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PHROYBIDO 1Angelo Tomasini
LIVRO ERÓTICO
PHROYBIDO
PHROYBIDO2
PHROYBIDO 3
1. Conquistando a mulata boazuda
Só uma pessoa não viu quando ela chegou à praça de ali-
mentação do Shopping Tacaruna, no Recife, naquela se-
gunda-feira. Ela era uma mulata linda, gostosíssima, e es-
tava toda vestida de preto. Tinha umas sacolas de lojas nas
mãos e procurava um lugar para se sentar. Quando avistou
a única pessoa, talvez, que não a tinha visto, ela esteve in-
decisa se iria até a mesa dele, pedir-lhe um cantinho para
comer. Ainda não jantara, e estava morrendo de fome.
- Boa noite, senhor. Posso me sentar aqui? Não há mais
lugar desocupado.
Aí, sim, ele a percebeu. Deu um assobio de admiração.
Ela sorriu deliciosamente e depositou suas coisas numa ca-
deira. Perguntou-lhe:
- Esse assobio é uma forma de dizer sim?
- Oh, me desculpa. Estava tão entretido com minha lei-
PHROYBIDO4
tura que nem a vi se aproximar. Pode sentar-se, sim. Mas terá
de me dizer teu nome. Eu me chamo Max.
- Njila. Mas, como é mais fácil, meus amigos me cha-
mam de Maria Quitéria - Disse ela, estendendo-lhe a mão.
- Prazer, Max.
A bela mulata acomodou-se à mesa e pediu licença
para dar uma olhada no cardápio que estava junto a ele. Ele
lhe passou o objeto, ainda impressionado com a beleza dela.
Sem tirar os olhos da lista de comidas e bebidas, ela pergun-
tou:
- Posso saber o que está lendo, Max?
- Ele mostrou-lhe o livro. Era sobre Medicina, e versava
sobre disfunção erétil.
- Você é médico?
- Oh, não. Mas o assunto me interessa.
Só então, ela olhou mais demoradamente para ele. Era
um negro alto, bonito, esbelto, de olhos negros como a noi-
te. Aparentava ter uns quarenta anos. Instintivamente, quis
olhar em direção ao seu caralho, para ver se este se sobressaía
da calça, mas, da posição em que estava, não dava para con-
firmar.
- Desculpe-me a indiscrição: tem problemas de ereção?
- A senhorita é médica?
- Também não, mas o assunto me interessa.
- Ele riu. Foi sincero:
- Não creio que esse seja um bom assunto para discutir
com alguém do sexo feminino, e que eu nem conheço.
- Já disse: me interesso pelo assunto. E não tenho pro-
blema nenhum em falar sobre. Tem mais: adoro homens de
paus enormes.
Ele esteve surpreso pelo rumo da conversa. Analisou-a
por uns instantes. Não, ela não parecia uma mulher vulgar.
PHROYBIDO 5
Fez-lhe a pergunta:
- Quer dizer que prefere os superdotados, Maria?
- Não sei. Ainda não experimentei nenhum. Mas gos-
taria de conhecer algum, lhe examinar o sexo, lhe explorar o
corpo.
- Não creio que terá dificuldades em conhecer alguém
assim. A senhorita é muito bonita.
- Pois esse é justamente o meu problema: minha bele-
za parece meter medo nos homens, e eles se sentem tímidos
perante mim. Confesso que tenho uma personalidade muito
forte. Acho que, também por isso, tive pouquíssimos namo-
rados. Na verdade, menos do que eu gostaria.
- É dessas mulheres que preferem ter vários parceiros?
- E por que não? Não quero casar tão cedo. Ainda te-
nho 30 anos. E uma vida inteira pela frente para conhecer
aquele a quem darei meu coração.
- É uma forma de pensar diferente de muitas mulheres
que conheço.
- E conhece tantas?
- Oh, não da forma que está pensando. Também tive
poucas namoradas. Mas… o que vai pedir?
- Não vi nada do que eu gosto, neste cardápio. É a pri-
meira vez que venho aqui.
- O que gostaria de comer?
- Mmmmmmmmmmm. Alguma coisa chique. Que
venha acompanhada de vinho ou espumante. Adoro.
- Não creio que encontrará bebidas aqui, já que restau-
rantes inexistem. Apenas lanchonetes.
- É uma pena. Estava esperançosa.
- Você é baiana? Não me admiraria, por causa da tua
cor.
- Obrigada, querido. Mas sou pernambucaníssima.
Ele esteve indeciso, depois propôs:
- Conheço um ótimo restaurante aqui perto. Te ofere-
PHROYBIDO6
ceria um jantar regado a vinho, se me desse a honra de estar
contigo.
Ela o olhou, divertida. Depois, perguntou:
- Está me cantando, Max? Quer me embebedar para
depois se aproveitar de mim?
Ele esteve em silêncio, antes de responder:
- Confesso que estou impressionado com a tua beleza e
que daria tudo para te ter numa cama confortável. Mas posso
muito bem me conter, durante o jantar. Porém, após beber
alguns goles, não me responsabilizo por depois.
Ela o olhou demoradamente. Parecia desconfiada. Em
seguida, se levantou da mesa e pegou as suas coisas. Antes
que ele pudesse se desculpar da cantada desajeitada, ela disse:
- Vamos.
********************
Pouco depois, estavam num ótimo restaurante, à bei-
ra-mar de Olinda. Sentaram-se a uma mesa onde dava para
visualizar o mar. Era uma noite sem lua. Mas o céu estava
muito estrelado. Olharam o cardápio e Njila pediu frutos do
mar. Ele quis uma garrafa do melhor vinho que eles tivessem.
Ela examinou a garrafa e preferiu um vinho local.
Trouxeram Quinta do Morgado. Ela ficou satisfeita.
- Esse vinho é bom, mas não é melhor do que o que
pedi, se me permite a observação.
- Sim, eu sei. Mas apesar das roupas elegantes e caras
que veste, não creio que você nade em dinheiro, Max. E, de-
pois do vinho, posso querer outra coisa. Aí, tendo gasto mui-
to no jantar, é bem capaz de você não poder pagar um motel
decente para ficarmos.
Ele estava cada vez mais impressionado com ela. Um
PHROYBIDO 7
vendedor de flores passou com buquês, e ela pegou uma úni-
ca rosa. Colocou-a no cabelo. Ficou exótica e linda, toda de
preto com o detalhe em vermelho. O negrão apressou-se a
pegar mais algumas flores. Ela recusou:
- Basta uma. Várias, seria exagero e não me deixariam
bonita.
- Não é preciso usar mais nada para ficar bonita. Você
já é.
- Obrigada, querido.
O jantar chegou e ambos comeram quase sem se falar.
Ela parecia embevecida pela comida. Ele maquinava onde a
levaria. Só então, depois de terminar de comer, ela falou:
- Andou passando por privações, ultimamente, Max?
- Por que pergunta?
- Quase posso ler isso em teu rosto.
Ele esteve pensativo, mas logo disse:
- É verdade. Passei quase cinco anos com uma irmã
doente. Gastei o que não pude com ela. Mas, infelizmente,
acabou falecendo.
- Irmã única?
- Acho que sim. Fomos abandonados pelos nossos pais,
quando éramos ainda crianças. Dizem que eles vieram para
o Recife fugindo da seca de Bodocó, município pernambu-
cano. Minha mãe morreu de alguma doença braba e meu pai
nos abandonou, voltando para o Interior. Só me lembro de
ter ficado com minha irmã, na casa de uma senhora que nos
acolheu. Mas ela faleceu, sem nos dizer se tínhamos algum
irmão, e voltamos a passar fome. Ainda bem que ela não ti-
nha parentes e pudemos ficar na sua residência. Eu não me
lembro bem, mas minha irmã dizia que eu saía de manhã e
só voltava na madrugada do outro dia. Mas vinha trazendo
comida farta. Assim, a criei. Eu lhe custeei os estudos e tam-
bém estudei, mas de forma autodidata. Então, ela adoeceu.
PHROYBIDO8
Uma doença que os médicos nunca souberam descobrir. Aos
trinta anos, faleceu.
- História triste. Sinto muito. Faz tempo que ela mor-
reu?
- Não. Apenas meia dúzia de meses.
- E, nesse período, não transou com ninguém?
Ele esteve indeciso, antes de responder:
- Não sei. Quanto mais eu tento, menos consigo me
lembrar. Acho que essa situação me criou um bloqueio men-
tal, ou então eu tenho um grande problema de amnésia.
- Tadinho. Mas hoje, você tira o atraso. Vou deixar que
me foda bem muito.
********************
Foram três tentativas vãs. Por mais que Max tenha se
esforçado, não conseguiu ereção adequada para foder a mu-
lata Njila. O pinto permaneceu encolhido o tempo todo, sem
demonstrar sua verdadeira extensão. Mas ela não se estres-
sou. Confortou-o com beijos vários, até que ele relaxou. Ela
disse:
- Não se preocupe. Eu já sabia que passaria por isso
desde que saí de minha casa. Minha guia espiritual já havia
me alertado. Eu tive a certeza, ao te ver lendo esse livro.
- Como assim? Você é macumbeira?
Ela riu. Explicou-lhe:
- Sou da Umbanda, Max. Sou da Pomba Gira. Pam-
bu Njila, como ela é conhecida em Angola. Mas vou te livrar
desse mal. Amanhã mesmo, se você puder, visitaremos a mi-
nha Mãe.
PHROYBIDO 9
2. Ganhando a loira num jogo de azar
Na terça-feira, de manhã, depois de saírem do mo-
tel, os dois ficaram de se encontrar à noite. Por
volta das 20:00h, estavam de volta ao shopping Taca-
runa. Ela o esperava na frente. Estava vestida do mes-
mo jeito de quando se encontraram, na noite anterior.
Até parecia que ela nem havia passado em casa, ainda.
Beijaram-se rapidamente e se dirigiram de ônibus ao
bairro de Casa Amarela, na zona norte do Recife. Subiram o
Morro da Conceição, até encontrar o terreiro de Umbanda
da Mãe Nanã. Era uma casa enorme, e tinha um casal de au-
xiliares à porta de entrada, orientando o público que chegava
ao templo naquele dia. Algumas pessoas olhavam para Maria
Quitéria meio atravessado, mas ela não dava a mínima im-
portância. O negrão Max, no entanto, percebeu. Perguntou:
- Por que as pessoas nos olham como se estivessem
PHROYBIDO10
chateadas conosco?
- Eles olham para mim. Eu não deveria ter vindo para
cá vestindo preto. Mas não queria perder tempo passando em
casa, pois estive o dia todo resolvendo um monte de coisas.
- Por favor, tirem os sapatos e os depositem no cômodo
à esquerda -, disse a mulher que cuidava de dar as boas-vin-
das aos visitantes - depois, sigam para a assistência e se aco-
modem em um dos bancos. Logo, Mãe Nanã estará conosco.
Naquela noite, o público não era tão grande. Havia cer-
ca de vinte pessoas, se contassem com o casal. Ambos tiraram
os sapatos, em respeito ao congá, o solo sagrado, e se acomo-
daram no lado esquerdo na plateia. A área da assistência, com
bancos de madeira, onde se sentaram, à esquerda de quem
entrava, tinha piso de cimento. Mas o congá, onde ficava o
altar ao fundo, e oito banquinhos de madeira dispostos em
duas fileiras, uma de frente para a outra, era de chão de terra.
Nele, alguns médiuns e auxiliares se banhavam com ervas,
para entrar em sintonia com o mundo espiritual. Próximas a
cada vértice do quadrado de terra, havia uma vela acesa. Um
senhor negro defumava a área, preparando o ambiente. Sem
pressa, os médiuns se sentaram cada um num banquinho, to-
dos tendo um auxiliar postado de pé às suas costas. No canto
direito do altar, repleto de símbolos e imagens de barro ou
gesso, representando os Orixás do Candomblé, um trio esta-
va atento, junto aos seus tambores e atabaques. Defronte ao
altar, um banquinho de madeira estava vazio.
Max nunca havia estado num terreiro de Umbanda.
Instintivamente, quis pegar na mão de Quitéria, que estava
sentada ao seu lado. Ela negou-lhe a mão e apontou discreta-
mente uma das assistentes. Esta fazia um gesto de desaprova-
ção, balançando de forma negativa o dedo em riste. A mulata
disse:
PHROYBIDO 11
- Não é permitido o gesto afetuoso dos casais, aqui den-
tro. Também não cruze as pernas nem os braços.
- Ok. – Disse ele, soltando a sua mão.
Um médium fez um pedido de proteção aos deuses
africanos (orixás protetores do terreiro) em voz alta. Um ou-
tro defumou o ambiente do altar (peji), os médiuns e o pú-
blico.
Então, fez-se um silêncio repentino no salão. Uma se-
nhora robusta, de cerca de uns setenta anos, entrou majesto-
sa, vestida de branco, anil e lilás. Os auxiliares se levantaram
todos ao mesmo tempo e a saudaram:
- Saluba Nanã! Nós nos refugiamos em Nanã, Salve a
senhora do poço e da lama.
- Salve Nanã! – Repetiu o público e os auxiliares.
Ela sentou-se com graça, apesar da idade e do peso. Fez
um gesto com a mão e todos voltaram a se sentar, inclusive o
público. Começaram o toque dos atabaques. A velha senhora
foi a primeira a incorporar. Depois, os médiuns o fizeram.
Um negro forte e elegante, entre os médiuns, todo vestido
de branco e com um lenço vermelho amarrado no pescoço,
olhou para Max e o chamou para perto de si. Este se levantou
e foi até o médium incorporado, ficando de pé diante dele. A
velha senhora falou:
- Salve Seu Zé Pilintra! Salve os Malandros. Salve a ma-
landragem.
O público repetiu, em coro, suas palavras. A robusta
senhora disse, dirigindo-se a Max:
- Ajoelhe-se diante do Mensageiro de Luz da nossa
Santa Umbanda.
Quando o negrão fez o que lhe era pedido, a velha se-
nhora voltou-se para Quitéria e disse energicamente:
PHROYBIDO12
- E você, retire-se deste ambiente. Sabe muito bem que
Seu Zé não gosta da cor preta. E não fique rondando o terrei-
ro. Vá-se embora, e logo!
Njila - ou Maria Quitéria, como gostava de ser chama-
da -, pediu desculpas, fez uma reverência e saiu andando de
frente para o altar, seguindo a regra de não dar as costas ao
que é sagrado. Pegou seu sapato na salinha e logo desapare-
ceu das vistas de todos.
O negro disse com voz alegre e rouca:
- Então, o que é que manda, rapaz? O que te aflige?
Max tinha a forte impressão de que podia se abrir com
a entidade. Não era preconceituoso com religião, apesar de
ter sido educado na Católica Apostólica Romana. Disse:
- Primeiramente, estou com dificuldades financeiras.
Depois, estou com um problema de saúde sério: não estou
conseguindo “dar no couro”. Por último, queria encontrar um
grande amor.
- Moço, se a vida tá te batendo tanto, é porque tu aguen-
ta, é porque tu é forte. Mas vamos por etapa: o que tu quer
primeiro, mesmo?
- Grana, pois ela anda curta nos meus bolsos. E, se te-
nho ela, posso ter mulher e saúde.
- Grande sabedoria, preto. – E, virando-se para um dos
auxiliares que estava por perto, pediu em voz alta: - Me traz
aí uma amarelinha bem gelada!
Quando lhe trouxeram a cerveja, o negro que incor-
porava a entidade tomou um único gole e depois ofereceu a
garrafa a Max. Disse:
- Toma. Bebe até o fim. Depois, vamos comigo atrás de
uns tostões.
O negrão fez o que lhe foi pedido. Logo no terceiro
gole, sentiu-se leve. Depois, a cabeça girou. Mas bebeu o lí-
PHROYBIDO 13
quido até o fim. Em seguida, caiu de costas no chão. As vistas
lhes escureceram.
********************
Não sabe quanto tempo passou “apagado”. Quando
percebeu que estava jogado no chão, fez um esforço para se
erguer. Viu o negro vestido com um terno branco e de cha-
péu panamá na cabeça, adornado por uma fita vermelha.
Este lhe disse:
- Pronto, já te demorasse demais. Agora, é tempo de ir
atrás da grana. Levanta-te, negro frouxo. E vamos à luta.
Max seguiu o preto elegante, mas sentia o corpo ainda
bem leve, como se estivesse dopado. Perguntou:
- Para onde vamos?
O preto não respondeu. Estavam num local totalmente
diferente do terreiro. Parecia a antiga zona de baixo mere-
trício do Recife. Entraram num bar poluído de fumaça de
cigarro e cheiro de mofo. O negro tinha um cigarro no bico.
Olhou em volta e avistou uma mesa onde três pessoas mal
-encaradas iam começar um jogo de cartas. Disse a Max:
- Pegue duas cervejas bem geladas e traga uma para
mim.
- Mas... eu não tenho dinheiro.
- Meta a mão em teu bolso esquerdo e irá encontrar
umas notas.
Quando o negrão o fez, tirou um montão de cédulas de
cem reais, enroladas, dali. Exclamou, espantado:
- Uau, como isso veio parar aqui?
- Não vem ao caso. Vamos jogar com aqueles cavalhei-
ros.
- Mas, com toda essa grana, não preciso ganhar mais.
Tudo isso me basta.
- Tem que conquistar esses cobres, negro insensato.
PHROYBIDO14
Eles ainda não são teus. Terás que jogar, para ganhá-los.
- Eu não sei jogar cartas.
- Senta lá que eu te ajudo.
O negrão se aproximou da mesa de jogo e perguntou
se podia se sentar. O mais mal-encarado dos sujeitos disse:
- Mostra tua grana. Vou logo avisando que aqui joga-
mos alto.
O negrão tornou a meter a mão no mesmo bolso. Es-
tranhou encontrar lá um rolo menor de dinheiro. Mesmo
assim, mostrou-o aos sujeitos. Eles acenaram com a cabeça,
permitindo que se sentasse. Um deles perguntou:
- Sabe as regras do jogo?
- Como assim?
- Não pode falar, enquanto estivermos jogando. A não
ser no final de cada partida, antes do embaralhar das cartas.
E se ficar liso, sai do jogo, entendido?
- Entendido.
Enquanto Max jogava, o preto elegante ficava às costas
dos outros jogadores, observando o jogo deles. Fazia sinais,
indicando qual carta o negrão deveria jogar. Max apenas ace-
nava, balançando a cabeça. Estranhava os outros jogadores
não perceberem a presença do cara de chapéu panamá. Mas
ia jogando conforme este lhe indicava. Ao fim de algumas
partidas, todas ganhas por ele, um a um dos sujeitos iam
abandonando a mesa. Outros lhes assumiam o lugar, mas
isso não mudava a situação: só quem ganhava era ele. Logo,
tinha um monte de cédulas sobre a mesa.
Juntou-se várias pessoas em torno dos jogadores. Um
dos expectadores disse:
- O negrão não está roubando. Estive de olho nele. Tem
é uma sorte danada.
PHROYBIDO 15
Por fim, ninguém mais quis jogar. O negro elegante e
cheio de ginga disse:
- Recolhe os cobres e vamos embora. Estou com fome.
Tô doido pra comê umas comidinhas bem nordestinas: farofa
de linguiça, linguiça frita, sardinhas fritas (de preferência no
óleo de dendê), jerimum com carne seca, queijo coalho, jiló,
coco e rapadura.
Pouco depois, estavam numa birosca, na zona portuá-
ria. Uma senhora muito simpática os serviu e ficou abisma-
da com o apetite do negrão elegante. Max comeu apenas um
prato de feijão com charque, alegando o adiantado das horas.
Tinha os bolsos entupidos de dinheiro. Quando terminaram
a refeição, Max perguntou:
- E agora?
O preto elegante alisou a barriga e disse:
- Agora, vamos jogar num cassino de grã-finos, ganhar
mais grana e foder umas negas.
Encontraram um cassino clandestino, numa ruela es-
cura da zona portuária, e entraram. O prédio parecia aban-
donado, com tralhas espalhadas em tudo quanto era lugar.
Mas aí, o preto elegante encontrou um controle remoto em
cima de uns caixotes e apertou um botão. Uma parede intei-
ra movimentou-se, afundando-se no piso. Descobriu-se um
amplo e luxuoso salão onde muitas pessoas jogavam todo
tipo de jogo: roleta, baralho, dominó e o escambau. Todas
vestidas de forma elegante. Faziam parte de uma classe abas-
tada de pessoas. Apostavam alto e eram muito concentrados.
Havia várias mulheres bem-vestidas, no salão, mas Max ficou
de olho em uma loira que jogava cartas.
Dessa vez, foi o preto elegante quem sentou-se à mesa.
Max ficou só assistindo ao jogo. Havia dado algum dinhei-
ro ao outro, de forma que este pudesse jogar. Não demorou
PHROYBIDO16
muito e o preto repetiu sua façanha: só ele ganhava na mesa.
Ao fim de algumas partidas, a loira perguntou a Max:
- Tem algum dinheiro para me emprestar? Se perder,
te pago.
O negrão botou de novo a mão no bolso e deu um tufo
de cédulas de cem reais a ela, sem contar. A loira contou a
grana e devolveu uma parte a ele. Mas logo havia perdido
todo o dinheiro. Disse ao negrão:
- Vamos embora. Hoje não é um bom dia para o jogo,
para mim. Passemos num caixa eletrônico e eu te devolvo o
que te pedi.
Quando Max falou ao preto elegante que ia sair, este
disse:
- Vou com vocês.
- Mas você está ganhando. Por que não fica?
- É necessário que eu vá com vocês. Vamos embora.
Foram. Porém, a loira não deu a mínima atenção ao
negro elegante. Parecia que nem percebia que ele estava por
perto. Chegaram a um estacionamento, perto do local, e ela
perguntou:
- Você está de carro?
- Não tenho.
- Por quê?
Ele quis dizer que não tinha grana para comprar um,
mas desistiu. Preferiu dizer que saíra de casa com intenção de
beber, por isso viera de táxi.
- Eu vim de carro. Mas detesto dirigir. Me leva até um
caixa eletrônico, para eu te devolver a grana.
- Não é preciso. Pode ficar com o dinheiro. Não neces-
sito dele.
O negro elegante riu. Gargalhou, até. Max ficou empu-
lhado, mas a loira pareceu não ter ouvido o sujeito.
PHROYBIDO 17
- Faço questão de pagar. Não gosto de ficar devendo a
ninguém. - Disse ela.
Ela morava num canto nobre do Recife. Em Boa Via-
gem, o bairro mais caro da cidade. O negrão entrou no con-
domínio de luxo, onde ela morava, e estacionou onde ela pe-
diu. Subiram, os três, até o apartamento dela. Ela falou:
- Espere aqui. Vou pegar o dinheiro. Sente-se um pou-
co. Quer alguma bebida?
O preto elegante olhou para Max. Ele entendeu. Pediu
uma cerveja gelada. Ela, no entanto, disse não ter cerveja no
freezer. Ofereceu-lhe uma dose de uísque dos mais caros.
Ele recusou. Ela entrou num dos aposentos e demorou um
pouco. Quando voltou, estava totalmente nua, exibindo um
corpo perfeito. Veio com um envelope numa mão e um copo
contendo uísque em outra.
- Aqui está teu dinheiro.
Depositou o copo com a dose em uma mesa de centro
e agachou-se entre as pernas dele. Imediatamente, o pau do
negro ficou duro como uma pedra, excedendo-lhe as expec-
tativas. Ela pegou seu cacete com uma das mãos e o levou à
boca. Mamou-o com uma leveza excitante. Massageou-lhe os
bagos, enquanto lhe chupava o pênis. Ele teve que se prender,
para não gozar logo. Olhou para o lado onde o negro elegante
estava sentado, pensando em perguntar-lhe se ele iria ficar
ali, olhando. Sentia-se pouco à vontade. Mas o preto não es-
tava mais dentro do apartamento. Havia sumido. Então, Max
relaxou.
Ela era uma profissional da felação. Lambia o pau com
gula e com leveza, ao mesmo tempo. Estando sem gozar já
fazia algum tempo, logo a vontade de ejacular aflorou-lhe o
âmago. Ele disse:
PHROYBIDO18
- Não vou conseguir me segurar por muito tempo...
- Se conseguir se prender mais um pouco, ganha um
bônus. – Prometeu ela.
Puxou-o do luxuoso sofá e deitou-o no tapete da sala.
Subiu sobre ele e se enfiou no seu pau. Sua vulva era quen-
tíssima, e o negrão teve que se prender, mais uma vez, para
não esporrar. Ele fechou os olhos, para se distrair da foda. Ela
começou a gemer alto e a rebolar em seu cacete. Urrou:
- Ai, como você é gostoso. Sinto-te como se estivesse
me fodendo na frente e atrás ao mesmo tempo.
Max abriu os olhos ao ouvir aquelas palavras. Então,
viu o negro elegante, totalmente nu, fodendo o cu da loira.
PHROYBIDO 19
3. Sexo no escurinho do bar
Os três estavam deitados no tapete da sala. A loira no
meio e Max à sua direita. O preto que atendia pelo
nome de Zé Pilintra estava acomodado ao lado esquer-
do da mulher e fumava um cigarro. Ela estava deitada de
lado, e parecia satisfeita de sexo. Max estava admirado
dela não ter sentido o cheiro forte do cigarro vagabundo.
- Vista-se e vamos embora. - Disse o Malandro.
- Já? - Espantou-se Max. - Ainda nem fodi o cuzinho
dela. Demoremos só um pouco mais, até ela descansar…
- O que disse, amor? - Falou com voz arrastada a mu-
lher.
- Oh, nada. Estava pensando em voz alta. Aliás, disse
que eu preciso ir embora. Ainda tenho umas coisas para re-
solver – Mentiu ele.
- Tá bem, amorzinho. Eu estou com soninho, tá? Des-
culpa, mas fiquei destruída. Acho que não aguentaria mais
PHROYBIDO20
uma bimbada hoje. Mas gostaria que você voltasse amanhã,
pode ser?
- Está bem. Como é teu nome?
- Jandira. Encima do móvel onde está a tevê tem um
cartão de visitas meu. Nele, tem meu telefone. Ligue-me por
volta das onze, tá? E leve teu dinheiro, que está dentro do
envelope.
- Já disse que não preciso dele. Fique pra você.
- Então, leve meu carro. Amanhã você me devolve. A
essa hora, é difícil pegar um táxi por aqui. A menos que te-
nha o telefone de algum. - Disse ela, de olhos fechados, ainda
sonolenta.
Eles desceram ao térreo e se encaminhavam para o car-
ro de Jandira. Max tinha as chaves na mão. O preto falou:
- A noite ainda é uma criança. Continuemos nossa far-
ra.
Quando entraram no carro, no entanto, o negro chiou:
- Porra, levaram os sacos de dinheiro que ganhamos
hoje!!!
- Não, ninguém levou teus tostões. A grana desaparece,
quando fica longe de você por mais de uma hora. Também,
quando você não divide com alguém ou não gasta.
- Caralho! Estou liso de novo. Se soubesse, não teria
deixado a grana lá de cima com ela.
- Deixe de ser chorão. Podemos ganhar muito mais do
que aquilo, jogando. Vamos voltar para o cassino. Mas, desta
vez, você é quem vai jogar.
********************
Voltaram ao cassino clandestino da zona portuária.
