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DE SANTA A PUTA 1
LIVRO ERÓTICO
DE SANTA A PUTA2
DE SANTA A PUTA 3
1. De santa a puta
Maria terminava de pôr o jantar sobre a mesa, naquela
noite. O marido chegara com a cara amarrada, como
sempre. Era como se ele já não soubesse mais sorrir. Chegava
como um porco e sentava à mesa. Como um porco comia e,
depois, como um porco roncava no sofá da sala.
Nunca tiveram filhos. Sempre pensara que era “seca”,
como o marido lhe fazia acreditar. Na igreja, aos domingos,
ouvia o pastor falando sobre ter fé que se alcançaria a glória.
Glória para ela só se fosse no Céu, pois na Terra era só o mes-
mo sofrimento.
Levantava cedo, trabalhava na quitanda do Seu Joa-
quim, voltava pra casa. Tudo como um autômato. Não sabia
mais o que era sorrir de felicidade, mesmo. Sorria mais por
fingimento.
A vida naquela cidadezinha medíocre era sempre a
DE SANTA A PUTA4
mesma: casa, trabalho, casa, marido, choro, tristeza. E noites
insones. Maria parecia como uma santa. Nunca reclamava.
Nunca falava mal de ninguém, nem tinha qualquer compor-
tamento irrepreensível. Mas, naquela noite, ao ouvir o ma-
rido roncar pelo décimo ano seguido, ela chorou lágrimas
silenciosas e quentes. Não suportava mais aquilo. Não queria
mais pra ela aquela vida.
Maria casara jovem, virgem, pura e imaculada. E logo
na primeira noite descobriu o significado do sexo. Coisa suja,
dolorida e pegajosa. O marido quase a partira ao meio. Pas-
sou a odiar sexo.
Nunca gostara de ler romance, ao contrário de suas
amigas. É que não acreditava em amor. Dizia que queria viver
com os pés no chão e que os romances – tão irreais – embo-
tavam a razão de quem os lia.
Maria vivia no século retrasado. Usava roupas pesadas,
escuras, sóbrias, sempre de mangas compridas. Nunca usa-
va calças. Maquiagem, também não. Porém, Deus lhe havia
abençoado com um corpo escultural. Firme e jovem. Longas
pernas, lindas curvas. Mas ninguém as via. Estavam sempre
encobertas por antiquadas roupas. Nada fazia para realçar
aquela beleza quase divina.
Lábios rosados, olhos azuis, pele branca e cabelos ne-
gros como a noite sem lua. Nunca soltava as madeixas. Cor-
tava sempre as pontas dos cabelos que já passavam da altura
do quadril. Davam um trabalhão danado a ela penteá-los,
por isso usava-os sempre em uma longa trança.
Chorou, então, naquela fatídica noite. Chorou muito,
até não haver mais lágrimas. Depois, dormiu, como sempre
fazia após uma dessas suas depressões. E acordou conforma-
da com a sua sina, também como sempre. Mas já não era
mais a mesma. Alguma coisa havia mudado nela durante o
DE SANTA A PUTA 5
sono. Só não sabia bem o quê.
Foi trabalhar na quitanda, como fazia todos os dias, e
sentiu-se mais jovial, mais alegre. Seu Joaquim até estranhou
seu comportamento, antes tão sisudo. Apesar de respeitar
muito a jovem evangélica, era um homem libidinoso. Per-
cebera suas formas volumosas sob as pesadas roupas desde
que a contratou a pedido do marido, que passava por dificul-
dades financeiras. No íntimo, ele achava que ela havia feito
sexo gostoso na noite anterior, daí o motivo do seu contenta-
mento. Mas não comentou nada com a funcionária, pois ela
poderia pensar que era enxerimento. Maria conhecia a sua
mulher e suas filhas, e ele também não queria problemas com
o marido dela. E o dia passou depressa.
À noite, enquanto se arrumava para ir ao culto com
o marido, sentiu-se incomodada em vestir suas roupas anti-
quadas. Passou algum tempo admirando-se, nua, diante do
espelho do banheiro, coisa que nunca havia feito na vida. Le-
vantou os seios com as mãos, desejando tê-los mais firmes. E
achou horrível aquela moita entre as pernas. Não se depilava
fazia tempos. Talvez o tempo que estava sem manter relações
sexuais. Procurou uma indumentária mais leve e não encon-
trou. Prometeu comprar alguma coisa mais jovial assim que
recebesse a semana de salário da quitanda. E saiu de braços
com o marido em direção ao ponto de ônibus, descendo três
paradas depois, quase defronte ao templo onde costumavam
ir orar sempre que havia assembleias.
Chegaram atrasados e não encontraram mais lugar para
sentar. Não sabia por que, o templo estava lotado. Só depois,
percebeu o motivo: o pastor era novato. Um jovem bonito e
eloquente com quem Maria simpatizou imediatamente. Não
gostava do antigo pastor, por isso quase nem ouvia o seu dis-
curso. Passava o tempo todo de cabeça baixa, orando para
DE SANTA A PUTA6
o Senhor. Mas iria dedicar, a partir de então, a sua atenção
ao belo pregador. De repente, sentiu-se ruborizada com es-
ses pensamentos. Nunca ousara pensar em outro homem que
não fosse seu marido. Baixou a cabeça, envergonhada. Não
queria que o marido percebesse o seu desconforto. Foi quan-
do levantou novamente a cabeça que teve a certeza de que
algo tinha mudado dentro dela. Havia sentido um arrepio na
nuca e olhou para trás, em direção à entrada do templo. Foi
quando viu um homem totalmente despido adentar o recinto
e se postar a poucos metros dela.
Olhou em volta, para sentir a reação das pessoas que
estavam no culto, mas ninguém parecia incomodado com o
homem, que aparentava uns trinta e poucos anos de idade.
Achou que o Cão a estava tentando e só ela via o desconhe-
cido. Porém, algumas mulheres o cumprimentaram respeito-
samente, e isso derrubou por terra a sua teoria. Sim, lá estava
aquele homem lindo, mais bonito que o pastor, totalmente nu
entre as pessoas dentro do templo. Tinha um livro nas mãos
que mantinha cruzadas, cobrindo o sexo. Mas o livro não era
a Bíblia. Tinha a capa preta, como as tradicionais, mas havia
alguma outra coisa escrita lá. Apurou melhor a vista e leu:
Kama Sutra. Já ouvira essas palavras, mas não sabia bem o
que significavam. Aí, o desconhecido olhou em sua direção.
Percebera que ela estivera olhando o tempo todo para
ele e cumprimentou-a com um aceno de cabeça e um sor-
riso delicioso. Maria corou mais uma vez e baixou a cabeça
novamente, para o marido não perceber. Entretanto, voltou
a olhar em sua direção e ele ainda tinha a atenção voltada
para ela. Fez novo aceno em forma de cumprimento, dessa
vez afastando as mãos que cobriam seu sexo. E maria viu
claramente o pênis em repouso entre suas pernas. Um pê-
nis enorme. Quase que seu coração pula pela boca. Sentiu-se
incomodada e cochichou ao ouvido do marido que queria
DE SANTA A PUTA 7
voltar para casa. Alegou não estar se sentindo bem. Ele res-
mungou uma imprecação, mas fez sua vontade. Ao sair do
templo, Maria ainda deu uma olhada para trás, procurando
avistar o desconhecido. Ele estava lá, nu, acompanhando-a
com o olhar e aquele sorriso maravilhoso nos lábios.
Maria passou muito tempo se banhando. E nada da-
quela sensação estranha passar. Os seios estavam intumes-
cidos e sentia uma dorzinha no pé da barriga. Achava que
estava para menstruar, mas lembrou-se que não fazia nem
uma semana que haviam acabado suas regras. A boca esta-
va seca e sentia um formigamento esquisito no grelo. Queria
coçar muito ali, mas evitava essa prática pecaminosa. Porém,
não se conteve. Untou os dedos com um creme e levou-os à
vulva, massageando lascivamente ali. Foi como se seus dedos
possuíssem eletricidade, que se espalhava por eles e sentia
pulsando lá no íntimo. O útero enfurecido clamava por isso.
E, provavelmente, até sua alma também.
Entrou num desvario. Esqueceu-se da vida, dos proble-
mas, do marido, do pecado que estava a cometer. Olhando
à sua volta, viu em cima da pia a escova de cabelos de cabo
grosso. Nem piscou. Pegou-a e untou-a com creme. Deitou-
se no chão gelado do banheiro que contrastava com sua pele
em brasa, abriu bem as pernas e enfiou a escova na vagina
– vagarosa e profundamente – e se masturbou ofegando. Se
existia inferno nem queria saber pois, se morresse sentindo
aquele prazer tão intenso, que fazia seu corpo tremer, nem se
importava pra onde iria.
Descargas múltiplas faziam Maria entrar num torve-
linho de sensações nunca experimentadas. Da sua garganta
saíam gemidos primitivos, impelidos pela força natural que
há nas mulheres em cio. Quando conseguiu se controlar um
pouco, percebeu que de sua vulva escorria algo parecido com
DE SANTA A PUTA8
uma geleia translúcida. molhou a mão que não estava im-
pregnada de creme ali, levou-a à boca e sentiu, pela primeira
vez, o gosto do seu tesão.
Foi tirada do seu transe quando seu marido bateu à
porta com violência.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
DE SANTA A PUTA 9
2. Deu pro patrão no intervalo
pro almoço
E os dias foram passando…
Depois daquela noite em que quase foi pega no banheiro
se masturbando, Maria começou a viver uma vida nova,
quente e cheia de pequenos detalhes lascivos. Foi fácil fazer o
marido acreditar que ela estava com prisão de ventre. Agora,
podia usar o banheiro com sossego e muito tesão.
Pela manhã, recebera o pagamento e decidira pedir ao
patrão a tarde de folga. Já trabalhara muitas vezes após o tér-
mino do expediente e nunca cobrara hora-extra. Assim que o
patrão consentiu que saísse, foi correndo às lojas do Centro.
Dentro do ônibus, parecia uma adolescente. Eufórica e com
as faces em brasa, pois todo o calor do seu corpo podia ser
sentido exalando pelos poros. Aquelas roupas sérias pesavam
DE SANTA A PUTA10
a cada minuto. As lingeries, da cor da pele e muito recatadas,
faziam com que se sentisse muito mais velha do que era.
A primeira loja que visitaria seria a de roupas íntimas.
O marido nunca ligara pra isso. Aliás, nem a via nua. Tudo
geralmente se passava no escuro. Montava nela, jorrava es-
perma e virava já roncando. Compraria peças pra sua própria
satisfação. Sentia tesão por seu corpo, depois de tantos anos
adormecido.
A vendedora a atendeu com presteza. Maria pediu pe-
ças bonitas, sensuais e, de preferência, com bons preços. Ela
sorriu e disse que traria tudo de melhor qualidade e preço
que a loja dispusesse. Olhava-se no espelho, vestida naquelas
peças maravilhosas. Cores quentes que combinavam com o
calor do seu corpo. Sentiu a vulva estremecer quando expe-
rimentou um conjunto preto e vermelho de calcinha e top. A
calcinha tinha uma abertura que deixava sua fenda exposta
e o top não cobria os seios, pois não tinha bojo. Apenas o
corpo e a sustentação. Não resistiu e enfiou dois dedos na
gruta molhada, que implorava ser acariciada. Nunca pensara
de maneira tão devassa. Verificou se a porta estava bem fe-
chada. Sentou-se no banquinho que tinha ali no vestuário e
pode olhar-se enquanto se tocava. Podia ver sua vagina quen-
te, brilhante. Ver os dedos entrando e saindo lhe levou ao
gozo rápido. Estremecendo, sorriu feliz…
Saiu da loja com duas sacolas cheias e cheiro de cio nas
mãos. Entrou na loja de roupas e experimentou vários vesti-
dos. Não queria ousar demais. Mas agradou-se imediatamen-
te de um vestido azul escuro, quase preto, tipo costas nuas e
comprimento uns dois dedos acima do joelho. Nunca tivera
coragem de usar uma roupa tão extravagante. Mas estava dis-
posta, ao menos, a prová-la. Trancou-se no provador e des-
piu-se totalmente de suas vestes cafonas. Ao colocar o vestido
DE SANTA A PUTA 11
e mirar-se no espelho, quase não se reconheceu. Estava linda.
Pela primeira vez, notou que tinha belas pernas, ao vê-lhes se
sobressaindo do vestido sensual.
Passou um tempão admirando-se. Foi interrompida do
seu êxtase pela vendedora, perguntando se estava tudo bem.
Ela abriu a portinhola e a moça admirou-se de sua transfor-
mação. Disse que ela estava muito bela. Sugeriu-lhe uns sa-
patos de salto alto para combinar com a roupa. Maria demo-
rou-se a se decidir. Aquele vestido seria uma escolha muito
ousada. Porém, a vendedora conseguiu convencê-la. Apro-
veitou e comprou uma sandália delicada preta, de tiras fini-
nhas e salto médio. Poderia usar, quem sabe, a sandália com
o vestido, de dia, se resolvesse ir trabalhar com a roupa nova.
Quando chegou em casa, ainda faltava muito para o
marido voltar do trabalho. Mais uma vez, vestiu o belo ves-
tido, admirando-se diante do espelho do banheiro. Depois,
calçou os novos sapatos. Não conseguiu se equilibrar sobre os
saltos. Lhe era difícil imaginar como as mulheres conseguiam
se firmar naquela fina plataforma. Mas se elas conseguiam,
ela também haveria de conseguir. Ficou andando pela casa,
às vezes se apoiando pelas paredes para manter o prumo.
Pouco mais de uma hora depois, já havia feito notá-
vel sucesso. Depois, colocou as sandálias de tirinhas. Fizera
também uma ótima escolha ao comprá-las, pois sentiu que
conseguiria trabalhar o dia todo com ela. No entanto, já se
aproximava da hora do marido chegar e ele não podia vê-lhe
naqueles trajes. Trocou de roupa, tirou os sapatos e escondeu
tudo muito bem escondido na sua parte do guarda-roupa.
Depois, deu um sumiço nas sacolas de compras. Ele não po-
deria encontrar nenhum vestígio de sua transformação.
No outro dia, chegou à quitanda como sempre costu-
DE SANTA A PUTA12
mava chegar: roupas antiquadas e pesadonas, em cores fecha-
das, tornando-a uma figura quase invisível ao mundo. Deu
o costumeiro bom dia ao dono do estabelecimento e entrou
no banheiro para vestir a bata sobre as roupas, como sempre
fazia todas as manhãs. Entretanto, ao sair do cubículo, trans-
formara-se numa estranha para o homem acostumado à sua
figura apática e, por que não dizer, patética.
Soltara os cabelos e os prendera num coque, deixan-
do ver sua nuca de pele macia. Usava agora o vestido que
comprara no dia anterior que trouxera por baixo das vestes
usuais. Resolvera-se a mudar de visual quando estivesse tra-
balhando na quitanda. Contava com a discrição de Seu Joa-
quim para que o marido não ficasse sabendo. Mas já estava
cansada de usar aquelas roupas antiquadas. No entanto, não
tivera coragem ainda de sair de casa vestida como estava ago-
ra. Os vizinhos iriam estranhar e comentar com o seu com-
panheiro. Por isso, saíra de casa usando o vestido e as novas
peças íntimas por baixo e as roupas costumeiras por cima.
O quitandeiro, no entanto, quando lhe viu pouco ves-
tida daquele jeito, quase teve um enfarte. A beleza de Maria
estava exuberante. Os seios estavam empinados, sustentados
pelo sutiã de aro modelador. Se bem que ela nem precisava
desse artifício. Mas se sentia bem se vestindo como a maioria
das mulheres que conhecia ou via nas ruas. No entanto, não
sabia o estrago que tinha feito no pobre homem.
A princípio, ele apenas elogiou sua transformação e
beleza, meio gaguejante. Depois, não tirava os olhos dela e
suas feições denotavam o tesão que estava sentindo. Ela ficou
um tanto constrangida, de início, mas logo se acostumou a
seus olhares e aos elogios dos clientes da quitanda, que até
acharam que era novata no emprego. Muitos não a tinham
reconhecido. Porém, os olhares de Seu Joaquim foram se tor-
DE SANTA A PUTA 13
nando cada vez mais libidinosos. O homem suava, como se
não estivesse conseguindo conter o tesão. E Maria passou a
gostar do efeito que havia causado nele. Teve uma hora que
ele entrou no banheiro e se demorou mais do que costumava
fazer. Maria ficou preocupada de que ele estivesse passando
mal lá dentro.
Quando se preparava para bater na porta e perguntar
se o homem estava bem, ele saiu do banheiro. Estava total-
mente despido. Maria ficou escandalizada. Deu um gritinho
de espanto e ele olhou-a como se não estivesse entendendo a
sua reação. Ela baixou a cabeça, incomodada com a sua nu-
dez. Apesar de estar sem roupas, o homem suava profusa-
mente. Ele passou a mão nos cabelos molhados de suor e veio
para o balcão, ficando bem próximo a ela.
Maria tremia que só vara verde, ruborizada com a si-
tuação. O pênis flácido de Seu Joaquim estava todo babado,
como se tivesse acabado de se masturbar. Pingava ainda um
líquido espesso, apesar de translúcido. Sua situação piorou
ainda mais quando uma senhora, velha cliente da quitanda,
entrou e notou a sua transformação. Dirigiu-se a ela, elogian-
do-a, e pareceu nem reparar a nudez do quitandeiro. Cum-
primentou o homem e perguntou pela mulher e filas dele.
Conversavam animadamente enquanto ela a despachava.
Estava de costas para Maria e ela pode admirar sua
bunda e costas tão cabeludas. Tão másculo, diferentemente
do seu marido que quase não tinha pelos no corpo. Aí, de re-
pente, sentiu-se excitada. Nunca observara o patrão. Só agora
notava que ele ainda mantinha traços de beleza. Corpo quase
sarado, apenas uma imperceptível barriguinha. Peitoril forte
e cabeludo. Pernas grossas, atléticas, apesar da vida sedentá-
ria que levava. E não era um homem feio!
DE SANTA A PUTA14
Pareceu que Seu Joaquim lhe adivinhou os pensamen-
tos pois olhou naquele exato momento para ela. Seu olhar
era de cobiça e tesão. Visualizou em meio das suas pernas o
pênis que insistia em dar sinais de vida. Ficou pulsante, como
se lutasse para não ficar duro. Mas ele não conseguiu evitar
a ereção. E Maria sentiu umas descargas na vulva ao ver seu
pau endurecer totalmente. Ele não parava de olhar para ela,
mesmo ainda atendendo a simpática senhora.
Um fogaréu tomou conta do corpo da moça. Levou a
mão à vulva, mas não ousou tocar-se ali, por trás do balcão.
De repente, passou a imaginar aquele pênis invadindo sua
vagina. Começou a suar, também, copiosamente. Estava lou-
ca de tesão. Fechou os olhos e sacudiu a cabeça, querendo se
livrar daqueles pensamentos pecaminosos. Quando os abriu
novamente, Seu Joaquim estava todo vestido. Achou que es-
tivesse ficando doida. De uns tempos para cá, passara a ver
homens nus na sua frente.
A excitação que no momento estava sentindo, no en-
tanto, não diminuíra nem um pouco. Ao contrário, cada vez
aumentava mais. Aproveitou que não tinha ninguém para
atender e entrou no banheiro. Na pressa de ficar sozinha,
não percebeu que a tranca resvalou, deixando a porta apenas
encostada. Levantou a saia e nem precisou tirar a calcinha,
pois havia vestido aquela da abertura frontal, bem apropriada
praquele momento. Sentou-se na privada e abriu bem as per-
nas. Meteu os dedos na vagina quente e molhada, que pinga-
va de vontade de ser saciada. As badaladas do sino de uma
igreja que ficava nas redondezas anunciavam ser meio-dia. E
também a aproximação do seu gozo...
Tudo parecia estar acontecendo muito de repente. Mas
como sua vida havia sido sempre em câmera lenta, decidiu-se
ali, naquele momento, a fazer seu corpo feliz. Parou por um
DE SANTA A PUTA 15
instante e ouviu Seu Joaquim descendo as portas da quitan-
da - eram cinco grandes portas, a quitanda era a maior do
bairro. Sempre fechavam no horário de almoço. Uma a uma
foram baixadas e, quando ela ouviu a última bater no chão e
ser trancada, voltou a se masturbar e gemer. Queria que Seu
Joaquim a ouvisse. Precisava de um macho penetrando-a.
Um macho que a visse como mulher, não apenas como um
objeto de despejo.
O patrão estremeceu ao passar defronte à porta do ba-
nheiro e ouvir os gemidos. Não dava pra crer no que Marie
estava fazendo. Percebeu que a porta estava apenas encosta-
da. Empurrou-a de leve e esta abriu vagarosamente. Chamou
pela moça e ela não respondeu. Foi quando a viu se mastur-
bando.
Foi tudo muito rápido para que ela tivesse tempo de
desistir. Viu o tesão nos olhos do patrão. Viu que ele já estava
nu. Deixou então que ele a puxasse para o balcão e a sentasse
lá. Também, num consentimento mudo, deixou que descesse
para sua vulva quente e sequiosa. Quando o homem passou a
língua em sua fenda, ela sentiu o corpo todo amolecer.
Nunca experimentara algo tão sublime e delicioso. A
língua dele - experiente - provocava nela espasmos de pra-
zer que nunca imaginara ser possível. Queria mais. Queria
senti-lo dentro de si. E implorou a ele para que a penetrasse.
Seu Joaquim não se fez de rogado. Abriu-lhe bem as pernas e
penetrou-a de uma vez, arrancando dela um gemido animal.
Com poucas estocadas, Marie teve seu primeiro orgasmo
com um homem. Gozaram praticamente juntos.
Não ousou olhá-lo nos olhos. E quando foi para o ba-
nheiro se recompor, seus olhos estavam nublados. Lágrimas
em profusão cobriam seu rosto. Silenciosamente, escorriam
DE SANTA A PUTA16
sem que conseguisse se controlar. Eram lágrimas de felicida-
de. Havia descoberto que a vida poderia ser vivida intensa-
mente se houvesse de colocar em sua rotina este ingrediente
novo: o tesão.
FIM DA SEGUNDA PARTE
DE SANTA A PUTA 17
3. A primeira vez dela num puteiro
Maria saiu da quitanda naquele dia esbanjando felicida-
de, e, principalmente, com uma certeza: queria muito
mais do que aquele emprego. Acreditava que tinha potencial
para trabalhar em outro ramo. Sua autoestima estava em alta
e convenceu-se de que seria capaz de arrumar um emprego
melhor, algum que não precisasse pesar batatas ou frutas.
Então, no outro dia, conversou com Seu Joaquim. Cla-
ro que ele ficou desapontado. Esperava [certamente] que ela
estivesse disponível, agora que transaram pela primeira vez.
E como poderia esquecer uma foda daquelas? Impossível. Po-
rém, foi muito cordato. Nem exigiu que ela cumprisse o aviso
prévio. Pegou o telefone e ligou para o contador, deu ordens
que acertasse tudo a fim de que ela recebesse seus direitos
conforme a Lei. Inclusive, mandou o contador preparar toda
a papelada para que Maria recebesse o seguro-desemprego. A
DE SANTA A PUTA18
moça saiu dali exultante.
Naquele dia, então, saiu mais cedo. Chegou em casa,
tirou os sapatos e foi até a cozinha. Foi ai que ouviu o marido
falando ao telefone. Pôde perceber que ele falava com uma
mulher, pelo tom de voz meloso. Dizia que faria de tudo pra
se encontrarem naquela noite, já que quinta-feira era dia de
‘futebol’ com os amigos. Deu uma risada sonora e despediu-
se, dizendo que às 8 horas ela poderia esperá-lo no lugar de
sempre.
Maria ficou furiosa por um momento. Mais consigo
mesma do que com o marido, ou ainda com a mulher des-
conhecida que falava com ele ao telefone. Ficou imaginando
que provavelmente seria esse o problema dele apenas montá
-la. Não dar carinho e não procurar satisfazê-la sexualmente.
E sempre com a desculpa que não podiam fazer sexo oral
porque era pecado e anal também. Dizia sempre que era pe-
cado procurar satisfação no sexo. E agora ela descobria que
ele a traia.
Conseguiu manter o sangue-frio e entrou no quarto,
avisando que havia chegado mais cedo. Disse que havia pedi-
do as contas e ele bufou, rosnou e gritou com ela. Perguntou
se estava louca. Com tantas coisas a pagar, sair de um ótimo
emprego como aquele? Fez-se de surda e foi tomar banho.
Mais tarde sentou-se na sala e começou a folhear uma revista
De Millus que havia pego com uma amiga. Queria comprar
mais algumas coisinhas, agora que descobrira o prazer em se
vestir de maneira sexy. Quando o marido a viu ali, perguntou
que revista era aquela. Maria, com ar inocente, mostrou uma
das páginas onde uma bela modelo vestia um lindo conjunto
de calcinha e sutiã pretos. Meias 7/8 e cinta-liga completa-
vam o sensual look.
DE SANTA A PUTA 19
A maneira com que ele se comportou não era, nem de
longe, como havia imaginado que se comportaria em uma
situação dessas. A reação foi medonha. Pegou a revista das
mãos dela e atirou-a longe. Foi praticamente violento. Veio
com um sermão sobre isso, falando sobre o fatídico ‘pecado’.
O sangue de Marie ferveu e eles discutiram ferozmente.
Brigaram até quase a exaustão. Jogaram na cara um do
outro seus defeitos sem, no entanto, procurar em nenhum
momento discutir a relação. Provavelmente porque a relação
[se é que houve em algum momento da vida deles] já havia
se deteriorado. Ele deu-lhe um ultimato: que sumisse com
aquela revista dali pois, do contrário, quando chegasse do fu-
tebol, iriam acertar as contas.
Ele saiu de casa bufando. Cerca de vinte minutos de-
pois, entrou num motel e desceu do táxi. Uma mulher more-
na, de bunda e seios fartos o esperava, já nua, deitada na cama.
Era Judith, esposa do quitandeiro. Desde que eram jovens e
amigos inseparáveis, Seu Joaquim tinha mania de roubar-lhe
namoradas. Quando João conheceu Maria, já namorava Ju-
dith. E Joaquim tratou logo de dar encima de Judith, inclusi-
ve contando para ela que o amigo estava de caso com outra.
