SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 64
Baixar para ler offline
VIRA-LATA 1
VIRA-LATA2
VIRA-LATA 3
1. Estuprada dentro da igreja
“Perdida no meio do nada
Sem ter o que fazer
Senti a boceta excitada
Não tendo com quem foder”
Ajovem Badhia Lourenço estacionou o carro no meio do
nada. Estava perdida. Pegou um mapa que estava do-
brado dentro do porta-luvas, por baixo de um velho livro de
capa de couro, e o abriu sobre o banco do carona. O calor
estava de lascar, àquela hora da tarde. Passavam das treze ho-
ras. O estômago roncava de fome, mas ela não conseguia se
orientar pelo mapa. O cantil aos seus pés, perto dos pedais
de acelerador e embreagem, estava quase vazio. Desceu do
carro, um fusca antigo, e olhou em volta. Só areia, pedras e
pouquíssimas vegetações. Falou consigo mesma:
- Tô fodida e mal paga. Nem sei onde me encontro. Di-
VIRA-LATA4
ficilmente acharei a quem perguntar, neste deserto filho da
puta. O pior: está acabando a gasolina.
Badhia era a nova jornalista contratada pelo jornal
onde trabalhava como repórter de Variedades. Ganhara um
prêmio com uma reportagem sobre uma vila de pescadores,
onde um negrão, ex-escritor, se refugiava do seu passado. Ti-
nha ido ao lugarejo fazer uma entrevista com o sujeito e aca-
bara descobrindo uma série de crimes. O escritor casou-se
com a sua editora e Badhia escreveu um livro sobre o povoa-
do e seu “peixe” milagroso(*). Acabou levando um prêmio da
Academia Pernambucana de Letras como o melhor livro de
romance fantástico do ano, intitulado “O Homem que Matou
Mona”. Isso e a reportagem lhe renderam o emprego no jor-
nal, e ela viveu seus dias de fama. Mas, agora, ninguém mais
falava do seu livro. Ele havia caído no esquecimento. Então, a
jornalista recebeu a incumbência de fazer nova reportagem.
Sua chefe, a editora Mona Tomasini, pediu que ela escrevesse
uma série de matérias sobre um fato envolvido em mistérios,
acontecido numa cidadezinha do Interior do Estado. E lá es-
tava Badhia, perdida na imensidão árida do sertão.
Tinha fome. Muita fome. E sede. Talvez por isso, sua
cabeça rodou quando a expôs ao sol causticante na estrada
de barro e areia. Quis voltar para o fusca, para pegar o cantil
e beber o restinho da água, mas tombou no solo poeirento.
Tentou se arrastar para dentro do carro mas suas pernas e
braços não obedeceram ao comando do cérebro. Finalmente,
perdeu os sentidos.
Já era noite, quando despertou. A temperatura estava
amena, quase fria. Descobriu-se deitada no chão e envolta
por algo parecido com uma manta. O tecido fedia a sujeira.
Ela levantou-se, rápido. Só então, viu o sujeito sentado perto
de si. Ele comia algo, espetado num graveto. O estômago da
VIRA-LATA 5
jornalista roncou, lembrando-a que continuava com fome.
Perguntou:
- Boa noite. Quem é o senhor?
O sujeito voltou-se para ela. Sorria, mas seu sorriso era
muito, muito estranho. Ele mostrava os dentes afiados, com
dois caninos pronunciados, como num sorriso de um cachor-
ro. Era jovem, com cerca de vinte e poucos anos, Porém o que
mais se destacava nele é que estava nu e tinha um caralho
enorme, mole, entre as pernas. Seu peito e suas costas eram
muito cabeludos. Mas ele não disse nada. Apenas sorriu.
- Você é surdo-mudo? Ou entende o que eu falo?
Ele balançou com a cabeça, em forma de sim, e ela fi-
cou sem saber se era mudo ou se entendia o que ela lhe dizia.
O jovem apontou o espeto para o lado dela, oferecendo a car-
ne. Ela perguntou:
- Que carne é essa?
- Calango - respondeu ele.
Badhia quase vomita. Negou-se veementemente a co-
mer aquilo, apesar de parecer bem assado. Mas tinha fome.
- Fome. Tenho fome, entendeu? Mas não vou comer
essa porcaria.
Ele fez um sinal para que ela esperasse. Depois, correu
agachado, quase de quatro, como um cão, e desapareceu por
trás de umas pedras. Voltou com um saco de estopa na mão.
Catou algo dentro e retirou a mão, mostrando-lhe uma maçã:
- Quer? Quer?
A jornalista quis. Mas percebeu que a fruta tinha um
pedaço podre. Comeu em volta, evitando a parte ruim. Agra-
VIRA-LATA6
deceu:
- Muito obrigada. Vai enganar um pouco o meu estô-
mago.
Como notou que, apesar do cara estar nu, ela mantinha
suas roupas e não parecia machucada, ou seja: o sujeito não
havia tocado nela, perguntou:
- Onde você mora?
- Ali. Ali. - Disse ele, apontando umas rochas um tanto
distante. - Vem. Vem...
A jornalista tentou se levantar e conseguiu. Entrou no
carro. Chamou-o. Ele sentou-se ao seu lado, contente, admi-
rado por conhecer pelo lado de dentro um automóvel. Ela
manobrou até chegar perto das rochas e ele desceu rápido do
veículo, ainda mordiscando o réptil do espeto. Puxou-a pela
mão. Ela foi com ele.
Havia uma carcaça de geladeira por trás das rochas.
Várias roupas estendidas num varal improvisado, todas com
alguma avaria. Também havia caixotes de madeira contendo
frutas e verduras, mas a maioria parecia estragada. Ela teve
pena do sujeito. Deveria ser algum doido, perdido naquele
deserto. Ela perguntou onde poderia encontrar mais alguém.
- Lá. Cidade. Lá...
Agora Badhia via uma claridade no horizonte, como se
fosse as luzes de um pequeno povoado. Ela disse:
- Vou até lá. Quer ir comigo?
Ele balançou imediatamente a cabeça, em forma de
negativa. Parecia assustado com a possibilidade de ir ao po-
voado. Então, ela despediu-se dele, agradeceu por ter cuida-
do dela, entrou no carro e foi embora. Mesmo na escuridão,
olhou pelo retrovisor e pode ver o sorriso do cara. Sua boca
VIRA-LATA 7
lembrava a de um cachorro. Continuou dirigindo. Aí viu,
agora iluminada pela lua que saíra detrás das nuvens, uma
enorme torre metálica, dessas usadas para telefonia celular.
Lembrou-se que seu aparelho estava dentro do porta-luvas.
Pegou-o e conferiu o sinal. Estava forte. Ela já podia ligar pe-
dindo socorro. Mas não o fez, pois viu bem perto da antena
uma igreja. Uma igreja no meio do nada. As luzes das janelas
estavam acesas. Ela se dirigiu para lá.
Desceu do carro bem na frente do templo. Um padre
jovem veio sorridente, ao seu encontro. Cumprimentou-a:
- Boa noite, jovem. O que faz nessa imensidão de areia?
Está perdida?
- Sim, padre. No entanto, nem sei aonde eu ia. Esqueci
completamente. Onde estou?
- Entre. Conversaremos lá dentro. Não nos convém fi-
car aqui fora.
- O que o senhor teme?
- Tem acontecido coisas estranhas nesse lugarejo. Coi-
sas violentas. Mas nunca atacaram a casa do Senhor, graças
a Ele.
- Qual o nome deste lugarejo?
- Desculpe-me a expressão, mas chamam-no de Cu de
Maria. Coisa de militares. Aqui foi uma base militar, que hoje
está desativada. E deserta.
- O que houve com ela?
- Dizem que o Governo achou uma fonte enorme de
material radioativo, aí fechou esta área. Mas todo ano, por
essa época, isso aqui fervilha de gente, por causa do rally au-
tomobilístico que acontece em Cu de Maria.
- Já está havendo o rally? Nunca nem ouvi falar dele, lá
na capital.
- Oh, ainda não foi divulgado este ano. Cheguei aqui
ontem, e só hoje ativei a antena. Agora, já posso fazer a divul-
gação através do rádio e da Internet, que só funcionam quan-
VIRA-LATA8
do a torre está ativada. É quando começam a chegar os fiéis.
- Vêm para esta igreja no meio do nada? Por quê, pa-
dre?
- Para que eu lhes dê a benção para ganhar o rally. O
prêmio é muito vantajoso. Depois, vão para o ponto de con-
centração do evento, que é a base militar abandonada. Mas a
senhorita deve estar cansada. Já comeu?
- Não, padre. Apenas uma maçã apodrecida. Confesso
que estou faminta.
Pouco depois, Badhia fazia uma farta refeição incluin-
do um assado de porco muito gostoso, preparado pelo jovem
padre. Teve direito até a um cálice de vinho. Terminou repe-
tindo a dose. O padre sorria, satisfeito com o seu apetite. Ela
o achava muito bonito. Ele não devia ter mais de trinta anos
de idade. Vestia-se impecavelmente com sua batina nova e
bem passada a ferro. A jovem perguntou:
- Eu poderei dormir por aqui, padre? Amanhã, sigo
para a tal base militar.
- Oh, eu faço questão para que durma aqui. Temos um
quarto de hóspedes já limpo e preparado para essas eventu-
alidades. Não deixarei que se aventure a sair durante a noite,
claro. Mas, agora, vou ter que voltar aos meus afazeres. Tenho
um longo trabalho pela frente. Assim que acabar sua refeição,
grite me chamando. Eu virei busca-la, para leva-la aos teus
aposentos.
- Já terminei. Podemos ir. Estou doida para cair numa
cama confortável.
Ele sorriu. Logo, deixava-a no quarto. Disse:
- Se quiser, pode tomar um banho. Mas evite gastar
muita água. É um líquido precioso, por aqui.
- É, eu percebi que também não tem energia elétrica...
- É verdade. Mas temos energia nuclear, roubada da
base militar. Porém, ainda não liguei os geradores. Farei isso
pela manhã. Boa noite, senhorita. E feche bem a porta. Nun-
VIRA-LATA 9
ca se sabe...
O padre tinha dado um sorriso estranho, ao pronun-
ciar essas palavras, mas a jornalista não lhe deu a devida im-
portância. O quarto estava iluminado por duas velas gran-
des, em castiçais antigos. O banheiro era limpo e perfumado.
Cheirava a fêmea. Ela tomou um banho rápido, depois dei-
tou-se. Pegou uma bolsa escolar que trouxera do carro, com
uma muda de roupa e seus produtos de higiene, além de um
livro de capa de couro que estava no porta-luvas e arrumou
tudo no quarto. Em seguida, pegou um lápis e escreveu em
uma das páginas do livro:
“Perdida no meio do nada
Sem ter o que fazer
Senti a boceta excitada
Não tendo com quem foder”
Sorriueguardouolivrosobacama,comolápismarcan-
do a página. Levantou-se, apagou as velas e voltou a deitar-se.
Não demorou muito e estava dormindo. No entanto, acordou
assustada com um barulho dentro do quarto. Percebeu que a
porta estava entreaberta. A parca claridade que vinha de fora
mal iluminava o quarto. Quis se levantar para tornar a fechar
a porta, como o padre recomendara deixar trancada, mas
não conseguiu se mover. Também não conseguiu se mexer
quando sentiu a aproximação de alguém, na penumbra. Quis
gritar, mas não pode. Ficou tensa. Aí, sentiu uma respiração
ofegante bem perto do seu rosto. Quis acostumar os olhos à
escuridão e não conseguiu. Parecia que quanto mais tentava,
mais escuro ficava. Aí, uma língua quente e úmida lambeu
seu pescoço. Ela arrepiou-se toda. Percebeu-se totalmente
nua, mas tinha certeza de que dormira vestida, inclusive com
uma calça jeans. A lingua serpenteou sobre o seu ventre, su-
biu aos seus seios e voltou, aproximando-se da vulva. Ao in-
VIRA-LATA10
vés de fechar, ela abriu mais as pernas. Estava ansiosa de que
a língua lhe tocasse a vagina. Não teve que esperar.
Por diversas vezes, aquele pedaço úmido de carne lhe
roçou a racha, concentrando-se no clitóris. A cada lambida
alí, a jornalista estremecia. Não demorou muito a ter o pri-
meiro orgasmo. Uma mão lhe tapou a boca, enquanto um
corpo cabeludo se ajeitava sobre o seu. Duas pernas abriram
mais as suas. Badhia estremeceu quando sentiu a glande in-
vadir-lhe a boceta. Devagar. Com delicadeza. Ela ansiava
que seu estuprador fosse mais violento. Ele pareceu ler-lhe
os pensamentos. Socou quase com furor e ela teve mais dois
orgasmos seguidos. Depois, ele ficou imóvel.
Finalmente, ela teve forças para dizer, já que a mão não
mais lhe tapava a boca:
- Não para. Não para, filho da puta.
(*) Ver a série O Homem que Matou Mona
VIRA-LATA 11
2. O padre tarado
Badhia levantou-se da cama de um pulo. Estava arfante.
Catou no escuro, achou uma caixa de fósforos e com ela
pode acender uma vela. A porta do quarto estava fechada,
não havia ninguém além dela dentro e ainda estava vestida de
blusa de malha e calça jeans. Assobiou, aliviada. Viu o livro
de capa de couro caído no chão. Entendeu tudo: havia tido
mais um sonho erótico. Desde que ganhara o livro do escritor
Tomasini, ela costumava despertar no meio da noite, depois
de chegar ao orgasmo com tais sonhos. Abriu o fecho da cal-
ça e levou a mão à xoxota. Esta estava encharcada de gozo.
Cheirou a mão. Sorriu, com o odor do sexo. Tirou imedia-
tamente toda a roupa e correu para o banheiro de dentro do
quarto onde estava hospedada. Não dominou a vontade de se
masturbar. Tocou-se, até que sentou-se na tampa da privada,
exausta. Depois, nua, voltou para a cama. Não custou a dor-
mir novamente.
VIRA-LATA12
Acordou já com o dia claro, ouvindo o chamado do
padre do lado de fora do quarto. Respondeu que já ia sair
e vestiu-se. Minutos depois, estava à mesa. Estiveram con-
versando e ele lhe disse ter ouvido gemidos de madrugada.
Ela afirmou que estivera sonhando. Seu sorriso demonstrava
bem qual tipo de sonho. O padre ficou ruborizado, mas não a
criticou. Disse que isso era natural e que ele mesmo acordava
no meio da noite, de vez em quando, sentindo-se excitado.
- Desculpe a indiscrição, mas o senhor pratica o sexo,
padre?
Ele demorou a responder. Quando o fez, disse:
- Quando quis ser padre, foi porque vivia angustiado
com esses tipos de sonhos. Na verdade, para mim, se consti-
tuíam em pesadelos. Eram sempre carregados de violência e
até mesmo de sangue. Sonhava que estuprava alguém, ou que
estava sendo estuprado. Alguns sonhos eram homossexuais.
Um dia, me confessei a um velho padre da paróquia e ele me
aconselhou a procurar uma mulher para ter sexo.
- E o senhor procurou?
- Sim. O próprio padre me indicou uma prostituta que
frequentava a igreja da comunidade onde eu vivia. Era uma
rameira velha e feia. Desdentada. Um tanto maluca. Eu a re-
jeitei. Aí, ela me rogou uma praga: disse que jamais na minha
vida eu teria uma mulher. No início, eu não liguei para a suas
palavras, até que me apaixonei por uma moça da minha ida-
de, e ela se apaixonou por mim.
- Chegaram a se casar?