Usando o mesmo esquema de jogo, onde o malandro bem-
vestido ficava por trás dos jogadores dando as dicas para
Max, logo o negrão havia ganho uma nova bolada. Percebia-
PHROYBIDO 21
se logo que os adversários do rapaz não estavam nada satis-
feitos de estarem perdendo partidas seguidas. Mandaram
trocar o baralho por duas vezes, mas ele continuava levando
vantagem. Até que todos da mesa abandonaram o jogo, ao
mesmo tempo. Mas aí, Max já estava satisfeito com o que ti-
nha ganho. Comprou umas sacolas, no próprio cassino, para
colocar o apurado dentro. Quando procurou o malandro,
com as vistas, ele tinha sumido, deixando-o sozinho.
Max achou que ele o esperava no carro e saiu em direção
ao estacionamento. Percebeu um movimento estranho atrás
de si e viu um grupo suspeito, de cinco homens mal-encara-
dos, querendo disfarçar que não estavam de olho nele. Sentiu
uma pontada no coração, como um sinal de alerta. Apressou
os passos em busca do carro estacionado. Realmente, o preto
estava lá, sentado tranquilamente no banco do carona.
- Apresse-se que tem umas almas sebosas querendo o
que é teu: tudo o que ganhasse lá dentro.
- Já vi. Vamos sair daqui.
- Não vai dar tempo. E estão armados.
Max olhou para trás e, de fato, o bando já havia sacado
suas armas: revólveres e pistolas. O negro gelou. Se corresse,
poderia ser alvejado pelas costas. Se entrasse no carro, talvez
fosse alvejado antes de fugir.
- Relaxe. Já chamei ajuda. Jogue as sacolas dentro do
carro e aguarde do lado de fora.
O negrão fez o que ele disse, mas ficou de cu piscando.
Estava com medo. Aí, viu uma figura exótica correndo em
direção ao grupo.
Era um negro, nu da cintura para cima, vestido com
umas roupas africanas azuis escuro e verde, com uma espa-
da na mão direita e um escudo na esquerda. Uma máscara
cobria-lhe o rosto e tinha algo parecido com um capacete
PHROYBIDO22
espartano na cabeça. Vinha pra cima dos caras. Os homens
voltaram sua atenção para ele. Apontaram as armas. O que
aconteceu em seguida foi algo lindo, apesar de violento.
Num bailar gracioso e preciso, o negro nu rodopiou e
pareceu ter rebatido as balas com golpes de escudo e espada.
Movimentava-se como numa coreografia ensaiada. Aproxi-
mou-se cada vez mais dos sujeitos, como se fizesse questão de
que eles o confinassem num círculo. Atiravam à queima-rou-
pa, mas parecia que não lhe haviam acertado um tiro sequer.
Aí, de repente, os homens foram caindo, um a um. Tinham o
peito aberto por golpes da espada afiada.
O negro fez uma pose majestosa e depois veio sorriden-
te em direção a Max e ao preto elegante. O malandro saldou:
- Ogunhê! Salve a Ogum, cabeça coroada. Chegou
numa boa hora, mermão.
- Pronto. Agora podem ir tranquilos. Não haverá mais
perigos, por hoje. Estou com pressa e vou-me embora. Já tem
gente em outras paradas me chamando.
Max também agradeceu à entidade, que havia acabado
de salvar a sua vida. Ogum deu meia volta e saiu em dispara-
da. Num instante, sumiu das vistas dos dois.
- Quem é mesmo aquele? - Perguntou o jovem.
- Aquele é Ogum, um temido guerreiro. É filho de Ie-
manjá, e irmão mais velho de Exú e Oxóssi. Mas aqui, ele é
mais conhecido como São Jorge. As terças-feiras, como hoje,
são os seus dias.
- Bem, gostaria de te fazer uma pergunta importante…
- Disse o negrão, mudando de assunto.
- Manda lá…
- Você disse que esta grana vai logo desaparecer e…
- Só vai sumir se tu não gastar ou não der a alguém.
Tem que fazer caridade, mermão. Tudo que tu der aos po-
PHROYBIDO 23
bres, vem de volta em dobro, malandro.
- Não posso depositar num banco?
- Pra quê? Compra o que tu precisa pra comer, paga as
tuas dívidas e divide o resto entre quem precisa, malandro.
Vai por mim. Quando precisar de mais, ganhe no jogo. Tu
gosta de jogo do bicho? Posso te dar umas dicas.
O negrão o esteve analisando.
- Engraçado… desculpa, mas você não parece um des-
ses caras que sabe das coisas. Mas isso é ledo engano. Confes-
so que estou espantado.
- Às vezes a maior sabedoria é parecer não saber nada.
- Retrucou o preto elegante. - Mas vamos embora, pois que-
ro ir para algum bar. Me dá as moedas que tu ganhou. Faço
coleção delas.
Pouco depois, estavam num bar, no bairro da Encruzi-
lhada, no Recife. O malandro pediu para que Max acendesse
uma vela branca num canto. Uma garçonete olhou para ele e
depois quase que correu para pegar a oferenda. Entregou o
objeto na mão do negrão e disse:
- Pode pedir. Seu Zé, aqui, tem o que quiser. Eu te vi lá
no terreiro. Fiquei…
A mulher de cerca de uns trinta anos interrompeu a
frase. Baixou a cabeça, como se estivesse envergonhada. O
negro perguntou:
- Ficou o quê?
- Nada não. Nada não. Sente-se. Vai querer tomar o
quê?
O negrão olhou para o outro, que havia se sentado
numa das cadeira do bar, ao seu lado. Nem foi preciso o su-
jeito bem-vestido falar.
- Uma cerveja clara. Bem gelada. Outra cerveja puro
malte para mim.
PHROYBIDO24
- Vai tomar as duas de uma vez? - Estranhou a garço-
nete.
- Não… uma é para o meu amigo aqui.
- Não vejo ninguém com o senhor, moço. Me desculpe.
Se já está bêbado, não atendemos. Sinto muito.
- A outra é pro santo, mulher. - Disfarçou o negrão. O
outro gargalhou. Ninguém, a não ser Max, o estava vendo.
- Ah, bom. Vou já buscar, viu?
Enquanto a mulher não trazia as cervejas, ambos de-
ram uma olhada em volta. Havia poucas mulheres no bar.
Apenas uma se destacava das demais: uma morena linda e
gostosa, de longos cabelos. Bebia sozinha e, de vez em quan-
do, esticava os olhos para a rua. Parecia estar à espera de al-
guém. O preto perguntou:
- Te agrada alguma?
- Sim, aquela morena bonita. Mas parece que marcou
com alguém aqui. Não tira os olhos da rua.
O preto elegante levantou-se, caminhou até a jovem
e sentou-se ao seu lado. Ela pareceu não lhe dar a mínima
atenção. Nem olhou para ele. Mesmo assim, o cara ficou con-
versando com ela um tempão. Ela apenas parecia escutar, de
cabeça baixa. Aí, o preto apontou para Max. Ela olhou para o
negrão. Devia ter percebido o jovem naquele instante. A gar-
çonete acabara de lhe entregar as duas garrafas. Este levantou
o copo, oferecendo-o à morena. Ela esteve indecisa, depois
fez um aceno positivo com a cabeça.
Ele despejou uma garrafa inteira num cantinho de pa-
rede, depois levantou-se com a outra na mão. Levou-a, mais
seu copo, para a mesa onde a morena estava sentada. O preto
elegante, mais uma vez, havia sumido. Max descansou a gar-
rafa sobre a mesa e apresentou-se:
- Boa noite. Sou Maximiliano, e é um prazer conhecer
PHROYBIDO 25
uma jovem tão encantadora. Como se chama?
- Michele. Mas advirto que estou esperando alguém. Se
ele vier, vou te apresentar como meu primo, pode ser?
- Não creio que os homens de hoje engulam essa velha
desculpa, Michele. Portanto, se teu namorado aparecer, pode
dizer-lhe que eu estive te paquerando e fui afoito o bastante
para sentar-me à mesa.
- E isso é verdade? Está me paquerando?
- Oh, claro que sim. Você é uma morena linda.
- E se ele se zangar?
- Aí, eu invento uma desculpa qualquer e saio de perto.
Não tema. Não vou brigar com ele.
- Pois eu preferia sair daqui, antes que ele chegue. Va-
mos para outro bar?
- Não vai nem querer terminar essa cerva?
- Melhor não.
Max chamou a garçonete. Pediu a conta, inclusive o
que a morena havia consumido até então. Deu uma gorjeta
de cem reais à atendente. Ela ficou contentíssima. Roubou-
lhe um beijo, mesmo estando perante a morena. Quando ele
entrou no carro, a garçonete disse:
- Xau, Seu Zé. Apareça.
A morena viu as duas sacolas sobre o banco traseiro.
Perguntou:
- Veio das compras?
- Mais ou menos.
- Para onde vamos?
- Pode ser um motel?
- Eeeeeeeiiiiii, que pressa é essa? Vamos nos conhecer
melhor. Depois, quem sabe?
Meia hora depois, estavam aos beijos de língua. Fogosa,
ela apalpou o caralho dele sob a calça. Mediu-lhe a extensão
PHROYBIDO26
com o palmo. Aprovou o tamanho. Ela estava de saia curta e
ele metia-lhe a mão entre as pernas. Encontrou lá um boce-
tão. O bar onde estavam agora era escuro, desses propícios a
encontro de casais. A penumbra era instigadora. Mesmo as-
sim, ele estava tímido para tentar “avançar o sinal”. Mas olhou
em volta e viu que os demais casais não prestavam atenção a
eles. Uma jovem, inclusive, não teve vergonha de botar os
peitos para fora para que o acompanhante mamasse. Aí Max
tocou com a ponta do dedo médio a racha dela. Ela gemeu
baixinho e mordeu o biquinho do peito dele.
Ela não demorou muito a gozar com o dedo enfiado
lá dentro. Quis devolver-lhe o prazer. Escorregou a boca
pelo peito dele, até tocar com ela o mondrongo causado pelo
pênis. Abriu o zíper com ansiedade e engoliu o caralho do
negrão. Este gemeu alto. Um casal olhou em sua direção e
sorriu. O cara fez um gesto obsceno, para que ele continu-
asse. Max fechou os olhos e ficou curtindo a mamada. Ela
punhetava o cacete, enquanto o chupava. Mas estava em má
posição. A mesa tinha uma toalha longa, que arrastava no
chão. Ela entrou debaixo da mesa.
Max havia perdido a vergonha de estar ali, fazendo
sacanagens. Ajeitou-se melhor na cadeira e ergueu o rosto,
fechando os olhos. Ela continuou chupando-lhe o caralho,
depois, de repente, parou. Ele ainda esperou um pouco, em
seguida abriu os olhos. O preto malandro estava ao seu lado,
com um sorriso safado no rosto. Estava claro pro negrão que
a morena agora o estava mamando.
- Relaxe. Ela pensa que está fazendo com você. He he
he he he.
PHROYBIDO 27
4. Uma foda no cemitério
Depois de fazer o negrão gozar em sua boca,
a linda morena de cabelos compridos disse:
- Sinto muito, mas vou voltar para o bar onde estava.
Estou esperando o pai do meu filho, para que ele me dê o di-
nheiro do mês. Se não vê-lo hoje, vou ter que esperar por sua
boa vontade para se encontrar comigo de novo.
- Está bem. Te levo de volta até lá. Quando nos encon-
tramos de novo?
- Não sei. Eu trabalho como enfermeira, vinte quatro
por quarenta e oito horas. Muita vezes, quando largo do hos-
pital, estou morta de cansaço.
- Em que hospital tu trabalhas, Michele?
Ela disse. Ele prometeu encontrá-la, qualquer dia. Le-
vou a morena de volta ao bar e deixou-a na frente. Ela disse,
baixinho:
- Ele já chegou. Está ali, tá vendo? Vestido de policial.
PHROYBIDO28
O negrão nem quis olhar para o cara. Meteu a mão no
bolso, retirou de lá um montante de dinheiro e entregou a ela.
- Tome. Mesmo que ele te dê a grana, você pode ficar
com essa.
- Minha Nossa Senhora!!! Tem muito dinheiro aqui. O
que você é… algum assaltante?
- Não, morena. Ganhei isso no jogo. Posso ganhar mais.
Ela lhe deu um longo beijo, depois disse:
- Não deixe de me procurar. Vou ficar te devendo, mas
prometo pagar.
- Não preciso desse dinheiro, Michele.
- Não vou te pagar com dinheiro. - Disse ela, piscando-
lhe um olho.
Quando ela saiu, Max perguntou ao preto que estava
no banco de trás:
- E agora, para onde vamos?
********************
Max acordou com alguém lhe chamando. Tocava em
seu braço, de leve.
- Senhor, acorde. Já estamos fechando.
O negrão quase deu um pulo. Estava dormindo no
chão de terra batida. A mãe de santo era quem o chamava.
Olhou em volta. Só tinha eles no salão. Levantou-se, sacudiu
a areia das roupas e perguntou:
- O que aconteceu?
- Você ainda não está preparado para receber espíritos.
Incorporou Zé Pilintra.
- Cadê a mulata que estava comigo?
A robusta senhora demorou um pouco a responder.
Quis saber:
PHROYBIDO 29
- Você gosta dela?
- Sim, ela é muito bonita e gostosa, se me permite falar
assim.
- Então, se o motivo de querer vê-la de novo é esse, eu
te proíbo de voltar a procurá-la. Ela não é o que você pensa
e você vai ficar muito decepcionado. Mas precisa voltar aqui,
para que eu possa te preparar para receber novas divindades.
Você está carregado, e precisando disso.
- Quando devo voltar?
- Amanhã, quarta-feira. Mas eu queria um favor teu:
antes de vir, traga uma jovem que vai encontrar na Praça do
Derby, perto do Centro da Cidade. Vou precisar dela aqui,
pode ser?
O negrão concordou em trazer a garota, se a encontras-
se. Mas a robusta senhora parecia crente de que ele o faria. O
sujeito olhou para seu relógio de pulso e viu que já passavam
das três da madrugada. Saiu do quadrado de chão de areia,
pegou seus sapatos na sala ao lado e saiu das dependências do
terreiro. Para a sua surpresa, encontrou o carro da loira que
havia conhecido no cassino estacionado na frente. Sorriu.
Procurou dinheiro dentro das bolsas que estavam no banco
de trás e só encontrou umas poucas notas. Ficou satisfeito. A
grana encontrada dava muito bem para ele fazer umas com-
pras, pois já começava a faltar comida em sua casa.
Ele morava num apartamento modesto, no bairro da
Várzea, no Recife, e foi para casa. Tomou um banho demo-
rado e caiu na cama. De manhã cedo, foi a um mercadinho
próximo de onde morava e fez uma pequena feira. Colocou
os mantimentos na geladeira e esteve comendo e assistindo
ao noticiário na tevê. Anunciaram uma passeata em direção
ao centro do Recife, com concentração na Praça do Derby.
Ele sorriu. A robusta senhora era bem informada. Com cer-
teza, sabia que a moça estaria ali.
PHROYBIDO30
Comeu e foi dormir, pois se sentia cansado. Nunca
mais havia feito uma farra, como a daquela noite. Ou tudo
não passara de um sonho? Chegou a pensar que o preto ele-
gante não existia, que havia sido fruto da sua imaginação.
Mas o carro estacionado na frente do condomínio provava o
contrário. Dormiu pensando nisso.
Quando acordou, estava quase na hora da manifesta-
ção marcada para aquela tarde, segundo os telejornais. To-
mou um banho rápido e saiu de carro. Estacionou perto da
praça e se dirigiu ao centro dela, onde uma jovem bonita e de
cabelos ruivos tentava convencer as pessoas, ali reunidas, a
caminharem até o Palácio do Governo, para ter uma audiên-
cia com o governador. Formavam um grupo de professores
que lutavam por reajuste salarial. Estes pareciam não concor-
dar com os argumentos dela, de que precisariam pressionar.
Notava-se que estavam cansados de luta e, aos poucos, foram
deixando o local. O céu estava azul, e não havia nenhuma nu-
vem que indicasse que iria chover. Mas, de repente, quando
a jovem tentou impedir do povo ir embora, o tempo fechou.
Primeiro houve uma forte ventania, que parecia empurrar as
pessoas de volta para a praça. Em seguida, viu-se raios e ou-
viu-se trovões. Num instante, caiu um temporal nunca visto
na cidade.
Todo mundo correu para se amparar da chuva, mas
ficaram por perto, de onde dava para ouvir o discurso in-
flamado da jovem. Ela estava lá, no seu palanque, sem dar a
mínima para o temporal. Uma garota, colegial, passou por
perto de Max com duas sombrinhas. Ele meteu a mão no bol-
so, tirou uma cédula de cem reais e pediu para comprar uma
das peças dela.
- Estou levando a sombrinha para a minha irmã, se-
nhor. E não teria troco para te dar.
PHROYBIDO 31
- Não precisa. - Disse ele, pegando uma das sombri-
nhas, que estava fechada. Ela recebeu o dinheiro com uma
cara feliz. Dava para comprar umas cinco sombrinhas das
mais baratas. Logo, o negrão se dirigiu para perto da jovem
que discursava. Abriu a sombrinha e a amparou da chuva. Ela
agradeceu e continuou a discursar. Aos poucos, as pessoas fo-
ram concordando com o que ela dizia. Começaram a se apro-
ximar do palanque, mesmo na chuva, e gritaram palavras de
ordem. A jovem prometeu:
- Se me seguirem até o Palácio do Governo, essa chuva
para agora!
E o temporal parou imediatamente. Os raios e o vento,
também. Todos ficaram impressionados com a coincidência.
Resolveram segui-la. Quando parou de discursar, ela disse ao
negrão:
- Venha comigo. Vou precisar dessa tua sombrinha por
perto. Me deu uma tremenda sorte.
- Só se me prometer ir comigo a um lugar. - Disse ele,
lembrando-se que a mãe de santo o tinha intimado a levar a
jovem.
- Que lugar? - Perguntou, desconfiada.
- O terreiro da Mãe Nanã.
Ela sorriu. Disse:
- Eu já ia hoje, mesmo, para lá. Mas a Mãe Nanã tem
dessas coisas: adora demonstrar seu poder, que ela não me
ouça. Vamos até o Palácio. Você me espera e iremos juntos.
Está de carro?
- Sim.
- Veja se consegue estacionar na Praça da República, lá
perto. Mas esteja protegido. A polícia do governador vai nos
espancar. Mas não tema: eles não te atingirão.
- Como pode ter certeza?
- Vá por mim. E não vai mais precisar da sombrinha.
PHROYBIDO32
Não vai mais chover. Só quando os policiais começarem a
reprimir o movimento.
Ela não estava se exibindo. Sabia mesmo das coisas. A
polícia barrou a aproximação dos manifestantes, do Palácio,
e começou a bater. Foi um corre-corre danado. Mais uma vez,
caiu um toró infernal, dando chance das pessoas fugirem aos
gritos de Fora Temer e outras palavras de ordem. Max estava
dentro do carro, quando a jovem entrou. Enxugou os cabelos
com uma toalha tirada da bolsa tiracolo e depois estreitou
os olhos em direção à multidão. Um raio caiu bem no meio
do povo. No entanto, quando a claridade dispersou, Max viu
vários policiais caídos. Nenhum manifestante. Ela riu e disse:
- Vamos embora. Mãe Nanã nos espera.
Quando chegaram ao terreiro, a mãe de santo os espe-
rava sentada numa cadeira de balanço, na frente do templo.
Duas mulheres estavam de pé, perto dela, e uma delas a aba-
nava com um grande abano de palha. Ambas saudaram:
- Epahey Oyá!
Ela respondeu à saudação e dirigiu-se a Nanã:
- Quer falar comigo, Nanã?
- Sim. Estou precisando falar com meu filho, Oxumaré.
Tenho uma missão para ele. Tem visto aquele ingrato, que
nunca mais procurou esta pobre mãe?
A moça olhou para o céu. Naquele momento, se forma-
va um arco-íris. Ela falou:
- Ele está vindo. Já se anuncia, com suas cores no céu.
A robusta senhora sorriu. Agradeceu a ela pela infor-
mação. Ela perguntou:
- Tem onde eu possa trocar de roupas? Estou toda mo-
lhada. Preciso tirar essa que estou vestindo.
- Pode entrar e fique à vontade. Minhas auxiliares vão
te acompanhar.
PHROYBIDO 33
Ela disse para o negrão:
- Não saia daí. Vou precisar de ti.
Ela desapareceu dentro as dependências do terreiro e o
negro ficou do lado de fora. A mãe de santo agradeceu por ele
ter trazido a moça. Aí, uma jovem bonita, de cabelos multi-
coloridos, aproximou-se deles. A velha senhora levantou-se.
Saudou-a:
- Arroboboi Oxumarê! - E abraçou-se com ela à moda
baiana, tocando com os dois lados dos ombros nos dela.
A auxiliar que ficou também saldou a jovem, mas sem
tocá-la. A moça falou com uma voz tão grave que parecia um
homem:
- Saluba Nanã. Soube que queria falar comigo.
Max não sabia dizer se quem estava ali era um homem
ou uma mulher. Ficou com a forte impressão de que o filho
da robusta senhora era um travesti. Manteve-se calado. Aí,
mãe e filho pediram licença para entrar no terreiro. Teriam
uma conversa a sós. Entraram nas dependências do terreiro
quando a ruiva saiu toda bonita, de cabelos penteados, blusa
vermelha e um short amarelo. Girou em torno de si mesma
e perguntou:
- Como estou?
O short mostrava a polpa da bunda da jovem. O negrão
ficou de pau duro.
- Está linda. E muito gostosa, também. Disse que ainda
vai precisar de mim?
- Ah, eu gostaria de comer uns acarajés. Ou, então, al-
guns abarás. Sabe onde encontramos?
- O que é um abará?
- O abará possui a mesma massa do acarajé, porém, ele
deverá ser cozido e não frito. Deve-se acrescentar à massa
cebola ralada, sal e duas colheres de dendê. É importante en-
PHROYBIDO34
volver a massa em pequenos pedaços de folha de bananeira,
cozer em vapor e em banho-maria e deixá-lo para ser servido
na própria folha.
- Nunca comi. Mas sei onde encontrar uns acarajés: no
Alto da Sé, em Olinda. Quer ir para lá?
Pouco depois, comiam acarajés e abarás numa barra-
quinha da feira, no Alto. Ela estava feliz, como se não comes-
se aquilo havia um bom tempo. Ele gostou da comida. Então,
ela saiu com a pergunta:
- Soube que tua irmã está enferma. É verdade?
- Infelizmente, ela já faleceu.
- Ninguém morre, se eu estiver por perto. - Afirmou
ela. - Quer visitar tua irmã?
Ele não a levou a sério. Disse que já anoitecia e ele não
se sentia à vontade visitando um cemitério àquela hora. Ela
insistiu. Terminaram indo ao Cemitério de Santo Amaro, no
bairro do mesmo nome, onde a jovem tinha sido enterrada.
O lugar estava deserto. Quando ele se ajoelhou perante a se-
pultura da irmã, começou a chorar. Quase uivava, de tão alto
que se lamuriava da morte dela. A jovem ficou penalizada.
Abraçou-se a ele. Dali a alguns minutos, se beijavam arden-
temente. Ela disse:
- Não chore, amorzinho. Vou trazer tua irmã de volta.
Prometo.
Mais uma vez ele não acreditou no que ela dizia. Voltou
a beijá-la. Ela, porém, abriu o zíper da sua calça.
- Quer transar aqui? Não é melhor irmos para um mo-
tel?
- Não. Tem que ser aqui. Senão, não poderemos des-
pertar a tua irmãzinha…
Ele se deixou levar pela loucura dela. Também tirou
PHROYBIDO 35
seu short, apesar de temer cemitérios. Deram uns amassos,
um no outro, e sarraram como dois bons amantes. Ele chu-
pou-lhe a boceta, lambendo-a nos pequenos e nos grandes
lábios. Ela posicionou-se num meia-nove e passou a chupá
-lo também. Ambos gemiam a cada vez que se aproximava o
orgasmo. Ele lhe meteu a pica na boceta. Sentiu uma quentu-
ra ali quase sobrenatural. Ela, no entanto, pediu para que ele
não ejaculasse ainda. Deveria fazê-lo na boca dela. Voltaram
a se chupar mutuamente, quando ela disse que estava gozan-
do. Pediu que ele gozasse também.
De repente, ele virou a ruiva de costas e se pôs atrás
dela. Ela se debateu:
- Assim, não. Assim, eu não gosto.
- Mas eu gosto.
- Então, feche os olhos. Te darei o que você quer.
Ele o fez imediatamente. Sentiu a pica tocar numa bun-
da macia. Uma mão pegou em seu pênis e apontou-o para o
buraquinho arroxado. Ele estranhou o cu dela ser tão gelado,
em contraste com sua vulva. Mas concentrou-se em ajeitar
melhor a cabeçorra naquele ânus. Sentiu a bunda rebolar.
Enfiou tudo de vez. Ouviu um grito arrastado. Mas não reco-
nheceu a voz da ruiva. Abriu os olhos. Estava fodendo o cu
da sua própria irmã.
PHROYBIDO36
5. Uma loira taradona
Onegrão Max deu um grito e desengatou do cu da irmã.
Ela ainda olhou sorridente para ele, depois sumiu
no ar, feito assombração. O cara vestiu-se rápido e cor-
reu para fora do cemitério, bastante aterrorizado. A rui-
va o esperava, sorridente, dentro do carro. Ele reclamou:
- Porra, me deixou sozinho lá dentro. Vi o fantasma da
minha irmã. Puta que pariu, que medo eu tive!
- Então, você teria medo se tua irmã voltasse dos mor-
tos, como prometi?
- Você pode, mesmo, fazer isso? Achei que estivesse zo-
nando da minha cara.
- Agora ficou mais difícil. É bem capaz de ela não que-
rer te visitar mais, pois você teve medo dela. Mas podemos
tentar na próxima semana. Hoje, mais não. E também passou
a vontade de trepar contigo. Vamos embora.
- Quer que eu te deixe onde?
PHROYBIDO 37
- No terreiro de Mãe Nanã, claro. Ela vai querer falar
contigo, mas não mencione que estivemos aqui.
Pouco depois, chegaram ao terreiro. O filho afetado de
Nanã esperava pelos dois, à porta. Dizia-se apressado para
ir embora, mas a mãe lhe explicava que ele só poderia partir
quando fizesse sol novamente. E já era noite. À noite, não
podemos ver o arco-íris.
- Vocês me fizeram perder um dia aqui. Eu poderia ir-
me embora sem cumprir a promessa feita a minha mãe: te
entregar as sementes que ela me pediu. - “Ela” disse com seu
vozeirão de macho.
- Não sei do que está falando. - Disse o negrão.
- Seu Zé não vai mais poder vir. Tu não estás preparado
para ele. Então, me pediu que eu falasse com meu filho para
te auxiliar na busca de riqueza. Ele quer te entregar algo…
O jovem muito parecido com uma mulher, de cabelos
multicoloridos como um arco-íris, deu um punhado de se-
mentes ao negrão. Disse:
- Toma. E planta essas sementes no chão molhado do
teu jardim, assim que ver um arco-íris.
- Mas eu moro em apartamento, não tenho jardim.
- Pegue um pequeno jarro de barro e plante as semen-
tes. E cuide bem delas. E não ligue, se alguém te roubar os
frutos. Não podes ser ganancioso. Porém, não deixe que te
levem o jarro com as sementes, pois estarão perdidas para
sempre.
