve que sair às pressas. Percebeu que
o grandalhão careca ficou olhando para a rua, preocupado.
Ela pegou sua valise e caminhou a pé para o aeroporto. En-
frentou uma pequena fila para obter os vistos das passagens e
ficou aguardando o seu avião, sentada nas cadeiras de espera.
Ele chegou com quinze minutos de atraso, depois dela espe-
rar por mais de uma hora.
Quando se acomodou a uma das poltronas do avião,
um senhor aparentando uns oitenta anos de idade se sentou
ao lado dela. Cumprimentou-a educadamente, mas não pu-
xou conversa. Ela fechou os olhos, com a valise no colo, e
ficou pensando em Henrico, o jovem que havia conhecido
no dia anterior. Achava que estava apaixonada por ele. Ele
transava muito bem, do jeito que ela apreciava. Não era es-
candaloso na cama, nem dizia palavrões na hora do coito. E
ASSASSINA8
ela gozara muito fodendo com ele. De repente, sentiu uma
dor na cintura, como se alguém lhe houvesse enfiado uma
agulha fina ali. Olhou para o senhor ao seu lado. Ele tinha
barbas tão longas quanto os cabelos e um sorriso nos lábios.
A jovem detetive sentiu-se em perigo. Quis reagir, mas per-
deu imediatamente a consciência.
Quando voltou a si, Ava estava fortemente amarrada a
uma cadeira, dentro de um galpão imundo, fedendo a gaso-
lina. Estava tudo às escuras e ela só conseguia enxergar algo
quando passava algum carro distante, com os faróis acesos.
Sentiu uma espécie de desconforto no rosto, mas não sentia
nenhuma dor. Um dos seus olhos estava tapado, como se es-
tivesse muito inchado. Gritou:
- Tem alguém aí?
Imediatamente, ouviu sons de pisadas no chão de ce-
râmica em mau estado de conservação que revestia o galpão.
Os passos se aproximavam dela, mas sem pressa. O velho que
se sentara ao seu lado, no avião, postou-se diante dela. Apoia-
va-se numa bengala e mancava um pouco. Ela perguntou:
- O que significa isso, senhor? Por que fui aprisionada?
- Você sente alguma dor no rosto?
Ela demorou um pouco a responder:
- Não, apesar de sentir-me como se minha cara estives-
se inchada.
- Ótimo. É um sinal de que a fórmula funciona, mes-
mo. Só precisa de uns ajustes, mas farei isso logo.
- Do que, diabos, está falando?
- Eu te dopei e te trouxe para cá, desde o avião. Con-
fesso que me deu trabalho, mas o importante é que consegui,
sem levantar suspeitas. Disse que você tinha pavor a voos aé-
reos, chegando a desmaiar, e consegui cancelar tua viagem
depois de te levarem para uma enfermaria. Assinei com iden-
tidade falsa alguns documentos, fiquei responsável por ti e te
ASSASSINA 9
tirei de lá.
- Com que objetivo?
- Na verdade, três objetivos: o primeiro é testar os efei-
tos de uma fórmula milagrosa, inventada por um pernambu-
cano. Ela vai revolucionar o uso da anestesia.
- Como assim?
Ele foi até uma mesinha próxima, aonde ela estava
amarrada e sentada à uma cadeira, e pegou um espelho re-
tangular. Trouxe-o até ela, tirou uma pequena lanterna do
bolso e iluminou a face dela. Ava se viu no espelho. Seu rosto
estava todo deformado, parecendo que havia apanhado mui-
to nele. Tentou se soltar das cordas, mas estavam muito aper-
tadas. Ele disse:
- Tomei a liberdade de te espancar um pouco, você me
desculpe. Queria comprovar o efeito milagroso do composto.
- Pelo visto, não deu certo. Meu rosto está uma lástima.
- Por pouco tempo. O primeiro teste foi para saber se
você iria sentir dor. Apanhou por mais de meia hora seguida,
estando desacordada, e não deu um piu. Então, a primeira
fase deu certo.
- Vai continuar me batendo?
- Oh, não. Claro que não. Vamos ao segundo teste: fa-
zer uma cirurgia reparadora neste rosto, que antes era lindo,
sem anestesia.
- Você deve ser louco!
- E você está muito tranquila, para quem foi torturada
e está deformada.
- É porque vou mata-lo, assim que tiver uma chance,
por menor que seja.
- Você não vai fazer isso. E ainda vai me agradecer, de-
pois.
- Como assim?
- Vai ganhar dinheiro. Muito dinheiro. Em dólares
americanos.
ASSASSINA10
Ava esteve calada. Analisava o sujeito. Ele não parecia
estar mentindo.
- Explique isso.
- Mmmmmmmmmmmm, agora não. Primeiro, faça-
mos o teste - disse ele, sacando do bolso uma seringa cheia de
um líquido rosa. Retirou a proteção da agulha e fez espirrar
um pouquinho do conteúdo. Ava aperreou-se.
- Você disse que não iria ser preciso anestesia. Detesto
anestesias - mentiu ela.
- Não vai sentir nada mais doloroso do que a picada
que te dei, lá no avião.
Por mais que se esquivasse para evitar a picada, Ava foi
dominada. Sentiu a dor fina na costela, perto do rim, como
sentira no avião. Imediatamente, perdeu os sentidos.
Quando acordou, viu que estava num luxuoso quar-
to de hotel. Olhou em volta. Nunca havia se hospedado em
um lugar tão chique. Percebeu que estava livre das amarras.
Deixaram-na deitada, nua na cama. Levantou-se rápido e le-
vou as mãos ao rosto. Nenhum sinal do inchaço. Correu para
diante do primeiro espelho que encontrou no aposento. Não
havia o mínimo vestígio das marcas de espancamento. Nem
no rosto, nem em nenhum lugar do corpo. Ainda estava es-
pantada, quando abriram a porta do quarto. O velho de bar-
bas e cabelos grandes e grisalhos entrou, sorrindo satisfeito.
Perguntou:
- Que tal? Alguma reclamação a fazer?
- É incrível. E não estou sentindo dor em nenhuma
parte do corpo.
- Graças ao teu conterrâneo. Invenção maravilhosa
dele.
- Cadê o inventor? Onde está ele?
- Infelizmente, não quis colaborar com o meu projeto
ASSASSINA 11
de distribuir essa droga para o mundo inteiro. Ganharíamos
muito dinheiro com isso. Mas ele queria patentear e vender
aqui mesmo, no Brasil, e logo seria enganado por empresá-
rios sem escrúpulos, que se aproveitariam dele e o deixariam
morrer na miséria.
- O que fez com ele?
- Matei-o, claro. Não queria que ele passasse pela de-
cepção de ser enganado. - Disse cinicamente o ancião.
- Muy amigo, você. O que pretende fazer comigo? E
mais importante: por quê me escolheu como cobaia?
Ele esteve um instante pensativo, depois disse:
- Primeiro, pretendo continuar testando a droga. Des-
cobri que ela tem outras utilidades, pricipalmente afrodisía-
ca. Vou aplicá-la em mim e depois nós iremos comprovar o
resultado.
- E se eu não estiver disposta a continuar sendo teu ca-
mundongo de testes?
- Bem, eu não estou sozinho. Tenho alguns colabora-
dores do lado de fora deste quarto. Eles te obrigariam.
- Eu posso gritar.
- Você pode tentar. Ninguém te acudiria. Este hotel é
meu e eu dei ordens para que não me incomodassem. Quem
ousar, será morto como você, se tentar esculhambar com o
que planejei.
- Você disse que tinha dinheiro a me oferecer.
- E é verdade. Mas tudo tem seu tempo. Agora, estou
querendo averiguar os efeitos da fórmula.
Ava avaliou a situação. Não valia a pena se rebelar con-
tra o velho. Já cedera ao assédio de gente pior: menos deli-
cada e mais imunda, para poder cumprir uma missão. Por
outro lado, tinha imensa curiosidade em saber se a fórmula
iria dar mesmo tesão ao cara. E ela estava de novo doida para
foder. Deitou-se na cama, enquanto o velho se aplicava com a
ASSASSINA12
seringa. Pensou que ele iria desmaiar, como ela, quando teve
o líquido injetado, mas o cara apenas respirou fundo. Seu pau
ficou ereto, quase que imediatamente. Era um caralho gran-
de, quase tão enorme quanto o do rapaz Henrico, que conhe-
cera havia pouco. Ela abriu mais as pernas.
O velho deitou-se sobre ela com uma fome de bicho.
Não fedia, como ela imaginava, mas foi violento, empurran-
do seu enorme cacete na boceta dela, sem nenhuma prelimi-
nar. Ela sentiu uma dor atroz ao ser invadida por ele. Achou
que já havia passado o efeito da fórmula nela, já que sentia
a violência do quase estupro. Só não o era porque ela havia
consentido o ato. Chorou de dor. As lágrimas escorreram pe-
las suas faces. Mas isso só lhe aumentou o desejo de matar o
cara. Portanto, relaxou.
Não satisfeito de foder-lhe a xana, o velho a virou de
costas. Ela quis protestar, mas ele parecia uma besta tarada.
Tinha a força de um homem jovem. Dominou-a com facili-
dade. E Ava sentiu a invasão do seu cuzinho da forma mais
dolorosa. Percebeu as pregas se romperem e o sangue escor-
rer entre as coxas, pois estava de rabo para cima. Ele só lhe
saiu de trás quando ejaculou forte no ânus dela. Ficou ron-
cando, lhe fungando a nuca, até que resvalou da cama e caiu
no chão atapetado do quarto. Ela ficou resfolegando, sentin-
do dores no reto. Pediu:
- Aplique-me de novo o composto, pois quero que essa
dor lacerante desapareça.
- Ele riu. Depois, disse:
- O ser humano só pode tomar duas doses dessa fór-
mula, por dia. E você já consumiu sua parte. Aguente a dor
no rabo, e descanse pensando em mim - ele rosnou, levan-
tando-se do chão. Ainda mantinha a energia que o fazia pa-
recer um jovem e não um ancião.
- Então, traga-me umas gazes e pomada, para que eu
ASSASSINA 13
faça uns curativos no reto. Está sangrando muito.
- Mandarei alguém para cuidar de você. Logo estarei
de volta.
ASSASSINA14
2. Fodendo, mesmo de cu arrombado
Ovelho não mandou ninguém para cuidar da hemorra-
gia do ânus da ruiva. Ava esperou uns vinte minutos,
depois foi ao banheiro. Se virou como pode com papel higiê-
nico e conseguiu conter o sangramento. Estava com ódio do
velho. No entanto, continuava curiosa com tudo o que estava
lhe acontecendo. Quem era o sujeito? Ele parecia a conhe-
cer bem. Ela deveria ir ver o que havia além da porta? Ou o
esperaria, o mataria e só depois iria averiguar onde estava?
Resolveu-se a esperar.
Havia um aparelho de tevê de 52 polegadas no luxuoso
quarto, aí ela deitou-se na cama e ligou o eletrodoméstico
com o controle remoto. Mas, nem bem apareceram as pri-
meiras imagens na tela, o velho retornou com um aparelho
de vídeo e uns envelopes de papel na mão. Estava muito chei-
roso e melhor vestido. Disse:
ASSASSINA 15
- Infelizmente, não consegui quem lhe fizesse um cura-
tivo. Mas já vi que conseguiu parar a hemorragia. Trouxe-lhe
uma pomada e algumas coisas que quero que dê uma olhada.
Puxou uma mesa de centro, que tinha uma toalha e um
pequeno jarro encima, para perto da cama e espalhou sobre
ela os envelopes e as pastas que trazia na mão. Ava percebeu
que ele estava armado de pistola por baixo da camisa grande
e folgada que vestia. Parecia um camisolão, mas era de tecido
fino, importado talvez da Índia. Ela esperaria uma oportu-
nidade para se apoderar da arma, mata-lo e depois sair dali.
Ele abriu dois dos envelopes e retirou de dentro umas
fotos. Espalhou-as sobre a mesinha, diante dela. Perguntou:
- Conhece?
A detetive olhou para as fotografias, reconhecendo
imediatamente a ruiva que estava com o taxista. Só que ela
estava de cabelos mais longos e pretos. Fingiu não conhecer
a mulher:
- Acho que não. Deveria?
- Sim, já que esteve com ela, bebendo perto do aeropor-
to, ainda esta noite. Claro que ela estava de peruca, ou usando
seus cabelos naturais, mas não estava tão irreconhecível ao
ponto de você não se lembrar dela.
Ava ficou calada. Ele lhe entregou uma pasta volumosa
e disse para ela:
- Vá dando uma olhada, enquanto acoplo o aparelho de
DVD à televisão.
Era uma pasta da CIA, e continha várias fotos da mu-
lher, além de um extenso dossiê sobre ela. Estava em inglês e
Ava conseguiu ler com facilidade. Quando terminou de con-
figurar o aparelho, o velho voltou para perto dela. Sentou-
se na cama, ao seu lado, e usou o controle remoto para dar
ASSASSINA16
início a um vídeo, cujo disco já viera dentro do aparelho. As
primeiras imagens mostravam um senhor de pijama, fuman-
do nervoso dentro de um quarto. Deveria ser um quarto do
hotel de onde vira a ruiva sair, antes de entrar no táxi onde se
encontraram. O velho disse:
- Este é o suposto inventor da fórmula. Espera tua ami-
ga, para passar-lhe a valise com uma amostra e as anotações
que fez no decorrer da produção do invento.
- Suposto? Você não conhece o tal pernambucano que
a inventou?
- Sim, conheço. Mas quis provar para ele que iria ser
enganado, quando eu soube que havia entrado em contato
com alguém da CIA, para vender-lhe o produto e pedir asilo
nos Estados Unidos.
No vídeo, o sujeito era surpreendido pela entrada da
ruiva no quarto, só que de peruca com madeixas negras. Via-
se a valise, que estava com a ruiva no bar, encima da cama.
Uma segunda câmera, escondida estrategicamente no quarto,
mostrava a mulher de frente e ela vestia a mesma roupa que
estava quando saiu do hotel. Para surpresa de Ava, a ruiva
disfarçada atirou imediatamente no sujeito, matando-o sem
dar-lhe chance de se defender. Dera um tiro certeiro bem no
meio da testa dele, usando um silenciador acoplado a pistola.
Depois, pegou friamente a valise e saiu do quarto, fechando
a porta atrás de si.
- Está querendo me dizer que o defunto não é o autor
da fórmula?
- Sim. Não é. Era apenas uma pessoa que recebeu uma
grana para se passar pelo inventor.
- É, não vai poder gastar o dinheiro ganho nunca mais.
- Ele pediu o dinheiro para um tratamento de saúde
bem caro, para sua filha. Ela está sendo assistida por nós, e
ficará curada.
- Por nós, quem?
ASSASSINA 17
- Eu e uns colaboradores. Gente que tem recursos para
conseguir o que quer.
- E o que vocês querem? Pode ser mais preciso?
Ele esteve olhando para ela, como se estivesse frustrado
com o seu poder de raciocínio. Depois, perguntou:
- Ainda não compreendeu?
- Não. A dor no cu me incomoda ao ponto de eu não
querer raciocinar muito.
- Queremos que mate a ruiva. Não por ter assassinado
o nosso colaborador. Isso já era esperado. Mas porque, se não
percebeu lendo esses documentos, ela é uma espiã marcada
para morrer. A CIA decretou sua morte.
- E o que eu tenho a ver com isso?
Ele riu. Uma risada jovial, que o fazia não parecer tão
velho. Depois, ficou sério de repente, antes de afirmar:
- Nós sabemos quem é você. Eu estive, pessoalmente,
te monitorando já há anos. A você e ao teu irmão. Por falar
nisso, onde está ele?
- Morto e enterrado, infelizmente. Ele teria prazer em
te matar, quando soubesse o que fez comigo.
- Dê-me uma prova de onde o enterrou e continuare-
mos as negociações.
Ava pensou um pouco. Deixaria o sujeito bem seguro
de si, para ficar mais fácil atacá-lo. Por isso, não mentiu:
- Procure uma cova recente, com uma cruz indicando
-a, no meio das matas do Horto de Dois Irmãos, perto daque-
la subida à direita da entrada.
O sujeito tirou um celular do bolso e discou um núme-
ro. Deu umas instruções. Terminou a ligação dizendo:
- Aproveite que ainda é de madrugada e vá lá com uma
pá e uma enxada. Descubra o cadáver e fotografe. Mande al-
ASSASSINA18
gumas fotos para o meu celular.
Quando desligou, ficou olhando para a detetive com
uma expressão inigmática. Depois, disse:
- Faça as perguntas. Responderei, enquanto aguarda-
mos uma prova do que disse. Se estiver me enganando, eu te
mato imediatamente - disse ele, puxando a pistola e apontan-
do-a para ela.
- O que quer, realmente, de mim? Você tem capangas
que poderiam muito bem matar a agente da CIA, sem preci-
sar de minha intervenção.
- Bem pensado. Mas quero algo, realmente, de você:
que ache o meu filho desaparecido e leve-o com você, para
os Estados Unidos.
- Como sabe que vou para lá?
- Pelos documentos falsificados que achei na tua valise,
e pelas passagens verdadeiras que estavam lá. Eu conheci teu
pai e tua mãe. Desde os tempos da Ditadura. Mas perdi o
contato com eles, quando fugiram para os Estados Unidos.
- Como sabe que estão nos EUA?
- Não sabia. Mas, pelo que encontrei na tua valise, pude
imaginar. E você acaba de me confirmar.
- Quando foi a última vez que viu teu filho?
- Acho que logo após o término do regime ditatorial do
Brasil. Por volta de 1986, acho eu.
- Depois disso, não teve mais notícias dele?
Foram interrompidos pelo toque do celular. O velho
atendeu. Agradeceu e desligou. Disse para a jovem:
- Encontraram os restos mortais do teu irmão bem
aonde você disse. Podemos, então, fazer negócios. Portan-
to, abra bem os ouvidos: primeiro, quero que mate a espiã.
Dividiremos a recompensa oferecida pela CIA meio a meio.
Depois, você acha o meu filho e o convence a ir com você aos
Estados Unidos. Por fim, apresente-o a teus pais. Eles irão se
ASSASSINA 19
lembrar dele e de mim.
- Quanto recebo por fazer isso?
- A outra metade da recompensa pela morte da agente,
paga pela CIA.
- Ou seja: você irá me pagar com o dinheiro do meu
próprio trabalho de matar a agente.
- É justo, não? Fui eu quem ralei para obter essas infor-
mações que, sem ela, você não veria a cor da grana.
- Quando recebo a primeira parte do dinheiro pela
morte da ruiva?
- Assim que matá-la. Eu te pago e depois cobro da CIA.
- Quero minha metade já, antes de fazer o trabalho. Ou
nada feito.
Ele esteve pensativo, depois concordou. Pediu o núme-
ro da conta dela e anotou. Ela pediu para ficar com o dossiê
e o disco de DVD. Ele concordou. Depois, pediu um tempo
para depositar o dinheiro na conta dela. Ela aguardaria no
quarto. Ava, no entanto, queria ir embora antes. Verificaria
o saldo de sua conta mais tarde. Era só o tempo dela tomar
um banho e trocar de roupas. Quando caminhou em direção
ao banheiro, para tomar um banho e passar a pomada cedida
por ele, o velho disse, antes de sair do quarto:
- A agente está hospedada no Hotel Jangadeiro, em Boa
Viagem, no apartamento 156A. Tua valise com tuas coisas
está lá fora, dentro de um carro de placa fria, estacionado
do outro lado da rua. O mesmo que me viu nele. Depois do
trabalho feito, livre-se do automóvel. Está sendo procurado
pela Polícia. Depois, volte para cá para mais instruções. E boa
sorte.
Quando Ava saiu, teve uma surpresa: não estivera num
quarto de hotel e sim numa modesta residência no bairro de
Boa Viagem, e não tinha ninguém nela afora a detetive. Com
certeza o cômodo foi mobiliado e decorado para dar-lhe a
ASSASSINA20
impressão de que estava confinada num hotel de luxo. Per-
guntou-se o porquê da farsa e não encontrou explicação. Mas
estaria atenta. Tudo cheirava a armadilha. Vislumbrou o car-
ro estacionado na frente da residência. Conferiu sua valise,
colocou a pasta com o dossiê e o disco sobre o assento do
carona e deu partida. Iria direto para o Hotel Jangadeiro, que
ficava a uns vinte minutos de carro dali. Só depois, se livraria
do automóvel, como sugerido pelo velho que nem sabia-lhe
ainda o nome. Passou a chamá-lo de Sr. Cachorro, por ter-lhe
fodido o traseiro. Ainda sentia dores atrozes no reto. Quando
chegou ao local, pegou apenas o dossiê e o disco metálico,
deixando sua valise dentro do carro. Foi o seu erro.
Passou pela recepção sem ser vista pelo porteiro e su-
biu as escadas. Pouco depois, estava diante da porta do 156A.
Bateu com os nós dos dedos. Um jovem belíssimo, mas pa-
recido com uma mulher, abriu a porta de arma na mão. Per-
guntou com um vozeirão que não deixava dúvidas de que era
macho:
- Quem é você? O que quer?
Antes que a detetive se identificasse, viu o jovem taxista
dentro do quarto. Quando ele a viu, sorriu-lhe de maneira
simpática.
- Adriana? Como me encontrou? Entre, garota.
O homenina afastou-se para dar entrada à magra. Ela
não viu a outra ruiva, a gostosona, no quarto. Disse ao taxista:
- Eu menti pra você. Meu nome não é Adriana, e sim
Ava. Sou detetive particular e não foi difícil te achar - disse
ela, sem querer dizer que recebera a dica do velho. - Onde
está tua namorada?
- Não é minha namorada. Um dia foi, mas não é mais.
- Mas eu vi...
- Sim, a gente se beija, mas não temos mais nada um
ASSASSINA 21
com o outro a não ser amizade. Mas, o que te trouxe aqui?
Ela entregou-lhe nas mãos a pasta com o dossiê sobre a
ruiva e o disco metálico. Cassandra tomou o caramalhaço de
papel das mãos do jovem, sem nem pedir licença. Ele não se
zangou. O homenina soltou uma imprecação:
- Puta que pariu, como conseguiu tudo isso? Eu usei
todos os recursos da Polícia Federal e não consegui nem um
terço dessas informações.
- Ela está mesmo sendo procurada pela CIA?
- E por um bando de agentes de outros países, queren-
do matá-la para receber a recompensa oferecida pela Agên-
cia. Está sendo difícil para nós, protegê-la.
- Ela é do bem?
- Mais ou menos. Mas nos ajudou numas paradas bra-
bas, então achamos que uma mão deve lavar a outra. - Disse
o taxista.
- Onde está ela?
- Não sabemos. Desde ontem, depois que saímos do
bar, que perdemos o contato com ela. Deixou-me estaciona-
do na frente e subiu ao quarto do hotel onde tinha pego aque-
la valise que abri. Porém, não mais voltou. Subi atrás e não
mais a encontrei. Até agora estamos esperando, ao menos um
telefonema dela.
- Temo que não irão mais vê-la com vida - disse a ma-
gra de corpo atlético.
Os dois se entreolharam cismados. Ela perguntou:
- Têm um aparelho de vídeo?
Pouco depois, viam as imagens de Rebeka atirando no
cara. Cassandra reviu várias vezes o trecho, sem dizer uma
única palavra. O taxista estava tranquilo. Parecia não acredi-
tar no que via. Finalmente, o homenina disse:
- Essas imagens foram editadas. A mulher que vemos
não é a nossa amiga, apesar de muito parecida com ela. Tal-
ASSASSINA22
vez não soubessem que Rebeka é canhota, e a que vemos tem
a pistola na mão direita. Deve ser uma sósia da ruiva.
Então, ouviram as sirenes de uma viatura policial. Cas-
sandra foi até a janela. Chamou o jovem para ver:
- A Polícia farejou algo. Tem um bando de policiais em
volta de um carro, ali.
Ava também se aproximou da janela. Para sua surpresa,
os policiais arrodeavam o veículo que ela usara para chegar
ao hotel. Sentiu um baque no coração. Se abrissem o carro,
iriam achar a valise com os seus documentos falsos. Seria fá-
cil liga-la ao automóvel. Ficou aperreada, mas não disse nada
aos rapazes. Viu quando abriram o carro e retiraram de den-
tro sua valise. Olharam em direção ao hotel. Dois policiais
entraram no prédio. O taxista disse:
- Fiquem aqui. Vou ver o que acontece.
- Não. Eu vou. Posso conseguir informações sigilosas,
se me identificar. - Arrematou Cassandra.
Ficaram olhando lá de cima. O homenina falou com os
policiais e lhe mostraram algo no chão. Ele olhou para cima,
em direção a janela onde estavam. Mandou um dos policiais
abrir o porta-malas. Encontraram um corpo lá. Cassandra
pegou o celular e fez uma ligação. O celular do jovem que
estava ao lado da detetive tocou. Ele colocou em viva-voz.
Ouviram:
- É Rebeka. Mataram-na com dois tiros e a puseram no
bagageiro. Policiais receberam uma denúncia de que havia
um carro pingando sangue na frente do hotel. Desça aqui,
para reconhecer o corpo.
Ava desceu com ele. No entanto, assim que o rapaz
olhou para o cadáver, disse:
- Essa não é Rebeka. Deve ser a sósia dela. A tal que
ASSASSINA 23
vimos no vídeo. De quem será esse carro?
Um dos policiais entregou ao homenina os documen-
tos da detetive. Cassandra olhou muito sério para Ava. Ela
disse:
- Eu não a matei. Nem sabia que ela estava aí...
- Subamos. Vai ter que nos contar a história tintim por
tintim! - Disse Cassandra.
Pouco depois, Ava terminava seu relato, a partir de
quando foi desacordada no avião. Ela não escondeu nenhum
detalhe. Disse, inclusive, o acordo que havia feito com o ve-
lho: matar a espiã.
- Veio para mata-la? - Perguntou o taxista.
- Vi alertá-los e pedir ajuda para me vingar do cara.
Cassandra esteve pensativo, depois disse:
- Daqui a pouco, amanhece. Quero tirar essa história a
limpo. Vou investigar. Você fica aqui até eu voltar. Se tentar
fugir, pode acreditar que depois te pego.
- Está bem. - Disse a detetive.