Foi uma briga feia e Judith separou-se de João, passando a
aceitar os galanteios de Joaquim, que se dizia apaixonado por
ela. Era usando essa tática que o sujeito desleal se aproximava
de todas as namoradas [ou ex-namoradas] do amigo que era
considerado o galã da rua. Tinha muita inveja dele. Só que,
para fazer raiva a João, Judith resolveu forçar Joaquim a se
casar com ela. Sabia que o ex-namorado noivara com a rival
e queria casar primeiro que ela. Principalmente por acreditar
estar grávida. E o filho, tinha certeza, era de João. Mas só con-
tou isso a ele depois de casada com Joaquim, que assumiu a
filha pensando ser o pai.
DE SANTA A PUTA20
No motel, o ritual era sempre o mesmo: Judith o aju-
dava a tirar totalmente as roupas e, com ele em pé ao lado da
cama, espremia seu cacete entre os seios enquanto lambia e
chupava a glande, quando esta lhe tocava na boca. Depois, fa-
zia uma felação até que o pau estivesse totalmente endureci-
do. Então, se deitava de costas e ele vinha por cima, metendo
na sua buceta molhada. Quando a gruta estava saciada, vira-
va de bunda para cima e ele socava no seu cuzinho até gozar.
Só depois é que tomavam banho juntos e ela fazia com
que ficasse excitado de novo. Ali, no banheiro, acontecia nova
foda. Mas naquela noite João estava com a mente longe. Pen-
sava na briga com a mulher por causa da revista de peças ín-
timas. Considerou ter ficado com raiva por pouco. Enquanto
socava na bunda de Judith, pensava em Maria vestindo uma
daquelas calcinhas sensuais. Reconhecia que a esposa tinha
um belo corpo, muito mais bonito do que o da amante. Mas
não conseguia imaginá-la praticando todo tipo de safadeza
na cama. Isso, para ele, era coisa de putinha. Esposa tinha que
ser resguardada de certos tipos de sexo. No entanto, quando
namoravam, tinha um enorme tesão por ela.
Durante todo o noivado, Maria evitou ter relações se-
xuais. Nem sequer aliviava o tesão de João, masturbando-o
ou chupando-o mesmo quando ele implorava. Usava o argu-
mento de que era pecado ter qualquer tipo de sexo antes do
casamento, seguindo à risca os conselhos da mãe, que a aler-
tava sobre uma possível gravidez antes do matrimônio. Seria
um escândalo para a família evangélica e simples. Os mesmos
argumentos que ele passou a usar contra ela depois de casa-
dos, limitando-se a copular apenas na intenção de procriar,
dizendo-lhe que sexo por prazer era pecado. Como ela nunca
conseguiu engravidar, aos poucos as relações sexuais foram
diminuindo. Até porque, depois de saber-se pai da primeira
filha de Judith, João voltou a assediá-la e esta cedeu, tornan-
DE SANTA A PUTA 21
do-se amantes. Para ele, era mais cômodo ter uma santa em
casa e uma puta na rua. Naquele pequeno motel de subúrbio,
o encontro do casal adúltero era sagrado, ao menos um dia
na semana.
Enquanto isso, Maria morria de vontade de continuar
suas descobertas no sexo, mas tinha medo de se expor. Por
exemplo: ansiava por conhecer um inferninho, que era esses
bares repletos de prostitutas e homens que adoram mulheres
fáceis, mas tinha receio de ser reconhecida. Ouvia seu Joa-
quim contando as histórias do tempo em que era jovem e fre-
quentava tais lugares e sempre teve curiosidade de conhecer
um antro de perdição desses. Não bebia nem fumava, mas
sua curiosidade em participar de uma noitada num ambiente
devasso assim era angustiante. Foi quando teve a ideia.
Quando Maria entrou no bar vestindo aquela roupa
sensual, colada ao corpo, com um decote generosíssimo nas
costas e equilibrada naqueles saltos altos, todos ficaram em
suspenso. Apesar da silhueta exuberante, o que mais chama-
va à atenção dos que ali estavam era a máscara rubra, bem
feminina, que ela usava cobrindo os olhos. Ela mesma a
confeccionara com um pedaço de cetim e espuma fina que
encontrou entre os seus pertences, em casa. Homens e mu-
lheres olharam em sua direção. Alguns cochicharam entre si:
“carne nova” no pedaço!. Algumas mulheres a olhavam de
maneira desafiadora, até se agarrando mais aos seus homens,
como se temessem os perder para a novata. O garçom, solí-
cito, prontificou-se a encontrar-lhe uma mesa vaga e retirou
um sujeito bêbado que apenas a ocupava sem consumir. A
moça agradeceu a gentileza do servente e sentou-se elegante-
mente, deixando os homens tarados por ela.
Protegida por trás da máscara, Maria não sentia vergo-
nha de estar naquele ambiente. Olhou em sua volta, satisfeita
DE SANTA A PUTA22
pelos olhares de cobiça de tantos homens. Até que seus olhos
caíram sobre um mulato, de blazer e calças brancas, sem ves-
tir camisa por dentro e sentado sozinho em uma das mesas.
Bebia em pequenos goles e parecia nem ter se dado conta da
sua presença. Era o único que não olhava em sua direção.
Percebeu que era o homem mais bonito que tinha naquele
antro. Ficou curiosa por conhecê-lo. Quando o garçom per-
guntou o que ela iria beber, apontou para o desconhecido e
disse que queria o mesmo que ele estava bebendo. O garçom
deu de ombros e desapareceu, voltando pouco depois com
um grande copo, depositando-o à sua frente. Maria experi-
mentou a bebida. Era apenas guaraná champanhe. Ficou sur-
presa. Esperava que todos ali consumissem bebidas alcoóli-
cas. Jamais esperava que o belo desconhecido bebesse apenas
refrigerante. Esteve olhando para ele o tempo todo, sem que
merecesse sua atenção. Mas ela não tinha muito tempo. Sabia
que o marido voltaria logo do “futebol”, como sempre fazia.
Teria apenas uma ou duas horas antes de sua volta. Sabia que
ele estava em algum motel, mas acreditava que ele não tinha
dinheiro suficiente para pernoitar. Aí, o belo desconhecido,
finalmente, olhou em sua direção.
Esteve encarando-a durante algum tempo, quase sem
piscar. Maria sentia um fogaréu entre as pernas todas as vezes
que olhava em seus olhos. O corpo tremia e o coração batia
apressado. Entretanto, não o visualizou totalmente despido
como o fizera com o homem no templo e com Seu Joaquim.
Para ela, ver o sujeito nu significava que estava para ter sexo
com ele. Será que dessa vez isso não iria acontecer com aque-
le belo desconhecido? Aí ele se levantou e caminhou dire-
tamente para a sua mesa, sentando-se ao seu lado. Só então
lhe pediu licença, perguntando se a estava incomodando. Ela
titubeou um pouco para responder, mas ele parecia não estar
interessado em sua resposta. Levantou um dedo e pediu ou-
tro copo de refrigerante ao garçom. Veio com bastante gelo.
DE SANTA A PUTA 23
Maria perguntou porque ele não tomava bebidas alcoólicas
e ele respondeu que preferia estar totalmente sóbrio para sa-
tisfazer mulheres tão exuberantes quanto ela. A moça corou.
Mas estava gostando do assédio dele.
Então, de chofre, ele perguntou quanto ela estava co-
brando por uma foda. Maria foi pega de surpresa. Não espe-
rava que ele fosse tão direto assim. Mostrou-se magoada. Ele
explicou que mulheres que frequentam um antro daqueles,
principalmente pela primeira vez, geralmente não demoram
muito tempo ali. Ele tinha que ser objetivo, se não quisesse
perder a oportunidade de fodê-la. Marie olhou novamente
em volta. O ambiente era nublado por fumaça de cigarros
e fedia a suor e álcool. Realmente, não se demoraria muito
mesmo ali. Porém, estava gostando da abordagem direta do
desconhecido. Perguntou quanto ele achava que a foda com
ela valeria. O homem pensou um pouco e citou uma quantia.
Disse que nem mais um centavo. Maria sorriu e chamou o
garçom. Pagou o que consumiu, despediu-se do desconheci-
do de blazer branco e foi-se embora. Ele não a seguiu, nem ao
menos tentou evitar que ela se fosse. Ainda bem. Ela já tinha
conseguido o que queria: conhecer um “inferninho” e saber
quanto valia uma foda consigo. Voltou para casa feliz com
sua nova descoberta. A máscara que usava tirara-lhe toda a
inibição. Voltaria àquele bar outras vezes.
Quando o marido voltou para casa, a encontrou deita-
da, vestida com sua velha camisola e ainda acordada. Havia
tomado um banho demorado para tirar o cheiro de fumo im-
pregnado em seus longos cabelos. O cheiro forte da lavanda
que usara parece que despertou a libido do homem, pois esse
veio lhe fungando o cangote. Rejeitou-o com diplomacia,
mas ele queria porque queria. Pediu desculpas pela explosão
de ira, por ter jogado a revista longe. Ela perguntou se a dei-
xaria usar algumas daquelas peças. Ele concordou. Pergun-
DE SANTA A PUTA24
tou se lhe daria dinheiro para comprar todas que quisesse.
Ele perguntou quanto seria. Maria falou a mesma quantia
que o desconhecido do bar disse que pagaria por uma foda
com ela. Mesmo a contragosto, ele também concordou. En-
tão ela finalmente lhe abriu as pernas. Ele socou, socou em
sua buceta até gozar. Depois caiu de lado, já roncando, como
normalmente fazia.
Tudo bem. No outro dia acertaria suas contas financei-
ras com ele
FIM DA TERCEIRA PARTE
DE SANTA A PUTA 25
4. Ela de lingérie provocante
e trinta homens
Deu mais uma olhada no anúncio de jornal. Precisavam
de vendedores para roupas íntimas femininas. Desde
que pedira demissão da quitanda que o marido a vinha pres-
sionando para arranjar novo emprego. Até comprava jornais
todos os dias, para que ela pudesse ver os anúncios classifica-
dos. Logo ele, que nunca se interessava sequer em folhear os
matutinos. Dizia que era mais barato saber das notícias pela
televisão. Mas estava agradecida. Aquele anúncio parecia vir
bem a calhar. Se as peças íntimas fossem interessantes, pode-
ria até comprar algumas para vestir. Por isso, ajustou melhor
o vestido sensual ao corpo e olhou-se no espelho satisfeita.
Havia cortado um pouco o cabelo e o deixara solto. Sentia-se
confiante para conseguir a vaga indicada no jornal. E estava
linda como nunca.
DE SANTA A PUTA26
Foi recebida por um senhor de uns sessenta e poucos
anos, bem apessoado e simpático, que se apresentou como
Genaro. Ele lhe fez algumas perguntas e achou-a apta ao
serviço. Confidenciou-lhe estar precisando mais de um en-
carregado do que de um simples vendedor, pois queria se
aposentar deixando um substituto à altura. Infelizmente, na-
quela cidade pequena, as pessoas não tinham o menor tino
para venda. Era como se todos trabalhassem ali só porque
não tinham outra profissão. Aí Maria ficou cada vez mais in-
teressada. Perguntou o que era preciso para almejar o cargo
de encarregada do setor. Ele olhou-a sem muito entusiasmo.
Mesmo assim, disse que lhe lançaria um desafio: se ela con-
seguisse vender no mínimo vinte peças em uma hora, ficaria
com a sua função. Ele próprio almejava o cargo de gerente e
só não o conseguira ainda porque não tinha ninguém para
ficar no seu lugar. Maria topou o desafio na hora.
Ela perguntou quantos vendedores existiam na empre-
sa. Cerca de trinta, se contasse com os que eram representan-
tes comerciais e distribuidores, todos homens. A firma era
a única representante de roupas íntimas do lugarejo, então
todos que estavam desempregados só iam procurar emprego
lá. Maria pediu que reunisse todos os funcionários em uma
sala e a apresentasse a eles. Depois, a deixasse sozinha com
o grupo por uma hora. O encarregado estranhou o pedido,
mas fez o que ela sugeriu. Antes, separou vinte peças íntimas
diferentes e entregou-lhe.
Minutos depois, Maria estava diante de uma plateia to-
talmente masculina. Sentiu-se inibida. Na verdade, não tinha
nenhuma estratégia em mente para vender as roupas. Ape-
nas pensou que não custaria nada tentar. Todos olhavam-na,
esperando o que ela tinha para dizer. Então, lembrou-se da
máscara que, desde que fora ao puteiro, guardava escondida
na bolsinha que usava. Pediu licença por uns minutos e diri-
DE SANTA A PUTA 27
giu-se a um toalete que havia perto da sala, levando a saco-
la com roupas e trancando-se lá dentro. Quando saiu, todos
assoviaram de surpresa. Maria estava quase que totalmente
nua. Vestia apenas um sutiã bem sensual e uma calcinha de
rendas combinando. E a máscara rubra cobrindo os olhos.
Bateram palmas, quando viram seu corpo de formas deslum-
brantes metidas naquelas peças ínfimas. Quando se fez quase
silêncio, ela pegou a primeira peça de dentro da sacola, olhou
o preço na etiqueta e ofereceu o sutiã pelo dobro do valor.
Quem comprasse ganhava o direito de vir até ela e olhar seus
atributos mais de perto. Ainda boquiabertos pela inusitada
estratégia de venda, ficaram um olhando para o outro, sem
saber o que dizer. Um mais esperto, no entanto, percebeu o
jogo e entrou nele. Botou a mão no bolso, retirou a quantia
e acenou para Maria. Seria o primeiro comprador. Aproxi-
mou-se dela e entregou-lhe o dinheiro. Mas disse que queria
a peça que ela estava vestindo, e não a que ofertava. Todos
deram gritos e bateram palmas, aprovando a decisão dele.
Maria posicionou o comprador de modo que ela ficasse de
costas para a turba e pediu que lhe tirasse o sutiã. Ele ficou
encantado quando seus seios saltaram da peça quase na sua
boca. Ia beijar-lhe o biquinho quando ela colocou imediata-
mente a outra peça, deixando-o frustrado. Entretanto, disse
que o deixaria tocar-lhe se fizesse no mínimo três compras.
Ele preferiu esperar para quando a calcinha fosse ofertada.
O Sr. Genaro ficava mais curioso a cada algazarra dos
seus funcionários. Prometera não entrar na sala antes que se
completasse o tempo pedido pela novata, mas não iria aguen-
tar ficar uma hora sem saber o que estava acontecendo lá
dentro. Mesmo assim, conteve-se. Todavia, a cada levante dos
vendedores, sua curiosidade aumentava. Desistiu de esperar.
Abriu a porta quando Maria estava oferecendo sua última
peça: uma calcinha bem pequenina e sensual. Justamente a
mais difícil de vender, pois as mulheres achavam o modelo
DE SANTA A PUTA28
devasso demais. Ao ver a aspirante a seu cargo quase nua, o
Sr. Genaro ficou imediatamente de pau duro. Fazia tempos
que não tinha uma ereção tão tesuda. Ouviu-a oferecendo a
peça por quase o quíntuplo do valor. Prometia deixar que o
comprador lambesse sua vulva por dois minutos. Nem titu-
beou. Levantou a mão, exigindo ser o próximo comprador.
Houve um muxoxo geral. Muitos queriam comprar aquela
peça que Maria deixara para o final. E olha que ela nem tinha
prometido a lambidinha ainda...
Na saída do emprego, depois das dezenove horas, Ma-
ria estava eufórica. O Sr. Genaro havia cumprido com a sua
promessa e já a apresentara aos vendedores como a nova
encarregada de vendas. Elogiou sua esperteza e criatividade
para os negócios. Ela também lucrou algum dinheiro, ven-
dendo as peças acima do valor estipulado. Agora, tinha grana
para comprar outros vestidos sensuais. Até porque seriam
necessários para estar apresentável em sua nova profissão de
vendedora. Estava a caminho de casa, muito contente, quan-
do passou pelo puteiro que visitara dias atrás pela primeira
vez. Pensou que ali seria um ótimo lugar para comemorar a
conquista do seu novo emprego.
Desceu do ônibus, resoluta. Entrou no local, mas de-
veria ser ainda muito cedo. Lá dentro só havia o garçom ar-
rumando as mesas e cadeiras. Ele espantou-se ao vê-la nova-
mente. Apostara com o mulato de blazer branco, outro dia,
como ela jamais voltaria ali. Mas era ela, sim. A máscara ru-
bra que usava lhe fazia destacar-se das demais prostitutas que
frequentavam o local. Mas, no momento, ainda não havia
chegado nenhuma. Aproximou-se da bela dama e perguntou
em que podia servi-la. Ela pediu um copão de guaraná com
bastante gelo. Ele ajeitou-lhe a melhor mesa e trouxe seu pe-
dido. Pouco tempo depois, começaram a chegar os primeiros
frequentadores do puteiro. As mulheres a olhavam atraves-
DE SANTA A PUTA 29
sado. Os homens com visíveis olhares de cobiça. Porém, o
sujeito que escolheria por companhia ainda não tinha che-
gado...
Quando estava terminando de tomar o copão de gua-
raná, o viu entrar. Usava o mesmo blazer e calça brancas, po-
rém, agora com uma camisa vermelha, que quase não fazia
diferença no seu look anterior, pois estava totalmente aberta.
Seu olhar cruzou com o de Maria, entretanto não se sentou
na mesma mesa que ela. A moça estava, neste dia, resolvida
a comemorar. E passado alguns minutos, dirigiu-se à mesa
dele. Sentou-se e pediu outro guaraná. No entanto, apesar de
puxar conversa e trocar olhares interessados com o rapaz -
que pareciam não fazer muito efeito – ela não conseguiu fazê
-lo entender que queria que ele a tirasse dali e a levasse para
algum outro lugar. E por mais que quisesse, não tinha cora-
gem de chamá-lo também. Necessitava mais do que apenas
olhares desnudando-a. Queria aquelas mãos fortes e firmes
explorando-a... Queria que ele fosse atrás dela.
Abriu a bolsa, colocou algumas notas debaixo do copo
e, sem se despedir do homem, saiu do puteiro. Achou que, se
estivesse interessado em transar com ela e tivesse percebido
suas intenções, viria atrás. Dirigiu-se a um táxi [ vários táxis
faziam ponto ali ] e qual não foi sua surpresa ao levar a mão
à maçaneta, a do moço tesudo ser mais rápido do que a dela.
Abriu-lhe a porta e, num acordo tácito e mudo, os dois en-
traram.
Com a mão em sua perna, e dirigindo-se ao motorista,
Ralf [ viera depois a saber seu nome ] apenas disse: Rivera.
Maria não quis saber onde seria isso. Intuia que provavel-
mente era o nome de um motel, só esperava não ser daqueles
muito pulguentos... O ímpeto com o qual ele a beijou tirou-
lhe totalmente o ar. Sentia fogo em sua respiração, e sua lín-
DE SANTA A PUTA30
gua a invadia como labaredas longas, firmes e absolutamente
lascivas. Se ali conseguia, com apenas um beijo, amolecer seu
corpo em menos de um minuto, o que ele faria em uma hora?
O carro parou em frente a um motel, numa rua escu-
ra. Sentiu gelar-se por dentro... Detestaria pegar alguma do-
ença de pele que geralmente acompanham os lençóis desses
lugares sujos. Porém, surpreendeu-se ao entrar na recepção.
Tudo muito claro, limpo [ pelo menos ali ]. Isso já fez com
que ficasse menos ansiosa com a situação. Uma mulher gor-
da, bem arrumada, maquiada com primor e com os cabelos
presos, os recebeu. Cumprimentou o moço com efusão. Já se
conheciam há tempos - foi o que Maria imaginou. Não cum-
primentou a mulher de máscara. Apenas acenou com a cabe-
ça e entregou a Ralf uma chave com um número inscrito: 69.
Subiram as escadas que levavam ao primeiro andar.
Aquele podia ser um prédio antigo, mas estava muito bem
conservado por dentro. Ao final do corredor, pararam de-
fronte à porta e, quando ele a abriu, a moça constatou a sim-
plicidade do quarto e o cheirinho de lavanda que denunciava
um que deveria ter sido limpo havia pouco tempo. Tudo isso
não ocupou nem um minuto da mente de Maria. Viu que
Ralf despia o blazer e a camisa e dirigia-se a ela com urgência.
Ele era um bom gourmet. Sabia como degustar uma
mulher. Lambia sua boca, passava a língua em seus dentes.
Provocava todos os milimétricos pedacinhos dela. Não esbo-
çava vontade alguma em ser servido, apenas em servi-la. Ha-
via um sofá num canto do quarto e gentilmente empurrou-a
para lá. Abriu-lhe o vestido, despindo-a lentamente e deposi-
tando beijos em seu corpo. Tirou sua calcinha com presteza
e sentou-a no sofá. Sua boca percorreu-lhe o colo, seus bi-
quinhos assanhados pediam para ser mordidos. Aquela boca
habilidosa retirava gemidos lânguidos de Maria.
DE SANTA A PUTA 31
Abriu suas pernas e aspirou o perfume da sua vulva.
Colou a a boca em suas coxas e entre mordidas leves, sucções
enlouquecedoras, chegou à sua vulva pulsante. Experimen-
tou cada um de seus grandes e pequenos lábios. Penetrou seu
íntimo com fogo e maestria. E Maria derretendo ali, comple-
tamente entregue, gozou naquela boca desconhecida.
Satisfeita por ter iniciado a noite com uma comemora-
ção tão quente, queria agora sentir o sabor dele. Nunca havia
feito sexo oral. Nunca sentira o gosto que os homens têm. E,
na verdade, nem sabia como começar. Porém os seus receios
apenas aumentaram quando abriu o zíper da calça dele e o
membro teso, grande, rosado, pulou pra fora. Pensou se con-
seguiria acomodar aquilo em sua boca. Será que não faria
feio em sua primeira vez? Pelo menos tentaria dar prazer a
ele, como ele lhe deu...
Terminou de tirar-lhe a calça e pediu que sentasse na
beira da cama. Timidamente, achegou-se àquele pau que
pulava como um touro enfurecido. Sentiu o cheiro, tateou,
levou a glande à boca e provou o sal de seu pré-sêmen. Va-
garosa e lentamente, explorava. Lembrou que uma vez havia
visto uma moça, na tevê, de madrugada, falando sobre sexo
oral. E recordou de como ela fazia a demonstração com um
picolé. Com essa rememoração, começou a fazer o mesmo.
Engolia a glande, ia até o máximo, e fazia o mesmo caminho
de volta. Ralf, com o corpo estirado na cama, gemia gostoso,
um gemido gutural, saído do íntimo. E adorou ouvir isso. A
excitava sobremaneira aqueles gemidos de macho faminto.
Sentiu que o membro endurecia ainda mais, ficava ru-
bro e, quando tocava em sua garganta, estremecia. Quando
pensou que gozaria em sua boca, ele levantou e, puxando-a
para si, fez com que sentasse em seu colo. E numa só estoca-
DE SANTA A PUTA32
da, penetrou-a. Os movimentos de vai e vem faziam-na de-
lirar. Gozou novamente, com as estocadas firmes dele, para
logo em seguida ele gozar também. Seu corpo ficou entregue,
sobre o dele.
Sua vontade era ficar mais, todavia o marido já deveria
estar nervoso com sua demora. Tomou um banho rápido no
banheirinho simples, recompôs-se e quando voltou ao quar-
to Ralf já estava vestido, fumando.
Maria abriu a bolsa, colocou na mesinha de cabeceira
uma quantia e, piscando pra ele, saiu. Desde a primeira vez
que fora ao puteiro, percebera que não ele era um cliente mas
sim um dos muitos “garotos de programas” que faziam ponto
ali. A quantia deixada foi a mesma que, na primeira vez que
se viram, ele disse que valeria uma foda com ela. Feliz e satis-
feita, chamou um táxi. Só então tirou a máscara. Sabia que o
veria novamente. Havia outras coisas a experimentar...
FIM DA QUARTA PARTE
DE SANTA A PUTA 33
5. Uma maravilhosa noite
sadomasoquista
Os dias se passaram voando. Já fazia quase um mês que
o Sr. Genaro lhe dera o emprego de encarregada. Maria
estava feliz, tudo em sua vida parecia estar ganhando uma
nova [e lasciva] forma. As vendas haviam crescido mais de
25 por cento, já que os subordinados estavam entusiasmados
porque ela prometeu dar, ao melhor vendedor, uma recom-
pensa. Como faltavam apenas cinco dias para o fechamento
das vendas do mês, eles estavam praticamente em estado de
euforia. E a moça percebia isso. Teria que pensar o que fazer.
Ainda não decidira qual seria o prêmio, mas claro que imagi-
nava algo referente ao seu primeiro dia na loja.
No casamento quase não houvera mudança. O que
mudou, foi dentro de Maria, mesmo. E seu marido, agora, a
procurava todas as noites. Ficava aspirando o perfume dela
DE SANTA A PUTA34
e enlouquecia rapidamente. Mas era aquilo: gozar e roncar.
Ela nem sentia mais tristeza, haja vista que seus encontros
com Ralf ajudavam a aplacar o tesão que a consumia con-
tinuamente. Depois daquela primeira noite, algumas outras
se seguiram. Sentia o coração bater descompassado, toda vez
que o via. E ele a tratava de uma forma única, como nunca
fora tratada.
Resolveu ligar pra ele. Agora ela o contatava por celu-
lar. Ligou várias vezes e não obteve resposta. Sempre aquela
mensagem de ‘ celular fora de área ou temporariamente des-
ligado ‘. Constatou, pela primeira vez, como verdade fria, que
ele provavelmente estaria atendendo outra ‘cliente’. A raiva
que sentiu pareceu aumentar seu tesão. Só umas duas horas
mais tarde foi que conseguiu, finalmente, marcar um encon-
tro para aquela noite. Antes de sair da loja, pegou algumas
peças, marcou-as em sua ficha para posterior desconto em
salário, fechou tudo e saiu.
O tesão crescente, misturado com a raiva de saber que
sempre haveria outras mulheres, fervia em seu interior. En-
quanto caminhava até o terminal de ônibus, uma ideia pas-
sou-lhe pela mente. Entrou numa ‘lojinha’ de acessórios eró-
ticos e, meia hora depois, saiu de lá com uma sacola a tiracolo.
Pegou um ônibus, desceu umas três quadras após o Rivera e
voltou a pé. Apenas 5 minutos depois já estava no beco onde
o ‘hotel’ ficava. Tirou a máscara da bolsa e cobriu o rosto. A
mulher – dona Kassandra – a recebeu como de costume. In-
dicou que Ralf já a esperava. Subiu as escadas, ofegante. E ele,
com a porta entreaberta, a esperava na soleira.
Recebeu-a com um beijo quente. Aquela língua lasci-
va quase a fizera desmoronar e desistir do seu intento. Mas
conseguiu afastá-lo e disse que iria tomar um rápido banho.