Max pegou as sementes, agradeceu, mas não estava en-
tendendo nada do que ele disse.
- Que vais fazer agora, filho?
- Estou com fome. Vou querer comer. - Disse o afemi-
nado.
- Nós te esperávamos ontem, quando preparamos o
PHROYBIDO38
que você mais gosta: um inhame especial, preparado com
dendê, coco, mel, feijão fradinho, milho vermelho, cebola e
camarão seco socado.
- Tudo bem. Contento-me com um pouco de batata
doce, feijão fradinho e dendê. Tem?
Enquanto a negra parruda entrava, acompanhada da
filha ou filho, o negrão se despediu da ruiva. Disse que não
iria participar das atividades do templo naquela noite. Estava
cansado. Iria para casa, guardar as semente e dormir.
Estava mesmo disposto a passar a noite dormindo. No
entanto, quando já se dirigia para sua residência, lembrou-se
de que tinha que entregar o carro à loira. Por isso, passou
em casa, guardou as sementes e depois dirigiu-se para a casa
dela. Encontrou-a nua, bicada, assistindo à tevê. Quando o
viu, ficou contente. Na verdade, não esperava que ele voltasse
com o seu carro.
- Cheguei. Achou que eu não traria teu carro de volta?
- Juro que cheguei a pensar isso, já que você nem me
ligou. Ganhei esse carro num jogo, não tenho apego por ele.
Por que não me telefonou?
- Achei melhor vir direto.
- Não faça mais isso. Eu poderia estar com outra pes-
soa.
Ele esteve calado, depois entregou as chaves a ela. A loi-
ra tinha razão: ele não podia ter nenhuma exclusividade com
ela. Inventou uma desculpa qualquer e foi-se embora, apesar
da insistência dela para que ficasse. Ainda estava doido para
gozar, pois tivera o coito interrompido quando esteve com
a ruiva. Lembrou-se da mulata. Apesar da mãe de santo ter
pedido para ele manter distância da jovem boazuda, ele não
estava disposto a lhe seguir o conselho. Ainda tinha alguma
grana no bolso. Pegou um táxi e rumou para o Shopping Ta-
caruna, onde havia encontrado com ela na noite anterior.
PHROYBIDO 39
Sentou-se na praça de alimentação do shopping e pe-
diu uma cerveja. Esteve bebericando e olhando as pessoas
que passavam em volta. Uma loira, vestida de vermelho vivo,
chegou portando sacolas de compras e ele lembrou-se logo da
mulata. A loira olhou para ele, parecendo o ter reconhecido,
mas virou o rosto para o outro lado. Procurou um lugar vago
para se sentar e não encontrou. O negrão a olhava o tempo
todo. Ela se movimentava de forma bem parecida com a mu-
lata. Ele lhe fez um sinal, assim que ela olhou em sua direção.
A loira aproximou-se, cismada. Ele disse:
- Pode se abancar aí na ponta, senhorita. Estou já indo
embora.
- Só porque eu cheguei? - Ela perguntou sorrindo. De-
pois, sentou-se.
- Oh, não. É que eu estava esperando uma pessoa, mas
acho que ela não vai aparecer.
- Loira, morena ou ruiva?
- Na verdade, uma mulata.
- Não gosta das brancas? - Ela olhava um cardápio.
- Até que sim. Mas as brancas não parecem gostar mui-
to de mim.
- Engano seu. Loiras parecem gostar de negrões de pau
enormes e duros.
Ele parou para observá-la. Mais uma vez, a conversa
estava descambando para sexo, mesmo que ele não tivesse
a intenção. Estava realmente cansado, já disposto a pagar a
conta e ir embora. Aí, aparece aquela loira gostosa o incitan-
do ao sexo, como a mulata. Achou muita coincidência, mas
arriscou a pergunta:
- Você é da Umbanda? Da Pomba Gira? Desculpa per-
guntar, mas acho muita coincidência…
- Qual coincidência? - Perguntou ela, com um sorriso
PHROYBIDO40
sonso nos lábios.
- A pessoa que eu esperava encontrar aqui é da Um-
banda. Você age tal qual ela.
Ela riu gostosamente. Ele sentiu um arrepio no couro.
Ela pegou em suas mãos, olhando-o bem dentro dos olhos, e
sussurrou:
- Todas as mulheres a fim de sexo se parecem. Eu não
poderia ser diferente. Mas odeio homens broxas, se me en-
tende.
Ele esteve mais desconfiado ainda. No entanto, seu pau
ficou duro no mesmo instante. Ele arriscou:
- Pegue disfarçadamente em meu cacete agora, para ver
se eu sou broxa.
Ela sorriu. Levantou-se e saiu da mesa. Mas deixou as
suas coisas sobre ela. Demorou-se uns dez minutos ausente,
depois voltou sorridente. Aproximou-se de Max e ficou a um
palmo dele, com a boceta quase encostada em seu ombro.
Dobrou um pouco o corpo, até poder cochichar-lhe ao seu
ouvido:
- Agora, estamos em igualdade de condições. Tirei mi-
nha calcinha, que estava me incomodando. Meta, discreta-
mente, a mão entre as minhas pernas. Verá que já estou mo-
lhadinha. Mas quero pegar em teu caralho, também.
Menos de meia hora depois, estavam no mesmo motel
onde o negrão havia levado a mulata. Dessa vez, ele não ne-
gou fogo. Nem bem entraram, ela agarrou-se com seu pau e
não quis mais soltá-lo. Mamava-o como se fosse uma exímia
profissional. Max gozou a primeira vez na boca dela. Mas ela
não parou de chupá-lo. A mulher era fogosa demais e Max te-
mia broxar antes que ela ficasse satisfeita. E ele mesmo ansia-
va por uma boa comida de cu. Virou-a de costas, tal qual fez
com a ruiva. Ela não se fez de rogada: lubrificou seu próprio
PHROYBIDO 41
cuzinho com saliva e entregou-se para ele. Ele meteu naquele
rabo gostoso até anunciar seu gozo. Aí, ela retirou-se do seu
pau e caiu de boca, novamente. Ele gozou em sua goela pela
segunda vez. O pau quis murchar, mas ela esfregou a sua pica
entre os seios, até ele sentir tesão de novo.
O negrão gozou pela terceira vez. Caiu de lado, pois
estava de joelhos na cama, perante a loira. Ela não soltou seu
pênis. Continuou masturbando-o, até que ele gozou mais
uma vez.
PHROYBIDO42
6. Reencontro com a mulata boazuda
Aloira chupou Max até que ele não tivesse mais uma
gota de esperma sequer. O cara ficou destruído,
na cama. Ela, no entanto, estava feliz. Lambia os beiços
como se tivesse feito a melhor refeição do mundo. De-
pois, deitou-se ao lado dele sorridente e logo adormeceu.
Max continuou resfolegando. Quis ir ao banheiro e não
conseguiu se levantar, pois suas pernas estavam bambas. Era
como se ela lhe tivesse drenado toda a energia do corpo. Mas,
a vontade de mijar lhe deu forças. Saiu engatinhando penosa-
mente, até alcançar o vaso sanitário. Porém, não conseguiu se
levantar para fazer pipi dentro. Mijou ali, no chão, e sentiu-
se aliviado. Depois, voltou para a cama. Com muito esforço,
conseguiu subir no leito. Adormeceu logo em seguida.
Nem bem amanheceu, ele sentiu uma vontade enorme
de voltar para casa. Não. De se afastar da loira. Ela dormia
PHROYBIDO 43
tranquilamente, mas inspirava algo de maléfico. Suspirou ali-
viado quando percebeu que havia readquirido as forças das
pernas. Foi ao banheiro andando, deu sua mijadinha matinal
e voltou para a cama. Ela dormia de bunda para cima, talvez
o convidando para mais uma trepada. Ele, no entanto, não
estava mais afim. Queria sair dali. Levantou-se e vestiu suas
roupas. Pensava em deixá-la e ir embora, depois de pagar a
conta do motel. Ela, no entanto, se acordou.
- Oi, amor. Já vai? Ia me deixar sozinha? Vamos dar a
saideira…
- Oi. Infelizmente, já estou atrasado para o trabalho. -
Mentiu – Não posso me demorar mais.
- Olha, eu vou querer que você me leve em casa, tá?
Não trouxe meu cartão, por isso não posso pegar dinheiro
num caixa eletrônico.
- Hoje em dia, bastam as digitais para se tirar dinheiro.
- Sim, mas eu deveria saber de cor meu número da con-
ta e eu não o sei.
O negrão ficou sem mais argumentos. Teria mesmo
que levá-la em casa. O dinheiro que tinha no bolso era cur-
to, e ainda teria de pagar o motel e um táxi. Esperou ela to-
mar um banho e vestir a roupa vermelhíssima enquanto ele
pagava a conta. Saíram juntos, num táxi chamado pelo mo-
tel. Logo, estavam num trecho de favelas, no bairro de Santo
Amaro. Ela falava, cada vez que encontrava algum grupo de
rapazes mal-encarados, enquanto transitavam por uma ruela
apertada:
- Eles estão me levando em casa. Não mexam com eles.
Deixem-nos voltar sem problemas.
Max e o taxista estavam preocupados. Haviam entrado
numa bocada perigosa da comunidade daquela vila. O taxis-
ta resolveu-se a não seguir mais nem um centímetro adiante.
PHROYBIDO44
- Tudo bem. Eu moro naquela casa, amor – disse ela,
apontando um casebre – e você pode vir aqui a hora que qui-
ser. É só procurar por Quitéria.
- Ela é tua irmã? - Quis saber o negrão, lembrando-se
de que a mulata também se chamava Maria Quitéria.
A loira desceu do táxi e saiu rebolante, sem responder
a pergunta dele. Jogou-lhe um beijo na ponta dos dedos. E
sumiu dentro do barraco que indicou.
O motorista aviou-se a sair dirigindo para trás, da rua,
ainda apavorado. Quando chegou na Avenida Norte, ali per-
to, suspirou aliviado. Disse:
- Porra, não sei como conseguimos sair ilesos, cara.
Aquilo ali é uma bocada quente, não sabia?
- Sabia, sim. Mas não consegui pedir que você não en-
trasse no beco.
- Eu senti o mesmo, cara, como se alguém me empur-
rasse para aquela favela. Queria dizer que não ia, mas não
conseguia. Não valia a pena ir ali por uma mulher tão feia.
- Do que você está falando? A loira é linda e gostosa.
Não percebeu?
- Tu deve estar doido, cara. Aquela mulher é horrível e
velha. Tu deve ser algum gigolô, para estar com ela.
Max não contestou. Estava achando tudo aquilo estra-
nho. Pediu para o cara rumar para o bairro da Várzea, onde
morava. Deu-lhe os últimos trocados que tinha no bolso,
mas não foi suficiente para pagar a corrida. Pediu que ele es-
perasse, subiu ao seu apartamento e pegou algumas cédulas
de cem reais. Deu-as ao taxistas, que ficou desconfiado. Per-
guntou:
- Isso não é dinheiro fácil não, né cara? Não quero me
complicar depois.
- Isso foi dinheiro de jogo. Mas pode chamar de carida-
de. Pode ficar com ele sem medo.
PHROYBIDO 45
O sujeito esteve indeciso, depois pegou a grana. Tinha
quase quinhentos reais. Sorriu satisfeito, apertou a mão do
negrão e agradeceu. Foi embora. Max olhou para o céu e viu
um lindo arco-íris, como ele jamais tinha visto. Lembrou-se
das sementes recebidas do boiola. Voltou ao apartamento e
tratou de plantá-las num jarro e coloca-la na varanda do seu
apê. Só depois, entrou no banheiro e tomou um banho de-
morado. Não conseguiu tirar da cabeça as palavras do taxista
sobre a loira. Mas a imagem que tinha em sua cabeça era a de
uma mulher belíssima e gostosa. Nunca havia trepado com
uma tão bela. E tão loira. Adormeceu pensando nisso.
Acordou horas depois, com uma imensa vontade de
voltar à casa dela. Por mais que resistisse, a vontade não di-
minuía. Pegou algum dinheiro, que ainda restava na bolsa
que trouxera do cassino, e vestiu-se para ir de novo à fave-
la. Pensou no que a Mãe de Santo havia dito sobre a mulata,
mas… a loira não era mulata, óbvio. Pegou um táxi e voltou
a Santo Amaro. Desceu na entrada da favela. Entrou resoluto,
sem encarar os sujeitos que encontrava pelo caminho. Um
perguntou:
- Vai para onde, otário?
- Vou à casa de Quitéria. Ela disse que eu podia vir aqui
se medo.
- Tem alguma caridade para nós?
- Ele meteu a mão nos bolsos. Estremeceu quando não
encontrou nenhum dinheiro neles. Mas não perdeu a cora-
gem:
- Deixei todo o dinheiro que tinha no táxi. Fico deven-
do a vocês.
- Os três sujeitos que o interpelaram, riram. Deixaram-
no passar, mas Max percebeu que ficaram fazendo gozações
com ele. Apressou os passos, até chegar à porta onde a loira
tinha entrado. Bateu na velha porta de madeira. Demorou,
para uma senhora velha e encarquilhada vir atender.
PHROYBIDO46
A mulher era muito feia e magra. Tinha a tez escura
e os cabelos encarapinhados. Ela assustou-se, quando o viu:
- O que o senhor quer?
- Quero falar com Quitéria.
Ela olhou fixamente para ele. Disse:
- Acho que te conheço de algum lugar.
- Acho que não, senhora. Eu me lembraria.
- Quer falar com a Quitéria loira ou a mulata?
- Existem duas?
- Existem quantas você quiser.
Ele esteve indeciso. Depois, disse:
- Quero falar com a mulata.
A velha senhora sorriu, depois o convidou a entrar e
sentar-se numa velha poltrona toda esburacada. Pediu licen-
ça e entrou num quarto. Demorou uns vinte minutos, antes
dele sentir o cheiro de perfume barato. Em seguida, a mulata
que ele conheceu no Shopping Tacaruna apareceu, toda ves-
tida de preto e vermelho, muito bonita e gostosa. Alegrou-se
ao vê-lo.
- Maximiliano. Que surpresa. A que vem?
- Coincidentemente, ontem conheci tua irmã. Trouxe
-a aqui logo cedo. Cadê ela?
A mulata titubeou, antes de responder:
- Ela saiu. É só com ela?
- Na verdade, eu queria mesmo te ver. Te agradecer por
ter me levado ao Terreiro e saber por que não me esperou.
- Mãe Nanã mandou-me ir embora. Não quis afrontá
-la. Pediu para que eu não te procurasse mais. Mas você veio
até mim e eu fico muito contente. Resolveu o teu problema?
- Sim. Consegui, finalmente, ter ereção.
- Mostra.
- E a senhora que foi te chamar?
- Não se preocupe, ela não nos incomodará. Vai, mos-
PHROYBIDO 47
tra o caralho mole.
Não estava mole. Deu trabalho o negrão tirar das cal-
ças, de tão duro que estava. Ela arregalou os olhos. Disse:
- Me deixa chupá-lo. Desde aquela noite, fiquei com
vontade de engolir a porra dele.
Max apenas se ajeitou melhor na poltrona. Ela quase
se jogou entre suas pernas e agarrou com gana seu enorme
cacete. Chupou-o com gula, como se houvesse tempos que
não mamava num caralho. O negrão percebeu que ela tinha
a mesma técnica da loira e não demorou muito a gozar pela
primeira vez na boca dela. Mas ele queria mesmo era foder-
lhe o rabo pronunciado. Tirou o short preto que ela usava.
Virou-a de costas. Ela lançou fora a blusa curta, vermelha,
que vestia. Empinou a bunda para ele. Ele a lambeu ali, mas
sentiu um cheirinho de sujeira. Não se incomodou, doido
que estava para foder um cu. Quando viu que ela já estava
lubrificada, fincou-lhe a peia. Ela gemeu de prazer. Ele come-
çou os movimentos de cópula. Ela gemeu alto:
- Uhmmmmmm… quando estiver para gozar, me diga.
Ele continuou fodendo-lhe o cu. Era quente e muito
apertado. Mas ele já lhe fincara todo o caralho. Este, apesar
de grande e grosso, escorregava como se o ânus dela estivesse
untado de manteiga. Ela se tremia toda, gozando. Ele anun-
ciou:
- Vou gozar. Porra, vou gozar gostoso de novo…
Ela virou-se rápido e abocanhou sua pica. Ele se der-
ramou em esperma imediatamente. Mas ela continuou chu-
pando-o, até que ele gozou na boca dela várias vezes.
PHROYBIDO48
7. Um arrocho de cu gostoso
Primeiro, Max fechou os olhos e ficou curtindo a chupada
nopau.Depois,algolhediziaquedeveriaevitargozarmais
uma vez na boca dela, antes que fosse tarde. Atendeu aos seus
instintoseabriuosolhos.Oqueviu,fê-lodarumgritodesusto:
Uma velha horrível, desdentada, mamava-lhe o cace-
te. Ele deu um pulo e se livrou dela. Ela continuou sorrindo,
zombeteira. O negrão procurou rapidamente, no quarto con-
tíguo à pequena sala, e não viu mais ninguém dentro de casa.
Nem a loira nem a mulata. Vestiu-se às pressas e correu para
fora do casebre. Uns caras tentaram impedir sua saída, mas
um negrão forte, apesar da idade já avançada, gritou:
- Deixem-no ir. Eu o acompanharei até fora da favela.
Foi imediatamente obedecido pelos caras. O preto ve-
lho pegou no braço de Max e o encaminhou pela ruela estrei-
ta, com todos rindo dele.
PHROYBIDO 49
- Não ligue, todos já passaram pelo que você acaba de
passar.
- Que pôrra foi aquilo?
- A velha tem parte com Pomba Gira. Consegue ca-
muflar-se, para enganar os amantes. Ela se alimenta de porra
para ficar cada vez mais jovem e bela, para adquirir a forma
feminina que desejar. Eu já fui escravo dela por anos, meu
filho.
- Puta que pariu. Ainda estou apavorado. Obrigado, se-
nhor. Devo-lhe muito.
- Não me deve nada, se resistir à vontade de voltar aqui
novamente. Vá-se embora e nem olhe para trás.
Max botou as mãos nos bolsos, intencionado a dar al-
gum dinheiro ao velho, mas não encontrou nada neles. Mais
uma vez, estava liso. Teria de andar dali até sua casa, uma
caminhada longa. Aí, lembrou-se da garçonete do bar da
Encruzilhada, onde conhecera a morena bonita. Pediria uns
trocados pro ônibus, a ela. Torcia para encontrá-la trabalhan-
do, àquela hora cedo da tarde.
Ela estava lá. Ficou contente, quando o viu. No entanto,
foi logo dizendo:
- A morena não está aqui. Acredito que não venha hoje.
Mas, se quiser, posso te dizer onde ela mora. Somos quase
vizinhas.
O negrão falou a que veio. A garçonete lhe emprestou
cinquenta reais. Disse já ter gasto o resto do que ele lhe deu.
Ele disse que devolveria o dinheiro ainda naquele dia. Ela pe-
diu que ele viesse por volta das dez da noite, que é quando
ela largava do bar. Ele agradeceu e se despediu dela. Ela lhe
roubou, novamente, um beijo. Ele olhou mais detidamente
para a garçonete. Não era mulher de se jogar fora. Tinha uma
carinha sapeca, de quem é uma pessoa sempre alegre. Estava
de saia curta, exibindo suas pernas grossas. Da outra vez, ela
PHROYBIDO50
estava com uma calça folgada e ele, mirando a morena, não
havia prestado atenção a ela. Voltaria, sim, mais tarde.
Pegou um táxi que estava estacionado perto do bar e
foi para casa. Quando lá chegou, a primeira coisa que notou
foi uma planta brotando do jarro de cerâmica. Suas pequenas
folhas já procuravam a luz, em tão pouco tempo de plantada.
Sorriu e foi tomar um banho. Se sentia enojado da boca da
Pomba Gira. Estava decidido a não voltar mais lá. Comeu
alguma coisa e deitou-se, se pondo a pensar. Quase sentia
na pica a chupada dada pela morena. Pena que o Malandro
havia se metido na foda. Mas não tinha raiva dele. Gostara
do cara. Ele tinha conversado algo no ouvido da morena, por
isso ela o percebeu depois. Então, devia ao sujeito aquela gos-
tosa chupada. E não teve nenhum atropelo com ela, depois
da foda. Aliás, sentia vontade de meter com ela, ver se era
tão boa na cama como era de felação. Adormeceu pensando
nisso.
Acordou sem sobressaltos, e olhou para o relógio. Ain-
da ia dar oito da noite. Tomou mais um banho, botou sua
melhor roupa e pegou algum dinheiro na bolsa que trouxera
do cassino. Havia uma boa grana, lá. Pegou o suficiente para
uma noitada de farra. Chamou um táxi e se dirigiu ao bairro
da Encruzilhada. Quando chegou lá, a garçonete parecia es-
perá-lo. Estava sentada a uma mesa e bebia sozinha. Ficou fe-
liz quando o viu. Levantou-se, foi até ele e deu-lhe um longo
beijo nos lábios. Depois, pediu que ele se sentasse perto dela.
Não demorou muito e estavam aos amassos. Ela tinha
seios pequenos e boceta enorme. Um garçom, que a havia
rendido no bar, pediu que eles fossem mais discretos, pois os
clientes estavam de olho. Ela sugeriu:
- Vamos para a minha casa? Lá, poderemos ficar mais à
vontade. Moro sozinha.
PHROYBIDO 51
Eles foram. Ele quis pegar um táxi, mas ela disse que
morava perto. Dava para ir a pé. Cerca de vinte minutos de
caminhada, depois, passavam por uma vila bem simpática,
no Largo do Rosarinho. Ela mostrou uma casinha simples
da rua:
- É ali que mora Michele. Ela deve estar em casa, pois a
luz da sala está acesa. Quer dar uma passada lá?
- Prefiro não. Quero estar mesmo com você. Como é
mesmo teu nome?
- Rosa. Alguns me chamam de Flor, principalmente lá,
no bar.
- Você não tem filhos, Rosa?
- Tenho, sim. Mas estão com meu ex marido. Eu bebia
muito. Tive que procurar o Terreiro de Mãe Nanã, para largar
o vício. Hoje, bebo com parcimônia. Mas meu ex não confia
que eu esteja com meus filhos. Tenho gêmeos. Choro muito,
quando penso neles. - Disse ela, pela primeira vez triste.
- Por que não luta por eles na Justiça, Rosa?
- Porque não tenho dinheiro para sustentá-los. Ganho
muito pouco, no bar, sabia? Mal dá para o meu sustento.
O negrão botou a mão no bolso. Tirou de lá um tufo de
dinheiro e, sem contar, entregou a ela. Ela ficou assombrada
com tanta grana. Agarrou-se a ele e deu-lhe um demorado
beijo. Chegaram diante da casa dela. A rua era deserta, com
muitas casas grã finas por perto. Nem bem ultrapassaram a
grade que separava o terraço da porta de entrada, ela tirou as
suas roupas. Ele temeu passar alguma pessoa na rua, mas ela
disse que não ligava. Estava tão feliz que foderia no meio da
rua. Tirou as calças do negrão e elogiou o enorme caralho.
Caiu de boca nele. Chupou-o, até que ele avisou que estava
para gozar. Então, ela tirou a própria roupa e encostou-se na
grade fechada do terraço. Pediu para ele comer-lhe a boceta.
Perto de gozar, o negrão derramou porra na boceta
dela, assim que encostou a pica na racha. Ela choramingou
PHROYBIDO52
de decepção, mas voltou a lhe chupar o pau. Demorou pouco
a ele estar em ponto de bala, de novo. Ela voltou a se encostar
na grade e ele lhe deu rola. A vagina dela era quente e enchar-
cada. O negrão demorou, desta vez, a gozar. Foi preciso que
ela pedisse:
- Goza, meu preto malandro. E me faz gozar esporran-
do em minha xana.
Ele, no entanto, virou-a de costas. Ela segurou na gra-
de e empinou o bundão. Ele lambuzou o buraquinho com
o próprio gozo dela e encostou a cabeçorra ali. Ela mesma
enfiou-se ate o talo no enorme caralho dele. Pediu que ele lhe
fodesse o cu.
- Aaaaaahhh, me fode gostoso. Arromba meu cu. Me
faz delirar, vai…
O cu dela era muito apertado. Ele nunca tinha sentido
um arrocho de cu tão gostoso. Prendeu-se para não gozar
logo e meteu-lhe pica. Quando gozou, foi tanta porra que ele
mesmo se espantou. Nunca tinha gozado tanto assim. Ela re-
tirou-se do cacete dele e voltou a mamá-lo. Depois, lambu-
zou-se de porra pelo rosto, pelos seios e até pelo umbigo. Em
seguida, pegou suas roupas e as dele e abriu a porta da casa.
Espantou-se quando viu os gêmeos dentro da residência,
sentados no sofá, no escuro, com a tevê desligada. Falaram
ao mesmo tempo:
- Mãe Nanã pediu que voltássemos para casa. Que já
estava na hora de voltarmos a morar com a senhora.
PHROYBIDO 53
8. Fodendo outro na frente
do ex-marido
Rosa correu para perto e abraçou os filhos, choran-
do. No entanto, percebeu que eles estavam diferen-
tes. Ela compreendeu. Disse, fazendo uma reverência:
- Bejiróó! Oni beijada. Eles são dois! Salve os que são
crianças.
O negrão ficou sem saber o que fazer. Os dois guris dis-
seram ao mesmo tempo:
- Ajoelhe-se perante os Erês. Viemos trazer uma men-
sagem de Oxumarê.
Max, agora mais acostumado com a intervenção dos
orixás, ajoelhou-se. As duas crianças se levantaram do sofá
e se aproximaram dele. Pegaram, cada um, em uma mão do
negro. Disseram, ao mesmo tempo:
PHROYBIDO54
- Oxumaré quer falar contigo. Gostou muito de você.
Pediu que você o encontrasse, quando houvesse novo arco-í-
ris, na casa de Nanã Buruku.
- Está falando do filho bicha dela? Não sou chegado a
homossexual.
- Oxumaré não é boiola. Ele é homem, mulher e o que
quiser. Ele ter gostado de ti é uma honra. - Continuaram fa-
lando os dois, ao mesmo tempo.
- O que ele quer comigo?
- Quer te livrar de Phroybido. Para sempre.
- Ih, agora fodeu. Quem é esse tal de Proibido?
- Phroybido, com PH – falou um – é um espírito mal-
doso e poderoso, que odeia todos os orixás.
- Esse espírito se apoderou de você e está prejudicando
a tua saúde. - Disse o outro.
- É preciso que seja arrancado de ti. - Disseram os dois
ao mesmo tempo.
- Podem me contar melhor essa história? Mas não fa-
lem ao mesmo tempo. Isso me confunde.
- Começa tu, Cosme. - Disse um dos gêmeos.
- Não. Melhor que você comece, Damião. - Insistiu o
outro.
- Está bem, eu conto. Mas ele terá que nos prometer
uns doces e uns brinquedos.
- Está prometido. - Afirmou o negrão.
A mãe dos garotos permanecia ajoelhada, perto do ne-
grão, de cabeça baixa, como se não se atrevesse a mirar o ros-
to das crianças.
- Nos tempos antigos, não se sabe de onde, um orixá
apareceu diante dos povos da Guiné, à procura de Olorum.