- Que nada! Não chegamos nem a ter sexo. Ela come-
çou a fugir de mim como o diabo foge da cruz. Mudou-se
de onde morava e eu nunca mais a vi. Por isso, nunca soube
o que a fez passar a me rejeitar. Acreditei que havia sido por
causa da praga da louca. Claro que procurei namorar outras
moças, mas o resultado sempre foi o mesmo: era abandonado
VIRA-LATA 13
por elas.
- Que coisa. Alguma vez chegou a ir para um quarto
com alguma delas?
- Eu não sei. Não consigo me lembrar, por mais que me
esforce. Aí, resolvi ser padre para me livrar do desejo ardente
que eu sentia o tempo todo.
- Conseguiu?
- Graças a Deus, sim. Hoje, já não sinto mais a carência
sexual que sentia antes.
- Mas sente?
- Sim, pois eu sou humano, por baixo desta batina. Mas
aprendi a me dominar.
Badhia olhava para ele, penalizada. Perguntou:
- O senhor acredita em magia?
- A que tipo de magia se refere?
- Àquela que não podemos explicar. À que nos leva a
crer que existe algo maior que nós, e que não conseguimos
compreender.
- Poderia ser mais explícita, minha filha?
- O senhor transaria comigo, se eu te pedisse, padre?
Eu não te rejeitaria...
Primeiro, ele espantou-se com a proposta dela. Depois,
baixou as vistas. Disse:
- Não, minha filha. Agora, eu já fiz um juramento para
Deus: não mais me interessar por sexo.
- O senhor sabe escrever poemas? - Insistiu ela.
- O que isso tem a ver?
- Sabe?
- Sim, claro. Apesar de ser um poeta medíocre, sempre
gostei de poesias.
- Seria capaz de escrever um poema erótico?
- Não sei. Nunca tentei.
- Então, espere um pouco.
VIRA-LATA14
Badhia levantou-se e foi pegar o livro com capa de cou-
ro, com o título “As crônicas de Mona” escrito em dourado.
Voltou com ele aberto numa página em branco, com o lápis
marcando o trecho. Mostrou ao padre:
- Veja. Este livro está em branco. Escreva um poema
erótico numa página qualquer. Não precisa me mostrar, se
não quiser. Pretendo, com isso, te provar uma coisa.
O padre, timidamente, escreveu:
“Quem dera ter a dádiva do amor carnal
Para ofertá-lo a esta jovem tão bela
Repousar entre os seios dela
Depois de contentá-la com meu instinto animal”
- Ohhhhhhhhlalá. O senhor é um ótimo poeta, padre.
Pode crer. Tome: guarde este pedaço de papel onde escreveu
o poema debaixo do teu travesseiro, quando for dormir. -
Disse ela, arrancando a página com o manuscrito do religio-
so e entregando-a a ele. Eu irei à base militar abandonada que
me falou. Na volta, passo por aqui e conversamos.
Cerca de uma hora depois, a jornalista partia, após dar
um abraço apertado no padre e agradecer pela estadia. Ainda
arriscou dar-lhe um selinho nos lábios, mas o reverendo se
esquivou. Acabou ela o beijando numa das faces. O homem
estava ruborizado. Ela se foi, contente. Sabia o que aconte-
ceria ao padre, quando ele dormisse: o pobre sonharia um
sonho bem gostoso, e extravazaria todo o seu tesão contido.
Quanto a ela, iria ver se tinha a sorte de encontrar algum
popular na base abandonada. Quem sabe não se inscreveria
no rally, só por diversão? Escreveria uma matéria para o jor-
nal, a partir dessa experiência. Já tinha se afastado bastante
da igreja com sua torre de telefonia celular, quando avistou
VIRA-LATA 15
sobre umas pedras o jovem nu e peludo. Ele lhe acenou. Ela
pôs a mão para fora do carro e também acenou. Ele sorriu.
Aquele sorriso que lembrava um cão mostrando os caninos.
O padre esteve muito ocupado em ajeitar o equipa-
mento que lhe possibilitaria enviar mensagens aos partici-
pantes do rally e não mais se lembrou da jovem jornalista.
No entanto, poucas horas depois que ela havia ido embora,
ele sentiu uma sonolência exagerada. Quase não conseguia se
manter acordado. Resolveu dar uma pausa nos trabalhos e foi
dormir. Normalmente, o fazia apenas de calção, pois tirava
a batina por causa do calor. Não demorou a pegar no sono.
Mas acordou com batidas na porta.
Irritado, tornou a vestir a batina e foi atender. Abriu a
pesada porta da igreja, mas não havia ninguém do lado de
fora. Um vento forte soprou, revolvendo a areia do solo, e
ele fechou imediatamente a porta. Colocou uma tranca de
madeira, de forma a evitar o barulho da porta se movendo
com a ventania forte, como costumava acontecer quando a
tempestade se iniciava. Tempestade de areia, naquela região,
era coisa corriqueira naquela época do ano. Tirou a batina
enquanto voltava para o quarto. E foi pego de surpresa ao
encontrar a jornalista nua deitada na sua cama. Ela tinha um
sorriso convidativo. Ele a rejeitou novamente:
- Não. Por favor, moça. Não me tente mais.
- Seria capaz de quebrar tua promessa feita ao Senhor,
padre?
- Não. Isso é tentação de Satanás. Você não está aqui.
Está longe.
- Eu estou aqui, sim, bem diante de você. E prometo
que serei toda tua. Faça de mim o que quiser, eu vou gostar.
O padre ainda estava resistente. A bela mulher levan-
tou-se da cama, aproximou-se dele e ajudou-o a tirar total-
VIRA-LATA16
mente a batina e o resto da roupa. Ele ficou nu, diante dela.
Aí, ela se agachou perante ele. Tocou com os lábios o seu
pênis. Ele ainda estava mole, sinal de que o religioso ainda
resistia. Então, ela engoliu totalmente o pedaço de carne. O
membro deu um pinote em sua boca, ficando imediatamente
ereto. Ele gemia:
- Nãaaaaaaaaao... Satanás... vá... tentar... ou-
troooooooo...
Ela pegou seu cacete com suas mãos suaves e este cres-
ceu absurdamente, ficando enorme. A moça já não o conse-
guia engolir todo o caralho. Ela perguntou:
- Tem algo que gostaria de fazer comigo, padre?
- O que, por exemplo? - Arfou ele, sendo chupado.
- Quer comer meu cuzinho?
O pênis deu um pulo dentro da boca dela. Ele gemeu:
- És mesmo o demônio. Coito anal não é coisa do Se-
nhor...
- Mas que coisa tão antiga, padre. Hoje em dia, todo
mundo aprecia o anal. Uns mais, outros menos. Mas no final
todos gostam.
- Eu não gosto.
- Mas eu gosto. Então, bote esse bilolão nas minhas pre-
gas...
- Não. Misericórdia. Você não aguentaria. Não supor-
taria o fogo que queima minhas entranhas...
- Esse fogo é o teu desejo, padre. Afogue-o na minha
xana. Mas eu prefiro no meu cuzinho. Vem cá, vem...
O padre foi. Ela o levou para cima da cama. Ficou de
quatro, com a bunda voltada para ele. O seu cu piscava. O
reverendo não mais se aguentou. Montou na traseira dela e
mandou pica. Fodeu-a de forma urgente, como se estivesse
estuprando-a. Ela sorria:
- Não precisa me violentar. Eu estou dando, de coração,
VIRA-LATA 17
meu cuzinho pra ti. Fode ele, fode...
O padre urrava de tesão. Enfiou o caralho inteiro no
cu dela, e ia começar a copulá-lo, quando explodiu em uma
gozada poderosa no rego apertado da mulher.
VIRA-LATA18
3. A primeira experiência lésbica
Opadre acordou assustado. Nunca houvera tido um so-
nho tão real quanto aquele. Ainda podia sentir na rola o
aperto de cu gostoso da jornalista. Estava suado e o coração
batia tão forte que parecia que ia explodir em seu peito. Re-
zou de joelhos por alguns minutos, mas levantou-se agonia-
do. Estava só de calção. Arriou a peça de roupa e tocou uma
punheta com urgência de gozar. Não conseguiu seu intento.
Então, pegou um molho de chaves e desceu umas escadas,
depois abriu uma porta pesada de madeira e enfurnou-se por
um corredor subterrâneo.
Já Badhia Lourenço, acabava de avistar a base militar
que o padre lhe havia falado. Era enorme. Ocupava uma área
desértica a perder de vistas. A jornalista percebeu movimen-
to perto da entrada, e viu uns poucos carros estacionados.
Todos automóveis potentes, daqueles usados para enfrentar
VIRA-LATA 19
todo tipo de obstáculos no terreno inóspito. Suspirou alivia-
da. Gente para conversar, iniciar sua reportagem. No entanto,
continuava esquecida do que a tinha levado ali. Havia uma
outra incumbência que lhe foi passada por sua editora do jor-
nal. Resolveu-se a ligar, finalmente, para ela:
- Oi, chefa. É Badhia. Cheguei ao local da reportagem,
mas me deu um branco. O que devo, mesmo, procurar aqui?
- Oi, Badhia. Fico feliz que não se perdeu pelo cami-
nho. Ainda mais que conseguiu se comunicar comigo. Já há
algum tempo que ligo pra ti, sem conseguir sinal. Você tem
que encontrar a jornalista que antes enviei para fazer essa
matéria, esqueceu? Ela sumiu o ano passado, enquanto co-
bria o rally. Procure o irmão dela, o jovem Alberto. Alberto
Rico. Ele já deve estar aí, pois me ligou dizendo que ainda
não tinha te localizado. O objetivo principal de você estar aí
é ajuda-lo a encontrar a irmã. Eu me sinto responsável pelo
desaparecimento dela, pois fui eu que a mandei praí.
- Eu me perdi, sim, mas já estou na base. Estou ven-
do umas pessoas acampadas na entrada. Talvez seja o irmão
dela. Vou até lá.
- Tenha cuidado. O desaparecimento da jornalista está
envolvido em mistério. Dizem que foi trucidada por alguma
criatura feroz. Foi o que o irmão apurou, recentemente.
- Okay, chefe. Terei cuidado. Deixa comigo. Depois, te
dou notícias. Tchau.
Quando a jovem desligou, esteve pensativa. Lembrou-
se do rapaz que a tinha achado desacordada. Seus dentes
afiados lhe tinham chamado à atenção. Não seria o rapaz
responsável pelo desaparecimento da jornalista que a ante-
cedeu? Parou na frente da base e alguém lhe abriu o grande
portão de tela, como se fosse um campo de prisioneiros. Era
um jovem de cerca de trinta anos. Estava de barba rala, sinal
de que não se barbeava havia algum tempo. Ele a saudou:
VIRA-LATA20
- Boa tarde, senhorita. Deve ser a jornalista que eu es-
tou esperando já há dias...
- Badhia Lourenço. O senhor deve ser Alberto rico. -
Disse ela, estendendo-lhe a mão.
- Isso mesmo. Já estava preocupado. Achei que havia se
perdido nessa imensidão de sertão.
- Sim, eu me perdi. Mas encontrei uma igreja no meio
do nada e o padre me orientou a vir para cá.
- Igreja? Não há nenhuma igreja num raio de muitos
quilômetros.
- Não, existe sim pequena, a uma hora e meia daqui.
Com uma antena enorme, bem perto. Acabo de vir de lá.
O jovem estranhou as palavras dela, mas não a contes-
tou. Apresentou:
- Estes são Jorge e Nina, ambos de Caruaru. Estiveram
aqui no rally do ano passado e vão nos ajudar a encontrar a
minha irmã.
A jornalista cumprimentou o casal, que deveria ter cer-
ca de quarenta anos. Ela parecia mais velha que ele. Olhava
fixamente para Badhia, como se a estivesse comendo com os
olhos. Era uma morena bonita e de corpo volumoso, sem ser
gorda. Uma cavalona, como os homens costumavam clas-
sificar as mulheres desse porte. Reteve a mão da jornalista,
quando a apertou. A jovem sentiu um arrepio imediato com
aquele toque. Devia ser um sinal para que ficasse em alerta
contra a mulher. Mas não comentou nada.
- Não tem mais ninguém conosco, além dessas três pes-
soas que também vejo aqui com vocês? - Perguntou a jorna-
lista.
- Ainda não. Esses três são madrugadores. - Disse, se
referindo a dois sujeitos barbudos e uma mulher loira, todos
com cara de motoqueiros - Chegaram antes de nós à base.
Querem ser os primeiros a se inscrever no rally. Dizem que
VIRA-LATA 21
isso dá sorte. Mas já colhemos informações com gente daqui,
sobre minha irmã. Quer uma bebida? Então, conversaremos.
Badhia aceitou uma cerveja. O jovem Rico a tirou de
um recipiente com gelo do porta-malas do carro, uma Toyota
robusta. Depois de um gole, ela perguntou:
- O que estão sabendo do desaparecimento da tua irmã?
- A última vez que a viram, estava em companhia de
três participantes da corrida, todos jovens como ela.
- Já tentou localizar esses caras?
- Sim, até já os achamos. Eles estão mortos. Foram es-
traçalhados por algum animal feroz. Seus corpos foram en-
contrados com mordidas atrozes, como se quisessem devo-
rá-los.
Imediatamente, Badhia voltou a se lembrar do jovem
com dentes caninos que a socorreu na caatinga. Disse:
- Encontrei um jovem estranho a caminho daqui. Ele
tinha dentes afiados.
A mulher bonitona disse para ela:
- Ah, deve ter visto Cholo. É um rapaz doido que vive
mendigando comida por aí. Ele é inofensivo. Todos o conhe-
cem.
- Ele tem parentes? - Perguntou Badhia.
- Não tem mais. Sua mãe era solteira, e não se sabe
como engravidou dele, já que vivia solitária nessa imensidão
desértica. Tinha como companhia um cão feroz, tipo pastor
alemão, que caçava para ela. - Respondeu Nina.
- Não podia ter emprenhado de algum viajante?
- Ela detestava gente. Fugia do contato com pessoas. Eu
a vi apenas uma vez. Era uma coroa bonita mas muito pobre
e maltrapilha.
- E que fim levou ela?
- Foi encontrada morta. Acreditam que por causa da
VIRA-LATA22
radiação que fez com que todos fossem embora daqui, quan-
do o Exército fechou a base.
- Essa radiação não nos fará mal?
- Só se ficarmos muito tempo expostos a ela. Mas só
permaneceremos aqui enquanto durar o rally.
- Qual o interesse de vocês participarem dele?
Dessa vez foi Jorge quem respondeu:
- O prêmio: dois milhões de reais divididos entre os
três primeiros colocados.
- Quem paga esse prêmio?
- Não sabemos. Nossa primeira vez foi no rally do ano
retrasado. Nunca soubemos de reclamação de quem partici-
pou e ganhou a competição. Tanto que não voltam a compe-
tir, já que enchem o rabo de dinheiro...
- Não é isso. É que existe uma restrição: quem ganha o
prêmio não pode competir de novo - disse o irmão da jorna-
lista desaparecida.
- Tua irmã foi uma das contempladas?
- Sim. E desapareceu logo em seguida.
- E dois dos chacinados também tinham ganho com
ela. A irmã de Alberto ficou em terceiro - afirmou a morena
gostosona.
- Não acham estranho essa coincidência: os ganhado-
res morrerem logo em seguida?
- Foi a primeira vez que aconteceu isso, em mais de dez
anos de rally. - Informou o irmão da desaparecida.
- Entendo - disse a jornalista, tomando outro gole da