Antes de se despir, trancou a porta do banheiro. A água ge-
DE SANTA A PUTA 35
lada contrastava em sua pele em brasas. Sua vulva latejava
como a raiva que exalava dela. Vestiu as peças que trouxera
da loja onde trabalhava e pegou os acessórios que comprara
na lojinha. Ao sair do quarto, percebeu a surpresa nos olhos
de Ralf, que a esperava apenas de calça, sentado no sofá do
canto. Ele se levantou e veio ao encontro dela, com um sorri-
so nos lábios, mas ela não deixou que a tocasse. Mandou que
ele se despisse completamente e logo depois se ajoelhasse nu,
aos seus pés.
Maria vestia um conjunto de couro preto, tendo a cal-
cinha minúscula, tipo fio dental. O corpete justo marcava e
modelava seu corpo. Os seios pulavam pra fora a cada res-
piração dela. As meias arrastão 7/8 e a bota de cano longo,
também de couro, a deixava muito mais alta. A maquiagem e
o look faziam-na parecer uma rainha sado. Logo que Ralf se
despiu, ela o mandou beijar sua bota. Chamava-o de verme,
escravo. E fez com que ele jurasse somente a ela servir. Pegou
uma coleira cheia de tachinhas, com um ‘M’ pendendo dela,
e colocou em seu pescoço. Pegou uma guia e enganchou na
coleira. Montou nele e passeou com seu ‘cãozinho’ pelo quar-
to.
Se Ralf não estava contente, não demonstrava. De sua
boca não saia uma única palavra, a não ser que Maria lhe
mandasse falar. Ele estava acostumado a esse tipo de coisa.
Novidade mesmo era para a moça, que nunca desempenhara
este tipo de papel. Ainda assim, estava indo muito bem. E o
tesão que sentia em judiar, em mandá-lo ficar de quatro etc,
arrepiava a pele dela, o tesão estava nas alturas...
Mandou-o ficar de joelhos e, despindo a calcinha, ficou
de costas pra ele, ordenando que lhe lambesse todo o rabo,
como um cachorrinho obediente. Com ambas as mãos, se
apoiava na cama e sentia aquela língua sugando e salivando
DE SANTA A PUTA36
em seu cuzinho sedento, que piscava de desejo a cada nova
lambida. Ralf não se cansava. Sua língua trabalhava de forma
magistral. Maria tentava fazer-se de forte, mas já cansara da-
quela posição. Ordenou que parasse e pegou mais acessórios
na sacola. Algemas, um plug anal e um gel [indicado pela
vendedora do sex shop].
Algemou Ralf à cama, abriu bem as pernas dele e colo-
cou o plug [depois de untá-lo com aquele gel] em seu ânus.
Ele nem resistiu. E ela se tremia ao fazer isso. Havia lido as
instruções mas, como nunca havia feito tal coisa, teve medo
de colocar errado. Porém, entrou direitinho, e ficou lá ‘pluga-
do’. Viu que o pênis ficara ereto e pulsante. Besuntou-o com o
mesmo gel e, montando nele, fez com que a penetrasse.
Montada nele, se sentiu poderosa. O gel queimava suas
entranhas. Era um fogo gelado... Podia ver os espasmos no
rosto do moço. E, a cada novo movimento, o esforço dele
para não gozar. Ela ordenara que o gozo dela teria que vir
primeiro, senão ele seria castigado. O chicote estava pousado
ao lado da cama, na mesinha de cabeceira.
Ralf aguentou todas as suas taras e acatou todas as or-
dens de Maria sem reclamar. Quando ela se fartou, caiu de
cima dele, ofegante. Ele estava todo suado. Pediu que ela lhe
soltasse das algemas e foi tomar um banho demorado. Quan-
do saiu do pequeno banheiro que havia no quarto, ela estava
ainda exausta. Beijou-lhe a nuca e ela ronronou feliz. Então,
foi a vez de ele dar-lhe o troco. Antes que ela percebesse, alge-
mou-a na cama. Ela assustou-se, pois já se aproximava a hora
de ir embora para casa. Mais assustada ficou quando ele a
suspendeu pela cintura, fazendo-a ficar de quatro. Adivinhou
suas intenções e ficou apavorada. Ele já estava de pau duro de
novo e agora untava a bunda dela com o gel que estava sobre
a mesinha. Olhou para o tamanho do pênis dele e começou
DE SANTA A PUTA 37
a implorar que ele não fizesse aquilo que estava pensando.
Ainda não haviam tido relações anais, justamente por ela não
se achar capaz de aguentar aquela tora na bunda. Nem com o
marido praticava esse tipo de sexo, pois ele dizia ser pecado.
Ralf permaneceu calado, como ficara o tempo todo enquanto
ela se divertia. Apontou a glande para o buraquinho lambu-
zado dela e enfiou sem dó nem piedade. Ela deu um gemido
arrastado, sentindo-se empalada. Tentou se desvencilhar, mas
ele agarrou-a pela cintura e enfiou mais aquele cacete grande
e grosso até o fim, fazendo com que ela perdesse a voz de tan-
ta dor. Ela chorava e ele socava com gosto, mais excitado pelo
sofrimento que lhe infligia. Então, de repente, ela começou a
rebolar na pica dele. Sinal de que já estava gostando...
Ralf, no entanto, não estava querendo fazê-la gozar.
Entrara no seu jogo sadomasoquista. Retirou o pau da bunda
dela quando ouviu os primeiros gemidos de prazer. Ela recla-
mou. O ânus já se adaptara à grossura e tamanho do pênis e
ela agora sentia ânsia dele ali. Mas o amante ficou de pé na
sua frente e exigiu que ela lhe chupasse o pau que acabara de
sair do seu cuzinho desvirginado. Maria sentiu nojo. Disse
que não iria fazer aquilo, mas no mesmo instante sentiu uma
fisgada na bunda. Ele havia pegado o chicote e a golpeara
ali com força. Depois, apontou novamente o cacete para sua
boca e pediu que ela engolisse todinho. Maria tocou aquele
pau sujo com os lábios, quase botando os bofes para fora.
Tentou limpá-lo com as mãos, mas recebeu nova chicotada.
Fechou os olhos e engoliu logo aquele pênis imundo. Ele pe-
gou sua cabeça com ambas as mãos e atolou o caralho bem
no fundo da sua garganta. Maria engasgou, soluçando.
Mas seu suplício ainda não havia acabado. Ralf untou o
cabo do chicote com o gel e enfiou-o na sua vagina. Ela ago-
ra chorava a valer, implorando misericórdia. Ele fingia não
ouvi-la. Depois de acondicionar o cabo do chicote na boceta
DE SANTA A PUTA38
dela, virou-a de costas para si e enfiou o cacete de novo no
seu cuzinho ainda lambuzado. Enrabou-a com furor, cha-
mando-a de sua putinha vadia, enquanto segurava o cabo do
chicote dentro dela, enfiado na vagina. Maria urrava de dor e
de prazer ao mesmo tempo. Com ódio, começou a mordiscar
com o ânus o pau dentro de si, achando que lhe estava fazen-
do algum mal. A pressão que ela fazia, no entanto, tornava o
coito muito mais gostoso. Ralf estava para gozar. Aumentou
a velocidade dos movimentos.
Maria começou a tremer o corpo todo. Já não mais
chorava. Concentrava-se no prazer que sentia por ali pela
primeira vez. Enfiou-se nele até o talo, quando sentiu que ia
ter um orgasmo. Gozou pela vagina e pelo cu, quando sentiu
o forte jato de esperma nas suas entranhas. Seu túnel ficou
mais elastecido de repente, quando o amante jorrou esperma
dentro dele. Para sua surpresa, Ralf retirou o pênis de vez e
colocou os dedos em bico no seu ânus. Apavorou-se quan-
do ele enfiou três dedos de uma vez. Mas seu cuzinho, agora
relaxado pela aproximação de um novo orgasmo, não ofere-
ceu resistência. Aos poucos, ele foi introduzindo outro dedo.
Quando Maria percebeu, ele já estava com os cinco dedos,
em forma de bico de pato, socado em seu rabo. Ficou abrindo
e fechando levemente a mão, enquanto fazia movimentos de
vai e vem com ela dentro do seu ânus. Maria explodiu nova-
mente de intenso prazer, até que desfaleceu sobre a cama.
Quando passou aquela letargia gostosa, Ralf já não se
encontrava no quarto. Fora embora, deixando-lhe algum di-
nheiro sobre um bilhete que dizia: DA PRÓXIMA VEZ TRA-
REI MEUS APETRECHOS DE TRABALHO. TEREMOS
OUTRA NOITE SADOMASOQUISTA MARAVILHOSA!
Maria tomou um banho depressa e vestiu-se para ir
para casa. Guardou bem as suas coisas dentro da bolsa, de
DE SANTA A PUTA 39
forma que o marido não notasse. Ainda sentia as dores das
chicotadas que recebera nas nádegas. Já estava atrasada, mas
aquele era dia do “futebol” do marido. Torcia para chegar an-
tes dele em casa. Até porque precisava colocar algo que dis-
farçasse os vergões deixados pelas chibatadas. Ainda não era
tempo de o marido saber das suas aventuras sexuais. Pegou
um táxi e sentou-se no banco de trás, como sempre. O con-
tato da bunda com o estofado do carro lhe deu uma sensa-
ção gostosa, como se o pau do amante ainda estivesse dentro
dela...
FIM DA QUINTA PARTE
DE SANTA A PUTA40
6. O excitante prêmio do ganhador
Acordou toda moída. Seu corpo doía demais. Com difi-
culdade, levantou e foi para o banho. Despiu-se e olhou-
se no espelho. Nos pulsos, uma tênue linha vermelha só po-
deria ser percebida pelos mais atentos. Já as várias marcas
roxas espalhadas em suas nádegas estavam muito aparentes.
Teria que tomar muito cuidado para que o marido não as
visse. Como ele já havia saído para o trabalho, voltou nua
pro quarto a fim de pegar uma toalha limpa. Mexia despre-
ocupadamente no guarda roupa quando notou que a janela
estava meio aberta e a curiosa da vizinha esticava o pescoço
e a olhava, incrédula.
Dona Guilhermina era uma das mais atuantes fofo-
queiras do bairro. Maria pegou uma toalha correndo, enro-
lou-se e bateu a janela na cara da mulher. Logo, ouviu a janela
dela se fechando. Poderia apostar que, naquele momento, a
DE SANTA A PUTA 41
outra já estaria pendurada ao telefone. Provavelmente falan-
do sobre as marcas que viu em seu corpo. Elas moravam em
casas muito próximas uma da outra e as janelas dos quartos
coincidiam abrir-se frente a frente. Pensaria no que falar a ela
depois. Se não tomasse cuidado, estaria em pouco tempo na
boca do povo.
Lembrou-se de que a velha fofoqueira tinha uma sobri-
nha enfermeira, que quase todo dia estava lá na casa dela. A
jovem bem que poderia ajudá-la a se livrar daquelas marcas
indesejáveis. E a moça era uma pessoa legal, bem diferente da
tia que vivia infernizando a vida dos outros. Iria tocaiá-la e
pedir que ela lhe desse alguma dica de como se livrar daque-
les hematomas. Claro que inventaria um desculpa qualquer
para encobrir a origem daqueles vergões que, ao mesmo tem-
po, serviria para calar a má língua da fofoqueira...
Vestiu-se e saiu para o trabalho. Estava pensando em
que prêmio dar ao funcionário que tivesse vendido mais na-
quele mês, como prometera para seus subordinados, assim
que assumira sua função de encarregada na empresa. Todos
estavam muito empenhados e as vendas cresceram mais de
vinte e cinco por cento. Chegou ao ponto de ônibus bem a
tempo. O coletivo que sempre tomava para ir ao trabalho
já podia ser avistado na parada anterior. Quando parou na
que estava, eis que desce dele a sobrinha de D. Guilhermina.
Tinha o rosto abatido, demonstrando que virara a noite de
plantão. Ficou na dúvida se falava com ela naquele momento
ou se deixava para depois. Mas quando a moça a viu, já a
cumprimentou com aquele sorriso de quem já estava saben-
do das suas marcas na bunda. Decerto a velha fofoqueira já
havia telefonado para ela...
Sem que Maria pedisse, a jovem retirou da bolsa uma
cadernetinha de anotações, escreveu um endereço de MSN
DE SANTA A PUTA42
e deu para ela. Confirmou que a tia lhe havia ligado e dis-
se que poderia lhe indicar uma pomada que lhe aliviaria da
dor e faria desaparecer as marcas. Falou isso com um sorriso
cúmplice, fazendo Maria corar. Mas o ônibus já ia sair. Gritou
para que o motorista esperasse um pouco e subiu no coletivo,
prometendo à jovem que iria adicioná-la ao seu Messenger.
Foi a primeira coisa que fez quando chegou na empresa
onde trabalhava. Não tinha computador em casa, o marido
nunca se interessou e até desestimulava-a quando dizia que
queria um. Afirmava que a Internet propagava a pornografia.
Era coisa de gente safada. Realmente, certa vez Maria abria os
e-mails da empresa quando apareceu, de repente, na tela, um
desses spans pornográficos. Era um site para lésbicas, pois só
apareciam imagens de duas ou mais mulheres no ato. Naque-
la ocasião, inventou uma desculpa qualquer e ficou até mais
tarde no trabalho, só para poder abrir, sem ser vista, alguns
vídeos pornôs que o site disponibilizava. Ficou excitadíssima
quando viu duas mulheres fazendo amor. Prometeu a si mes-
ma um dia experimentar aquilo.
Maria passou o dia todo esperando que a sobrinha de
Dona Guilhermina aparecesse online, em vão. Quando todo
mundo já estava se despedindo dos companheiros para ir
embora, o MSN deu o sinal de que a jovem entrara naquele
momento no site. E, nem bem ingressou, cumprimentou logo
Maria. Pediu que aceitasse sua imagem da webcam. Para sua
surpresa, a moça estava com os seios desnudos e parecendo
bem à vontade. Temeu que os companheiros vissem aquela
cena e minimizou a tela. Assim que o último se despediu,
respondeu o cumprimento online. Mas estava visivelmente
encabulada com a nudez da jovem. Não conseguiu evitar um
fogo entre as pernas, uma vontade de se masturbar...
Angeli era o nome da moça. E o nome não combina-
DE SANTA A PUTA 43
va em nada com ela. Apesar de seu nome lembrar “anjo”, ela
tinha um diabólico brilho nos olhos e a voz quente, que pe-
netrava o interior de Maria como línguas de fogo ardentes. A
enfermeira disse que havia saído do banho naquele momen-
to e que não aparecera mais cedo porque precisou descansar
depois do longo plantão de 24 hrs. Sem graça, Maria disse a
ela que não tinha problema algum, que poderia ficar mais
um tempo na empresa, já que todos os funcionários haviam
ido embora e seu serviço já tinha sido feito. Poderiam, então,
conversar a vontade. Angeli respondeu com sorriso matreiro:
- Podemos ficar a vontade? Então, mostre pra mim tuas
marcas. Quero ver como estão pra poder saber se a pomada
será eficaz.
Maria, apesar de envergonhada, adorou despir-se para
outra mulher. Sentia sua vulva pulsando e os biquinhos
eriçados. Conversaram um pouco sobre como conseguira
aquelas ronxas. A moça sentiu que poderia confiar na outra.
Precisava mesmo ter uma amiga, quem sabe até seriam mais
íntimas? Maria divagou por alguns momentos e, ao olhar no-
vamente pra tela, quase caiu de costas. É que Angeli puxara a
cadeira pra um pouco mais longe do PC e podia vê-la agora
se masturbando. Sem nada responder, fez o mesmo. A outra
sorriu-lhe um sorriso cheio de tesão e, enfiando dois dedos
na vulva profundamente, levou-os à boca perguntando a Ma-
ria se ela não tinha vontade de sentir o gosto de uma outra
mulher. Ela assentiu. Gemia gostoso e o gemido desse anjo
do inferno acariciava os sentidos de Maria. O gozo quente
podia ser sentido nas suas mãos e, após despedirem-se efusi-
vamente, trocaram telefones. A enfermeira deu a ela o nome
de uma ótima pomada. De repente um insight: sabia que prê-
mio dar ao funcionário do mês.
Os dias se passaram e Angeli não saia do pensamento
de Maria. Naquela noite iriam se ver, agora ao vivo. Aquela se-
DE SANTA A PUTA44
ria a noite da premiação. O funcionário do mês foi aplaudido
e felicitado na sala de reuniões. Todos estavam curiosos pra
saber qual seria o prêmio que a encarregada lhe daria. Sur-
preenderam-se ao ouvirem-na dizer que o prêmio era segre-
do. E que, se o premiado contasse aos outros sobre o prêmio
depois de recebê-lo, não teriam, nunca mais, nenhum tipo de
premiação. Todos assentiram e ao final Maria, chamando Jes-
sé – aquele vendedor que comprara o primeiro item que ela
colocara a venda em seu teste vocacional – deu-lhe algumas
instruções e um endereço. O moço ficou curioso, já que não
conhecia aquela parte da cidade. A parte nobre, onde havia
muitas mansões, muitos condomínios fechados e um gigan-
tesco clube de golf. A moça o dispensou e dirigiu-se para as
portas, a fim de fechá-las, já que era final de expediente.
Já tinha avisado ao marido que não iria chegar cedo.
Disse que sairia com Angeli – o que era uma verdade – para
visitar algumas senhoras doentes no hospital que a moça
trabalhava – não poderia dizer a ele sobre seus verdadeiros
planos. O marido não gostou nem um pouco, pois dizia que
aquela moça não era boa companhia para mulheres casadas
e muito menos pra mulheres sérias. Mas Maria o deixava fa-
lando sozinho pela manhã.
Agora, ali no banheiro da loja, refazia mentalmente
seus planos para aquela noite. Já tinha na bolsa tudo o que
iria precisar e estava também levando para Angeli algumas
peças que imaginara cair bem em seu corpo escultural. Cha-
mou um táxi – agora podia se dar ao luxo de andar de táxi
quando queria ir a algum lugar sem ser notada, pois conti-
nuava a vender algumas peças para os vendedores pelo quín-
tuplo do preço e seu salário tivera um acréscimo, como o Sr.
Genaro havia prometido se ela aumentasse as vendas da loja.
Quando chegaram ao Green Valley – um condomínio
DE SANTA A PUTA 45
fechado chiquérrimo – Maria deu um cartão ao guarda e os
portões foram abertos. Após algumas alamedas verdes e al-
gumas belíssimas casas, pararam em frente a uma bela casa
rosa, ladeada por um lindo jardim. E Angeli a esperava na
porta.
Pagou ao taxista e cumprimentou a enfermeira com
dois beijos na face. Sua vontade era de beijar aquela boca car-
nuda, mas seria paciente. Precisavam arranjar o cenário da
premiação. Angeli disse a ela que aquela casa pertencia a uma
médica francesa que vinha ao Brasil algumas vezes ao ano
para tirar férias e que a conhecera num congresso, quando
acabaram se tornando amigas. Não falava francês mas arra-
nhava muito bem no inglês e, assim, sempre se comunica-
vam. A confiança em Angeli foi crescendo e disse a ela que
poderia usar a casa quando quisesse, deixando ordens aos
empregados para que a recebessem bem.
Realmente, a casa era linda. Maria olhava tudo estupe-
fata. Quando Angeli mostrou-lhe a suíte principal, toda em
rosa claro, ela achou que aquele quarto havia saído de alguma
revista de decoração, tal a perfeição ali presente. Amplas ja-
nelas eram cobertas por grossas cortinas de seda rosa pálido.
A cama, king size, as poltronas, tudo lindo. E ao canto, no
alto, como um altar, uma banheira onde poderiam caber qua-
tro pessoas, estava cheia e com a hidro ligada.
Olhou para o relógio e viu que a hora estava passan-
do rapidamente. Precisavam se aprontar. Dera a Angeli uma
sacola e disse que esperava que gostasse de sua ‘fantasia’. A
moça falou pra Marie usar aquele quarto para se aprontar,
que usaria o outro. Mas, antes de sair, puxou-a pelo braço e
deu-lhe um beijo profundo, quente e adocicado. Aquela lín-
gua faminta não encontrou resistência em Maria. Angeli su-
gava sua língua, mordia seus lábios e sentia que a moça der-
DE SANTA A PUTA46
retia em seus braços. Com um riso diabólico, saiu do quarto
e Maria, totalmente mole, foi pro banheiro se arrumar.
Logo ouviu Angeli entrar no cômodo. Também já havia
terminado de se vestir. Mas não esperava que aqueles trajes
caíssem tão bem em Angeli. Uma indumentária vermelha.
Um corpete de seda vermelha, bordada com fios dourados,
a calcinha minúscula, fio dental, de renda transparente. Salto
15 e meias arrastão. Um par de chifres e os cabelos vermelhos
completavam o look da perfeita ‘diaba’.
O look de Maria era completamente o oposto. Sutiã
meia-taça de renda branca. Calcinha da mesma cor e mesmo
tecido, lacinhos dos lados. Meias brancas 7/8 e sandália de
tirinhas brancas, salto médio. Os cabelos estavam presos e
uma tiara de flores cor de rosa finalizava o penteado. Desta
vez, ao invés da máscara vermelha, a moça usava uma lin-
da máscara branca, de seda e renda. Sorriam uma pra outra,
ansiosas, quando ouviram a campainha tocar. Pelo interfone
– também havia um interfone no quarto – recebeu Jessé e
pediu a ele que subisse pelas escadas e entrasse na primeira
porta à direita. Quando ele entrou, quase caiu. Maria estava
numa poltrona, olhava despreocupadamente uma revista e
Angeli jogava mais sais de banho na água.
Maria disse a ele que um ‘show’ erótico seria seu prê-
mio. E que havia uma poltrona exclusiva pra o rapaz. Neste
momento, Angeli a interrompeu e disse que havia uma con-
dição: não poderia, em momento algum, tocá-las. Poderia se
tocar, se despir, ficar a vontade, mas nunca, nunca colocar as
mãos nelas. Ele assentiu. Elas diminuíram a luz do quarto e
ligaram uma música no stereo.
Dançaram olhando uma pra outra, mais pra elas mes-
mas do que pra ele. O tesão entre as duas era palpável. Em
DE SANTA A PUTA 47
dado momento passaram a dançar enroscadas, as mãos se
atrevendo por debaixo dos tecidos. Bocas se tocando, línguas
enroscando. Angeli empurrou Maria pra parede, pegou um
banquinho e colocou uma das pernas da moça ali. Beijou os
seios cobertos de Maria, depois a barriga e, atrevida, puxou
a calcinha de lado e passou a língua ali, entre o vão melado
e agridoce. Um gemido profundo foi ouvido. E as lambidas
acoitavam o tesão dela... Angeli abocanhava a bucetinha de
Maria, sugando com vontade, insinuando a língua em todas
as reentrâncias.
Quando sentiu que a moça já não se aguentava em pé,
pegou-a pela mão e fez com que deitasse na cama, de lado, e
deitou com a cabeça pra baixo, num sugestivo 69. Neste mo-
mento, Jessé já colocava seu membro teso pra fora e iniciava
uma punheta cadenciada, vagarosa. Naquela posição, e en-
tendendo então a sugestão de Angeli, ficou ainda mais louca
ao ver o homem se masturbar, olhando pra elas. Então, com
a cabeça entre suas pernas sentiu, pela primeira vez, o gosto
daquela mulher quente, diabolicamente deliciosa. Quase não
conseguia se concentrar, pois a outra sugava seu cuzinho e
penetrava-lhe a vagina com dois dedos. Sugou com mais for-
ça, mordiscou os pequenos lábios de Angeli e enfiou a língua
em seu cuzinho rosado, todo o despudor desaparecendo e
dando lugar ao prazer. Gozou com um gemido abafado, sen-
tindo o pulsar da outra em sua boca, que tremeu e gozou
também, quase que simultaneamente.
Jessé punhetava furiosamente seu cacete e o jorro de
esperma foi longe. As duas se olharam cúmplices. No segun-
do ato desse show, onde o tesão estrelava, tomariam um de-
licioso banho de espuma, juntas, tendo como expectador um
funcionário feliz e motivado...
FIM DA SEXTA PARTE
DE SANTA A PUTA48
7. A evangélica e o gigolô
Depois daquela noite, no entanto, Angeli desapareceu.
Não foi mais à casa da tia, não telefonou para Maria nem
esteve online. Maria se desesperou. Queria ter outra sessão
de sacanagens com a nova amiga. Não ousou perguntar por
ela a D. Guilhermina. Finalmente, quando largou da empre-
sa, resolveu-se a ir ao hospital onde a jovem trabalhava. Foi
quando soube que Angeli estava de namoro firme com um
médico residente e que até já marcara a data do casamento.
Iriam pular a etapa do noivado. Soube disso através de uma
enfermeira que se dizia muito amiga da jovem. Maria ficou
frustrada. Acreditava que a outra jamais voltaria a ter sexo
com ela.
Retornou para casa entritescida. Perdera uma cúmpli-
ce e uma ótima amiga. Não esperou para falar com Angeli.
Foi-se embora, amuada. Ainda era cedo da noite, então re-
DE SANTA A PUTA 49
solveu procurar o mulato Ralf lá no puteiro. Também não o
encontrou. O garçom, sempre solícito com ela, informou que
o cara tinha encontrado uma mulher que lhe pagava de tudo,
e agora sempre estava à disposição da amante.
Nos dias seguintes, Marie voltou à sua rotina. Abria as
pernas para o marido, ele copulava e dormia. Isso acontecia
com mais frequência, desde que ele descobriu seu lado sen-
sual. Mas não era homem de aguentar mais de uma sessão
de sexo. E Maria sabia dos seus “pulos fora da cerca”. Aos
domingos, continuou indo com o marido para o templo. No
entanto, naquele domingo, sua vida estava prestes a dar nova
reviravolta.
Chegou cedo e acomodou-se num banco ao centro da
igreja evangélica, esperando ficar mais perto do novo pastor.
O bonitão ainda não havia chegado. De repente, ela viu um
casal de mãos dadas entrar no templo. Reconheceu logo o
cara que costumava carregar um livro de Kama Sutra. Mas,
desta vez, ele estava totalmente vestido com um terno ele-
gante. Sua acompanhante era belíssima e estava tão elegan-
te quanto ele. Os dois se sentaram ao lado de Maria e seu
marido. A mulher a cumprimentou com menos entusiasmo
do que cumprimentou seu marido. Maria percebeu que os
dois já se conheciam, mas disfarçavam muito bem. O acom-
panhante da bela mulher continuou de cabeça baixa, como se
estivesse orando. Não deu um pio. Aí, o jovem e belo pastor
iniciou o culto.