Ele, Olorum, era rei da Guiné e regiões vizinhas, e foi o cria-
dor do mundo, passando a residir no firmamento. Olorum,
PHROYBIDO 55
ao contrário de todos os outros orixás, não “baixa” para nin-
guém. Não participa do cerimonial da Umbanda, não exige
oferendas nem comidas caprichadas ou vestimentas espe-
ciais. Na verdade, Olorum está acima dessas e de outras ne-
cessidades materiais. Olorum não é homem nem mulher, não
tem características humanas, nem se envolve nos problemas
do dia-a-dia. Sua única ligação com os homens acontece por
intermédio dos orixás e do arco-íris – que, segundo a lenda,
ele criou especialmente para esse fim, em apenas quatro dias.
- Pois bem, - intrometeu-se na conversa Cosme – por
não fazer parte da esfera humana, Olorum nunca havia sido
visto na terra. Por isso, Phroybido nunca conseguiu encontrá
-lo. Ele queria desafiá-lo para um duelo, para provar o quanto
era poderoso. Os orixás ficaram injuriados com sua arrogân-
cia e tentaram expulsá-lo da aldeia. Pegaram-no adormecido,
após fazer sexo com a mais bela aldeã, e bateram muito nele.
Botaram-no para correr, mas ele jurou voltar.
- E fez isso. - Retomou a palavra Damião. - Mas não
se atreveu a lutar contra todos os orixás ao mesmo tempo.
Foi desafiando um por um, sem que os outros soubessem do
duelo, e venceu a todos. Só faltava derrotar Oxumarê. Este,
mais esperto, desapareceu da aldeia. Dizem que foi passar
um tempo no céu. Quando surgiu o primeiro arco-íris, Oxu-
marê voltou. Reuniu todos os orixás e os convenceu a ataca
-lo, todos de uma vez.
- O guerreiro chamado Phroybido foi derrotado, e teve
sua cabeça separada do corpo. Antes de morrer, no entanto,
jurou que voltaria de novo, para enfrentá-los. - Disse Cosme.
- Reza a lenda que O Phroybido perde a memória por
cem anos, por estar procurando sua cabeça. Depois retorna,
para derrotar os orixás. Este ano, é o ano da sua volta. - Afir-
PHROYBIDO56
mou Damião.
- Não estou entendendo bem o que isso tem a ver co-
migo.
- O Phoybido precisa de um humano para incorporar,
e desta vez escolheu você. Ele está, aos poucos, readquirindo
a memória. E também a ereção, para copular com todas as
mulheres que quiser. Por isso, você não consegue se lembrar
de muitas coisas acontecidas. Desta feita, ele foi conjurado
por alguém, e vai vir mais forte. - Falaram os dois garotos ao
mesmo tempo.
Max esteve pensativo. Depois, perguntou às crianças:
- Vocês sabem quem o conjurou?
- Não sabemos – disseram ao mesmo tempo – mas
Oxumarê pode descobrir. Por isso, quer ficar ao teu lado por
um tempo, para saber quem o chamou desta vez. Portanto,
você deve ir à casa de Mãe Nanã Buruku hoje mesmo, e ficar
lá até que chova pela manhã. E não faça sexo com mais nin-
guém, a não ser com Oxumarê. Isso te deixará mais forte e
dificultará o domínio do teu espírito, por Phroybido.
Rosa ficou triste por se separar do negrão, mas disse:
- Vá, amor, pro Terreiro. Outro dia nós repetimos a...
diversão.
Os dois meninos estremeceram e saíram do transe. Fi-
caram surpresos, ao ver o negrão dentro de casa. É que os
Erês haviam abandonado os corpos deles. Perguntaram:
- Quem é esse, mamãe? Bem que papai disse que a se-
nhora vivia trazendo machos para dentro de casa.
- Esse é o nosso salvador, meus filhos. Vai nos ajudar a
ficarmos juntos, sem precisar da caridade do teu pai.
PHROYBIDO 57
As crianças se abraçaram com o negrão. Disseram que
sempre quiseram morar com a mãe, mas o pai não deixava.
Naquela noite, o pai lhes parecia um zumbi. Deu banho ne-
les, colocou-lhes as melhores roupas e os trouxe para a casa
da garçonete, abrindo a porta com uma cópia da chave. Pe-
diu que eles não ligassem a luz, nem a televisão, dizendo que
o aparelho era obra do Demônio. E foi embora, fechando a
porta a chave, tão zumbi quanto viera.
Pouco depois, o negão se despediu de todos e foi-se
embora. Pretendia ir direto para o Terreiro mas encontrou
a morena que conhecera no bar, algumas casas depois. Essa
ficou feliz, mas desconfiada, ao vê-lo. Ele explicou que havia
trazido a garçonete em casa. Que lhe ficara devendo uma gra-
na, da última vez que esteve no bar, e voltara para pagar.
- Mas você não trepou com ela, não é? Essa mulherzi-
nha dá em cima de todos os maridos das outras. Inclusive, do
meu ex. Nós nos deixamos depois que o flagrei com ela.
- Oh, não. Apenas fui pagar-lhe o que devia – mentiu
ele – aí ela me pediu para trazê-la aqui.
- Acredito em você. E gostaria de ficar contigo, hoje,
mas meu ex-marido vai trazer uns brinquedos para meu fi-
lho. Mas, não acho que ele venha, mesmo. Porém, não quero
que ele te encontre aqui em casa.
- Tudo bem. Se ele não trouxer, amanhã de noite eu
te trago uns doces e uns brinquedos para o teu filho. Qual a
idade dele?
- Tem dez anos.
Aí, um cara fortão, bem mais do que o negrão, se apro-
ximou do casal. Perguntou, com raiva:
- Quem é esse?
A morena se assustou, pois não o tinha visto chegar.
Gaguejou:
PHROYBIDO58
- Esse é meu primo, que veio me fazer uma visita. Mas
já está indo embora.
- Primo, porra nenhuma. É algum macho teu. Entre,
antes que eu te dê umas tapas.
- Você não é mais meu marido.
- Mas ainda pago casa e comida para você e teu filho.
E tu, filho da puta, suma da minha frente, antes que eu te dê
uma surra!
Max não quis brigar com o cara. Até porque ele dava
dois dele. Ia se afastar, sem nem se despedir da morena,
quando ouviu uma voz rouca dizendo:
- Peça desculpas a meu homem, antes que EU te dê
uma surra.
Era o filho (ou filha?) de Nanã Buruku. Estava cada vez
mais parecido com uma mulher, a despeito da voz grossa. E
estava linda, com seus esvoaçantes cabelos multicoloridos. O
sujeito fortão riu, zombeteiro:
- Quem vai me dar uma surra, você e mais quantas?
A mulher não se alterou. Pareceu ter desenrolado da
cintura uma fita tão multicolorida quanto os seus cabelos, e
a atirou sobre o cara. A fita se enroscou no pescoço do fortão
e o sufocou quase que imediatamente. Michele deu um gri-
to medonho. Ela estava vendo o mesmo que o negrão: uma
enorme serpente enrolada no sujeito. A morena tinha pavor a
cobras. Correu para dentro de casa. A rua, no entanto, estava
deserta, como se ninguém ouvisse o que estava acontecendo
ali.
A serpente dominou o fortão e depois o arrastou, sem
esforço aparente, para dentro da casa da morena. Ela gritava
apavorada, agarrada com o filho. O menino estava assustado,
como se não visse o que apavorava a mãe. Perguntou várias
PHROYBIDO 59
vezes a ela o que estava acontecendo. O pai dele, no entanto,
já estava roxo do aperto da serpente. Antes do sujeito des-
maiar, porém, a jovem dos cabelos multicoloridos fez um
gesto e a serpente sumiu. Mas o cara ficou teso, como se ain-
da estivesse sendo atacado e enrodilhado pelo réptil. A moça
de cabelos multicoloridos ordenou:
- Sente-se numa cadeira. E vocês – dirigiu-se à mãe e
ao filho – durmam.
********************
Quando o sujeito recuperou o fôlego, viu o casal abra-
çado e se beijando, de forma voluptuosa. Ele arregalou os
olhos e vociferou:
- Sua puta safada. Eu bem que sabia que você me bota-
va chifres. Deixem eu me soltar, que acabo com os dois.
Max parou u pouco para olhar para o cara. Estranhou
ele dizer aquelas coisas. Mas o filho de Nanã explicou:
- Ele está nos vendo transar, achando que você está fo-
dendo a mulher dele. Ela e o filho dormem. Podemos dar
vazão aos nossos desejos.
- Você é homem ou mulher? - Arriscou perguntar o
negrão, mas sem evitar ser beijado pelo travesti.
- Eu sou o que você quiser. Pegue em minha xoxota e
tire suas dúvidas…
Ele levou a mão ali, temeroso de encontrar uma trolha
por baixo da minissaia dela. Achou uma vulva enorme e mo-
lhada. Abaixou-se e a beijou ali.
- Chupão safado. Era bom que te caísse a língua. - Gri-
tou o ex de Michele.
- Não dá para calá-lo? Ele vai incomodar a vizinhança.
- Disse Max, temendo que ele chamasse a atenção da garço-
nete, vizinha da morena.
- Ninguém mais, além de nós dois, o está ouvindo. Mas
PHROYBIDO60
posso calá-lo.
Ela fez um gesto e o cara ficou mudo. Gritava, mas o
negrão não conseguia ouvi-lo. Michele e o filho dormiam
tranquilamente numa cama.
Max ainda se sentia meio estranho, garanhando com
a jovem. Mas, aos poucos, foi se soltando. A boceta dela era
quente e molhada, e ele a chupou com gosto. Quando ela co-
meçou a gozar, agarrou-se a ele, e o cara teve a impressão de
que era abraçado por uma jiboia, tal era a força que ela impri-
mia, com as pernas e com os braços, no corpo dele. O ex-ma-
rido de Michele ainda vociferava, mas ninguém lhe prestava
atenção. Então, ela fez com que o negrão se levantasse e se
ajoelhou aos seus pés. Aí, sim, ele teve maior impressão de
que uma cobra enorme lhe engolia o pênis, quando ela me-
teu a boca ali. Ia sugando a haste aos poucos, e ele sentia um
indescritível prazer. Gemeu alto. Ela disse:
- Não se prenda para gozar. Quero toda a tua porra
dentro da minha goela. Vou precisar dela para ficar mais for-
te e vencer o guerreiro antigo, o temível Phroybido.
Ela já não falava grosso. Sua voz era melodiosa e femi-
nina. Aí, ela deitou-se no chão e girou sobre o próprio corpo,
como uma serpente. Então, ele percebeu que ela tinha duas
vulvas, uma acima da outra. Ele podia escolher onde meter
seu enorme falo. Escolheu a boceta de cima, para saber a sen-
sação de introduzir ali. O órgão era muito apertado, e ela ge-
mia gostoso a cada estocada. Ele retirou o pau dali e o enfiou
na outra reentrância. Era tão apertada quanto a anterior, mas
ela estava mais encharcada por ali. Ainda curioso, ele a virou
de costas. Surpreendeu-se quando não achou um cu. Ela se
enroscou de novo no corpo dele e se atracou com seu pênis,
dessa vez simulando um meia-nove. Aí, o negrão gozou tanto
que quase não parou de verter sêmen.
PHROYBIDO 61
Sentiu-se leve, depois de gozar. Já não sentia o toque da
boca dela. Percebeu movimentos ao seu lado. Aí viu, também
deitados no chão, um casal fodendo. Era ele próprio, meten-
do na filha de Nanã Buruku. Mas a moça foi mudando de
forma, a cada socada, transformando-se na sua falecida irmã.
Ela estava sorridente, levando rola e olhando para o negrão.
PHROYBIDO62
9. Fodendo a própria irmã
Onegrão tentou se levantar, para ir de encontro à irmã,
mas não conseguiu. Além de fraco, suas vistas escu-
receram. A cabeça girou e ele esteve algum tempo incons-
ciente. Despertou sentindo a maresia. Estava deitado numa
praia deserta, em plena noite, e sentiu as ondas molharem
seu corpo nu. Abriu os olhos e olhou em volta. Estava cer-
cado de roupas, velas, alimentos e flores como rosas, palmas
brancas, orquídeas e crisântemos brancos. Havia muitas flo-
res boiando no mar. Então, viu movimento nas águas. Elas
estavam revoltas, como se fossem principiar um maremoto.
Levantou-se, pronto para correr dali. Mas ficou petrificado
quando algo se ergueu do mar, como uma onda gigantesca,
não muito longe da praia. De repente, a onda deu lugar a uma
figura feminina de meia idade, totalmente nua. Era uma mu-
lher belíssima, e parecia grávida. Saiu das águas, sorridente,
e caminhou em direção ao negrão. Parecia crescer, à medida
PHROYBIDO 63
em que saía do mar. Quando chegou perto de Max, media
quase dez metros de altura. Perplexo, ele não saiu do lugar.
Max ouviu, como se o mar gritasse:
SALVE ODOYÁ. TU ÉS FILHO DE YEMANJÁ.
ODOYÁ MINHA MÃE. ODOCIABA, MÃE YEMANJÁ.
As ondas do mar subiram ameaçadoramente, mas ela
fez um gesto com as mãos, e elas baixaram suavemente, se-
guindo os movimentos da bela senhora. Ele ajoelhou-se pe-
rante o colosso, pois sabia que estava diante de mais um Ori-
xá.
Max ouviu o sussurro do mar, anunciando a Rainha
das Águas Sagradas. A Grande Mãe.
Baixou a cabeça, como forma de respeito. Mas, aí, a fi-
gura colossal desabou nas areias da praia, bem perto dele.
Ficou se contorcendo e ele sem saber o que fazer. Então, viu
que ela paria uma criança. Uma criança já adulta. Era uma
moça negra, muito parecida com…
- Meu Deus, é a minha irmã! Ela pariu a minha irmã.
- Disse ele, levantando-se e correndo em direção ao feto. A
água do mar deu um banho na recém-nascida, limpando-a
da placenta. Mas o cordão umbilical não saía do útero da
deusa, e sim do umbigo de Max. Estava ligado à irmã pelo
umbigo. A enorme criatura, no entanto, levantou-se ainda
cansada e cortou o cordão com os dentes, dando um nó perto
do corpo do negrão, e fazendo o mesmo com a mocinha que
acabara de vir ao mundo. Abençoou os dois e voltou para as
águas, desaparecendo em seguida.
Max se abraçou à negra. Ela chorava feito criança.
Quando melhorou, olhou para ele, espantada. Disse:
- Oh, meus desejos foram realizados, finalmente. O Sr.
PHROYBIDO64
Phroybido cumpriu com a sua promessa. Estou de volta ao
meu irmão querido. Ao amor da minha vida.
- O que você está dizendo? De onde você veio? O que
está acontecendo?
- Não se lembra, meu amor? Nós nos amávamos. Tran-
samos tantas vezes…
- Você ainda deve estar com a mente confusa. Nunca
transamos, minha irmãzinha. Disso, tenho certeza…
Ela, então, tocou com as pontas dos dedos na cabeça
dele. Ele ficou zonzo. Aí, umas imagens começaram a povoar
a mente do negrão. Viu-a deitada numa cama, muito doen-
te, e ele aperreado, junto a ela. Já estava desenganada pelos
médicos. Um câncer raro lhe corroía as entranhas. Então, na-
quela hora, ela lhe fez aquele pedido:
- Irmãozinho, não quero morrer virgem. E não temos
muito tempo. Fode comigo, vai…
- Você deve estar delirando, Sheila. Não vou foder a mi-
nha própria irmã, principalmente doente, do jeito que você
está.
- Eu quero. Quero me descobrir mulher. E eu sempre
te amei, por você ter cuidado tão bem de mim durante todos
esses anos. Antes de morrer, quero gozar contigo. - Disse ela,
com voz fraca.
Ele queria se recusar a cometer o incesto, mas ela o pu-
xou para perto e abriu a sua braguilha. Fez saltar o enorme
pau, ainda mole.
- Me ajuda a botar ele na boca, por favor. Quero lhe
sentir o gosto. Sempre tive vontade de te chupar, quando você
estava dormindo, mas tinha medo de ser rejeitada.
- Isso é loucura, Sheila. Não deve estar acontecendo.
Ou então, você está delirante.
- Sim, meu irmãozinho. Devo estar delirando. Mas
quero que você me faça delirar muito mais, só que de prazer.
PHROYBIDO 65
Vem pra cá, vem…
Ele deitou-se ao lado dela. Beijou-a no rosto, com pena
da irmã. Achava que ela estava para falecer, dali a instantes.
Lágrimas brotaram dos seus olhos.
- Não chora – ela disse, despindo-o com dificuldade
– pois eu me vou, mas prometo voltar, para continuarmos
como amantes.
- Repito que isso é loucura, Sheila. Os médicos ainda
não descobriram a causa da tua doença, mas irão descobrir,
minha irmãzinha. Parece um câncer, mas não é. Pode ser re-
versível…
Ela já não ligava para o que ele dizia. Conseguiu abo-
canhar o enorme e grosso falo, e ficou feliz quando percebeu
que ele começou a ficar ereto. Botou um dedinho diante dos
lábios dele. Pedia para que fizesse silêncio.
A primeira chupada dela fez com que o caralho dobras-
se de tamanho e grossura. Ele já não podia negar que estava
excitado. Ela o masturbou, enquanto o chupava. Sua boca era
gelada, e ele logo sentiu vontade de esporrar. Ela disse:
- Oh, meu Deus, como isso é gostoso. Não podia mor-
rer sem conhecer essas coisas.
- Pare, Sheila. Você pode ficar pior e decerto sentirá
dores.
- Pare de dizer essas coisas, irmãozinho, e me faça go-
zar. Eu te suplico…
Ele não mais resistiu. Tirou toda a roupa dela e a chu-
pou com carinho. Ela gozou várias vezes em sua boca. Pediu
que ele erguesse mais o corpo, pois ela queria fazê-lo gozar,
também. Ele lhe obedeceu. Pouco depois, gozou duas vezes
seguidas na boca dela. Quando pensou que ela ficaria debi-
litada do esforço, eis que a negra pareceu revigorada. Subiu
PHROYBIDO66
sobre ele e se espetou em seu enorme caralho. Gritou de dor,
mas não desistiu. Seu cabaço foi rompido e ele sentiu o san-
gue dela lhe escorrendo pelo púbis. Mas ela começou a gozar
pela boceta, assim que passou um pouco da dor. Ele ejaculou
mais uma vez e ela gritou de prazer. Queria mais.
Max, no entanto, temeu que ela passasse mal e inter-
rompeu o coito. Ela ficou frustrada. As imagens na mente do
negrão, pareceram adiantar no tempo. Agora, ele se via fo-
dendo-lhe o cu. Ela, parecendo nem estar mais doente, em-
pinava a bunda e aguentava seu falo com valentia. Remexia o
bumbum, querendo que ele se enfiasse mais, até o talo.
As fodas foram se sucedendo, cada vez mais prazero-
sas, até que o negrão se viu fraco das pernas, reclamando que
já não aguentava mais. Queria dar um tempo. Ela, no entan-
to, retrucou:
- Mais um tempo, Max? Eu não tenho mais tempo, es-
queceu? E eu quero partir estando fodendo com você, meu
amor.
Em seguida, o negrão viu a irmã, já bastante convales-
cida, traçando uns sinais no chão, no centro do quarto onde
estivera confinada. Havia velas acesas e algumas oferendas,
como um catimbó. Depois, viu alguém fodendo-lhe a irmã e
ela sorria, muito contente. No entanto, sentiu o mal exalado
do desconhecido que a estuprava. Mas ela não reclamava. Es-
tava, realmente, feliz. Sheila gemia alto:
- Me come! Me come muito, já que meu irmãozinho
não me quer. Ai, ui, goza na minha bunda, porra. Arromba
meu cu… me deixa prostrada e afolozada. Eu quero gozar
muito…
E o sujeito, que tinha um caralho maior do que o de
Max, sorriu de forma maligna. Depois, deu uma sonora gar-
PHROYBIDO 67
galhada. O negrão desmaiou.
********************
- Ele está acordando. Agora, sabemos quem conjurou o
orixá maligno, O Phroybido. Acorde Max.
Ele abriu os olhos. Estava deitado no chão, totalmente
nu, com a cabeça apoiada no colo de alguém. Quase deu um
pulo, assustado. Reconheceu a filha de Nanã, a de cabelos co-
loridos. Perguntou:
- O que aconteceu?
- Você foi visitado por Yemanjá. Ela trouxe tua irmã de
volta e nos mostrou quem conjurou o demônio.
- Trouxe minha irmã de volta? Isso é impossível. Ela
está morta.
- Nada é impossível para os Orixás. - Ele ouviu a voz
de Nanã.
Ela estava sentada em um tamborete de madeira, no
meio do quadrado de terra do Terreiro. Várias pessoas assis-
tiam à sessão.
- Onde está minha irmã? Se é verdade que ela voltou,
quero vê-la.
PHROYBIDO68
10. Sem medo do Phroybido
As roupas de Max estavam espalhadas na areia do Terreiro.
Eleficouacanhadodiantedaplateia,porestartotalmente
nu, mas vestiu-se e saiu apressado dali. Conseguiu pegar logo
um táxi e rumou para o seu apê. Estava ansioso por encontrar
a irmã. Havia seis meses que ele a tinha enterrado, mas acre-
ditava no que lhe dissera os Orixás. Tinha a nítida lembrança
de ter visto Yemanjá parindo Sheila. Ela tinha que estar viva!
Assim que abriu a porta do apartamento, a negra se
agarrou a ele. Beijou-o apaixonadamente e ele não a repe-
liu. Também beijou-a com sofreguidão, aceitando que ela lhe
apalpasse o cacete. Este tinha ficado ereto desde que ele sal-
tou do táxi na frente do condomínio.
- Estou viva! Deus, eu estou viva. Estou de volta para o
meu amor.
- Como isso pode estar acontecendo, Sheila? Não que
PHROYBIDO 69
seja ruim, estou adorando você ter voltado. Mas tenho medo
de que tudo isso não passe de um sonho.
- Não, não é sonho. Eu voltei, amor.
- Ainda estou incrédulo. Como conseguiu?
- Quando estava muito doente, eu tive um sonho. Uma
entidade me prometia dar a vida eterna, se eu o libertasse de
onde estava preso. Mas, para isso, eu tinha que morrer. Como
você começou a fugir de mim, e eu estava doida para trepar
mais vezes, aceitei o trato. Já estava moribunda, mesmo!
- Não teve medo de que a tal entidade estivesse te en-
ganando?
- Sim, claro. Mas não temia mais por minha vida. Ti-
nha aceitado a minha morte, triste porque você não me que-
ria mais.
- O que fizemos foi errado, Sheila.
- Não, não foi. Nossa mãe adotiva nos ensinava que
somos todos irmãos, lembra? O que você tinha era um blo-
queio religioso. Os Orixás não se importam de transar entre
eles: pai, mãe, filho, irmã e irmão. O Phroybido me ensinou
isso. E cumpriu com sua palavra.
- Mas, a troco de quê, minha irmãzinha? Você sabe?
- Não sei e nem quero saber. Estou viva e isso é o que
importa. Se não está feliz com a minha volta, deixe-me só.
Vá-se embora. Eu saberei viver sozinha, e pode acreditar que
vou foder todos os dias!
Ele estranhou a alteração de voz dela. Nunca a vira fa-
lar daquele jeito. Também percebeu sua voz rouca, como a
de um homem. Abraçou-se com ela, mas a negra o repeliu
energicamente. Gritou:
- Vá-se embora, maldito. E deixe-me viver. Volte para
onde você estava e avise aos meus inimigos que eu retornei.
O negrão não quis discutir. Percebeu que a irmã estava
possuída, talvez pela entidade chamada de Phroybido. Vol-
PHROYBIDO70
taria ao Terreiro, para saber o que fazer. Antes de sair, algo
lhe dizia que ele deveria pegar o jarro de planta doado por
Oxumarê. Os galhinhos do vegetal já estavam bem maiores,
em tão poucos dias. Quando ia saindo, ouviu a voz rouca
prometer:
- Não volte aqui, senão te mato. Não duvide.
Max procurou algum lugar, no condomínio, onde pu-
desse deixar o jarro de barro, e achou um jardim na frente do
prédio. Nunca houvera prestado atenção a ele. Um vigilante
ajudou-o a acomodar o jarro à terra. Ele meteu a mão no
bolso e encontrou lá pouco dinheiro, mas suficiente para ir
de ônibus até o terreiro. Porém, chegaria lá de madrugada.
Conseguiu pegar o “Bacurau”. Logo, se aproximava do Ter-
reiro. Mãe Naná estava conversando com um rapaz. Todos já
haviam ido embora. Ouviu quando o sujeito disse:
- Pronto, aí vem ele.
De perto, o negrão reconheceu Oxumarê. Agora, ele
tinha a forma masculina de um moço bonitão, mas nada afe-
minado. Este perguntou:
- E então? Viu a tua irmã?
- Sim, mas ela não é mais ela. Agora, é outra pessoa.
- O Phroybido a abduziu. Precisamos nos reunir e com-
batê-lo. Ele deve ter voltado muito mais forte. Vai ser difícil
derrotá-lo.
Ouviu-se, então, uma voz máscula exclamar:
- Kaô Kabecilê.
A expressão em Nagô que significa “Venham Saudar o
Rei”. Max, o jovem e a Mãe de Santo responderam:
- Salve o rei Xangô. Estávamos mesmo querendo falar
contigo. Já soube da volta do Phroybido?
- Dos céus, ouvi rumores. Vim para derrotarmos esse
PHROYBIDO 71
infeliz para sempre. Mas vou precisar de ajuda do Amorissá.
- Ele não está ainda iniciado, meu Rei – disse a Mãe de
Santo, se referindo a Max – Não vai poder incorporar.
- Então, teremos que encontrar uma solução rápida. O
Phroybido está cada vez mais forte.
- Eu tenho uma ideia. - Falou Oxumarê.
*************
Max voltou para casa, seguido dos dois Orixás. Não es-
tava satisfeito com o plano. Achava um sacrilégio sua irmã ter
voltado da cova, mas não queria fazer mal a ela, muito menos
matá-la. Mas as entidades estavam convencidas de que era
preciso. Quando chegou à frente da porta do seu apartamen-
to, retirou todas as roupas. Amarrou uma fita multicolorida
na cintura, emprestada por Oxumarê, e prendeu às costas
uma lâmina recurvada em forma de serpente dada por Xan-
gô, com a ponta afiadíssima. Abriu a porta com a chave que
ainda estava em seu poder.
Phroybido fodia selvagemente a sua irmã, mas ela de-
lirava de prazer. Ambos estavam na sala, e a entidade não
percebeu o negrão entrar, entretido que estava com a cópula.
Max desamarrou a fita da cintura e jogou-a contra o casal.
Imediatamente, o pano se transformou numa enorme ser-
pente. Enroscou-se no pescoço do ser e, ao mesmo tempo,
entrou na goela da negra. Esta ficou se debatendo, sufocada.
Os Orixás gritaram ao mesmo tempo:
- AGORA!
O negrão empunhou o punhal que recebera e tentou
golpear a irmã no peito. Desistiu.
- Faça-o. É a tua chance. Ninguém mais poderá fazer
isso. Só você tem que apunhalá-la. Um golpe certeiro, no co-
ração.