garrafinha de cerveja. Estava pensativa.
- Você quer tomar um banho? Encontramos água na
base, por isso estamos acampados aqui. - Perguntou a cava-
lona.
Badhia foi com ela até as dependências da base, onde
ficavam os banheiros. Jorge ficou bebendo com Alberto.
VIRA-LATA 23
Quando entraram no vestuário onde estavam instalados os
chuveiros e mictórios masculinos, a morena pegou na mão
da jornalista. Olhava para ela com tesão. Disse:
- Fiquei afim de ti, assim que te vi.
Badhia soltou-se da sua mão, delicada mas firmemente.
- Não curto mulheres, sinto muito.
- Já transou com mulher?
- Não, nunca. Nem gosto, nem pretendo.
- Como pode dizer que não gosta, se nunca experimen-
tou?
- Sinto nojo só de imaginar uma boceta na minha boca.
- Você é homofóbica?
- Só quando tentam me assediar.
- Relaxe. Não quero que me chupe. Mas fiquei tarada
por essa tua bocetinha miúda. Quero dar uma lambidinha
nela. Mas só faço isso se você permitir...
- Não vai querer que eu te faça o mesmo?
- Querer, eu quero. Mas não vou te forçar.
- E o cara que está contigo?
- É o meu marido. Ele sabe que eu gosto de homem e
de mulher. Jorge também aprecia os dois sexos. Mas gosta
mais de mulher. E não liga que eu foda com quem quiser. Ele
também tem liberdade para isso.
A jornalista estava tensa com aquela conversa, mas ad-
mitia para si mesma que tinha curiosidade em saber como
seria o sexo com outra mulher. Nunca houvera tido um re-
lacionamento lésbico, mas às vezes pensava nisso. Houve um
tempo que fantasiava estar com uma amante que lhe fizesse
gozar bem muito, principalmente quando estava a praticar
sexo solitário. Resolveu-se:
- Está bem, eu deixo você me chupar. Mas se eu não
gostar, quero que pare imediatamente.
- Então, tome um banho. Não precisa ser demorado.
VIRA-LATA24
Aí, iremos para uma cama. Esse banheiro não está limpo e o
chão é muito duro para ficarmos confortáveis.
Pouco depois, ambas estavam num dos catres da base.
Deixaram a porta aberta. Nina explicou que se sentia mais
excitada com a possibilidade de serem flagradas pelos dois
machos. Badhia concordou. Também tinha curiosidade em
saber como reagiria se fosse vista em pleno ato.
Nem bem se deitaram na cama, Nina tentou beijá-la na
boca. Como a jornalista a repreendeu, ela mudou de tática.
Porém, antes de desistir, disse:
- Não sabe o que está perdendo. Aliás, os homens não
sabem o que perdem quando param de beijar suas parceiras
em pleno ato. Não sabem o quanto isso pode ser provocador.
Os beijos ajudam a “chegar lá”. Deveriam começar com bei-
jos suaves, mas provocantes, e aos poucos ir colocando mais
ritmo e profundidade conforme o sexo for se desenvolvendo.
Porém, não deveriam sincronizar os movimentos da língua
com o pênis enfiando-se na parceira. Elas odeiam isso.
Em seguida, Nina lubrificou dois dedos na própria sei-
va de Badhia e meteu-os devagar e bem profundo na boceta
dela, até encontrar o ponto G. Quando o encontrou, ficou
abrindo e fechando os dois dedos, como uma tesoura. Com
isso, estimulou junto os pontos X e Y que ficam ao lado do
G. O sarro estava gostoso. A jornalista observou que os ho-
mens com quem havia transado apenas escorregavam o seu
dedo para dentro e fora da vagina e isso não era um grande
estímulo para ela. Tal ato nem lhe fazia cócegas. Do jeito que
Nina estava fazendo, enfiando-os bem profundo, até chegar a
uns dois centímetros do umbigo, e abrindo-os e fechando-os
como tesoura, lhe dava a gostosa sensação de que precisava
urinar. Pressentiu que logo chegaria ao orgasmo.
VIRA-LATA 25
Aí, a morena começou a estimular seu clitóris com a
língua, enquanto mantinha os dedos dentro dela. Lambia a
cabecinha do pinguelo, que é como uma glande. Aumentou
a ansiedade que Badhia estava sentindo para gozar. A jor-
nalista ficou frustrada quando a outra retirou os dedos de
dentro dela e passou estimular mais o pinguelo. Nina movia
circularmente os dedos, como se a vagina fosse um relógio e
o clitóris fosse o centro. Começou com um dedo “às nove” e
outro “às três”, girando-os e pressionando um pouco quando
chegava às onze e à uma. Badhia notou que, quando ela pró-
pria se masturbava, usava esse movimento para chegar logo
ao clímax. Certa vez, ouvira dizer que era o movimento fa-
vorito das lésbicas. Sentiu que o primeiro gozo não tardaria
a chegar.
Mais uma vez a lésbica a surpreendeu, ao usar a mão li-
vre para massagear o espaço entre os seios da jornalista, utili-
zando as costas das mãos. Badhia certa vez lera que os taoístas
antigos acreditavam que massagear essa área elevava a libido
da mulher. No entanto, pesquisas científicas recentes expli-
cam que massagear a área entre os seios ajuda a produzir o
hormônio oxitocina. Faz a fêmea relaxar na hora do orgasmo,
ao mesmo tempo em que a faz se sentir mais íntima do par-
ceiro. Nina passava a mão para cima e para baixo entre seus
peitos antes de lhe tocar os mamilos. Fazia os movimentos
gentilmente. Aumentava em Badhia a sensação de aproxima-
ção do gozo. Mas, mais uma vez, a morena cavalona mudou
de técnica. Subiu um pouco na cama e encostou seu osso pú-
bico de encontro ao clitóris da jornalista. Ficou pressionando
-o em movimentos contínuos, girando os quadris durante o
sexo, fazendo o símbolo do infinito (a forma do oito). A parte
mais sensível da vagina é logo em volta da abertura. O giro
do infinito pressionava contra todas as terminações nervosas
sexuais dela. Badhia complementava o estímulo fantasiando
um enorme pênis adentrando a sua vulva.
VIRA-LATA26
Finalmente, explodiu num orgasmo fenomenal, daque-
les nunca tidos por ela.
VIRA-LATA 27
4. Três numa cama
Depois que gozou várias vezes na boca de Nina, a jornalis-
ta ficou empulhada. Não sabia se beijava ou se afastava
da amante. A morena gostosona perguntou:
- Você gostou?
Badhia demorou a responder:
- Sim, confesso que sim. Mas isso não me fez mudar de
opinião: prefiro foder com homens. Porém, agradeço por ter
me proporcionado a chance de experimentar.
- Você gostaria de foder com meu marido? Posso ajei-
tar vocês dois.
- Não, obrigada. Na verdade, eu prefiro o irmão da ga-
rota desaparecida. Ele tem mais ou menos a minha idade e o
acho mais charmoso do que teu marido, me desculpe.
- Oh, não precisa me pedir desculpas. Eu te entendo.
Também fiquei afim do Rico. Mas ele está mais interessado
VIRA-LATA28
em achar a irmã do que em foder.
- No seu lugar, eu também teria essa prioridade. Mas
agora, se me desculpar, eu preciso ficar sozinha. Tenho que
me organizar para fazer o meu trabalho. Não fica chateada?
- Claro que não. E só tenho que te elogiar pela boceta
limpinha e cheirosa. Adorei te chupar, sabia? Vou ter outra
oportunidade?
- Quem sabe? Mas, por enquanto, deixe quieto. Se eu
sentir vontade, te procuro.
Pouco depois, Badhia estava sozinha. Ainda estava
pensando na experiência lésbica que tivera havia pouco. Não
podia dizer que não gostara. Mas não era adepta ao sexo com
mulheres, isso estava claro em sua cabeça. No entanto, ficou
sentindo a necessidade de trepar com um homem. Estava de-
cidida a se insinuar para Alberto, mas isso podia esperar. Não
sabia quanto tempo passaria enfurnada naquele deserto, e
desde que ganhou o livro de Tomasini, As Cronicas de Mona,
que vinha com a sua libido em alta. Não conseguia passar um
dia sequer sem foder. Quando não tinha oportunidade, se
valia das páginas em branco do livro. Para não gastá-lo, acos-
tumou-se a escrever os poemas a lápis. Depois, era só apagar
e escrever outro no lugar. As páginas continuavam intactas e
o efeito era o mesmo.
Alberto veio até ela. Queria saber se estava bem. En-
controu-a ainda arfante da foda que dera com a morena gos-
tosona. O rapaz perguntou:
- Está tudo bem, senhorita? Vi Nina voltar para perto
da gente e você não, então vim ver se lhe falta alguma coisa.
- Na verdade, falta sim, Alberto. Mas ainda é cedo para
isso.
- É cedo para o quê?
Ela esteve indecisa se continuava ou não a cantada que
VIRA-LATA 29
pretendia dar no rapaz. Ainda estava muito excitada e sentin-
do falta de rola na sua bucha. Arriscou:
- É que sempre que tomo banho, me dá vontade de fo-
der muito, muito. Estava aqui pensando se não devia te pedir
ajuda, para aplacar esse desejo imenso que me consome.
O rapaz esteve olhando para ela. Badhia ainda estava
nua, apesar de ter deixado a porta entreaberta. Nina, ao sair,
terminou de deixá-la escancarada.
- Olha, senhorita... eu fiz uma promessa: só praticaria
sexo novamente quando encontrasse minha irmã.
- Afe. E quando tempo faz que está sem?
- Nem me lembre, por favor. Acho que mais de um ano.
- Tudo isso? Coitado. Não dá para reformular essa pro-
messa? Não creio que Deus vá ficar chateado se você não pu-
der se conter.
- Pode ser. Mas isso faria com que eu relaxasse a procu-
ra à minha irmã, e isso eu não quero, entende?
- Você tem namorada, Alberto?
- Sim. Mas ela não quis vir comigo. Acho que cansou de
me ouvir falar na Samara o tempo todo.
- Samara é o nome da tua irmã?
- Sim. Eu só tenho ela no mundo. Nossos pais falece-
ram quando éramos pequenos. Ela acabou de me criar.
- Ela é mais velha que você?
- Cinco anos. Ela é muito inteligente. E eu a amo.
- Posso fazer uma pergunta indiscreta, Alberto?
- Sim, claro. Se eu puder, te respondo.
- Você já transou com tua irmã?
Ele esteve calado, olhando para ela. Depois, perguntou:
- Por que você quer saber?
- É que acabei de ter uma relação lésbica, quase ain-
da agora. Eu não tenho irmãs ou irmãos. Sempre quis tê-los,
mas minha mãe era doente e solteira.
VIRA-LATA30
- E por que queria ter irmãos?
- Incesto. Eu sempre quis saber como seria trepar com
um irmão. Muito mais do que foder com uma irmã. Aí, hoje,
conheci Nina e acabamos de fazer sexo, sabia? Por isso, fiquei
ainda com vontade de ter uma rola grande metida na minha
xoxota. Você é bem-dotado?
Ele esteve indeciso, depois baixou a calça. Libertou um
caralho de quase vinte centímetros. Isso, ainda mole. Disse
para ela:
- Minha irmã me chamava de jumento. Talvez, por isso,
nunca teve interesse em trepar comigo.
- E você tinha vontade de trepar com ela?
- Sim, desde quando assisti meu primeiro vídeo de
sexo. Eu devia ter uns doze anos. Ela já tinha namorado. Foi
ele que “esqueceu” a fita lá em casa.
- Viram o vídeo juntos?
- Eu vi primeiro. Quando estava assistindo pela segun-
da vez, ela me flagrou. Bateu em mim. Disse que aquilo era
uma coisa muito nojenta e que eu jamais fizesse aquilo na
minha vida.
- Coitada, não sabe o que estava perdendo...
- Como é que é?
- Oh, nada, nada. Vamos fazer um trato: você me deixa
te dar uma chupada e eu prometo não mais te assediar. Que
tal?
Ele esteve indeciso. Depois, se aproximou dela, quase
tocando com seu caralho em sua boca. Prometeu:
- Se você conseguir engoli-lo totalmente, até tocar com
meus pentelhos nos teus lábios, a gente fode.
- Mesmo? Você gosta disso?
- Sim. Vi num dos filmes que assisti certa vez, e isso
ficou marcado em mim. O filme se chamava Garganta Pro-
funda, e a atriz era Linda Lovelace, se não me engano.
- Já ouvi falar desse filme, mas nunca tive oportunidade
VIRA-LATA 31
de vê-lo - disse Badhia, ajeitando-se para engolir a trolha do
rapaz.
Foi penoso. O pau, depois de duro, chegou a medir uns
trinta centímetros de comprimento por seis de diâmetro. Era
muito grande e grosso. Ela se engasgou, lacrimejou, tossiu,
chorou, gemeu e se descabelou, sem conseguir seu intento.
Aí, ouviram uma voz vinda da porta ainda entreaberta:
- Deixa comigo. Eu consigo.
Era Nina, que tinha voltado para ver como a jornalista
estava. Flagrou os dois na hora em que Badhia estava desis-
tindo da empreitada. Tinha ficado desesperada por não con-
seguir. Cada vez mais ansiava o pau do rapaz em sua vulva.
Por isso, reclamou:
- Não. Você já teve o que queria. Agora, é a minha vez
de ficar satisfeita. Deixa que eu o chupo.
- Então, deixa eu te ajudar, amiga. Vem cá, Alberto.
Deita na cama. Badhia vem por cima. Fica melhor de engolir.
Realmente, quando tentou de novo, por pouco a jorna-
lista não consegue engolir toda a trolha. Ficou de bunda pra
cima, enquanto fazia a felação. Nina postou-se atrás dela e
meteu-lhe a mão por trás, na boceta encharcada dela. Mexeu
com os dedos e fez um bico com as pontas deles. A mão en-
trou até a metade na vulva de Badhia. Então, ela pediu que a
cavalona a enfiasse até o pulso. Incentivada pela jornalista, a
morena fez o que ela pedia. Badhia forçou a entrada do pau
na goela, à medida que era invadida pelo punho da outra.
Finalmente, tocou com os lábios nos pelos púbicos do rapaz.
Manteve o caralho na goela.
Aí, Nina começou a rodar o punho dentro da vagina
dela, fazendo-a ter o primeiro de uma série de orgasmos pro-
vocados pela invasão forçada da sua boceta. Os orgasmos se
VIRA-LATA32
sucederam quando a morena lhe enfiou um dedo na abertura
do útero, a levando ao delírio.
VIRA-LATA 33
5. Uma foda animal
Alberto quebrou sua promessa feita a Deus e copulou a
boceta e o cu de Badhia até se fartar. Nina também teve
seu quinhão da enorme rola do rapaz. Todos gozaram muito
e ficaram satisfeitos. A morena cavalona estranhou o marido
não aparecer pra suruba, já que esteve bebendo com o rapaz.
Deixou o casal ainda fodendo e foi ver o que se passava com
ele. Encontrou-o dormindo com o copo de uísque na mão.
Recolheu a peça de vidro com cuidado para não acordá-lo.
Gostava dele, apesar de traí-lo de forma contumaz com ou-
tros homens. Era viciada em sexo, principalmente com mu-
lheres. Havia dado uma fodinha básica com o rapaz, mas que
a deixara satisfeita. Gostara mais de foder a jornalista. Ain-
da sentia o cheiro da sua boceta, impregnado no seu nariz.
Ia voltando para o quarto onde estava o casal, quando viu a