Quando o homenina saiu, o taxista perguntou:
- O que quer fazer, enquanto o esperamos?
Ela olhou sorrindo para ele. Disse, maliciosa.
- Por mim, eu te foderia. Fiquei afim desde que te vi
pela primeira vez. Mas estou ainda toda dolorida...
- Eu não me referia a isso. Achei que estivesse com
fome. - Disse ele.
- Estou com fome de rola, porra. Mas uma rola que me
foda bem gostoso. Para me fazer esquecer o estupro que sofri
daquele cachorro. Você é bem-dotado?
- Médio. Sem exageros. Por quê?
Vou te chupar, já que não posso te foder a pica. Ainda
ASSASSINA24
estou toda ardida e arrombada. Mas só se me prometer foder
minha xaninha, quando eu melhorar.
- E se Rebeka voltar?
- Ela não vai voltar. Vá por mim. Aquele Sr. Cachorro
não é de marcar bobeira. Deve tê-la matado, quando voltou
ao hotel. Ou deve entrega-la à CIA e receber a grana.
- E por que deixou o cadáver da sósia dela no carro?
- Para me incriminar, ou para eu pensar que não tinha
feito meu trabalho e ele ficar com todo o dinheiro da recom-
pensa, sei lá. Mas isso não importa agora. Tira essa roupa e
me dá teu caralho para eu chupar!
A magra chupava bem. Era carinhosa e tinha uma téc-
nica de felação que logo deixou o taxista prestes a gozar. Ma-
mava sem pressa, aproveitando cada pingo que escorria do
seu caralho. O jovem anunciou:
- Mmmmmmmmm, está gostoso, mas vou gozar...
- Agora, não. Deixa eu ficar só lambendo a cabecinha.
E ela ficou brincando com a língua na chapeleta, até
que foi escorrendo um filete de porra do cacete dele. O taxis-
ta se prendia para não gozar de vez. Ela continuou lambendo,
sem abocanhar a rola dele. O sujeito gemeu:
- Não aguento mais prender... vou... gozar... na tua...
boca gostosa...
Ela não disse nada. De repente, atolou todo o membro
dele na boca, tocando a glande com a goela. Ele jorrou porra
em grande quantidade. Urrou:
- Caralhooooooooo, que boca maravilhosa...
ASSASSINA 25
3. Enchendo a tabaca dela de porra
Quando Cassandra voltou, os jovens já estavam recom-
postos das roupas. Mesmo assim, o homenina fungou o
ar, como se sentisse cheiro de sexo. Mas não tocou no assun-
to. Apenas disse, se dirigindo à detetive:
- Estive investigando e não achei nenhum indício da tal
fórmula que você falou. Não há notícias em jornais, tampou-
co professores das universidades estão sabendo de nada do
gênero. Também pedi fotografias de velhos barbudos e cabe-
ludos, fichados pela Polícia Federal. Nada. Está me dizendo
mesmo a verdade, mocinha?
- Sim. E eu senti na pele o resultado do composto. É
regenerador, de fato.
- Ok. Você disse que o tal sujeito pediu para que voltas-
se lá, onde esteve prisioneira, para ele te dar novas instruções.
Sabe onde fica a residência?
- Claro. Devíamos ter ido lá desde a madrugada. Per-
ASSASSINA26
demos tempo te esperando. Talvez, agora o cara já tenha su-
mido.
- É, eu errei. Vamos lá agora. Pode ser que encontremos
alguma pista.
Mas os três não encontraram nada importante na re-
sidência abandonada. Estava limpa, na linguagem policial.
Haviam recolhido até o papel higiênico usado por ela para
estancar o sangramento do ânus. Cassandra perguntou a al-
guns vizinhos e ficou sabendo que ali funcionara um estúdio
cinematográfico que produzia material pornográfico, mas
que fora fechado pela Polícia, havia dois anos. Desde então, a
casa permaneceu abandonada. Se bem que, de vez em quan-
do, era limpa pelo proprietário. A detetive Ava perguntou
quem era o dono. Ninguém sabia dizer. Aí, Cassandra pediu
que o taxista averiguasse com a Polícia a quem pertencia a re-
sidência e se alguém foi preso quando fecharam o tal estúdio.
- Quer ir comigo? - Perguntou o rapaz à detetive.
- Não, ela fica comigo. Ainda está sob suspeita. Iremos
agora ao aeroporto - disse o homenina.
Ava sorriu. Claro, o velhote havia dito que ela tinha
sido socorrida por alguém do aeroporto. E ela nem havia
pensado em investigar isso. Pouco depois, chegaram ao Gua-
rarapes. Cassandra identificou-se e logo tiveram informações
do socorro prestado à moça, que acreditavam ter sofrido um
desmaio por medo de voar. Uma senhora simpática a reco-
nheceu. Ava fingiu ter tido, mesmo, uma crise nervosa e até
agradeceu à mulher por ter cuidado dela. Esta havia anotado
o nome do senhor que a acompanhou, depois que foi medi-
cada, pois permanecia desacordada. Mas não conseguiu en-
contrar a página onde anotou. Ava achou que o velho havia
dado um sumiço em qualquer vestígio que indicasse a estadia
dele naquele gabinete.
- Aquele senhor foi muito prestativo. Disse que sabia
ASSASSINA 27
onde você morava e ia te levar em casa. Ele fez isso? - Pergun-
tou a funcionária do aeroporto.
- Sim, senhora. Mas eu nem sei quem é ele. Queria
agradece-lo por ter me socorrido. Sabe como posso encon-
tra-lo?
- Oh, ele não deixou telefone. Mas tiramos uma foto
dele cuidando de você. Está no meu celular...
Quando a funcionária mostrou a foto, Cassandra ma-
nipulou o celular dela por uns minutos. Depois, o entregou
de volta. Agradeceu a atenção dada por ela e a dispensou.
Quando a mulher saiu, ele fez uma ligação do próprio celular.
Disse:
- Oi, mana. Enviei-te agora uma foto. Descubra quem é
o sujeito o quanto antes. Aguardo tua resposta.
Depois, virou-se para Ava:
- Vamos tomar um lanche, enquanto aguardo minha
irmã me dar notícias.
- Ela também é policial federal?
- Sim. Mas está no Rio de Janeiro, em uma missão im-
portante.
- Eu também trabalhava com meu irmão.
- Mesmo? Onde está ele?
- Viajou para bem distante. - Afirmou a detetive, sem
querer dizer que o irmão havia morrido e estava enterrado
numa cova no meio da mata.
Pouco depois, estavam sentados a uma mesa de uma
lanchonete, no aeroporto. Ela olhava para o homenina, im-
pressionada com a sua beleza. Perguntou:
- Você é casado, tem namorada?
- Por quê?
- Curiosidade. É muito bonito. Decerto alguma mulher
já deve ter conquistado teu coração.
ASSASSINA28
- Não aprecio mulheres. Gosto de foder cu de machos.
- Como é que é???
- Eu só fodo machos. Adoro enrabá-los à pulso. Mas
não boiolas: só os que são machos, mesmo!
- Vixe, que coisa. Nunca trepou com mulher?
- Sim. Várias vezes. Mas prefiro enrabar homens. Sinto
mais prazer.
Ava ficou empulhada. Não esperava aquela resposta.
Calou-se e se entreteve em comer seu sanduíche. Ele pergun-
tou:
- Ainda te doi?
- Sim, mas está melhorando. Quando encontrá-lo, vou
arrombar aquele filho da puta.
- Deixe que eu faça isso. Garanto que ele terá o seu cas-
tigo.
- Fará isso por mim?
- Claro. Com todo prazer.
- Como pretende puní-lo?
- Quando o pegarmos, quero que esteja presente. Verá.
Aí, o celular de Cassandra tocou. Ele atendeu e esteve
só escutando. Depois de desligar o aparelho, disse para Ava:
- O velho não é fichado pela Polícia. O estúdio perten-
ceu a um jovem cineasta que vive foragido da Justiça por es-
tuprar pseudatrizes. Acredito que deve ser o filho desapare-
cido do velho que te aprisionou. Então, mudanças de plano.
- Quais?
- Você volta a se encontrar com o velho. Vai prometer
achar o filho dele. Nós o localizaremos para você, claro. E
o usaremos para para libertar de algum cativeiro o cientista
que deve estar aprisionado pelo barbudo cabeludo.
- Não acredito que ele vá voltar àquela casa para me dar
novas instruções.
- Tenha fé. E deixe o resto conosco.
ASSASSINA 29
- Pelo visto, você não espera mais encontrar a nossa
espiã viva, estou certa?
- Certíssima. O que você acha que aconteceu a ela?
Ava esteve pensando. Depois, disse:
- O Sr. Cachorro queria a recompensa oferecida pela
morte da ruiva, mas não tinha coragem de peitar vocês. En-
tão, bolou um plano mirabolante: encontrou alguém muito
parecida com ela, entrou em contato com a CIA e pediu o
dinheiro. Em troca, oferecia a mulher já defunta. Mas deve
ter sido descoberta a farsa, depois que ele já havia matado
sua sósia. Para se redimir, ofereceu a cabeça de Rebeka de
bandeja, já que sabia como encontrá-la.
- Muito bem. Vejo que é mesmo esperta. Por isso, acho
que o velhote ainda vai te procurar. Se o fizer, não faça alarde.
Prometa achar o filho dele. Dê-nos tempo para investigar em
que ele está metido, e o quanto dessa história do composto
milagroso é verdade.
- Já disse: eu vi o resultado da fórmula em meu próprio
rosto.
- Conversa. Você deve ter sido ludibriada. Mas não vale
a pena estar discutindo isso. Vá para casa e descanse, enquan-
to descobrimos onde está o rapaz.
Aí, o celular do homenina tocou novamente. Ele aten-
deu. Fez uma cara de desalento. Desligou e informou:
- Acharam o corpo de Rebeka, nua, num terreno baldio
cheio de lixo. A Polícia está lá e pedem a minha presença.
Deixe-me teu número de celular e vá para casa. Depois, entro
em contato.
- Meu celular foi confiscado, junto com minhas coisas,
pelos policiais que acharam a valise. Estava dentro dela.
- Darei um jeito de recuperar tuas coisas e mando te
entregar onde estiver. Vai estar longe?
- Por que não me dá uma carona até onde vou ficar?
ASSASSINA30
Não tenho nenhum dinheiro comigo. Ficou tudo naquele
carro.
- Estou com pressa. Espere aqui no aeroporto. Vou
mandar alguém te apanhar. Pode pedir o que quiser enquan-
to espera pois quem vier te pegar paga a conta.
A detetive Ava Santacruz esteve esperando por mais de
duas horas. Pediu três cervejas, durante esse tempo. Então,
viu um rapaz bonitão caminhando em sua direção, olhando
diretamente para ela. A jovem animou-se. Estaria em ótima
companhia, se ele fosse o policial mandado por Cassandra.
Quando o cara chegou perto, perguntou:
- Ava?
- Sim, meu anjo. Trouxe minhas coisas?
- Tuas coisas? Não estou sabendo de nada. Vim apenas
te dar uma encomenda.
- Encomenda? A mando de quem?
- Um senhor barbudo e cabeludo me parou defronte
ao aeroporto e me deu uma grana para te dar este envelope -
Disse o rapaz, entregando um pacote à detetive.
Ela abriu o embrulho com cuidado, muito desconfiada.
Mas não havia nenhuma armadilha. Apenas dólares. Muitos
dólares. E um celular dentro do pacote. Assim que ela pegou
o aparelho, este tocou. Ela atendeu.
- Olá, soube que confiscaram teu telefone. Por isso,
mandei-te este novo, que não pode ser rastreado, assim como
o que uso. Deve ter visto que te mandei o pagamento prome-
tido em espécie, pois temi depositar na tua conta e o dinheiro
ser rastreado, ou taxado pela Receita Federal, fiz bem?
- Eu não matei a espiã. Logo, não tenho direito a esse
dinheiro.
- É verdade. Mas isso é uma prova da minha boa von-
tade. Quero que continue procurando meu filho. No entanto,
se envolver os federais de novo nos nossos assuntos, te mato,
ASSASSINA 31
fui claro?
- Foi incandescente. Mas vou querer mais informações
sobre o rapaz. Inclusive, fotos recentes. Como posso procurar
um cara que nem sei o nome?
- Eu ia te dar tudo isso, se não tivesse procurado ajuda
dos federais. Agora, se vire. Você é a detetive, não?
- Sim, sou. Mas...
O cara desligou antes que ela dissesse que precisaria, ao
menos, do nome do filho dele. O portador olhava para ela,
curioso. Havia visto o conteúdo do pacote e tinha os olhos
brilhando de cobiça. Perguntou:
- Pode me dar, pelo menos, um pacotinho desses para
mim, pelo favor que te fiz?
- São dólares falsos, rapaz. Você seria preso, se tentas-
se passa-los adiante. Na verdade, são falsificações grosseiras.
Melhor que se vá embora. Tenho o que fazer.
Enquanto o jovem se afastava, a detetive olhava em vol-
ta. Não viu nenhum barbudo cabeludo por perto. Mas o ve-
lho devia estar próximo, para ter ligado para ela no momento
em que recebeu o celular. Telefonou de volta, para o número
gravado no aparelho, esperando que o velhote atendesse a
ligação. O telefone dele estava desligado. Ela ficou frustra-
da. Aí, viu o taxista chamá-la do lado de fora do aeroporto.
Reconheceu-o assim que ele encostou o carro. Foi até lá. Ele
deixou que entrasse e entregou-lhe os pertences. Ela lhe deu
o pacote contendo dólares.
- São falsos. Vejam se descobrem quem os imprimiu.
Desconfio que o Sr. Cachorro é também um falsário.
- Já está sabendo?
- Do assassinato da espiã? Sim, Cassandra estava co-
migo quando lhe deram a má notícia. Sinto muito por tua
perda.
- Ela era um pessoa legal, apesar de muito doida. Vou
ASSASSINA32
sentir falta dela. Mas, um dia, isso aconteceria. A CIA é es-
perta e logo algum agente a localizaria aqui no Recife.
- Por que a procuravam?
- Ela traiu a Agência para nos ajudar. E isso a CIA não
perdoa. E nem podemos vingá-la, para não provocar um atri-
to diplomático internacional.
- Entendo. Mas podemos pegar o calhorda que facilitou
a sua morte: o Sr. Cachorro. O cara que me enviou essa grana
falsa.
- Assim, espero. Mas vamos, pois tenho que te deixar
onde você quiser e depois voltar para perto de Cassandra.
Quando o taxista a deixou na frente de uma das resi-
dências que mantinha alugada para se esconder, Ava atirou-
se nos braços dele. Beijou-o com ardor. Depois, disse:
- Ainda estou dolorida, mas sinto-me cada vez melhor.
A pomada que o puto me deu é milagrosa. Logo, vou querer
cobrar o que me prometeu.
- Agora estou com pressa, senão te daria ao menos uma
chupada - disse ele. Mas teremos outras oportunidades.
Quando ele foi embora, a detetive entrou, tomou um
demorado banho e depois deitou-se. Estava cansada. Não
dormira quando estivera no hotel, junto com os federais.
Gostara do taxista, mas achava o homenina mais inteligente
e mais bonito. E percebera que ele guardava entre as pernas
um caralho enorme. Dormiu fantasiando uma foda com os
dois ao mesmo tempo.
Acordou já de noite, com uma fome de bicho. Não
havia nada para comer, naquele flat alugado já mobiliado.
Também não tinha dinheiro. Haviam surrupiado o que tinha
guardado dentro da valise, para viajar. Com certeza, algum
policial corrupto. Resolveu passar num caixa eletrônico. An-
tes de tirar o suficiente para comer e tomar umas cervejas,
ASSASSINA 33
viu seu saldo da conta. Espantou-se ao perceber que tinham
depositado uma grande soma em dinheiro. Meteu a mão no
bolso do short curto que usava e pegou o celular dado pelo
velhote. Retornou a ligação e surpreendeu-se quando o cara
atendeu:
- Diga. Já achou meu filho?
- Ainda não. Mas achei o depósito que fez em minha
conta. Por quê?
- Não foi o combinado? Os dólares falsos foi uma brin-
cadeira que fiz contigo.
- Você falsifica dinheiro?
- Não. Não é o meu ramo. Mas deve, mesmo, rastrear as
cédulas que te dei. Terá uma enorme surpresa.
- Como assim?
- Espere e verá. Acha que eu não esperarava que quises-
se saber quem falsificou as notas de dólares?
Ela desligou. Estava frustrada. O velhote era muito es-
perto. Esperto demais. Seria difícil pegá-lo com a “boca na
botija”. Aí, recebeu uma ligação, em seu próprio celular. Tra-
tava-se do taxista.
- Oi, posso passar por aí? - Perguntou ele - Tenho no-
vidades.
Quando ele chegou, ela o esperava totalmente nua. Ele
ficou de pau duro assim que a viu. Ela perguntou:
- Vai querer conversar antes ou depois da gente foder?
- Ele não respondeu. Beijou-a de língua. Depois, ma-
mou-lhe os seios empinados e pequeninos. Cada um cabia
em sua boca. Ela gemia baixinho e puxou-o em direção à
cama. Ele a deitou-se nela e caiu de boca em sua xoxota. Num
instante, ela ficou encharcada. Ava girou o corpo e acomo-
dou-se num gostoso meia nove com ele. Chupava-o, enquan-
to era chupada. Quando ele sugou seu pinguelo com força,
no entanto, ela gritou de dor.
ASSASSINA34
- Ai, amor. Assim dói. Faça com carinho, por favor...
Ele pediu desculpas e recomeçou o sarro. Lambeu-lhe
o grelo com leveza, tremulando a língua nele. Ela virou-se,
novamente, na cama e subiu sobre ele. Pediu:
- Agora, come a minha periquita, come. Come bem
gostoso. Me faz gozar, amor...
Ele pegou o cacete com uma das mãos e o apontou para
a racha ainda inchada dela. Foi enfiando o caralho aos pou-
cos, com cuidado para não machucá-la. Aí, ela começou a
gozar. Explodiu de gozo no cacete dele. Mas fez isso calada,
sem alarde. Ele também não emitiu nenhum som. Só quendo
a encheu de porra pela primeira vez.
ASSASSINA 35
4. Promessa cumprida
Nem se banharam, vestiram-se logo após o sexo. O taxista
estava apressado para ir até Cassandra, que o aguarda-
va onde haviam encontrado o corpo da espiã. O rapaz pediu
para Ava ir consigo. Depois, a traria de volta. Em poucos mi-
nutos ela estava pronta.
O corpo da espiã estava totalmente nu e havia sido
violado, pois do seu ânus e da sua vulva tinha saído muito
sangue, agora coagulado. Juntara-se uma pequena multidão,
mantida à distância pela Polícia. Cassandra esperava, impa-
ciente. Quando viu a detetive, disse para ela:
- Você não deveria estar aqui. Deveria estar descansan-
do.
- Eu estou bem. Não se preocupe.
- Mas não deveria estar aqui. O assassino deve estar nos
observando de alguma forma e, se vir você conosco, pode
não se aproximar mais.
ASSASSINA36
- Ele sabe que precisarei de vocês para verificar a ori-
gem dos dólares falsos.
- Do que está falando?
O taxista intrometeu-se na conversa. Explicou:
- Ela me deu um pacote com dólares falsificados. Quer
que descubramos a origem deles. Está lá no carro.
- A que mercadoria a ruiva se referia, quando disse que
não estava na maleta, que haviam sido enganados? O que ela
esperava encontrar? - Perguntou Ava.
Cassandra fez uma pausa, antes de responder:
- Dólares falsos. A Polícia Federal recebeu uma denún-
cia de um grande derrame de notas falsas de dólares ameri-
canos no Recife, e eu pedi que ela investigasse isso, pois co-
nhecia uns contrabandistas que talvez estivessem envolvidos.
Também descobrimos um derrame desses mesmos dólares
no Rio de Janeiro, por isso minha irmã está lá. Rebeka mar-
cou um encontro com um americano no hotel. Ele deveria
lhe entregar umas notas falsas, do lote que distribuíam por
aqui. Mas o cara deve ter trocado a maleta, enganando-a.
- Com que objetivo? Ele não era aliado dela, conse-
quentemente de vocês? - Estranhou a detetive.
- É aí onde reside o mistério: ela não deveria ter sido
enganada. O americano trabalha para nós. Apenas lhe entre-
gou as provas, pois trabalha infiltrado e não pode andar se
encontrando com policiais. Foi um encontro sigiloso.
- Eu pensei que ela tinha ido pegar a valise com a tal
fórmula ou uma amostra do composto. O Dr. Cachorro me
falou que o cara que aparece naquele vídeo se passava pelo
inventor, que acreditamos estar prisioneiro.
- Não. Aquele que foi morto no vídeo era o americano
que trabalhava infiltrado. Por isso, antes de morrer, assustou-
se ao ver a sósia de Rebeka de arma na mão. Eles se conhe-
ciam. Ela não tinha motivo para mata-lo.
ASSASSINA 37
Ava sentia cheiro de podre naquela história, mas não
rebateu as palavras do homenina. Pediu licença, aproximou-
se do corpo da espiã e examinou-o. Pediu umas luvas a um
policial que estava perto e mexeu na vagina da defunta. O
homenina chegou perto dela e perguntou:
- O que está procurando?
- Já achei. Provas de que ela não foi estuprada a caralho,
como eu. Usaram algum objeto para invadir seu ânus e sua
vagina. Isso significa que não foi o velho quem fez isso. Ele
tem um caralho enorme e grosso, que me arrombou profun-
damente, portanto não precisava introduzir objetos nela.
- Bem observado. Mas deve ter sido estuprada longe e
trazida para ser desovada aqui. Decerto não encontraremos
o tal objeto, que deve ter ficado no local onde aconteceu o
crime.
Ava estava acocorada perto do cadáver. Levantou-se e
olhou em volta. Ao longe, havia um galpão com o telhado
todo esburacado. Parecia abandonado. Ava pediu:
- Alguém me leve de carro até aquele depósito, lá longe.
Quero dar uma olhada lá.
O próprio Cassandra a levou. Ao chegar ao galpão
abandonado, a primeira coisa que Ava viu foi a cadeira onde
estivera sentada e amarrada, quando acordou depois de ter
sido dopada no avião. Até as cordas ainda estavam lá. Pro-
curou e viu um pedaço de pau roliço, jogado ao solo, todo
ensanguentado. Cassandra perguntou:
- Como sabia deste lugar?
- Eu te disse: depois de raptada, o velho me trouxe para
cá. Mas eu não sabia onde ficava este local, pois fui levada
desacordada para a residência que serviu de estúdio cinema-
tográfico. Lembrava-me de ter visto o teto todo esburacado,
pois era de noite e eu via as estrelas. De lá do terreno baldio,
ASSASSINA38
vi este depósito. Achei que já havia estado aqui e tinha razão.
- Você está me surpreendendo. Já está merecendo uma
foda.
A detetive estranhou aquelas palavras. O homenina
era tão sisudo que ela jamais imaginou que ele pudesse dizer
uma piada. Perguntou:
- Está me cantando? Ou isso foi apenas uma piada?
- Foi uma piada, claro. Tenho um caralho enorme e
grosso. Você não o aguentaria.
- Quer apostar? Agora, fiquei excitada. Não vale fugir
de mim.
- Foi apenas uma piada, já disse. Achei que você não
aguentaria levar pica, tão cedo.
- Sim, estou arrombada. Mas sou uma mulher dispos-
ta. Foderia com você, mesmo que isso me deixasse prostrada
novamente.
- Sinto muito, mas você não faz o meu gênero. Descul-
pe.
- Não estou pedindo para a gente se casar ou morar
juntos, porrra. Só quero uma trepada.
Ele esteve olhando para ela, como se estivesse analisan-
do-a. Depois, perguntou:
- Você e o taxista não transaram? Não estão afim un do
outro?
- Não sou propriedade de ninguém. Nem conversamos
sobre isso, eu e ele. Então, eu trepo com quem quiser.
- Ok. Gosto de mocinhas valentes. E não é fácil encon-
trar mulheres que queiram fazer sexo comigo, por ter o pê-
nis de tamanho exagerado. Então, foderemos, sim. Mas só
quando resolvermos este caso de assassinato da nossa amiga,
combinado?
- Combinadíssimo. Chega deu uma coceirinha na xo-
xota. Afe!
ASSASSINA 39
Ele riu, enquanto pegava seu celular e ligava para o ta-
xista. Pediu que ele trouxesse a Polícia Técnica até ali. Logo,
vários policiais colhiam vestígios no local. Colocaram o pe-
daço de pau dentro de um invólucro lacrado. Deixaram o
agentes lá e Cassandra disse a Ava:
- Hoje à noite, preciso que volte ao bar onde esteve com
o taxista. Necessito que entre em contato com outro contra-
bandista, que conhecia Rebeka. Acha que consegue se infil-
trar na quadrilha, como ela?
- Tenho certeza. Estarei sozinha?
- Eu estarei lá. Mas não ficaremos juntos. Se precisar de
ajuda, peça-a ao garçom careca. Ele é nosso parceiro, colabo-
ra com a Polícia Federal.
- E se o Sr. Cachorro entrar em contato, o que digo a
ele?
- Que está investigando. É o tempo de acharmos pistas
do filho dele.
Por volta das dez da noite, Ava chegou ao bar. Estava
disfarçada com uma peruca loira e uma minissaia curtíssi-
ma, mostrando as pernas magras mas roliças. Porém, parecia
mais uma puta. No entanto, quando sentou-se a uma mesa, o
garçom a reconheceu.
- Boa noite, senhorita. Vai de cervejas?
- De refrigerante. Mas logo deve aparecer uma alma ca-
ridosa que me ofereça uma cerveja.
Ele sorriu. Perguntou qual refrigerante que ela preferia.
- Qualquer um, menos Coca-cola.
Enquanto o garçom não trazia a bebida, esteve olhan-
do em volta. Era cedo, e havia poucas pessoas dentro do bar.
Uma morena lindíssima e de pernas grossas, de cabelos pre-
tos longos e lisos, parecia embriagada num canto. Usava mi-
nissaia, como ela. Não demorou muito e alguém sentou-se na
ASSASSINA40
mesa da dita cuja. Era um cara com toda a pinta de gringo.