Max criou coragem e golpeou com o punhal. Ao invés
PHROYBIDO72
da irmã, o ser que a fodia é quem deu um grito aterrador.
Xangô advertiu:
- Afaste-se. Agora, é comigo!
E lançou uma labareda de fogo em direção ao casal.
Os dois arderam em chamas, e os seus gritos quase levam
Max à loucura. Ele fechou os ouvidos. Os berros ecoaram em
sua mente. Oxumarê desceu as escadas, arrastando o negrão,
protegendo-o do fogo. O bloco de apartamentos, onde Max
morava, ardia em chamas altas, mas ninguém parecia per-
ceber. O vigia lia, tranquilamente, um jornal, no balcão da
portaria. Alguns jovens moradores namoravam na varanda
do apartamento vizinho. As pessoas, ainda acordadas àquela
hora, passeavam na calçada, sem dar a mínima ao incêndio.
Os gritos da irmã de Max e seu amante continuavam me-
donhos. Os Orixás assistiam, impassíveis, a morte do casal,
ambos incinerados. O negrão cambaleou e caiu no chão com
todo o corpo. A tensão havia sido demais para ele.
EPÍLOGO
Max acordou na casa de Michele, a morena bonita e
gostosa, que conhecera no bar. Havia-se passado dois dias,
depois do incêndio. Os Orixás o haviam convencido a não
voltar mais ao seu apê. Só Max via os estragos do incêndio.
Seus vizinhos, não. Oxumarê o aconselhou a comprar outro
apartamento, mesmo se fosse no mesmo condomínio. Ele
não devia ficar longe da plantinha doada pelo Orixá. Quando
o negrão foi procurar no jardim, o vegetal tinha florido e seus
frutos eram pequenas pepitas de ouro. Mas só Max e algumas
pessoas de bom coração as conseguiam ver. Ele levou o jarro
para o novo apartamento, muito maior e com um jardim bem
no meio da sala. Comprara com dinheiro de jogo, pois Zé Pi-
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Desafios de um encontro inesperado

  • 1. PHROYBIDO 1Angelo Tomasini LIVRO ERÓTICO PHROYBIDO
  • 3. PHROYBIDO 3 1. Conquistando a mulata boazuda Só uma pessoa não viu quando ela chegou à praça de ali- mentação do Shopping Tacaruna, no Recife, naquela se- gunda-feira. Ela era uma mulata linda, gostosíssima, e es- tava toda vestida de preto. Tinha umas sacolas de lojas nas mãos e procurava um lugar para se sentar. Quando avistou a única pessoa, talvez, que não a tinha visto, ela esteve in- decisa se iria até a mesa dele, pedir-lhe um cantinho para comer. Ainda não jantara, e estava morrendo de fome. - Boa noite, senhor. Posso me sentar aqui? Não há mais lugar desocupado. Aí, sim, ele a percebeu. Deu um assobio de admiração. Ela sorriu deliciosamente e depositou suas coisas numa ca- deira. Perguntou-lhe: - Esse assobio é uma forma de dizer sim? - Oh, me desculpa. Estava tão entretido com minha lei-
  • 4. PHROYBIDO4 tura que nem a vi se aproximar. Pode sentar-se, sim. Mas terá de me dizer teu nome. Eu me chamo Max. - Njila. Mas, como é mais fácil, meus amigos me cha- mam de Maria Quitéria - Disse ela, estendendo-lhe a mão. - Prazer, Max. A bela mulata acomodou-se à mesa e pediu licença para dar uma olhada no cardápio que estava junto a ele. Ele lhe passou o objeto, ainda impressionado com a beleza dela. Sem tirar os olhos da lista de comidas e bebidas, ela pergun- tou: - Posso saber o que está lendo, Max? - Ele mostrou-lhe o livro. Era sobre Medicina, e versava sobre disfunção erétil. - Você é médico? - Oh, não. Mas o assunto me interessa. Só então, ela olhou mais demoradamente para ele. Era um negro alto, bonito, esbelto, de olhos negros como a noi- te. Aparentava ter uns quarenta anos. Instintivamente, quis olhar em direção ao seu caralho, para ver se este se sobressaía da calça, mas, da posição em que estava, não dava para con- firmar. - Desculpe-me a indiscrição: tem problemas de ereção? - A senhorita é médica? - Também não, mas o assunto me interessa. - Ele riu. Foi sincero: - Não creio que esse seja um bom assunto para discutir com alguém do sexo feminino, e que eu nem conheço. - Já disse: me interesso pelo assunto. E não tenho pro- blema nenhum em falar sobre. Tem mais: adoro homens de paus enormes. Ele esteve surpreso pelo rumo da conversa. Analisou-a por uns instantes. Não, ela não parecia uma mulher vulgar.
  • 5. PHROYBIDO 5 Fez-lhe a pergunta: - Quer dizer que prefere os superdotados, Maria? - Não sei. Ainda não experimentei nenhum. Mas gos- taria de conhecer algum, lhe examinar o sexo, lhe explorar o corpo. - Não creio que terá dificuldades em conhecer alguém assim. A senhorita é muito bonita. - Pois esse é justamente o meu problema: minha bele- za parece meter medo nos homens, e eles se sentem tímidos perante mim. Confesso que tenho uma personalidade muito forte. Acho que, também por isso, tive pouquíssimos namo- rados. Na verdade, menos do que eu gostaria. - É dessas mulheres que preferem ter vários parceiros? - E por que não? Não quero casar tão cedo. Ainda te- nho 30 anos. E uma vida inteira pela frente para conhecer aquele a quem darei meu coração. - É uma forma de pensar diferente de muitas mulheres que conheço. - E conhece tantas? - Oh, não da forma que está pensando. Também tive poucas namoradas. Mas… o que vai pedir? - Não vi nada do que eu gosto, neste cardápio. É a pri- meira vez que venho aqui. - O que gostaria de comer? - Mmmmmmmmmmm. Alguma coisa chique. Que venha acompanhada de vinho ou espumante. Adoro. - Não creio que encontrará bebidas aqui, já que restau- rantes inexistem. Apenas lanchonetes. - É uma pena. Estava esperançosa. - Você é baiana? Não me admiraria, por causa da tua cor. - Obrigada, querido. Mas sou pernambucaníssima. Ele esteve indeciso, depois propôs: - Conheço um ótimo restaurante aqui perto. Te ofere-
  • 6. PHROYBIDO6 ceria um jantar regado a vinho, se me desse a honra de estar contigo. Ela o olhou, divertida. Depois, perguntou: - Está me cantando, Max? Quer me embebedar para depois se aproveitar de mim? Ele esteve em silêncio, antes de responder: - Confesso que estou impressionado com a tua beleza e que daria tudo para te ter numa cama confortável. Mas posso muito bem me conter, durante o jantar. Porém, após beber alguns goles, não me responsabilizo por depois. Ela o olhou demoradamente. Parecia desconfiada. Em seguida, se levantou da mesa e pegou as suas coisas. Antes que ele pudesse se desculpar da cantada desajeitada, ela disse: - Vamos. ******************** Pouco depois, estavam num ótimo restaurante, à bei- ra-mar de Olinda. Sentaram-se a uma mesa onde dava para visualizar o mar. Era uma noite sem lua. Mas o céu estava muito estrelado. Olharam o cardápio e Njila pediu frutos do mar. Ele quis uma garrafa do melhor vinho que eles tivessem. Ela examinou a garrafa e preferiu um vinho local. Trouxeram Quinta do Morgado. Ela ficou satisfeita. - Esse vinho é bom, mas não é melhor do que o que pedi, se me permite a observação. - Sim, eu sei. Mas apesar das roupas elegantes e caras que veste, não creio que você nade em dinheiro, Max. E, de- pois do vinho, posso querer outra coisa. Aí, tendo gasto mui- to no jantar, é bem capaz de você não poder pagar um motel decente para ficarmos. Ele estava cada vez mais impressionado com ela. Um
  • 7. PHROYBIDO 7 vendedor de flores passou com buquês, e ela pegou uma úni- ca rosa. Colocou-a no cabelo. Ficou exótica e linda, toda de preto com o detalhe em vermelho. O negrão apressou-se a pegar mais algumas flores. Ela recusou: - Basta uma. Várias, seria exagero e não me deixariam bonita. - Não é preciso usar mais nada para ficar bonita. Você já é. - Obrigada, querido. O jantar chegou e ambos comeram quase sem se falar. Ela parecia embevecida pela comida. Ele maquinava onde a levaria. Só então, depois de terminar de comer, ela falou: - Andou passando por privações, ultimamente, Max? - Por que pergunta? - Quase posso ler isso em teu rosto. Ele esteve pensativo, mas logo disse: - É verdade. Passei quase cinco anos com uma irmã doente. Gastei o que não pude com ela. Mas, infelizmente, acabou falecendo. - Irmã única? - Acho que sim. Fomos abandonados pelos nossos pais, quando éramos ainda crianças. Dizem que eles vieram para o Recife fugindo da seca de Bodocó, município pernambu- cano. Minha mãe morreu de alguma doença braba e meu pai nos abandonou, voltando para o Interior. Só me lembro de ter ficado com minha irmã, na casa de uma senhora que nos acolheu. Mas ela faleceu, sem nos dizer se tínhamos algum irmão, e voltamos a passar fome. Ainda bem que ela não ti- nha parentes e pudemos ficar na sua residência. Eu não me lembro bem, mas minha irmã dizia que eu saía de manhã e só voltava na madrugada do outro dia. Mas vinha trazendo comida farta. Assim, a criei. Eu lhe custeei os estudos e tam- bém estudei, mas de forma autodidata. Então, ela adoeceu.
  • 8. PHROYBIDO8 Uma doença que os médicos nunca souberam descobrir. Aos trinta anos, faleceu. - História triste. Sinto muito. Faz tempo que ela mor- reu? - Não. Apenas meia dúzia de meses. - E, nesse período, não transou com ninguém? Ele esteve indeciso, antes de responder: - Não sei. Quanto mais eu tento, menos consigo me lembrar. Acho que essa situação me criou um bloqueio men- tal, ou então eu tenho um grande problema de amnésia. - Tadinho. Mas hoje, você tira o atraso. Vou deixar que me foda bem muito. ******************** Foram três tentativas vãs. Por mais que Max tenha se esforçado, não conseguiu ereção adequada para foder a mu- lata Njila. O pinto permaneceu encolhido o tempo todo, sem demonstrar sua verdadeira extensão. Mas ela não se estres- sou. Confortou-o com beijos vários, até que ele relaxou. Ela disse: - Não se preocupe. Eu já sabia que passaria por isso desde que saí de minha casa. Minha guia espiritual já havia me alertado. Eu tive a certeza, ao te ver lendo esse livro. - Como assim? Você é macumbeira? Ela riu. Explicou-lhe: - Sou da Umbanda, Max. Sou da Pomba Gira. Pam- bu Njila, como ela é conhecida em Angola. Mas vou te livrar desse mal. Amanhã mesmo, se você puder, visitaremos a mi- nha Mãe.
  • 9. PHROYBIDO 9 2. Ganhando a loira num jogo de azar Na terça-feira, de manhã, depois de saírem do mo- tel, os dois ficaram de se encontrar à noite. Por volta das 20:00h, estavam de volta ao shopping Taca- runa. Ela o esperava na frente. Estava vestida do mes- mo jeito de quando se encontraram, na noite anterior. Até parecia que ela nem havia passado em casa, ainda. Beijaram-se rapidamente e se dirigiram de ônibus ao bairro de Casa Amarela, na zona norte do Recife. Subiram o Morro da Conceição, até encontrar o terreiro de Umbanda da Mãe Nanã. Era uma casa enorme, e tinha um casal de au- xiliares à porta de entrada, orientando o público que chegava ao templo naquele dia. Algumas pessoas olhavam para Maria Quitéria meio atravessado, mas ela não dava a mínima im- portância. O negrão Max, no entanto, percebeu. Perguntou: - Por que as pessoas nos olham como se estivessem
  • 10. PHROYBIDO10 chateadas conosco? - Eles olham para mim. Eu não deveria ter vindo para cá vestindo preto. Mas não queria perder tempo passando em casa, pois estive o dia todo resolvendo um monte de coisas. - Por favor, tirem os sapatos e os depositem no cômodo à esquerda -, disse a mulher que cuidava de dar as boas-vin- das aos visitantes - depois, sigam para a assistência e se aco- modem em um dos bancos. Logo, Mãe Nanã estará conosco. Naquela noite, o público não era tão grande. Havia cer- ca de vinte pessoas, se contassem com o casal. Ambos tiraram os sapatos, em respeito ao congá, o solo sagrado, e se acomo- daram no lado esquerdo na plateia. A área da assistência, com bancos de madeira, onde se sentaram, à esquerda de quem entrava, tinha piso de cimento. Mas o congá, onde ficava o altar ao fundo, e oito banquinhos de madeira dispostos em duas fileiras, uma de frente para a outra, era de chão de terra. Nele, alguns médiuns e auxiliares se banhavam com ervas, para entrar em sintonia com o mundo espiritual. Próximas a cada vértice do quadrado de terra, havia uma vela acesa. Um senhor negro defumava a área, preparando o ambiente. Sem pressa, os médiuns se sentaram cada um num banquinho, to- dos tendo um auxiliar postado de pé às suas costas. No canto direito do altar, repleto de símbolos e imagens de barro ou gesso, representando os Orixás do Candomblé, um trio esta- va atento, junto aos seus tambores e atabaques. Defronte ao altar, um banquinho de madeira estava vazio. Max nunca havia estado num terreiro de Umbanda. Instintivamente, quis pegar na mão de Quitéria, que estava sentada ao seu lado. Ela negou-lhe a mão e apontou discreta- mente uma das assistentes. Esta fazia um gesto de desaprova- ção, balançando de forma negativa o dedo em riste. A mulata disse:
  • 11. PHROYBIDO 11 - Não é permitido o gesto afetuoso dos casais, aqui den- tro. Também não cruze as pernas nem os braços. - Ok. – Disse ele, soltando a sua mão. Um médium fez um pedido de proteção aos deuses africanos (orixás protetores do terreiro) em voz alta. Um ou- tro defumou o ambiente do altar (peji), os médiuns e o pú- blico. Então, fez-se um silêncio repentino no salão. Uma se- nhora robusta, de cerca de uns setenta anos, entrou majesto- sa, vestida de branco, anil e lilás. Os auxiliares se levantaram todos ao mesmo tempo e a saudaram: - Saluba Nanã! Nós nos refugiamos em Nanã, Salve a senhora do poço e da lama. - Salve Nanã! – Repetiu o público e os auxiliares. Ela sentou-se com graça, apesar da idade e do peso. Fez um gesto com a mão e todos voltaram a se sentar, inclusive o público. Começaram o toque dos atabaques. A velha senhora foi a primeira a incorporar. Depois, os médiuns o fizeram. Um negro forte e elegante, entre os médiuns, todo vestido de branco e com um lenço vermelho amarrado no pescoço, olhou para Max e o chamou para perto de si. Este se levantou e foi até o médium incorporado, ficando de pé diante dele. A velha senhora falou: - Salve Seu Zé Pilintra! Salve os Malandros. Salve a ma- landragem. O público repetiu, em coro, suas palavras. A robusta senhora disse, dirigindo-se a Max: - Ajoelhe-se diante do Mensageiro de Luz da nossa Santa Umbanda. Quando o negrão fez o que lhe era pedido, a velha se- nhora voltou-se para Quitéria e disse energicamente:
  • 12. PHROYBIDO12 - E você, retire-se deste ambiente. Sabe muito bem que Seu Zé não gosta da cor preta. E não fique rondando o terrei- ro. Vá-se embora, e logo! Njila - ou Maria Quitéria, como gostava de ser chama- da -, pediu desculpas, fez uma reverência e saiu andando de frente para o altar, seguindo a regra de não dar as costas ao que é sagrado. Pegou seu sapato na salinha e logo desapare- ceu das vistas de todos. O negro disse com voz alegre e rouca: - Então, o que é que manda, rapaz? O que te aflige? Max tinha a forte impressão de que podia se abrir com a entidade. Não era preconceituoso com religião, apesar de ter sido educado na Católica Apostólica Romana. Disse: - Primeiramente, estou com dificuldades financeiras. Depois, estou com um problema de saúde sério: não estou conseguindo “dar no couro”. Por último, queria encontrar um grande amor. - Moço, se a vida tá te batendo tanto, é porque tu aguen- ta, é porque tu é forte. Mas vamos por etapa: o que tu quer primeiro, mesmo? - Grana, pois ela anda curta nos meus bolsos. E, se te- nho ela, posso ter mulher e saúde. - Grande sabedoria, preto. – E, virando-se para um dos auxiliares que estava por perto, pediu em voz alta: - Me traz aí uma amarelinha bem gelada! Quando lhe trouxeram a cerveja, o negro que incor- porava a entidade tomou um único gole e depois ofereceu a garrafa a Max. Disse: - Toma. Bebe até o fim. Depois, vamos comigo atrás de uns tostões. O negrão fez o que lhe foi pedido. Logo no terceiro gole, sentiu-se leve. Depois, a cabeça girou. Mas bebeu o lí-
  • 13. PHROYBIDO 13 quido até o fim. Em seguida, caiu de costas no chão. As vistas lhes escureceram. ******************** Não sabe quanto tempo passou “apagado”. Quando percebeu que estava jogado no chão, fez um esforço para se erguer. Viu o negro vestido com um terno branco e de cha- péu panamá na cabeça, adornado por uma fita vermelha. Este lhe disse: - Pronto, já te demorasse demais. Agora, é tempo de ir atrás da grana. Levanta-te, negro frouxo. E vamos à luta. Max seguiu o preto elegante, mas sentia o corpo ainda bem leve, como se estivesse dopado. Perguntou: - Para onde vamos? O preto não respondeu. Estavam num local totalmente diferente do terreiro. Parecia a antiga zona de baixo mere- trício do Recife. Entraram num bar poluído de fumaça de cigarro e cheiro de mofo. O negro tinha um cigarro no bico. Olhou em volta e avistou uma mesa onde três pessoas mal -encaradas iam começar um jogo de cartas. Disse a Max: - Pegue duas cervejas bem geladas e traga uma para mim. - Mas... eu não tenho dinheiro. - Meta a mão em teu bolso esquerdo e irá encontrar umas notas. Quando o negrão o fez, tirou um montão de cédulas de cem reais, enroladas, dali. Exclamou, espantado: - Uau, como isso veio parar aqui? - Não vem ao caso. Vamos jogar com aqueles cavalhei- ros. - Mas, com toda essa grana, não preciso ganhar mais. Tudo isso me basta. - Tem que conquistar esses cobres, negro insensato.
  • 14. PHROYBIDO14 Eles ainda não são teus. Terás que jogar, para ganhá-los. - Eu não sei jogar cartas. - Senta lá que eu te ajudo. O negrão se aproximou da mesa de jogo e perguntou se podia se sentar. O mais mal-encarado dos sujeitos disse: - Mostra tua grana. Vou logo avisando que aqui joga- mos alto. O negrão tornou a meter a mão no mesmo bolso. Es- tranhou encontrar lá um rolo menor de dinheiro. Mesmo assim, mostrou-o aos sujeitos. Eles acenaram com a cabeça, permitindo que se sentasse. Um deles perguntou: - Sabe as regras do jogo? - Como assim? - Não pode falar, enquanto estivermos jogando. A não ser no final de cada partida, antes do embaralhar das cartas. E se ficar liso, sai do jogo, entendido? - Entendido. Enquanto Max jogava, o preto elegante ficava às costas dos outros jogadores, observando o jogo deles. Fazia sinais, indicando qual carta o negrão deveria jogar. Max apenas ace- nava, balançando a cabeça. Estranhava os outros jogadores não perceberem a presença do cara de chapéu panamá. Mas ia jogando conforme este lhe indicava. Ao fim de algumas partidas, todas ganhas por ele, um a um dos sujeitos iam abandonando a mesa. Outros lhes assumiam o lugar, mas isso não mudava a situação: só quem ganhava era ele. Logo, tinha um monte de cédulas sobre a mesa. Juntou-se várias pessoas em torno dos jogadores. Um dos expectadores disse: - O negrão não está roubando. Estive de olho nele. Tem é uma sorte danada.
  • 15. PHROYBIDO 15 Por fim, ninguém mais quis jogar. O negro elegante e cheio de ginga disse: - Recolhe os cobres e vamos embora. Estou com fome. Tô doido pra comê umas comidinhas bem nordestinas: farofa de linguiça, linguiça frita, sardinhas fritas (de preferência no óleo de dendê), jerimum com carne seca, queijo coalho, jiló, coco e rapadura. Pouco depois, estavam numa birosca, na zona portuá- ria. Uma senhora muito simpática os serviu e ficou abisma- da com o apetite do negrão elegante. Max comeu apenas um prato de feijão com charque, alegando o adiantado das horas. Tinha os bolsos entupidos de dinheiro. Quando terminaram a refeição, Max perguntou: - E agora? O preto elegante alisou a barriga e disse: - Agora, vamos jogar num cassino de grã-finos, ganhar mais grana e foder umas negas. Encontraram um cassino clandestino, numa ruela es- cura da zona portuária, e entraram. O prédio parecia aban- donado, com tralhas espalhadas em tudo quanto era lugar. Mas aí, o preto elegante encontrou um controle remoto em cima de uns caixotes e apertou um botão. Uma parede intei- ra movimentou-se, afundando-se no piso. Descobriu-se um amplo e luxuoso salão onde muitas pessoas jogavam todo tipo de jogo: roleta, baralho, dominó e o escambau. Todas vestidas de forma elegante. Faziam parte de uma classe abas- tada de pessoas. Apostavam alto e eram muito concentrados. Havia várias mulheres bem-vestidas, no salão, mas Max ficou de olho em uma loira que jogava cartas. Dessa vez, foi o preto elegante quem sentou-se à mesa. Max ficou só assistindo ao jogo. Havia dado algum dinhei- ro ao outro, de forma que este pudesse jogar. Não demorou
  • 16. PHROYBIDO16 muito e o preto repetiu sua façanha: só ele ganhava na mesa. Ao fim de algumas partidas, a loira perguntou a Max: - Tem algum dinheiro para me emprestar? Se perder, te pago. O negrão botou de novo a mão no bolso e deu um tufo de cédulas de cem reais a ela, sem contar. A loira contou a grana e devolveu uma parte a ele. Mas logo havia perdido todo o dinheiro. Disse ao negrão: - Vamos embora. Hoje não é um bom dia para o jogo, para mim. Passemos num caixa eletrônico e eu te devolvo o que te pedi. Quando Max falou ao preto elegante que ia sair, este disse: - Vou com vocês. - Mas você está ganhando. Por que não fica? - É necessário que eu vá com vocês. Vamos embora. Foram. Porém, a loira não deu a mínima atenção ao negro elegante. Parecia que nem percebia que ele estava por perto. Chegaram a um estacionamento, perto do local, e ela perguntou: - Você está de carro? - Não tenho. - Por quê? Ele quis dizer que não tinha grana para comprar um, mas desistiu. Preferiu dizer que saíra de casa com intenção de beber, por isso viera de táxi. - Eu vim de carro. Mas detesto dirigir. Me leva até um caixa eletrônico, para eu te devolver a grana. - Não é preciso. Pode ficar com o dinheiro. Não neces- sito dele. O negro elegante riu. Gargalhou, até. Max ficou empu- lhado, mas a loira pareceu não ter ouvido o sujeito.
  • 17. PHROYBIDO 17 - Faço questão de pagar. Não gosto de ficar devendo a ninguém. - Disse ela. Ela morava num canto nobre do Recife. Em Boa Via- gem, o bairro mais caro da cidade. O negrão entrou no con- domínio de luxo, onde ela morava, e estacionou onde ela pe- diu. Subiram, os três, até o apartamento dela. Ela falou: - Espere aqui. Vou pegar o dinheiro. Sente-se um pou- co. Quer alguma bebida? O preto elegante olhou para Max. Ele entendeu. Pediu uma cerveja gelada. Ela, no entanto, disse não ter cerveja no freezer. Ofereceu-lhe uma dose de uísque dos mais caros. Ele recusou. Ela entrou num dos aposentos e demorou um pouco. Quando voltou, estava totalmente nua, exibindo um corpo perfeito. Veio com um envelope numa mão e um copo contendo uísque em outra. - Aqui está teu dinheiro. Depositou o copo com a dose em uma mesa de centro e agachou-se entre as pernas dele. Imediatamente, o pau do negro ficou duro como uma pedra, excedendo-lhe as expec- tativas. Ela pegou seu cacete com uma das mãos e o levou à boca. Mamou-o com uma leveza excitante. Massageou-lhe os bagos, enquanto lhe chupava o pênis. Ele teve que se prender, para não gozar logo. Olhou para o lado onde o negro elegante estava sentado, pensando em perguntar-lhe se ele iria ficar ali, olhando. Sentia-se pouco à vontade. Mas o preto não es- tava mais dentro do apartamento. Havia sumido. Então, Max relaxou. Ela era uma profissional da felação. Lambia o pau com gula e com leveza, ao mesmo tempo. Estando sem gozar já fazia algum tempo, logo a vontade de ejacular aflorou-lhe o âmago. Ele disse:
  • 18. PHROYBIDO18 - Não vou conseguir me segurar por muito tempo... - Se conseguir se prender mais um pouco, ganha um bônus. – Prometeu ela. Puxou-o do luxuoso sofá e deitou-o no tapete da sala. Subiu sobre ele e se enfiou no seu pau. Sua vulva era quen- tíssima, e o negrão teve que se prender, mais uma vez, para não esporrar. Ele fechou os olhos, para se distrair da foda. Ela começou a gemer alto e a rebolar em seu cacete. Urrou: - Ai, como você é gostoso. Sinto-te como se estivesse me fodendo na frente e atrás ao mesmo tempo. Max abriu os olhos ao ouvir aquelas palavras. Então, viu o negro elegante, totalmente nu, fodendo o cu da loira.