loira com cara de motoqueira. Ela estava só e fumava num
canto. A morena cavalona respirou fundo e foi até ela:
VIRA-LATA34
- Oi, amiga. Algum problema?
A loira olhou para ela com desdém. Depois, disse:
- Não creio que seja da tua conta...
- Êpa. Êpa. Êpa.... Não precisa ser agressiva comigo. Es-
tou te vendo com cara de preocupada e só quis ajudar.
A outra demorou um pouco a se desculpar:
- Me perdoa. Estou, realmente, com problemas. Vim
com meu namorado e um amigo dele, só para descobrir que
os dois formam um casal. Puta que pariu... eu jamais esperei
isso de Marcão. Ele sempre foi bruto comigo, e eu adorava
isso. Agora, o flagro dando o rabo ao amigo...
- Esquenta não. Meu marido também corta dos dois
lados. Certa vez o flagrei dando a bunda a nosso cachorro,
um baita labrador. Ao invés de ficar horrorizada, fiquei exci-
tada. Nesse dia nós compramos um enorme pau de borracha.
Hoje, tanto eu como ele usamos o consolo.
- Você fode o rabo dele com a peia?
- Sim, e às vezes ele fode meu cu ou minha xana, quan-
do estou carente. Mas só isso não me basta. Sempre preciso
dar a um homem, ou chupar uma mulher.
- Nossa, você é lésbica?
- Sou bi.
- Ai, que nojo. Prefiro chupar um cu de macho a uma
xereca. Por falar nisso, vi que vocês estão acompanhados de
um bonitão. É namorado da outra?
- Não. Ela foi contratada para achar a irmã desapare-
cida dele. Mas ficou caidinha pelo cara. Acredito que ainda
vão ser amantes - disse a cavalona, sem querer dividir o rapaz
com a loira. Faria isso de bom grado, se esta fosse lésbica.
Mas a galega já se mostrara avessa ao sexo com mulheres.
Então, que ficasse com seu namorado boiola.
Nina viu os dois homens saírem de trás de um muro,
VIRA-LATA 35
ainda trocando carinhos. A loira passou a dar atenção ao “ca-
sal”:
- Ah, vocês estavam entocados aí. Bem que desconfiei.
Quero ir pra casa. Não me importa mais essa porra de rally.
Os três começaram a discutir e Nina saiu de perto. Ia
voltar para dentro quando avistou, longe e encima das pe-
dras, um vulto humano. Reconheceu-o logo.
- Cholo. O que está querendo por aqui, meu amigo?
Sabe que temem você, mas querem-no morto. Culpam-no
pela morte dos participantes do rally do ano passado. Vá em-
bora, antes que o vejam - disse para si mesma a morena.
Quando voltou para o quarto, o casal estava adormeci-
do. Ela foi ao banheiro, tomou um banho demorado, depois
deitou-se em um outro dormitório. Na base havia muitos.
Pegou no sono.
Badhia acordou com um barulho de motores do lado
de fora da base. Levantou-se e foi conferir. Havia chegado
mais de dez carros possantes de uma vez. Cerca de umas trin-
ta pessoas desceram dos veículos. A maioria homens, mas
havia também algumas mulheres. A jornalista foi até seu fus-
ca, pegou sua câmera fotográfica com lente objetiva e esteve
fotografando os recém-chegados. Um jovem de chapéu de
cowboy se aproximou dela. Perguntou:
- Jornalista? Eu também. Acredito que também veio
cobrir o rally.
- Oi. Badhia Lourenço. Você é?...
- Ricardo Mathias. Jornal do Commercio. É a minha
primeira vez.
VIRA-LATA36
- Idem. Só que, além da matéria, tenho que fazer uma
investigação, Mathias. Ouviu falar de um duplo assassinato
que teve no rally, no ano passado?
- Sim, claro. Foi notícia em tudo quanto era jornal. Um
crime bárbaro. Estraçalharam dois caras. E parece que ainda
há uma mulher sumida.
- É verdade. Estou aqui justamente investigando seu
paradeiro.
- Estou oferecendo uma recompensa para quem me
ajudar a achá-la - disse uma voz atrás de Badhia. Era o jovem
Alberto Rico. Havia acordado e ouvido parte da conversa.
-Recompensa de quanto? - Perguntou o repórter.
- Depende da informação. Pode chegar a 10 mil reais.
- Eu não sabia dessa recompensa - disse Badhia.
- Ninguém sabia. Eu ia anunciar assim que começasse
o rally.
-Quem banca essa grana?
- Tua editora, não sabia? Ela se sente culpada por ter
enviado minha irmã para cá.
Badhia não disse nada. Achou que havia esquecido essa
informação, assim como nem se lembrava inicialmente da
sua missão. O repórter do Jornal do Commercio falou:
- Esse grana me interessa. Mas agora quero dar uma
vasculhada na base. Pode ter algo interessante, extra-rally.
Não quer vir comigo?
Badhia foi. Alberto disse que não se sentia disposto e
declinou do passeio. Não era pra menos: estava esgotado da
foda que dera com as duas mulheres, pouco antes. Voltou a
entrar na espécie de dormitório, de onde saíra. A jornalista
observou que as marcas de pneus na areia vinham da mesma
direção que ela veio, quando chegou na base. Perguntou para
Ricardo:
VIRA-LATA 37
- Passaram pela igreja, antes de virem para cá?
- Que igreja? Não sei de nenhuma.
- Existe uma no meio do sertão. Estive lá. Um padre me
deixou passar a noite nela. Fica na mesma direção de onde
vieram.
- Não me disseram nada sobre qualquer igreja. E eu
nunca ouvi falar dela. Depois, investigamos isso. Antes, que-
ro tirar uma dúvida sobre essa base. Vamos comigo? Pode-
remos fazer uma parceria. Escreveremos matérias idênticas.
Não precisamos ser concorrentes.
Badhia seguiu com o cara, mas não pretendia enga-
nar a sua editora, fazendo cópia da matéria do cara. Nem
iria querer que ele copiasse a sua. Entraram numa espécie de
galpão, que mais parecia um angar, e ficaram impressiona-
dos com a quantidade de equipamentos científicos contidos
ali. Tudo empoeirado, alguns avariados. Fotografaram tudo.
Depois, quebraram um enorme cadeado que protegia uma
grande porta de madeira e encontraram uma espécie de tú-
nel subterrâneo. Adentraram o buraco no escuro por mais
de trezentos metros, mas não tinham nenhuma lanterna que
iluminasse o lugar. Desistiram, por enquanto. Depois volta-
riam com equipamento adequado para explorar a galeria.
Badhia estava com medo do escuro. Agarrava-se ao braço de
Ricardo, quase machucando-o. Aí, ouviram um barulho es-
tranho perto deles. Ela ficou apavorada. Tentou correr e caiu,
batendo com a cabeça na parede. Perdeu os sentidos.
Quando se acordou, estava de novo do lado de fora do
túnel. Mas sentiu dores na testa, onde havia batido na pedra
dura. O sangue estava coagulado, mas a dor ainda persistia.
Olhou em volta e não viu o repórter. Já estava anoitecendo
e ela teve medo. Gritou por ele. Nada. Olhou em direção à
entrada do túnel, mas não teve coragem para voltar lá. Gritou
novamente por Ricardo. Aí, viu dois olhos acesos na escuri-
VIRA-LATA38
dão do túnel. Sentiu um arrepio. Os olhos se aproximavam
da saída. Eram sinistros e fosforecentes. A jovem tentou se
levantar, mas caiu no chão novamente. Viu aquela coisa se
aproximar cada vez mais. Então, quando aquilo saiu do túnel,
ela viu tratar-se do jovem que parecia um cachorro. Ela disse:
- Cholo?
Ele correu quase de quatro ao encontro dela. Sorria.
Lambeu sua testa, querendo limpar o sangue coagulado. Ela
estava com medo dele e pediu para que parasse. Perguntou-
lhe:
- Você viu um rapaz que estava comigo?
- Ali. Caverna. Voltou.
- Ele voltou para lá?
- Sim. Ali. Caverna.
- Onde vai dar aquilo?
- Longe. Muito.
- Você pode ir buscá-lo? Tenho medo de entrar ali.
Ele esteve indeciso. Depois balançou negativamente a
cabeça. Disse:
- Cholo medo. Perigo Cholo. Não ir.
Badhia sentiu uma dor incômoda na barriga. Sabia que
sua menstruação acabava de despontar, talvez devido à ten-
são. Estava de calça jeans e já sentia o fundo da calcinha mo-
lhado. Cholo fungava o ar. Depois, enconstou o rosto na sua
vulva, por fora da calça.
- O que está fazendo? Pare já com isso. Estou suja. Aca-
bei de ficar menstruada.
O rapaz insistia em fungá-la ali. Ela tentou afastá-lo
com um empurrão e ele continuou insistindo. Ela deu-lhe
um safanão. Recebeu outro, mais forte, de volta. Mais uma
vez tentou reagir, mas ele era mais forte. Deu-lhe um murro
VIRA-LATA 39
que a fez beijar o chão. Badhia desmaiou. Mas só por pouco
tempo. Retomou a consciência, mas não conseguia se mover.
Era como se estivesse paralisada pelo terror. O rapaz rasgou
suas vestes com facilidade. Tinha uma força sobrehumana.
Continuava fungando a boceta da jornalista que agora estava
nua. Ela tentou fechar as pernas, mas ele se meteu entre elas.
Veio por cima. Seu corpo cabeludo causava cócegas, quan-
do roçava os seios da jovem. Tentou beijá-la na boca e ela
se esquivou com dificuldade. Ele encaixou sua rola na racha
menstruada dela. Copulou com violência e logo gozou. Ba-
dhia sentiu, com asco, o líquido pegajoso lhe invadir as en-
tranhas. Depois, ele desceu com a boca e ficou passando a
língua fria e áspera na racha dela. Ela mesclava a sensação
de gozo com o medo. Sua cabeça girou e ela achou que ha-
via desmaiado de novo. Mas não. De olhos fechados, sentia
a língua da aberração lhe lambendo rapidamente a vulva. De
repente, ele abriu mais suas pernas e lambeu lá, bem no seu
furinho. Ela teve um arrepio e, sem querer, seu primeiro or-
gasmo.
A partir daí, seu corpo serpenteou de prazer, se adap-
tando à língua que a lambia no cu e na xoxota. Às vezes, a
criatura revezava com estocadas fortes na sua boceta, mas
sem se introduzir em seu cu. Quando ela se animou para co-
meçar a gozar, levou um tapa no rosto.
VIRA-LATA40
6. Uma foda de jornalistas
Otapa no rosto fez Badhia sair do seu torpor. Abriu os
olhos e estranhou o repórter estar lhe batendo. Pergun-
tou:
- Ei, por que fez isso?
- Oh, graças a Deus que despertou. Você levou uma
pancada na cabeça e esteve delirando. Se bem que mais pa-
recia estar sonhando com uma foda. Gemia e dizia algumas
palavras chulas.
- Porra, tive um baita pesadelo. Sonhei estar sendo es-
tuprada por um animal feroz.
- Parece que estava gostando. Serpenteava o corpo,
como se estivesse gozando.
Ela levou a mão à xoxota. Achou que estaria menstrua-
da. Mas não. Molhou a mão do próprio gozo.
- Puta que pariu. Você tem razão. Até fiquei molhadi-
VIRA-LATA 41
nha. E doida para transar.
O jornalista olhou para ela. Sorriu, como que tivesse
gostado do que ouviu. Insinuou:
- Posso complementar o sonho, se quiser.
Ela sentou-se no chão e o puxou para si. Deu um lon-
go beijo no cara. Ele lhe pôs a mão num seio. Ela levantou a
blusa, facilitando-lhe o toque. Ele apalpou seu seio, enquanto
abria o fecho da calça dela com a outra mão. Logo, os dois
estavam totalmente nus, engalfinhados no sexo. Ele metia
em sua xoxota como se estivesse sem foder já havia um lon-
go tempo. Seu caralho não era grande, como o do irmão da
jornalista desaparecida, mas era bem grosso. E o cara metia
bem, pois logo ela estava gozando. Rolaram no chão e ela su-
biu sobre ele. Foi baixando a boca, até lamber-lhe os biqui-
nhos dos peitos. Ele quis lhe fazer o mesmo, mas ela advertiu:
- Não. Deixe que eu te faça gozar. Quero ter na boca
esse caralho roliço e grosso. Vou te dar uma chupada, tá? Po-
rém, não se prenda. Quero ter tua porra em minha boca.
Ele relaxou e ela o chupou com gula, até que sentiu o
membro inchar.
- Vou gozar. Porra, vou gozar... agoraaaaaaaaaaa...
Foi uma gozada cavalar. Ela continuou chupando-o,
até que não sobrou nem um pingo de esperma. Ele urrou, se
esvaindo em gozo. Segurou a cabeça dela com as duas mãos
e ficou bombando a pica na boca dela, invadindo-lhe a goe-
la. Ela engasgou-se várias vezes, mas não largou o nervo. Só
quando este amoleceu totalmente.
- Que loucura, meu Deus. Nunca tinha gozado assim
na boca de uma mulher. Você chupa muito bem...
Ficaram os dois abraçadinhos por vários minutos, até
que ela disse:
VIRA-LATA42
- Que equipamentos eram aqueles no galpão, você
sabe?
- Não tenho a mínima ideia. Mas parecem coisas mi-
litares. Vamos tirar mais algumas fotos e mandamos para as
nossas redações. Lá, decerto saberão o que são aquilo.
Depois que fotografaram tudo em minúcias, os dois
se retiraram. Levaram consigo o cadeado arrombado. Pres-
sentiam que teriam problemas com o Exército, depois, e era
melhor não deixarem provas do arrombamento. Poderiam
dizer que já encontraram as instalações sem ele. Ela já havia
enviado algumas fotos por celular para o jornal onde traba-
lhava. As outras estavam ainda no filme dentro da câmera.
Voltaram para seus quartos. Badhia ainda tinha a cabeça do-
lorida. Faria um curativo, tomaria um banho e iria dormir,
não necessariamente nesta ordem. Quando a sapatão viu o
sangue na cabeça da moça, perguntou:
- O que foi isso? Machucou-se onde?
- Oh, eu levei uma queda, desbravando as dependên-
cias da base.
- Mas não entraram na área proibida, não é?
- Área probida? Não vi nenhum aviso disso.
- Está fechada a cadeado.
- Não vi nenhum cadeado - mentiu a jovem.
- Vou já lá. Eu sou responsável por aquela área. Real-
mente, não colocamos nehuma sinalização, mas achamos
que os moradores daqui não seriam tão curiosos. Já estou
vendo que errei.
- Colocamos, assim no plural? Você é militar, Nina?
Ela esteve um tempo calada. Mas já tinha dito merda,
resolveu abrir o jogo:
- Eu e o meu irmão ficamos tomando conta da base. Eu
sou tenente do Exército, e ele, apesar de ser mais jovem que
VIRA-LATA 43
eu, tornou-se capitão. Existe um galpão na base onde estão
guardados equipamentos de grande valia. Temendo sermos
saqueados, principalmente por gente que entende do assun-
to, ficamos seis de nós responsáveis pela guarda.
- E que tipo de equipamentos são esses?
- Sigilosos. Não posso te falar deles. E já falei demais.
Vem cá, para eu dar uma olhada nesse ferimento...
- Deixe-me tomar um banho, primeiro.
- Eu te lavo as costas, quer?
Badhia esteve indecisa, depois concordou que a outra
lhe desse um banho. Mas avisou:
- Quero. Mas sem sacanagens, ok?
A tenente tinha mão leve e a jornalista quase não sentiu
dor enquanto ela lhe fazia o curativo. Depois, a militar cobriu
a jovem com cuidado e ficou dando tapinhas em sua bunda,