Maria tomou um susto ao olhar pro cara. Estava to-
talmente nu, e ninguém parecia notar isso. Sacudiu a cabe-
ça, desviou o olhar e nada: o sujeito continuava lá, nu. Maria
teve comichão na vulva. Ficou vermelha, achando que todos
na assembleia tinham percebido. O marido olhou para ela e
perguntou se estava se sentindo mal. Devia estar lívida. Ela
DE SANTA A PUTA50
balançou a cabeça, afirmando que estava zonza. Quase não
acreditou, quando ele disse:
- Se quiser ir para casa, esteja à vontade. Eu é que não
vou sair daqui pra te levar.
Era o que Maria queria ouvir. Ficara excitada com a
visão do pastor nu e queria chegar logo em sua residência
para se masturbar. Fingiu ficar zangada e levantou-se, dei-
xando o templo sem se despedir do marido. Esperou pelo
ônibus defronte ao templo. De imediato, não passou ne-
nhum. Então, aumentou a sua vontade de gozar. Olhou em
volta, procurando um lugar para se esconder. Estava dis-
posta a se masturbar por ali, mesmo. Viu o beco ao lado do
templo que sabia dar na parte de trás da construção. Cami-
nhou para lá. Já tinha ido ali uma vez, quando teve vontade
de fazer xixi e não quis incomodar alguém do templo para
lhe indicar onde teria um banheiro. Nem bem se viu às es-
condidas de olhos indiscretos, levantou a pesada saia de te-
cido grosso e meteu dois dedos na racha, sem nem mesmo
umedecê-los. Se masturbou até ficar lânguida, sem forças.
Sentou-se nuns tijolos que estavam empilhados por perto.
Mas, antes que pudesse descansar, ouviu passos se aproxi-
mando de onde estava. Levantou-se e procurou um lugar
para se esconder, mas não achou. Aí viu seu funcionário,
Jessé, que vinha ao seu encontro.
- Jessé? O que está fazendo aqui?
- Não aguentei esperar por ti até a segunda-feira. Fi-
quei tarado por você desde o dia da entrega do meu prêmio.
- Não devia ter vindo atrás de mim, aqui onde moro.
Eu sou casada, meu marido está aí.
- Não me importa teu marido. Eu estive o observando.
Quando você saiu, ele ficou de namorico com aquela gosto-
sa que se sentou perto de vocês.
- Não acredito em você. Ela estava com o marido,
também.
DE SANTA A PUTA 51
- Aquele do Kama Sutra? É o gigolô dela. E de outras
mulheres, também. O cara tem um verdadeiro harém de
mulheres, não sabia?
- Não, não sabia. Mas o que você quer de mim?
- Quero dar uma foda contigo, não somente ficar
olhando você foder com mulheres. Pode ser aqui, onde nin-
guém está nos vendo, ou num motel. Quem sabe é você.
- Aqui, não. Alguém pode nos flagrar.
- Então, vamos para um motel?
Ela esteve indecisa. Ainda estava com vontade de go-
zar, mas temia ser vista por alguém do templo e causar um
escândalo. Por outro lado, o jovem Jessé não era de se jogar
fora. E denotava estar mesmo afim dela. Então, disse:
- Vá na frente, encontre um motel chamado Rivera e
espere por mim. Ligue-me, para que eu saiba que já está lá.
Então, me encontro contigo.
Ele não quis ouvir duas vezes: deu meia volta e foi-se
embora. Maria deu um tempo e saiu atrás dele. O cara en-
trou num carro, estacionado na frente do templo, e desapa-
receu. Ela esteve olhando em volta. Ninguém parecia estar
ligado nela. Saiu do beco onde estava e se dirigiu ao ponto
de ônibus. Enquanto esperava o coletivo, um carro diferente
do de Jessé parou perto dela. Era o cara do Kama Sutra. Ele
botou a cabeça para fora da janela e a convidou:
- Quer uma carona, senhora?
Ela ficou indecisa. Tinha curiosidade em conhecer o
sujeito que achava muito atraente, e não acreditava que ele
fosse gigolô, como o subordinado havia lhe dito. Por outro
lado, queria sair logo da frente do templo, temendo ser vis-
ta por alguém conhecido. Principalmente se fosse uma das
suas vizinhas fofoqueiras. Então, entrou no carro rápido. O
cara sorria de um jeito bem cafajeste. Assim que ela se ins-
DE SANTA A PUTA52
talou na poltrona e ele deu partida, o sujeito perguntou:
- Cadê teu marido?
- Você o conhece?
- Claro, ele é meu cliente já há alguns anos.
- Cliente? De quê?
- Consigo programas para ele.
- Programas de computador? Desculpe-me, mas devo
acreditar que está mentindo. Ele detesta computadores.
O cara deu uma sonora risada. Depois, esclareceu:
- Nada de programas de computador e, sim, progra-
mas com mulheres. Não sabia disso?
Ela esteve olhando incrédula para ele. Não acreditava
que o cara estava querendo insinuar. Perguntou:
- Por que está me dizendo isso?
- Dia desses ele estava reclamando que tinha uma es-
posa frígida que detestava sexo. Que ele tinha que forçar,
para poder foder ela. Quando te vi naquele dia, no entanto,
fiquei afim de você. É uma mulher vistosa e muito gostosa.
E, ao contrário do que ele diz, parece trepar muito bem.
- Isso não é papo para estar se levando diante de uma
mulher casada, moço.
Ele sorriu. Mesmo com o carro em movimento, abriu
a braguilha. Botou para fora um caralho enorme, mas ainda
mole. Disse para ela:
- Chupa. Se chupar bem, eu te dou umas aulas de sexo
e de como recuperar teu marido.
- E se eu não quiser mais ele? E se eu estiver querendo
deixá-lo?
Maria não sabia por que estava dizendo aquilo a um
desconhecido. No entanto, saber que o marido a andava
trocando por uma mulher de programa a incomodava enor-
DE SANTA A PUTA 53
memente. Até aturava sua relação com Judith, por saber que
ele a namorava antes dela. Mas com mais uma, não. O gigo-
lô sorria. Parecia ter gostado das palavras ditas por ela.
- Se é assim, posso te ajudar a se separar dele. Te boto
numa casa grã fina e você pode ficar lá por três meses, o
tempo de conseguir algum emprego. Eu te banco de tudo,
nesse tempo. Mas aí, se não conseguir trampo, terá que tra-
balhar para mim.
- Em quê?
- Eu te conseguirei bons clientes, para você ganhar
um bom dinheiro. No entanto, dividimos o teu apurado di-
ário meio-a-meio. Também te ensino a ser uma puta bem
competente.
- Pare o carro. Deixe-me descer. Está me confundindo
com uma de tuas raparigas. - Ela disse, sem conseguir tirar
os olhos da enorme jeba do cara.
- Quem sabe é você. Não vou te forçar. E não estou
te pedindo nada demais: só uma chupadinha. Garanto que
ninguém ficará sabendo.
Mais uma vez, o convite dele mexeu com a sua libi-
do. Estavam parados numa rua erma, mal-iluminada. Se ela
descesse ali, ficaria com medo de sair andando por um local
que considerava tão perigoso. Perguntou:
- Se eu te chupar, você me leva aonde eu quiser? - Ela
ainda não desistira de se encontrar com Jessé.
- Claro. - Ele disse ele, segurando o enorme pau e
apontando-o para ela.
Maria caiu de boca no cacete do cara, mas reclamou
imediatamente:
- Está sujo, fedendo a cu ou a boceta, sei lá...
Ele sorriu. Pediu desculpas, tirou um saquinho com
um pó branco de dentro do porta-luvas, meteu dois dedos
DE SANTA A PUTA54
na abertura do saco e esfregou os dentes com o pó. Ela, in-
genuamente, perguntou:
- O que é isso?
- É um... desinfetante. Tira o cheiro e o gosto da sujei-
ra do pau. Também o deixa sem bactérias.
- Não tem gosto ruim?
- Experimente...
O sujeito quase derramou todo o conteúdo do sa-
quinho no membro e espalhou o pó com a mão. Ela levou
o caralho à boca, novamente. Pensava em fazê-lo gozar o
mais depressa possível. Depois, pediria que ele a deixasse
próximo ao Rivera, onde Jessé a esperava. Sentiu o gosto
estranho do pozinho. Mesmo assim, continuou chupando.
Aí, seu celular tocou. Apressou-se em desliga-lo. Sabia que
era o seu subordinado quem ligava. Depois, retornaria a li-
gação. O gigolô ajeitou-se melhor no banco do carro e ela
pode engolir melhor sua jeba. Mas não demorou muito a se
sentir zonza. Também se sentiu eufórica, como nunca havia
se sentido na vida. Sem ter conhecimento de drogas - pois
isso não era nunca assunto discutido com sua família nem
com seu marido - não percebeu que o pau do cara estava
lambuzado de cocaína. Queria fazer com que o sujeito eja-
culasse o quanto antes. Ele se divertia da ingenuidade dela.
Pediu que ela tirasse toda a roupa.
Maria já não tinha mais controle de si mesma. Fazia
tudo que ele mandava, com a mente embotada pela dro-
ga. Despiu-se totalmente e ainda sentou-se na tora do cara.
Primeiro, colocou a vagina em contato com a cocaína. De-
pois, insatisfeita por ele não gozar rápido, sentou-se na sua
pica, desta vez recebendo no ânus os resíduos. A partir daí,
seu corpo entrou em frenesi. Já não sabia mais o que estava
fazendo. Fodeu como nunca havia fodido na vida. Urrou
muito, dentro do carro, chamando a atenção dos poucos
DE SANTA A PUTA 55
transeuntes que passavam na rua. Até que gozou, expelindo
uma enorme quantidade de “leitinho” no colo do cara.
FIM DA SÉTIMA PARTE
DE SANTA A PUTA56
8. Novamente transando com o patrão
Acordou-se se sentindo ainda zonza e com o corpo todo
dolorido. Estava deitada numa cama confortável. Quan-
do abriu os olhos, percebeu que estava em um hospital. Teve
a certeza quando viu a sua amiga Angeli adentrar o quarto
vestida de enfermeira. A moça sorriu, ao vê-la desperta. Sau-
dou:
- Boa tarde, bonita. Dormiu bem?
- O que aconteceu?
- Quer primeiro a boa ou a má notícia?
- Prefiro a má.
- Pois lá vai: você foi drogada. Te encontraram vagando
nua, pelas ruas. Um verdadeiro escândalo para a sociedade
careta de nossa cidadezinha.
- Meu Deus... como vim parar aqui?
- Seu Joaquim, da quitanda, te viu zanzando pelas ruas
à noite e te trouxe para cá. Teu marido esteve aqui, mas não
DE SANTA A PUTA 57
demorou muito. Saiu pouco depois, sem falar com ninguém.
Parecia envergonhado. Não voltou mais. Você passou cinco
dias desacordada...
- Como é que é?
- Sim, amiga. Você esteve sedada esse tempo todo. Mas
temos uma boa notícia...
- Qual?
- Operaram um tumor que você tinha no cérebro. Não
está sentindo a cabeça enfaixada?
Só então, Maria percebeu as ataduras. Passou a sentir
uma dor leve ali. Lembrou-se que andava vendo coisas estra-
nhas. Acreditava que o tumor lhe havia causado tais visões.
Mais ainda estava preocupada, dessa vez com outra coisa.
Perguntou:
- Alguém da empresa onde trabalho esteve aqui?
- Um tal de Sr. Genaro. Fez um monte de perguntas aos
médicos. Depois, foi embora.
Maria ficou mais preocupada ainda. Temia perder seu
emprego. Também estranhava o fato do seu apaixonado fun-
cionário não ter ido vê-la. Perguntou por seu celular.
- Já disse que te encontraram nua. Sem celular. Com-
pletamente drogada. Lembra quem te deu os entorpecentes?
- Não o conheço -, mentiu Maria - ele me ofereceu uma
carona e depois não me lembro de mais nada.
Nisso, Seu Joaquim invadiu a sala. A enfermeira Ange-
li saiu de fininho, deixando os dois sozinhos. O quitandeiro
pegou nas mãos de Maria. Disse:
- Que bom que acordou. Eu estava preocupado. Vim
todos os dias.
- E o meu marido?
Ele custou um pouco a dizer:
DE SANTA A PUTA58
- Teu marido assumiu o caso com a minha mulher,
aquela catraia. Depois que soube que você havia sido en-
contrada nua, nas ruas, cheia de drogas, esteve lá em casa e
conversou comigo. Disse-me que era apaixonado por minha
esposa e que ela também era apaixonada por ele. Que haviam
se resolvido, finalmente, a morar juntos.
- Coitado do senhor. Ficou arrasado, não é?
- Eu??? Eu já desconfiava daquela puta. Achei foi bom
me livrar dela! Dei-lhe uns tapas e a expulsei da minha casa.
- Você bate em mulher?
- Aquilo não é uma mulé, e sim uma “muléstia”. Nesse
tipo de gente, bato sim.
- E o que faz aqui? O que quer de mim?
- Quero que vá morar comigo. Fiquei doidinho por
você, depois da nossa transa. Aliás, eu já era afim de ti. Mas
te respeitava, por ser uma mulher casta e casada.
Ela esteve em silêncio. Depois, prometeu:
- Eu não posso te responder nada agora. Mas, depois,
a gente volta a se falar, tá? Ainta estou tentando digerir o que
me aconteceu. Preciso sair daqui e saber o que vai ser da mi-
nha vida. Do meu novo emprego e...
Ela ia falar da sua relação com o jovem Jessé e o garo-
to de programas Ralf, mas calou-se. Também queria resolver
seu caso com Angeli. Torcia para que a moça ainda ficasse
com ela, mesmo estando prestes a se casar.
- Sim, eu entendo. E saberei te esperar. Mas queria sa-
ber quem te fez isso.
- Isso importa? Já aconteceu, mesmo...
- Você foi conivente?
- Sim, fui. Mas não imaginava que seria drogada - disse
ela, sem querer dar a saber ao verdureiro que procurou fazer
o gigolô gozar logo para poder se encontrar com o subordi-
nado.
DE SANTA A PUTA 59
- Ia trepar com o cara que te fez isso?
- Não -, mentiu novamente - apenas aceitei uma carona
dele. Ele me forçou a tomar a droga. Mas eu não devia ter
aceitado entrar no carro de um estranho. Então, a culpada
fui eu.
- Era só o que eu queria saber.
- O que pretende fazer?
- Por enquanto, nada. Mas, depois, acertarei meus pon-
teiros com ele... agora durma, minha princesa. Você deve
estar cansada. Amanhã, eu voltarei. Aí, saberemos quando
sairá do teu internamento.
*******************************
Só uns dez dias depois Maria foi liberada. Já havia, in-
clusive, tirado as bandagens. Haviam raspado sua cabeça para
ser feita a cirurgia e agora ela estava sem seus longos cabelos.
Seu Joaquim foi buscá-la no hospital, dirigindo a sua velha
caminhoneta, a que usava para transportar os vegetais para
a quitanda. Levou-a para a sua própria residência, já que a
esposa, Judith, havia ido morar na casa de Maria. Nesse meio
tempo, a evangélica conversara com Angeli e esta se mostrou
disposta a esquecer seu próprio passado devasso. Queria só
curtir o seu namoro com o médico que a pedira em casa-
mento. Maria conheceu o sujeito. Achou-o muito afeminado.
Decerto o cara queria arranjar um casório para disfarçar a
sua homossexualide. Acreditava que tem cara que é gay mas
não quer demonstrar isso em público. Então, arranja uma na-
morada só para calar a boca da sociedade. Mas isso não era
da conta dela.
No outro dia, foi à firma onde trabalhava. Encontrou
muita animosidade, lá. Principalmente do Sr. Genaro, que
quase a bota pra fora do escritório. Em resumo, ele se expli-
DE SANTA A PUTA60
cou:
- A empresa não tolera drogados, prostitutas ou rela-
cionamentos entre seus funcionários. Soubemos que andou
disvirtuando o senhor Jessé e que depois faltou ao encontro
marcado com ele. Por isso, agora ele assume as funções que
eram tuas. Como eu te disse: eu precisava de um encarrega-
do. Você começou bem, mas acabou de forma catastrófica.
Não a quero mais aqui.
Maria estava enojada. O seu subordinado a usara para
conseguir o cargo de chefia. Alcaguetou-a como esposa in-
fiel, aproveitando-se de que a flagraram nua e drogada. Esta-
va odiando os homens. Também estava desempregada e sem
muita grana. Ainda bem que conseguira economizar algum
dinheiro vendendo as lingeries superfaturadas. Mas aquela
grana logo acabaria. Aí, resolveu-se a aceitar o convite de Seu
Joaquim: iria morar com ele.
Quando saiu da empresa de vendas de lingeries, foi
direto para a quitanda. Assim que a viu, Seu Joaquim ficou
muito contente. Beijou-a na boca, mesmo estando na fren-
te de freguesas, que torceram seus narizes para o casal. O
homem nem ligou. Atendeu a clientela, já dizendo que iria
fechar pouco antes da hora do almoço. Nem bem a última
cliente saiu, baixou as portas da quitanda. E foi logo tirando
a roupa.
Quase rasgou as vestes de Maria, com tanto tesão que
estava. Ela, no entanto, apenas se deixou levar. Até porque o
homem é quem dava rumo à foda: arrancou suas roupas, ma-
mou seus seios com uma gula animalesca, chupou seu grelo
com urgência, quase a machucando e, bem dizer, derrubou
-a sobre o piso sujo do estabelecimento. Sem demora, abriu
bem as pernas dela e apontou a cabeça do caralho pulsan-
te. Introduziu a rola de uma vez, quase a estraçalhando por
DE SANTA A PUTA 61
dentro. Meteu como quem mete numa boneca inflável, sem
se preocupar em fazer-lhe também gozar. Ela comparava a
apatia do ex-marido à sanha do verdureiro. Claro, adorava
enlouquecer de tesão um homem. Mas, dessa vez, não esta-
va satisfeita com a foda. Apesar disso, abriu mais as pernas
quando pensou:
- Maldita mania das mulheres de quererem ser amadas
e não fodidas. Eu sempre quis ser bem-fodida, agora sinto a
necessidade de ser bem-amada.
Mas não reclamou em voz alta. Continuou recebendo
as estocadas firmes do homem, sabendo que estava muito
longe do orgasmo. Pensou em desviar a sua atenção do ato.
Ficou fantasiando que era Ralf quem a fodia naquele mo-
mento.
FIM DA OITAVA PARTE.
DE SANTA A PUTA62
9. Uma foda com o pastor
Maria voltou a trabalhar na quitanda. As freguesas, no
entanto, torciam o nariz ao serem atendidas por ela.
O boato que rolava na pequena cidade era que a evangélica
seria viciada em drogas, por isso o marido a deixara por ou-
tra. No início, Maria ficou triste com os falatórios. Depois,
resignou-se a deixar que o povo falasse. O importante era
que a vida com Seu Joaquim estava melhor do que a que le-
vava com o ex-marido, já que o quitandeiro não reclamava
de suas roupas sexys e fodia com ela todos os dias. Se bem
que Maria ainda não se sentia satisfeita sexualmente com
ele. Agora, não queria mais ser apenas fodida, como antes.
Queria ser amada. Um homem que sentisse apenas tesão
por ela não lhe bastava.
Naquela manhã, porém, sua vida estava para dar mais
uma reviravolta. Foi ao centro comercial da cidade a mando
DE SANTA A PUTA 63
do quitandeiro pagar umas compras, quando se encontrou
com a bela mulher que havia visto acompanhando o gigolô
que a havia drogado. Assim que a outra a viu, veio direta-
mente para ela. Parecia furiosa. Vociferou:
- Cadê meu homem, rapariga safada?
- Não sei de quem está falando - mentiu Maria.
- Sabe muito bem, sim. Depois que transou com ele,
naquele domingo, ele desapareceu. O corno do Joaquim an-
dou falando com ele. Com certeza, você lhe fez queixa e ele
te vingou, não foi?
- Por que não pergunta a ele? Não sei de nada. Mas
“teu homem” me drogou. Depois, me largou nua nas ruas.
Portanto, mereceu qualquer coisa de ruim que lhe tenham
feito.
- Vou dar queixa à Polícia.
- É? Aproveite e dê queixa, também, ao meu ex-mari-
do. Eu sei que são amantes. Mas agora, isso é problema da
catraia Judith. Ela é quem vive com ele.
- Eu e teu ex-marido temos uma filha juntos, não
sabia? Quando engravidei, ele estava namorando contigo.
Resolveu se casar, assim que lhe falei que estava esperando
um bebê dele. E nunca deu sequer um centavo de pensão à
menina.
- Folgo em saber que ele não goste de prostitutas.
- Está falando de si mesma? Soube que, ainda casada,
andou trepando com meu novo namorado, vaca safada.
- Com o teu namorado?
- Sim. Ralf agora é meu namorado. Não precisa mais
se prostituir: eu o banco de tudo. Ele vai se casar comigo
daqui a alguns meses.
- E por que, então, ainda anda procurando pelo gigolô
que me drogou?
- Por que é ele quem me fornece drogas, e quem me
banca para eu poder sustentar Ralf.
DE SANTA A PUTA64
Era um monte de informação para o cérebro de Ma-
ria, acostumado ao marasmo, processar. Ela reiterou que
não sabia do gigolô e que a mulher fizesse o que bem enten-
desse. Se queria ir à Polícia, que fosse. Ela não tinha nada
a ver com o desaparecimento do cara. Mas, quando a outra
foi embora ainda irada, ela ficou pensando: será que Seu
Joaquim tinha feito algo ao cara?
Fez os pagamentos e voltou para a quitanda. Num
momento em que se viu a sós com o homem, disse:
- Fui abordada por uma mulher que me disse que o
gigolô dela tinha desaparecido. Você tem algo a me dizer?
Ele coçou a cabeça, antes de responder:
- Dei-lhe duas peixeiradas no bucho, pra ele deixar de
ser safado. E nunca mais drogar a mulher dos outros.
- Meu senhor Jesus Cristo. Você o matou?
- Não sei. Fiz ele entrar na caminhoneta e o levei pra
longe daqui. Discutimos e ele tentou me ferir com um cani-
vete. Puxei a peixeira do porta-luvas e o esfaqueei. Empur-
rei-o carro abaixo e voltei para cá.
- Quando foi isso?
- Você ainda estava internada.
Nem bem o cara disse isso, uma viatura da Polícia pa-
rou na frente da quitanda. Dela, desceram cinco policiais.
Um era o delegado de Polícia da cidade. Foi entrando e di-
zendo:
- Senhor Joaquim, o senhor está preso por tentativa
de assassinato. A vítima sobreviveu e acaba de te denunciar
lá na delegacia.
- Eu também tenho uma denúncia a fazer contra o
gigolô, delegado - disse Maria, tomando coragem para indi-
ciar o cara que a drogou.
DE SANTA A PUTA 65
Pouco depois, Maria prestava depoimento à Polícia.
Foi acareada com o gigolô que negou as acusações, mas que
acabou se contradizendo. Seu Joaquim também confessou
que tinha ferido o cara para vingar Maria. Seu Joaquim foi
liberado, após pagar fiança. Seria julgado em liberdade, de-
pois. O gigolô foi preso, pois algumas prostitutas que ex-
plorava o denunciaram também. Mas toda aquela história
abalou a reputação do quitandeiro, na cidade, e ele cada vez
mais ia perdendo clientes, afundando em seu negócio. Foi
quando resolveu ir-se embora do lugarejo, levando Maria.
Iriam para a cidade vizinha. Recomeçariam do nada, mas
reabririam uma nova quitanda longe dali. Maria topou a
proposta, principalmente porque não se sentia mais à von-
tade morando naquele lugar. Mas as coisas foram bem dife-
rentes para ela, na nova cidade.
Seu Joaquim, ao invés de abrir uma nova quitanda,
inaugurou um bar noturno. No entanto, desta vez, não que-
ria mais Maria trabalhando com ele. É que a moça agora
só usava roupas sensuais, enaltecendo seu corpo e suas be-
las pernas, e o homem passou a ter ciúmes dela. Deixava-a
trancada em casa, quando saía no início da noite para abrir
o bar. Deixava Maria chorando, pois esta não queria ficar
sozinha na residência. Temendo que ela trouxesse machos
para transar na sua ausência, nunca lhe dera uma cópia da
chave. As janelas eram todas gradeadas e Maria ficava confi-
nada naquela casa enorme onde moravam. Ela chorava sua
sina de manhã, de tarde e de noite. Até que um dia, depois
de uma noitada movimentada no bar, Seu Joaquim chegou
extenuado em casa. Nem tomou um banho, caiu na cama.
Maria, sorrateira, tirou-lhe as chaves e foi fazer uma cópia
delas.
**************************
DE SANTA A PUTA66
Aquela era a quarta noite em que Maria voltou ao in-
ferninho onde tinha encontrado Ralf pela primeira vez. Em
todas, usara a máscara vermelha, encobrindo o rosto. Co-
locava uma peruca, com longos cabelos, e estava belíssima
em seu vestido generosamente decotado, deixando ver seu
colo e suas costas. As mulheres que faziam ponto ali segu-
ravam seus machos, temerosas de que Maria os tomasse.
Ela tinha que viajar quase duas horas, para voltar àquela
sua cidade natal, mas fazia isso sem estresse. Sabia que Seu
Joaquim não retornaria para casa tão cedo, pois precisava
estar no bar. E sabia que este era sempre lotado. O homem
não lhe dava mais dinheiro para comprar novas roupas sen-
suais, como Maria queria. Então, ela resolveu que tinha que
ganhar sua própria grana para ir às compras.
Depois que fora operada, perdera a capacidade de ver
homens nus sem que estivessem despidos. Por isso, não re-
conheceu aquele belo rapaz, quando ele entrou no recin-
to com cheiro de suor, bebidas e fumaça. Era o pastor do
templo onde frequentava quando casada. Ele também não a
reconheceu, quando sentou-se a uma mesa perto dela.
- Pastor?
- Quem é você? - Perguntou ele, não a reconhecendo
mascarada.
- Sou uma fã tua. Acompanhei alguns dos teus ser-
mões lá no templo. Estou admirada de vê-lo aqui.
- Não me lembro da senhorita. Mas, onde houver pe-
cado, estarei lá. Aqui, recupero alguns fiéis para Jesus.
- Você quer dizer “algumas” fiéis, não é meu bem? -
Disse uma prostituta se abraçando a ele e lhe beijando na
boca. O jovem pastor não fugiu do carinho. Beijou a quenga
sem tirar os olhos de Maria. Esta sorria para ele. O sujeito
cochichou ao ouvido da mulher:
- Conhece essa mascarada?
DE SANTA A PUTA 67
- Andou vindo aqui mas depois desapareceu. Agora
voltou, pra tomar nossos machos. Deve ser alguma puta ro-
dada, vinda da Capital. Está interessado nela?