  • 19. PHROYBIDO 19 3. Sexo no escurinho do bar Os três estavam deitados no tapete da sala. A loira no meio e Max à sua direita. O preto que atendia pelo nome de Zé Pilintra estava acomodado ao lado esquer- do da mulher e fumava um cigarro. Ela estava deitada de lado, e parecia satisfeita de sexo. Max estava admirado dela não ter sentido o cheiro forte do cigarro vagabundo. - Vista-se e vamos embora. - Disse o Malandro. - Já? - Espantou-se Max. - Ainda nem fodi o cuzinho dela. Demoremos só um pouco mais, até ela descansar… - O que disse, amor? - Falou com voz arrastada a mu- lher. - Oh, nada. Estava pensando em voz alta. Aliás, disse que eu preciso ir embora. Ainda tenho umas coisas para re- solver – Mentiu ele. - Tá bem, amorzinho. Eu estou com soninho, tá? Des- culpa, mas fiquei destruída. Acho que não aguentaria mais
  • 20. PHROYBIDO20 uma bimbada hoje. Mas gostaria que você voltasse amanhã, pode ser? - Está bem. Como é teu nome? - Jandira. Encima do móvel onde está a tevê tem um cartão de visitas meu. Nele, tem meu telefone. Ligue-me por volta das onze, tá? E leve teu dinheiro, que está dentro do envelope. - Já disse que não preciso dele. Fique pra você. - Então, leve meu carro. Amanhã você me devolve. A essa hora, é difícil pegar um táxi por aqui. A menos que te- nha o telefone de algum. - Disse ela, de olhos fechados, ainda sonolenta. Eles desceram ao térreo e se encaminhavam para o car- ro de Jandira. Max tinha as chaves na mão. O preto falou: - A noite ainda é uma criança. Continuemos nossa far- ra. Quando entraram no carro, no entanto, o negro chiou: - Porra, levaram os sacos de dinheiro que ganhamos hoje!!! - Não, ninguém levou teus tostões. A grana desaparece, quando fica longe de você por mais de uma hora. Também, quando você não divide com alguém ou não gasta. - Caralho! Estou liso de novo. Se soubesse, não teria deixado a grana lá de cima com ela. - Deixe de ser chorão. Podemos ganhar muito mais do que aquilo, jogando. Vamos voltar para o cassino. Mas, desta vez, você é quem vai jogar. ******************** Voltaram ao cassino clandestino da zona portuária. Usando o mesmo esquema de jogo, onde o malandro bem- vestido ficava por trás dos jogadores dando as dicas para Max, logo o negrão havia ganho uma nova bolada. Percebia-
  • 21. PHROYBIDO 21 se logo que os adversários do rapaz não estavam nada satis- feitos de estarem perdendo partidas seguidas. Mandaram trocar o baralho por duas vezes, mas ele continuava levando vantagem. Até que todos da mesa abandonaram o jogo, ao mesmo tempo. Mas aí, Max já estava satisfeito com o que ti- nha ganho. Comprou umas sacolas, no próprio cassino, para colocar o apurado dentro. Quando procurou o malandro, com as vistas, ele tinha sumido, deixando-o sozinho. Max achou que ele o esperava no carro e saiu em direção ao estacionamento. Percebeu um movimento estranho atrás de si e viu um grupo suspeito, de cinco homens mal-encara- dos, querendo disfarçar que não estavam de olho nele. Sentiu uma pontada no coração, como um sinal de alerta. Apressou os passos em busca do carro estacionado. Realmente, o preto estava lá, sentado tranquilamente no banco do carona. - Apresse-se que tem umas almas sebosas querendo o que é teu: tudo o que ganhasse lá dentro. - Já vi. Vamos sair daqui. - Não vai dar tempo. E estão armados. Max olhou para trás e, de fato, o bando já havia sacado suas armas: revólveres e pistolas. O negro gelou. Se corresse, poderia ser alvejado pelas costas. Se entrasse no carro, talvez fosse alvejado antes de fugir. - Relaxe. Já chamei ajuda. Jogue as sacolas dentro do carro e aguarde do lado de fora. O negrão fez o que ele disse, mas ficou de cu piscando. Estava com medo. Aí, viu uma figura exótica correndo em direção ao grupo. Era um negro, nu da cintura para cima, vestido com umas roupas africanas azuis escuro e verde, com uma espa- da na mão direita e um escudo na esquerda. Uma máscara cobria-lhe o rosto e tinha algo parecido com um capacete
  • 22. PHROYBIDO22 espartano na cabeça. Vinha pra cima dos caras. Os homens voltaram sua atenção para ele. Apontaram as armas. O que aconteceu em seguida foi algo lindo, apesar de violento. Num bailar gracioso e preciso, o negro nu rodopiou e pareceu ter rebatido as balas com golpes de escudo e espada. Movimentava-se como numa coreografia ensaiada. Aproxi- mou-se cada vez mais dos sujeitos, como se fizesse questão de que eles o confinassem num círculo. Atiravam à queima-rou- pa, mas parecia que não lhe haviam acertado um tiro sequer. Aí, de repente, os homens foram caindo, um a um. Tinham o peito aberto por golpes da espada afiada. O negro fez uma pose majestosa e depois veio sorriden- te em direção a Max e ao preto elegante. O malandro saldou: - Ogunhê! Salve a Ogum, cabeça coroada. Chegou numa boa hora, mermão. - Pronto. Agora podem ir tranquilos. Não haverá mais perigos, por hoje. Estou com pressa e vou-me embora. Já tem gente em outras paradas me chamando. Max também agradeceu à entidade, que havia acabado de salvar a sua vida. Ogum deu meia volta e saiu em dispara- da. Num instante, sumiu das vistas dos dois. - Quem é mesmo aquele? - Perguntou o jovem. - Aquele é Ogum, um temido guerreiro. É filho de Ie- manjá, e irmão mais velho de Exú e Oxóssi. Mas aqui, ele é mais conhecido como São Jorge. As terças-feiras, como hoje, são os seus dias. - Bem, gostaria de te fazer uma pergunta importante… - Disse o negrão, mudando de assunto. - Manda lá… - Você disse que esta grana vai logo desaparecer e… - Só vai sumir se tu não gastar ou não der a alguém. Tem que fazer caridade, mermão. Tudo que tu der aos po-
  • 23. PHROYBIDO 23 bres, vem de volta em dobro, malandro. - Não posso depositar num banco? - Pra quê? Compra o que tu precisa pra comer, paga as tuas dívidas e divide o resto entre quem precisa, malandro. Vai por mim. Quando precisar de mais, ganhe no jogo. Tu gosta de jogo do bicho? Posso te dar umas dicas. O negrão o esteve analisando. - Engraçado… desculpa, mas você não parece um des- ses caras que sabe das coisas. Mas isso é ledo engano. Confes- so que estou espantado. - Às vezes a maior sabedoria é parecer não saber nada. - Retrucou o preto elegante. - Mas vamos embora, pois que- ro ir para algum bar. Me dá as moedas que tu ganhou. Faço coleção delas. Pouco depois, estavam num bar, no bairro da Encruzi- lhada, no Recife. O malandro pediu para que Max acendesse uma vela branca num canto. Uma garçonete olhou para ele e depois quase que correu para pegar a oferenda. Entregou o objeto na mão do negrão e disse: - Pode pedir. Seu Zé, aqui, tem o que quiser. Eu te vi lá no terreiro. Fiquei… A mulher de cerca de uns trinta anos interrompeu a frase. Baixou a cabeça, como se estivesse envergonhada. O negro perguntou: - Ficou o quê? - Nada não. Nada não. Sente-se. Vai querer tomar o quê? O negrão olhou para o outro, que havia se sentado numa das cadeira do bar, ao seu lado. Nem foi preciso o su- jeito bem-vestido falar. - Uma cerveja clara. Bem gelada. Outra cerveja puro malte para mim.
  • 24. PHROYBIDO24 - Vai tomar as duas de uma vez? - Estranhou a garço- nete. - Não… uma é para o meu amigo aqui. - Não vejo ninguém com o senhor, moço. Me desculpe. Se já está bêbado, não atendemos. Sinto muito. - A outra é pro santo, mulher. - Disfarçou o negrão. O outro gargalhou. Ninguém, a não ser Max, o estava vendo. - Ah, bom. Vou já buscar, viu? Enquanto a mulher não trazia as cervejas, ambos de- ram uma olhada em volta. Havia poucas mulheres no bar. Apenas uma se destacava das demais: uma morena linda e gostosa, de longos cabelos. Bebia sozinha e, de vez em quan- do, esticava os olhos para a rua. Parecia estar à espera de al- guém. O preto perguntou: - Te agrada alguma? - Sim, aquela morena bonita. Mas parece que marcou com alguém aqui. Não tira os olhos da rua. O preto elegante levantou-se, caminhou até a jovem e sentou-se ao seu lado. Ela pareceu não lhe dar a mínima atenção. Nem olhou para ele. Mesmo assim, o cara ficou con- versando com ela um tempão. Ela apenas parecia escutar, de cabeça baixa. Aí, o preto apontou para Max. Ela olhou para o negrão. Devia ter percebido o jovem naquele instante. A gar- çonete acabara de lhe entregar as duas garrafas. Este levantou o copo, oferecendo-o à morena. Ela esteve indecisa, depois fez um aceno positivo com a cabeça. Ele despejou uma garrafa inteira num cantinho de pa- rede, depois levantou-se com a outra na mão. Levou-a, mais seu copo, para a mesa onde a morena estava sentada. O preto elegante, mais uma vez, havia sumido. Max descansou a gar- rafa sobre a mesa e apresentou-se: - Boa noite. Sou Maximiliano, e é um prazer conhecer
  • 25. PHROYBIDO 25 uma jovem tão encantadora. Como se chama? - Michele. Mas advirto que estou esperando alguém. Se ele vier, vou te apresentar como meu primo, pode ser? - Não creio que os homens de hoje engulam essa velha desculpa, Michele. Portanto, se teu namorado aparecer, pode dizer-lhe que eu estive te paquerando e fui afoito o bastante para sentar-me à mesa. - E isso é verdade? Está me paquerando? - Oh, claro que sim. Você é uma morena linda. - E se ele se zangar? - Aí, eu invento uma desculpa qualquer e saio de perto. Não tema. Não vou brigar com ele. - Pois eu preferia sair daqui, antes que ele chegue. Va- mos para outro bar? - Não vai nem querer terminar essa cerva? - Melhor não. Max chamou a garçonete. Pediu a conta, inclusive o que a morena havia consumido até então. Deu uma gorjeta de cem reais à atendente. Ela ficou contentíssima. Roubou- lhe um beijo, mesmo estando perante a morena. Quando ele entrou no carro, a garçonete disse: - Xau, Seu Zé. Apareça. A morena viu as duas sacolas sobre o banco traseiro. Perguntou: - Veio das compras? - Mais ou menos. - Para onde vamos? - Pode ser um motel? - Eeeeeeeiiiiii, que pressa é essa? Vamos nos conhecer melhor. Depois, quem sabe? Meia hora depois, estavam aos beijos de língua. Fogosa, ela apalpou o caralho dele sob a calça. Mediu-lhe a extensão
  • 26. PHROYBIDO26 com o palmo. Aprovou o tamanho. Ela estava de saia curta e ele metia-lhe a mão entre as pernas. Encontrou lá um boce- tão. O bar onde estavam agora era escuro, desses propícios a encontro de casais. A penumbra era instigadora. Mesmo as- sim, ele estava tímido para tentar “avançar o sinal”. Mas olhou em volta e viu que os demais casais não prestavam atenção a eles. Uma jovem, inclusive, não teve vergonha de botar os peitos para fora para que o acompanhante mamasse. Aí Max tocou com a ponta do dedo médio a racha dela. Ela gemeu baixinho e mordeu o biquinho do peito dele. Ela não demorou muito a gozar com o dedo enfiado lá dentro. Quis devolver-lhe o prazer. Escorregou a boca pelo peito dele, até tocar com ela o mondrongo causado pelo pênis. Abriu o zíper com ansiedade e engoliu o caralho do negrão. Este gemeu alto. Um casal olhou em sua direção e sorriu. O cara fez um gesto obsceno, para que ele continu- asse. Max fechou os olhos e ficou curtindo a mamada. Ela punhetava o cacete, enquanto o chupava. Mas estava em má posição. A mesa tinha uma toalha longa, que arrastava no chão. Ela entrou debaixo da mesa. Max havia perdido a vergonha de estar ali, fazendo sacanagens. Ajeitou-se melhor na cadeira e ergueu o rosto, fechando os olhos. Ela continuou chupando-lhe o caralho, depois, de repente, parou. Ele ainda esperou um pouco, em seguida abriu os olhos. O preto malandro estava ao seu lado, com um sorriso safado no rosto. Estava claro pro negrão que a morena agora o estava mamando. - Relaxe. Ela pensa que está fazendo com você. He he he he he.
  • 27. PHROYBIDO 27 4. Uma foda no cemitério Depois de fazer o negrão gozar em sua boca, a linda morena de cabelos compridos disse: - Sinto muito, mas vou voltar para o bar onde estava. Estou esperando o pai do meu filho, para que ele me dê o di- nheiro do mês. Se não vê-lo hoje, vou ter que esperar por sua boa vontade para se encontrar comigo de novo. - Está bem. Te levo de volta até lá. Quando nos encon- tramos de novo? - Não sei. Eu trabalho como enfermeira, vinte quatro por quarenta e oito horas. Muita vezes, quando largo do hos- pital, estou morta de cansaço. - Em que hospital tu trabalhas, Michele? Ela disse. Ele prometeu encontrá-la, qualquer dia. Le- vou a morena de volta ao bar e deixou-a na frente. Ela disse, baixinho: - Ele já chegou. Está ali, tá vendo? Vestido de policial.
  • 28. PHROYBIDO28 O negrão nem quis olhar para o cara. Meteu a mão no bolso, retirou de lá um montante de dinheiro e entregou a ela. - Tome. Mesmo que ele te dê a grana, você pode ficar com essa. - Minha Nossa Senhora!!! Tem muito dinheiro aqui. O que você é… algum assaltante? - Não, morena. Ganhei isso no jogo. Posso ganhar mais. Ela lhe deu um longo beijo, depois disse: - Não deixe de me procurar. Vou ficar te devendo, mas prometo pagar. - Não preciso desse dinheiro, Michele. - Não vou te pagar com dinheiro. - Disse ela, piscando- lhe um olho. Quando ela saiu, Max perguntou ao preto que estava no banco de trás: - E agora, para onde vamos? ******************** Max acordou com alguém lhe chamando. Tocava em seu braço, de leve. - Senhor, acorde. Já estamos fechando. O negrão quase deu um pulo. Estava dormindo no chão de terra batida. A mãe de santo era quem o chamava. Olhou em volta. Só tinha eles no salão. Levantou-se, sacudiu a areia das roupas e perguntou: - O que aconteceu? - Você ainda não está preparado para receber espíritos. Incorporou Zé Pilintra. - Cadê a mulata que estava comigo? A robusta senhora demorou um pouco a responder. Quis saber:
  • 29. PHROYBIDO 29 - Você gosta dela? - Sim, ela é muito bonita e gostosa, se me permite falar assim. - Então, se o motivo de querer vê-la de novo é esse, eu te proíbo de voltar a procurá-la. Ela não é o que você pensa e você vai ficar muito decepcionado. Mas precisa voltar aqui, para que eu possa te preparar para receber novas divindades. Você está carregado, e precisando disso. - Quando devo voltar? - Amanhã, quarta-feira. Mas eu queria um favor teu: antes de vir, traga uma jovem que vai encontrar na Praça do Derby, perto do Centro da Cidade. Vou precisar dela aqui, pode ser? O negrão concordou em trazer a garota, se a encontras- se. Mas a robusta senhora parecia crente de que ele o faria. O sujeito olhou para seu relógio de pulso e viu que já passavam das três da madrugada. Saiu do quadrado de chão de areia, pegou seus sapatos na sala ao lado e saiu das dependências do terreiro. Para a sua surpresa, encontrou o carro da loira que havia conhecido no cassino estacionado na frente. Sorriu. Procurou dinheiro dentro das bolsas que estavam no banco de trás e só encontrou umas poucas notas. Ficou satisfeito. A grana encontrada dava muito bem para ele fazer umas com- pras, pois já começava a faltar comida em sua casa. Ele morava num apartamento modesto, no bairro da Várzea, no Recife, e foi para casa. Tomou um banho demo- rado e caiu na cama. De manhã cedo, foi a um mercadinho próximo de onde morava e fez uma pequena feira. Colocou os mantimentos na geladeira e esteve comendo e assistindo ao noticiário na tevê. Anunciaram uma passeata em direção ao centro do Recife, com concentração na Praça do Derby. Ele sorriu. A robusta senhora era bem informada. Com cer- teza, sabia que a moça estaria ali.
  • 30. PHROYBIDO30 Comeu e foi dormir, pois se sentia cansado. Nunca mais havia feito uma farra, como a daquela noite. Ou tudo não passara de um sonho? Chegou a pensar que o preto ele- gante não existia, que havia sido fruto da sua imaginação. Mas o carro estacionado na frente do condomínio provava o contrário. Dormiu pensando nisso. Quando acordou, estava quase na hora da manifesta- ção marcada para aquela tarde, segundo os telejornais. To- mou um banho rápido e saiu de carro. Estacionou perto da praça e se dirigiu ao centro dela, onde uma jovem bonita e de cabelos ruivos tentava convencer as pessoas, ali reunidas, a caminharem até o Palácio do Governo, para ter uma audiên- cia com o governador. Formavam um grupo de professores que lutavam por reajuste salarial. Estes pareciam não concor- dar com os argumentos dela, de que precisariam pressionar. Notava-se que estavam cansados de luta e, aos poucos, foram deixando o local. O céu estava azul, e não havia nenhuma nu- vem que indicasse que iria chover. Mas, de repente, quando a jovem tentou impedir do povo ir embora, o tempo fechou. Primeiro houve uma forte ventania, que parecia empurrar as pessoas de volta para a praça. Em seguida, viu-se raios e ou- viu-se trovões. Num instante, caiu um temporal nunca visto na cidade. Todo mundo correu para se amparar da chuva, mas ficaram por perto, de onde dava para ouvir o discurso in- flamado da jovem. Ela estava lá, no seu palanque, sem dar a mínima para o temporal. Uma garota, colegial, passou por perto de Max com duas sombrinhas. Ele meteu a mão no bol- so, tirou uma cédula de cem reais e pediu para comprar uma das peças dela. - Estou levando a sombrinha para a minha irmã, se- nhor. E não teria troco para te dar.
  • 31. PHROYBIDO 31 - Não precisa. - Disse ele, pegando uma das sombri- nhas, que estava fechada. Ela recebeu o dinheiro com uma cara feliz. Dava para comprar umas cinco sombrinhas das mais baratas. Logo, o negrão se dirigiu para perto da jovem que discursava. Abriu a sombrinha e a amparou da chuva. Ela agradeceu e continuou a discursar. Aos poucos, as pessoas fo- ram concordando com o que ela dizia. Começaram a se apro- ximar do palanque, mesmo na chuva, e gritaram palavras de ordem. A jovem prometeu: - Se me seguirem até o Palácio do Governo, essa chuva para agora! E o temporal parou imediatamente. Os raios e o vento, também. Todos ficaram impressionados com a coincidência. Resolveram segui-la. Quando parou de discursar, ela disse ao negrão: - Venha comigo. Vou precisar dessa tua sombrinha por perto. Me deu uma tremenda sorte. - Só se me prometer ir comigo a um lugar. - Disse ele, lembrando-se que a mãe de santo o tinha intimado a levar a jovem. - Que lugar? - Perguntou, desconfiada. - O terreiro da Mãe Nanã. Ela sorriu. Disse: - Eu já ia hoje, mesmo, para lá. Mas a Mãe Nanã tem dessas coisas: adora demonstrar seu poder, que ela não me ouça. Vamos até o Palácio. Você me espera e iremos juntos. Está de carro? - Sim. - Veja se consegue estacionar na Praça da República, lá perto. Mas esteja protegido. A polícia do governador vai nos espancar. Mas não tema: eles não te atingirão. - Como pode ter certeza? - Vá por mim. E não vai mais precisar da sombrinha.
  • 32. PHROYBIDO32 Não vai mais chover. Só quando os policiais começarem a reprimir o movimento. Ela não estava se exibindo. Sabia mesmo das coisas. A polícia barrou a aproximação dos manifestantes, do Palácio, e começou a bater. Foi um corre-corre danado. Mais uma vez, caiu um toró infernal, dando chance das pessoas fugirem aos gritos de Fora Temer e outras palavras de ordem. Max estava dentro do carro, quando a jovem entrou. Enxugou os cabelos com uma toalha tirada da bolsa tiracolo e depois estreitou os olhos em direção à multidão. Um raio caiu bem no meio do povo. No entanto, quando a claridade dispersou, Max viu vários policiais caídos. Nenhum manifestante. Ela riu e disse: - Vamos embora. Mãe Nanã nos espera. Quando chegaram ao terreiro, a mãe de santo os espe- rava sentada numa cadeira de balanço, na frente do templo. Duas mulheres estavam de pé, perto dela, e uma delas a aba- nava com um grande abano de palha. Ambas saudaram: - Epahey Oyá! Ela respondeu à saudação e dirigiu-se a Nanã: - Quer falar comigo, Nanã? - Sim. Estou precisando falar com meu filho, Oxumaré. Tenho uma missão para ele. Tem visto aquele ingrato, que nunca mais procurou esta pobre mãe? A moça olhou para o céu. Naquele momento, se forma- va um arco-íris. Ela falou: - Ele está vindo. Já se anuncia, com suas cores no céu. A robusta senhora sorriu. Agradeceu a ela pela infor- mação. Ela perguntou: - Tem onde eu possa trocar de roupas? Estou toda mo- lhada. Preciso tirar essa que estou vestindo. - Pode entrar e fique à vontade. Minhas auxiliares vão te acompanhar.
  • 33. PHROYBIDO 33 Ela disse para o negrão: - Não saia daí. Vou precisar de ti. Ela desapareceu dentro as dependências do terreiro e o negro ficou do lado de fora. A mãe de santo agradeceu por ele ter trazido a moça. Aí, uma jovem bonita, de cabelos multi- coloridos, aproximou-se deles. A velha senhora levantou-se. Saudou-a: - Arroboboi Oxumarê! - E abraçou-se com ela à moda baiana, tocando com os dois lados dos ombros nos dela. A auxiliar que ficou também saldou a jovem, mas sem tocá-la. A moça falou com uma voz tão grave que parecia um homem: - Saluba Nanã. Soube que queria falar comigo. Max não sabia dizer se quem estava ali era um homem ou uma mulher. Ficou com a forte impressão de que o filho da robusta senhora era um travesti. Manteve-se calado. Aí, mãe e filho pediram licença para entrar no terreiro. Teriam uma conversa a sós. Entraram nas dependências do terreiro quando a ruiva saiu toda bonita, de cabelos penteados, blusa vermelha e um short amarelo. Girou em torno de si mesma e perguntou: - Como estou? O short mostrava a polpa da bunda da jovem. O negrão ficou de pau duro. - Está linda. E muito gostosa, também. Disse que ainda vai precisar de mim? - Ah, eu gostaria de comer uns acarajés. Ou, então, al- guns abarás. Sabe onde encontramos? - O que é um abará? - O abará possui a mesma massa do acarajé, porém, ele deverá ser cozido e não frito. Deve-se acrescentar à massa cebola ralada, sal e duas colheres de dendê. É importante en-
  • 34. PHROYBIDO34 volver a massa em pequenos pedaços de folha de bananeira, cozer em vapor e em banho-maria e deixá-lo para ser servido na própria folha. - Nunca comi. Mas sei onde encontrar uns acarajés: no Alto da Sé, em Olinda. Quer ir para lá? Pouco depois, comiam acarajés e abarás numa barra- quinha da feira, no Alto. Ela estava feliz, como se não comes- se aquilo havia um bom tempo. Ele gostou da comida. Então, ela saiu com a pergunta: - Soube que tua irmã está enferma. É verdade? - Infelizmente, ela já faleceu. - Ninguém morre, se eu estiver por perto. - Afirmou ela. - Quer visitar tua irmã? Ele não a levou a sério. Disse que já anoitecia e ele não se sentia à vontade visitando um cemitério àquela hora. Ela insistiu. Terminaram indo ao Cemitério de Santo Amaro, no bairro do mesmo nome, onde a jovem tinha sido enterrada. O lugar estava deserto. Quando ele se ajoelhou perante a se- pultura da irmã, começou a chorar. Quase uivava, de tão alto que se lamuriava da morte dela. A jovem ficou penalizada. Abraçou-se a ele. Dali a alguns minutos, se beijavam arden- temente. Ela disse: - Não chore, amorzinho. Vou trazer tua irmã de volta. Prometo. Mais uma vez ele não acreditou no que ela dizia. Voltou a beijá-la. Ela, porém, abriu o zíper da sua calça. - Quer transar aqui? Não é melhor irmos para um mo- tel? - Não. Tem que ser aqui. Senão, não poderemos des- pertar a tua irmãzinha… Ele se deixou levar pela loucura dela. Também tirou
  • 35. PHROYBIDO 35 seu short, apesar de temer cemitérios. Deram uns amassos, um no outro, e sarraram como dois bons amantes. Ele chu- pou-lhe a boceta, lambendo-a nos pequenos e nos grandes lábios. Ela posicionou-se num meia-nove e passou a chupá -lo também. Ambos gemiam a cada vez que se aproximava o orgasmo. Ele lhe meteu a pica na boceta. Sentiu uma quentu- ra ali quase sobrenatural. Ela, no entanto, pediu para que ele não ejaculasse ainda. Deveria fazê-lo na boca dela. Voltaram a se chupar mutuamente, quando ela disse que estava gozan- do. Pediu que ele gozasse também. De repente, ele virou a ruiva de costas e se pôs atrás dela. Ela se debateu: - Assim, não. Assim, eu não gosto. - Mas eu gosto. - Então, feche os olhos. Te darei o que você quer. Ele o fez imediatamente. Sentiu a pica tocar numa bun- da macia. Uma mão pegou em seu pênis e apontou-o para o buraquinho arroxado. Ele estranhou o cu dela ser tão gelado, em contraste com sua vulva. Mas concentrou-se em ajeitar melhor a cabeçorra naquele ânus. Sentiu a bunda rebolar. Enfiou tudo de vez. Ouviu um grito arrastado. Mas não reco- nheceu a voz da ruiva. Abriu os olhos. Estava fodendo o cu da sua própria irmã.
  • 36. PHROYBIDO36 5. Uma loira taradona Onegrão Max deu um grito e desengatou do cu da irmã. Ela ainda olhou sorridente para ele, depois sumiu no ar, feito assombração. O cara vestiu-se rápido e cor- reu para fora do cemitério, bastante aterrorizado. A rui- va o esperava, sorridente, dentro do carro. Ele reclamou: - Porra, me deixou sozinho lá dentro. Vi o fantasma da minha irmã. Puta que pariu, que medo eu tive! - Então, você teria medo se tua irmã voltasse dos mor- tos, como prometi? - Você pode, mesmo, fazer isso? Achei que estivesse zo- nando da minha cara. - Agora ficou mais difícil. É bem capaz de ela não que- rer te visitar mais, pois você teve medo dela. Mas podemos tentar na próxima semana. Hoje, mais não. E também passou a vontade de trepar contigo. Vamos embora. - Quer que eu te deixe onde?