até que Badhia dormiu. Em seguida, levantou-se da beira da
cama e muniu-se de uma pistola, dessas do Exército. Saiu,
indo em direção ao galpão.
Lá, esteve examinando o solo poeirento. Via-se nota-
damente os ratros dos dois jovens. Mas o que lhe chamou a
atenção foram uns rastros estranhos que ficaram na poerira.
Disse para si mesma:
- Cholo, meu caro Cholo. Você está arriscando muito,
garoto. Não é saudável estar zanzando por aí, nesta época do
ano, quando começa o rally.
Ela examinou a porta do que parecia ser um angar, e
deu pela falta do grande cadeado. Não achou a peça, nem a
ferramenta que os jovens usaram para abri-lo. Na verdade, o
repórter tinha usado uma grande barra de aço, que encon-
trou no galpão, para forçar o cadeado. Depois de aberto, ele
devolveu a barra ao seu lugar. Por isso a tenente não tinha
visto sinais de que a barra tivesse sido usada. Ainda procurou
VIRA-LATA44
o cadeado por uns minutos, depois abriu um armário. Pegou
uma lanterna grande e potente e se enfurnou túnel adentro.
VIRA-LATA 45
7. A prisioneira sexual
No meio do caminho, porém, a tenente soltou uma im-
precação:
- Puta que pariu. Vou ter que voltar. Devia ter dado
uma olhada na bolsa da cadela, quando tive oportunidade.
Mas ela deve estar dormindo. Ainda dará tempo.
Pensou nisso e voltou imediatamente pelo túnel. Quan-
do chegou ao quarto onde ainda dormia a jornalista, encon-
trou sua bolsa tipo escolar aberta. Meteu a mão e retirou de
lá a câmera. Ela veio com a tampa onde se coloca o filme
escancarada. Estava vazia. Não havia filme nela. Procurou no
fundo da bolsa e nada. Então, tentou adivinhar:
- Essa puta entregou o filme para o repórter. Vou ter
que encontrá-lo.
Badhia se mexeu na cama e ela saiu imediatamente do
quarto. Procurou o repórter por toda a base e não o encon-
VIRA-LATA46
trou. Perguntou à loira que vira brigando com os motoquei-
ros:
- Viu o repórter?
- Ele se foi embora. Até levou o carro. Disse que tinha
perdido o interesse em participar do rally.
- Filho da puta. Já pegou o que queria, agora deu no pé.
Mas cometeu um grande erro.
- O que você disse? - Perguntou a loira.
- Nada não. Pensava aqui comigo. Resolveu tuas quei-
xas com o teu namorado?
- Namorado do outro, você quer dizer. Não. Deixei
para lá. Não quero chupar pau fedido a cu. Assisto o rally e
vou embora.
- Você tem carro?
- Não. Tenho uma moto. Por quê?
- Vou precisar dela. Mais rápida, na areia, do que uma
Land Rover. Empreste-me a chave, por favor.
- Nem pensar. Não existe posto de gasolina por perto e
vou precisar dela com tanque cheio para ir-me daqui.
A tenente deu uma patada na mulher, de surpresa, fa-
zendo-a desmaiar de dor e sem fôlego. É que a pancada foi
assestada na barriga. Depois, arrastou a loira para dentro de
uma guarita no portão da base. Ninguém a viu. Tirou as cha-
ves do bolso da motoqueira e logo localizou o veículo. Mon-
tou na pesada moto e foi embora.
Quando já estava longe da base, sacou seu aparelho ce-
lular do bolso. Fez uma ligação. Assim que atenderam, ela
disse:
- Temos um problema, mano. Uns xeretas abriram o
angar e estiveram fotografando. Não consegui encontrar o
rolo com as fotos. Precisamos deter os dois. Da jornalista, me
encarrego eu. Mas vou precisar da tua ajuda para recuperar o
filme que está com o parceiro dela.
VIRA-LATA 47
- O que quer que eu faça?
- Aguarde-me aí. Estou indo. Iremos usar o canhão atô-
mico.
- Está doida? Não temos permissão para usá-lo. E ele
nunca foi testado.
- Mais um motivo para usá-lo, não? Ele precisa ser tes-
tado.
Dito isso, ela desligou. Empreendeu mais velocidade à
moto. Decerto, o jovem repórter ainda estaria ao alcance do
canhão. Logo avistou a igreja e sua torre metálica. Dirigiu-se
para lá.
Abraçou-se com o padre, que a esperava na porta da
igrejinha. Depois entrou afobada. Disse:
- Depressa. Precisamos detê-lo. Ligue os equipamen-
tos.
- Já liguei. Estava só te esperando. Sabe que eu não sei
manejar aquela coisa.
Ela não respondeu. Correu até uma porta fechada a ca-
deado e meteu a chave. Logo, estava dentro de uma sala de
tamanho médio, cheia de aparelhos de tevê e computadores.
Manejou um dos equipamentos e a imagem desértica surgiu
à sua frente. Procurou, até encontrar um carro correndo no
meio da caatinga. Aproximou a imagem e viu o repórter sor-
ridente dirigindo o carro. Girou uma manivela e a imagem
que apareceu na tela foi sobreposta por um alvo. Ela ajustou
os controles e depois apertou um botão. O carro, uma cami-
nhoneta com o emblema do Jornal do Commercio, explodiu
no ar.
A tenente Nina sorriu. Disse:
- Bem no alvo.
- Espero que saiba o que está fazendo, mana. A empre-
sa dele vai querer investigar o que lhe aconteceu.
VIRA-LATA48
- Não descobrirão nada. O canhão não deixa vestígios.
- Você sabe que sim. E basta encontrarem sinais de ra-
diação na área. Logo saberão que foi coisa de militares.
- Fique frio. Eu dou uma jeito de nos livrar da situação,
como sempre.
- Acho melhor não realizarmos o rally, este ano - disse
o padre.
- Está louco? É dele que tiramos a grana para continu-
armos com as pesquisas por nossa conta...
- Mas já está ficando perigoso, desde o desaparecimen-
to daqueles motoqueiros. A forma como morreram não foi
convincente. Ao contrário: suscitou mais desconfianças.
- Você tem razão. Mas a culpa acabou recaindo sobre
o pobre Cholo. Por falar nisso, onde está ele? Não o vi, vindo
para cá.
- Você sabe que ele só se mostra quando quer. Conti-
nua rondando a igreja. Claro que farejou a moça que mante-
mos presa.
- Como está ela?
- Sedada, como sempre. Se não fizer isso, ela pode esca-
par. Já conseguiu por duas vezes.
- Eu vou querer vê-la.
Pouco depois, a tenente acendia a lâmpada de um
quarto com grades na porta. Uma morena muito bonita, mas
bastante magra e maltratada, estava adormecida sobre um
catre. Não se incomodou com a chegada da militar. Nina a
acordou:
- Acorde, bonita. Vamos tomar um banho, que eu que-
ro dar uma chupada nessa xoxota magra.
A mulher abriu os olhos mortiços. Depois, se virou
para o outro lado. Estava totalmente nua e algemada à cama.
- Vamos, vamos, que eu não posso me demorar.
A moça, aparentando uns trinta anos, conseguiu se le-
VIRA-LATA 49
vantar, sentando-se na cama. O padre apareceu na porta já
nu. Disse:
- Vou te ajudar a lhe dar banho. Também vou querer
fodê-la.
- Que seja. Não sou egoísta.
Ambos quase carregaram a moça até o banheiro. De-
ram-lhe um demorado banho, lhe lavando as partes com
afinco. Logo a trouxeram de volta ao quarto. A tenente ma-
mou-lhe os seios, enquanto o padre se ajeitava por trás da
prisioneira. Ela nem gemeu quando o reverendo enfiou sua
enorme pica no rabo dela. Estava por demais dopada, ou en-
tão fingia estar. Enquanto o padre lhe metia no cu, a morena
cavalona lhe chupava o grelo. A coitada nem a isso reagia. Só
deu um gemido arrastado quando a tenente lhe mordeu o
biquinho do seio. Quando o sujeito, depois de fofar-lhe o cu,
caiu de lado, extenuado, a magra também desabou. Nina fi-
cou frustrada. Xingou-a e bateu em seu rosto. Ela não reagiu.
Aí a tenente disse:
- Não tem jeito, está muito dopada. Deixemo-la des-
cansar. Mas não vou poder esperar. Vou-me embora. Outro
dia, estarei de volta. Quanto tempo ainda vai demorar para
você anunciar o rally?
- Um ou dois dias. Está tudo quase pronto. Só falta che-
garem os participantes. Este ano aumentarei o prêmio. Deve
vir uma quantidade maior de pessoas.
- É, a estratégia tem dado certo: anunciamos o rally,
cobramos as inscrições e quem vencer e vier cobrar o prêmio
aqui, são mortos por nós. Desse modo, pagamos o emprésti-
mo que pedimos ao banco e ficamos com muita grana para
aplicar no projeto.
- É, mas esse tiro que você deu com o canhão atômi-
co vai deixar a área radioativa por mais tempo. Teremos que
adiar o rally do próximo ano.
- Depois, veremos isso. Pena que você gozou no cu da
VIRA-LATA50
magra. Podíamos muito bem dar uma foda, nós dois.
- Estou satisfeito. Inclusive, ando tendo uns sonhos
eróticos intensos, que fazem com que eu acorde todo meleca-
do. Por falar nisso, o que pretende fazer com a jornalista? Po-
díamos matar essa que temos prisioneira e ficar com a outra.
- Vou pensar. Inclusive, a outra é mais apetitosa. E per-
mitiu-se ao sexo comigo.
- Mesmo? Ela não me pareceu lésbica.
- Ah, toda mulher, no fundo, gostaria de ter ao me-
nos uma relação lésbica. Ou, muitas já tiveram uma, na ado-
lescência. Mas vamos ao banheiro de novo. Vou me banhar,
antes de ir embora. Aí, você me dá uma chupadinha. Fiquei
afim, depois dessa porra ter desmaiado.
- E o que faremos com ela?
- Deixe-a como está. Tenho pressa de gozar e ir embo-
ra. E ela está dopada demais para fugir.
Quando o casal incestuoso saiu, no entanto, a jornalis-
ta conseguiu se levantar e fugir da cela onde estava reclusa.
Ouviu o barulho do chuveiro e foi para o lado oposto. Achou,
finalmente, a escadaria que dava acesso ao túnel. Mesmo no
escuro, meteu-se caverna adentro. Já tinha escapado algumas
vezes por ali. Já conhecia o caminho. Precisava, agora, ter o
cuidado de não ser apanhada novamente.
VIRA-LATA 51
8. O ordenança fodeu-lhe o cuzinho
Quando a tenente Nina foi buscar suas roupas no banhei-
ro, deu pela falta da magra. Chamou o irmão, mas este
ainda estava destruído pelas gozadas que dera, pois ela tam-
bém o chupou quando ele voltou a ficar excitado. Não era
a primeira vez. Desde pequenos que os dois se entregavam
à sacanagem. Os pais passavam o dia todo no quartel, pois
ambos eram militares, e o casal ficava solto pelas ruas. Como
o irmão tinha dificuldades em arranjar mulher, por causa do
seu pau avantajado, ela o chupava para lhe aliviar o tesão.
Logo, Nina estava cobrando para chupar os meninos da sua
idade, que moravam nas redondezas.
Talvez, por isso, enjoou logo de pica. Passou a gostar
mais de xoxotas. Quando o Exército começou alistando mu-
lheres, foi servir as Forças Armadas com o irmão. Ele era mais
inteligente e logo galgou postos. Ela lhe seguiu os passos, mas
VIRA-LATA52
com menos sucesso. Então, o irmão foi designado para assu-
mir um posto naquele deserto, no Cu de Maria, como os sol-
dados diziam. Começaram ali as experiências com radiação,
mas um acidente em uma das usinas expôs o tipo de material
que usavam. A base foi fechada, depois de vários moradores
da área terem apresentado sinais claros de contaminação. Ela,
o irmão e mais quatro militares se voluntariaram para guar-
dar o local. Mesmo sob risco de contaminação. Mas o plano
do sexteto era reativar a base por conta própria e continuar
as experiências nucleares. Estavam a ponto de conseguir um
inédito efeito de camuflagem, que deixaria a base totalmente
invisível para os satélites e para quem passasse por perto.
Maisumavezseuirmãofoimaisespertoeengendraram
o plano de ganhar dinheiro para continuarem as experiên-
cias: pediram um vultoso empréstimo a um banco e usavam
o dinheiro para ganhar muito mais com os rallys. Ofereciam
um prêmio polpudo mas, quem ganhasse a competição, era
assassinado pelo grupo. No entanto, no ano anterior, um in-
cidente por pouco não bota tudo a perder: uma repórter des-
cobriu o que se fazia na base e ia denuncia-los ao jornal onde
trabalhava. Apareceu com os dois ganhadores que foram res-
gatar os prêmios na igreja que servia de ponte para a área de
equipamentos nucleares da base, através do túnel que ligava
os dois lugares um ao outro. Fotografou os testes que faziam
com o equipamento, além de presenciar os dois competido-
res sendo mortos pelos seis militares. Capturaram a jornalis-
ta, mas esta já havia telefonado para a redação e denunciado
o crime. Tiveram que inventar uma saída. Estraçalharam os
ganhadores do rally e espalharam a notícia que tinha sido um
animal feroz a fazer tal carnificina. O pobre rapaz com jeito
de cachorro foi incriminado e teve que fugir da sanha dos
seus perseguidores: os outros que participaram do rally. A
partir de então, Cholo se tornou um fugitivo.
VIRA-LATA 53
Nina sabia da sua história: ele era filho de uma doida
que vivia de restos de comida e que tinha por companhia um
cão pastor alemão. Diziam que ela transava com o animal,
mas os militares que trabalhavam na base sabiam que o rapaz
tinha sido cobaia de uma experiência militar que usava genes
caninos cruzados com genes humanos. Utilizaram o filho da
doida, nascido dela depois que soldados da base a usaram
numa sessão de curra. Só a tenente Nina foi contra a experi-
ência, mas era voto vencido. Depois, soltaram a criança à sua
própria sorte. Ela passou a se alimentar de restos de comidas,
para não morrer de fome.
A tenente Nina sabia que a magra havia tomado o túnel
para escapar, como já fizera outras vezes. Era só esperá-la na
saída, do outro lado, lá na base. Arrependera-se de não ter
matado a loira de quem tomou a moto. Mas o faria, se ela
se metesse a besta. Ainda tinha a pistola na cintura, quando
pegou a moto e empreendeu o caminho de volta. Mas não
esperava encontrar tanta gente reunida lá.
Havia chegado quase uma centena de novos competi-
dores. A loira havia se recuperado das pancadas recebidas e
dizia que tinha sido atacada pela morena cavalona. Quando a
viu chegar de moto, apontou-a aos demais. Muitos partiram
para cima de Nina, para tomar-lhe a moto e devolvê-la para a
verdadeira dona. Badhia também a acusava:
- Onde está meu rolo de filme? Você me enganou, fin-
gindo tratar do meu ferimento, e tirou-o da minha bolsa.
Foi a deixa para a turba avançar pra cima da tenente.
Assustada, ela sacou da arma e atirou para cima, querendo
intimidar. Foi o seu erro. Uma multidão enfurecida saltou
sobre ela e a desarmou. Em seguida, a cobriram de porradas.