A morena recusou-lhe a dose de uísque ofertada. Mesmo as-
sim, o gringo permaneceu à mesa. Tentou meter a mão entre
as pernas da morena, mas esta lhe cochichou algo ao ouvido.
O gringo olhou para ela, espantado, depois levantou-se da
mesa. Olhou em volta e avistou Ava. Veio até ela. Ofereceu-
lhe uma dose. Ava disse só beber cervejas.
O cara sentou-se à sua mesa sem pedir licença e apro-
ximou-se dela. Perguntou ao seu ouvido:
- Você também é travesti, beleza?
A detetive riu. Olhou novamente para a morena e esta
parecia estar entretida com a entrada de clientes no bar. Ava
respondeu o gringo:
- Sou, mas quem não é? - Mentiu ela.
O gringo, ligeiramente bicado, disse:
- Porra, hoje é o meu dia de azar. Não dou uma dentro.
Mas você não parece um boiola: tem todo o jeito de mulher.
Toda puta, mas mulher.
- Tudo bem, sou fêmea. Mas estou esperando alguém,
amor. Portanto, gostaria que saísse da minha mesa.
Nesse momento, o garçom careca chegou com o refri-
gerante. Perguntou para a detetive:
- Este senhor a está incomodando, Vitória?
Ava não sabia de onde ele tinha tirado aquele nome,
mas disse ao careca:
- Não, ainda não. A menos que insista em permanecer
na minha mesa. Já disse a ele que estou esperando alguém.
Antes que o garçom dissesse aluma coisa, Ava viu uma
figura conhecida entrar no bar. Achou muita coincidência.
Levantou a mão e chamou:
- Ei, estou aqui.
ASSASSINA 41
O sujeito olhou-a de longe, mas não a reconheceu. Ava
continuou chamando-o. O gringo disse baixinho:
- Aquele é barra-pesada. Gosta de bater em mulher.
Cuidado com ele. Se preccisar, estarei por perto. Pode me
chamar.
E o gringo forte e loiro se levantou, pegou o refrigeran-
te da mão do garçom e disse para ele:
- Traga uma cerveja pra ela. Eu pago. - E saiu de junto.
Só então, o recém-chegado se aproximou de Ava. Ela
sorria para ele. O cara perguntou:
- Eu a conheço?
- Sim, meu amor. Você me entregou um pacote hoje,
contendo dólares falsos. Só que agora estou de peruca loira.
Ele pareceu se lembrar, finalmente, dela. Deu-lhe um
sorriso amigável. Perguntou se podia sentar-se. Teve a per-
missão da magra. Ele elogiou:
- Está mais bonita de peruca. Não sabia que era prosti-
tuta. Está esperando alguém?
- Estava. Mas prefiro você, se me puder pagar umas
cervejas. O puto do velho me deu aquelas notas que eu quei-
mei e joguei no lixo.
- Há um pessoal distribuindo dólares falsos. Muitos de-
les.
- O quê você sabe sobre isso?
- Nada demais. Apenas que há americanos metidos.
Mais nada.
Ava o examinou, sem dar na vista. O cara tinha pinta
de retardado. Ele chamou o garçom e pediu duas cervejas de
uma vez. Ela disse:
- Primeiro, tomemos a que está na mesa, pois ainda
está meia. Aquele gringo pagou para mim. Depois, pedimos
de uma em uma, tá?
ASSASSINA42
- Tá, moça.
- De onde conhece o velho que te deu o pacote?
- Do aeroporto, já disse. Nunca o tinha visto na minha
vida. Mas ele se parece com alguém que conheço.
- Você sabe quem distribui os dólares falsos?
- Não, não, não... mas acho que é gente que bebe neste
bar.
- Mesmo?
- Sim. Desconfio de um bem altão. Mas ele não está
aqui - disse o homem, olhando em volta.
Ava esteve pensativa. Depois disse:
- Quando tu o vires de novo, diga-lhe que eu quero fa-
lar com ele, tá? E eu te dou um monte de dinheiro, mas que
não sejam falsos.
- Não quero dinheiro. Quero outra coisa.
- Mesmo? O que você quer?
- Quero uma foda com você. Mas quero antes de achar
o gringo.
- E como tenho certeza de que vai me trazer o gringo?
- Eu posso pagar. Quando tu falar com ele, tu me paga.
Mas quero logo.
- Por que a pressa, garoto?
- Fiquei sem ter com quem trepar. Agora, tô querendo.
Ela analisou a situação. Precisava falar com o gringo
que derramava notas falsas. Arriscaria. Até porque a conver-
sa com Cassandra a tinha deixado excitada. Disse pro sujeito:
- Está bem. Mas só uma rapidinha, tá? E nada de foder
meu cuzinho, combinado?
- Então, vamos ali para trás. Tem um escondidinho. Fa-
zemos sexo.
Ava foi com ele. Antes de chegar ao tal escondidinho,
o cara disse:
ASSASSINA 43
- Vá andando. Vou dar uma mijada.
A detetive seguiu caminhando, sem querer vê-lo mi-
jando. Foi seu erro. Recebeu uma forte pancada na nuca. Per-
deu os sentidos. Quando acordou, estava dentro de um car-
ro, parado no estacionbamento do bar. O gringo que a havia
importunado estava ao lado dela. Quando percebeu que ela
voltava a si, disse:
- Eu falei para ter cuidado com o cara. Ele é doido e
gosta de pegar mulheres a pulso.
- O que aconteceu? - Perguntou ela, levando a mão à
nuca dolorida.
- Quando vocês saíram, eu te segui. Vi quando ele te
atacou por trás, com um pedaço de madeira. Dei-lhe uns
murros e o deixei desacordado. Ainda está lá. Depois, te trou-
xe para cá. Mas quanto está cobrando por uma foda? Pode-
mos ir a um motel. Tem um aqui perto.
Ava estava, realmente, ainda excitada. Como não viu
o homenina por perto, resolveu ir com o gringo. Ele a levou
dali. Pararam na frente de um motel barato e uma recepcio-
nista veio atendê-los. O gringo pegou uma chave. Continuou
dirigindo, até parar na frente de uma garagem. Desceu do
carro e tentou abrir a porta com a chave que tinha em mãos.
Ficou surpreso ao encontrá-la aberta. Virou-se para a deteti-
ve de cabelos loiros e começou a dizer:
- É bem capaz de ter gente dentro. A porta está...
Não terminou a frase. Levou um murro tremendo na
nuca que o levou a nocaute. Cassandra apareceu da penum-
bra, pois a lãmpada estava apagada, e sorriu para Ava. Disse:
- Pronto. Salva pelo gongo.
A mocinha irritou-se. Bateu com os punhos no peito
dele, raivosa:
- Salva porra nenhuma! Você impediu minha trepada,
ASSASSINA44
cacete. Agora, terá que me deixar satisfeita!
Pouco depois, os dois se agarravam e se beijavam com
violência, após puxarem o gringo desacordado para dentro
do quarto e fecharem a porta . A xoxota da detetive chegava
a pingar gozo. Ela afastou-se apenas um pouco dele para re-
clamar:
O Que está esperando? Soca logo este cacete enorme
na minha xaninha, caralho. Mas de leve. Detesto violência.
O homenina passou a tratá-la com carinho. Friccionou
o dedo na boceta encharcada dela. Lambeu o dedo. Ela abriu
mais as pernas e fechou os olhos. Ele a lambeu dos pés á ca-
beça, e depois voltando. Ela se arrepiou toda e gemeu que só
uma gata no cio. Ele libertou a jeba das calças. Subiu sobre
ela. Ela abriu só um olho, para ver-lhe o tamanho do cacete.
Chiou:
- Porra, me arrependi. Tu és muito caralhudo, meu ir-
mão. E olha que eu já aguentei picas grandonas. Mas mete
essa porra assim mesmo. E quando estiver dentro, deixa!
Ele foi enfiando devagar. Quando ela gritava, ele parava
e começava a enfiar tudo de novo. Passaram bem meia hora
nesse bota-e-tira. Até que, numa estocada mais poderosa, ela
o engoliu com a xoxota até o talo. Só então, ele começou os
movimentos de cópula.
ASSASSINA 45
5. Com o cu anestesiado
Ava aguentou a enorme pica do homenina, até que ele go-
zou e ela também. Mas ficou destruída sobre a cama. Ele
alisava os seus cabelos, murmurando:
- Valente. Muito valente... Boa menina.
Depois que descansou um pouco, ela perguntou:
- E o gringo, continua desacordado?
- Eu tenho a mão pesada. Ele ainda vai demorar no
chão.
- Então, vamos embora. Acredito que ele nem sabe o
que o derrubou. Mas estou chateada com você...
- Ué, o que eu não fiz?
- Você não apareceu lá no bar para me dar cobertura,
como prometeu.
Ele riu. Apontou uma bolsa que estava no chão, perto
ASSASSINA46
da cama. Ela não tinha visto ainda o objeto ali. Perguntou:
- O que é aquilo?
- Abra. Terá uma surpresa.
- Basta de surpresas por hoje. Ainda estou de nuca do-
lorida, da pancada que recebi.
Ele mesmo foi até a bolsa, abriu-lhe o fecho e mostrou
o conteúdo de dentro a ela.
- Puta que pariu! Era você a morena bêbada que estava
no bar. A que o gringo achou que era um travesti. Você estava
disfarçado. Por que a “fantasia”?
- Esse meu disfarce já é conhecido naquele bar. Eu me
visto igual a minha irmã, mas é ela quem atrai os gringos sa-
fados, os que fazem tráfico de mulheres. Aí, ela embebeda o
cara e trocamos de lugar, eu e ela. O resto, você já sabe...
- Sim, você fode o cu dos caras. Eles não voltam para
te foder?
- Poucos. A maioria desaparece, envergonhados de ter
estado a noite toda com um traveco. É divertido.
- Imagino. Mas é perigoso. E o taxista?
- O taxista me ajuda a transportar a vítima da vez para
este motel, onde fodo o cu deles e tiro umas fotografias do
coito, deixando-as espalhadas sobre o chão ou sobe a cama.
O careca intervém, quando há confusão. E a recepcionista é
policial federal, também.
- E a Polícia Federal permite isso?
- Não, mas fazem vistas grossas, pois o esquema sem-
pre deu certo.
- Entendo. Mas agora vamos embora pois estou cansa-
da e com sono.
- Não quer dormir lá em casa?
- Não, porra. Chega desse bilolão na minha xoxota, por
hoje.
Pouco depois, ele a deixava na casa dela, uma das uti-
ASSASSINA 47
lizadas para se esconder. Cassandra disse que, à noite, volta-
riam para o bar, até que ela encontrasse o falsificador. Deu-lhe
um beijo carinhoso e foi-se embora. Ava tomou um banho
demorado e caiu na cama. Dormiu durante todo o resto da
madrugada. De manhã cedo, ouviu batidas na porta. Era o
taxista:
- Cassandra te mandou essas fotos. Achamos o filho do
Sr. Cachorro, como você o chama. Mas tem algo estranho...
- O que tem?
- O cara é um cineasta fracassado, procurado por estu-
pro. Mas o abestalhado que queria te estuprar é irmão dele. Já
o velho, não encontramos indícios do filho da puta.
- Não é o pai dos dois?
- Aí é que está: o pai deles morreu há anos, assassinado
por gente ligada à Ditadura Militar. Disso, temos certeza.
- Então o Sr. Cachorro esteve mentindo. Mas, por quê?
Qual o mistério por trás disso tudo?
- É o que precisamos descobrir. Cassandra pediu que te
ajudasse. Ele estará ocupado com outras coisas.
- Tudo bem. Já tomou café?
- Não. Vim te convidar. A menos que não queira a mi-
nha companhia.
- Por que diz isso?
- Soube que fodeu com Cassandra. E quem fode com
ele, nunca o esquece.
- Besteira. Foi uma foda sem compromisso.
- Quer dizer que ainda tenho chance de trepar contigo?
- Claro, bobão. Mas não agora, pois ainda estou toda
dolorida.
- Imagino. O cacete do cara é enorme.
- Ui, bota enorme nisso. Mas ele é gostoso e procurou
não me machucar.
- Bem... Vamos?
Foram a uma padaria, fizeram o desjejum, depois vol-
ASSASSINA48
taram para a casa onde Ava estava hospedada. Ela ficou as-
sistindo a tevê, enquanto ele foi tirar uma soneca. Passara a
noite acordado, investigando os irmãos e o velho. O taxista
pegou no sono de roupas, e Ava ficou admirando-o. O cara
era muito bonito, e tinha uma beleza máscula, diferente de
Cassandra. Ela estava enternecida com o homenina. Gostava
dele. Mas também gostava do taxista, que nem lhe sabia o
nome. Depois, perguntaria. Foi deitar-se ao lado dele. Abra-
çou-o por trás e o beijou na nuca. Ele se moveu, puxando-a
mais para perto de si. Aí, ouviram o toque insistente do celu-
lar que o velho dera à detetive. Ela correu para atender.
- Alô?
- Já tem informações do paradeiro do meu filho?
- Sim. E do irmão deficiente mental dele, o que você
usou para me entregar os dólares falsos. Qual é a tua, velhote?
- Já disse: quero encontrar meu filho e leva-lo para os
Estados Unidos.
- O irmão, também?
- Não, o irmão fica comigo. Quando poderá entrar em
contato com o outro?
- Hoje mesmo, se você me der uma dica de onde o en-
contro. A Polícia Federal o identificou, mas não sabe o para-
deiro dele.
- Está bem. Anote aí o seu endereço.
- Ué, se sabe onde ele mora, por que você mesmo não
o contata?
- Vá falar com ele. Mas ligue para o seu telefone, antes.
Ficará sabendo por que não posso entrar em contato com ele.
****************************
- Não, não quero saber de conversa com o meu pai. Ele
é um crápula. - Disse o rapaz jovem, de cerca de trinta e pou-
cos anos, talvez uns quarenta, muito parecido com o velho.
Tinham o mesmo tipo e altura.
- O que ele te fez?
ASSASSINA 49
- Ele entregou minha mãe pros militares, na época da
Ditadura. Eu era pequeno, mas me lembro dos soldados a
arrastando de perto de mim. Não quero conversa com ele.
- Ele me pediu para te levar comigo pros EUA.
- E fazer o quê, lá?
- Soube que é foragido da Polícia.
- Por um crime cometido por meu irmão, que tem pro-
blemas mentais. Andava estuprando e matando atrizes que
trabalhavam para mim. Como ele é doido, assumi toda a cul-
pa, claro, já que sou seu irmão e responsável por ele. Deveria
tê-lo impedido de fazer mal às atrizes.
- Você sabia que ele as matava?
- Desconfiava. Mas não tinha certeza. A fuga constante
da Polícia acabou com o meu projeto profissional e de vida.
- Entendo. Vamos comigo. Leve-o também. Quem sabe
não encontramos um tratamento adequado lá fora?
O sujeito olhou demoradamente para ela. Depois disse:
- Não tenho dinheiro, moça. Nem tenho trabalho.
Como iria sobreviver lá?
- Vamos explorar teu pai. Arrancamos o máximo de
dinheiro dele.
- Você falaria com ele?
- Claro.
- Então, está bem. Nós vamos. Mas dê-me um tempo
para resolver umas coisas, por aqui.
- Tem o tempo que precisar.
Conversavam numa pracinha, perto de onde marcou
um encontro por telefone com ele. O taxista estava sentado
num banco, um pouco distante, fingindo ler um gibi. Ava fez-
lhe um sinal discreto, dizendo que estava tudo ok. Ele levan-
tou-se e caminhou para o táxi. Ela se despediu do filho do Sr.
Cachorro. Mas perguntou, antes dele ir:
- Soube que teu pai havia morrido já há vários anos.
ASSASSINA50
Como ele apareceu vivo?
- Ele fingiu a sua morte, dona. Os militares o esconde-
ram, depois dele dedurar e entregar a minha mãe.
- Ah, sei. Vá lá. Sabe meu telefone. Assim que resolver
tuas coisas, entre em contato comigo.
Quando o rapaz foi-se embora e Ava entrou no táxi
onde estava o jovem taxista, este perguntou:
- O que achou?
- Tenho pena do pobre. O pai é um calhorda, entregou
a própria esposa para a Ditadura Militar. Por isso, o filho lhe
tem ódio.
- Que pretende fazer agora?
- Damos continuidade à investigação do caso Rebeka,
enquanto ele resolve suas coisas.
- O que acha que aconteceu com Rebeka?
- Posso ser sincera?
- Claro.
- Rebeka estava metida com alguma coisa nojenta que
não sei o que era. Não morreu inocente.
- É, você tem razão. Ultimamente, ela estava muito es-
quiva. Mas Cassandra confiava nela. Sempre lhe dava alguma
missão, de onde ela tirava o seu sustento.
- Por que se separaram, você e ela?
- Ela era muito ciumenta e possessiva, como a irmã de
Cassandra.
- Também tiveram um caso, vocês?
- Sim, logo que fui convocado a trabalhar com os dois e
com o careca. A irmã de Cassandra monitorou meu táxi, pra
saber se eu tinha alguém afora ela. Não gostei e acabamos.
Mas somos bons amigos.
- Ainda trepam?
- Cada vez menos. Ela é sádica no sexo. Não gosto dis-
so. Você trepa melhor.
- Oh, que lindo de mamãe! Vou ficar te devendo uma
ASSASSINA 51
foda por essas palavras.
- Então, pague-se já. Essa conversa me deixou afim.
- Aqui? No táxi? A essa hora do dia? Tá louco, é?
- Tenho uns papelões no bagageiro. Cubro os vidros do
carro. Ninguém vai ver.
- Porra, tá afim mesmo, né? Okay, tape os vidros. Mas
vou te dar apenas uma chupada, tá? Ainda estou dolorida.
Nada de comer meu cu nem minha xoxota.
À noite, Ava voltou para o bar. A primeira cara que viu
foi a do gringo loiro. Ele fez que não a notou. Parecia zanga-
do, e com razão. Ava foi até ele. Deu-lhe um abraço e disse:
- Você foi muito legal comigo. Merece uma foda. E não
precisa me pagar.
- Quem me atacou, ontem?
- O travesti que você tinha falado com ele. Mandou-
me te pedir desculpas. Achou que tinha te visto me dar uma
cacetada lá perto do bar. Expliquei que fora outro. Que você
tinha me salvado do cara.
- Vocês são amigos, não? Diga àquele boiola que vou
dar-lhe um murro, também, para me vingar do que me deu.
- Se eu fosse você, tirava por menos. O cara é fera, te
venceria de novo.
- Está esperando alguém, hoje? - O gringo mudou de
assunto.
- Olha, eu vou te falar a verdade: eu sou detetive par-
ticular e estou na pista de uns caras que vivem distribuindo
dólares falsos. Sabe alguma coisa disso?
- Pouco. tem um sujeito que frequenta este bar que di-
zem ser falsário.
- Pode indica-lo, se ele aparecer por aqui? Aí, falo com
ele e nós dois vamos prum motel.
- Ele acaba de chegar.
Ava olhou em volta. Cassandra não se encontrava no
ASSASSINA52
recinto e o taxista estava conversando com o careca, garçom
do bar. O sujeito sentou-se sozinho a uma mesa e pediu um
uísque. O garçom foi pegar. A detetive pediu licença ao grin-
go e foi até a mesa do outro. Sentou-se, sem pedir autoriza-
ção. O cara disse:
- Pode se mandar, vadia. Não estou afim de putas.
Ava estava vestida como na noite anterior, com minis-
saia e peruca loira. Disse pro cara:
- Estou substituindo Rebeka.
O cara levantou-se rápido e sacou uma pistola, apon-
tando-a para ela. Rosnou:
- Então, é tão catraia quanto aquela puta. Cadê ela? Le-
ve-me a ela, já!
- O que ela te fez?
- Matou meu amigo, que era cúmplice dela.
- Relaxe. Ela está morta. E eu não estou sozinha. Você
não conseguiria me arrastar daqui.
O cara olhou em volta. Percebeu o taxista, o garçom e o
gringo olhando para ele. Abaixou a pistola e voltou a sentar-
se.
- Assim, está melhor. Estou querendo apenas conversar.
- Você disse que a catraia está morta? Tem provas?
- Foi encontrada pela Polícia, estuprada e assassinada,
num terreno baldio. Deve estar nos noticiários. E eu estive lá
no local.
- Quem a matou?
- Ainda não sabemos. É disso que eu queria falar con-
tigo.
- O que ganho com isso?
- Continuará livre, prometo, se me contar o que está
havendo. Mas tem que ser convincente. Caso contrário, te de-
nuncio à Federal.
ASSASSINA 53
Ele esteve pensativo. Depois, começou:
- Rebeka era a chefe de um setor da CIA, aqui. Fez mer-
da e botaram sua cabeça a prêmio. Foi quando ela passou
a derramar dólares falsos, no Recife e em outras capitais do
Brasil.
- Vi as notas. Todas falsificações baratas.
- É verdade. Antes, ela usava dólares falsificados muito
bem feitos pela própria CIA para comprar armas bolivianas
e distribuir com o tráfico do Rio de Janeiro. Assim, a CIA
não gastava dinheiro nessas operações. Com a saída dela da
Agência, quis continuar tocando os negócios por si. Nos ar-
regimentou, a mim e ao meu amigo que foi assassinado por
ela, para imprimir as cédulas. Mas quis economizar, por isso
contratou um falsário muito ruim. A matriz que ele fez é de
péssima qualidade. A Polícia Federal andou atrás dela, sem
saber que estava no encalço de uma aliada. Um sujeito lhe
fazia chantagens, ameaçando entrega-la. Ela pagou pra gen-
te recolher todas as notas que ainda estavam em circulação,
para a Policia não chegar até ela. As últimas amostras, foram
as que estavam com meu amigo.
- Entendo. Então, ela matou teu amigo e carregou a va-
lise com as provas: os dólares falsos, para que estes não caís-
sem nas mãos da Federal.
- Isso. Mas, por via das dúvidas, meu amigo, que já não
confiava tanto nela, deve ter-lhe dado uma valise falsa.
- Então, depois que ela saiu, alguém foi lá e recuperou a
verdadeira valise, que deveria estar escondida naquele quarto
de hotel.
- Correto. Mas a tal valise sumiu e, os dólares falsos,
junto com ela.
A detetive desligou um pequeno gravador que trazia
consigo, escondido entre as roupas. Os dólares desaparecidos
foram os entregues a ela pelo Sr. Cachorro, mas não disse
isso ao cúmplice da espiã. Através das notas, decerto Cas-
ASSASSINA54
sandra chegaria a Rebeka. Estava resolvida parte do mistério.
Só restava saber quem estuprou e matou a espiã. Chamou o
garçom, entregou-lhe o pequeno gravador e pediu que ele
servisse o cara com o melhor uísque. Depois, levantou-se da
mesa e voltou para perto do gringo loiro. Disse:
- Pronto. Agora já podemos dar a nossa foda.
Pouco depois, estavam no mesmo motel onde o cara ti-
nha sido nocauteado por Cassandra. Ele abriu a porta cisma-
do, mas não havia ninguém dentro do quarto, como da outra
vez. Ava já tirava a roupa. Ficou contente ao ver que ele não
tinha um pênis muito grande. Beijou-o de língua, enquanto
lhe ajudava a tirar a roupa.
O gringo era muito carinhoso. Antes mesmo dele me-
ter-lhe a pica na xana, ela já tinha gozado várias vezes na sua
boca. Ele não tinha urgência em gozar e a chupou com maes-
tria. Ela se derramou de prazer com as chupadas. Mamou-o
também e ele por pouco não ejaculou na sua boca. Aí, o loiro
pediu:
- Deixa eu meter na tua bundinha?
- Hoje, não, meu anjo. Estou toda dolorida. Fui estu-
prada, sabe?
- Deixa eu ver?
Ela esteve indecisa, depois se virou de costas. Ele disse:
- Está ainda bem estufada. Tenho, lá no carro, uma po-
mada anestesiante e cicatrizante. Não quer tentar?
- Ela funciona?
- Só vendo.
Não demorou muito e o cara voltou com uma bisnaga.
Lambuzou o ânus dela e depois toda a própria pica. A princí-
pio, Ava sentiu um formigamento no reto, mas logo passou a
sensação. Percebeu que o cu ficou dormente. Ela disse:
- Vai, enfia agora. Mas devagar. Se eu gritar, pare.
ASSASSINA 55
Não gritou. O cara foi introduzindo com cuidado, até
que deixou todo o caralho dentro dela. Começou os movi-
mentos devagar e foi aumentando a velocidade. A sensação
era estranha. Ava não sentia dor, mas percebia o membro en-
trando e saindo do seu cuzinho. Teve o primeiro orgasmo.
Empinou mais a bunda. Ele ficou tirando totalmente, depois
empurrando tudo de volta, até que ela gozou várias vezes se-
guidas.
ASSASSINA56
6. O tarado por boceta à cabidela
Afoda foi tão gostosa que ela passou o resto da noite com o
gringo. Ele quis encontra-la novamente, mas ela afirmou:
- Sinto muito, mas não daríamos certo, nós dois. Por
outro lado, estou indo para os Estados Unidos, assim que re-
solver umas broncas aqui.
- Estados Unidos? Também devo estar voltando para lá,
por esses dias. Podemos ir juntos.
- Melhor, não. Estarei acompanhada. E numa missão.
- Você é policial federal?
- Não, meu anjo. Mas confesso que estou trabalhando
junto a eles. Resolvendo um caso.
- Ah, entendi. É uma pena, pois gostei de você.
- Você também me é simpático, mas só isso. Deixemos
as coisas como estão. Quem sabe não estarei afim, outro dia, e
trepamos de novo?
ASSASSINA 57
Quando saíram do motel, Ava viu o taxista esperando-a
do lado de fora, do outro lado da rua. Fez que não o viu. Con-
tinuou no carro do gringo, sendo seguida pelo taxista. Já era
quase oito da manhã, e o cara a deixou numa lanchonete. Mas
não ficou com ela. Foi-se embora, depois de se despedir com
um longo beijo, correspondido pela detetive. Quando Ava fi-
cou sozinha, o taxista se aproximou e sentou-se à mesa, frente
a ela. Disse:
- Tem se divertido bastante, trepando todo dia, né gu-
ria?
- Está com ciúmes?