- Preciso ao menos tentar convertê-la ao Evangelho.
Você se incomodaria de abrir mão de mim, por hoje? - Per-
guntou o jovem pastor.
A mulher fez cara feia para Maria, mas não disse
nada. Saiu da mesa onde o pastor estava sentado e este se le-
vantou, indo até a onde estava Maria, pedindo licença para
sentar-se.
- Desistiu de converter aquela pobre pecadora?
- Ela já conhece o Evangelho, pois já foi uma senhora
salva. Prefiro convencer você, do poder de Deus.
- E qual seria o teu argumento?
Sem nada dizer, o pastor, camalmente, abriu a bragui-
lha e botou o enorme pênis para fora.
- Uau, é um grande argumento. Mas aviso que estou
cobrando caro por uma hora de prazer.
- O caro para Deus é pouco. Quanto está cobrando
para fazer um pastor feliz?
Não demorou muito e o casal estava no motel Rivera.
A recepcionista fez que não reconheceu o pastor, mas tinha
um sorriso safado no rosto. O jovem apalpou sua bunda,
quando ela se virou de costas, depois de lhe entregar a cha-
ve. A mulher saiu rebolando, insinuante. Maria riu. Pensou
em quanto tempo havia perdido toda santinha, quando os
próprios pastores usavam e abusavam da gandaia. Final-
mente sozinhos, dentro do quarto, o jovem mostrou seus
dotes de “pegador”. Primeiro, quis que ela tirasse a máscara.
Ela se negou. Então, a beijou com volúpia e Maria sentiu a
tabaca “bater palmas”. Por pouco não teve seu primeiro or-
gasmo, antes mesmo de subirem na cama. Ele era paciente.
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  • 1. DE SANTA A PUTA 1 LIVRO ERÓTICO
  • 2. DE SANTA A PUTA2
  • 3. DE SANTA A PUTA 3 1. De santa a puta Maria terminava de pôr o jantar sobre a mesa, naquela noite. O marido chegara com a cara amarrada, como sempre. Era como se ele já não soubesse mais sorrir. Chegava como um porco e sentava à mesa. Como um porco comia e, depois, como um porco roncava no sofá da sala. Nunca tiveram filhos. Sempre pensara que era “seca”, como o marido lhe fazia acreditar. Na igreja, aos domingos, ouvia o pastor falando sobre ter fé que se alcançaria a glória. Glória para ela só se fosse no Céu, pois na Terra era só o mes- mo sofrimento. Levantava cedo, trabalhava na quitanda do Seu Joa- quim, voltava pra casa. Tudo como um autômato. Não sabia mais o que era sorrir de felicidade, mesmo. Sorria mais por fingimento. A vida naquela cidadezinha medíocre era sempre a
  • 4. DE SANTA A PUTA4 mesma: casa, trabalho, casa, marido, choro, tristeza. E noites insones. Maria parecia como uma santa. Nunca reclamava. Nunca falava mal de ninguém, nem tinha qualquer compor- tamento irrepreensível. Mas, naquela noite, ao ouvir o ma- rido roncar pelo décimo ano seguido, ela chorou lágrimas silenciosas e quentes. Não suportava mais aquilo. Não queria mais pra ela aquela vida. Maria casara jovem, virgem, pura e imaculada. E logo na primeira noite descobriu o significado do sexo. Coisa suja, dolorida e pegajosa. O marido quase a partira ao meio. Pas- sou a odiar sexo. Nunca gostara de ler romance, ao contrário de suas amigas. É que não acreditava em amor. Dizia que queria viver com os pés no chão e que os romances – tão irreais – embo- tavam a razão de quem os lia. Maria vivia no século retrasado. Usava roupas pesadas, escuras, sóbrias, sempre de mangas compridas. Nunca usa- va calças. Maquiagem, também não. Porém, Deus lhe havia abençoado com um corpo escultural. Firme e jovem. Longas pernas, lindas curvas. Mas ninguém as via. Estavam sempre encobertas por antiquadas roupas. Nada fazia para realçar aquela beleza quase divina. Lábios rosados, olhos azuis, pele branca e cabelos ne- gros como a noite sem lua. Nunca soltava as madeixas. Cor- tava sempre as pontas dos cabelos que já passavam da altura do quadril. Davam um trabalhão danado a ela penteá-los, por isso usava-os sempre em uma longa trança. Chorou, então, naquela fatídica noite. Chorou muito, até não haver mais lágrimas. Depois, dormiu, como sempre fazia após uma dessas suas depressões. E acordou conforma- da com a sua sina, também como sempre. Mas já não era mais a mesma. Alguma coisa havia mudado nela durante o
  • 5. DE SANTA A PUTA 5 sono. Só não sabia bem o quê. Foi trabalhar na quitanda, como fazia todos os dias, e sentiu-se mais jovial, mais alegre. Seu Joaquim até estranhou seu comportamento, antes tão sisudo. Apesar de respeitar muito a jovem evangélica, era um homem libidinoso. Per- cebera suas formas volumosas sob as pesadas roupas desde que a contratou a pedido do marido, que passava por dificul- dades financeiras. No íntimo, ele achava que ela havia feito sexo gostoso na noite anterior, daí o motivo do seu contenta- mento. Mas não comentou nada com a funcionária, pois ela poderia pensar que era enxerimento. Maria conhecia a sua mulher e suas filhas, e ele também não queria problemas com o marido dela. E o dia passou depressa. À noite, enquanto se arrumava para ir ao culto com o marido, sentiu-se incomodada em vestir suas roupas anti- quadas. Passou algum tempo admirando-se, nua, diante do espelho do banheiro, coisa que nunca havia feito na vida. Le- vantou os seios com as mãos, desejando tê-los mais firmes. E achou horrível aquela moita entre as pernas. Não se depilava fazia tempos. Talvez o tempo que estava sem manter relações sexuais. Procurou uma indumentária mais leve e não encon- trou. Prometeu comprar alguma coisa mais jovial assim que recebesse a semana de salário da quitanda. E saiu de braços com o marido em direção ao ponto de ônibus, descendo três paradas depois, quase defronte ao templo onde costumavam ir orar sempre que havia assembleias. Chegaram atrasados e não encontraram mais lugar para sentar. Não sabia por que, o templo estava lotado. Só depois, percebeu o motivo: o pastor era novato. Um jovem bonito e eloquente com quem Maria simpatizou imediatamente. Não gostava do antigo pastor, por isso quase nem ouvia o seu dis- curso. Passava o tempo todo de cabeça baixa, orando para
  • 6. DE SANTA A PUTA6 o Senhor. Mas iria dedicar, a partir de então, a sua atenção ao belo pregador. De repente, sentiu-se ruborizada com es- ses pensamentos. Nunca ousara pensar em outro homem que não fosse seu marido. Baixou a cabeça, envergonhada. Não queria que o marido percebesse o seu desconforto. Foi quan- do levantou novamente a cabeça que teve a certeza de que algo tinha mudado dentro dela. Havia sentido um arrepio na nuca e olhou para trás, em direção à entrada do templo. Foi quando viu um homem totalmente despido adentar o recinto e se postar a poucos metros dela. Olhou em volta, para sentir a reação das pessoas que estavam no culto, mas ninguém parecia incomodado com o homem, que aparentava uns trinta e poucos anos de idade. Achou que o Cão a estava tentando e só ela via o desconhe- cido. Porém, algumas mulheres o cumprimentaram respeito- samente, e isso derrubou por terra a sua teoria. Sim, lá estava aquele homem lindo, mais bonito que o pastor, totalmente nu entre as pessoas dentro do templo. Tinha um livro nas mãos que mantinha cruzadas, cobrindo o sexo. Mas o livro não era a Bíblia. Tinha a capa preta, como as tradicionais, mas havia alguma outra coisa escrita lá. Apurou melhor a vista e leu: Kama Sutra. Já ouvira essas palavras, mas não sabia bem o que significavam. Aí, o desconhecido olhou em sua direção. Percebera que ela estivera olhando o tempo todo para ele e cumprimentou-a com um aceno de cabeça e um sor- riso delicioso. Maria corou mais uma vez e baixou a cabeça novamente, para o marido não perceber. Entretanto, voltou a olhar em sua direção e ele ainda tinha a atenção voltada para ela. Fez novo aceno em forma de cumprimento, dessa vez afastando as mãos que cobriam seu sexo. E maria viu claramente o pênis em repouso entre suas pernas. Um pê- nis enorme. Quase que seu coração pula pela boca. Sentiu-se incomodada e cochichou ao ouvido do marido que queria
  • 7. DE SANTA A PUTA 7 voltar para casa. Alegou não estar se sentindo bem. Ele res- mungou uma imprecação, mas fez sua vontade. Ao sair do templo, Maria ainda deu uma olhada para trás, procurando avistar o desconhecido. Ele estava lá, nu, acompanhando-a com o olhar e aquele sorriso maravilhoso nos lábios. Maria passou muito tempo se banhando. E nada da- quela sensação estranha passar. Os seios estavam intumes- cidos e sentia uma dorzinha no pé da barriga. Achava que estava para menstruar, mas lembrou-se que não fazia nem uma semana que haviam acabado suas regras. A boca esta- va seca e sentia um formigamento esquisito no grelo. Queria coçar muito ali, mas evitava essa prática pecaminosa. Porém, não se conteve. Untou os dedos com um creme e levou-os à vulva, massageando lascivamente ali. Foi como se seus dedos possuíssem eletricidade, que se espalhava por eles e sentia pulsando lá no íntimo. O útero enfurecido clamava por isso. E, provavelmente, até sua alma também. Entrou num desvario. Esqueceu-se da vida, dos proble- mas, do marido, do pecado que estava a cometer. Olhando à sua volta, viu em cima da pia a escova de cabelos de cabo grosso. Nem piscou. Pegou-a e untou-a com creme. Deitou- se no chão gelado do banheiro que contrastava com sua pele em brasa, abriu bem as pernas e enfiou a escova na vagina – vagarosa e profundamente – e se masturbou ofegando. Se existia inferno nem queria saber pois, se morresse sentindo aquele prazer tão intenso, que fazia seu corpo tremer, nem se importava pra onde iria. Descargas múltiplas faziam Maria entrar num torve- linho de sensações nunca experimentadas. Da sua garganta saíam gemidos primitivos, impelidos pela força natural que há nas mulheres em cio. Quando conseguiu se controlar um pouco, percebeu que de sua vulva escorria algo parecido com
  • 8. DE SANTA A PUTA8 uma geleia translúcida. molhou a mão que não estava im- pregnada de creme ali, levou-a à boca e sentiu, pela primeira vez, o gosto do seu tesão. Foi tirada do seu transe quando seu marido bateu à porta com violência. FIM DA PRIMEIRA PARTE
  • 9. DE SANTA A PUTA 9 2. Deu pro patrão no intervalo pro almoço E os dias foram passando… Depois daquela noite em que quase foi pega no banheiro se masturbando, Maria começou a viver uma vida nova, quente e cheia de pequenos detalhes lascivos. Foi fácil fazer o marido acreditar que ela estava com prisão de ventre. Agora, podia usar o banheiro com sossego e muito tesão. Pela manhã, recebera o pagamento e decidira pedir ao patrão a tarde de folga. Já trabalhara muitas vezes após o tér- mino do expediente e nunca cobrara hora-extra. Assim que o patrão consentiu que saísse, foi correndo às lojas do Centro. Dentro do ônibus, parecia uma adolescente. Eufórica e com as faces em brasa, pois todo o calor do seu corpo podia ser sentido exalando pelos poros. Aquelas roupas sérias pesavam
  • 10. DE SANTA A PUTA10 a cada minuto. As lingeries, da cor da pele e muito recatadas, faziam com que se sentisse muito mais velha do que era. A primeira loja que visitaria seria a de roupas íntimas. O marido nunca ligara pra isso. Aliás, nem a via nua. Tudo geralmente se passava no escuro. Montava nela, jorrava es- perma e virava já roncando. Compraria peças pra sua própria satisfação. Sentia tesão por seu corpo, depois de tantos anos adormecido. A vendedora a atendeu com presteza. Maria pediu pe- ças bonitas, sensuais e, de preferência, com bons preços. Ela sorriu e disse que traria tudo de melhor qualidade e preço que a loja dispusesse. Olhava-se no espelho, vestida naquelas peças maravilhosas. Cores quentes que combinavam com o calor do seu corpo. Sentiu a vulva estremecer quando expe- rimentou um conjunto preto e vermelho de calcinha e top. A calcinha tinha uma abertura que deixava sua fenda exposta e o top não cobria os seios, pois não tinha bojo. Apenas o corpo e a sustentação. Não resistiu e enfiou dois dedos na gruta molhada, que implorava ser acariciada. Nunca pensara de maneira tão devassa. Verificou se a porta estava bem fe- chada. Sentou-se no banquinho que tinha ali no vestuário e pode olhar-se enquanto se tocava. Podia ver sua vagina quen- te, brilhante. Ver os dedos entrando e saindo lhe levou ao gozo rápido. Estremecendo, sorriu feliz… Saiu da loja com duas sacolas cheias e cheiro de cio nas mãos. Entrou na loja de roupas e experimentou vários vesti- dos. Não queria ousar demais. Mas agradou-se imediatamen- te de um vestido azul escuro, quase preto, tipo costas nuas e comprimento uns dois dedos acima do joelho. Nunca tivera coragem de usar uma roupa tão extravagante. Mas estava dis- posta, ao menos, a prová-la. Trancou-se no provador e des- piu-se totalmente de suas vestes cafonas. Ao colocar o vestido
  • 11. DE SANTA A PUTA 11 e mirar-se no espelho, quase não se reconheceu. Estava linda. Pela primeira vez, notou que tinha belas pernas, ao vê-lhes se sobressaindo do vestido sensual. Passou um tempão admirando-se. Foi interrompida do seu êxtase pela vendedora, perguntando se estava tudo bem. Ela abriu a portinhola e a moça admirou-se de sua transfor- mação. Disse que ela estava muito bela. Sugeriu-lhe uns sa- patos de salto alto para combinar com a roupa. Maria demo- rou-se a se decidir. Aquele vestido seria uma escolha muito ousada. Porém, a vendedora conseguiu convencê-la. Apro- veitou e comprou uma sandália delicada preta, de tiras fini- nhas e salto médio. Poderia usar, quem sabe, a sandália com o vestido, de dia, se resolvesse ir trabalhar com a roupa nova. Quando chegou em casa, ainda faltava muito para o marido voltar do trabalho. Mais uma vez, vestiu o belo ves- tido, admirando-se diante do espelho do banheiro. Depois, calçou os novos sapatos. Não conseguiu se equilibrar sobre os saltos. Lhe era difícil imaginar como as mulheres conseguiam se firmar naquela fina plataforma. Mas se elas conseguiam, ela também haveria de conseguir. Ficou andando pela casa, às vezes se apoiando pelas paredes para manter o prumo. Pouco mais de uma hora depois, já havia feito notá- vel sucesso. Depois, colocou as sandálias de tirinhas. Fizera também uma ótima escolha ao comprá-las, pois sentiu que conseguiria trabalhar o dia todo com ela. No entanto, já se aproximava da hora do marido chegar e ele não podia vê-lhe naqueles trajes. Trocou de roupa, tirou os sapatos e escondeu tudo muito bem escondido na sua parte do guarda-roupa. Depois, deu um sumiço nas sacolas de compras. Ele não po- deria encontrar nenhum vestígio de sua transformação. No outro dia, chegou à quitanda como sempre costu-
  • 12. DE SANTA A PUTA12 mava chegar: roupas antiquadas e pesadonas, em cores fecha- das, tornando-a uma figura quase invisível ao mundo. Deu o costumeiro bom dia ao dono do estabelecimento e entrou no banheiro para vestir a bata sobre as roupas, como sempre fazia todas as manhãs. Entretanto, ao sair do cubículo, trans- formara-se numa estranha para o homem acostumado à sua figura apática e, por que não dizer, patética. Soltara os cabelos e os prendera num coque, deixan- do ver sua nuca de pele macia. Usava agora o vestido que comprara no dia anterior que trouxera por baixo das vestes usuais. Resolvera-se a mudar de visual quando estivesse tra- balhando na quitanda. Contava com a discrição de Seu Joa- quim para que o marido não ficasse sabendo. Mas já estava cansada de usar aquelas roupas antiquadas. No entanto, não tivera coragem ainda de sair de casa vestida como estava ago- ra. Os vizinhos iriam estranhar e comentar com o seu com- panheiro. Por isso, saíra de casa usando o vestido e as novas peças íntimas por baixo e as roupas costumeiras por cima. O quitandeiro, no entanto, quando lhe viu pouco ves- tida daquele jeito, quase teve um enfarte. A beleza de Maria estava exuberante. Os seios estavam empinados, sustentados pelo sutiã de aro modelador. Se bem que ela nem precisava desse artifício. Mas se sentia bem se vestindo como a maioria das mulheres que conhecia ou via nas ruas. No entanto, não sabia o estrago que tinha feito no pobre homem. A princípio, ele apenas elogiou sua transformação e beleza, meio gaguejante. Depois, não tirava os olhos dela e suas feições denotavam o tesão que estava sentindo. Ela ficou um tanto constrangida, de início, mas logo se acostumou a seus olhares e aos elogios dos clientes da quitanda, que até acharam que era novata no emprego. Muitos não a tinham reconhecido. Porém, os olhares de Seu Joaquim foram se tor-
  • 13. DE SANTA A PUTA 13 nando cada vez mais libidinosos. O homem suava, como se não estivesse conseguindo conter o tesão. E Maria passou a gostar do efeito que havia causado nele. Teve uma hora que ele entrou no banheiro e se demorou mais do que costumava fazer. Maria ficou preocupada de que ele estivesse passando mal lá dentro. Quando se preparava para bater na porta e perguntar se o homem estava bem, ele saiu do banheiro. Estava total- mente despido. Maria ficou escandalizada. Deu um gritinho de espanto e ele olhou-a como se não estivesse entendendo a sua reação. Ela baixou a cabeça, incomodada com a sua nu- dez. Apesar de estar sem roupas, o homem suava profusa- mente. Ele passou a mão nos cabelos molhados de suor e veio para o balcão, ficando bem próximo a ela. Maria tremia que só vara verde, ruborizada com a si- tuação. O pênis flácido de Seu Joaquim estava todo babado, como se tivesse acabado de se masturbar. Pingava ainda um líquido espesso, apesar de translúcido. Sua situação piorou ainda mais quando uma senhora, velha cliente da quitanda, entrou e notou a sua transformação. Dirigiu-se a ela, elogian- do-a, e pareceu nem reparar a nudez do quitandeiro. Cum- primentou o homem e perguntou pela mulher e filas dele. Conversavam animadamente enquanto ela a despachava. Estava de costas para Maria e ela pode admirar sua bunda e costas tão cabeludas. Tão másculo, diferentemente do seu marido que quase não tinha pelos no corpo. Aí, de re- pente, sentiu-se excitada. Nunca observara o patrão. Só agora notava que ele ainda mantinha traços de beleza. Corpo quase sarado, apenas uma imperceptível barriguinha. Peitoril forte e cabeludo. Pernas grossas, atléticas, apesar da vida sedentá- ria que levava. E não era um homem feio!
  • 14. DE SANTA A PUTA14 Pareceu que Seu Joaquim lhe adivinhou os pensamen- tos pois olhou naquele exato momento para ela. Seu olhar era de cobiça e tesão. Visualizou em meio das suas pernas o pênis que insistia em dar sinais de vida. Ficou pulsante, como se lutasse para não ficar duro. Mas ele não conseguiu evitar a ereção. E Maria sentiu umas descargas na vulva ao ver seu pau endurecer totalmente. Ele não parava de olhar para ela, mesmo ainda atendendo a simpática senhora. Um fogaréu tomou conta do corpo da moça. Levou a mão à vulva, mas não ousou tocar-se ali, por trás do balcão. De repente, passou a imaginar aquele pênis invadindo sua vagina. Começou a suar, também, copiosamente. Estava lou- ca de tesão. Fechou os olhos e sacudiu a cabeça, querendo se livrar daqueles pensamentos pecaminosos. Quando os abriu novamente, Seu Joaquim estava todo vestido. Achou que es- tivesse ficando doida. De uns tempos para cá, passara a ver homens nus na sua frente. A excitação que no momento estava sentindo, no en- tanto, não diminuíra nem um pouco. Ao contrário, cada vez aumentava mais. Aproveitou que não tinha ninguém para atender e entrou no banheiro. Na pressa de ficar sozinha, não percebeu que a tranca resvalou, deixando a porta apenas encostada. Levantou a saia e nem precisou tirar a calcinha, pois havia vestido aquela da abertura frontal, bem apropriada praquele momento. Sentou-se na privada e abriu bem as per- nas. Meteu os dedos na vagina quente e molhada, que pinga- va de vontade de ser saciada. As badaladas do sino de uma igreja que ficava nas redondezas anunciavam ser meio-dia. E também a aproximação do seu gozo... Tudo parecia estar acontecendo muito de repente. Mas como sua vida havia sido sempre em câmera lenta, decidiu-se ali, naquele momento, a fazer seu corpo feliz. Parou por um
  • 15. DE SANTA A PUTA 15 instante e ouviu Seu Joaquim descendo as portas da quitan- da - eram cinco grandes portas, a quitanda era a maior do bairro. Sempre fechavam no horário de almoço. Uma a uma foram baixadas e, quando ela ouviu a última bater no chão e ser trancada, voltou a se masturbar e gemer. Queria que Seu Joaquim a ouvisse. Precisava de um macho penetrando-a. Um macho que a visse como mulher, não apenas como um objeto de despejo. O patrão estremeceu ao passar defronte à porta do ba- nheiro e ouvir os gemidos. Não dava pra crer no que Marie estava fazendo. Percebeu que a porta estava apenas encosta- da. Empurrou-a de leve e esta abriu vagarosamente. Chamou pela moça e ela não respondeu. Foi quando a viu se mastur- bando. Foi tudo muito rápido para que ela tivesse tempo de desistir. Viu o tesão nos olhos do patrão. Viu que ele já estava nu. Deixou então que ele a puxasse para o balcão e a sentasse lá. Também, num consentimento mudo, deixou que descesse para sua vulva quente e sequiosa. Quando o homem passou a língua em sua fenda, ela sentiu o corpo todo amolecer. Nunca experimentara algo tão sublime e delicioso. A língua dele - experiente - provocava nela espasmos de pra- zer que nunca imaginara ser possível. Queria mais. Queria senti-lo dentro de si. E implorou a ele para que a penetrasse. Seu Joaquim não se fez de rogado. Abriu-lhe bem as pernas e penetrou-a de uma vez, arrancando dela um gemido animal. Com poucas estocadas, Marie teve seu primeiro orgasmo com um homem. Gozaram praticamente juntos. Não ousou olhá-lo nos olhos. E quando foi para o ba- nheiro se recompor, seus olhos estavam nublados. Lágrimas em profusão cobriam seu rosto. Silenciosamente, escorriam
  • 16. DE SANTA A PUTA16 sem que conseguisse se controlar. Eram lágrimas de felicida- de. Havia descoberto que a vida poderia ser vivida intensa- mente se houvesse de colocar em sua rotina este ingrediente novo: o tesão. FIM DA SEGUNDA PARTE
  • 17. DE SANTA A PUTA 17 3. A primeira vez dela num puteiro Maria saiu da quitanda naquele dia esbanjando felicida- de, e, principalmente, com uma certeza: queria muito mais do que aquele emprego. Acreditava que tinha potencial para trabalhar em outro ramo. Sua autoestima estava em alta e convenceu-se de que seria capaz de arrumar um emprego melhor, algum que não precisasse pesar batatas ou frutas. Então, no outro dia, conversou com Seu Joaquim. Cla- ro que ele ficou desapontado. Esperava [certamente] que ela estivesse disponível, agora que transaram pela primeira vez. E como poderia esquecer uma foda daquelas? Impossível. Po- rém, foi muito cordato. Nem exigiu que ela cumprisse o aviso prévio. Pegou o telefone e ligou para o contador, deu ordens que acertasse tudo a fim de que ela recebesse seus direitos conforme a Lei. Inclusive, mandou o contador preparar toda a papelada para que Maria recebesse o seguro-desemprego. A
  • 18. DE SANTA A PUTA18 moça saiu dali exultante. Naquele dia, então, saiu mais cedo. Chegou em casa, tirou os sapatos e foi até a cozinha. Foi ai que ouviu o marido falando ao telefone. Pôde perceber que ele falava com uma mulher, pelo tom de voz meloso. Dizia que faria de tudo pra se encontrarem naquela noite, já que quinta-feira era dia de ‘futebol’ com os amigos. Deu uma risada sonora e despediu- se, dizendo que às 8 horas ela poderia esperá-lo no lugar de sempre. Maria ficou furiosa por um momento. Mais consigo mesma do que com o marido, ou ainda com a mulher des- conhecida que falava com ele ao telefone. Ficou imaginando que provavelmente seria esse o problema dele apenas montá -la. Não dar carinho e não procurar satisfazê-la sexualmente. E sempre com a desculpa que não podiam fazer sexo oral porque era pecado e anal também. Dizia sempre que era pe- cado procurar satisfação no sexo. E agora ela descobria que ele a traia. Conseguiu manter o sangue-frio e entrou no quarto, avisando que havia chegado mais cedo. Disse que havia pedi- do as contas e ele bufou, rosnou e gritou com ela. Perguntou se estava louca. Com tantas coisas a pagar, sair de um ótimo emprego como aquele? Fez-se de surda e foi tomar banho. Mais tarde sentou-se na sala e começou a folhear uma revista De Millus que havia pego com uma amiga. Queria comprar mais algumas coisinhas, agora que descobrira o prazer em se vestir de maneira sexy. Quando o marido a viu ali, perguntou que revista era aquela. Maria, com ar inocente, mostrou uma das páginas onde uma bela modelo vestia um lindo conjunto de calcinha e sutiã pretos. Meias 7/8 e cinta-liga completa- vam o sensual look.