A coisa piorou quando alguém disse que havia passado por
onde tinham explodido um carro do Jornal do Commercio.
VIRA-LATA54
Havia um jovem morto dentro. Acharam que ela o havia ma-
tado e assassinaram a tenente de tanto cacete. Badhia tentou
impedir o linchamento e por pouco não se voltaram contra
ela. As pessoas estavam ensandecidas. Só depois a jovem en-
tenderia que aquela reação era um efeito causado pela radia-
ção do lugar.
O telefone celular da jornalista tocou justo no momen-
to em que a turba ainda chutava o corpo inerte da tenente.
Era a editora de Badhia. Ela disse:
- Oi, Badhia. Já analisamos as fotos que você nos en-
viou. O Exército informou que não sabia que esses equipa-
mentos ainda estavam na base. Havia sido dada a ordem para
recolhê-los há anos. Ficaram de mandar um destacamento
para aí. Pedi que entrassem em contato contigo. Tem notícias
da outra jornalista?
- Ainda não. Mas sumiu um repórter do Jornal do
Commercio que estava trabalhando comigo. Agora pouco
soube que ele foi assassinado por uma tenente do Exército,
que também acaba de ser assassinada.
- Como é que é?
- É complicado. Deixa eu me informar melhor e depois
te mando uma mensagem explicando tudo.
- Está bem, mas tome cuidado. Se vir que as coisas es-
tão ficando feias, deixe tudo e volte para cá. Não quero perder
outra jornalista, entendeu?
Badhia se despediu da chefe e depois foi verificar se a
tenente ainda estava viva. Não estava. Ela pensou em foto-
grafar o corpo, mas não quis se arriscar a novo levante. Algu-
mas pessoas que não participaram do linchamento estavam
incrédulas. Algumas queriam ir logo embora dali. O clima
ficou pesado. Mas avistaram uma nuvem de poeira ao longe.
Badhia sabia que era o Exército chegando. Pouco depois, um
dos soldados perguntava:
VIRA-LATA 55
- Quem é Badhia Lourenço?
- Sou eu, senhor. - Disse a jornalista, dando um passo
à frente.
- Venha comigo.
Era um capitão jovem e bonito. Devia ter uns quarenta
anos, mas demonstrava menos. Foram para uma das salas da
base e ele começou:
- Reporte-se do que sabe, senhorita. Já sabemos das
atividades clandestinas nesta base. Vi que houve um crime
recente. Denuncie os culpados.
- Não posso, senhor. Foram muitos a lincharem a coita-
da. Não deu pra saber quem não deu ao menos uma porrada.
- Quem era a vítima?
- Uma tenente do Exército. Disse-me que tinha servido
nessa base, antes dela ser fechada.
- Nome?
- Nina de tal. Estava acompanhada do seu marido. Não
o vi mais. Deve estar dormindo, ainda bêbado.
- Localize-o. Vou querer falar com ele.
O tenente tirou umas fotografias de um envelope e
mostrou à jornalista. Perguntou:
- Conhece algum desses?
- A mulher é a tenente assassinada. O mais novo é o
padre que vi antes de chegar aqui. Os outros, nunca vi.
- O que diz ser padre, na verdade é um capitão do Exér-
cito. Os seis estavam responsáveis pelos equipamentos ainda
contidos na base. A senhorita está bem?
Na verdade, Badhia estava zonza. Disse isso ao militar
e ele chamou um ordenança. Pediu um aparelho a ele. O cara
foi até um dos caminhões do Exército e voltou com uma es-
pécie de medidor de radiatividade. O tenente informou, após
examinar a jornalista com o aparelho:
VIRA-LATA56
- A senhorita foi contaminada pela radiação. Vai ter
que ficar de quarentena. Logo será removida da base.
- Eu tenho uma missão, tenente: encontrar uma jorna-
lista desaparecida. Não sairei daqui antes de saber do para-
deiro dela.
- Você é quem sabe. Mas terá que ficar de repouso por
algumas horas. O que está sentindo?
- Se eu disser, o senhor não vai acreditar.
- Tente.
- Uma imensa vontade de trepar.
- É natural, quando se é contaminado por esse tipo de
radiação. Prefere os caralhos maiores ou menores?
- Os maiores, senhor.
- Ordenança, ache o mais pauzudo dos nossos homens
e o apresente à senhorita. Acomode-a nas melhores instala-
ções.
- Temo que seja eu o mais caralhudo do pelotão, senhor
- disse o ordenança.
- Então, sirvam-se. Estão dispensados.
Badhia preferia o belo tenente, mas estava muito ansio-
sa para foder, para poder escolher. Mesmo assim, perguntou
ao ordenança, quando este se despiu com urgência, mostran-
do um cacete já duro mas não muito grande:
- Tem certeza de que tem o maior caralho do pelotão?
- Claro que não tenho. Mas não ia perder uma oportu-
nidade dessas. Você é muito bonita e gostosa.
- E você é um aproveitador - disse ela rindo.
O cara não era bonito, mas trepava muito bem. Não
era desses que tem pressa em gozar. Primeiro, procurou sa-
tisfazer a jornalista. Deu-lhe uma gostosa chupada. Ela não
demorou muito a gozar. Pediu que ele lhe invadisse a greta.
O sujeito demorou a fazer o que ela queria, dando-lhe um
gostoso banho de língua. Badhia implorava para tê-lo dentro
VIRA-LATA 57
de si. Ele, antes, pincelou seu pau no cuzinho dela. A jovem
se abriu para recebe-lo. Mais uma vez o cara a virou de frente
para ele. Parecia querer fazer sempre o contrário do que ela
lhe pedia. A moça já estava agoniada quando ele lhe invadiu
o reto com a peia. Ela não se aguentou mais: derramou-se em
gozo pela boceta, espirrando esperma longe.
VIRA-LATA58
9. Melhor de três
Alberto Rico havia explorado a base à procura de infor-
mações sobre a irmã. Mostrava fotografias às pessoas
que chegavam aos montes para o rally, mas ninguém se lem-
brava dela. Quando voltava para perto da entrada da base,
viu a cena de linchamento da tenente Nina. Não era corajoso
o suficiente para tentar livrar a morena cavalona da turba. Fi-
cou aliviado quando viu a chegada do Exército. Mas também
preocupado, quando sua amiga Badhia foi levada para uma
sala com o capitão. Depois, viu o ordenança sair e voltar com
um aparelho de medir radiação e ficou mais cismado ainda.
Assim que o militar saiu da sala, deixando a jornalista e o
ordenança sozinhos, resolveu espioná-los. Esgueirou-se até
uma das janelas. Chegou a tempo de ver a jornalista deliran-
do de tanto levar rola. Primeiro, pensou que ela estava sendo
estuprada. Depois, ao perceber que ela gritava de gozo, ficou
com ciúmes. Já ia interromper o coito, quando ouviu um bur-
VIRA-LATA 59
burinho vindo de perto do galpão. Os soldados se movimen-
tavam, todos armados, como se estivessem numa situação de
grande perigo. Desistiu de incomodar o casal fodendo e foi
ver o que se passava. Reconheceu Samara, sua irmã desapa-
recida, vindo em direção às pessoas, sendo acompanhada de
uma estranha criatura. Era um jovem que andava parecido
com um cachorro. O sujeito queria voltar para dentro do tú-
nel, quando viu as armas apontadas para si, mas a moça in-
sistia para que viesse com ela.
Alberto correu até a irmã e abraçou-se com ela. A cria-
tura aproveitou para correr de volta ao túnel. Os soldados
quiseram persegui-lo mas a jovem Samara gritou:
- Não o machuquem. Foi ele quem me achou perdida e
me trouxe aqui.
O capitão intercedeu:
- Quem é a senhorita, e o que está acontecendo?
- Ela é minha irmã desaparecida - apressou-se a dizer
o rapaz.
- E Cholo é o pobre rapaz que foi acusado da morte
dos vencedores do rally do ano passado. Eu vi os caras serem
mortos por um que se finge de padre. Estive prisioneira dele
até hoje. Ele se esconde no fim do túnel. Peçam ao rapaz para
leva-los até ele...
Dito isso, Samara desfaleceu. O irmão conseguiu am-
pará-la antes que caísse no chão. O capitão acudiu e deu or-
dens para que a levassem a um dos dormitórios. A moça ain-
da estava nua. O próprio irmão a pegou nos braços e a levou
ao dormitório. Logo, ela estava sendo examinada por um mé-
dico do Exército. O capitão organizava um grupo para entrar
na caverna cuja saída ficava no galpão. Os militares usaram
óculos de escuro e logo localizaram o jovem com jeito de ca-
chorro, escondido dentro do túnel. O capitão gritou-lhe:
VIRA-LATA60
- Não tenha medo, jovem. Precisamos de você. Quere-
mos que nos leve ao suposto padre. Se bem que eu já sei de
quem se trata.
Mesmo temeroso, Cholo deixou de fugir. Seguiu rápido
túnel adentro, pedindo que o acompanhassem. Foi seguido
pelos soldados armados. Pouco depois, chegavam na igreja.
No entanto, o padre não estava mais lá. Havia fugido.
- Fugiu. Cholo sente cheiro dele. Perto. Cholo pode pe-
gar.
- Pois pegue-o. - Ordenou o capitão.
O rapaz farejou tudo que era canto da igreja, até achar
a direção que o padre tinha escapulido. Partiu numa veloci-
dade incrível, correndo quase de quatro, sem conseguir ser
seguido de perto pelos militares. O calor e o terreno hostil
desacelerava a carreira dos soldados atrás dele. Logo, o jovem
se perdeu de vista. O capitão gritou, esbaforido:
- Sigam-no. Continuem atrás dele. Peguem o padre.
Vivo ou morto.
Não precisava dizer mais nada. Os caras continuaram a
perseguição. Logo, ouviram tiros de metralhadora. Temeram
por Cholo. De repente, os tiros cessaram. Quando voltaram
a ver o rapaz com jeito de cachorro, o padre jazia no chão,
com a garganta dilacerada a mordidas. Mas ainda estava vivo,
apesar de sem sentidos.
- Mediquem-no e vamos leva-lo de volta à base. Quem
ainda tiver fôlego, passe um rádio para o pelotão. Peça uma
viatura e um médico. - ordenou o capitão. Depois, sentou-se
no chão empoeirado, cansadíssimo da carreira.
- Outros. Tem outros. Cholo sabe quem.
- Muito bem, Cholo. Mas não precisa pressa. Sei que
outros quatro fazem parte do bando de militares rebeldes.
VIRA-LATA 61
Vamos prendê-los, mesmo se já tiverem arribado da base.
Tinham. Por isso, o capitão pediu a intervenção das
Forças Armadas para capturar os quatro fugitivos: o marido
de Nina e mais três. Com menos de quinze minutos, viram
helicópteros do Exército sobrevoarem a área desértica. O ca-
pitão fez uma vistoria na igreja. Encontrou roupas da jorna-
lista desaparecida, provas das atividades do grupo e dinheiro.
Muito dinheiro. Confiscou tudo e esperou um caminhão que
estava vindo, com soldados. Breve, estavam de volta à base.
Badhia estava de quarentena. Iria ser transportada de
volta à capital Recife. A magra Samara também. Alberto não
cabia mais os dentes na boca, de tanto sorrir. Agradeceu mui-
to a Badhia. Ela repetia que o mérito havia sido de Samara,
que conseguiu fugir. O pessoal que iria competir se aglome-
rava na frente da sala da enfermaria, querendo saber sobre o
rally.
- O rally não vai mais existir.- Disse o capitão, falando
à improvisada plateia.
Houve uma vaia geral. Alguém reclamou que gastou
muito para estar ali. O capitão continuou:
- Mas recuperamos a grana que iria ser paga de prêmio.
Então, este ano vai ser diferente: vamos esperar todos os que
iriam participar da competição. Dividiremos o dinheiro por
cada um que tiver um carro a inscrever.
Agora, foi aplaudido. Todos gostaram da solução do ca-
pitão. Alberto disse para Badhia:
- Não se preocupe. Não precisa se inscrever. O dinhei-
ro oferecido pelo teu jornal não é pouco, para achar minha
irmã. Você o merece.
- Infelizmente, eu gostaria de assistir o rally. Nunca vi
um.
VIRA-LATA62
- Prometo influenciar a editora do teu jornal para que
promova um. Mas não neste cu de mundo, contaminado pela
radiação.
- Cu de Maria. É como os militares chamam este lugar.
Diga ao povo que pretende fazer novo rally. Todos vão gostar.
Pouco depois, o jovem anunciava a competição para
três meses depois. Quem quisesse participar, deixasse o ende-
reço eletrônico. Poucos não o fizeram. E, aos poucos, foram
deixando a base. O capitão recebeu um comunicado de que
os fugitivos haviam sido capturados. Deu a ordem de partida
para os seus comandados.
****************************
Só mais de um mês depois, Badhia foi liberada da sua
quarentena. Perguntou por Cholo e lhe disseram que ele fora
adotado pelo Exército. Havia se transformado num soldado
promissor. O jovem Alberto não foi visita-la no hospital do
Exército nem uma só vez. Mesmo a irmã estando internada
na mesma ala que ela. Em compensação, o jovem ordenança
a visitava todos os dias. O belo capitão, em dias alternados.
Foi ele quem perguntou:
- Ainda persiste a vontade de trepar?
- Isso é um convite?
- A senhorita está comprometida com o ordenança.
- Quem disse? Ele é gentil comigo e merece ao menos
uma foda. Mas esta bocetinha miúda aqui ainda não tem
dono. E está doida para ser usada novamente.
- Sendo assim, está dispensado, ordenança Walter. Se-
rei eu a levar a senhorita daqui.
- Pois não, senhor. Mas lembre-se de que sou eu que
tenho o maior caralho do pelotão, e ela gosta de machos
pauzudos.
- Bote o teu pra fora das calças, ordenança. Se for maior
VIRA-LATA 63
que o meu, você leva.
- Êpa. Eu não quero levar rola, senhor. Nada disso. -
Exclamou o ordenança, entendendo a pulha dita pelo supe-
rior - Mas não custa nada tirarmos a dúvida.
O ordenança perdeu. O pau do capitão tinha quase
trinta centímetros, ainda mole. O do outro não chegava a
vinte, duro. Badhia aplaudiu. Mas foi logo avisando:
- Quem ganhou, ganhou. Mas posso muito bem dar
pros dois!
- Pros três - Ouviram uma voz da porta do quarto do
hospital.
- Ei, onde você esteve esse tempo todo que nem me
visitou?
- Também fiquei em quarentena, mas não neste hospi-
tal. Não me deixaram sair nem para visitar minha irmã.
- Estamos atrapalhando alguma coisa? - Perguntou o
capitão.
- Houve um pequeno mal-entendido, capitão. Mas a
foda ainda está de pé. Só peço um tempinho para matar a
vontade desse sujeito. Senti saudades do pau enorme dele
-disse ela.
- Vamos fazer uma segunda etapa da competição? - Re-
clamou o capitão - Não estou disposto a perder para esse su-
jeito sem nem ao menos tentar.
- Badhia riu gostosamente. Abriu a bata de hospital que
vestia e afirmou:
- Quem primeiro encostar a língua na minha boceti-
nha, ganha minha preferência!
FIM DA SÉRIE
VIRA-LATA64