- Oh, não. Nessa vida que levo hoje em dia não há espa-
ço para essa coisa chamada ciúmes. Principalmente, quando
se trata de trabalho.
- É verdade. Vou comer algo e ir para casa. Estou esgo-
tada. Mostraram a gravação que fiz a Cassandra?
- Ah, sim. Ele ficou chateado, pois apostava ainda na
inocência dela, mas agora não tem mais volta.
- Vão cobrar a recompensa oferecida pela CIA?
- A grana interessa a você? A nós, não interessa. Princi-
palmente, por causa da morte de uma das nossas.
- O dinheiro não é interessante para mim. Mas eu que-
ria ter aproximação com alguém da CIA, pois pode me ser útil
algum dia.
- Posso pedir para Cassandra te botar em contato com
alguém da célula americana no Recife. Você cobra a recom-
pensa deles. É a deixa para conhece-los.
- Boa ideia. Faça isso. O que vai pedir para comer?
- O mesmo que você.
- Pedi um gringo com suco de tangerina.
- Um gringo?
- Um sanduíche americano, bobo.
- Ah, tá. O mesmo. Depois, te deixo em casa.
- Não precisa. Também não arrisco ir contigo, pois po-
deria dar vontade de te foder.
ASSASSINA58
- Hoje, não. Estou cansado. Estive te esperando na porta
do motel a noite inteira.
- Ué, por que me esperou?
- Ordens de Cassandra. Não quer que te percamos de
vista, para não se meter em apuros de novo.
- Não precisava me esperar, mas agradeço.
Comeram e ele pagou a conta. Ava foi-se embora e pe-
gou um ônibus. Demorou a chegar em casa e veio quase co-
chilando no coletivo. Desceu na parada da sua residência, doi-
da para cair na cama. Tinha sono acumulado. Girou a chave
na porta e entrou quase dormindo. Cerrou os olhos ao fechar
a porta novamente, sem acender a luz. As cortinas nas jane-
las do apartamento o deixavam às escuras. Aí, ela viu estrelas.
Caiu pesadamente no chão, com a pancada que recebeu na
nuca.
****************************
- Ela está acordando.
- Muito bem. Vamos saber já quem é a vadia.
Ava ouvia vozes distantes, como se não falassem tão
perto de si. Abriu os olhos com cuidado. A nuca lhe doía ter-
rivelmente, depois de duas pancadas recebidas um dia após
o outro. O pescoço lhe estava rígido. Quando acostumou-se
com a penumbra, viu duas figuras conhecidas sentadas per-
to da cama. O homem lhe apontava uma pistola. A mulher,
também.
- Papai? Mamãe? O que fazem aqui? O que está acon-
tecendo?
- Diga-nos você, sua puta. Onde está minha filha?
- Ué, não está me reconhecendo?
A mulher jogou sobre a detetive umas fotos. O homem
disse:
- Viemos assim que vimos essas fotos. Acreditando que
ASSASSINA 59
nossa filha estava em perigo. Aí, encontramos uma sósia dela.
- Sósia? Eu sou Ava, filha de vocês - Disse ela, olhando
para as fotos. Logo compreendeu:
- Puta merda. Enviaram essas fotos pra vocês?
- Sim. Foi o que nos fez pegar o primeiro voo para cá.
Cadê Ava?
- Eu sou Ava, papai.
- Se você fosse ela, não teria ficado curada dos machu-
cões em tão pouco tempo.
As fotos tinham sido feitas quando a detetive foi captu-
rada e espancada, ficando com o rosto disforme.
- O que eu preciso dizer para provar que sou a filha de
vocês?
A mulher esteve pensativa. Depois, perguntou?
- Com quantos anos você começou a andar?
- No dia em que completei quatro anos, mainha. Vocês
fizeram uma festança. Eu tinha demorado a dar meus primei-
ros passos. Vocês pensavam que eu ia ficar paralítica das per-
nas.
A mulher abraçou-se com ela, chorando. O homem ain-
da estava sisudo, como se estivesse desconfiado de algo.
- Se é mesmo você, como ficou recuperada dos hemato-
mas em tão pouco tempo?
- Uma fórmula milagrosa, papai. Estou investigando
um caso de um cientista raptado. Ele criou um composto que
recupera as células dilaceradas em pouquíssimo tempo. A tal
substância foi injetada em mim, curando-me totalmente e
sem dor.
O senhor de cerca de cinquenta anos de idade, mas de
tipo atlético invejável, fez acender-se uma das lâmpadas, apro-
ximou-se dela e lhe examinou a tez. Fez uma careta de quem
ASSASSINA60
continuava descrente. Falou:
- Você foi enganada. Não existe tal fórmula. Nunca exis-
tiu. Eu e tua mãe, certa vez, matamos um homem que nos
queria fazer crer que tinha o tal composto. Pretendia vende-lo
ao Exército. Acreditamos nele e até lhe demos a grana. Quan-
do descobrimos que era uma farsa, recebemos ordens para
mata-lo.
- E o mataram?
- Por que duvida, minha filha?
- É, não devia. Vocês nunca falharam numa missão.
- Pois é. Quem falou da tal fórmula pra você?
- Um cara que disse conhecer vocês. Que vocês se lem-
brariam dele. O tal cara que vocês dizem que o mataram. Hoje
é um velho barbudo e cabeludo.
- Impossível. Nós demos mais de dez tiros nele. - Disse
o pai.
Avaestevepensando.QuandooSr.Cachorroaestuprou,
ela não lhe percebeu nenhuma cicatriz causada por arma de
fogo. Se ambos fossem a mesma pessoa, ele teria sobrevivido,
talvez, mas com todas as marcas de tiros dados pelos pais dela.
- Em que está pensando minha filha?
- Numa coisa, mamãe: quem é o cara que me contratou
para tirar o filho do Brasil?
- Conte-nos essa história direito - Disse-lhe o pai.
Ava contou. Não omitiu nenhum detalhe. Ao término
da sua dissertação, o pai disse:
- Apresente-nos esse senhor. Quero conhece-lo. Aí, ve-
remos quanto do que diz é verdade. Mas uma coisa é certa: ele
não é o merda que quis nos vender uma fórmula falsa, quase
três décadas atrás.
- Primeiro, vou lhes apresentar o filho dele. Prometi tirá
-lo do Brasil e leva-lo para os States. A ele e ao irmão deficien-
te mental. Contava com vocês.
ASSASSINA 61
- Que seja. Então, encontraremos primeiro o rapaz. De-
pois, caçamos o tal velho barbudo e bigodudo que enganou
você.
Ava ligou para o filho do Sr. Cachorro. Pediu novo en-
contro com ele. Disse-lhe que os pais dela tinham vindo ao
Brasil, e ficaria mais fácil de viajarem, ele e o irmão, como
se fossem uma família do casal. O rapaz esteve mudo, como
se não tivesse entendido muito bem o que ela lhe dizia, mas
marcou o encontro para aquela tarde. Logo após o primeiro
telefonema, Ava ligou com o celular cedido pelo velho, para o
número oculto configurado. Ninguém atendeu ao chamado.
Achou estranho. Disse aos pais:
- O velho não atendeu ao meu chamado. Isso é mui-
to estranho. Vou ter que me encontrar com uns amigos, para
investigar isso, papai. O senhor vai com mamãe encontrar o
rapaz, no local e hora marcada, que depois chego lá.
- Ok. Mas tome cuidado, seja lá o que for fazer. - Disse
a mãe da detetive.
Pouco depois, Ava estava com o taxista. Pediu-lhe que
conseguisse uma foto do Sr. Cachorro. Também investigasse
onde o velho estava escondido.
- Cassandra já está cuidando disso.
- Mas estou pedindo pessoalmente a você. Te pago o
favor com uma foda. Mas só daqui a três dias. Fiquei mens-
truada hoje.
- Melhor assim. Já trepou com dois ao mesmo tempo?
- Por que a pergunta indiscreta?
- Nosso amigo careca tem tara por mulheres menstrua-
das. Vai adorar foder tua xota.
- Ele é muito avantajado?
- Não muito.
- Eu topo. Mas temos que fazer isso tipo ligeirinho.
Meus pais estão aqui e logo terei de me encontrar com eles.
ASSASSINA62
- Não estavam nos Estados Unidos?
- Sim, mas correram para o Brasil assim que souberam
que eu estava em perigo.
- Família unida. Invejo isso. Então, vamos até o nosso
Açougueiro. Hoje ele está de folga.
- Açougueiro? O cara do bar? Por que o chama assim?
- Lá, você verá.
Pouco depois de marcar por telefone, o casal chegou à
modesta residência do garçom careca. Ele os recebeu feliz.
- Porra, fazia tempos que eu não comia uma boceta à
cabidela!
Ava riu a valer. Entendera a piada. O cara era espirituo-
so. Entraram, e ele lhes ofereceu bebidas. Ela preferiu cervejas.
O taxista, um uísque. O careca perguntou:
O rapaz te explicou qual é o meu lance?
- Sim, viemos conversando no carro. Você gosta de fo-
der mulheres menstruadas, por isso te apelidaram de Açou-
gueiro.
- Isso mesmo. Não tenho caralho grande, como Cassan-
dra, mas ainda faço uns estragos.
- Nem me fale. Melhor que não seja caralhudo, mesmo.
- O rapaz vai participar da festa? Com ele fica melhor.
- Só se ela permitir. Mas disse estar de cu dolorido. -
Disse o jovem.
- Eu tenho uma pomada que é uma maravilha. Impor-
tada dos States. - Prometeu o garçom.
Pouco depois, Ava estava sendo fodida pelo careca. O
taxista sentou-se numa cadeira, nu, e esteve manuseando o
caralho, aguardando a sua vez. Ava chupou um pouco o gar-
çom, antes de lhe vestir uma camisinha. Ele a tirou, dizendo
preferir sem. Ela não insistiu. Achou o cara muito comodista,
pois só ela lhe fazia carinhos. O sujeito fazia caras e bocas,
quase gozando. Ava estava sobre ele, mamando-lhe a pica.
ASSASSINA 63
Apertava-lhe as bolas, e ele urrava de prazer, como se a dor
lhe fizesse bem. A boceta começou a pingar sangue, pois ela
não usava absorvente. Quando o cara viu a mancha rubra no
lençol, virou bicho.
O garçom caiu de boca na xoxota de Ava e lhe deu uma
das melhores chupadas a que ela já teve direito. Ninguém
nunca lhe chupara tão bem, sem se preocupar com o sangue
que lhe sujava a boca. É que a detetive sempre evitava tran-
sar menstruada. O careca desceu um pouco o corpo e ficou
lambendo sua vulva à cabidela, enquanto ela se contorcia de
prazer. A jovem virou-se na cama, simulando um meia-nove.
Chupava-o, enquanto ele lhe lambia o grelo ensanguentado.
Foi quando ela teve o primeiro orgasmo. Para sua surpresa,
o taxista se juntou a eles. Quando Ava percebeu sua inten-
ção, empinou mais a bunda. O careca a tinha untado com a
mesma pomada anestesiante e cicatrizante que o gringo loiro.
O jovem segurou suas ancas e apontou a rola. Ela gemeu de
prazer. O garçom metia-lhe a língua no grelo, ainda. Quando
percebeu que ela ia gozar, rosnou para o rapaz:
- Atola agora!
Empalada dos dois lados, Ava chorava de prazer. Pedia:
- Arromba meu cuzinho... arromba... me arromba
toda... Aiiiiiiiiiiiiiiiii...
Quando o taxista começou a copular seu rego, suas pre-
gas se esticaram para se acomodar ao pênis dele. Dessa vez, o
rapaz meteu com gosto, confiante de que ela não sentia dor.
Ava abriu bem a boca e os olhos, perto de mais um orgasmo.
Teve uma série deles logo em seguida.
ASSASSINA64
7. Assistindo a uma foda
muito excitante
- Me leva onde vou encontrar meus pais?
- Claro. É só o tempo de tomar um banho. Vem se ba-
nhar comigo?
Ela foi. Os dois entraram debaixo do chuveiro, enquanto o
careca ressonava. Ele dormira assim que gozou pela se-
gunda vez na boceta de Ava. O casal o deixou dormir. O cara
varava a madrugada trabalhando. Seria bom que estivesse
bem descansado, depois de algumas horas de sono.
Vestiram suas roupas e saíram, fechando a porta e jo-
gando a chave por debaixo. Pouco depois, chegavam à praça
onde a detetive havia marcado o encontro com o filho do Sr.
Cachorro. No entanto, não havia mais ninguém lá.
ASSASSINA 65
- Cadê teus pais? Gostaria de conhecê-los.
- Deveriam estar ainda aqui. Também não vejo o filho
do velhote. Será que ele não veio?
- Não chegamos muito atrasados?
- Que nada. Passaram-se apenas cinco minutos da hora
marcada. Não daria tempo deles conversarem.
- E agora, o que faremos?
- Leve-me em casa, por favor. Quero ver se estão lá.
Não estavam. Ava ligou para o jovem cineasta, mas ele
não atendeu. Ela telefonou, também, para o Sr. Cachorro e
ouviu a mensagem de que aquele número não existia. Ficou
preocupada. Perguntou para o taxista:
- Vou precisar de uma arma, qualquer que seja. Você
tem uma?
- Um revolver. Está no carro. Vou pegar para ti. Mas...
o que está havendo?
- Estou com uma sensação esquisita, como se não fosse
mais rever meus pais. Algo está errado. O ruim é que eles
não tem telefone. Detestam essas modernidades. Vou ter que
adivinhar onde estão.
O taxista voltou com a arma e entregou a ela. Falou:
- Está limpa. Não pode ser rastreada.
- Obrigada, meu anjo. Agora, me deixe, por favor. Não
precisa mais estar comigo. Quero achar meus pais sozinha.
Eles não gostariam que eu tivesse ajuda para isso. Sempre
quiseram que eu fosse independente.
O taxista saiu de lá, apreensivo e a contragosto. Temia
que a garota se metesse em encrenca. Por isso, entrou no
carro e fingiu ir embora, mas ficando nas redondezas. Viu
quando a detetive parou um taxi e entrou nele. Seguiu o car-
ro onde ela estava. O tempo estava nublado e não demoraria
muito a anoitecer. Manteve um certa distância, para não ser
ASSASSINA66
visto por ela. Viu quando ela desceu do carro num local in-
comum: perto da entrada da mata do Horto de Dois Irmãos.
Ele passou direto e parou seu táxi mais adiante. Viu quando
ela enveredou por um caminho de terra, mata adentro. Des-
ceu do táxi e seguiu atrás da detetive. Caminhou com cuida-
do, para não fazer barulho. Mas, aí, foi surpreendido por uma
cacetada dada por trás, que o fez desmaiar.
****************************
Quando o agente saiu da sua casa, Ava se pôs a pensar.
Estranhava o sumiço dos pais. Era muita coincidência o si-
lêncio do filho do Sr. Cachorro. Mais ainda o fato do velho
não atender o telefone que lhe deu. Então, um pensamento
lhe passou pela cabeça: será que os seus pais sabiam do fale-
cimento do irmão dela? Havia calado sobre a morte dele, e os
pais não perguntaram. Naquele momento, não estranhou o
desinteresse do casal por saber do filho. Por outro lado, o Sr.
Cachorro sabia até onde o irmão tinha sido enterrado por ela.
Quando estivera prisioneira dele, o cara ligou para alguém.
Provavelmente, para o filho com problemas mentais. Mas, se
ele mantinha contato com o sujeito, e o irmão do cara tam-
bém, como o velho não usou o doidinho para se aproximar
do outro? Isso era, no mínimo, estranho. Aí, um pensamento
lhe veio como uma marretada na cabeça: e se o Sr. Cachorro
e o filho cineasta fossem a mesma pessoa?
Ava pediu um taxi por telefone e o sujeito disse que
estava bem próximo ao seu endereço. Ela saiu de casa e espe-
rou do lado de fora. Percebeu o jovem taxista de tocaia, mas
não fez alarde. Poderia precisar dele. Melhor que a seguisse.
Pretendia ir à cova onde estava enterrado o irmão. Se seus
pais já soubessem da sua morte, decerto já estariam lá, talvez
providenciando um enterro decente para o filho. Assim que
adentrou a mata, viu o jovem deficiente mental escondido.
Foi quando teve a certeza de que era esperada. Por isso, não
ASSASSINA 67
estranhou quando viu o velho de pistola na mão. Ela pergun-
tou:
- Onde estão meus pais?
- Fazendo companhia a teu irmão.
A detetive se conteve, para não entrar em desespero.
Falou:
- Só acredito vendo. - Ela disse, sem querer demonstrar
que escondia um revolver às costas.
- Não achei que você descobrisse logo. Ainda ia te pre-
parar uma armadilha. Mas foi bom ter vindo. Fará compa-
nhia a teus pais. Não está surpresa?
- Não. Apenas puta da vida por não ter descoberto an-
tes.
- Descoberto o quê?
- Que tudo não passou de uma armação, para se vingar
dos meus pais, que haviam matado o teu. Mesmo de barba,
bigodes e cabelos compridos, agora reconhecço o jovem cine-
asta por trás desse disfarce. Não há mais motivo para usá-lo.
- Tem razão - disse o jovem retirando a peruca e a bar-
ba. Ficou apenas de bigode postiço.
- Quando descobriu?
- A caminho daqui. Teu irmão demente havia tenta-
do me nocautear, na saída do bar. Com certeza, você queria
me aprisionar novamente e me usar como isca para atrair os
meus pais. Mas não foi o doido quem estuprou a espiã. Aliás,
o estuprador sempre foi você, não é? Matava as atrizes, que
não queriam nada contigo, e botava a culpa em teu irmão.
Convencia-lhe de que ele é quem era o assassino?
- Nós dois temos a mesma mania. Ambos gostamos de
estuprar mulheres. Ele também matou algumas. Foi o pri-
meiro a matar. Aprendi com ele a gostar de estuprar e depois
matar.
- Por que não me matou?
- Eu precisava atrair teus pais para o Brasil. Lá nos EUA,
ASSASSINA68
por eu não conhecer aquele país, seria muito mais difícil para
mim matá-los, além de mais dispendioso. Eu não tenho di-
nheiro folgado para estar gastando.
- E o que me pagou para te levar pros States?
- Ganhei entregando a espiã para a CIA. Queriam-na
viva ou morta. Morta, foi mais fácil para mim. Depois, eu
acharia uma maneira de ter o dinheiro que depositei para ti
de volta. Talvez até uma quantia maior, te chantageando.
- Como sabia dos dólares falsificados?
- Eu era sócio dela, na distribuição. Era um ótimo es-
quema, o que tínhamos: comprar armas com dólares falsi-
ficados pela própria CIA. Cédulas quase perfeitas. Mas ela
quis economizar e contratou alguém para fazer novas matri-
zes dos dólares. A falsificação ficou uma merda, e se tornou
um negócio perigoso. Quando os colombianos perceberam
que queríamos engana-lo, quis nos matar. Aí, pensei logo em
terminar a minha parceria com a espiã. Já era tempo de assas-
siná-la e vender seu cadáver à Agência.
- E o tal composto milagroso?
- Claro que não existe. Aproveitei uma velha ideia do
meu pai, que foi a causadora de sua morte. Eu não havia ma-
chucado teu rosto. Como fui cineasta e maquiador, simulei
teus ferimentos. Só isso.
Ava percebeu movimentos atrás de si e voltou-se. Viu o
demente carregando o jovem taxista desmaiado. Ficou apre-
ensiva:
- Não precisavam tê-lo matado.
- Ele não tá morto - afirmou o doido.
- Obrigada pela informação, maluquinho. Mas isso sig-
nifica que a Polícia Federal está na nossa cola. Logo, desco-
brirão o nosso paradeiro.
O sujeito esteve pensativo, depois perguntou para o ir-
mão:
ASSASSINA 69
- Tinha mais alguém com ele?
O sujeito balançou a cabeça, num gesto em negativa.
- Mesmo assim, é perigoso ficarmos aqui. Vamos levar
os dois para o galpão abandonado e lá nos livraremos deles.
Quando o rapaz com deficiência mental se virou para
levar o taxista primeiro, Ava aproveitou o momento para sa-
car o revolver escondido às costas. Pegou ambos de surpresa.
Atirou no ombro do sujeito armado e este caiu para trás, por
causa do impacto, soltando a arma. O demente jogou o taxis-
ta no chão e partiu furioso para cima da mulher. A detetive
teve que atirar cinco vezes, para fazê-lo parar. O último tiro
foi no meio da testa.
- Naaaaaaaaaaaaaaão. Meu pobre irmão, não... - Solu-
çou o cara ferido.
A detetive apontou-lhe a arma. Ia disparar, quando ou-
viu o taxista dizer:
- Não atire, Ava. Deixe que eu o prenda. Cassandra irá
preferir assim.
A jovem estava se tremendo de ódio. Mas atendeu ao
pedido do taxista. Disse:
- Algeme-o. Quero levá-lo a um certo galpão. Antes,
vamos desenterrar meus pais. Estão nessas covas.
- Existem três covas.
- Na terceira, está enterrado meu irmão.
Ava chorou muito quando o jovem descobriu os corpos
dos pais. Haviam sido baleados. Mais uma vez, quis atirar no
cineasta, mas o taxista não deixou. Cavaram mais uma vala
e enterraram o rapaz com problemas mentais. Foi a vez do
irmão chorar. O taxista deu-lhe um murro certeiro, pra se
livrar do chororô. O cara desmaiou. O taxista falou:
ASSASSINA70
- Detesto essas ladainhas, quando são de machos.
Pouco depois, tinham o cineasta amarrado à mesma
cadeira onde Ava esteve sentada uma vez, quando foi feita
prisioneira. O sujeito ainda estava desacordado. A detetive
beijou longamente o taxista e agradeceu por ele a ter seguido.
Notou que, de vez em quando, ele levava a mão à nuca.
- Está sangrando?
- Não. Mas levei uma bela paulada na nuca.
- Tadinho. Sei o que é bom para essa dor...
- Não me diga que está querendo trepar, depois de tan-
to estresse.
- Fico muito excitada, quando estou menstruada.
- Mas teus pais acabaram de ser assasssinados...
- Não seja desmancha-prazeres! Se não quiser trepar,
basta dizer.
- Oh, desculpe. É que agimos de maneiras diferentes.
Quando perdi minha mãe, fiquei arrasado.
- Eu convivi pouquíssimo tempo com meus pais. Ele
viajavam o tempo todo, para cumprir missões, e nos deixa-
vam sozinhos ou com uma empregada.
- Entendo. Então, vá tirando a roupa enquanto ajeito
um lugarzinho pra nós dois.
Quando o cineasta acordou do desmaio, viu os dois se
abraçando e se beijando, deitados sobre folhas de jornais es-
tendidas no chão. O taxista disse:
- Não é melhor chamar Cassandra até aqui, antes de
fazermos amor?
- Porra, cala a boca e me fode. Cassandra só iria atrapa-
lhar a nossa transa. Depois, o chamamos.
O cineasta ficou de pau duro quando Ava chupou a
pica do taxista com uma gula nunca vista por ele. Mesmo no
escuro, ele viu sua boceta pingar sangue. Compreendeu que
ASSASSINA 71
ela estava menstruada e ficou mais excitado ainda. Aquilo lhe
lembrou a primeira mulher com quem fodeu e depois a ma-
tou, por ela ter ficado menstruada em pleno ato e pedido para
ele parar. Ele estava com muito tesão para atender ao pedido
da mulher. Continuou fodendo-a e ela deu-lhe um tapa, para
poder se livrar dele. Ele ficou com raiva e bateu nela com um
objeto contundente até matá-la. Fodeu-a, depois de morta.
Em seguida, enfiou vários objetos na vagina e no cu dela. Aí,
seu irmão viu e ameaçou contar aos pais. Ele deu uma cace-
tada na cabeça do irmão que o deixou doido para sempre.
Aí, Ava virou-se de costas e pediu para o jovem taxista
vir por trás. O pau do cineasta só faltou sair das calças, de
tão duro. Ver o sujeito invadindo aos poucos o cu da dete-
tive o deixou louco de tesão. Ela pedia para ser bem fodida
por ali. Com as mãos e os pés amarrados à cadeira, o cineas-
ta não podia nem bater uma punheta. Ava começou a gritar
de prazer. O taxista rosnava, fodendo-lhe a bunda. O sujeito
amarrado não se aguentou mais. Deu uma longa gozada nas
calças, enquanto a detetive implorava:
- Agora, não. Não goza, amor. Deixa eu gozar primeiro.
Não... go... zaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...