  • 37. PHROYBIDO 37 - No terreiro de Mãe Nanã, claro. Ela vai querer falar contigo, mas não mencione que estivemos aqui. Pouco depois, chegaram ao terreiro. O filho afetado de Nanã esperava pelos dois, à porta. Dizia-se apressado para ir embora, mas a mãe lhe explicava que ele só poderia partir quando fizesse sol novamente. E já era noite. À noite, não podemos ver o arco-íris. - Vocês me fizeram perder um dia aqui. Eu poderia ir- me embora sem cumprir a promessa feita a minha mãe: te entregar as sementes que ela me pediu. - “Ela” disse com seu vozeirão de macho. - Não sei do que está falando. - Disse o negrão. - Seu Zé não vai mais poder vir. Tu não estás preparado para ele. Então, me pediu que eu falasse com meu filho para te auxiliar na busca de riqueza. Ele quer te entregar algo… O jovem muito parecido com uma mulher, de cabelos multicoloridos como um arco-íris, deu um punhado de se- mentes ao negrão. Disse: - Toma. E planta essas sementes no chão molhado do teu jardim, assim que ver um arco-íris. - Mas eu moro em apartamento, não tenho jardim. - Pegue um pequeno jarro de barro e plante as semen- tes. E cuide bem delas. E não ligue, se alguém te roubar os frutos. Não podes ser ganancioso. Porém, não deixe que te levem o jarro com as sementes, pois estarão perdidas para sempre. Max pegou as sementes, agradeceu, mas não estava en- tendendo nada do que ele disse. - Que vais fazer agora, filho? - Estou com fome. Vou querer comer. - Disse o afemi- nado. - Nós te esperávamos ontem, quando preparamos o
  • 38. PHROYBIDO38 que você mais gosta: um inhame especial, preparado com dendê, coco, mel, feijão fradinho, milho vermelho, cebola e camarão seco socado. - Tudo bem. Contento-me com um pouco de batata doce, feijão fradinho e dendê. Tem? Enquanto a negra parruda entrava, acompanhada da filha ou filho, o negrão se despediu da ruiva. Disse que não iria participar das atividades do templo naquela noite. Estava cansado. Iria para casa, guardar as semente e dormir. Estava mesmo disposto a passar a noite dormindo. No entanto, quando já se dirigia para sua residência, lembrou-se de que tinha que entregar o carro à loira. Por isso, passou em casa, guardou as sementes e depois dirigiu-se para a casa dela. Encontrou-a nua, bicada, assistindo à tevê. Quando o viu, ficou contente. Na verdade, não esperava que ele voltasse com o seu carro. - Cheguei. Achou que eu não traria teu carro de volta? - Juro que cheguei a pensar isso, já que você nem me ligou. Ganhei esse carro num jogo, não tenho apego por ele. Por que não me telefonou? - Achei melhor vir direto. - Não faça mais isso. Eu poderia estar com outra pes- soa. Ele esteve calado, depois entregou as chaves a ela. A loi- ra tinha razão: ele não podia ter nenhuma exclusividade com ela. Inventou uma desculpa qualquer e foi-se embora, apesar da insistência dela para que ficasse. Ainda estava doido para gozar, pois tivera o coito interrompido quando esteve com a ruiva. Lembrou-se da mulata. Apesar da mãe de santo ter pedido para ele manter distância da jovem boazuda, ele não estava disposto a lhe seguir o conselho. Ainda tinha alguma grana no bolso. Pegou um táxi e rumou para o Shopping Ta- caruna, onde havia encontrado com ela na noite anterior.
  • 39. PHROYBIDO 39 Sentou-se na praça de alimentação do shopping e pe- diu uma cerveja. Esteve bebericando e olhando as pessoas que passavam em volta. Uma loira, vestida de vermelho vivo, chegou portando sacolas de compras e ele lembrou-se logo da mulata. A loira olhou para ele, parecendo o ter reconhecido, mas virou o rosto para o outro lado. Procurou um lugar vago para se sentar e não encontrou. O negrão a olhava o tempo todo. Ela se movimentava de forma bem parecida com a mu- lata. Ele lhe fez um sinal, assim que ela olhou em sua direção. A loira aproximou-se, cismada. Ele disse: - Pode se abancar aí na ponta, senhorita. Estou já indo embora. - Só porque eu cheguei? - Ela perguntou sorrindo. De- pois, sentou-se. - Oh, não. É que eu estava esperando uma pessoa, mas acho que ela não vai aparecer. - Loira, morena ou ruiva? - Na verdade, uma mulata. - Não gosta das brancas? - Ela olhava um cardápio. - Até que sim. Mas as brancas não parecem gostar mui- to de mim. - Engano seu. Loiras parecem gostar de negrões de pau enormes e duros. Ele parou para observá-la. Mais uma vez, a conversa estava descambando para sexo, mesmo que ele não tivesse a intenção. Estava realmente cansado, já disposto a pagar a conta e ir embora. Aí, aparece aquela loira gostosa o incitan- do ao sexo, como a mulata. Achou muita coincidência, mas arriscou a pergunta: - Você é da Umbanda? Da Pomba Gira? Desculpa per- guntar, mas acho muita coincidência… - Qual coincidência? - Perguntou ela, com um sorriso
  • 40. PHROYBIDO40 sonso nos lábios. - A pessoa que eu esperava encontrar aqui é da Um- banda. Você age tal qual ela. Ela riu gostosamente. Ele sentiu um arrepio no couro. Ela pegou em suas mãos, olhando-o bem dentro dos olhos, e sussurrou: - Todas as mulheres a fim de sexo se parecem. Eu não poderia ser diferente. Mas odeio homens broxas, se me en- tende. Ele esteve mais desconfiado ainda. No entanto, seu pau ficou duro no mesmo instante. Ele arriscou: - Pegue disfarçadamente em meu cacete agora, para ver se eu sou broxa. Ela sorriu. Levantou-se e saiu da mesa. Mas deixou as suas coisas sobre ela. Demorou-se uns dez minutos ausente, depois voltou sorridente. Aproximou-se de Max e ficou a um palmo dele, com a boceta quase encostada em seu ombro. Dobrou um pouco o corpo, até poder cochichar-lhe ao seu ouvido: - Agora, estamos em igualdade de condições. Tirei mi- nha calcinha, que estava me incomodando. Meta, discreta- mente, a mão entre as minhas pernas. Verá que já estou mo- lhadinha. Mas quero pegar em teu caralho, também. Menos de meia hora depois, estavam no mesmo motel onde o negrão havia levado a mulata. Dessa vez, ele não ne- gou fogo. Nem bem entraram, ela agarrou-se com seu pau e não quis mais soltá-lo. Mamava-o como se fosse uma exímia profissional. Max gozou a primeira vez na boca dela. Mas ela não parou de chupá-lo. A mulher era fogosa demais e Max te- mia broxar antes que ela ficasse satisfeita. E ele mesmo ansia- va por uma boa comida de cu. Virou-a de costas, tal qual fez com a ruiva. Ela não se fez de rogada: lubrificou seu próprio
  • 41. PHROYBIDO 41 cuzinho com saliva e entregou-se para ele. Ele meteu naquele rabo gostoso até anunciar seu gozo. Aí, ela retirou-se do seu pau e caiu de boca, novamente. Ele gozou em sua goela pela segunda vez. O pau quis murchar, mas ela esfregou a sua pica entre os seios, até ele sentir tesão de novo. O negrão gozou pela terceira vez. Caiu de lado, pois estava de joelhos na cama, perante a loira. Ela não soltou seu pênis. Continuou masturbando-o, até que ele gozou mais uma vez.
  • 42. PHROYBIDO42 6. Reencontro com a mulata boazuda Aloira chupou Max até que ele não tivesse mais uma gota de esperma sequer. O cara ficou destruído, na cama. Ela, no entanto, estava feliz. Lambia os beiços como se tivesse feito a melhor refeição do mundo. De- pois, deitou-se ao lado dele sorridente e logo adormeceu. Max continuou resfolegando. Quis ir ao banheiro e não conseguiu se levantar, pois suas pernas estavam bambas. Era como se ela lhe tivesse drenado toda a energia do corpo. Mas, a vontade de mijar lhe deu forças. Saiu engatinhando penosa- mente, até alcançar o vaso sanitário. Porém, não conseguiu se levantar para fazer pipi dentro. Mijou ali, no chão, e sentiu- se aliviado. Depois, voltou para a cama. Com muito esforço, conseguiu subir no leito. Adormeceu logo em seguida. Nem bem amanheceu, ele sentiu uma vontade enorme de voltar para casa. Não. De se afastar da loira. Ela dormia
  • 43. PHROYBIDO 43 tranquilamente, mas inspirava algo de maléfico. Suspirou ali- viado quando percebeu que havia readquirido as forças das pernas. Foi ao banheiro andando, deu sua mijadinha matinal e voltou para a cama. Ela dormia de bunda para cima, talvez o convidando para mais uma trepada. Ele, no entanto, não estava mais afim. Queria sair dali. Levantou-se e vestiu suas roupas. Pensava em deixá-la e ir embora, depois de pagar a conta do motel. Ela, no entanto, se acordou. - Oi, amor. Já vai? Ia me deixar sozinha? Vamos dar a saideira… - Oi. Infelizmente, já estou atrasado para o trabalho. - Mentiu – Não posso me demorar mais. - Olha, eu vou querer que você me leve em casa, tá? Não trouxe meu cartão, por isso não posso pegar dinheiro num caixa eletrônico. - Hoje em dia, bastam as digitais para se tirar dinheiro. - Sim, mas eu deveria saber de cor meu número da con- ta e eu não o sei. O negrão ficou sem mais argumentos. Teria mesmo que levá-la em casa. O dinheiro que tinha no bolso era cur- to, e ainda teria de pagar o motel e um táxi. Esperou ela to- mar um banho e vestir a roupa vermelhíssima enquanto ele pagava a conta. Saíram juntos, num táxi chamado pelo mo- tel. Logo, estavam num trecho de favelas, no bairro de Santo Amaro. Ela falava, cada vez que encontrava algum grupo de rapazes mal-encarados, enquanto transitavam por uma ruela apertada: - Eles estão me levando em casa. Não mexam com eles. Deixem-nos voltar sem problemas. Max e o taxista estavam preocupados. Haviam entrado numa bocada perigosa da comunidade daquela vila. O taxis- ta resolveu-se a não seguir mais nem um centímetro adiante.
  • 44. PHROYBIDO44 - Tudo bem. Eu moro naquela casa, amor – disse ela, apontando um casebre – e você pode vir aqui a hora que qui- ser. É só procurar por Quitéria. - Ela é tua irmã? - Quis saber o negrão, lembrando-se de que a mulata também se chamava Maria Quitéria. A loira desceu do táxi e saiu rebolante, sem responder a pergunta dele. Jogou-lhe um beijo na ponta dos dedos. E sumiu dentro do barraco que indicou. O motorista aviou-se a sair dirigindo para trás, da rua, ainda apavorado. Quando chegou na Avenida Norte, ali per- to, suspirou aliviado. Disse: - Porra, não sei como conseguimos sair ilesos, cara. Aquilo ali é uma bocada quente, não sabia? - Sabia, sim. Mas não consegui pedir que você não en- trasse no beco. - Eu senti o mesmo, cara, como se alguém me empur- rasse para aquela favela. Queria dizer que não ia, mas não conseguia. Não valia a pena ir ali por uma mulher tão feia. - Do que você está falando? A loira é linda e gostosa. Não percebeu? - Tu deve estar doido, cara. Aquela mulher é horrível e velha. Tu deve ser algum gigolô, para estar com ela. Max não contestou. Estava achando tudo aquilo estra- nho. Pediu para o cara rumar para o bairro da Várzea, onde morava. Deu-lhe os últimos trocados que tinha no bolso, mas não foi suficiente para pagar a corrida. Pediu que ele es- perasse, subiu ao seu apartamento e pegou algumas cédulas de cem reais. Deu-as ao taxistas, que ficou desconfiado. Per- guntou: - Isso não é dinheiro fácil não, né cara? Não quero me complicar depois. - Isso foi dinheiro de jogo. Mas pode chamar de carida- de. Pode ficar com ele sem medo.
  • 45. PHROYBIDO 45 O sujeito esteve indeciso, depois pegou a grana. Tinha quase quinhentos reais. Sorriu satisfeito, apertou a mão do negrão e agradeceu. Foi embora. Max olhou para o céu e viu um lindo arco-íris, como ele jamais tinha visto. Lembrou-se das sementes recebidas do boiola. Voltou ao apartamento e tratou de plantá-las num jarro e coloca-la na varanda do seu apê. Só depois, entrou no banheiro e tomou um banho de- morado. Não conseguiu tirar da cabeça as palavras do taxista sobre a loira. Mas a imagem que tinha em sua cabeça era a de uma mulher belíssima e gostosa. Nunca havia trepado com uma tão bela. E tão loira. Adormeceu pensando nisso. Acordou horas depois, com uma imensa vontade de voltar à casa dela. Por mais que resistisse, a vontade não di- minuía. Pegou algum dinheiro, que ainda restava na bolsa que trouxera do cassino, e vestiu-se para ir de novo à fave- la. Pensou no que a Mãe de Santo havia dito sobre a mulata, mas… a loira não era mulata, óbvio. Pegou um táxi e voltou a Santo Amaro. Desceu na entrada da favela. Entrou resoluto, sem encarar os sujeitos que encontrava pelo caminho. Um perguntou: - Vai para onde, otário? - Vou à casa de Quitéria. Ela disse que eu podia vir aqui se medo. - Tem alguma caridade para nós? - Ele meteu a mão nos bolsos. Estremeceu quando não encontrou nenhum dinheiro neles. Mas não perdeu a cora- gem: - Deixei todo o dinheiro que tinha no táxi. Fico deven- do a vocês. - Os três sujeitos que o interpelaram, riram. Deixaram- no passar, mas Max percebeu que ficaram fazendo gozações com ele. Apressou os passos, até chegar à porta onde a loira tinha entrado. Bateu na velha porta de madeira. Demorou, para uma senhora velha e encarquilhada vir atender.
  • 46. PHROYBIDO46 A mulher era muito feia e magra. Tinha a tez escura e os cabelos encarapinhados. Ela assustou-se, quando o viu: - O que o senhor quer? - Quero falar com Quitéria. Ela olhou fixamente para ele. Disse: - Acho que te conheço de algum lugar. - Acho que não, senhora. Eu me lembraria. - Quer falar com a Quitéria loira ou a mulata? - Existem duas? - Existem quantas você quiser. Ele esteve indeciso. Depois, disse: - Quero falar com a mulata. A velha senhora sorriu, depois o convidou a entrar e sentar-se numa velha poltrona toda esburacada. Pediu licen- ça e entrou num quarto. Demorou uns vinte minutos, antes dele sentir o cheiro de perfume barato. Em seguida, a mulata que ele conheceu no Shopping Tacaruna apareceu, toda ves- tida de preto e vermelho, muito bonita e gostosa. Alegrou-se ao vê-lo. - Maximiliano. Que surpresa. A que vem? - Coincidentemente, ontem conheci tua irmã. Trouxe -a aqui logo cedo. Cadê ela? A mulata titubeou, antes de responder: - Ela saiu. É só com ela? - Na verdade, eu queria mesmo te ver. Te agradecer por ter me levado ao Terreiro e saber por que não me esperou. - Mãe Nanã mandou-me ir embora. Não quis afrontá -la. Pediu para que eu não te procurasse mais. Mas você veio até mim e eu fico muito contente. Resolveu o teu problema? - Sim. Consegui, finalmente, ter ereção. - Mostra. - E a senhora que foi te chamar? - Não se preocupe, ela não nos incomodará. Vai, mos-
  • 47. PHROYBIDO 47 tra o caralho mole. Não estava mole. Deu trabalho o negrão tirar das cal- ças, de tão duro que estava. Ela arregalou os olhos. Disse: - Me deixa chupá-lo. Desde aquela noite, fiquei com vontade de engolir a porra dele. Max apenas se ajeitou melhor na poltrona. Ela quase se jogou entre suas pernas e agarrou com gana seu enorme cacete. Chupou-o com gula, como se houvesse tempos que não mamava num caralho. O negrão percebeu que ela tinha a mesma técnica da loira e não demorou muito a gozar pela primeira vez na boca dela. Mas ele queria mesmo era foder- lhe o rabo pronunciado. Tirou o short preto que ela usava. Virou-a de costas. Ela lançou fora a blusa curta, vermelha, que vestia. Empinou a bunda para ele. Ele a lambeu ali, mas sentiu um cheirinho de sujeira. Não se incomodou, doido que estava para foder um cu. Quando viu que ela já estava lubrificada, fincou-lhe a peia. Ela gemeu de prazer. Ele come- çou os movimentos de cópula. Ela gemeu alto: - Uhmmmmmm… quando estiver para gozar, me diga. Ele continuou fodendo-lhe o cu. Era quente e muito apertado. Mas ele já lhe fincara todo o caralho. Este, apesar de grande e grosso, escorregava como se o ânus dela estivesse untado de manteiga. Ela se tremia toda, gozando. Ele anun- ciou: - Vou gozar. Porra, vou gozar gostoso de novo… Ela virou-se rápido e abocanhou sua pica. Ele se der- ramou em esperma imediatamente. Mas ela continuou chu- pando-o, até que ele gozou na boca dela várias vezes.
  • 48. PHROYBIDO48 7. Um arrocho de cu gostoso Primeiro, Max fechou os olhos e ficou curtindo a chupada nopau.Depois,algolhediziaquedeveriaevitargozarmais uma vez na boca dela, antes que fosse tarde. Atendeu aos seus instintoseabriuosolhos.Oqueviu,fê-lodarumgritodesusto: Uma velha horrível, desdentada, mamava-lhe o cace- te. Ele deu um pulo e se livrou dela. Ela continuou sorrindo, zombeteira. O negrão procurou rapidamente, no quarto con- tíguo à pequena sala, e não viu mais ninguém dentro de casa. Nem a loira nem a mulata. Vestiu-se às pressas e correu para fora do casebre. Uns caras tentaram impedir sua saída, mas um negrão forte, apesar da idade já avançada, gritou: - Deixem-no ir. Eu o acompanharei até fora da favela. Foi imediatamente obedecido pelos caras. O preto ve- lho pegou no braço de Max e o encaminhou pela ruela estrei- ta, com todos rindo dele.
  • 49. PHROYBIDO 49 - Não ligue, todos já passaram pelo que você acaba de passar. - Que pôrra foi aquilo? - A velha tem parte com Pomba Gira. Consegue ca- muflar-se, para enganar os amantes. Ela se alimenta de porra para ficar cada vez mais jovem e bela, para adquirir a forma feminina que desejar. Eu já fui escravo dela por anos, meu filho. - Puta que pariu. Ainda estou apavorado. Obrigado, se- nhor. Devo-lhe muito. - Não me deve nada, se resistir à vontade de voltar aqui novamente. Vá-se embora e nem olhe para trás. Max botou as mãos nos bolsos, intencionado a dar al- gum dinheiro ao velho, mas não encontrou nada neles. Mais uma vez, estava liso. Teria de andar dali até sua casa, uma caminhada longa. Aí, lembrou-se da garçonete do bar da Encruzilhada, onde conhecera a morena bonita. Pediria uns trocados pro ônibus, a ela. Torcia para encontrá-la trabalhan- do, àquela hora cedo da tarde. Ela estava lá. Ficou contente, quando o viu. No entanto, foi logo dizendo: - A morena não está aqui. Acredito que não venha hoje. Mas, se quiser, posso te dizer onde ela mora. Somos quase vizinhas. O negrão falou a que veio. A garçonete lhe emprestou cinquenta reais. Disse já ter gasto o resto do que ele lhe deu. Ele disse que devolveria o dinheiro ainda naquele dia. Ela pe- diu que ele viesse por volta das dez da noite, que é quando ela largava do bar. Ele agradeceu e se despediu dela. Ela lhe roubou, novamente, um beijo. Ele olhou mais detidamente para a garçonete. Não era mulher de se jogar fora. Tinha uma carinha sapeca, de quem é uma pessoa sempre alegre. Estava de saia curta, exibindo suas pernas grossas. Da outra vez, ela
  • 50. PHROYBIDO50 estava com uma calça folgada e ele, mirando a morena, não havia prestado atenção a ela. Voltaria, sim, mais tarde. Pegou um táxi que estava estacionado perto do bar e foi para casa. Quando lá chegou, a primeira coisa que notou foi uma planta brotando do jarro de cerâmica. Suas pequenas folhas já procuravam a luz, em tão pouco tempo de plantada. Sorriu e foi tomar um banho. Se sentia enojado da boca da Pomba Gira. Estava decidido a não voltar mais lá. Comeu alguma coisa e deitou-se, se pondo a pensar. Quase sentia na pica a chupada dada pela morena. Pena que o Malandro havia se metido na foda. Mas não tinha raiva dele. Gostara do cara. Ele tinha conversado algo no ouvido da morena, por isso ela o percebeu depois. Então, devia ao sujeito aquela gos- tosa chupada. E não teve nenhum atropelo com ela, depois da foda. Aliás, sentia vontade de meter com ela, ver se era tão boa na cama como era de felação. Adormeceu pensando nisso. Acordou sem sobressaltos, e olhou para o relógio. Ain- da ia dar oito da noite. Tomou mais um banho, botou sua melhor roupa e pegou algum dinheiro na bolsa que trouxera do cassino. Havia uma boa grana, lá. Pegou o suficiente para uma noitada de farra. Chamou um táxi e se dirigiu ao bairro da Encruzilhada. Quando chegou lá, a garçonete parecia es- perá-lo. Estava sentada a uma mesa e bebia sozinha. Ficou fe- liz quando o viu. Levantou-se, foi até ele e deu-lhe um longo beijo nos lábios. Depois, pediu que ele se sentasse perto dela. Não demorou muito e estavam aos amassos. Ela tinha seios pequenos e boceta enorme. Um garçom, que a havia rendido no bar, pediu que eles fossem mais discretos, pois os clientes estavam de olho. Ela sugeriu: - Vamos para a minha casa? Lá, poderemos ficar mais à vontade. Moro sozinha.
  • 51. PHROYBIDO 51 Eles foram. Ele quis pegar um táxi, mas ela disse que morava perto. Dava para ir a pé. Cerca de vinte minutos de caminhada, depois, passavam por uma vila bem simpática, no Largo do Rosarinho. Ela mostrou uma casinha simples da rua: - É ali que mora Michele. Ela deve estar em casa, pois a luz da sala está acesa. Quer dar uma passada lá? - Prefiro não. Quero estar mesmo com você. Como é mesmo teu nome? - Rosa. Alguns me chamam de Flor, principalmente lá, no bar. - Você não tem filhos, Rosa? - Tenho, sim. Mas estão com meu ex marido. Eu bebia muito. Tive que procurar o Terreiro de Mãe Nanã, para largar o vício. Hoje, bebo com parcimônia. Mas meu ex não confia que eu esteja com meus filhos. Tenho gêmeos. Choro muito, quando penso neles. - Disse ela, pela primeira vez triste. - Por que não luta por eles na Justiça, Rosa? - Porque não tenho dinheiro para sustentá-los. Ganho muito pouco, no bar, sabia? Mal dá para o meu sustento. O negrão botou a mão no bolso. Tirou de lá um tufo de dinheiro e, sem contar, entregou a ela. Ela ficou assombrada com tanta grana. Agarrou-se a ele e deu-lhe um demorado beijo. Chegaram diante da casa dela. A rua era deserta, com muitas casas grã finas por perto. Nem bem ultrapassaram a grade que separava o terraço da porta de entrada, ela tirou as suas roupas. Ele temeu passar alguma pessoa na rua, mas ela disse que não ligava. Estava tão feliz que foderia no meio da rua. Tirou as calças do negrão e elogiou o enorme caralho. Caiu de boca nele. Chupou-o, até que ele avisou que estava para gozar. Então, ela tirou a própria roupa e encostou-se na grade fechada do terraço. Pediu para ele comer-lhe a boceta. Perto de gozar, o negrão derramou porra na boceta dela, assim que encostou a pica na racha. Ela choramingou
  • 52. PHROYBIDO52 de decepção, mas voltou a lhe chupar o pau. Demorou pouco a ele estar em ponto de bala, de novo. Ela voltou a se encostar na grade e ele lhe deu rola. A vagina dela era quente e enchar- cada. O negrão demorou, desta vez, a gozar. Foi preciso que ela pedisse: - Goza, meu preto malandro. E me faz gozar esporran- do em minha xana. Ele, no entanto, virou-a de costas. Ela segurou na gra- de e empinou o bundão. Ele lambuzou o buraquinho com o próprio gozo dela e encostou a cabeçorra ali. Ela mesma enfiou-se ate o talo no enorme caralho dele. Pediu que ele lhe fodesse o cu. - Aaaaaahhh, me fode gostoso. Arromba meu cu. Me faz delirar, vai… O cu dela era muito apertado. Ele nunca tinha sentido um arrocho de cu tão gostoso. Prendeu-se para não gozar logo e meteu-lhe pica. Quando gozou, foi tanta porra que ele mesmo se espantou. Nunca tinha gozado tanto assim. Ela re- tirou-se do cacete dele e voltou a mamá-lo. Depois, lambu- zou-se de porra pelo rosto, pelos seios e até pelo umbigo. Em seguida, pegou suas roupas e as dele e abriu a porta da casa. Espantou-se quando viu os gêmeos dentro da residência, sentados no sofá, no escuro, com a tevê desligada. Falaram ao mesmo tempo: - Mãe Nanã pediu que voltássemos para casa. Que já estava na hora de voltarmos a morar com a senhora.
  • 53. PHROYBIDO 53 8. Fodendo outro na frente do ex-marido Rosa correu para perto e abraçou os filhos, choran- do. No entanto, percebeu que eles estavam diferen- tes. Ela compreendeu. Disse, fazendo uma reverência: - Bejiróó! Oni beijada. Eles são dois! Salve os que são crianças. O negrão ficou sem saber o que fazer. Os dois guris dis- seram ao mesmo tempo: - Ajoelhe-se perante os Erês. Viemos trazer uma men- sagem de Oxumarê. Max, agora mais acostumado com a intervenção dos orixás, ajoelhou-se. As duas crianças se levantaram do sofá e se aproximaram dele. Pegaram, cada um, em uma mão do negro. Disseram, ao mesmo tempo:
  • 54. PHROYBIDO54 - Oxumaré quer falar contigo. Gostou muito de você. Pediu que você o encontrasse, quando houvesse novo arco-í- ris, na casa de Nanã Buruku. - Está falando do filho bicha dela? Não sou chegado a homossexual. - Oxumaré não é boiola. Ele é homem, mulher e o que quiser. Ele ter gostado de ti é uma honra. - Continuaram fa- lando os dois, ao mesmo tempo. - O que ele quer comigo? - Quer te livrar de Phroybido. Para sempre. - Ih, agora fodeu. Quem é esse tal de Proibido? - Phroybido, com PH – falou um – é um espírito mal- doso e poderoso, que odeia todos os orixás. - Esse espírito se apoderou de você e está prejudicando a tua saúde. - Disse o outro. - É preciso que seja arrancado de ti. - Disseram os dois ao mesmo tempo. - Podem me contar melhor essa história? Mas não fa- lem ao mesmo tempo. Isso me confunde. - Começa tu, Cosme. - Disse um dos gêmeos. - Não. Melhor que você comece, Damião. - Insistiu o outro. - Está bem, eu conto. Mas ele terá que nos prometer uns doces e uns brinquedos. - Está prometido. - Afirmou o negrão. A mãe dos garotos permanecia ajoelhada, perto do ne- grão, de cabeça baixa, como se não se atrevesse a mirar o ros- to das crianças. - Nos tempos antigos, não se sabe de onde, um orixá apareceu diante dos povos da Guiné, à procura de Olorum. Ele, Olorum, era rei da Guiné e regiões vizinhas, e foi o cria- dor do mundo, passando a residir no firmamento. Olorum,
  • 55. PHROYBIDO 55 ao contrário de todos os outros orixás, não “baixa” para nin- guém. Não participa do cerimonial da Umbanda, não exige oferendas nem comidas caprichadas ou vestimentas espe- ciais. Na verdade, Olorum está acima dessas e de outras ne- cessidades materiais. Olorum não é homem nem mulher, não tem características humanas, nem se envolve nos problemas do dia-a-dia. Sua única ligação com os homens acontece por intermédio dos orixás e do arco-íris – que, segundo a lenda, ele criou especialmente para esse fim, em apenas quatro dias. - Pois bem, - intrometeu-se na conversa Cosme – por não fazer parte da esfera humana, Olorum nunca havia sido visto na terra. Por isso, Phroybido nunca conseguiu encontrá -lo. Ele queria desafiá-lo para um duelo, para provar o quanto era poderoso. Os orixás ficaram injuriados com sua arrogân- cia e tentaram expulsá-lo da aldeia. Pegaram-no adormecido, após fazer sexo com a mais bela aldeã, e bateram muito nele. Botaram-no para correr, mas ele jurou voltar. - E fez isso. - Retomou a palavra Damião. - Mas não se atreveu a lutar contra todos os orixás ao mesmo tempo. Foi desafiando um por um, sem que os outros soubessem do duelo, e venceu a todos. Só faltava derrotar Oxumarê. Este, mais esperto, desapareceu da aldeia. Dizem que foi passar um tempo no céu. Quando surgiu o primeiro arco-íris, Oxu- marê voltou. Reuniu todos os orixás e os convenceu a ataca -lo, todos de uma vez. - O guerreiro chamado Phroybido foi derrotado, e teve sua cabeça separada do corpo. Antes de morrer, no entanto, jurou que voltaria de novo, para enfrentá-los. - Disse Cosme. - Reza a lenda que O Phroybido perde a memória por cem anos, por estar procurando sua cabeça. Depois retorna, para derrotar os orixás. Este ano, é o ano da sua volta. - Afir-
  • 56. PHROYBIDO56 mou Damião. - Não estou entendendo bem o que isso tem a ver co- migo. - O Phoybido precisa de um humano para incorporar, e desta vez escolheu você. Ele está, aos poucos, readquirindo a memória. E também a ereção, para copular com todas as mulheres que quiser. Por isso, você não consegue se lembrar de muitas coisas acontecidas. Desta feita, ele foi conjurado por alguém, e vai vir mais forte. - Falaram os dois garotos ao mesmo tempo. Max esteve pensativo. Depois, perguntou às crianças: - Vocês sabem quem o conjurou? - Não sabemos – disseram ao mesmo tempo – mas Oxumarê pode descobrir. Por isso, quer ficar ao teu lado por um tempo, para saber quem o chamou desta vez. Portanto, você deve ir à casa de Mãe Nanã Buruku hoje mesmo, e ficar lá até que chova pela manhã. E não faça sexo com mais nin- guém, a não ser com Oxumarê. Isso te deixará mais forte e dificultará o domínio do teu espírito, por Phroybido. Rosa ficou triste por se separar do negrão, mas disse: - Vá, amor, pro Terreiro. Outro dia nós repetimos a... diversão. Os dois meninos estremeceram e saíram do transe. Fi- caram surpresos, ao ver o negrão dentro de casa. É que os Erês haviam abandonado os corpos deles. Perguntaram: - Quem é esse, mamãe? Bem que papai disse que a se- nhora vivia trazendo machos para dentro de casa. - Esse é o nosso salvador, meus filhos. Vai nos ajudar a ficarmos juntos, sem precisar da caridade do teu pai.