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Anne mather -_prisioneira_da_desonra
Anne mather -_prisioneira_da_desonraAnne mather -_prisioneira_da_desonra
Anne mather -_prisioneira_da_desonraNancy Leal
 
Tudo normal - Primeiro Capítulo
Tudo normal   - Primeiro CapítuloTudo normal   - Primeiro Capítulo
Tudo normal - Primeiro Capítulolupiras80
 
09 pretty little liars retorcidas - (vol.9) - sara shepard
09 pretty little liars   retorcidas - (vol.9) - sara shepard09 pretty little liars   retorcidas - (vol.9) - sara shepard
09 pretty little liars retorcidas - (vol.9) - sara shepardEucclydes2Pinnheiro
 
Capítulo 1: Lulital - a magia começa
Capítulo 1: Lulital - a magia começaCapítulo 1: Lulital - a magia começa
Capítulo 1: Lulital - a magia começapribeletato
 
13 pretty little liars esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard
13 pretty little liars   esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard13 pretty little liars   esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard
13 pretty little liars esmagadas - (vol. 13) - sarah shepardEucclydes2Pinnheiro
 
22823115 miranda-lee-pulseira-de-amor
22823115 miranda-lee-pulseira-de-amor22823115 miranda-lee-pulseira-de-amor
22823115 miranda-lee-pulseira-de-amormarilene queiroz
 