  • 19. DE SANTA A PUTA 19 A maneira com que ele se comportou não era, nem de longe, como havia imaginado que se comportaria em uma situação dessas. A reação foi medonha. Pegou a revista das mãos dela e atirou-a longe. Foi praticamente violento. Veio com um sermão sobre isso, falando sobre o fatídico ‘pecado’. O sangue de Marie ferveu e eles discutiram ferozmente. Brigaram até quase a exaustão. Jogaram na cara um do outro seus defeitos sem, no entanto, procurar em nenhum momento discutir a relação. Provavelmente porque a relação [se é que houve em algum momento da vida deles] já havia se deteriorado. Ele deu-lhe um ultimato: que sumisse com aquela revista dali pois, do contrário, quando chegasse do fu- tebol, iriam acertar as contas. Ele saiu de casa bufando. Cerca de vinte minutos de- pois, entrou num motel e desceu do táxi. Uma mulher more- na, de bunda e seios fartos o esperava, já nua, deitada na cama. Era Judith, esposa do quitandeiro. Desde que eram jovens e amigos inseparáveis, Seu Joaquim tinha mania de roubar-lhe namoradas. Quando João conheceu Maria, já namorava Ju- dith. E Joaquim tratou logo de dar encima de Judith, inclusi- ve contando para ela que o amigo estava de caso com outra. Foi uma briga feia e Judith separou-se de João, passando a aceitar os galanteios de Joaquim, que se dizia apaixonado por ela. Era usando essa tática que o sujeito desleal se aproximava de todas as namoradas [ou ex-namoradas] do amigo que era considerado o galã da rua. Tinha muita inveja dele. Só que, para fazer raiva a João, Judith resolveu forçar Joaquim a se casar com ela. Sabia que o ex-namorado noivara com a rival e queria casar primeiro que ela. Principalmente por acreditar estar grávida. E o filho, tinha certeza, era de João. Mas só con- tou isso a ele depois de casada com Joaquim, que assumiu a filha pensando ser o pai.
  • 20. DE SANTA A PUTA20 No motel, o ritual era sempre o mesmo: Judith o aju- dava a tirar totalmente as roupas e, com ele em pé ao lado da cama, espremia seu cacete entre os seios enquanto lambia e chupava a glande, quando esta lhe tocava na boca. Depois, fa- zia uma felação até que o pau estivesse totalmente endureci- do. Então, se deitava de costas e ele vinha por cima, metendo na sua buceta molhada. Quando a gruta estava saciada, vira- va de bunda para cima e ele socava no seu cuzinho até gozar. Só depois é que tomavam banho juntos e ela fazia com que ficasse excitado de novo. Ali, no banheiro, acontecia nova foda. Mas naquela noite João estava com a mente longe. Pen- sava na briga com a mulher por causa da revista de peças ín- timas. Considerou ter ficado com raiva por pouco. Enquanto socava na bunda de Judith, pensava em Maria vestindo uma daquelas calcinhas sensuais. Reconhecia que a esposa tinha um belo corpo, muito mais bonito do que o da amante. Mas não conseguia imaginá-la praticando todo tipo de safadeza na cama. Isso, para ele, era coisa de putinha. Esposa tinha que ser resguardada de certos tipos de sexo. No entanto, quando namoravam, tinha um enorme tesão por ela. Durante todo o noivado, Maria evitou ter relações se- xuais. Nem sequer aliviava o tesão de João, masturbando-o ou chupando-o mesmo quando ele implorava. Usava o argu- mento de que era pecado ter qualquer tipo de sexo antes do casamento, seguindo à risca os conselhos da mãe, que a aler- tava sobre uma possível gravidez antes do matrimônio. Seria um escândalo para a família evangélica e simples. Os mesmos argumentos que ele passou a usar contra ela depois de casa- dos, limitando-se a copular apenas na intenção de procriar, dizendo-lhe que sexo por prazer era pecado. Como ela nunca conseguiu engravidar, aos poucos as relações sexuais foram diminuindo. Até porque, depois de saber-se pai da primeira filha de Judith, João voltou a assediá-la e esta cedeu, tornan-
  • 21. DE SANTA A PUTA 21 do-se amantes. Para ele, era mais cômodo ter uma santa em casa e uma puta na rua. Naquele pequeno motel de subúrbio, o encontro do casal adúltero era sagrado, ao menos um dia na semana. Enquanto isso, Maria morria de vontade de continuar suas descobertas no sexo, mas tinha medo de se expor. Por exemplo: ansiava por conhecer um inferninho, que era esses bares repletos de prostitutas e homens que adoram mulheres fáceis, mas tinha receio de ser reconhecida. Ouvia seu Joa- quim contando as histórias do tempo em que era jovem e fre- quentava tais lugares e sempre teve curiosidade de conhecer um antro de perdição desses. Não bebia nem fumava, mas sua curiosidade em participar de uma noitada num ambiente devasso assim era angustiante. Foi quando teve a ideia. Quando Maria entrou no bar vestindo aquela roupa sensual, colada ao corpo, com um decote generosíssimo nas costas e equilibrada naqueles saltos altos, todos ficaram em suspenso. Apesar da silhueta exuberante, o que mais chama- va à atenção dos que ali estavam era a máscara rubra, bem feminina, que ela usava cobrindo os olhos. Ela mesma a confeccionara com um pedaço de cetim e espuma fina que encontrou entre os seus pertences, em casa. Homens e mu- lheres olharam em sua direção. Alguns cochicharam entre si: “carne nova” no pedaço!. Algumas mulheres a olhavam de maneira desafiadora, até se agarrando mais aos seus homens, como se temessem os perder para a novata. O garçom, solí- cito, prontificou-se a encontrar-lhe uma mesa vaga e retirou um sujeito bêbado que apenas a ocupava sem consumir. A moça agradeceu a gentileza do servente e sentou-se elegante- mente, deixando os homens tarados por ela. Protegida por trás da máscara, Maria não sentia vergo- nha de estar naquele ambiente. Olhou em sua volta, satisfeita
  • 22. DE SANTA A PUTA22 pelos olhares de cobiça de tantos homens. Até que seus olhos caíram sobre um mulato, de blazer e calças brancas, sem ves- tir camisa por dentro e sentado sozinho em uma das mesas. Bebia em pequenos goles e parecia nem ter se dado conta da sua presença. Era o único que não olhava em sua direção. Percebeu que era o homem mais bonito que tinha naquele antro. Ficou curiosa por conhecê-lo. Quando o garçom per- guntou o que ela iria beber, apontou para o desconhecido e disse que queria o mesmo que ele estava bebendo. O garçom deu de ombros e desapareceu, voltando pouco depois com um grande copo, depositando-o à sua frente. Maria experi- mentou a bebida. Era apenas guaraná champanhe. Ficou sur- presa. Esperava que todos ali consumissem bebidas alcoóli- cas. Jamais esperava que o belo desconhecido bebesse apenas refrigerante. Esteve olhando para ele o tempo todo, sem que merecesse sua atenção. Mas ela não tinha muito tempo. Sabia que o marido voltaria logo do “futebol”, como sempre fazia. Teria apenas uma ou duas horas antes de sua volta. Sabia que ele estava em algum motel, mas acreditava que ele não tinha dinheiro suficiente para pernoitar. Aí, o belo desconhecido, finalmente, olhou em sua direção. Esteve encarando-a durante algum tempo, quase sem piscar. Maria sentia um fogaréu entre as pernas todas as vezes que olhava em seus olhos. O corpo tremia e o coração batia apressado. Entretanto, não o visualizou totalmente despido como o fizera com o homem no templo e com Seu Joaquim. Para ela, ver o sujeito nu significava que estava para ter sexo com ele. Será que dessa vez isso não iria acontecer com aque- le belo desconhecido? Aí ele se levantou e caminhou dire- tamente para a sua mesa, sentando-se ao seu lado. Só então lhe pediu licença, perguntando se a estava incomodando. Ela titubeou um pouco para responder, mas ele parecia não estar interessado em sua resposta. Levantou um dedo e pediu ou- tro copo de refrigerante ao garçom. Veio com bastante gelo.
  • 23. DE SANTA A PUTA 23 Maria perguntou porque ele não tomava bebidas alcoólicas e ele respondeu que preferia estar totalmente sóbrio para sa- tisfazer mulheres tão exuberantes quanto ela. A moça corou. Mas estava gostando do assédio dele. Então, de chofre, ele perguntou quanto ela estava co- brando por uma foda. Maria foi pega de surpresa. Não espe- rava que ele fosse tão direto assim. Mostrou-se magoada. Ele explicou que mulheres que frequentam um antro daqueles, principalmente pela primeira vez, geralmente não demoram muito tempo ali. Ele tinha que ser objetivo, se não quisesse perder a oportunidade de fodê-la. Marie olhou novamente em volta. O ambiente era nublado por fumaça de cigarros e fedia a suor e álcool. Realmente, não se demoraria muito mesmo ali. Porém, estava gostando da abordagem direta do desconhecido. Perguntou quanto ele achava que a foda com ela valeria. O homem pensou um pouco e citou uma quantia. Disse que nem mais um centavo. Maria sorriu e chamou o garçom. Pagou o que consumiu, despediu-se do desconheci- do de blazer branco e foi-se embora. Ele não a seguiu, nem ao menos tentou evitar que ela se fosse. Ainda bem. Ela já tinha conseguido o que queria: conhecer um “inferninho” e saber quanto valia uma foda consigo. Voltou para casa feliz com sua nova descoberta. A máscara que usava tirara-lhe toda a inibição. Voltaria àquele bar outras vezes. Quando o marido voltou para casa, a encontrou deita- da, vestida com sua velha camisola e ainda acordada. Havia tomado um banho demorado para tirar o cheiro de fumo im- pregnado em seus longos cabelos. O cheiro forte da lavanda que usara parece que despertou a libido do homem, pois esse veio lhe fungando o cangote. Rejeitou-o com diplomacia, mas ele queria porque queria. Pediu desculpas pela explosão de ira, por ter jogado a revista longe. Ela perguntou se a dei- xaria usar algumas daquelas peças. Ele concordou. Pergun-
  • 24. DE SANTA A PUTA24 tou se lhe daria dinheiro para comprar todas que quisesse. Ele perguntou quanto seria. Maria falou a mesma quantia que o desconhecido do bar disse que pagaria por uma foda com ela. Mesmo a contragosto, ele também concordou. En- tão ela finalmente lhe abriu as pernas. Ele socou, socou em sua buceta até gozar. Depois caiu de lado, já roncando, como normalmente fazia. Tudo bem. No outro dia acertaria suas contas financei- ras com ele FIM DA TERCEIRA PARTE
  • 25. DE SANTA A PUTA 25 4. Ela de lingérie provocante e trinta homens Deu mais uma olhada no anúncio de jornal. Precisavam de vendedores para roupas íntimas femininas. Desde que pedira demissão da quitanda que o marido a vinha pres- sionando para arranjar novo emprego. Até comprava jornais todos os dias, para que ela pudesse ver os anúncios classifica- dos. Logo ele, que nunca se interessava sequer em folhear os matutinos. Dizia que era mais barato saber das notícias pela televisão. Mas estava agradecida. Aquele anúncio parecia vir bem a calhar. Se as peças íntimas fossem interessantes, pode- ria até comprar algumas para vestir. Por isso, ajustou melhor o vestido sensual ao corpo e olhou-se no espelho satisfeita. Havia cortado um pouco o cabelo e o deixara solto. Sentia-se confiante para conseguir a vaga indicada no jornal. E estava linda como nunca.
  • 26. DE SANTA A PUTA26 Foi recebida por um senhor de uns sessenta e poucos anos, bem apessoado e simpático, que se apresentou como Genaro. Ele lhe fez algumas perguntas e achou-a apta ao serviço. Confidenciou-lhe estar precisando mais de um en- carregado do que de um simples vendedor, pois queria se aposentar deixando um substituto à altura. Infelizmente, na- quela cidade pequena, as pessoas não tinham o menor tino para venda. Era como se todos trabalhassem ali só porque não tinham outra profissão. Aí Maria ficou cada vez mais in- teressada. Perguntou o que era preciso para almejar o cargo de encarregada do setor. Ele olhou-a sem muito entusiasmo. Mesmo assim, disse que lhe lançaria um desafio: se ela con- seguisse vender no mínimo vinte peças em uma hora, ficaria com a sua função. Ele próprio almejava o cargo de gerente e só não o conseguira ainda porque não tinha ninguém para ficar no seu lugar. Maria topou o desafio na hora. Ela perguntou quantos vendedores existiam na empre- sa. Cerca de trinta, se contasse com os que eram representan- tes comerciais e distribuidores, todos homens. A firma era a única representante de roupas íntimas do lugarejo, então todos que estavam desempregados só iam procurar emprego lá. Maria pediu que reunisse todos os funcionários em uma sala e a apresentasse a eles. Depois, a deixasse sozinha com o grupo por uma hora. O encarregado estranhou o pedido, mas fez o que ela sugeriu. Antes, separou vinte peças íntimas diferentes e entregou-lhe. Minutos depois, Maria estava diante de uma plateia to- talmente masculina. Sentiu-se inibida. Na verdade, não tinha nenhuma estratégia em mente para vender as roupas. Ape- nas pensou que não custaria nada tentar. Todos olhavam-na, esperando o que ela tinha para dizer. Então, lembrou-se da máscara que, desde que fora ao puteiro, guardava escondida na bolsinha que usava. Pediu licença por uns minutos e diri-
  • 27. DE SANTA A PUTA 27 giu-se a um toalete que havia perto da sala, levando a saco- la com roupas e trancando-se lá dentro. Quando saiu, todos assoviaram de surpresa. Maria estava quase que totalmente nua. Vestia apenas um sutiã bem sensual e uma calcinha de rendas combinando. E a máscara rubra cobrindo os olhos. Bateram palmas, quando viram seu corpo de formas deslum- brantes metidas naquelas peças ínfimas. Quando se fez quase silêncio, ela pegou a primeira peça de dentro da sacola, olhou o preço na etiqueta e ofereceu o sutiã pelo dobro do valor. Quem comprasse ganhava o direito de vir até ela e olhar seus atributos mais de perto. Ainda boquiabertos pela inusitada estratégia de venda, ficaram um olhando para o outro, sem saber o que dizer. Um mais esperto, no entanto, percebeu o jogo e entrou nele. Botou a mão no bolso, retirou a quantia e acenou para Maria. Seria o primeiro comprador. Aproxi- mou-se dela e entregou-lhe o dinheiro. Mas disse que queria a peça que ela estava vestindo, e não a que ofertava. Todos deram gritos e bateram palmas, aprovando a decisão dele. Maria posicionou o comprador de modo que ela ficasse de costas para a turba e pediu que lhe tirasse o sutiã. Ele ficou encantado quando seus seios saltaram da peça quase na sua boca. Ia beijar-lhe o biquinho quando ela colocou imediata- mente a outra peça, deixando-o frustrado. Entretanto, disse que o deixaria tocar-lhe se fizesse no mínimo três compras. Ele preferiu esperar para quando a calcinha fosse ofertada. O Sr. Genaro ficava mais curioso a cada algazarra dos seus funcionários. Prometera não entrar na sala antes que se completasse o tempo pedido pela novata, mas não iria aguen- tar ficar uma hora sem saber o que estava acontecendo lá dentro. Mesmo assim, conteve-se. Todavia, a cada levante dos vendedores, sua curiosidade aumentava. Desistiu de esperar. Abriu a porta quando Maria estava oferecendo sua última peça: uma calcinha bem pequenina e sensual. Justamente a mais difícil de vender, pois as mulheres achavam o modelo
  • 28. DE SANTA A PUTA28 devasso demais. Ao ver a aspirante a seu cargo quase nua, o Sr. Genaro ficou imediatamente de pau duro. Fazia tempos que não tinha uma ereção tão tesuda. Ouviu-a oferecendo a peça por quase o quíntuplo do valor. Prometia deixar que o comprador lambesse sua vulva por dois minutos. Nem titu- beou. Levantou a mão, exigindo ser o próximo comprador. Houve um muxoxo geral. Muitos queriam comprar aquela peça que Maria deixara para o final. E olha que ela nem tinha prometido a lambidinha ainda... Na saída do emprego, depois das dezenove horas, Ma- ria estava eufórica. O Sr. Genaro havia cumprido com a sua promessa e já a apresentara aos vendedores como a nova encarregada de vendas. Elogiou sua esperteza e criatividade para os negócios. Ela também lucrou algum dinheiro, ven- dendo as peças acima do valor estipulado. Agora, tinha grana para comprar outros vestidos sensuais. Até porque seriam necessários para estar apresentável em sua nova profissão de vendedora. Estava a caminho de casa, muito contente, quan- do passou pelo puteiro que visitara dias atrás pela primeira vez. Pensou que ali seria um ótimo lugar para comemorar a conquista do seu novo emprego. Desceu do ônibus, resoluta. Entrou no local, mas de- veria ser ainda muito cedo. Lá dentro só havia o garçom ar- rumando as mesas e cadeiras. Ele espantou-se ao vê-la nova- mente. Apostara com o mulato de blazer branco, outro dia, como ela jamais voltaria ali. Mas era ela, sim. A máscara ru- bra que usava lhe fazia destacar-se das demais prostitutas que frequentavam o local. Mas, no momento, ainda não havia chegado nenhuma. Aproximou-se da bela dama e perguntou em que podia servi-la. Ela pediu um copão de guaraná com bastante gelo. Ele ajeitou-lhe a melhor mesa e trouxe seu pe- dido. Pouco tempo depois, começaram a chegar os primeiros frequentadores do puteiro. As mulheres a olhavam atraves-
  • 29. DE SANTA A PUTA 29 sado. Os homens com visíveis olhares de cobiça. Porém, o sujeito que escolheria por companhia ainda não tinha che- gado... Quando estava terminando de tomar o copão de gua- raná, o viu entrar. Usava o mesmo blazer e calça brancas, po- rém, agora com uma camisa vermelha, que quase não fazia diferença no seu look anterior, pois estava totalmente aberta. Seu olhar cruzou com o de Maria, entretanto não se sentou na mesma mesa que ela. A moça estava, neste dia, resolvida a comemorar. E passado alguns minutos, dirigiu-se à mesa dele. Sentou-se e pediu outro guaraná. No entanto, apesar de puxar conversa e trocar olhares interessados com o rapaz - que pareciam não fazer muito efeito – ela não conseguiu fazê -lo entender que queria que ele a tirasse dali e a levasse para algum outro lugar. E por mais que quisesse, não tinha cora- gem de chamá-lo também. Necessitava mais do que apenas olhares desnudando-a. Queria aquelas mãos fortes e firmes explorando-a... Queria que ele fosse atrás dela. Abriu a bolsa, colocou algumas notas debaixo do copo e, sem se despedir do homem, saiu do puteiro. Achou que, se estivesse interessado em transar com ela e tivesse percebido suas intenções, viria atrás. Dirigiu-se a um táxi [ vários táxis faziam ponto ali ] e qual não foi sua surpresa ao levar a mão à maçaneta, a do moço tesudo ser mais rápido do que a dela. Abriu-lhe a porta e, num acordo tácito e mudo, os dois en- traram. Com a mão em sua perna, e dirigindo-se ao motorista, Ralf [ viera depois a saber seu nome ] apenas disse: Rivera. Maria não quis saber onde seria isso. Intuia que provavel- mente era o nome de um motel, só esperava não ser daqueles muito pulguentos... O ímpeto com o qual ele a beijou tirou- lhe totalmente o ar. Sentia fogo em sua respiração, e sua lín-
  • 30. DE SANTA A PUTA30 gua a invadia como labaredas longas, firmes e absolutamente lascivas. Se ali conseguia, com apenas um beijo, amolecer seu corpo em menos de um minuto, o que ele faria em uma hora? O carro parou em frente a um motel, numa rua escu- ra. Sentiu gelar-se por dentro... Detestaria pegar alguma do- ença de pele que geralmente acompanham os lençóis desses lugares sujos. Porém, surpreendeu-se ao entrar na recepção. Tudo muito claro, limpo [ pelo menos ali ]. Isso já fez com que ficasse menos ansiosa com a situação. Uma mulher gor- da, bem arrumada, maquiada com primor e com os cabelos presos, os recebeu. Cumprimentou o moço com efusão. Já se conheciam há tempos - foi o que Maria imaginou. Não cum- primentou a mulher de máscara. Apenas acenou com a cabe- ça e entregou a Ralf uma chave com um número inscrito: 69. Subiram as escadas que levavam ao primeiro andar. Aquele podia ser um prédio antigo, mas estava muito bem conservado por dentro. Ao final do corredor, pararam de- fronte à porta e, quando ele a abriu, a moça constatou a sim- plicidade do quarto e o cheirinho de lavanda que denunciava um que deveria ter sido limpo havia pouco tempo. Tudo isso não ocupou nem um minuto da mente de Maria. Viu que Ralf despia o blazer e a camisa e dirigia-se a ela com urgência. Ele era um bom gourmet. Sabia como degustar uma mulher. Lambia sua boca, passava a língua em seus dentes. Provocava todos os milimétricos pedacinhos dela. Não esbo- çava vontade alguma em ser servido, apenas em servi-la. Ha- via um sofá num canto do quarto e gentilmente empurrou-a para lá. Abriu-lhe o vestido, despindo-a lentamente e deposi- tando beijos em seu corpo. Tirou sua calcinha com presteza e sentou-a no sofá. Sua boca percorreu-lhe o colo, seus bi- quinhos assanhados pediam para ser mordidos. Aquela boca habilidosa retirava gemidos lânguidos de Maria.