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  • 3. ASSASSINA 3 1. Estuprada por um tarado Adetetive Ava Santacruz estava feliz. Tinha cumprido uma missão em apenas um dia, apesar de ter perdido o irmão por causa disso. Ossos do ofício, até porque ele já se considerava cadáver mesmo! Tinha câncer terminal e ambos já esperavam pelo fim dos seus dias. Por isso, o pobre irmão já não era tão cuidadoso, ao enfrentar o mais perigoso da profissão: lidar com assassinos profissionais. As coisas poderiam ter terminado melhor se o jovem neto do seu contratante, o rapaz chamado Henrico, tivesse vindo com ela. Tinha ganho um bom dinheiro, que não foi preciso dividir com o irmão falecido, além de duas passagens para os Estados Unidos. Seu passaporte estava okay e ela saiu da pousada onde estava hospedada, no centro do Recife, a procura de um táxi que a levasse ao Aeroporto Internacio- nal dos Guararapes. Carregava apenas uma pequena valise
  • 4. ASSASSINA4 na mão, contendo uns poucos pertences: uma muda de rou- pas, documentos falsificados e produtos de higiene pessoal. Nenhuma arma, pois sabia que seria difícil passar com ela, se revistassem suas coisas. Se precisasse, compraria uma arma clandestinamente no país de destino. Viu se aproximar um táxi e fez-lhe um sinal com a mão desocupada. O veículo pa- rou uns dez metros adiante, mas voltou de ré para perto da detetive. Um jovem bonitão inclinou-se em direção à janela e disse para ela: - Boa noite, moça. Estou indo apanhar uma passageira mas, se pretende ir em direção ao bairro de Boa Viagem, pos- so te dar uma carona. Não precisa pagar. - Estou indo para o aeroporto, sim - disse a ruiva ma- gra, mas de corpo atlético. - Incomoda-se que eu pegue uma passageira no cami- nho? Iremos com ela até o aeroporto, te deixo lá, e depois eu sigo o itinerário que ela me pedir. - Ela não vai ficar chateada de me ver no carro? - Ela é um pouco ciumenta, é verdade, mas eu saberei domar a fera. Ava entrou no táxi e sentou-se ao lado do motorista. Ele era bonito, cheiroso e muito simpático, e foram conver- sando até que ele estacionou na frente de um hotel de luxo, na orla de Boa Viagem, bairro nobre do Recife. Uma ruiva boni- tona e de corpo escultural entrou no carro, portando uma va- lise parecida com a que Ava carregava, e sentou-se no banco traseiro. Beijou o motorista nos lábios, quando ele esticou-se para trás. Ele perguntou: - Tudo bem, Rebeka? Como foi o encontro? - Depois te conto. Quem é a nossa carona? - Uma jovem que precisa ir para o aeroporto. Depois, eu e você tomamos uns goles nalgum barzinho e conversa- mos, ok? - Tudo bem. Mas quero que me deixe primeiro no ho-
  • 5. ASSASSINA 5 tel. Subo e desço logo. É quase caminho do aeroporto, e o conteúdo da valise é muito importante para que eu fique com ela pra lá e pra cá. - Disse a ruiva, sem nem cumprimentar a passageira. Ava também não lhe deu atenção, mas estava curiosa para saber a que conteúdo tão importante ela se referia. Ma- nia de detetive - admitiu ela para si mesma. Queria chegar logo ao aeroporto, apesar de ainda ter tempo de sobra. Falta- vam cerca de duas horas para a saída do seu voo. É que cos- tumava estar no Guararapes sempre antes do horário, para o caso de imprevistos. Quando o taxista deu partida novamen- te, no carro, Ava percebeu que alguém que estava estaciona- do no outro lado da rua do hotel encetou a marcha. Ela ficou cismada, mas não disse nada ao casal. Ficou pensando que fora seguida até ali por alguém que estava naquele carro, e que só tinha se dado conta naquele momento. Por isso, disse para o taxista: - Não tenho pressa em chegar ao aeroporto. Na verda- de, estou muito adiantada do horário do voo. É que pretendia tomar umas cervejas, antes de viajar. - Já sei, tem medo de voar! - Afirmou a ruiva Rebeka, se dirigindo diretamente a Ava. - É verdade -, mentiu Ava - já que é a minha primeira vez. - Vai para onde? - Continuou a ruiva gostosona. Ava percebeu um leve sotaque estrangeiro na voz dela. - Estados Unidos. Conhecer o País das Oportunidades. - Oh, vai para os States? Mas não acredite em tudo que ouve, sister. A vida para turista, lá, não é fácil. Principalmente agora, com o governo Trump. - É, estou sabendo. Mas tenho família lá. Talvez fique mais fácil para mim. A ruiva gostosona mais uma vez não deu atenção às
  • 6. ASSASSINA6 palavras dela. Dirigiu-se ao taxista: - Okay, amor. Acho que não será demais a gente dar uma parada e tomar umas doses. Estou de garganta seca. Aproveito para examinar a mercadoria. Enquanto a mulher falava, Ava olhava discretamente para trás. O carro que os seguia passou pelo táxi e continuou em maior velocidade que eles. Tinha os vidros fumês e, no escuro da noite, não deu para a detetive saber quem estava dentro. Mas relaxou, quando ele dobrou uma esquina, en- trando numa rua. O táxi passou direto. Pouco depois, o trio estava sentado a uma mesa de bar, bem próximo ao aeroporto. Ava pediu uma cerveja, Rebeka preferiu um uísque dos mais caros. O jovem taxista quis di- vidir a cerveja com a ruiva detetive. Chamaram o garçom, um sujeito alto, forte e careca, mas com cara de bonachão. Ele recebeu o casal com alegria, como se já os conhecesse há tempos, e também cumprimentou Ava. Enquanto o garçom não trazia as bebidas, Rebeka pediu licença para ir à toilette e carregou consigo a valise. Voltou pouco depois, frustrada. - Não consegui abri-la, amor. Teremos que esperar Cassandra. Ele saberá dar um jeito, espero. - Ele? Cassandra é homem ou mulher? - Perguntou Ava. - Ele é um homenina - respondeu Rebeka, visivelmen- te incomodada com a detetive. Parecia que fazia questão de trata-la mal. - Deixe-me ver - pediu o taxista. A ruiva Ava achou interessante a mulher, que parecia bem desenrolada, confiar a valise ao taxista. Ficou na expec- tativa, torcendo para que ele conseguisse abrir o objeto. A magra estava curiosa para saber o que tinha dentro. Ao cabo de uns dez minutos tentando, o jovem conseguiu seu objeti-
  • 7. ASSASSINA 7 vo. - Pronto, está aberta. - Uau, você é fera, amor - exultou a gostosona. Beijou efusivamente o jovem nos lábios. Aí, soltou uma imprecação: - Son of a birch! Está vazia. Nada da mercadoria den- tro. Fomos enganados. Vamos voltar. Precisamos resgatar o conteúdo. O jovem taxista levantou-se rápido, tirou algum di- nheiro do bolso e jogou sobre a mesa. Disse para Ava: - Desculpe-nos, mas precisamos ir. Dê o troco ao gar- çom, por favor. Foi um prazer conhece-la, senhorita...? - Adriana - escondeu seu nome a detetive, sem saber por quê o fazia. - O prazer foi meu. E obrigada pela carona. - De nada. Então, boa viagem e boa sorte lá nos States, Adriana. A outra foi embora apressada, sem nem falar com ela. Ava terminou de tomar sua cerveja e pagou tudo ao garçom, explicando que o casal teve que sair às pressas. Percebeu que o grandalhão careca ficou olhando para a rua, preocupado. Ela pegou sua valise e caminhou a pé para o aeroporto. En- frentou uma pequena fila para obter os vistos das passagens e ficou aguardando o seu avião, sentada nas cadeiras de espera. Ele chegou com quinze minutos de atraso, depois dela espe- rar por mais de uma hora. Quando se acomodou a uma das poltronas do avião, um senhor aparentando uns oitenta anos de idade se sentou ao lado dela. Cumprimentou-a educadamente, mas não pu- xou conversa. Ela fechou os olhos, com a valise no colo, e ficou pensando em Henrico, o jovem que havia conhecido no dia anterior. Achava que estava apaixonada por ele. Ele transava muito bem, do jeito que ela apreciava. Não era es- candaloso na cama, nem dizia palavrões na hora do coito. E
  • 8. ASSASSINA8 ela gozara muito fodendo com ele. De repente, sentiu uma dor na cintura, como se alguém lhe houvesse enfiado uma agulha fina ali. Olhou para o senhor ao seu lado. Ele tinha barbas tão longas quanto os cabelos e um sorriso nos lábios. A jovem detetive sentiu-se em perigo. Quis reagir, mas per- deu imediatamente a consciência. Quando voltou a si, Ava estava fortemente amarrada a uma cadeira, dentro de um galpão imundo, fedendo a gaso- lina. Estava tudo às escuras e ela só conseguia enxergar algo quando passava algum carro distante, com os faróis acesos. Sentiu uma espécie de desconforto no rosto, mas não sentia nenhuma dor. Um dos seus olhos estava tapado, como se es- tivesse muito inchado. Gritou: - Tem alguém aí? Imediatamente, ouviu sons de pisadas no chão de ce- râmica em mau estado de conservação que revestia o galpão. Os passos se aproximavam dela, mas sem pressa. O velho que se sentara ao seu lado, no avião, postou-se diante dela. Apoia- va-se numa bengala e mancava um pouco. Ela perguntou: - O que significa isso, senhor? Por que fui aprisionada? - Você sente alguma dor no rosto? Ela demorou um pouco a responder: - Não, apesar de sentir-me como se minha cara estives- se inchada. - Ótimo. É um sinal de que a fórmula funciona, mes- mo. Só precisa de uns ajustes, mas farei isso logo. - Do que, diabos, está falando? - Eu te dopei e te trouxe para cá, desde o avião. Con- fesso que me deu trabalho, mas o importante é que consegui, sem levantar suspeitas. Disse que você tinha pavor a voos aé- reos, chegando a desmaiar, e consegui cancelar tua viagem depois de te levarem para uma enfermaria. Assinei com iden- tidade falsa alguns documentos, fiquei responsável por ti e te
  • 9. ASSASSINA 9 tirei de lá. - Com que objetivo? - Na verdade, três objetivos: o primeiro é testar os efei- tos de uma fórmula milagrosa, inventada por um pernambu- cano. Ela vai revolucionar o uso da anestesia. - Como assim? Ele foi até uma mesinha próxima, aonde ela estava amarrada e sentada à uma cadeira, e pegou um espelho re- tangular. Trouxe-o até ela, tirou uma pequena lanterna do bolso e iluminou a face dela. Ava se viu no espelho. Seu rosto estava todo deformado, parecendo que havia apanhado mui- to nele. Tentou se soltar das cordas, mas estavam muito aper- tadas. Ele disse: - Tomei a liberdade de te espancar um pouco, você me desculpe. Queria comprovar o efeito milagroso do composto. - Pelo visto, não deu certo. Meu rosto está uma lástima. - Por pouco tempo. O primeiro teste foi para saber se você iria sentir dor. Apanhou por mais de meia hora seguida, estando desacordada, e não deu um piu. Então, a primeira fase deu certo. - Vai continuar me batendo? - Oh, não. Claro que não. Vamos ao segundo teste: fa- zer uma cirurgia reparadora neste rosto, que antes era lindo, sem anestesia. - Você deve ser louco! - E você está muito tranquila, para quem foi torturada e está deformada. - É porque vou mata-lo, assim que tiver uma chance, por menor que seja. - Você não vai fazer isso. E ainda vai me agradecer, de- pois. - Como assim? - Vai ganhar dinheiro. Muito dinheiro. Em dólares americanos.
  • 10. ASSASSINA10 Ava esteve calada. Analisava o sujeito. Ele não parecia estar mentindo. - Explique isso. - Mmmmmmmmmmmm, agora não. Primeiro, faça- mos o teste - disse ele, sacando do bolso uma seringa cheia de um líquido rosa. Retirou a proteção da agulha e fez espirrar um pouquinho do conteúdo. Ava aperreou-se. - Você disse que não iria ser preciso anestesia. Detesto anestesias - mentiu ela. - Não vai sentir nada mais doloroso do que a picada que te dei, lá no avião. Por mais que se esquivasse para evitar a picada, Ava foi dominada. Sentiu a dor fina na costela, perto do rim, como sentira no avião. Imediatamente, perdeu os sentidos. Quando acordou, viu que estava num luxuoso quar- to de hotel. Olhou em volta. Nunca havia se hospedado em um lugar tão chique. Percebeu que estava livre das amarras. Deixaram-na deitada, nua na cama. Levantou-se rápido e le- vou as mãos ao rosto. Nenhum sinal do inchaço. Correu para diante do primeiro espelho que encontrou no aposento. Não havia o mínimo vestígio das marcas de espancamento. Nem no rosto, nem em nenhum lugar do corpo. Ainda estava es- pantada, quando abriram a porta do quarto. O velho de bar- bas e cabelos grandes e grisalhos entrou, sorrindo satisfeito. Perguntou: - Que tal? Alguma reclamação a fazer? - É incrível. E não estou sentindo dor em nenhuma parte do corpo. - Graças ao teu conterrâneo. Invenção maravilhosa dele. - Cadê o inventor? Onde está ele? - Infelizmente, não quis colaborar com o meu projeto
  • 11. ASSASSINA 11 de distribuir essa droga para o mundo inteiro. Ganharíamos muito dinheiro com isso. Mas ele queria patentear e vender aqui mesmo, no Brasil, e logo seria enganado por empresá- rios sem escrúpulos, que se aproveitariam dele e o deixariam morrer na miséria. - O que fez com ele? - Matei-o, claro. Não queria que ele passasse pela de- cepção de ser enganado. - Disse cinicamente o ancião. - Muy amigo, você. O que pretende fazer comigo? E mais importante: por quê me escolheu como cobaia? Ele esteve um instante pensativo, depois disse: - Primeiro, pretendo continuar testando a droga. Des- cobri que ela tem outras utilidades, pricipalmente afrodisía- ca. Vou aplicá-la em mim e depois nós iremos comprovar o resultado. - E se eu não estiver disposta a continuar sendo teu ca- mundongo de testes? - Bem, eu não estou sozinho. Tenho alguns colabora- dores do lado de fora deste quarto. Eles te obrigariam. - Eu posso gritar. - Você pode tentar. Ninguém te acudiria. Este hotel é meu e eu dei ordens para que não me incomodassem. Quem ousar, será morto como você, se tentar esculhambar com o que planejei. - Você disse que tinha dinheiro a me oferecer. - E é verdade. Mas tudo tem seu tempo. Agora, estou querendo averiguar os efeitos da fórmula. Ava avaliou a situação. Não valia a pena se rebelar con- tra o velho. Já cedera ao assédio de gente pior: menos deli- cada e mais imunda, para poder cumprir uma missão. Por outro lado, tinha imensa curiosidade em saber se a fórmula iria dar mesmo tesão ao cara. E ela estava de novo doida para foder. Deitou-se na cama, enquanto o velho se aplicava com a
  • 12. ASSASSINA12 seringa. Pensou que ele iria desmaiar, como ela, quando teve o líquido injetado, mas o cara apenas respirou fundo. Seu pau ficou ereto, quase que imediatamente. Era um caralho gran- de, quase tão enorme quanto o do rapaz Henrico, que conhe- cera havia pouco. Ela abriu mais as pernas. O velho deitou-se sobre ela com uma fome de bicho. Não fedia, como ela imaginava, mas foi violento, empurran- do seu enorme cacete na boceta dela, sem nenhuma prelimi- nar. Ela sentiu uma dor atroz ao ser invadida por ele. Achou que já havia passado o efeito da fórmula nela, já que sentia a violência do quase estupro. Só não o era porque ela havia consentido o ato. Chorou de dor. As lágrimas escorreram pe- las suas faces. Mas isso só lhe aumentou o desejo de matar o cara. Portanto, relaxou. Não satisfeito de foder-lhe a xana, o velho a virou de costas. Ela quis protestar, mas ele parecia uma besta tarada. Tinha a força de um homem jovem. Dominou-a com facili- dade. E Ava sentiu a invasão do seu cuzinho da forma mais dolorosa. Percebeu as pregas se romperem e o sangue escor- rer entre as coxas, pois estava de rabo para cima. Ele só lhe saiu de trás quando ejaculou forte no ânus dela. Ficou ron- cando, lhe fungando a nuca, até que resvalou da cama e caiu no chão atapetado do quarto. Ela ficou resfolegando, sentin- do dores no reto. Pediu: - Aplique-me de novo o composto, pois quero que essa dor lacerante desapareça. - Ele riu. Depois, disse: - O ser humano só pode tomar duas doses dessa fór- mula, por dia. E você já consumiu sua parte. Aguente a dor no rabo, e descanse pensando em mim - ele rosnou, levan- tando-se do chão. Ainda mantinha a energia que o fazia pa- recer um jovem e não um ancião. - Então, traga-me umas gazes e pomada, para que eu
  • 13. ASSASSINA 13 faça uns curativos no reto. Está sangrando muito. - Mandarei alguém para cuidar de você. Logo estarei de volta.
  • 14. ASSASSINA14 2. Fodendo, mesmo de cu arrombado Ovelho não mandou ninguém para cuidar da hemorra- gia do ânus da ruiva. Ava esperou uns vinte minutos, depois foi ao banheiro. Se virou como pode com papel higiê- nico e conseguiu conter o sangramento. Estava com ódio do velho. No entanto, continuava curiosa com tudo o que estava lhe acontecendo. Quem era o sujeito? Ele parecia a conhe- cer bem. Ela deveria ir ver o que havia além da porta? Ou o esperaria, o mataria e só depois iria averiguar onde estava? Resolveu-se a esperar. Havia um aparelho de tevê de 52 polegadas no luxuoso quarto, aí ela deitou-se na cama e ligou o eletrodoméstico com o controle remoto. Mas, nem bem apareceram as pri- meiras imagens na tela, o velho retornou com um aparelho de vídeo e uns envelopes de papel na mão. Estava muito chei- roso e melhor vestido. Disse:
  • 15. ASSASSINA 15 - Infelizmente, não consegui quem lhe fizesse um cura- tivo. Mas já vi que conseguiu parar a hemorragia. Trouxe-lhe uma pomada e algumas coisas que quero que dê uma olhada. Puxou uma mesa de centro, que tinha uma toalha e um pequeno jarro encima, para perto da cama e espalhou sobre ela os envelopes e as pastas que trazia na mão. Ava percebeu que ele estava armado de pistola por baixo da camisa grande e folgada que vestia. Parecia um camisolão, mas era de tecido fino, importado talvez da Índia. Ela esperaria uma oportu- nidade para se apoderar da arma, mata-lo e depois sair dali. Ele abriu dois dos envelopes e retirou de dentro umas fotos. Espalhou-as sobre a mesinha, diante dela. Perguntou: - Conhece? A detetive olhou para as fotografias, reconhecendo imediatamente a ruiva que estava com o taxista. Só que ela estava de cabelos mais longos e pretos. Fingiu não conhecer a mulher: - Acho que não. Deveria? - Sim, já que esteve com ela, bebendo perto do aeropor- to, ainda esta noite. Claro que ela estava de peruca, ou usando seus cabelos naturais, mas não estava tão irreconhecível ao ponto de você não se lembrar dela. Ava ficou calada. Ele lhe entregou uma pasta volumosa e disse para ela: - Vá dando uma olhada, enquanto acoplo o aparelho de DVD à televisão. Era uma pasta da CIA, e continha várias fotos da mu- lher, além de um extenso dossiê sobre ela. Estava em inglês e Ava conseguiu ler com facilidade. Quando terminou de con- figurar o aparelho, o velho voltou para perto dela. Sentou- se na cama, ao seu lado, e usou o controle remoto para dar
  • 16. ASSASSINA16 início a um vídeo, cujo disco já viera dentro do aparelho. As primeiras imagens mostravam um senhor de pijama, fuman- do nervoso dentro de um quarto. Deveria ser um quarto do hotel de onde vira a ruiva sair, antes de entrar no táxi onde se encontraram. O velho disse: - Este é o suposto inventor da fórmula. Espera tua ami- ga, para passar-lhe a valise com uma amostra e as anotações que fez no decorrer da produção do invento. - Suposto? Você não conhece o tal pernambucano que a inventou? - Sim, conheço. Mas quis provar para ele que iria ser enganado, quando eu soube que havia entrado em contato com alguém da CIA, para vender-lhe o produto e pedir asilo nos Estados Unidos. No vídeo, o sujeito era surpreendido pela entrada da ruiva no quarto, só que de peruca com madeixas negras. Via- se a valise, que estava com a ruiva no bar, encima da cama. Uma segunda câmera, escondida estrategicamente no quarto, mostrava a mulher de frente e ela vestia a mesma roupa que estava quando saiu do hotel. Para surpresa de Ava, a ruiva disfarçada atirou imediatamente no sujeito, matando-o sem dar-lhe chance de se defender. Dera um tiro certeiro bem no meio da testa dele, usando um silenciador acoplado a pistola. Depois, pegou friamente a valise e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. - Está querendo me dizer que o defunto não é o autor da fórmula? - Sim. Não é. Era apenas uma pessoa que recebeu uma grana para se passar pelo inventor. - É, não vai poder gastar o dinheiro ganho nunca mais. - Ele pediu o dinheiro para um tratamento de saúde bem caro, para sua filha. Ela está sendo assistida por nós, e ficará curada. - Por nós, quem?