  • 57. PHROYBIDO 57 As crianças se abraçaram com o negrão. Disseram que sempre quiseram morar com a mãe, mas o pai não deixava. Naquela noite, o pai lhes parecia um zumbi. Deu banho ne- les, colocou-lhes as melhores roupas e os trouxe para a casa da garçonete, abrindo a porta com uma cópia da chave. Pe- diu que eles não ligassem a luz, nem a televisão, dizendo que o aparelho era obra do Demônio. E foi embora, fechando a porta a chave, tão zumbi quanto viera. Pouco depois, o negão se despediu de todos e foi-se embora. Pretendia ir direto para o Terreiro mas encontrou a morena que conhecera no bar, algumas casas depois. Essa ficou feliz, mas desconfiada, ao vê-lo. Ele explicou que havia trazido a garçonete em casa. Que lhe ficara devendo uma gra- na, da última vez que esteve no bar, e voltara para pagar. - Mas você não trepou com ela, não é? Essa mulherzi- nha dá em cima de todos os maridos das outras. Inclusive, do meu ex. Nós nos deixamos depois que o flagrei com ela. - Oh, não. Apenas fui pagar-lhe o que devia – mentiu ele – aí ela me pediu para trazê-la aqui. - Acredito em você. E gostaria de ficar contigo, hoje, mas meu ex-marido vai trazer uns brinquedos para meu fi- lho. Mas, não acho que ele venha, mesmo. Porém, não quero que ele te encontre aqui em casa. - Tudo bem. Se ele não trouxer, amanhã de noite eu te trago uns doces e uns brinquedos para o teu filho. Qual a idade dele? - Tem dez anos. Aí, um cara fortão, bem mais do que o negrão, se apro- ximou do casal. Perguntou, com raiva: - Quem é esse? A morena se assustou, pois não o tinha visto chegar. Gaguejou:
  • 58. PHROYBIDO58 - Esse é meu primo, que veio me fazer uma visita. Mas já está indo embora. - Primo, porra nenhuma. É algum macho teu. Entre, antes que eu te dê umas tapas. - Você não é mais meu marido. - Mas ainda pago casa e comida para você e teu filho. E tu, filho da puta, suma da minha frente, antes que eu te dê uma surra! Max não quis brigar com o cara. Até porque ele dava dois dele. Ia se afastar, sem nem se despedir da morena, quando ouviu uma voz rouca dizendo: - Peça desculpas a meu homem, antes que EU te dê uma surra. Era o filho (ou filha?) de Nanã Buruku. Estava cada vez mais parecido com uma mulher, a despeito da voz grossa. E estava linda, com seus esvoaçantes cabelos multicoloridos. O sujeito fortão riu, zombeteiro: - Quem vai me dar uma surra, você e mais quantas? A mulher não se alterou. Pareceu ter desenrolado da cintura uma fita tão multicolorida quanto os seus cabelos, e a atirou sobre o cara. A fita se enroscou no pescoço do fortão e o sufocou quase que imediatamente. Michele deu um gri- to medonho. Ela estava vendo o mesmo que o negrão: uma enorme serpente enrolada no sujeito. A morena tinha pavor a cobras. Correu para dentro de casa. A rua, no entanto, estava deserta, como se ninguém ouvisse o que estava acontecendo ali. A serpente dominou o fortão e depois o arrastou, sem esforço aparente, para dentro da casa da morena. Ela gritava apavorada, agarrada com o filho. O menino estava assustado, como se não visse o que apavorava a mãe. Perguntou várias
  • 59. PHROYBIDO 59 vezes a ela o que estava acontecendo. O pai dele, no entanto, já estava roxo do aperto da serpente. Antes do sujeito des- maiar, porém, a jovem dos cabelos multicoloridos fez um gesto e a serpente sumiu. Mas o cara ficou teso, como se ain- da estivesse sendo atacado e enrodilhado pelo réptil. A moça de cabelos multicoloridos ordenou: - Sente-se numa cadeira. E vocês – dirigiu-se à mãe e ao filho – durmam. ******************** Quando o sujeito recuperou o fôlego, viu o casal abra- çado e se beijando, de forma voluptuosa. Ele arregalou os olhos e vociferou: - Sua puta safada. Eu bem que sabia que você me bota- va chifres. Deixem eu me soltar, que acabo com os dois. Max parou u pouco para olhar para o cara. Estranhou ele dizer aquelas coisas. Mas o filho de Nanã explicou: - Ele está nos vendo transar, achando que você está fo- dendo a mulher dele. Ela e o filho dormem. Podemos dar vazão aos nossos desejos. - Você é homem ou mulher? - Arriscou perguntar o negrão, mas sem evitar ser beijado pelo travesti. - Eu sou o que você quiser. Pegue em minha xoxota e tire suas dúvidas… Ele levou a mão ali, temeroso de encontrar uma trolha por baixo da minissaia dela. Achou uma vulva enorme e mo- lhada. Abaixou-se e a beijou ali. - Chupão safado. Era bom que te caísse a língua. - Gri- tou o ex de Michele. - Não dá para calá-lo? Ele vai incomodar a vizinhança. - Disse Max, temendo que ele chamasse a atenção da garço- nete, vizinha da morena. - Ninguém mais, além de nós dois, o está ouvindo. Mas
  • 60. PHROYBIDO60 posso calá-lo. Ela fez um gesto e o cara ficou mudo. Gritava, mas o negrão não conseguia ouvi-lo. Michele e o filho dormiam tranquilamente numa cama. Max ainda se sentia meio estranho, garanhando com a jovem. Mas, aos poucos, foi se soltando. A boceta dela era quente e molhada, e ele a chupou com gosto. Quando ela co- meçou a gozar, agarrou-se a ele, e o cara teve a impressão de que era abraçado por uma jiboia, tal era a força que ela impri- mia, com as pernas e com os braços, no corpo dele. O ex-ma- rido de Michele ainda vociferava, mas ninguém lhe prestava atenção. Então, ela fez com que o negrão se levantasse e se ajoelhou aos seus pés. Aí, sim, ele teve maior impressão de que uma cobra enorme lhe engolia o pênis, quando ela me- teu a boca ali. Ia sugando a haste aos poucos, e ele sentia um indescritível prazer. Gemeu alto. Ela disse: - Não se prenda para gozar. Quero toda a tua porra dentro da minha goela. Vou precisar dela para ficar mais for- te e vencer o guerreiro antigo, o temível Phroybido. Ela já não falava grosso. Sua voz era melodiosa e femi- nina. Aí, ela deitou-se no chão e girou sobre o próprio corpo, como uma serpente. Então, ele percebeu que ela tinha duas vulvas, uma acima da outra. Ele podia escolher onde meter seu enorme falo. Escolheu a boceta de cima, para saber a sen- sação de introduzir ali. O órgão era muito apertado, e ela ge- mia gostoso a cada estocada. Ele retirou o pau dali e o enfiou na outra reentrância. Era tão apertada quanto a anterior, mas ela estava mais encharcada por ali. Ainda curioso, ele a virou de costas. Surpreendeu-se quando não achou um cu. Ela se enroscou de novo no corpo dele e se atracou com seu pênis, dessa vez simulando um meia-nove. Aí, o negrão gozou tanto que quase não parou de verter sêmen.
  • 61. PHROYBIDO 61 Sentiu-se leve, depois de gozar. Já não sentia o toque da boca dela. Percebeu movimentos ao seu lado. Aí viu, também deitados no chão, um casal fodendo. Era ele próprio, meten- do na filha de Nanã Buruku. Mas a moça foi mudando de forma, a cada socada, transformando-se na sua falecida irmã. Ela estava sorridente, levando rola e olhando para o negrão.
  • 62. PHROYBIDO62 9. Fodendo a própria irmã Onegrão tentou se levantar, para ir de encontro à irmã, mas não conseguiu. Além de fraco, suas vistas escu- receram. A cabeça girou e ele esteve algum tempo incons- ciente. Despertou sentindo a maresia. Estava deitado numa praia deserta, em plena noite, e sentiu as ondas molharem seu corpo nu. Abriu os olhos e olhou em volta. Estava cer- cado de roupas, velas, alimentos e flores como rosas, palmas brancas, orquídeas e crisântemos brancos. Havia muitas flo- res boiando no mar. Então, viu movimento nas águas. Elas estavam revoltas, como se fossem principiar um maremoto. Levantou-se, pronto para correr dali. Mas ficou petrificado quando algo se ergueu do mar, como uma onda gigantesca, não muito longe da praia. De repente, a onda deu lugar a uma figura feminina de meia idade, totalmente nua. Era uma mu- lher belíssima, e parecia grávida. Saiu das águas, sorridente, e caminhou em direção ao negrão. Parecia crescer, à medida
  • 63. PHROYBIDO 63 em que saía do mar. Quando chegou perto de Max, media quase dez metros de altura. Perplexo, ele não saiu do lugar. Max ouviu, como se o mar gritasse: SALVE ODOYÁ. TU ÉS FILHO DE YEMANJÁ. ODOYÁ MINHA MÃE. ODOCIABA, MÃE YEMANJÁ. As ondas do mar subiram ameaçadoramente, mas ela fez um gesto com as mãos, e elas baixaram suavemente, se- guindo os movimentos da bela senhora. Ele ajoelhou-se pe- rante o colosso, pois sabia que estava diante de mais um Ori- xá. Max ouviu o sussurro do mar, anunciando a Rainha das Águas Sagradas. A Grande Mãe. Baixou a cabeça, como forma de respeito. Mas, aí, a fi- gura colossal desabou nas areias da praia, bem perto dele. Ficou se contorcendo e ele sem saber o que fazer. Então, viu que ela paria uma criança. Uma criança já adulta. Era uma moça negra, muito parecida com… - Meu Deus, é a minha irmã! Ela pariu a minha irmã. - Disse ele, levantando-se e correndo em direção ao feto. A água do mar deu um banho na recém-nascida, limpando-a da placenta. Mas o cordão umbilical não saía do útero da deusa, e sim do umbigo de Max. Estava ligado à irmã pelo umbigo. A enorme criatura, no entanto, levantou-se ainda cansada e cortou o cordão com os dentes, dando um nó perto do corpo do negrão, e fazendo o mesmo com a mocinha que acabara de vir ao mundo. Abençoou os dois e voltou para as águas, desaparecendo em seguida. Max se abraçou à negra. Ela chorava feito criança. Quando melhorou, olhou para ele, espantada. Disse: - Oh, meus desejos foram realizados, finalmente. O Sr.
  • 64. PHROYBIDO64 Phroybido cumpriu com a sua promessa. Estou de volta ao meu irmão querido. Ao amor da minha vida. - O que você está dizendo? De onde você veio? O que está acontecendo? - Não se lembra, meu amor? Nós nos amávamos. Tran- samos tantas vezes… - Você ainda deve estar com a mente confusa. Nunca transamos, minha irmãzinha. Disso, tenho certeza… Ela, então, tocou com as pontas dos dedos na cabeça dele. Ele ficou zonzo. Aí, umas imagens começaram a povoar a mente do negrão. Viu-a deitada numa cama, muito doen- te, e ele aperreado, junto a ela. Já estava desenganada pelos médicos. Um câncer raro lhe corroía as entranhas. Então, na- quela hora, ela lhe fez aquele pedido: - Irmãozinho, não quero morrer virgem. E não temos muito tempo. Fode comigo, vai… - Você deve estar delirando, Sheila. Não vou foder a mi- nha própria irmã, principalmente doente, do jeito que você está. - Eu quero. Quero me descobrir mulher. E eu sempre te amei, por você ter cuidado tão bem de mim durante todos esses anos. Antes de morrer, quero gozar contigo. - Disse ela, com voz fraca. Ele queria se recusar a cometer o incesto, mas ela o pu- xou para perto e abriu a sua braguilha. Fez saltar o enorme pau, ainda mole. - Me ajuda a botar ele na boca, por favor. Quero lhe sentir o gosto. Sempre tive vontade de te chupar, quando você estava dormindo, mas tinha medo de ser rejeitada. - Isso é loucura, Sheila. Não deve estar acontecendo. Ou então, você está delirante. - Sim, meu irmãozinho. Devo estar delirando. Mas quero que você me faça delirar muito mais, só que de prazer.
  • 65. PHROYBIDO 65 Vem pra cá, vem… Ele deitou-se ao lado dela. Beijou-a no rosto, com pena da irmã. Achava que ela estava para falecer, dali a instantes. Lágrimas brotaram dos seus olhos. - Não chora – ela disse, despindo-o com dificuldade – pois eu me vou, mas prometo voltar, para continuarmos como amantes. - Repito que isso é loucura, Sheila. Os médicos ainda não descobriram a causa da tua doença, mas irão descobrir, minha irmãzinha. Parece um câncer, mas não é. Pode ser re- versível… Ela já não ligava para o que ele dizia. Conseguiu abo- canhar o enorme e grosso falo, e ficou feliz quando percebeu que ele começou a ficar ereto. Botou um dedinho diante dos lábios dele. Pedia para que fizesse silêncio. A primeira chupada dela fez com que o caralho dobras- se de tamanho e grossura. Ele já não podia negar que estava excitado. Ela o masturbou, enquanto o chupava. Sua boca era gelada, e ele logo sentiu vontade de esporrar. Ela disse: - Oh, meu Deus, como isso é gostoso. Não podia mor- rer sem conhecer essas coisas. - Pare, Sheila. Você pode ficar pior e decerto sentirá dores. - Pare de dizer essas coisas, irmãozinho, e me faça go- zar. Eu te suplico… Ele não mais resistiu. Tirou toda a roupa dela e a chu- pou com carinho. Ela gozou várias vezes em sua boca. Pediu que ele erguesse mais o corpo, pois ela queria fazê-lo gozar, também. Ele lhe obedeceu. Pouco depois, gozou duas vezes seguidas na boca dela. Quando pensou que ela ficaria debi- litada do esforço, eis que a negra pareceu revigorada. Subiu
  • 66. PHROYBIDO66 sobre ele e se espetou em seu enorme caralho. Gritou de dor, mas não desistiu. Seu cabaço foi rompido e ele sentiu o san- gue dela lhe escorrendo pelo púbis. Mas ela começou a gozar pela boceta, assim que passou um pouco da dor. Ele ejaculou mais uma vez e ela gritou de prazer. Queria mais. Max, no entanto, temeu que ela passasse mal e inter- rompeu o coito. Ela ficou frustrada. As imagens na mente do negrão, pareceram adiantar no tempo. Agora, ele se via fo- dendo-lhe o cu. Ela, parecendo nem estar mais doente, em- pinava a bunda e aguentava seu falo com valentia. Remexia o bumbum, querendo que ele se enfiasse mais, até o talo. As fodas foram se sucedendo, cada vez mais prazero- sas, até que o negrão se viu fraco das pernas, reclamando que já não aguentava mais. Queria dar um tempo. Ela, no entan- to, retrucou: - Mais um tempo, Max? Eu não tenho mais tempo, es- queceu? E eu quero partir estando fodendo com você, meu amor. Em seguida, o negrão viu a irmã, já bastante convales- cida, traçando uns sinais no chão, no centro do quarto onde estivera confinada. Havia velas acesas e algumas oferendas, como um catimbó. Depois, viu alguém fodendo-lhe a irmã e ela sorria, muito contente. No entanto, sentiu o mal exalado do desconhecido que a estuprava. Mas ela não reclamava. Es- tava, realmente, feliz. Sheila gemia alto: - Me come! Me come muito, já que meu irmãozinho não me quer. Ai, ui, goza na minha bunda, porra. Arromba meu cu… me deixa prostrada e afolozada. Eu quero gozar muito… E o sujeito, que tinha um caralho maior do que o de Max, sorriu de forma maligna. Depois, deu uma sonora gar-
  • 67. PHROYBIDO 67 galhada. O negrão desmaiou. ******************** - Ele está acordando. Agora, sabemos quem conjurou o orixá maligno, O Phroybido. Acorde Max. Ele abriu os olhos. Estava deitado no chão, totalmente nu, com a cabeça apoiada no colo de alguém. Quase deu um pulo, assustado. Reconheceu a filha de Nanã, a de cabelos co- loridos. Perguntou: - O que aconteceu? - Você foi visitado por Yemanjá. Ela trouxe tua irmã de volta e nos mostrou quem conjurou o demônio. - Trouxe minha irmã de volta? Isso é impossível. Ela está morta. - Nada é impossível para os Orixás. - Ele ouviu a voz de Nanã. Ela estava sentada em um tamborete de madeira, no meio do quadrado de terra do Terreiro. Várias pessoas assis- tiam à sessão. - Onde está minha irmã? Se é verdade que ela voltou, quero vê-la.
  • 68. PHROYBIDO68 10. Sem medo do Phroybido As roupas de Max estavam espalhadas na areia do Terreiro. Eleficouacanhadodiantedaplateia,porestartotalmente nu, mas vestiu-se e saiu apressado dali. Conseguiu pegar logo um táxi e rumou para o seu apê. Estava ansioso por encontrar a irmã. Havia seis meses que ele a tinha enterrado, mas acre- ditava no que lhe dissera os Orixás. Tinha a nítida lembrança de ter visto Yemanjá parindo Sheila. Ela tinha que estar viva! Assim que abriu a porta do apartamento, a negra se agarrou a ele. Beijou-o apaixonadamente e ele não a repe- liu. Também beijou-a com sofreguidão, aceitando que ela lhe apalpasse o cacete. Este tinha ficado ereto desde que ele sal- tou do táxi na frente do condomínio. - Estou viva! Deus, eu estou viva. Estou de volta para o meu amor. - Como isso pode estar acontecendo, Sheila? Não que
  • 69. PHROYBIDO 69 seja ruim, estou adorando você ter voltado. Mas tenho medo de que tudo isso não passe de um sonho. - Não, não é sonho. Eu voltei, amor. - Ainda estou incrédulo. Como conseguiu? - Quando estava muito doente, eu tive um sonho. Uma entidade me prometia dar a vida eterna, se eu o libertasse de onde estava preso. Mas, para isso, eu tinha que morrer. Como você começou a fugir de mim, e eu estava doida para trepar mais vezes, aceitei o trato. Já estava moribunda, mesmo! - Não teve medo de que a tal entidade estivesse te en- ganando? - Sim, claro. Mas não temia mais por minha vida. Ti- nha aceitado a minha morte, triste porque você não me que- ria mais. - O que fizemos foi errado, Sheila. - Não, não foi. Nossa mãe adotiva nos ensinava que somos todos irmãos, lembra? O que você tinha era um blo- queio religioso. Os Orixás não se importam de transar entre eles: pai, mãe, filho, irmã e irmão. O Phroybido me ensinou isso. E cumpriu com sua palavra. - Mas, a troco de quê, minha irmãzinha? Você sabe? - Não sei e nem quero saber. Estou viva e isso é o que importa. Se não está feliz com a minha volta, deixe-me só. Vá-se embora. Eu saberei viver sozinha, e pode acreditar que vou foder todos os dias! Ele estranhou a alteração de voz dela. Nunca a vira fa- lar daquele jeito. Também percebeu sua voz rouca, como a de um homem. Abraçou-se com ela, mas a negra o repeliu energicamente. Gritou: - Vá-se embora, maldito. E deixe-me viver. Volte para onde você estava e avise aos meus inimigos que eu retornei. O negrão não quis discutir. Percebeu que a irmã estava possuída, talvez pela entidade chamada de Phroybido. Vol-
  • 70. PHROYBIDO70 taria ao Terreiro, para saber o que fazer. Antes de sair, algo lhe dizia que ele deveria pegar o jarro de planta doado por Oxumarê. Os galhinhos do vegetal já estavam bem maiores, em tão poucos dias. Quando ia saindo, ouviu a voz rouca prometer: - Não volte aqui, senão te mato. Não duvide. Max procurou algum lugar, no condomínio, onde pu- desse deixar o jarro de barro, e achou um jardim na frente do prédio. Nunca houvera prestado atenção a ele. Um vigilante ajudou-o a acomodar o jarro à terra. Ele meteu a mão no bolso e encontrou lá pouco dinheiro, mas suficiente para ir de ônibus até o terreiro. Porém, chegaria lá de madrugada. Conseguiu pegar o “Bacurau”. Logo, se aproximava do Ter- reiro. Mãe Naná estava conversando com um rapaz. Todos já haviam ido embora. Ouviu quando o sujeito disse: - Pronto, aí vem ele. De perto, o negrão reconheceu Oxumarê. Agora, ele tinha a forma masculina de um moço bonitão, mas nada afe- minado. Este perguntou: - E então? Viu a tua irmã? - Sim, mas ela não é mais ela. Agora, é outra pessoa. - O Phroybido a abduziu. Precisamos nos reunir e com- batê-lo. Ele deve ter voltado muito mais forte. Vai ser difícil derrotá-lo. Ouviu-se, então, uma voz máscula exclamar: - Kaô Kabecilê. A expressão em Nagô que significa “Venham Saudar o Rei”. Max, o jovem e a Mãe de Santo responderam: - Salve o rei Xangô. Estávamos mesmo querendo falar contigo. Já soube da volta do Phroybido? - Dos céus, ouvi rumores. Vim para derrotarmos esse
  • 71. PHROYBIDO 71 infeliz para sempre. Mas vou precisar de ajuda do Amorissá. - Ele não está ainda iniciado, meu Rei – disse a Mãe de Santo, se referindo a Max – Não vai poder incorporar. - Então, teremos que encontrar uma solução rápida. O Phroybido está cada vez mais forte. - Eu tenho uma ideia. - Falou Oxumarê. ************* Max voltou para casa, seguido dos dois Orixás. Não es- tava satisfeito com o plano. Achava um sacrilégio sua irmã ter voltado da cova, mas não queria fazer mal a ela, muito menos matá-la. Mas as entidades estavam convencidas de que era preciso. Quando chegou à frente da porta do seu apartamen- to, retirou todas as roupas. Amarrou uma fita multicolorida na cintura, emprestada por Oxumarê, e prendeu às costas uma lâmina recurvada em forma de serpente dada por Xan- gô, com a ponta afiadíssima. Abriu a porta com a chave que ainda estava em seu poder. Phroybido fodia selvagemente a sua irmã, mas ela de- lirava de prazer. Ambos estavam na sala, e a entidade não percebeu o negrão entrar, entretido que estava com a cópula. Max desamarrou a fita da cintura e jogou-a contra o casal. Imediatamente, o pano se transformou numa enorme ser- pente. Enroscou-se no pescoço do ser e, ao mesmo tempo, entrou na goela da negra. Esta ficou se debatendo, sufocada. Os Orixás gritaram ao mesmo tempo: - AGORA! O negrão empunhou o punhal que recebera e tentou golpear a irmã no peito. Desistiu. - Faça-o. É a tua chance. Ninguém mais poderá fazer isso. Só você tem que apunhalá-la. Um golpe certeiro, no co- ração. Max criou coragem e golpeou com o punhal. Ao invés
  • 72. PHROYBIDO72 da irmã, o ser que a fodia é quem deu um grito aterrador. Xangô advertiu: - Afaste-se. Agora, é comigo! E lançou uma labareda de fogo em direção ao casal. Os dois arderam em chamas, e os seus gritos quase levam Max à loucura. Ele fechou os ouvidos. Os berros ecoaram em sua mente. Oxumarê desceu as escadas, arrastando o negrão, protegendo-o do fogo. O bloco de apartamentos, onde Max morava, ardia em chamas altas, mas ninguém parecia per- ceber. O vigia lia, tranquilamente, um jornal, no balcão da portaria. Alguns jovens moradores namoravam na varanda do apartamento vizinho. As pessoas, ainda acordadas àquela hora, passeavam na calçada, sem dar a mínima ao incêndio. Os gritos da irmã de Max e seu amante continuavam me- donhos. Os Orixás assistiam, impassíveis, a morte do casal, ambos incinerados. O negrão cambaleou e caiu no chão com todo o corpo. A tensão havia sido demais para ele. EPÍLOGO Max acordou na casa de Michele, a morena bonita e gostosa, que conhecera no bar. Havia-se passado dois dias, depois do incêndio. Os Orixás o haviam convencido a não voltar mais ao seu apê. Só Max via os estragos do incêndio. Seus vizinhos, não. Oxumarê o aconselhou a comprar outro apartamento, mesmo se fosse no mesmo condomínio. Ele não devia ficar longe da plantinha doada pelo Orixá. Quando o negrão foi procurar no jardim, o vegetal tinha florido e seus frutos eram pequenas pepitas de ouro. Mas só Max e algumas pessoas de bom coração as conseguiam ver. Ele levou o jarro para o novo apartamento, muito maior e com um jardim bem no meio da sala. Comprara com dinheiro de jogo, pois Zé Pi-