  • 31. DE SANTA A PUTA 31 Abriu suas pernas e aspirou o perfume da sua vulva. Colou a a boca em suas coxas e entre mordidas leves, sucções enlouquecedoras, chegou à sua vulva pulsante. Experimen- tou cada um de seus grandes e pequenos lábios. Penetrou seu íntimo com fogo e maestria. E Maria derretendo ali, comple- tamente entregue, gozou naquela boca desconhecida. Satisfeita por ter iniciado a noite com uma comemora- ção tão quente, queria agora sentir o sabor dele. Nunca havia feito sexo oral. Nunca sentira o gosto que os homens têm. E, na verdade, nem sabia como começar. Porém os seus receios apenas aumentaram quando abriu o zíper da calça dele e o membro teso, grande, rosado, pulou pra fora. Pensou se con- seguiria acomodar aquilo em sua boca. Será que não faria feio em sua primeira vez? Pelo menos tentaria dar prazer a ele, como ele lhe deu... Terminou de tirar-lhe a calça e pediu que sentasse na beira da cama. Timidamente, achegou-se àquele pau que pulava como um touro enfurecido. Sentiu o cheiro, tateou, levou a glande à boca e provou o sal de seu pré-sêmen. Va- garosa e lentamente, explorava. Lembrou que uma vez havia visto uma moça, na tevê, de madrugada, falando sobre sexo oral. E recordou de como ela fazia a demonstração com um picolé. Com essa rememoração, começou a fazer o mesmo. Engolia a glande, ia até o máximo, e fazia o mesmo caminho de volta. Ralf, com o corpo estirado na cama, gemia gostoso, um gemido gutural, saído do íntimo. E adorou ouvir isso. A excitava sobremaneira aqueles gemidos de macho faminto. Sentiu que o membro endurecia ainda mais, ficava ru- bro e, quando tocava em sua garganta, estremecia. Quando pensou que gozaria em sua boca, ele levantou e, puxando-a para si, fez com que sentasse em seu colo. E numa só estoca-
  • 32. DE SANTA A PUTA32 da, penetrou-a. Os movimentos de vai e vem faziam-na de- lirar. Gozou novamente, com as estocadas firmes dele, para logo em seguida ele gozar também. Seu corpo ficou entregue, sobre o dele. Sua vontade era ficar mais, todavia o marido já deveria estar nervoso com sua demora. Tomou um banho rápido no banheirinho simples, recompôs-se e quando voltou ao quar- to Ralf já estava vestido, fumando. Maria abriu a bolsa, colocou na mesinha de cabeceira uma quantia e, piscando pra ele, saiu. Desde a primeira vez que fora ao puteiro, percebera que não ele era um cliente mas sim um dos muitos “garotos de programas” que faziam ponto ali. A quantia deixada foi a mesma que, na primeira vez que se viram, ele disse que valeria uma foda com ela. Feliz e satis- feita, chamou um táxi. Só então tirou a máscara. Sabia que o veria novamente. Havia outras coisas a experimentar... FIM DA QUARTA PARTE
  • 33. DE SANTA A PUTA 33 5. Uma maravilhosa noite sadomasoquista Os dias se passaram voando. Já fazia quase um mês que o Sr. Genaro lhe dera o emprego de encarregada. Maria estava feliz, tudo em sua vida parecia estar ganhando uma nova [e lasciva] forma. As vendas haviam crescido mais de 25 por cento, já que os subordinados estavam entusiasmados porque ela prometeu dar, ao melhor vendedor, uma recom- pensa. Como faltavam apenas cinco dias para o fechamento das vendas do mês, eles estavam praticamente em estado de euforia. E a moça percebia isso. Teria que pensar o que fazer. Ainda não decidira qual seria o prêmio, mas claro que imagi- nava algo referente ao seu primeiro dia na loja. No casamento quase não houvera mudança. O que mudou, foi dentro de Maria, mesmo. E seu marido, agora, a procurava todas as noites. Ficava aspirando o perfume dela
  • 34. DE SANTA A PUTA34 e enlouquecia rapidamente. Mas era aquilo: gozar e roncar. Ela nem sentia mais tristeza, haja vista que seus encontros com Ralf ajudavam a aplacar o tesão que a consumia con- tinuamente. Depois daquela primeira noite, algumas outras se seguiram. Sentia o coração bater descompassado, toda vez que o via. E ele a tratava de uma forma única, como nunca fora tratada. Resolveu ligar pra ele. Agora ela o contatava por celu- lar. Ligou várias vezes e não obteve resposta. Sempre aquela mensagem de ‘ celular fora de área ou temporariamente des- ligado ‘. Constatou, pela primeira vez, como verdade fria, que ele provavelmente estaria atendendo outra ‘cliente’. A raiva que sentiu pareceu aumentar seu tesão. Só umas duas horas mais tarde foi que conseguiu, finalmente, marcar um encon- tro para aquela noite. Antes de sair da loja, pegou algumas peças, marcou-as em sua ficha para posterior desconto em salário, fechou tudo e saiu. O tesão crescente, misturado com a raiva de saber que sempre haveria outras mulheres, fervia em seu interior. En- quanto caminhava até o terminal de ônibus, uma ideia pas- sou-lhe pela mente. Entrou numa ‘lojinha’ de acessórios eró- ticos e, meia hora depois, saiu de lá com uma sacola a tiracolo. Pegou um ônibus, desceu umas três quadras após o Rivera e voltou a pé. Apenas 5 minutos depois já estava no beco onde o ‘hotel’ ficava. Tirou a máscara da bolsa e cobriu o rosto. A mulher – dona Kassandra – a recebeu como de costume. In- dicou que Ralf já a esperava. Subiu as escadas, ofegante. E ele, com a porta entreaberta, a esperava na soleira. Recebeu-a com um beijo quente. Aquela língua lasci- va quase a fizera desmoronar e desistir do seu intento. Mas conseguiu afastá-lo e disse que iria tomar um rápido banho. Antes de se despir, trancou a porta do banheiro. A água ge-
  • 35. DE SANTA A PUTA 35 lada contrastava em sua pele em brasas. Sua vulva latejava como a raiva que exalava dela. Vestiu as peças que trouxera da loja onde trabalhava e pegou os acessórios que comprara na lojinha. Ao sair do quarto, percebeu a surpresa nos olhos de Ralf, que a esperava apenas de calça, sentado no sofá do canto. Ele se levantou e veio ao encontro dela, com um sorri- so nos lábios, mas ela não deixou que a tocasse. Mandou que ele se despisse completamente e logo depois se ajoelhasse nu, aos seus pés. Maria vestia um conjunto de couro preto, tendo a cal- cinha minúscula, tipo fio dental. O corpete justo marcava e modelava seu corpo. Os seios pulavam pra fora a cada res- piração dela. As meias arrastão 7/8 e a bota de cano longo, também de couro, a deixava muito mais alta. A maquiagem e o look faziam-na parecer uma rainha sado. Logo que Ralf se despiu, ela o mandou beijar sua bota. Chamava-o de verme, escravo. E fez com que ele jurasse somente a ela servir. Pegou uma coleira cheia de tachinhas, com um ‘M’ pendendo dela, e colocou em seu pescoço. Pegou uma guia e enganchou na coleira. Montou nele e passeou com seu ‘cãozinho’ pelo quar- to. Se Ralf não estava contente, não demonstrava. De sua boca não saia uma única palavra, a não ser que Maria lhe mandasse falar. Ele estava acostumado a esse tipo de coisa. Novidade mesmo era para a moça, que nunca desempenhara este tipo de papel. Ainda assim, estava indo muito bem. E o tesão que sentia em judiar, em mandá-lo ficar de quatro etc, arrepiava a pele dela, o tesão estava nas alturas... Mandou-o ficar de joelhos e, despindo a calcinha, ficou de costas pra ele, ordenando que lhe lambesse todo o rabo, como um cachorrinho obediente. Com ambas as mãos, se apoiava na cama e sentia aquela língua sugando e salivando
  • 36. DE SANTA A PUTA36 em seu cuzinho sedento, que piscava de desejo a cada nova lambida. Ralf não se cansava. Sua língua trabalhava de forma magistral. Maria tentava fazer-se de forte, mas já cansara da- quela posição. Ordenou que parasse e pegou mais acessórios na sacola. Algemas, um plug anal e um gel [indicado pela vendedora do sex shop]. Algemou Ralf à cama, abriu bem as pernas dele e colo- cou o plug [depois de untá-lo com aquele gel] em seu ânus. Ele nem resistiu. E ela se tremia ao fazer isso. Havia lido as instruções mas, como nunca havia feito tal coisa, teve medo de colocar errado. Porém, entrou direitinho, e ficou lá ‘pluga- do’. Viu que o pênis ficara ereto e pulsante. Besuntou-o com o mesmo gel e, montando nele, fez com que a penetrasse. Montada nele, se sentiu poderosa. O gel queimava suas entranhas. Era um fogo gelado... Podia ver os espasmos no rosto do moço. E, a cada novo movimento, o esforço dele para não gozar. Ela ordenara que o gozo dela teria que vir primeiro, senão ele seria castigado. O chicote estava pousado ao lado da cama, na mesinha de cabeceira. Ralf aguentou todas as suas taras e acatou todas as or- dens de Maria sem reclamar. Quando ela se fartou, caiu de cima dele, ofegante. Ele estava todo suado. Pediu que ela lhe soltasse das algemas e foi tomar um banho demorado. Quan- do saiu do pequeno banheiro que havia no quarto, ela estava ainda exausta. Beijou-lhe a nuca e ela ronronou feliz. Então, foi a vez de ele dar-lhe o troco. Antes que ela percebesse, alge- mou-a na cama. Ela assustou-se, pois já se aproximava a hora de ir embora para casa. Mais assustada ficou quando ele a suspendeu pela cintura, fazendo-a ficar de quatro. Adivinhou suas intenções e ficou apavorada. Ele já estava de pau duro de novo e agora untava a bunda dela com o gel que estava sobre a mesinha. Olhou para o tamanho do pênis dele e começou
  • 37. DE SANTA A PUTA 37 a implorar que ele não fizesse aquilo que estava pensando. Ainda não haviam tido relações anais, justamente por ela não se achar capaz de aguentar aquela tora na bunda. Nem com o marido praticava esse tipo de sexo, pois ele dizia ser pecado. Ralf permaneceu calado, como ficara o tempo todo enquanto ela se divertia. Apontou a glande para o buraquinho lambu- zado dela e enfiou sem dó nem piedade. Ela deu um gemido arrastado, sentindo-se empalada. Tentou se desvencilhar, mas ele agarrou-a pela cintura e enfiou mais aquele cacete grande e grosso até o fim, fazendo com que ela perdesse a voz de tan- ta dor. Ela chorava e ele socava com gosto, mais excitado pelo sofrimento que lhe infligia. Então, de repente, ela começou a rebolar na pica dele. Sinal de que já estava gostando... Ralf, no entanto, não estava querendo fazê-la gozar. Entrara no seu jogo sadomasoquista. Retirou o pau da bunda dela quando ouviu os primeiros gemidos de prazer. Ela recla- mou. O ânus já se adaptara à grossura e tamanho do pênis e ela agora sentia ânsia dele ali. Mas o amante ficou de pé na sua frente e exigiu que ela lhe chupasse o pau que acabara de sair do seu cuzinho desvirginado. Maria sentiu nojo. Disse que não iria fazer aquilo, mas no mesmo instante sentiu uma fisgada na bunda. Ele havia pegado o chicote e a golpeara ali com força. Depois, apontou novamente o cacete para sua boca e pediu que ela engolisse todinho. Maria tocou aquele pau sujo com os lábios, quase botando os bofes para fora. Tentou limpá-lo com as mãos, mas recebeu nova chicotada. Fechou os olhos e engoliu logo aquele pênis imundo. Ele pe- gou sua cabeça com ambas as mãos e atolou o caralho bem no fundo da sua garganta. Maria engasgou, soluçando. Mas seu suplício ainda não havia acabado. Ralf untou o cabo do chicote com o gel e enfiou-o na sua vagina. Ela ago- ra chorava a valer, implorando misericórdia. Ele fingia não ouvi-la. Depois de acondicionar o cabo do chicote na boceta
  • 38. DE SANTA A PUTA38 dela, virou-a de costas para si e enfiou o cacete de novo no seu cuzinho ainda lambuzado. Enrabou-a com furor, cha- mando-a de sua putinha vadia, enquanto segurava o cabo do chicote dentro dela, enfiado na vagina. Maria urrava de dor e de prazer ao mesmo tempo. Com ódio, começou a mordiscar com o ânus o pau dentro de si, achando que lhe estava fazen- do algum mal. A pressão que ela fazia, no entanto, tornava o coito muito mais gostoso. Ralf estava para gozar. Aumentou a velocidade dos movimentos. Maria começou a tremer o corpo todo. Já não mais chorava. Concentrava-se no prazer que sentia por ali pela primeira vez. Enfiou-se nele até o talo, quando sentiu que ia ter um orgasmo. Gozou pela vagina e pelo cu, quando sentiu o forte jato de esperma nas suas entranhas. Seu túnel ficou mais elastecido de repente, quando o amante jorrou esperma dentro dele. Para sua surpresa, Ralf retirou o pênis de vez e colocou os dedos em bico no seu ânus. Apavorou-se quan- do ele enfiou três dedos de uma vez. Mas seu cuzinho, agora relaxado pela aproximação de um novo orgasmo, não ofere- ceu resistência. Aos poucos, ele foi introduzindo outro dedo. Quando Maria percebeu, ele já estava com os cinco dedos, em forma de bico de pato, socado em seu rabo. Ficou abrindo e fechando levemente a mão, enquanto fazia movimentos de vai e vem com ela dentro do seu ânus. Maria explodiu nova- mente de intenso prazer, até que desfaleceu sobre a cama. Quando passou aquela letargia gostosa, Ralf já não se encontrava no quarto. Fora embora, deixando-lhe algum di- nheiro sobre um bilhete que dizia: DA PRÓXIMA VEZ TRA- REI MEUS APETRECHOS DE TRABALHO. TEREMOS OUTRA NOITE SADOMASOQUISTA MARAVILHOSA! Maria tomou um banho depressa e vestiu-se para ir para casa. Guardou bem as suas coisas dentro da bolsa, de
  • 39. DE SANTA A PUTA 39 forma que o marido não notasse. Ainda sentia as dores das chicotadas que recebera nas nádegas. Já estava atrasada, mas aquele era dia do “futebol” do marido. Torcia para chegar an- tes dele em casa. Até porque precisava colocar algo que dis- farçasse os vergões deixados pelas chibatadas. Ainda não era tempo de o marido saber das suas aventuras sexuais. Pegou um táxi e sentou-se no banco de trás, como sempre. O con- tato da bunda com o estofado do carro lhe deu uma sensa- ção gostosa, como se o pau do amante ainda estivesse dentro dela... FIM DA QUINTA PARTE
  • 40. DE SANTA A PUTA40 6. O excitante prêmio do ganhador Acordou toda moída. Seu corpo doía demais. Com difi- culdade, levantou e foi para o banho. Despiu-se e olhou- se no espelho. Nos pulsos, uma tênue linha vermelha só po- deria ser percebida pelos mais atentos. Já as várias marcas roxas espalhadas em suas nádegas estavam muito aparentes. Teria que tomar muito cuidado para que o marido não as visse. Como ele já havia saído para o trabalho, voltou nua pro quarto a fim de pegar uma toalha limpa. Mexia despre- ocupadamente no guarda roupa quando notou que a janela estava meio aberta e a curiosa da vizinha esticava o pescoço e a olhava, incrédula. Dona Guilhermina era uma das mais atuantes fofo- queiras do bairro. Maria pegou uma toalha correndo, enro- lou-se e bateu a janela na cara da mulher. Logo, ouviu a janela dela se fechando. Poderia apostar que, naquele momento, a
  • 41. DE SANTA A PUTA 41 outra já estaria pendurada ao telefone. Provavelmente falan- do sobre as marcas que viu em seu corpo. Elas moravam em casas muito próximas uma da outra e as janelas dos quartos coincidiam abrir-se frente a frente. Pensaria no que falar a ela depois. Se não tomasse cuidado, estaria em pouco tempo na boca do povo. Lembrou-se de que a velha fofoqueira tinha uma sobri- nha enfermeira, que quase todo dia estava lá na casa dela. A jovem bem que poderia ajudá-la a se livrar daquelas marcas indesejáveis. E a moça era uma pessoa legal, bem diferente da tia que vivia infernizando a vida dos outros. Iria tocaiá-la e pedir que ela lhe desse alguma dica de como se livrar daque- les hematomas. Claro que inventaria um desculpa qualquer para encobrir a origem daqueles vergões que, ao mesmo tem- po, serviria para calar a má língua da fofoqueira... Vestiu-se e saiu para o trabalho. Estava pensando em que prêmio dar ao funcionário que tivesse vendido mais na- quele mês, como prometera para seus subordinados, assim que assumira sua função de encarregada na empresa. Todos estavam muito empenhados e as vendas cresceram mais de vinte e cinco por cento. Chegou ao ponto de ônibus bem a tempo. O coletivo que sempre tomava para ir ao trabalho já podia ser avistado na parada anterior. Quando parou na que estava, eis que desce dele a sobrinha de D. Guilhermina. Tinha o rosto abatido, demonstrando que virara a noite de plantão. Ficou na dúvida se falava com ela naquele momento ou se deixava para depois. Mas quando a moça a viu, já a cumprimentou com aquele sorriso de quem já estava saben- do das suas marcas na bunda. Decerto a velha fofoqueira já havia telefonado para ela... Sem que Maria pedisse, a jovem retirou da bolsa uma cadernetinha de anotações, escreveu um endereço de MSN
  • 42. DE SANTA A PUTA42 e deu para ela. Confirmou que a tia lhe havia ligado e dis- se que poderia lhe indicar uma pomada que lhe aliviaria da dor e faria desaparecer as marcas. Falou isso com um sorriso cúmplice, fazendo Maria corar. Mas o ônibus já ia sair. Gritou para que o motorista esperasse um pouco e subiu no coletivo, prometendo à jovem que iria adicioná-la ao seu Messenger. Foi a primeira coisa que fez quando chegou na empresa onde trabalhava. Não tinha computador em casa, o marido nunca se interessou e até desestimulava-a quando dizia que queria um. Afirmava que a Internet propagava a pornografia. Era coisa de gente safada. Realmente, certa vez Maria abria os e-mails da empresa quando apareceu, de repente, na tela, um desses spans pornográficos. Era um site para lésbicas, pois só apareciam imagens de duas ou mais mulheres no ato. Naque- la ocasião, inventou uma desculpa qualquer e ficou até mais tarde no trabalho, só para poder abrir, sem ser vista, alguns vídeos pornôs que o site disponibilizava. Ficou excitadíssima quando viu duas mulheres fazendo amor. Prometeu a si mes- ma um dia experimentar aquilo. Maria passou o dia todo esperando que a sobrinha de Dona Guilhermina aparecesse online, em vão. Quando todo mundo já estava se despedindo dos companheiros para ir embora, o MSN deu o sinal de que a jovem entrara naquele momento no site. E, nem bem ingressou, cumprimentou logo Maria. Pediu que aceitasse sua imagem da webcam. Para sua surpresa, a moça estava com os seios desnudos e parecendo bem à vontade. Temeu que os companheiros vissem aquela cena e minimizou a tela. Assim que o último se despediu, respondeu o cumprimento online. Mas estava visivelmente encabulada com a nudez da jovem. Não conseguiu evitar um fogo entre as pernas, uma vontade de se masturbar... Angeli era o nome da moça. E o nome não combina-
  • 43. DE SANTA A PUTA 43 va em nada com ela. Apesar de seu nome lembrar “anjo”, ela tinha um diabólico brilho nos olhos e a voz quente, que pe- netrava o interior de Maria como línguas de fogo ardentes. A enfermeira disse que havia saído do banho naquele momen- to e que não aparecera mais cedo porque precisou descansar depois do longo plantão de 24 hrs. Sem graça, Maria disse a ela que não tinha problema algum, que poderia ficar mais um tempo na empresa, já que todos os funcionários haviam ido embora e seu serviço já tinha sido feito. Poderiam, então, conversar a vontade. Angeli respondeu com sorriso matreiro: - Podemos ficar a vontade? Então, mostre pra mim tuas marcas. Quero ver como estão pra poder saber se a pomada será eficaz. Maria, apesar de envergonhada, adorou despir-se para outra mulher. Sentia sua vulva pulsando e os biquinhos eriçados. Conversaram um pouco sobre como conseguira aquelas ronxas. A moça sentiu que poderia confiar na outra. Precisava mesmo ter uma amiga, quem sabe até seriam mais íntimas? Maria divagou por alguns momentos e, ao olhar no- vamente pra tela, quase caiu de costas. É que Angeli puxara a cadeira pra um pouco mais longe do PC e podia vê-la agora se masturbando. Sem nada responder, fez o mesmo. A outra sorriu-lhe um sorriso cheio de tesão e, enfiando dois dedos na vulva profundamente, levou-os à boca perguntando a Ma- ria se ela não tinha vontade de sentir o gosto de uma outra mulher. Ela assentiu. Gemia gostoso e o gemido desse anjo do inferno acariciava os sentidos de Maria. O gozo quente podia ser sentido nas suas mãos e, após despedirem-se efusi- vamente, trocaram telefones. A enfermeira deu a ela o nome de uma ótima pomada. De repente um insight: sabia que prê- mio dar ao funcionário do mês. Os dias se passaram e Angeli não saia do pensamento de Maria. Naquela noite iriam se ver, agora ao vivo. Aquela se-
  • 44. DE SANTA A PUTA44 ria a noite da premiação. O funcionário do mês foi aplaudido e felicitado na sala de reuniões. Todos estavam curiosos pra saber qual seria o prêmio que a encarregada lhe daria. Sur- preenderam-se ao ouvirem-na dizer que o prêmio era segre- do. E que, se o premiado contasse aos outros sobre o prêmio depois de recebê-lo, não teriam, nunca mais, nenhum tipo de premiação. Todos assentiram e ao final Maria, chamando Jes- sé – aquele vendedor que comprara o primeiro item que ela colocara a venda em seu teste vocacional – deu-lhe algumas instruções e um endereço. O moço ficou curioso, já que não conhecia aquela parte da cidade. A parte nobre, onde havia muitas mansões, muitos condomínios fechados e um gigan- tesco clube de golf. A moça o dispensou e dirigiu-se para as portas, a fim de fechá-las, já que era final de expediente. Já tinha avisado ao marido que não iria chegar cedo. Disse que sairia com Angeli – o que era uma verdade – para visitar algumas senhoras doentes no hospital que a moça trabalhava – não poderia dizer a ele sobre seus verdadeiros planos. O marido não gostou nem um pouco, pois dizia que aquela moça não era boa companhia para mulheres casadas e muito menos pra mulheres sérias. Mas Maria o deixava fa- lando sozinho pela manhã. Agora, ali no banheiro da loja, refazia mentalmente seus planos para aquela noite. Já tinha na bolsa tudo o que iria precisar e estava também levando para Angeli algumas peças que imaginara cair bem em seu corpo escultural. Cha- mou um táxi – agora podia se dar ao luxo de andar de táxi quando queria ir a algum lugar sem ser notada, pois conti- nuava a vender algumas peças para os vendedores pelo quín- tuplo do preço e seu salário tivera um acréscimo, como o Sr. Genaro havia prometido se ela aumentasse as vendas da loja. Quando chegaram ao Green Valley – um condomínio
  • 45. DE SANTA A PUTA 45 fechado chiquérrimo – Maria deu um cartão ao guarda e os portões foram abertos. Após algumas alamedas verdes e al- gumas belíssimas casas, pararam em frente a uma bela casa rosa, ladeada por um lindo jardim. E Angeli a esperava na porta. Pagou ao taxista e cumprimentou a enfermeira com dois beijos na face. Sua vontade era de beijar aquela boca car- nuda, mas seria paciente. Precisavam arranjar o cenário da premiação. Angeli disse a ela que aquela casa pertencia a uma médica francesa que vinha ao Brasil algumas vezes ao ano para tirar férias e que a conhecera num congresso, quando acabaram se tornando amigas. Não falava francês mas arra- nhava muito bem no inglês e, assim, sempre se comunica- vam. A confiança em Angeli foi crescendo e disse a ela que poderia usar a casa quando quisesse, deixando ordens aos empregados para que a recebessem bem. Realmente, a casa era linda. Maria olhava tudo estupe- fata. Quando Angeli mostrou-lhe a suíte principal, toda em rosa claro, ela achou que aquele quarto havia saído de alguma revista de decoração, tal a perfeição ali presente. Amplas ja- nelas eram cobertas por grossas cortinas de seda rosa pálido. A cama, king size, as poltronas, tudo lindo. E ao canto, no alto, como um altar, uma banheira onde poderiam caber qua- tro pessoas, estava cheia e com a hidro ligada. Olhou para o relógio e viu que a hora estava passan- do rapidamente. Precisavam se aprontar. Dera a Angeli uma sacola e disse que esperava que gostasse de sua ‘fantasia’. A moça falou pra Marie usar aquele quarto para se aprontar, que usaria o outro. Mas, antes de sair, puxou-a pelo braço e deu-lhe um beijo profundo, quente e adocicado. Aquela lín- gua faminta não encontrou resistência em Maria. Angeli su- gava sua língua, mordia seus lábios e sentia que a moça der-
  • 46. DE SANTA A PUTA46 retia em seus braços. Com um riso diabólico, saiu do quarto e Maria, totalmente mole, foi pro banheiro se arrumar. Logo ouviu Angeli entrar no cômodo. Também já havia terminado de se vestir. Mas não esperava que aqueles trajes caíssem tão bem em Angeli. Uma indumentária vermelha. Um corpete de seda vermelha, bordada com fios dourados, a calcinha minúscula, fio dental, de renda transparente. Salto 15 e meias arrastão. Um par de chifres e os cabelos vermelhos completavam o look da perfeita ‘diaba’. O look de Maria era completamente o oposto. Sutiã meia-taça de renda branca. Calcinha da mesma cor e mesmo tecido, lacinhos dos lados. Meias brancas 7/8 e sandália de tirinhas brancas, salto médio. Os cabelos estavam presos e uma tiara de flores cor de rosa finalizava o penteado. Desta vez, ao invés da máscara vermelha, a moça usava uma lin- da máscara branca, de seda e renda. Sorriam uma pra outra, ansiosas, quando ouviram a campainha tocar. Pelo interfone – também havia um interfone no quarto – recebeu Jessé e pediu a ele que subisse pelas escadas e entrasse na primeira porta à direita. Quando ele entrou, quase caiu. Maria estava numa poltrona, olhava despreocupadamente uma revista e Angeli jogava mais sais de banho na água. Maria disse a ele que um ‘show’ erótico seria seu prê- mio. E que havia uma poltrona exclusiva pra o rapaz. Neste momento, Angeli a interrompeu e disse que havia uma con- dição: não poderia, em momento algum, tocá-las. Poderia se tocar, se despir, ficar a vontade, mas nunca, nunca colocar as mãos nelas. Ele assentiu. Elas diminuíram a luz do quarto e ligaram uma música no stereo. Dançaram olhando uma pra outra, mais pra elas mes- mas do que pra ele. O tesão entre as duas era palpável. Em
  • 47. DE SANTA A PUTA 47 dado momento passaram a dançar enroscadas, as mãos se atrevendo por debaixo dos tecidos. Bocas se tocando, línguas enroscando. Angeli empurrou Maria pra parede, pegou um banquinho e colocou uma das pernas da moça ali. Beijou os seios cobertos de Maria, depois a barriga e, atrevida, puxou a calcinha de lado e passou a língua ali, entre o vão melado e agridoce. Um gemido profundo foi ouvido. E as lambidas acoitavam o tesão dela... Angeli abocanhava a bucetinha de Maria, sugando com vontade, insinuando a língua em todas as reentrâncias. Quando sentiu que a moça já não se aguentava em pé, pegou-a pela mão e fez com que deitasse na cama, de lado, e deitou com a cabeça pra baixo, num sugestivo 69. Neste mo- mento, Jessé já colocava seu membro teso pra fora e iniciava uma punheta cadenciada, vagarosa. Naquela posição, e en- tendendo então a sugestão de Angeli, ficou ainda mais louca ao ver o homem se masturbar, olhando pra elas. Então, com a cabeça entre suas pernas sentiu, pela primeira vez, o gosto daquela mulher quente, diabolicamente deliciosa. Quase não conseguia se concentrar, pois a outra sugava seu cuzinho e penetrava-lhe a vagina com dois dedos. Sugou com mais for- ça, mordiscou os pequenos lábios de Angeli e enfiou a língua em seu cuzinho rosado, todo o despudor desaparecendo e dando lugar ao prazer. Gozou com um gemido abafado, sen- tindo o pulsar da outra em sua boca, que tremeu e gozou também, quase que simultaneamente. Jessé punhetava furiosamente seu cacete e o jorro de esperma foi longe. As duas se olharam cúmplices. No segun- do ato desse show, onde o tesão estrelava, tomariam um de- licioso banho de espuma, juntas, tendo como expectador um funcionário feliz e motivado... FIM DA SEXTA PARTE
  • 48. DE SANTA A PUTA48 7. A evangélica e o gigolô Depois daquela noite, no entanto, Angeli desapareceu. Não foi mais à casa da tia, não telefonou para Maria nem esteve online. Maria se desesperou. Queria ter outra sessão de sacanagens com a nova amiga. Não ousou perguntar por ela a D. Guilhermina. Finalmente, quando largou da empre- sa, resolveu-se a ir ao hospital onde a jovem trabalhava. Foi quando soube que Angeli estava de namoro firme com um médico residente e que até já marcara a data do casamento. Iriam pular a etapa do noivado. Soube disso através de uma enfermeira que se dizia muito amiga da jovem. Maria ficou frustrada. Acreditava que a outra jamais voltaria a ter sexo com ela. Retornou para casa entritescida. Perdera uma cúmpli- ce e uma ótima amiga. Não esperou para falar com Angeli. Foi-se embora, amuada. Ainda era cedo da noite, então re-
  • 49. DE SANTA A PUTA 49 solveu procurar o mulato Ralf lá no puteiro. Também não o encontrou. O garçom, sempre solícito com ela, informou que o cara tinha encontrado uma mulher que lhe pagava de tudo, e agora sempre estava à disposição da amante. Nos dias seguintes, Marie voltou à sua rotina. Abria as pernas para o marido, ele copulava e dormia. Isso acontecia com mais frequência, desde que ele descobriu seu lado sen- sual. Mas não era homem de aguentar mais de uma sessão de sexo. E Maria sabia dos seus “pulos fora da cerca”. Aos domingos, continuou indo com o marido para o templo. No entanto, naquele domingo, sua vida estava prestes a dar nova reviravolta. Chegou cedo e acomodou-se num banco ao centro da igreja evangélica, esperando ficar mais perto do novo pastor. O bonitão ainda não havia chegado. De repente, ela viu um casal de mãos dadas entrar no templo. Reconheceu logo o cara que costumava carregar um livro de Kama Sutra. Mas, desta vez, ele estava totalmente vestido com um terno ele- gante. Sua acompanhante era belíssima e estava tão elegan- te quanto ele. Os dois se sentaram ao lado de Maria e seu marido. A mulher a cumprimentou com menos entusiasmo do que cumprimentou seu marido. Maria percebeu que os dois já se conheciam, mas disfarçavam muito bem. O acom- panhante da bela mulher continuou de cabeça baixa, como se estivesse orando. Não deu um pio. Aí, o jovem e belo pastor iniciou o culto. Maria tomou um susto ao olhar pro cara. Estava to- talmente nu, e ninguém parecia notar isso. Sacudiu a cabe- ça, desviou o olhar e nada: o sujeito continuava lá, nu. Maria teve comichão na vulva. Ficou vermelha, achando que todos na assembleia tinham percebido. O marido olhou para ela e perguntou se estava se sentindo mal. Devia estar lívida. Ela
  • 50. DE SANTA A PUTA50 balançou a cabeça, afirmando que estava zonza. Quase não acreditou, quando ele disse: - Se quiser ir para casa, esteja à vontade. Eu é que não vou sair daqui pra te levar. Era o que Maria queria ouvir. Ficara excitada com a visão do pastor nu e queria chegar logo em sua residência para se masturbar. Fingiu ficar zangada e levantou-se, dei- xando o templo sem se despedir do marido. Esperou pelo ônibus defronte ao templo. De imediato, não passou ne- nhum. Então, aumentou a sua vontade de gozar. Olhou em volta, procurando um lugar para se esconder. Estava dis- posta a se masturbar por ali, mesmo. Viu o beco ao lado do templo que sabia dar na parte de trás da construção. Cami- nhou para lá. Já tinha ido ali uma vez, quando teve vontade de fazer xixi e não quis incomodar alguém do templo para lhe indicar onde teria um banheiro. Nem bem se viu às es- condidas de olhos indiscretos, levantou a pesada saia de te- cido grosso e meteu dois dedos na racha, sem nem mesmo umedecê-los. Se masturbou até ficar lânguida, sem forças. Sentou-se nuns tijolos que estavam empilhados por perto. Mas, antes que pudesse descansar, ouviu passos se aproxi- mando de onde estava. Levantou-se e procurou um lugar para se esconder, mas não achou. Aí viu seu funcionário, Jessé, que vinha ao seu encontro. - Jessé? O que está fazendo aqui? - Não aguentei esperar por ti até a segunda-feira. Fi- quei tarado por você desde o dia da entrega do meu prêmio. - Não devia ter vindo atrás de mim, aqui onde moro. Eu sou casada, meu marido está aí. - Não me importa teu marido. Eu estive o observando. Quando você saiu, ele ficou de namorico com aquela gosto- sa que se sentou perto de vocês. - Não acredito em você. Ela estava com o marido, também.