  • 17. ASSASSINA 17 - Eu e uns colaboradores. Gente que tem recursos para conseguir o que quer. - E o que vocês querem? Pode ser mais preciso? Ele esteve olhando para ela, como se estivesse frustrado com o seu poder de raciocínio. Depois, perguntou: - Ainda não compreendeu? - Não. A dor no cu me incomoda ao ponto de eu não querer raciocinar muito. - Queremos que mate a ruiva. Não por ter assassinado o nosso colaborador. Isso já era esperado. Mas porque, se não percebeu lendo esses documentos, ela é uma espiã marcada para morrer. A CIA decretou sua morte. - E o que eu tenho a ver com isso? Ele riu. Uma risada jovial, que o fazia não parecer tão velho. Depois, ficou sério de repente, antes de afirmar: - Nós sabemos quem é você. Eu estive, pessoalmente, te monitorando já há anos. A você e ao teu irmão. Por falar nisso, onde está ele? - Morto e enterrado, infelizmente. Ele teria prazer em te matar, quando soubesse o que fez comigo. - Dê-me uma prova de onde o enterrou e continuare- mos as negociações. Ava pensou um pouco. Deixaria o sujeito bem seguro de si, para ficar mais fácil atacá-lo. Por isso, não mentiu: - Procure uma cova recente, com uma cruz indicando -a, no meio das matas do Horto de Dois Irmãos, perto daque- la subida à direita da entrada. O sujeito tirou um celular do bolso e discou um núme- ro. Deu umas instruções. Terminou a ligação dizendo: - Aproveite que ainda é de madrugada e vá lá com uma pá e uma enxada. Descubra o cadáver e fotografe. Mande al-
  • 18. ASSASSINA18 gumas fotos para o meu celular. Quando desligou, ficou olhando para a detetive com uma expressão inigmática. Depois, disse: - Faça as perguntas. Responderei, enquanto aguarda- mos uma prova do que disse. Se estiver me enganando, eu te mato imediatamente - disse ele, puxando a pistola e apontan- do-a para ela. - O que quer, realmente, de mim? Você tem capangas que poderiam muito bem matar a agente da CIA, sem preci- sar de minha intervenção. - Bem pensado. Mas quero algo, realmente, de você: que ache o meu filho desaparecido e leve-o com você, para os Estados Unidos. - Como sabe que vou para lá? - Pelos documentos falsificados que achei na tua valise, e pelas passagens verdadeiras que estavam lá. Eu conheci teu pai e tua mãe. Desde os tempos da Ditadura. Mas perdi o contato com eles, quando fugiram para os Estados Unidos. - Como sabe que estão nos EUA? - Não sabia. Mas, pelo que encontrei na tua valise, pude imaginar. E você acaba de me confirmar. - Quando foi a última vez que viu teu filho? - Acho que logo após o término do regime ditatorial do Brasil. Por volta de 1986, acho eu. - Depois disso, não teve mais notícias dele? Foram interrompidos pelo toque do celular. O velho atendeu. Agradeceu e desligou. Disse para a jovem: - Encontraram os restos mortais do teu irmão bem aonde você disse. Podemos, então, fazer negócios. Portan- to, abra bem os ouvidos: primeiro, quero que mate a espiã. Dividiremos a recompensa oferecida pela CIA meio a meio. Depois, você acha o meu filho e o convence a ir com você aos Estados Unidos. Por fim, apresente-o a teus pais. Eles irão se
  • 19. ASSASSINA 19 lembrar dele e de mim. - Quanto recebo por fazer isso? - A outra metade da recompensa pela morte da agente, paga pela CIA. - Ou seja: você irá me pagar com o dinheiro do meu próprio trabalho de matar a agente. - É justo, não? Fui eu quem ralei para obter essas infor- mações que, sem ela, você não veria a cor da grana. - Quando recebo a primeira parte do dinheiro pela morte da ruiva? - Assim que matá-la. Eu te pago e depois cobro da CIA. - Quero minha metade já, antes de fazer o trabalho. Ou nada feito. Ele esteve pensativo, depois concordou. Pediu o núme- ro da conta dela e anotou. Ela pediu para ficar com o dossiê e o disco de DVD. Ele concordou. Depois, pediu um tempo para depositar o dinheiro na conta dela. Ela aguardaria no quarto. Ava, no entanto, queria ir embora antes. Verificaria o saldo de sua conta mais tarde. Era só o tempo dela tomar um banho e trocar de roupas. Quando caminhou em direção ao banheiro, para tomar um banho e passar a pomada cedida por ele, o velho disse, antes de sair do quarto: - A agente está hospedada no Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, no apartamento 156A. Tua valise com tuas coisas está lá fora, dentro de um carro de placa fria, estacionado do outro lado da rua. O mesmo que me viu nele. Depois do trabalho feito, livre-se do automóvel. Está sendo procurado pela Polícia. Depois, volte para cá para mais instruções. E boa sorte. Quando Ava saiu, teve uma surpresa: não estivera num quarto de hotel e sim numa modesta residência no bairro de Boa Viagem, e não tinha ninguém nela afora a detetive. Com certeza o cômodo foi mobiliado e decorado para dar-lhe a
  • 20. ASSASSINA20 impressão de que estava confinada num hotel de luxo. Per- guntou-se o porquê da farsa e não encontrou explicação. Mas estaria atenta. Tudo cheirava a armadilha. Vislumbrou o car- ro estacionado na frente da residência. Conferiu sua valise, colocou a pasta com o dossiê e o disco sobre o assento do carona e deu partida. Iria direto para o Hotel Jangadeiro, que ficava a uns vinte minutos de carro dali. Só depois, se livraria do automóvel, como sugerido pelo velho que nem sabia-lhe ainda o nome. Passou a chamá-lo de Sr. Cachorro, por ter-lhe fodido o traseiro. Ainda sentia dores atrozes no reto. Quando chegou ao local, pegou apenas o dossiê e o disco metálico, deixando sua valise dentro do carro. Foi o seu erro. Passou pela recepção sem ser vista pelo porteiro e su- biu as escadas. Pouco depois, estava diante da porta do 156A. Bateu com os nós dos dedos. Um jovem belíssimo, mas pa- recido com uma mulher, abriu a porta de arma na mão. Per- guntou com um vozeirão que não deixava dúvidas de que era macho: - Quem é você? O que quer? Antes que a detetive se identificasse, viu o jovem taxista dentro do quarto. Quando ele a viu, sorriu-lhe de maneira simpática. - Adriana? Como me encontrou? Entre, garota. O homenina afastou-se para dar entrada à magra. Ela não viu a outra ruiva, a gostosona, no quarto. Disse ao taxista: - Eu menti pra você. Meu nome não é Adriana, e sim Ava. Sou detetive particular e não foi difícil te achar - disse ela, sem querer dizer que recebera a dica do velho. - Onde está tua namorada? - Não é minha namorada. Um dia foi, mas não é mais. - Mas eu vi... - Sim, a gente se beija, mas não temos mais nada um
  • 21. ASSASSINA 21 com o outro a não ser amizade. Mas, o que te trouxe aqui? Ela entregou-lhe nas mãos a pasta com o dossiê sobre a ruiva e o disco metálico. Cassandra tomou o caramalhaço de papel das mãos do jovem, sem nem pedir licença. Ele não se zangou. O homenina soltou uma imprecação: - Puta que pariu, como conseguiu tudo isso? Eu usei todos os recursos da Polícia Federal e não consegui nem um terço dessas informações. - Ela está mesmo sendo procurada pela CIA? - E por um bando de agentes de outros países, queren- do matá-la para receber a recompensa oferecida pela Agên- cia. Está sendo difícil para nós, protegê-la. - Ela é do bem? - Mais ou menos. Mas nos ajudou numas paradas bra- bas, então achamos que uma mão deve lavar a outra. - Disse o taxista. - Onde está ela? - Não sabemos. Desde ontem, depois que saímos do bar, que perdemos o contato com ela. Deixou-me estaciona- do na frente e subiu ao quarto do hotel onde tinha pego aque- la valise que abri. Porém, não mais voltou. Subi atrás e não mais a encontrei. Até agora estamos esperando, ao menos um telefonema dela. - Temo que não irão mais vê-la com vida - disse a ma- gra de corpo atlético. Os dois se entreolharam cismados. Ela perguntou: - Têm um aparelho de vídeo? Pouco depois, viam as imagens de Rebeka atirando no cara. Cassandra reviu várias vezes o trecho, sem dizer uma única palavra. O taxista estava tranquilo. Parecia não acredi- tar no que via. Finalmente, o homenina disse: - Essas imagens foram editadas. A mulher que vemos não é a nossa amiga, apesar de muito parecida com ela. Tal-
  • 22. ASSASSINA22 vez não soubessem que Rebeka é canhota, e a que vemos tem a pistola na mão direita. Deve ser uma sósia da ruiva. Então, ouviram as sirenes de uma viatura policial. Cas- sandra foi até a janela. Chamou o jovem para ver: - A Polícia farejou algo. Tem um bando de policiais em volta de um carro, ali. Ava também se aproximou da janela. Para sua surpresa, os policiais arrodeavam o veículo que ela usara para chegar ao hotel. Sentiu um baque no coração. Se abrissem o carro, iriam achar a valise com os seus documentos falsos. Seria fá- cil liga-la ao automóvel. Ficou aperreada, mas não disse nada aos rapazes. Viu quando abriram o carro e retiraram de den- tro sua valise. Olharam em direção ao hotel. Dois policiais entraram no prédio. O taxista disse: - Fiquem aqui. Vou ver o que acontece. - Não. Eu vou. Posso conseguir informações sigilosas, se me identificar. - Arrematou Cassandra. Ficaram olhando lá de cima. O homenina falou com os policiais e lhe mostraram algo no chão. Ele olhou para cima, em direção a janela onde estavam. Mandou um dos policiais abrir o porta-malas. Encontraram um corpo lá. Cassandra pegou o celular e fez uma ligação. O celular do jovem que estava ao lado da detetive tocou. Ele colocou em viva-voz. Ouviram: - É Rebeka. Mataram-na com dois tiros e a puseram no bagageiro. Policiais receberam uma denúncia de que havia um carro pingando sangue na frente do hotel. Desça aqui, para reconhecer o corpo. Ava desceu com ele. No entanto, assim que o rapaz olhou para o cadáver, disse: - Essa não é Rebeka. Deve ser a sósia dela. A tal que
  • 23. ASSASSINA 23 vimos no vídeo. De quem será esse carro? Um dos policiais entregou ao homenina os documen- tos da detetive. Cassandra olhou muito sério para Ava. Ela disse: - Eu não a matei. Nem sabia que ela estava aí... - Subamos. Vai ter que nos contar a história tintim por tintim! - Disse Cassandra. Pouco depois, Ava terminava seu relato, a partir de quando foi desacordada no avião. Ela não escondeu nenhum detalhe. Disse, inclusive, o acordo que havia feito com o ve- lho: matar a espiã. - Veio para mata-la? - Perguntou o taxista. - Vi alertá-los e pedir ajuda para me vingar do cara. Cassandra esteve pensativo, depois disse: - Daqui a pouco, amanhece. Quero tirar essa história a limpo. Vou investigar. Você fica aqui até eu voltar. Se tentar fugir, pode acreditar que depois te pego. - Está bem. - Disse a detetive. Quando o homenina saiu, o taxista perguntou: - O que quer fazer, enquanto o esperamos? Ela olhou sorrindo para ele. Disse, maliciosa. - Por mim, eu te foderia. Fiquei afim desde que te vi pela primeira vez. Mas estou ainda toda dolorida... - Eu não me referia a isso. Achei que estivesse com fome. - Disse ele. - Estou com fome de rola, porra. Mas uma rola que me foda bem gostoso. Para me fazer esquecer o estupro que sofri daquele cachorro. Você é bem-dotado? - Médio. Sem exageros. Por quê? Vou te chupar, já que não posso te foder a pica. Ainda
  • 24. ASSASSINA24 estou toda ardida e arrombada. Mas só se me prometer foder minha xaninha, quando eu melhorar. - E se Rebeka voltar? - Ela não vai voltar. Vá por mim. Aquele Sr. Cachorro não é de marcar bobeira. Deve tê-la matado, quando voltou ao hotel. Ou deve entrega-la à CIA e receber a grana. - E por que deixou o cadáver da sósia dela no carro? - Para me incriminar, ou para eu pensar que não tinha feito meu trabalho e ele ficar com todo o dinheiro da recom- pensa, sei lá. Mas isso não importa agora. Tira essa roupa e me dá teu caralho para eu chupar! A magra chupava bem. Era carinhosa e tinha uma téc- nica de felação que logo deixou o taxista prestes a gozar. Ma- mava sem pressa, aproveitando cada pingo que escorria do seu caralho. O jovem anunciou: - Mmmmmmmmm, está gostoso, mas vou gozar... - Agora, não. Deixa eu ficar só lambendo a cabecinha. E ela ficou brincando com a língua na chapeleta, até que foi escorrendo um filete de porra do cacete dele. O taxis- ta se prendia para não gozar de vez. Ela continuou lambendo, sem abocanhar a rola dele. O sujeito gemeu: - Não aguento mais prender... vou... gozar... na tua... boca gostosa... Ela não disse nada. De repente, atolou todo o membro dele na boca, tocando a glande com a goela. Ele jorrou porra em grande quantidade. Urrou: - Caralhooooooooo, que boca maravilhosa...
  • 25. ASSASSINA 25 3. Enchendo a tabaca dela de porra Quando Cassandra voltou, os jovens já estavam recom- postos das roupas. Mesmo assim, o homenina fungou o ar, como se sentisse cheiro de sexo. Mas não tocou no assun- to. Apenas disse, se dirigindo à detetive: - Estive investigando e não achei nenhum indício da tal fórmula que você falou. Não há notícias em jornais, tampou- co professores das universidades estão sabendo de nada do gênero. Também pedi fotografias de velhos barbudos e cabe- ludos, fichados pela Polícia Federal. Nada. Está me dizendo mesmo a verdade, mocinha? - Sim. E eu senti na pele o resultado do composto. É regenerador, de fato. - Ok. Você disse que o tal sujeito pediu para que voltas- se lá, onde esteve prisioneira, para ele te dar novas instruções. Sabe onde fica a residência? - Claro. Devíamos ter ido lá desde a madrugada. Per-
  • 26. ASSASSINA26 demos tempo te esperando. Talvez, agora o cara já tenha su- mido. - É, eu errei. Vamos lá agora. Pode ser que encontremos alguma pista. Mas os três não encontraram nada importante na re- sidência abandonada. Estava limpa, na linguagem policial. Haviam recolhido até o papel higiênico usado por ela para estancar o sangramento do ânus. Cassandra perguntou a al- guns vizinhos e ficou sabendo que ali funcionara um estúdio cinematográfico que produzia material pornográfico, mas que fora fechado pela Polícia, havia dois anos. Desde então, a casa permaneceu abandonada. Se bem que, de vez em quan- do, era limpa pelo proprietário. A detetive Ava perguntou quem era o dono. Ninguém sabia dizer. Aí, Cassandra pediu que o taxista averiguasse com a Polícia a quem pertencia a re- sidência e se alguém foi preso quando fecharam o tal estúdio. - Quer ir comigo? - Perguntou o rapaz à detetive. - Não, ela fica comigo. Ainda está sob suspeita. Iremos agora ao aeroporto - disse o homenina. Ava sorriu. Claro, o velhote havia dito que ela tinha sido socorrida por alguém do aeroporto. E ela nem havia pensado em investigar isso. Pouco depois, chegaram ao Gua- rarapes. Cassandra identificou-se e logo tiveram informações do socorro prestado à moça, que acreditavam ter sofrido um desmaio por medo de voar. Uma senhora simpática a reco- nheceu. Ava fingiu ter tido, mesmo, uma crise nervosa e até agradeceu à mulher por ter cuidado dela. Esta havia anotado o nome do senhor que a acompanhou, depois que foi medi- cada, pois permanecia desacordada. Mas não conseguiu en- contrar a página onde anotou. Ava achou que o velho havia dado um sumiço em qualquer vestígio que indicasse a estadia dele naquele gabinete. - Aquele senhor foi muito prestativo. Disse que sabia
  • 27. ASSASSINA 27 onde você morava e ia te levar em casa. Ele fez isso? - Pergun- tou a funcionária do aeroporto. - Sim, senhora. Mas eu nem sei quem é ele. Queria agradece-lo por ter me socorrido. Sabe como posso encon- tra-lo? - Oh, ele não deixou telefone. Mas tiramos uma foto dele cuidando de você. Está no meu celular... Quando a funcionária mostrou a foto, Cassandra ma- nipulou o celular dela por uns minutos. Depois, o entregou de volta. Agradeceu a atenção dada por ela e a dispensou. Quando a mulher saiu, ele fez uma ligação do próprio celular. Disse: - Oi, mana. Enviei-te agora uma foto. Descubra quem é o sujeito o quanto antes. Aguardo tua resposta. Depois, virou-se para Ava: - Vamos tomar um lanche, enquanto aguardo minha irmã me dar notícias. - Ela também é policial federal? - Sim. Mas está no Rio de Janeiro, em uma missão im- portante. - Eu também trabalhava com meu irmão. - Mesmo? Onde está ele? - Viajou para bem distante. - Afirmou a detetive, sem querer dizer que o irmão havia morrido e estava enterrado numa cova no meio da mata. Pouco depois, estavam sentados a uma mesa de uma lanchonete, no aeroporto. Ela olhava para o homenina, im- pressionada com a sua beleza. Perguntou: - Você é casado, tem namorada? - Por quê? - Curiosidade. É muito bonito. Decerto alguma mulher já deve ter conquistado teu coração.
  • 28. ASSASSINA28 - Não aprecio mulheres. Gosto de foder cu de machos. - Como é que é??? - Eu só fodo machos. Adoro enrabá-los à pulso. Mas não boiolas: só os que são machos, mesmo! - Vixe, que coisa. Nunca trepou com mulher? - Sim. Várias vezes. Mas prefiro enrabar homens. Sinto mais prazer. Ava ficou empulhada. Não esperava aquela resposta. Calou-se e se entreteve em comer seu sanduíche. Ele pergun- tou: - Ainda te doi? - Sim, mas está melhorando. Quando encontrá-lo, vou arrombar aquele filho da puta. - Deixe que eu faça isso. Garanto que ele terá o seu cas- tigo. - Fará isso por mim? - Claro. Com todo prazer. - Como pretende puní-lo? - Quando o pegarmos, quero que esteja presente. Verá. Aí, o celular de Cassandra tocou. Ele atendeu e esteve só escutando. Depois de desligar o aparelho, disse para Ava: - O velho não é fichado pela Polícia. O estúdio perten- ceu a um jovem cineasta que vive foragido da Justiça por es- tuprar pseudatrizes. Acredito que deve ser o filho desapare- cido do velho que te aprisionou. Então, mudanças de plano. - Quais? - Você volta a se encontrar com o velho. Vai prometer achar o filho dele. Nós o localizaremos para você, claro. E o usaremos para para libertar de algum cativeiro o cientista que deve estar aprisionado pelo barbudo cabeludo. - Não acredito que ele vá voltar àquela casa para me dar novas instruções. - Tenha fé. E deixe o resto conosco.
  • 29. ASSASSINA 29 - Pelo visto, você não espera mais encontrar a nossa espiã viva, estou certa? - Certíssima. O que você acha que aconteceu a ela? Ava esteve pensando. Depois, disse: - O Sr. Cachorro queria a recompensa oferecida pela morte da ruiva, mas não tinha coragem de peitar vocês. En- tão, bolou um plano mirabolante: encontrou alguém muito parecida com ela, entrou em contato com a CIA e pediu o dinheiro. Em troca, oferecia a mulher já defunta. Mas deve ter sido descoberta a farsa, depois que ele já havia matado sua sósia. Para se redimir, ofereceu a cabeça de Rebeka de bandeja, já que sabia como encontrá-la. - Muito bem. Vejo que é mesmo esperta. Por isso, acho que o velhote ainda vai te procurar. Se o fizer, não faça alarde. Prometa achar o filho dele. Dê-nos tempo para investigar em que ele está metido, e o quanto dessa história do composto milagroso é verdade. - Já disse: eu vi o resultado da fórmula em meu próprio rosto. - Conversa. Você deve ter sido ludibriada. Mas não vale a pena estar discutindo isso. Vá para casa e descanse, enquan- to descobrimos onde está o rapaz. Aí, o celular do homenina tocou novamente. Ele aten- deu. Fez uma cara de desalento. Desligou e informou: - Acharam o corpo de Rebeka, nua, num terreno baldio cheio de lixo. A Polícia está lá e pedem a minha presença. Deixe-me teu número de celular e vá para casa. Depois, entro em contato. - Meu celular foi confiscado, junto com minhas coisas, pelos policiais que acharam a valise. Estava dentro dela. - Darei um jeito de recuperar tuas coisas e mando te entregar onde estiver. Vai estar longe? - Por que não me dá uma carona até onde vou ficar?
  • 30. ASSASSINA30 Não tenho nenhum dinheiro comigo. Ficou tudo naquele carro. - Estou com pressa. Espere aqui no aeroporto. Vou mandar alguém te apanhar. Pode pedir o que quiser enquan- to espera pois quem vier te pegar paga a conta. A detetive Ava Santacruz esteve esperando por mais de duas horas. Pediu três cervejas, durante esse tempo. Então, viu um rapaz bonitão caminhando em sua direção, olhando diretamente para ela. A jovem animou-se. Estaria em ótima companhia, se ele fosse o policial mandado por Cassandra. Quando o cara chegou perto, perguntou: - Ava? - Sim, meu anjo. Trouxe minhas coisas? - Tuas coisas? Não estou sabendo de nada. Vim apenas te dar uma encomenda. - Encomenda? A mando de quem? - Um senhor barbudo e cabeludo me parou defronte ao aeroporto e me deu uma grana para te dar este envelope - Disse o rapaz, entregando um pacote à detetive. Ela abriu o embrulho com cuidado, muito desconfiada. Mas não havia nenhuma armadilha. Apenas dólares. Muitos dólares. E um celular dentro do pacote. Assim que ela pegou o aparelho, este tocou. Ela atendeu. - Olá, soube que confiscaram teu telefone. Por isso, mandei-te este novo, que não pode ser rastreado, assim como o que uso. Deve ter visto que te mandei o pagamento prome- tido em espécie, pois temi depositar na tua conta e o dinheiro ser rastreado, ou taxado pela Receita Federal, fiz bem? - Eu não matei a espiã. Logo, não tenho direito a esse dinheiro. - É verdade. Mas isso é uma prova da minha boa von- tade. Quero que continue procurando meu filho. No entanto, se envolver os federais de novo nos nossos assuntos, te mato,
  • 31. ASSASSINA 31 fui claro? - Foi incandescente. Mas vou querer mais informações sobre o rapaz. Inclusive, fotos recentes. Como posso procurar um cara que nem sei o nome? - Eu ia te dar tudo isso, se não tivesse procurado ajuda dos federais. Agora, se vire. Você é a detetive, não? - Sim, sou. Mas... O cara desligou antes que ela dissesse que precisaria, ao menos, do nome do filho dele. O portador olhava para ela, curioso. Havia visto o conteúdo do pacote e tinha os olhos brilhando de cobiça. Perguntou: - Pode me dar, pelo menos, um pacotinho desses para mim, pelo favor que te fiz? - São dólares falsos, rapaz. Você seria preso, se tentas- se passa-los adiante. Na verdade, são falsificações grosseiras. Melhor que se vá embora. Tenho o que fazer. Enquanto o jovem se afastava, a detetive olhava em vol- ta. Não viu nenhum barbudo cabeludo por perto. Mas o ve- lho devia estar próximo, para ter ligado para ela no momento em que recebeu o celular. Telefonou de volta, para o número gravado no aparelho, esperando que o velhote atendesse a ligação. O telefone dele estava desligado. Ela ficou frustra- da. Aí, viu o taxista chamá-la do lado de fora do aeroporto. Reconheceu-o assim que ele encostou o carro. Foi até lá. Ele deixou que entrasse e entregou-lhe os pertences. Ela lhe deu o pacote contendo dólares. - São falsos. Vejam se descobrem quem os imprimiu. Desconfio que o Sr. Cachorro é também um falsário. - Já está sabendo? - Do assassinato da espiã? Sim, Cassandra estava co- migo quando lhe deram a má notícia. Sinto muito por tua perda. - Ela era um pessoa legal, apesar de muito doida. Vou
  • 32. ASSASSINA32 sentir falta dela. Mas, um dia, isso aconteceria. A CIA é es- perta e logo algum agente a localizaria aqui no Recife. - Por que a procuravam? - Ela traiu a Agência para nos ajudar. E isso a CIA não perdoa. E nem podemos vingá-la, para não provocar um atri- to diplomático internacional. - Entendo. Mas podemos pegar o calhorda que facilitou a sua morte: o Sr. Cachorro. O cara que me enviou essa grana falsa. - Assim, espero. Mas vamos, pois tenho que te deixar onde você quiser e depois voltar para perto de Cassandra. Quando o taxista a deixou na frente de uma das resi- dências que mantinha alugada para se esconder, Ava atirou- se nos braços dele. Beijou-o com ardor. Depois, disse: - Ainda estou dolorida, mas sinto-me cada vez melhor. A pomada que o puto me deu é milagrosa. Logo, vou querer cobrar o que me prometeu. - Agora estou com pressa, senão te daria ao menos uma chupada - disse ele. Mas teremos outras oportunidades. Quando ele foi embora, a detetive entrou, tomou um demorado banho e depois deitou-se. Estava cansada. Não dormira quando estivera no hotel, junto com os federais. Gostara do taxista, mas achava o homenina mais inteligente e mais bonito. E percebera que ele guardava entre as pernas um caralho enorme. Dormiu fantasiando uma foda com os dois ao mesmo tempo. Acordou já de noite, com uma fome de bicho. Não havia nada para comer, naquele flat alugado já mobiliado. Também não tinha dinheiro. Haviam surrupiado o que tinha guardado dentro da valise, para viajar. Com certeza, algum policial corrupto. Resolveu passar num caixa eletrônico. An- tes de tirar o suficiente para comer e tomar umas cervejas,
  • 33. ASSASSINA 33 viu seu saldo da conta. Espantou-se ao perceber que tinham depositado uma grande soma em dinheiro. Meteu a mão no bolso do short curto que usava e pegou o celular dado pelo velhote. Retornou a ligação e surpreendeu-se quando o cara atendeu: - Diga. Já achou meu filho? - Ainda não. Mas achei o depósito que fez em minha conta. Por quê? - Não foi o combinado? Os dólares falsos foi uma brin- cadeira que fiz contigo. - Você falsifica dinheiro? - Não. Não é o meu ramo. Mas deve, mesmo, rastrear as cédulas que te dei. Terá uma enorme surpresa. - Como assim? - Espere e verá. Acha que eu não esperarava que quises- se saber quem falsificou as notas de dólares? Ela desligou. Estava frustrada. O velhote era muito es- perto. Esperto demais. Seria difícil pegá-lo com a “boca na botija”. Aí, recebeu uma ligação, em seu próprio celular. Tra- tava-se do taxista. - Oi, posso passar por aí? - Perguntou ele - Tenho no- vidades. Quando ele chegou, ela o esperava totalmente nua. Ele ficou de pau duro assim que a viu. Ela perguntou: - Vai querer conversar antes ou depois da gente foder? - Ele não respondeu. Beijou-a de língua. Depois, ma- mou-lhe os seios empinados e pequeninos. Cada um cabia em sua boca. Ela gemia baixinho e puxou-o em direção à cama. Ele a deitou-se nela e caiu de boca em sua xoxota. Num instante, ela ficou encharcada. Ava girou o corpo e acomo- dou-se num gostoso meia nove com ele. Chupava-o, enquan- to era chupada. Quando ele sugou seu pinguelo com força, no entanto, ela gritou de dor.
  • 34. ASSASSINA34 - Ai, amor. Assim dói. Faça com carinho, por favor... Ele pediu desculpas e recomeçou o sarro. Lambeu-lhe o grelo com leveza, tremulando a língua nele. Ela virou-se, novamente, na cama e subiu sobre ele. Pediu: - Agora, come a minha periquita, come. Come bem gostoso. Me faz gozar, amor... Ele pegou o cacete com uma das mãos e o apontou para a racha ainda inchada dela. Foi enfiando o caralho aos pou- cos, com cuidado para não machucá-la. Aí, ela começou a gozar. Explodiu de gozo no cacete dele. Mas fez isso calada, sem alarde. Ele também não emitiu nenhum som. Só quendo a encheu de porra pela primeira vez.
  • 35. ASSASSINA 35 4. Promessa cumprida Nem se banharam, vestiram-se logo após o sexo. O taxista estava apressado para ir até Cassandra, que o aguarda- va onde haviam encontrado o corpo da espiã. O rapaz pediu para Ava ir consigo. Depois, a traria de volta. Em poucos mi- nutos ela estava pronta. O corpo da espiã estava totalmente nu e havia sido violado, pois do seu ânus e da sua vulva tinha saído muito sangue, agora coagulado. Juntara-se uma pequena multidão, mantida à distância pela Polícia. Cassandra esperava, impa- ciente. Quando viu a detetive, disse para ela: - Você não deveria estar aqui. Deveria estar descansan- do. - Eu estou bem. Não se preocupe. - Mas não deveria estar aqui. O assassino deve estar nos observando de alguma forma e, se vir você conosco, pode não se aproximar mais.
  • 36. ASSASSINA36 - Ele sabe que precisarei de vocês para verificar a ori- gem dos dólares falsos. - Do que está falando? O taxista intrometeu-se na conversa. Explicou: - Ela me deu um pacote com dólares falsificados. Quer que descubramos a origem deles. Está lá no carro. - A que mercadoria a ruiva se referia, quando disse que não estava na maleta, que haviam sido enganados? O que ela esperava encontrar? - Perguntou Ava. Cassandra fez uma pausa, antes de responder: - Dólares falsos. A Polícia Federal recebeu uma denún- cia de um grande derrame de notas falsas de dólares ameri- canos no Recife, e eu pedi que ela investigasse isso, pois co- nhecia uns contrabandistas que talvez estivessem envolvidos. Também descobrimos um derrame desses mesmos dólares no Rio de Janeiro, por isso minha irmã está lá. Rebeka mar- cou um encontro com um americano no hotel. Ele deveria lhe entregar umas notas falsas, do lote que distribuíam por aqui. Mas o cara deve ter trocado a maleta, enganando-a. - Com que objetivo? Ele não era aliado dela, conse- quentemente de vocês? - Estranhou a detetive. - É aí onde reside o mistério: ela não deveria ter sido enganada. O americano trabalha para nós. Apenas lhe entre- gou as provas, pois trabalha infiltrado e não pode andar se encontrando com policiais. Foi um encontro sigiloso. - Eu pensei que ela tinha ido pegar a valise com a tal fórmula ou uma amostra do composto. O Dr. Cachorro me falou que o cara que aparece naquele vídeo se passava pelo inventor, que acreditamos estar prisioneiro. - Não. Aquele que foi morto no vídeo era o americano que trabalhava infiltrado. Por isso, antes de morrer, assustou- se ao ver a sósia de Rebeka de arma na mão. Eles se conhe- ciam. Ela não tinha motivo para mata-lo.
  • 37. ASSASSINA 37 Ava sentia cheiro de podre naquela história, mas não rebateu as palavras do homenina. Pediu licença, aproximou- se do corpo da espiã e examinou-o. Pediu umas luvas a um policial que estava perto e mexeu na vagina da defunta. O homenina chegou perto dela e perguntou: - O que está procurando? - Já achei. Provas de que ela não foi estuprada a caralho, como eu. Usaram algum objeto para invadir seu ânus e sua vagina. Isso significa que não foi o velho quem fez isso. Ele tem um caralho enorme e grosso, que me arrombou profun- damente, portanto não precisava introduzir objetos nela. - Bem observado. Mas deve ter sido estuprada longe e trazida para ser desovada aqui. Decerto não encontraremos o tal objeto, que deve ter ficado no local onde aconteceu o crime. Ava estava acocorada perto do cadáver. Levantou-se e olhou em volta. Ao longe, havia um galpão com o telhado todo esburacado. Parecia abandonado. Ava pediu: - Alguém me leve de carro até aquele depósito, lá longe. Quero dar uma olhada lá. O próprio Cassandra a levou. Ao chegar ao galpão abandonado, a primeira coisa que Ava viu foi a cadeira onde estivera sentada e amarrada, quando acordou depois de ter sido dopada no avião. Até as cordas ainda estavam lá. Pro- curou e viu um pedaço de pau roliço, jogado ao solo, todo ensanguentado. Cassandra perguntou: - Como sabia deste lugar? - Eu te disse: depois de raptada, o velho me trouxe para cá. Mas eu não sabia onde ficava este local, pois fui levada desacordada para a residência que serviu de estúdio cinema- tográfico. Lembrava-me de ter visto o teto todo esburacado, pois era de noite e eu via as estrelas. De lá do terreno baldio,
  • 38. ASSASSINA38 vi este depósito. Achei que já havia estado aqui e tinha razão. - Você está me surpreendendo. Já está merecendo uma foda. A detetive estranhou aquelas palavras. O homenina era tão sisudo que ela jamais imaginou que ele pudesse dizer uma piada. Perguntou: - Está me cantando? Ou isso foi apenas uma piada? - Foi uma piada, claro. Tenho um caralho enorme e grosso. Você não o aguentaria. - Quer apostar? Agora, fiquei excitada. Não vale fugir de mim. - Foi apenas uma piada, já disse. Achei que você não aguentaria levar pica, tão cedo. - Sim, estou arrombada. Mas sou uma mulher dispos- ta. Foderia com você, mesmo que isso me deixasse prostrada novamente. - Sinto muito, mas você não faz o meu gênero. Descul- pe. - Não estou pedindo para a gente se casar ou morar juntos, porrra. Só quero uma trepada. Ele esteve olhando para ela, como se estivesse analisan- do-a. Depois, perguntou: - Você e o taxista não transaram? Não estão afim un do outro? - Não sou propriedade de ninguém. Nem conversamos sobre isso, eu e ele. Então, eu trepo com quem quiser. - Ok. Gosto de mocinhas valentes. E não é fácil encon- trar mulheres que queiram fazer sexo comigo, por ter o pê- nis de tamanho exagerado. Então, foderemos, sim. Mas só quando resolvermos este caso de assassinato da nossa amiga, combinado? - Combinadíssimo. Chega deu uma coceirinha na xo- xota. Afe!
  • 39. ASSASSINA 39 Ele riu, enquanto pegava seu celular e ligava para o ta- xista. Pediu que ele trouxesse a Polícia Técnica até ali. Logo, vários policiais colhiam vestígios no local. Colocaram o pe- daço de pau dentro de um invólucro lacrado. Deixaram o agentes lá e Cassandra disse a Ava: - Hoje à noite, preciso que volte ao bar onde esteve com o taxista. Necessito que entre em contato com outro contra- bandista, que conhecia Rebeka. Acha que consegue se infil- trar na quadrilha, como ela? - Tenho certeza. Estarei sozinha? - Eu estarei lá. Mas não ficaremos juntos. Se precisar de ajuda, peça-a ao garçom careca. Ele é nosso parceiro, colabo- ra com a Polícia Federal. - E se o Sr. Cachorro entrar em contato, o que digo a ele? - Que está investigando. É o tempo de acharmos pistas do filho dele. Por volta das dez da noite, Ava chegou ao bar. Estava disfarçada com uma peruca loira e uma minissaia curtíssi- ma, mostrando as pernas magras mas roliças. Porém, parecia mais uma puta. No entanto, quando sentou-se a uma mesa, o garçom a reconheceu. - Boa noite, senhorita. Vai de cervejas? - De refrigerante. Mas logo deve aparecer uma alma ca- ridosa que me ofereça uma cerveja. Ele sorriu. Perguntou qual refrigerante que ela preferia. - Qualquer um, menos Coca-cola. Enquanto o garçom não trazia a bebida, esteve olhan- do em volta. Era cedo, e havia poucas pessoas dentro do bar. Uma morena lindíssima e de pernas grossas, de cabelos pre- tos longos e lisos, parecia embriagada num canto. Usava mi- nissaia, como ela. Não demorou muito e alguém sentou-se na
  • 40. ASSASSINA40 mesa da dita cuja. Era um cara com toda a pinta de gringo. A morena recusou-lhe a dose de uísque ofertada. Mesmo as- sim, o gringo permaneceu à mesa. Tentou meter a mão entre as pernas da morena, mas esta lhe cochichou algo ao ouvido. O gringo olhou para ela, espantado, depois levantou-se da mesa. Olhou em volta e avistou Ava. Veio até ela. Ofereceu- lhe uma dose. Ava disse só beber cervejas. O cara sentou-se à sua mesa sem pedir licença e apro- ximou-se dela. Perguntou ao seu ouvido: - Você também é travesti, beleza? A detetive riu. Olhou novamente para a morena e esta parecia estar entretida com a entrada de clientes no bar. Ava respondeu o gringo: - Sou, mas quem não é? - Mentiu ela. O gringo, ligeiramente bicado, disse: - Porra, hoje é o meu dia de azar. Não dou uma dentro. Mas você não parece um boiola: tem todo o jeito de mulher. Toda puta, mas mulher. - Tudo bem, sou fêmea. Mas estou esperando alguém, amor. Portanto, gostaria que saísse da minha mesa. Nesse momento, o garçom careca chegou com o refri- gerante. Perguntou para a detetive: - Este senhor a está incomodando, Vitória? Ava não sabia de onde ele tinha tirado aquele nome, mas disse ao careca: - Não, ainda não. A menos que insista em permanecer na minha mesa. Já disse a ele que estou esperando alguém. Antes que o garçom dissesse aluma coisa, Ava viu uma figura conhecida entrar no bar. Achou muita coincidência. Levantou a mão e chamou: - Ei, estou aqui.
  • 41. ASSASSINA 41 O sujeito olhou-a de longe, mas não a reconheceu. Ava continuou chamando-o. O gringo disse baixinho: - Aquele é barra-pesada. Gosta de bater em mulher. Cuidado com ele. Se preccisar, estarei por perto. Pode me chamar. E o gringo forte e loiro se levantou, pegou o refrigeran- te da mão do garçom e disse para ele: - Traga uma cerveja pra ela. Eu pago. - E saiu de junto. Só então, o recém-chegado se aproximou de Ava. Ela sorria para ele. O cara perguntou: - Eu a conheço? - Sim, meu amor. Você me entregou um pacote hoje, contendo dólares falsos. Só que agora estou de peruca loira. Ele pareceu se lembrar, finalmente, dela. Deu-lhe um sorriso amigável. Perguntou se podia sentar-se. Teve a per- missão da magra. Ele elogiou: - Está mais bonita de peruca. Não sabia que era prosti- tuta. Está esperando alguém? - Estava. Mas prefiro você, se me puder pagar umas cervejas. O puto do velho me deu aquelas notas que eu quei- mei e joguei no lixo. - Há um pessoal distribuindo dólares falsos. Muitos de- les. - O quê você sabe sobre isso? - Nada demais. Apenas que há americanos metidos. Mais nada. Ava o examinou, sem dar na vista. O cara tinha pinta de retardado. Ele chamou o garçom e pediu duas cervejas de uma vez. Ela disse: - Primeiro, tomemos a que está na mesa, pois ainda está meia. Aquele gringo pagou para mim. Depois, pedimos de uma em uma, tá?
  • 42. ASSASSINA42 - Tá, moça. - De onde conhece o velho que te deu o pacote? - Do aeroporto, já disse. Nunca o tinha visto na minha vida. Mas ele se parece com alguém que conheço. - Você sabe quem distribui os dólares falsos? - Não, não, não... mas acho que é gente que bebe neste bar. - Mesmo? - Sim. Desconfio de um bem altão. Mas ele não está aqui - disse o homem, olhando em volta. Ava esteve pensativa. Depois disse: - Quando tu o vires de novo, diga-lhe que eu quero fa- lar com ele, tá? E eu te dou um monte de dinheiro, mas que não sejam falsos. - Não quero dinheiro. Quero outra coisa. - Mesmo? O que você quer? - Quero uma foda com você. Mas quero antes de achar o gringo. - E como tenho certeza de que vai me trazer o gringo? - Eu posso pagar. Quando tu falar com ele, tu me paga. Mas quero logo. - Por que a pressa, garoto? - Fiquei sem ter com quem trepar. Agora, tô querendo. Ela analisou a situação. Precisava falar com o gringo que derramava notas falsas. Arriscaria. Até porque a conver- sa com Cassandra a tinha deixado excitada. Disse pro sujeito: - Está bem. Mas só uma rapidinha, tá? E nada de foder meu cuzinho, combinado? - Então, vamos ali para trás. Tem um escondidinho. Fa- zemos sexo. Ava foi com ele. Antes de chegar ao tal escondidinho, o cara disse:
  • 43. ASSASSINA 43 - Vá andando. Vou dar uma mijada. A detetive seguiu caminhando, sem querer vê-lo mi- jando. Foi seu erro. Recebeu uma forte pancada na nuca. Per- deu os sentidos. Quando acordou, estava dentro de um car- ro, parado no estacionbamento do bar. O gringo que a havia importunado estava ao lado dela. Quando percebeu que ela voltava a si, disse: - Eu falei para ter cuidado com o cara. Ele é doido e gosta de pegar mulheres a pulso. - O que aconteceu? - Perguntou ela, levando a mão à nuca dolorida. - Quando vocês saíram, eu te segui. Vi quando ele te atacou por trás, com um pedaço de madeira. Dei-lhe uns murros e o deixei desacordado. Ainda está lá. Depois, te trou- xe para cá. Mas quanto está cobrando por uma foda? Pode- mos ir a um motel. Tem um aqui perto. Ava estava, realmente, ainda excitada. Como não viu o homenina por perto, resolveu ir com o gringo. Ele a levou dali. Pararam na frente de um motel barato e uma recepcio- nista veio atendê-los. O gringo pegou uma chave. Continuou dirigindo, até parar na frente de uma garagem. Desceu do carro e tentou abrir a porta com a chave que tinha em mãos. Ficou surpreso ao encontrá-la aberta. Virou-se para a deteti- ve de cabelos loiros e começou a dizer: - É bem capaz de ter gente dentro. A porta está... Não terminou a frase. Levou um murro tremendo na nuca que o levou a nocaute. Cassandra apareceu da penum- bra, pois a lãmpada estava apagada, e sorriu para Ava. Disse: - Pronto. Salva pelo gongo. A mocinha irritou-se. Bateu com os punhos no peito dele, raivosa: - Salva porra nenhuma! Você impediu minha trepada,
  • 44. ASSASSINA44 cacete. Agora, terá que me deixar satisfeita! Pouco depois, os dois se agarravam e se beijavam com violência, após puxarem o gringo desacordado para dentro do quarto e fecharem a porta . A xoxota da detetive chegava a pingar gozo. Ela afastou-se apenas um pouco dele para re- clamar: O Que está esperando? Soca logo este cacete enorme na minha xaninha, caralho. Mas de leve. Detesto violência. O homenina passou a tratá-la com carinho. Friccionou o dedo na boceta encharcada dela. Lambeu o dedo. Ela abriu mais as pernas e fechou os olhos. Ele a lambeu dos pés á ca- beça, e depois voltando. Ela se arrepiou toda e gemeu que só uma gata no cio. Ele libertou a jeba das calças. Subiu sobre ela. Ela abriu só um olho, para ver-lhe o tamanho do cacete. Chiou: - Porra, me arrependi. Tu és muito caralhudo, meu ir- mão. E olha que eu já aguentei picas grandonas. Mas mete essa porra assim mesmo. E quando estiver dentro, deixa! Ele foi enfiando devagar. Quando ela gritava, ele parava e começava a enfiar tudo de novo. Passaram bem meia hora nesse bota-e-tira. Até que, numa estocada mais poderosa, ela o engoliu com a xoxota até o talo. Só então, ele começou os movimentos de cópula.
  • 45. ASSASSINA 45 5. Com o cu anestesiado Ava aguentou a enorme pica do homenina, até que ele go- zou e ela também. Mas ficou destruída sobre a cama. Ele alisava os seus cabelos, murmurando: - Valente. Muito valente... Boa menina. Depois que descansou um pouco, ela perguntou: - E o gringo, continua desacordado? - Eu tenho a mão pesada. Ele ainda vai demorar no chão. - Então, vamos embora. Acredito que ele nem sabe o que o derrubou. Mas estou chateada com você... - Ué, o que eu não fiz? - Você não apareceu lá no bar para me dar cobertura, como prometeu. Ele riu. Apontou uma bolsa que estava no chão, perto
  • 46. ASSASSINA46 da cama. Ela não tinha visto ainda o objeto ali. Perguntou: - O que é aquilo? - Abra. Terá uma surpresa. - Basta de surpresas por hoje. Ainda estou de nuca do- lorida, da pancada que recebi. Ele mesmo foi até a bolsa, abriu-lhe o fecho e mostrou o conteúdo de dentro a ela. - Puta que pariu! Era você a morena bêbada que estava no bar. A que o gringo achou que era um travesti. Você estava disfarçado. Por que a “fantasia”? - Esse meu disfarce já é conhecido naquele bar. Eu me visto igual a minha irmã, mas é ela quem atrai os gringos sa- fados, os que fazem tráfico de mulheres. Aí, ela embebeda o cara e trocamos de lugar, eu e ela. O resto, você já sabe... - Sim, você fode o cu dos caras. Eles não voltam para te foder? - Poucos. A maioria desaparece, envergonhados de ter estado a noite toda com um traveco. É divertido. - Imagino. Mas é perigoso. E o taxista? - O taxista me ajuda a transportar a vítima da vez para este motel, onde fodo o cu deles e tiro umas fotografias do coito, deixando-as espalhadas sobre o chão ou sobe a cama. O careca intervém, quando há confusão. E a recepcionista é policial federal, também. - E a Polícia Federal permite isso? - Não, mas fazem vistas grossas, pois o esquema sem- pre deu certo. - Entendo. Mas agora vamos embora pois estou cansa- da e com sono. - Não quer dormir lá em casa? - Não, porra. Chega desse bilolão na minha xoxota, por hoje. Pouco depois, ele a deixava na casa dela, uma das uti-
  • 47. ASSASSINA 47 lizadas para se esconder. Cassandra disse que, à noite, volta- riam para o bar, até que ela encontrasse o falsificador. Deu-lhe um beijo carinhoso e foi-se embora. Ava tomou um banho demorado e caiu na cama. Dormiu durante todo o resto da madrugada. De manhã cedo, ouviu batidas na porta. Era o taxista: - Cassandra te mandou essas fotos. Achamos o filho do Sr. Cachorro, como você o chama. Mas tem algo estranho... - O que tem? - O cara é um cineasta fracassado, procurado por estu- pro. Mas o abestalhado que queria te estuprar é irmão dele. Já o velho, não encontramos indícios do filho da puta. - Não é o pai dos dois? - Aí é que está: o pai deles morreu há anos, assassinado por gente ligada à Ditadura Militar. Disso, temos certeza. - Então o Sr. Cachorro esteve mentindo. Mas, por quê? Qual o mistério por trás disso tudo? - É o que precisamos descobrir. Cassandra pediu que te ajudasse. Ele estará ocupado com outras coisas. - Tudo bem. Já tomou café? - Não. Vim te convidar. A menos que não queira a mi- nha companhia. - Por que diz isso? - Soube que fodeu com Cassandra. E quem fode com ele, nunca o esquece. - Besteira. Foi uma foda sem compromisso. - Quer dizer que ainda tenho chance de trepar contigo? - Claro, bobão. Mas não agora, pois ainda estou toda dolorida. - Imagino. O cacete do cara é enorme. - Ui, bota enorme nisso. Mas ele é gostoso e procurou não me machucar. - Bem... Vamos? Foram a uma padaria, fizeram o desjejum, depois vol-
  • 48. ASSASSINA48 taram para a casa onde Ava estava hospedada. Ela ficou as- sistindo a tevê, enquanto ele foi tirar uma soneca. Passara a noite acordado, investigando os irmãos e o velho. O taxista pegou no sono de roupas, e Ava ficou admirando-o. O cara era muito bonito, e tinha uma beleza máscula, diferente de Cassandra. Ela estava enternecida com o homenina. Gostava dele. Mas também gostava do taxista, que nem lhe sabia o nome. Depois, perguntaria. Foi deitar-se ao lado dele. Abra- çou-o por trás e o beijou na nuca. Ele se moveu, puxando-a mais para perto de si. Aí, ouviram o toque insistente do celu- lar que o velho dera à detetive. Ela correu para atender. - Alô? - Já tem informações do paradeiro do meu filho? - Sim. E do irmão deficiente mental dele, o que você usou para me entregar os dólares falsos. Qual é a tua, velhote? - Já disse: quero encontrar meu filho e leva-lo para os Estados Unidos. - O irmão, também? - Não, o irmão fica comigo. Quando poderá entrar em contato com o outro? - Hoje mesmo, se você me der uma dica de onde o en- contro. A Polícia Federal o identificou, mas não sabe o para- deiro dele. - Está bem. Anote aí o seu endereço. - Ué, se sabe onde ele mora, por que você mesmo não o contata? - Vá falar com ele. Mas ligue para o seu telefone, antes. Ficará sabendo por que não posso entrar em contato com ele. **************************** - Não, não quero saber de conversa com o meu pai. Ele é um crápula. - Disse o rapaz jovem, de cerca de trinta e pou- cos anos, talvez uns quarenta, muito parecido com o velho. Tinham o mesmo tipo e altura. - O que ele te fez?
  • 49. ASSASSINA 49 - Ele entregou minha mãe pros militares, na época da Ditadura. Eu era pequeno, mas me lembro dos soldados a arrastando de perto de mim. Não quero conversa com ele. - Ele me pediu para te levar comigo pros EUA. - E fazer o quê, lá? - Soube que é foragido da Polícia. - Por um crime cometido por meu irmão, que tem pro- blemas mentais. Andava estuprando e matando atrizes que trabalhavam para mim. Como ele é doido, assumi toda a cul- pa, claro, já que sou seu irmão e responsável por ele. Deveria tê-lo impedido de fazer mal às atrizes. - Você sabia que ele as matava? - Desconfiava. Mas não tinha certeza. A fuga constante da Polícia acabou com o meu projeto profissional e de vida. - Entendo. Vamos comigo. Leve-o também. Quem sabe não encontramos um tratamento adequado lá fora? O sujeito olhou demoradamente para ela. Depois disse: - Não tenho dinheiro, moça. Nem tenho trabalho. Como iria sobreviver lá? - Vamos explorar teu pai. Arrancamos o máximo de dinheiro dele. - Você falaria com ele? - Claro. - Então, está bem. Nós vamos. Mas dê-me um tempo para resolver umas coisas, por aqui. - Tem o tempo que precisar. Conversavam numa pracinha, perto de onde marcou um encontro por telefone com ele. O taxista estava sentado num banco, um pouco distante, fingindo ler um gibi. Ava fez- lhe um sinal discreto, dizendo que estava tudo ok. Ele levan- tou-se e caminhou para o táxi. Ela se despediu do filho do Sr. Cachorro. Mas perguntou, antes dele ir: - Soube que teu pai havia morrido já há vários anos.
  • 50. ASSASSINA50 Como ele apareceu vivo? - Ele fingiu a sua morte, dona. Os militares o esconde- ram, depois dele dedurar e entregar a minha mãe. - Ah, sei. Vá lá. Sabe meu telefone. Assim que resolver tuas coisas, entre em contato comigo. Quando o rapaz foi-se embora e Ava entrou no táxi onde estava o jovem taxista, este perguntou: - O que achou? - Tenho pena do pobre. O pai é um calhorda, entregou a própria esposa para a Ditadura Militar. Por isso, o filho lhe tem ódio. - Que pretende fazer agora? - Damos continuidade à investigação do caso Rebeka, enquanto ele resolve suas coisas. - O que acha que aconteceu com Rebeka? - Posso ser sincera? - Claro. - Rebeka estava metida com alguma coisa nojenta que não sei o que era. Não morreu inocente. - É, você tem razão. Ultimamente, ela estava muito es- quiva. Mas Cassandra confiava nela. Sempre lhe dava alguma missão, de onde ela tirava o seu sustento. - Por que se separaram, você e ela? - Ela era muito ciumenta e possessiva, como a irmã de Cassandra. - Também tiveram um caso, vocês? - Sim, logo que fui convocado a trabalhar com os dois e com o careca. A irmã de Cassandra monitorou meu táxi, pra saber se eu tinha alguém afora ela. Não gostei e acabamos. Mas somos bons amigos. - Ainda trepam? - Cada vez menos. Ela é sádica no sexo. Não gosto dis- so. Você trepa melhor. - Oh, que lindo de mamãe! Vou ficar te devendo uma
  • 51. ASSASSINA 51 foda por essas palavras. - Então, pague-se já. Essa conversa me deixou afim. - Aqui? No táxi? A essa hora do dia? Tá louco, é? - Tenho uns papelões no bagageiro. Cubro os vidros do carro. Ninguém vai ver. - Porra, tá afim mesmo, né? Okay, tape os vidros. Mas vou te dar apenas uma chupada, tá? Ainda estou dolorida. Nada de comer meu cu nem minha xoxota. À noite, Ava voltou para o bar. A primeira cara que viu foi a do gringo loiro. Ele fez que não a notou. Parecia zanga- do, e com razão. Ava foi até ele. Deu-lhe um abraço e disse: - Você foi muito legal comigo. Merece uma foda. E não precisa me pagar. - Quem me atacou, ontem? - O travesti que você tinha falado com ele. Mandou- me te pedir desculpas. Achou que tinha te visto me dar uma cacetada lá perto do bar. Expliquei que fora outro. Que você tinha me salvado do cara. - Vocês são amigos, não? Diga àquele boiola que vou dar-lhe um murro, também, para me vingar do que me deu. - Se eu fosse você, tirava por menos. O cara é fera, te venceria de novo. - Está esperando alguém, hoje? - O gringo mudou de assunto. - Olha, eu vou te falar a verdade: eu sou detetive par- ticular e estou na pista de uns caras que vivem distribuindo dólares falsos. Sabe alguma coisa disso? - Pouco. tem um sujeito que frequenta este bar que di- zem ser falsário. - Pode indica-lo, se ele aparecer por aqui? Aí, falo com ele e nós dois vamos prum motel. - Ele acaba de chegar. Ava olhou em volta. Cassandra não se encontrava no
  • 52. ASSASSINA52 recinto e o taxista estava conversando com o careca, garçom do bar. O sujeito sentou-se sozinho a uma mesa e pediu um uísque. O garçom foi pegar. A detetive pediu licença ao grin- go e foi até a mesa do outro. Sentou-se, sem pedir autoriza- ção. O cara disse: - Pode se mandar, vadia. Não estou afim de putas. Ava estava vestida como na noite anterior, com minis- saia e peruca loira. Disse pro cara: - Estou substituindo Rebeka. O cara levantou-se rápido e sacou uma pistola, apon- tando-a para ela. Rosnou: - Então, é tão catraia quanto aquela puta. Cadê ela? Le- ve-me a ela, já! - O que ela te fez? - Matou meu amigo, que era cúmplice dela. - Relaxe. Ela está morta. E eu não estou sozinha. Você não conseguiria me arrastar daqui. O cara olhou em volta. Percebeu o taxista, o garçom e o gringo olhando para ele. Abaixou a pistola e voltou a sentar- se. - Assim, está melhor. Estou querendo apenas conversar. - Você disse que a catraia está morta? Tem provas? - Foi encontrada pela Polícia, estuprada e assassinada, num terreno baldio. Deve estar nos noticiários. E eu estive lá no local. - Quem a matou? - Ainda não sabemos. É disso que eu queria falar con- tigo. - O que ganho com isso? - Continuará livre, prometo, se me contar o que está havendo. Mas tem que ser convincente. Caso contrário, te de- nuncio à Federal.
  • 53. ASSASSINA 53 Ele esteve pensativo. Depois, começou: - Rebeka era a chefe de um setor da CIA, aqui. Fez mer- da e botaram sua cabeça a prêmio. Foi quando ela passou a derramar dólares falsos, no Recife e em outras capitais do Brasil. - Vi as notas. Todas falsificações baratas. - É verdade. Antes, ela usava dólares falsificados muito bem feitos pela própria CIA para comprar armas bolivianas e distribuir com o tráfico do Rio de Janeiro. Assim, a CIA não gastava dinheiro nessas operações. Com a saída dela da Agência, quis continuar tocando os negócios por si. Nos ar- regimentou, a mim e ao meu amigo que foi assassinado por ela, para imprimir as cédulas. Mas quis economizar, por isso contratou um falsário muito ruim. A matriz que ele fez é de péssima qualidade. A Polícia Federal andou atrás dela, sem saber que estava no encalço de uma aliada. Um sujeito lhe fazia chantagens, ameaçando entrega-la. Ela pagou pra gen- te recolher todas as notas que ainda estavam em circulação, para a Policia não chegar até ela. As últimas amostras, foram as que estavam com meu amigo. - Entendo. Então, ela matou teu amigo e carregou a va- lise com as provas: os dólares falsos, para que estes não caís- sem nas mãos da Federal. - Isso. Mas, por via das dúvidas, meu amigo, que já não confiava tanto nela, deve ter-lhe dado uma valise falsa. - Então, depois que ela saiu, alguém foi lá e recuperou a verdadeira valise, que deveria estar escondida naquele quarto de hotel. - Correto. Mas a tal valise sumiu e, os dólares falsos, junto com ela. A detetive desligou um pequeno gravador que trazia consigo, escondido entre as roupas. Os dólares desaparecidos foram os entregues a ela pelo Sr. Cachorro, mas não disse isso ao cúmplice da espiã. Através das notas, decerto Cas-
  • 54. ASSASSINA54 sandra chegaria a Rebeka. Estava resolvida parte do mistério. Só restava saber quem estuprou e matou a espiã. Chamou o garçom, entregou-lhe o pequeno gravador e pediu que ele servisse o cara com o melhor uísque. Depois, levantou-se da mesa e voltou para perto do gringo loiro. Disse: - Pronto. Agora já podemos dar a nossa foda. Pouco depois, estavam no mesmo motel onde o cara ti- nha sido nocauteado por Cassandra. Ele abriu a porta cisma- do, mas não havia ninguém dentro do quarto, como da outra vez. Ava já tirava a roupa. Ficou contente ao ver que ele não tinha um pênis muito grande. Beijou-o de língua, enquanto lhe ajudava a tirar a roupa. O gringo era muito carinhoso. Antes mesmo dele me- ter-lhe a pica na xana, ela já tinha gozado várias vezes na sua boca. Ele não tinha urgência em gozar e a chupou com maes- tria. Ela se derramou de prazer com as chupadas. Mamou-o também e ele por pouco não ejaculou na sua boca. Aí, o loiro pediu: - Deixa eu meter na tua bundinha? - Hoje, não, meu anjo. Estou toda dolorida. Fui estu- prada, sabe? - Deixa eu ver? Ela esteve indecisa, depois se virou de costas. Ele disse: - Está ainda bem estufada. Tenho, lá no carro, uma po- mada anestesiante e cicatrizante. Não quer tentar? - Ela funciona? - Só vendo. Não demorou muito e o cara voltou com uma bisnaga. Lambuzou o ânus dela e depois toda a própria pica. A princí- pio, Ava sentiu um formigamento no reto, mas logo passou a sensação. Percebeu que o cu ficou dormente. Ela disse: - Vai, enfia agora. Mas devagar. Se eu gritar, pare.