  • 51. DE SANTA A PUTA 51 - Aquele do Kama Sutra? É o gigolô dela. E de outras mulheres, também. O cara tem um verdadeiro harém de mulheres, não sabia? - Não, não sabia. Mas o que você quer de mim? - Quero dar uma foda contigo, não somente ficar olhando você foder com mulheres. Pode ser aqui, onde nin- guém está nos vendo, ou num motel. Quem sabe é você. - Aqui, não. Alguém pode nos flagrar. - Então, vamos para um motel? Ela esteve indecisa. Ainda estava com vontade de go- zar, mas temia ser vista por alguém do templo e causar um escândalo. Por outro lado, o jovem Jessé não era de se jogar fora. E denotava estar mesmo afim dela. Então, disse: - Vá na frente, encontre um motel chamado Rivera e espere por mim. Ligue-me, para que eu saiba que já está lá. Então, me encontro contigo. Ele não quis ouvir duas vezes: deu meia volta e foi-se embora. Maria deu um tempo e saiu atrás dele. O cara en- trou num carro, estacionado na frente do templo, e desapa- receu. Ela esteve olhando em volta. Ninguém parecia estar ligado nela. Saiu do beco onde estava e se dirigiu ao ponto de ônibus. Enquanto esperava o coletivo, um carro diferente do de Jessé parou perto dela. Era o cara do Kama Sutra. Ele botou a cabeça para fora da janela e a convidou: - Quer uma carona, senhora? Ela ficou indecisa. Tinha curiosidade em conhecer o sujeito que achava muito atraente, e não acreditava que ele fosse gigolô, como o subordinado havia lhe dito. Por outro lado, queria sair logo da frente do templo, temendo ser vis- ta por alguém conhecido. Principalmente se fosse uma das suas vizinhas fofoqueiras. Então, entrou no carro rápido. O cara sorria de um jeito bem cafajeste. Assim que ela se ins-
  • 52. DE SANTA A PUTA52 talou na poltrona e ele deu partida, o sujeito perguntou: - Cadê teu marido? - Você o conhece? - Claro, ele é meu cliente já há alguns anos. - Cliente? De quê? - Consigo programas para ele. - Programas de computador? Desculpe-me, mas devo acreditar que está mentindo. Ele detesta computadores. O cara deu uma sonora risada. Depois, esclareceu: - Nada de programas de computador e, sim, progra- mas com mulheres. Não sabia disso? Ela esteve olhando incrédula para ele. Não acreditava que o cara estava querendo insinuar. Perguntou: - Por que está me dizendo isso? - Dia desses ele estava reclamando que tinha uma es- posa frígida que detestava sexo. Que ele tinha que forçar, para poder foder ela. Quando te vi naquele dia, no entanto, fiquei afim de você. É uma mulher vistosa e muito gostosa. E, ao contrário do que ele diz, parece trepar muito bem. - Isso não é papo para estar se levando diante de uma mulher casada, moço. Ele sorriu. Mesmo com o carro em movimento, abriu a braguilha. Botou para fora um caralho enorme, mas ainda mole. Disse para ela: - Chupa. Se chupar bem, eu te dou umas aulas de sexo e de como recuperar teu marido. - E se eu não quiser mais ele? E se eu estiver querendo deixá-lo? Maria não sabia por que estava dizendo aquilo a um desconhecido. No entanto, saber que o marido a andava trocando por uma mulher de programa a incomodava enor-
  • 53. DE SANTA A PUTA 53 memente. Até aturava sua relação com Judith, por saber que ele a namorava antes dela. Mas com mais uma, não. O gigo- lô sorria. Parecia ter gostado das palavras ditas por ela. - Se é assim, posso te ajudar a se separar dele. Te boto numa casa grã fina e você pode ficar lá por três meses, o tempo de conseguir algum emprego. Eu te banco de tudo, nesse tempo. Mas aí, se não conseguir trampo, terá que tra- balhar para mim. - Em quê? - Eu te conseguirei bons clientes, para você ganhar um bom dinheiro. No entanto, dividimos o teu apurado di- ário meio-a-meio. Também te ensino a ser uma puta bem competente. - Pare o carro. Deixe-me descer. Está me confundindo com uma de tuas raparigas. - Ela disse, sem conseguir tirar os olhos da enorme jeba do cara. - Quem sabe é você. Não vou te forçar. E não estou te pedindo nada demais: só uma chupadinha. Garanto que ninguém ficará sabendo. Mais uma vez, o convite dele mexeu com a sua libi- do. Estavam parados numa rua erma, mal-iluminada. Se ela descesse ali, ficaria com medo de sair andando por um local que considerava tão perigoso. Perguntou: - Se eu te chupar, você me leva aonde eu quiser? - Ela ainda não desistira de se encontrar com Jessé. - Claro. - Ele disse ele, segurando o enorme pau e apontando-o para ela. Maria caiu de boca no cacete do cara, mas reclamou imediatamente: - Está sujo, fedendo a cu ou a boceta, sei lá... Ele sorriu. Pediu desculpas, tirou um saquinho com um pó branco de dentro do porta-luvas, meteu dois dedos
  • 54. DE SANTA A PUTA54 na abertura do saco e esfregou os dentes com o pó. Ela, in- genuamente, perguntou: - O que é isso? - É um... desinfetante. Tira o cheiro e o gosto da sujei- ra do pau. Também o deixa sem bactérias. - Não tem gosto ruim? - Experimente... O sujeito quase derramou todo o conteúdo do sa- quinho no membro e espalhou o pó com a mão. Ela levou o caralho à boca, novamente. Pensava em fazê-lo gozar o mais depressa possível. Depois, pediria que ele a deixasse próximo ao Rivera, onde Jessé a esperava. Sentiu o gosto estranho do pozinho. Mesmo assim, continuou chupando. Aí, seu celular tocou. Apressou-se em desliga-lo. Sabia que era o seu subordinado quem ligava. Depois, retornaria a li- gação. O gigolô ajeitou-se melhor no banco do carro e ela pode engolir melhor sua jeba. Mas não demorou muito a se sentir zonza. Também se sentiu eufórica, como nunca havia se sentido na vida. Sem ter conhecimento de drogas - pois isso não era nunca assunto discutido com sua família nem com seu marido - não percebeu que o pau do cara estava lambuzado de cocaína. Queria fazer com que o sujeito eja- culasse o quanto antes. Ele se divertia da ingenuidade dela. Pediu que ela tirasse toda a roupa. Maria já não tinha mais controle de si mesma. Fazia tudo que ele mandava, com a mente embotada pela dro- ga. Despiu-se totalmente e ainda sentou-se na tora do cara. Primeiro, colocou a vagina em contato com a cocaína. De- pois, insatisfeita por ele não gozar rápido, sentou-se na sua pica, desta vez recebendo no ânus os resíduos. A partir daí, seu corpo entrou em frenesi. Já não sabia mais o que estava fazendo. Fodeu como nunca havia fodido na vida. Urrou muito, dentro do carro, chamando a atenção dos poucos
  • 55. DE SANTA A PUTA 55 transeuntes que passavam na rua. Até que gozou, expelindo uma enorme quantidade de “leitinho” no colo do cara. FIM DA SÉTIMA PARTE
  • 56. DE SANTA A PUTA56 8. Novamente transando com o patrão Acordou-se se sentindo ainda zonza e com o corpo todo dolorido. Estava deitada numa cama confortável. Quan- do abriu os olhos, percebeu que estava em um hospital. Teve a certeza quando viu a sua amiga Angeli adentrar o quarto vestida de enfermeira. A moça sorriu, ao vê-la desperta. Sau- dou: - Boa tarde, bonita. Dormiu bem? - O que aconteceu? - Quer primeiro a boa ou a má notícia? - Prefiro a má. - Pois lá vai: você foi drogada. Te encontraram vagando nua, pelas ruas. Um verdadeiro escândalo para a sociedade careta de nossa cidadezinha. - Meu Deus... como vim parar aqui? - Seu Joaquim, da quitanda, te viu zanzando pelas ruas à noite e te trouxe para cá. Teu marido esteve aqui, mas não
  • 57. DE SANTA A PUTA 57 demorou muito. Saiu pouco depois, sem falar com ninguém. Parecia envergonhado. Não voltou mais. Você passou cinco dias desacordada... - Como é que é? - Sim, amiga. Você esteve sedada esse tempo todo. Mas temos uma boa notícia... - Qual? - Operaram um tumor que você tinha no cérebro. Não está sentindo a cabeça enfaixada? Só então, Maria percebeu as ataduras. Passou a sentir uma dor leve ali. Lembrou-se que andava vendo coisas estra- nhas. Acreditava que o tumor lhe havia causado tais visões. Mais ainda estava preocupada, dessa vez com outra coisa. Perguntou: - Alguém da empresa onde trabalho esteve aqui? - Um tal de Sr. Genaro. Fez um monte de perguntas aos médicos. Depois, foi embora. Maria ficou mais preocupada ainda. Temia perder seu emprego. Também estranhava o fato do seu apaixonado fun- cionário não ter ido vê-la. Perguntou por seu celular. - Já disse que te encontraram nua. Sem celular. Com- pletamente drogada. Lembra quem te deu os entorpecentes? - Não o conheço -, mentiu Maria - ele me ofereceu uma carona e depois não me lembro de mais nada. Nisso, Seu Joaquim invadiu a sala. A enfermeira Ange- li saiu de fininho, deixando os dois sozinhos. O quitandeiro pegou nas mãos de Maria. Disse: - Que bom que acordou. Eu estava preocupado. Vim todos os dias. - E o meu marido? Ele custou um pouco a dizer:
  • 58. DE SANTA A PUTA58 - Teu marido assumiu o caso com a minha mulher, aquela catraia. Depois que soube que você havia sido en- contrada nua, nas ruas, cheia de drogas, esteve lá em casa e conversou comigo. Disse-me que era apaixonado por minha esposa e que ela também era apaixonada por ele. Que haviam se resolvido, finalmente, a morar juntos. - Coitado do senhor. Ficou arrasado, não é? - Eu??? Eu já desconfiava daquela puta. Achei foi bom me livrar dela! Dei-lhe uns tapas e a expulsei da minha casa. - Você bate em mulher? - Aquilo não é uma mulé, e sim uma “muléstia”. Nesse tipo de gente, bato sim. - E o que faz aqui? O que quer de mim? - Quero que vá morar comigo. Fiquei doidinho por você, depois da nossa transa. Aliás, eu já era afim de ti. Mas te respeitava, por ser uma mulher casta e casada. Ela esteve em silêncio. Depois, prometeu: - Eu não posso te responder nada agora. Mas, depois, a gente volta a se falar, tá? Ainta estou tentando digerir o que me aconteceu. Preciso sair daqui e saber o que vai ser da mi- nha vida. Do meu novo emprego e... Ela ia falar da sua relação com o jovem Jessé e o garo- to de programas Ralf, mas calou-se. Também queria resolver seu caso com Angeli. Torcia para que a moça ainda ficasse com ela, mesmo estando prestes a se casar. - Sim, eu entendo. E saberei te esperar. Mas queria sa- ber quem te fez isso. - Isso importa? Já aconteceu, mesmo... - Você foi conivente? - Sim, fui. Mas não imaginava que seria drogada - disse ela, sem querer dar a saber ao verdureiro que procurou fazer o gigolô gozar logo para poder se encontrar com o subordi- nado.
  • 59. DE SANTA A PUTA 59 - Ia trepar com o cara que te fez isso? - Não -, mentiu novamente - apenas aceitei uma carona dele. Ele me forçou a tomar a droga. Mas eu não devia ter aceitado entrar no carro de um estranho. Então, a culpada fui eu. - Era só o que eu queria saber. - O que pretende fazer? - Por enquanto, nada. Mas, depois, acertarei meus pon- teiros com ele... agora durma, minha princesa. Você deve estar cansada. Amanhã, eu voltarei. Aí, saberemos quando sairá do teu internamento. ******************************* Só uns dez dias depois Maria foi liberada. Já havia, in- clusive, tirado as bandagens. Haviam raspado sua cabeça para ser feita a cirurgia e agora ela estava sem seus longos cabelos. Seu Joaquim foi buscá-la no hospital, dirigindo a sua velha caminhoneta, a que usava para transportar os vegetais para a quitanda. Levou-a para a sua própria residência, já que a esposa, Judith, havia ido morar na casa de Maria. Nesse meio tempo, a evangélica conversara com Angeli e esta se mostrou disposta a esquecer seu próprio passado devasso. Queria só curtir o seu namoro com o médico que a pedira em casa- mento. Maria conheceu o sujeito. Achou-o muito afeminado. Decerto o cara queria arranjar um casório para disfarçar a sua homossexualide. Acreditava que tem cara que é gay mas não quer demonstrar isso em público. Então, arranja uma na- morada só para calar a boca da sociedade. Mas isso não era da conta dela. No outro dia, foi à firma onde trabalhava. Encontrou muita animosidade, lá. Principalmente do Sr. Genaro, que quase a bota pra fora do escritório. Em resumo, ele se expli-
  • 60. DE SANTA A PUTA60 cou: - A empresa não tolera drogados, prostitutas ou rela- cionamentos entre seus funcionários. Soubemos que andou disvirtuando o senhor Jessé e que depois faltou ao encontro marcado com ele. Por isso, agora ele assume as funções que eram tuas. Como eu te disse: eu precisava de um encarrega- do. Você começou bem, mas acabou de forma catastrófica. Não a quero mais aqui. Maria estava enojada. O seu subordinado a usara para conseguir o cargo de chefia. Alcaguetou-a como esposa in- fiel, aproveitando-se de que a flagraram nua e drogada. Esta- va odiando os homens. Também estava desempregada e sem muita grana. Ainda bem que conseguira economizar algum dinheiro vendendo as lingeries superfaturadas. Mas aquela grana logo acabaria. Aí, resolveu-se a aceitar o convite de Seu Joaquim: iria morar com ele. Quando saiu da empresa de vendas de lingeries, foi direto para a quitanda. Assim que a viu, Seu Joaquim ficou muito contente. Beijou-a na boca, mesmo estando na fren- te de freguesas, que torceram seus narizes para o casal. O homem nem ligou. Atendeu a clientela, já dizendo que iria fechar pouco antes da hora do almoço. Nem bem a última cliente saiu, baixou as portas da quitanda. E foi logo tirando a roupa. Quase rasgou as vestes de Maria, com tanto tesão que estava. Ela, no entanto, apenas se deixou levar. Até porque o homem é quem dava rumo à foda: arrancou suas roupas, ma- mou seus seios com uma gula animalesca, chupou seu grelo com urgência, quase a machucando e, bem dizer, derrubou -a sobre o piso sujo do estabelecimento. Sem demora, abriu bem as pernas dela e apontou a cabeça do caralho pulsan- te. Introduziu a rola de uma vez, quase a estraçalhando por
  • 61. DE SANTA A PUTA 61 dentro. Meteu como quem mete numa boneca inflável, sem se preocupar em fazer-lhe também gozar. Ela comparava a apatia do ex-marido à sanha do verdureiro. Claro, adorava enlouquecer de tesão um homem. Mas, dessa vez, não esta- va satisfeita com a foda. Apesar disso, abriu mais as pernas quando pensou: - Maldita mania das mulheres de quererem ser amadas e não fodidas. Eu sempre quis ser bem-fodida, agora sinto a necessidade de ser bem-amada. Mas não reclamou em voz alta. Continuou recebendo as estocadas firmes do homem, sabendo que estava muito longe do orgasmo. Pensou em desviar a sua atenção do ato. Ficou fantasiando que era Ralf quem a fodia naquele mo- mento. FIM DA OITAVA PARTE.
  • 62. DE SANTA A PUTA62 9. Uma foda com o pastor Maria voltou a trabalhar na quitanda. As freguesas, no entanto, torciam o nariz ao serem atendidas por ela. O boato que rolava na pequena cidade era que a evangélica seria viciada em drogas, por isso o marido a deixara por ou- tra. No início, Maria ficou triste com os falatórios. Depois, resignou-se a deixar que o povo falasse. O importante era que a vida com Seu Joaquim estava melhor do que a que le- vava com o ex-marido, já que o quitandeiro não reclamava de suas roupas sexys e fodia com ela todos os dias. Se bem que Maria ainda não se sentia satisfeita sexualmente com ele. Agora, não queria mais ser apenas fodida, como antes. Queria ser amada. Um homem que sentisse apenas tesão por ela não lhe bastava. Naquela manhã, porém, sua vida estava para dar mais uma reviravolta. Foi ao centro comercial da cidade a mando
  • 63. DE SANTA A PUTA 63 do quitandeiro pagar umas compras, quando se encontrou com a bela mulher que havia visto acompanhando o gigolô que a havia drogado. Assim que a outra a viu, veio direta- mente para ela. Parecia furiosa. Vociferou: - Cadê meu homem, rapariga safada? - Não sei de quem está falando - mentiu Maria. - Sabe muito bem, sim. Depois que transou com ele, naquele domingo, ele desapareceu. O corno do Joaquim an- dou falando com ele. Com certeza, você lhe fez queixa e ele te vingou, não foi? - Por que não pergunta a ele? Não sei de nada. Mas “teu homem” me drogou. Depois, me largou nua nas ruas. Portanto, mereceu qualquer coisa de ruim que lhe tenham feito. - Vou dar queixa à Polícia. - É? Aproveite e dê queixa, também, ao meu ex-mari- do. Eu sei que são amantes. Mas agora, isso é problema da catraia Judith. Ela é quem vive com ele. - Eu e teu ex-marido temos uma filha juntos, não sabia? Quando engravidei, ele estava namorando contigo. Resolveu se casar, assim que lhe falei que estava esperando um bebê dele. E nunca deu sequer um centavo de pensão à menina. - Folgo em saber que ele não goste de prostitutas. - Está falando de si mesma? Soube que, ainda casada, andou trepando com meu novo namorado, vaca safada. - Com o teu namorado? - Sim. Ralf agora é meu namorado. Não precisa mais se prostituir: eu o banco de tudo. Ele vai se casar comigo daqui a alguns meses. - E por que, então, ainda anda procurando pelo gigolô que me drogou? - Por que é ele quem me fornece drogas, e quem me banca para eu poder sustentar Ralf.
  • 64. DE SANTA A PUTA64 Era um monte de informação para o cérebro de Ma- ria, acostumado ao marasmo, processar. Ela reiterou que não sabia do gigolô e que a mulher fizesse o que bem enten- desse. Se queria ir à Polícia, que fosse. Ela não tinha nada a ver com o desaparecimento do cara. Mas, quando a outra foi embora ainda irada, ela ficou pensando: será que Seu Joaquim tinha feito algo ao cara? Fez os pagamentos e voltou para a quitanda. Num momento em que se viu a sós com o homem, disse: - Fui abordada por uma mulher que me disse que o gigolô dela tinha desaparecido. Você tem algo a me dizer? Ele coçou a cabeça, antes de responder: - Dei-lhe duas peixeiradas no bucho, pra ele deixar de ser safado. E nunca mais drogar a mulher dos outros. - Meu senhor Jesus Cristo. Você o matou? - Não sei. Fiz ele entrar na caminhoneta e o levei pra longe daqui. Discutimos e ele tentou me ferir com um cani- vete. Puxei a peixeira do porta-luvas e o esfaqueei. Empur- rei-o carro abaixo e voltei para cá. - Quando foi isso? - Você ainda estava internada. Nem bem o cara disse isso, uma viatura da Polícia pa- rou na frente da quitanda. Dela, desceram cinco policiais. Um era o delegado de Polícia da cidade. Foi entrando e di- zendo: - Senhor Joaquim, o senhor está preso por tentativa de assassinato. A vítima sobreviveu e acaba de te denunciar lá na delegacia. - Eu também tenho uma denúncia a fazer contra o gigolô, delegado - disse Maria, tomando coragem para indi- ciar o cara que a drogou.
  • 65. DE SANTA A PUTA 65 Pouco depois, Maria prestava depoimento à Polícia. Foi acareada com o gigolô que negou as acusações, mas que acabou se contradizendo. Seu Joaquim também confessou que tinha ferido o cara para vingar Maria. Seu Joaquim foi liberado, após pagar fiança. Seria julgado em liberdade, de- pois. O gigolô foi preso, pois algumas prostitutas que ex- plorava o denunciaram também. Mas toda aquela história abalou a reputação do quitandeiro, na cidade, e ele cada vez mais ia perdendo clientes, afundando em seu negócio. Foi quando resolveu ir-se embora do lugarejo, levando Maria. Iriam para a cidade vizinha. Recomeçariam do nada, mas reabririam uma nova quitanda longe dali. Maria topou a proposta, principalmente porque não se sentia mais à von- tade morando naquele lugar. Mas as coisas foram bem dife- rentes para ela, na nova cidade. Seu Joaquim, ao invés de abrir uma nova quitanda, inaugurou um bar noturno. No entanto, desta vez, não que- ria mais Maria trabalhando com ele. É que a moça agora só usava roupas sensuais, enaltecendo seu corpo e suas be- las pernas, e o homem passou a ter ciúmes dela. Deixava-a trancada em casa, quando saía no início da noite para abrir o bar. Deixava Maria chorando, pois esta não queria ficar sozinha na residência. Temendo que ela trouxesse machos para transar na sua ausência, nunca lhe dera uma cópia da chave. As janelas eram todas gradeadas e Maria ficava confi- nada naquela casa enorme onde moravam. Ela chorava sua sina de manhã, de tarde e de noite. Até que um dia, depois de uma noitada movimentada no bar, Seu Joaquim chegou extenuado em casa. Nem tomou um banho, caiu na cama. Maria, sorrateira, tirou-lhe as chaves e foi fazer uma cópia delas. **************************
  • 66. DE SANTA A PUTA66 Aquela era a quarta noite em que Maria voltou ao in- ferninho onde tinha encontrado Ralf pela primeira vez. Em todas, usara a máscara vermelha, encobrindo o rosto. Co- locava uma peruca, com longos cabelos, e estava belíssima em seu vestido generosamente decotado, deixando ver seu colo e suas costas. As mulheres que faziam ponto ali segu- ravam seus machos, temerosas de que Maria os tomasse. Ela tinha que viajar quase duas horas, para voltar àquela sua cidade natal, mas fazia isso sem estresse. Sabia que Seu Joaquim não retornaria para casa tão cedo, pois precisava estar no bar. E sabia que este era sempre lotado. O homem não lhe dava mais dinheiro para comprar novas roupas sen- suais, como Maria queria. Então, ela resolveu que tinha que ganhar sua própria grana para ir às compras. Depois que fora operada, perdera a capacidade de ver homens nus sem que estivessem despidos. Por isso, não re- conheceu aquele belo rapaz, quando ele entrou no recin- to com cheiro de suor, bebidas e fumaça. Era o pastor do templo onde frequentava quando casada. Ele também não a reconheceu, quando sentou-se a uma mesa perto dela. - Pastor? - Quem é você? - Perguntou ele, não a reconhecendo mascarada. - Sou uma fã tua. Acompanhei alguns dos teus ser- mões lá no templo. Estou admirada de vê-lo aqui. - Não me lembro da senhorita. Mas, onde houver pe- cado, estarei lá. Aqui, recupero alguns fiéis para Jesus. - Você quer dizer “algumas” fiéis, não é meu bem? - Disse uma prostituta se abraçando a ele e lhe beijando na boca. O jovem pastor não fugiu do carinho. Beijou a quenga sem tirar os olhos de Maria. Esta sorria para ele. O sujeito cochichou ao ouvido da mulher: - Conhece essa mascarada?
  • 67. DE SANTA A PUTA 67 - Andou vindo aqui mas depois desapareceu. Agora voltou, pra tomar nossos machos. Deve ser alguma puta ro- dada, vinda da Capital. Está interessado nela? - Preciso ao menos tentar convertê-la ao Evangelho. Você se incomodaria de abrir mão de mim, por hoje? - Per- guntou o jovem pastor. A mulher fez cara feia para Maria, mas não disse nada. Saiu da mesa onde o pastor estava sentado e este se le- vantou, indo até a onde estava Maria, pedindo licença para sentar-se. - Desistiu de converter aquela pobre pecadora? - Ela já conhece o Evangelho, pois já foi uma senhora salva. Prefiro convencer você, do poder de Deus. - E qual seria o teu argumento? Sem nada dizer, o pastor, camalmente, abriu a bragui- lha e botou o enorme pênis para fora. - Uau, é um grande argumento. Mas aviso que estou cobrando caro por uma hora de prazer. - O caro para Deus é pouco. Quanto está cobrando para fazer um pastor feliz? Não demorou muito e o casal estava no motel Rivera. A recepcionista fez que não reconheceu o pastor, mas tinha um sorriso safado no rosto. O jovem apalpou sua bunda, quando ela se virou de costas, depois de lhe entregar a cha- ve. A mulher saiu rebolando, insinuante. Maria riu. Pensou em quanto tempo havia perdido toda santinha, quando os próprios pastores usavam e abusavam da gandaia. Final- mente sozinhos, dentro do quarto, o jovem mostrou seus dotes de “pegador”. Primeiro, quis que ela tirasse a máscara. Ela se negou. Então, a beijou com volúpia e Maria sentiu a tabaca “bater palmas”. Por pouco não teve seu primeiro or- gasmo, antes mesmo de subirem na cama. Ele era paciente.