  • 55. ASSASSINA 55 Não gritou. O cara foi introduzindo com cuidado, até que deixou todo o caralho dentro dela. Começou os movi- mentos devagar e foi aumentando a velocidade. A sensação era estranha. Ava não sentia dor, mas percebia o membro en- trando e saindo do seu cuzinho. Teve o primeiro orgasmo. Empinou mais a bunda. Ele ficou tirando totalmente, depois empurrando tudo de volta, até que ela gozou várias vezes se- guidas.
  • 56. ASSASSINA56 6. O tarado por boceta à cabidela Afoda foi tão gostosa que ela passou o resto da noite com o gringo. Ele quis encontra-la novamente, mas ela afirmou: - Sinto muito, mas não daríamos certo, nós dois. Por outro lado, estou indo para os Estados Unidos, assim que re- solver umas broncas aqui. - Estados Unidos? Também devo estar voltando para lá, por esses dias. Podemos ir juntos. - Melhor, não. Estarei acompanhada. E numa missão. - Você é policial federal? - Não, meu anjo. Mas confesso que estou trabalhando junto a eles. Resolvendo um caso. - Ah, entendi. É uma pena, pois gostei de você. - Você também me é simpático, mas só isso. Deixemos as coisas como estão. Quem sabe não estarei afim, outro dia, e trepamos de novo?
  • 57. ASSASSINA 57 Quando saíram do motel, Ava viu o taxista esperando-a do lado de fora, do outro lado da rua. Fez que não o viu. Con- tinuou no carro do gringo, sendo seguida pelo taxista. Já era quase oito da manhã, e o cara a deixou numa lanchonete. Mas não ficou com ela. Foi-se embora, depois de se despedir com um longo beijo, correspondido pela detetive. Quando Ava fi- cou sozinha, o taxista se aproximou e sentou-se à mesa, frente a ela. Disse: - Tem se divertido bastante, trepando todo dia, né gu- ria? - Está com ciúmes? - Oh, não. Nessa vida que levo hoje em dia não há espa- ço para essa coisa chamada ciúmes. Principalmente, quando se trata de trabalho. - É verdade. Vou comer algo e ir para casa. Estou esgo- tada. Mostraram a gravação que fiz a Cassandra? - Ah, sim. Ele ficou chateado, pois apostava ainda na inocência dela, mas agora não tem mais volta. - Vão cobrar a recompensa oferecida pela CIA? - A grana interessa a você? A nós, não interessa. Princi- palmente, por causa da morte de uma das nossas. - O dinheiro não é interessante para mim. Mas eu que- ria ter aproximação com alguém da CIA, pois pode me ser útil algum dia. - Posso pedir para Cassandra te botar em contato com alguém da célula americana no Recife. Você cobra a recom- pensa deles. É a deixa para conhece-los. - Boa ideia. Faça isso. O que vai pedir para comer? - O mesmo que você. - Pedi um gringo com suco de tangerina. - Um gringo? - Um sanduíche americano, bobo. - Ah, tá. O mesmo. Depois, te deixo em casa. - Não precisa. Também não arrisco ir contigo, pois po- deria dar vontade de te foder.
  • 58. ASSASSINA58 - Hoje, não. Estou cansado. Estive te esperando na porta do motel a noite inteira. - Ué, por que me esperou? - Ordens de Cassandra. Não quer que te percamos de vista, para não se meter em apuros de novo. - Não precisava me esperar, mas agradeço. Comeram e ele pagou a conta. Ava foi-se embora e pe- gou um ônibus. Demorou a chegar em casa e veio quase co- chilando no coletivo. Desceu na parada da sua residência, doi- da para cair na cama. Tinha sono acumulado. Girou a chave na porta e entrou quase dormindo. Cerrou os olhos ao fechar a porta novamente, sem acender a luz. As cortinas nas jane- las do apartamento o deixavam às escuras. Aí, ela viu estrelas. Caiu pesadamente no chão, com a pancada que recebeu na nuca. **************************** - Ela está acordando. - Muito bem. Vamos saber já quem é a vadia. Ava ouvia vozes distantes, como se não falassem tão perto de si. Abriu os olhos com cuidado. A nuca lhe doía ter- rivelmente, depois de duas pancadas recebidas um dia após o outro. O pescoço lhe estava rígido. Quando acostumou-se com a penumbra, viu duas figuras conhecidas sentadas per- to da cama. O homem lhe apontava uma pistola. A mulher, também. - Papai? Mamãe? O que fazem aqui? O que está acon- tecendo? - Diga-nos você, sua puta. Onde está minha filha? - Ué, não está me reconhecendo? A mulher jogou sobre a detetive umas fotos. O homem disse: - Viemos assim que vimos essas fotos. Acreditando que
  • 59. ASSASSINA 59 nossa filha estava em perigo. Aí, encontramos uma sósia dela. - Sósia? Eu sou Ava, filha de vocês - Disse ela, olhando para as fotos. Logo compreendeu: - Puta merda. Enviaram essas fotos pra vocês? - Sim. Foi o que nos fez pegar o primeiro voo para cá. Cadê Ava? - Eu sou Ava, papai. - Se você fosse ela, não teria ficado curada dos machu- cões em tão pouco tempo. As fotos tinham sido feitas quando a detetive foi captu- rada e espancada, ficando com o rosto disforme. - O que eu preciso dizer para provar que sou a filha de vocês? A mulher esteve pensativa. Depois, perguntou? - Com quantos anos você começou a andar? - No dia em que completei quatro anos, mainha. Vocês fizeram uma festança. Eu tinha demorado a dar meus primei- ros passos. Vocês pensavam que eu ia ficar paralítica das per- nas. A mulher abraçou-se com ela, chorando. O homem ain- da estava sisudo, como se estivesse desconfiado de algo. - Se é mesmo você, como ficou recuperada dos hemato- mas em tão pouco tempo? - Uma fórmula milagrosa, papai. Estou investigando um caso de um cientista raptado. Ele criou um composto que recupera as células dilaceradas em pouquíssimo tempo. A tal substância foi injetada em mim, curando-me totalmente e sem dor. O senhor de cerca de cinquenta anos de idade, mas de tipo atlético invejável, fez acender-se uma das lâmpadas, apro- ximou-se dela e lhe examinou a tez. Fez uma careta de quem
  • 60. ASSASSINA60 continuava descrente. Falou: - Você foi enganada. Não existe tal fórmula. Nunca exis- tiu. Eu e tua mãe, certa vez, matamos um homem que nos queria fazer crer que tinha o tal composto. Pretendia vende-lo ao Exército. Acreditamos nele e até lhe demos a grana. Quan- do descobrimos que era uma farsa, recebemos ordens para mata-lo. - E o mataram? - Por que duvida, minha filha? - É, não devia. Vocês nunca falharam numa missão. - Pois é. Quem falou da tal fórmula pra você? - Um cara que disse conhecer vocês. Que vocês se lem- brariam dele. O tal cara que vocês dizem que o mataram. Hoje é um velho barbudo e cabeludo. - Impossível. Nós demos mais de dez tiros nele. - Disse o pai. Avaestevepensando.QuandooSr.Cachorroaestuprou, ela não lhe percebeu nenhuma cicatriz causada por arma de fogo. Se ambos fossem a mesma pessoa, ele teria sobrevivido, talvez, mas com todas as marcas de tiros dados pelos pais dela. - Em que está pensando minha filha? - Numa coisa, mamãe: quem é o cara que me contratou para tirar o filho do Brasil? - Conte-nos essa história direito - Disse-lhe o pai. Ava contou. Não omitiu nenhum detalhe. Ao término da sua dissertação, o pai disse: - Apresente-nos esse senhor. Quero conhece-lo. Aí, ve- remos quanto do que diz é verdade. Mas uma coisa é certa: ele não é o merda que quis nos vender uma fórmula falsa, quase três décadas atrás. - Primeiro, vou lhes apresentar o filho dele. Prometi tirá -lo do Brasil e leva-lo para os States. A ele e ao irmão deficien- te mental. Contava com vocês.
  • 61. ASSASSINA 61 - Que seja. Então, encontraremos primeiro o rapaz. De- pois, caçamos o tal velho barbudo e bigodudo que enganou você. Ava ligou para o filho do Sr. Cachorro. Pediu novo en- contro com ele. Disse-lhe que os pais dela tinham vindo ao Brasil, e ficaria mais fácil de viajarem, ele e o irmão, como se fossem uma família do casal. O rapaz esteve mudo, como se não tivesse entendido muito bem o que ela lhe dizia, mas marcou o encontro para aquela tarde. Logo após o primeiro telefonema, Ava ligou com o celular cedido pelo velho, para o número oculto configurado. Ninguém atendeu ao chamado. Achou estranho. Disse aos pais: - O velho não atendeu ao meu chamado. Isso é mui- to estranho. Vou ter que me encontrar com uns amigos, para investigar isso, papai. O senhor vai com mamãe encontrar o rapaz, no local e hora marcada, que depois chego lá. - Ok. Mas tome cuidado, seja lá o que for fazer. - Disse a mãe da detetive. Pouco depois, Ava estava com o taxista. Pediu-lhe que conseguisse uma foto do Sr. Cachorro. Também investigasse onde o velho estava escondido. - Cassandra já está cuidando disso. - Mas estou pedindo pessoalmente a você. Te pago o favor com uma foda. Mas só daqui a três dias. Fiquei mens- truada hoje. - Melhor assim. Já trepou com dois ao mesmo tempo? - Por que a pergunta indiscreta? - Nosso amigo careca tem tara por mulheres menstrua- das. Vai adorar foder tua xota. - Ele é muito avantajado? - Não muito. - Eu topo. Mas temos que fazer isso tipo ligeirinho. Meus pais estão aqui e logo terei de me encontrar com eles.
  • 62. ASSASSINA62 - Não estavam nos Estados Unidos? - Sim, mas correram para o Brasil assim que souberam que eu estava em perigo. - Família unida. Invejo isso. Então, vamos até o nosso Açougueiro. Hoje ele está de folga. - Açougueiro? O cara do bar? Por que o chama assim? - Lá, você verá. Pouco depois de marcar por telefone, o casal chegou à modesta residência do garçom careca. Ele os recebeu feliz. - Porra, fazia tempos que eu não comia uma boceta à cabidela! Ava riu a valer. Entendera a piada. O cara era espirituo- so. Entraram, e ele lhes ofereceu bebidas. Ela preferiu cervejas. O taxista, um uísque. O careca perguntou: O rapaz te explicou qual é o meu lance? - Sim, viemos conversando no carro. Você gosta de fo- der mulheres menstruadas, por isso te apelidaram de Açou- gueiro. - Isso mesmo. Não tenho caralho grande, como Cassan- dra, mas ainda faço uns estragos. - Nem me fale. Melhor que não seja caralhudo, mesmo. - O rapaz vai participar da festa? Com ele fica melhor. - Só se ela permitir. Mas disse estar de cu dolorido. - Disse o jovem. - Eu tenho uma pomada que é uma maravilha. Impor- tada dos States. - Prometeu o garçom. Pouco depois, Ava estava sendo fodida pelo careca. O taxista sentou-se numa cadeira, nu, e esteve manuseando o caralho, aguardando a sua vez. Ava chupou um pouco o gar- çom, antes de lhe vestir uma camisinha. Ele a tirou, dizendo preferir sem. Ela não insistiu. Achou o cara muito comodista, pois só ela lhe fazia carinhos. O sujeito fazia caras e bocas, quase gozando. Ava estava sobre ele, mamando-lhe a pica.
  • 63. ASSASSINA 63 Apertava-lhe as bolas, e ele urrava de prazer, como se a dor lhe fizesse bem. A boceta começou a pingar sangue, pois ela não usava absorvente. Quando o cara viu a mancha rubra no lençol, virou bicho. O garçom caiu de boca na xoxota de Ava e lhe deu uma das melhores chupadas a que ela já teve direito. Ninguém nunca lhe chupara tão bem, sem se preocupar com o sangue que lhe sujava a boca. É que a detetive sempre evitava tran- sar menstruada. O careca desceu um pouco o corpo e ficou lambendo sua vulva à cabidela, enquanto ela se contorcia de prazer. A jovem virou-se na cama, simulando um meia-nove. Chupava-o, enquanto ele lhe lambia o grelo ensanguentado. Foi quando ela teve o primeiro orgasmo. Para sua surpresa, o taxista se juntou a eles. Quando Ava percebeu sua inten- ção, empinou mais a bunda. O careca a tinha untado com a mesma pomada anestesiante e cicatrizante que o gringo loiro. O jovem segurou suas ancas e apontou a rola. Ela gemeu de prazer. O garçom metia-lhe a língua no grelo, ainda. Quando percebeu que ela ia gozar, rosnou para o rapaz: - Atola agora! Empalada dos dois lados, Ava chorava de prazer. Pedia: - Arromba meu cuzinho... arromba... me arromba toda... Aiiiiiiiiiiiiiiiii... Quando o taxista começou a copular seu rego, suas pre- gas se esticaram para se acomodar ao pênis dele. Dessa vez, o rapaz meteu com gosto, confiante de que ela não sentia dor. Ava abriu bem a boca e os olhos, perto de mais um orgasmo. Teve uma série deles logo em seguida.
  • 64. ASSASSINA64 7. Assistindo a uma foda muito excitante - Me leva onde vou encontrar meus pais? - Claro. É só o tempo de tomar um banho. Vem se ba- nhar comigo? Ela foi. Os dois entraram debaixo do chuveiro, enquanto o careca ressonava. Ele dormira assim que gozou pela se- gunda vez na boceta de Ava. O casal o deixou dormir. O cara varava a madrugada trabalhando. Seria bom que estivesse bem descansado, depois de algumas horas de sono. Vestiram suas roupas e saíram, fechando a porta e jo- gando a chave por debaixo. Pouco depois, chegavam à praça onde a detetive havia marcado o encontro com o filho do Sr. Cachorro. No entanto, não havia mais ninguém lá.
  • 65. ASSASSINA 65 - Cadê teus pais? Gostaria de conhecê-los. - Deveriam estar ainda aqui. Também não vejo o filho do velhote. Será que ele não veio? - Não chegamos muito atrasados? - Que nada. Passaram-se apenas cinco minutos da hora marcada. Não daria tempo deles conversarem. - E agora, o que faremos? - Leve-me em casa, por favor. Quero ver se estão lá. Não estavam. Ava ligou para o jovem cineasta, mas ele não atendeu. Ela telefonou, também, para o Sr. Cachorro e ouviu a mensagem de que aquele número não existia. Ficou preocupada. Perguntou para o taxista: - Vou precisar de uma arma, qualquer que seja. Você tem uma? - Um revolver. Está no carro. Vou pegar para ti. Mas... o que está havendo? - Estou com uma sensação esquisita, como se não fosse mais rever meus pais. Algo está errado. O ruim é que eles não tem telefone. Detestam essas modernidades. Vou ter que adivinhar onde estão. O taxista voltou com a arma e entregou a ela. Falou: - Está limpa. Não pode ser rastreada. - Obrigada, meu anjo. Agora, me deixe, por favor. Não precisa mais estar comigo. Quero achar meus pais sozinha. Eles não gostariam que eu tivesse ajuda para isso. Sempre quiseram que eu fosse independente. O taxista saiu de lá, apreensivo e a contragosto. Temia que a garota se metesse em encrenca. Por isso, entrou no carro e fingiu ir embora, mas ficando nas redondezas. Viu quando a detetive parou um taxi e entrou nele. Seguiu o car- ro onde ela estava. O tempo estava nublado e não demoraria muito a anoitecer. Manteve um certa distância, para não ser
  • 66. ASSASSINA66 visto por ela. Viu quando ela desceu do carro num local in- comum: perto da entrada da mata do Horto de Dois Irmãos. Ele passou direto e parou seu táxi mais adiante. Viu quando ela enveredou por um caminho de terra, mata adentro. Des- ceu do táxi e seguiu atrás da detetive. Caminhou com cuida- do, para não fazer barulho. Mas, aí, foi surpreendido por uma cacetada dada por trás, que o fez desmaiar. **************************** Quando o agente saiu da sua casa, Ava se pôs a pensar. Estranhava o sumiço dos pais. Era muita coincidência o si- lêncio do filho do Sr. Cachorro. Mais ainda o fato do velho não atender o telefone que lhe deu. Então, um pensamento lhe passou pela cabeça: será que os seus pais sabiam do fale- cimento do irmão dela? Havia calado sobre a morte dele, e os pais não perguntaram. Naquele momento, não estranhou o desinteresse do casal por saber do filho. Por outro lado, o Sr. Cachorro sabia até onde o irmão tinha sido enterrado por ela. Quando estivera prisioneira dele, o cara ligou para alguém. Provavelmente, para o filho com problemas mentais. Mas, se ele mantinha contato com o sujeito, e o irmão do cara tam- bém, como o velho não usou o doidinho para se aproximar do outro? Isso era, no mínimo, estranho. Aí, um pensamento lhe veio como uma marretada na cabeça: e se o Sr. Cachorro e o filho cineasta fossem a mesma pessoa? Ava pediu um taxi por telefone e o sujeito disse que estava bem próximo ao seu endereço. Ela saiu de casa e espe- rou do lado de fora. Percebeu o jovem taxista de tocaia, mas não fez alarde. Poderia precisar dele. Melhor que a seguisse. Pretendia ir à cova onde estava enterrado o irmão. Se seus pais já soubessem da sua morte, decerto já estariam lá, talvez providenciando um enterro decente para o filho. Assim que adentrou a mata, viu o jovem deficiente mental escondido. Foi quando teve a certeza de que era esperada. Por isso, não
  • 67. ASSASSINA 67 estranhou quando viu o velho de pistola na mão. Ela pergun- tou: - Onde estão meus pais? - Fazendo companhia a teu irmão. A detetive se conteve, para não entrar em desespero. Falou: - Só acredito vendo. - Ela disse, sem querer demonstrar que escondia um revolver às costas. - Não achei que você descobrisse logo. Ainda ia te pre- parar uma armadilha. Mas foi bom ter vindo. Fará compa- nhia a teus pais. Não está surpresa? - Não. Apenas puta da vida por não ter descoberto an- tes. - Descoberto o quê? - Que tudo não passou de uma armação, para se vingar dos meus pais, que haviam matado o teu. Mesmo de barba, bigodes e cabelos compridos, agora reconhecço o jovem cine- asta por trás desse disfarce. Não há mais motivo para usá-lo. - Tem razão - disse o jovem retirando a peruca e a bar- ba. Ficou apenas de bigode postiço. - Quando descobriu? - A caminho daqui. Teu irmão demente havia tenta- do me nocautear, na saída do bar. Com certeza, você queria me aprisionar novamente e me usar como isca para atrair os meus pais. Mas não foi o doido quem estuprou a espiã. Aliás, o estuprador sempre foi você, não é? Matava as atrizes, que não queriam nada contigo, e botava a culpa em teu irmão. Convencia-lhe de que ele é quem era o assassino? - Nós dois temos a mesma mania. Ambos gostamos de estuprar mulheres. Ele também matou algumas. Foi o pri- meiro a matar. Aprendi com ele a gostar de estuprar e depois matar. - Por que não me matou? - Eu precisava atrair teus pais para o Brasil. Lá nos EUA,
  • 68. ASSASSINA68 por eu não conhecer aquele país, seria muito mais difícil para mim matá-los, além de mais dispendioso. Eu não tenho di- nheiro folgado para estar gastando. - E o que me pagou para te levar pros States? - Ganhei entregando a espiã para a CIA. Queriam-na viva ou morta. Morta, foi mais fácil para mim. Depois, eu acharia uma maneira de ter o dinheiro que depositei para ti de volta. Talvez até uma quantia maior, te chantageando. - Como sabia dos dólares falsificados? - Eu era sócio dela, na distribuição. Era um ótimo es- quema, o que tínhamos: comprar armas com dólares falsi- ficados pela própria CIA. Cédulas quase perfeitas. Mas ela quis economizar e contratou alguém para fazer novas matri- zes dos dólares. A falsificação ficou uma merda, e se tornou um negócio perigoso. Quando os colombianos perceberam que queríamos engana-lo, quis nos matar. Aí, pensei logo em terminar a minha parceria com a espiã. Já era tempo de assas- siná-la e vender seu cadáver à Agência. - E o tal composto milagroso? - Claro que não existe. Aproveitei uma velha ideia do meu pai, que foi a causadora de sua morte. Eu não havia ma- chucado teu rosto. Como fui cineasta e maquiador, simulei teus ferimentos. Só isso. Ava percebeu movimentos atrás de si e voltou-se. Viu o demente carregando o jovem taxista desmaiado. Ficou apre- ensiva: - Não precisavam tê-lo matado. - Ele não tá morto - afirmou o doido. - Obrigada pela informação, maluquinho. Mas isso sig- nifica que a Polícia Federal está na nossa cola. Logo, desco- brirão o nosso paradeiro. O sujeito esteve pensativo, depois perguntou para o ir- mão:
  • 69. ASSASSINA 69 - Tinha mais alguém com ele? O sujeito balançou a cabeça, num gesto em negativa. - Mesmo assim, é perigoso ficarmos aqui. Vamos levar os dois para o galpão abandonado e lá nos livraremos deles. Quando o rapaz com deficiência mental se virou para levar o taxista primeiro, Ava aproveitou o momento para sa- car o revolver escondido às costas. Pegou ambos de surpresa. Atirou no ombro do sujeito armado e este caiu para trás, por causa do impacto, soltando a arma. O demente jogou o taxis- ta no chão e partiu furioso para cima da mulher. A detetive teve que atirar cinco vezes, para fazê-lo parar. O último tiro foi no meio da testa. - Naaaaaaaaaaaaaaão. Meu pobre irmão, não... - Solu- çou o cara ferido. A detetive apontou-lhe a arma. Ia disparar, quando ou- viu o taxista dizer: - Não atire, Ava. Deixe que eu o prenda. Cassandra irá preferir assim. A jovem estava se tremendo de ódio. Mas atendeu ao pedido do taxista. Disse: - Algeme-o. Quero levá-lo a um certo galpão. Antes, vamos desenterrar meus pais. Estão nessas covas. - Existem três covas. - Na terceira, está enterrado meu irmão. Ava chorou muito quando o jovem descobriu os corpos dos pais. Haviam sido baleados. Mais uma vez, quis atirar no cineasta, mas o taxista não deixou. Cavaram mais uma vala e enterraram o rapaz com problemas mentais. Foi a vez do irmão chorar. O taxista deu-lhe um murro certeiro, pra se livrar do chororô. O cara desmaiou. O taxista falou:
  • 70. ASSASSINA70 - Detesto essas ladainhas, quando são de machos. Pouco depois, tinham o cineasta amarrado à mesma cadeira onde Ava esteve sentada uma vez, quando foi feita prisioneira. O sujeito ainda estava desacordado. A detetive beijou longamente o taxista e agradeceu por ele a ter seguido. Notou que, de vez em quando, ele levava a mão à nuca. - Está sangrando? - Não. Mas levei uma bela paulada na nuca. - Tadinho. Sei o que é bom para essa dor... - Não me diga que está querendo trepar, depois de tan- to estresse. - Fico muito excitada, quando estou menstruada. - Mas teus pais acabaram de ser assasssinados... - Não seja desmancha-prazeres! Se não quiser trepar, basta dizer. - Oh, desculpe. É que agimos de maneiras diferentes. Quando perdi minha mãe, fiquei arrasado. - Eu convivi pouquíssimo tempo com meus pais. Ele viajavam o tempo todo, para cumprir missões, e nos deixa- vam sozinhos ou com uma empregada. - Entendo. Então, vá tirando a roupa enquanto ajeito um lugarzinho pra nós dois. Quando o cineasta acordou do desmaio, viu os dois se abraçando e se beijando, deitados sobre folhas de jornais es- tendidas no chão. O taxista disse: - Não é melhor chamar Cassandra até aqui, antes de fazermos amor? - Porra, cala a boca e me fode. Cassandra só iria atrapa- lhar a nossa transa. Depois, o chamamos. O cineasta ficou de pau duro quando Ava chupou a pica do taxista com uma gula nunca vista por ele. Mesmo no escuro, ele viu sua boceta pingar sangue. Compreendeu que
  • 71. ASSASSINA 71 ela estava menstruada e ficou mais excitado ainda. Aquilo lhe lembrou a primeira mulher com quem fodeu e depois a ma- tou, por ela ter ficado menstruada em pleno ato e pedido para ele parar. Ele estava com muito tesão para atender ao pedido da mulher. Continuou fodendo-a e ela deu-lhe um tapa, para poder se livrar dele. Ele ficou com raiva e bateu nela com um objeto contundente até matá-la. Fodeu-a, depois de morta. Em seguida, enfiou vários objetos na vagina e no cu dela. Aí, seu irmão viu e ameaçou contar aos pais. Ele deu uma cace- tada na cabeça do irmão que o deixou doido para sempre. Aí, Ava virou-se de costas e pediu para o jovem taxista vir por trás. O pau do cineasta só faltou sair das calças, de tão duro. Ver o sujeito invadindo aos poucos o cu da dete- tive o deixou louco de tesão. Ela pedia para ser bem fodida por ali. Com as mãos e os pés amarrados à cadeira, o cineas- ta não podia nem bater uma punheta. Ava começou a gritar de prazer. O taxista rosnava, fodendo-lhe a bunda. O sujeito amarrado não se aguentou mais. Deu uma longa gozada nas calças, enquanto a detetive implorava: - Agora, não. Não goza, amor. Deixa eu gozar primeiro. Não... go... zaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...