Candace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredos
Candace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredosCandace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredos
Candace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredosAndreia
 
Alcântara machado mana maria
Alcântara machado   mana mariaAlcântara machado   mana maria
Alcântara machado mana mariaTulipa Zoá
 
Mulheres entrelacadas dimythryus padilha
Mulheres entrelacadas   dimythryus padilhaMulheres entrelacadas   dimythryus padilha
Mulheres entrelacadas dimythryus padilhaBruno Grossi Begê
 

Mais procurados (16)

Anne mather -_prisioneira_da_desonra
Anne mather -_prisioneira_da_desonraAnne mather -_prisioneira_da_desonra
Anne mather -_prisioneira_da_desonra
 
Contos curtos
Contos curtosContos curtos
Contos curtos
 
Tudo normal - Primeiro Capítulo
Tudo normal   - Primeiro CapítuloTudo normal   - Primeiro Capítulo
Tudo normal - Primeiro Capítulo
 
09 pretty little liars retorcidas - (vol.9) - sara shepard
09 pretty little liars   retorcidas - (vol.9) - sara shepard09 pretty little liars   retorcidas - (vol.9) - sara shepard
09 pretty little liars retorcidas - (vol.9) - sara shepard
 
A grande fuga sylvio pereira
A grande fuga   sylvio pereiraA grande fuga   sylvio pereira
A grande fuga sylvio pereira
 
Capítulo 1: Lulital - a magia começa
Capítulo 1: Lulital - a magia começaCapítulo 1: Lulital - a magia começa
Capítulo 1: Lulital - a magia começa
 
13 pretty little liars esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard
13 pretty little liars   esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard13 pretty little liars   esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard
13 pretty little liars esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard
 
22823115 miranda-lee-pulseira-de-amor
22823115 miranda-lee-pulseira-de-amor22823115 miranda-lee-pulseira-de-amor
22823115 miranda-lee-pulseira-de-amor
 
Contos pechosos
Contos pechososContos pechosos
Contos pechosos
 
Farsadeinespereira peça
Farsadeinespereira peçaFarsadeinespereira peça
Farsadeinespereira peça
 
Contos assombracao
Contos assombracaoContos assombracao
Contos assombracao
 
Candace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredos
Candace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredosCandace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredos
Candace camp trilogia dos aincourt 01 a mansão dos segredos
 
Man repeller trecho
Man repeller trechoMan repeller trecho
Man repeller trecho
 
Alcântara machado mana maria
Alcântara machado   mana mariaAlcântara machado   mana maria
Alcântara machado mana maria
 
Ines maia
Ines maiaInes maia
Ines maia
 
Mulheres entrelacadas dimythryus padilha
Mulheres entrelacadas   dimythryus padilhaMulheres entrelacadas   dimythryus padilha
Mulheres entrelacadas dimythryus padilha
 

Semelhante a Vira lata completo

Capitulo i mesmo na morte
Capitulo i   mesmo na morteCapitulo i   mesmo na morte
Capitulo i mesmo na morteMesmoNaMorte
 
Capitulo i - mais uma parte
Capitulo i - mais uma parteCapitulo i - mais uma parte
Capitulo i - mais uma parteMesmoNaMorte
 
Uma Estrela Atrás Da Porta
Uma Estrela Atrás Da PortaUma Estrela Atrás Da Porta
Uma Estrela Atrás Da PortaMaria Borges
 
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_aCastanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_aRia da Escrita
 
Pedro das malasartes picoto ppt
Pedro das malasartes   picoto pptPedro das malasartes   picoto ppt
Pedro das malasartes picoto pptVirgínia Ferreira
 
001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)
001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)
001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)Diogo Souza
 
Cheiro de feijao, estrelas e sonhos
Cheiro de feijao, estrelas e sonhosCheiro de feijao, estrelas e sonhos
Cheiro de feijao, estrelas e sonhosLuciano Soares
 
A árvore que dava dinheiro domingos pellegrin
A árvore que dava dinheiro   domingos pellegrinA árvore que dava dinheiro   domingos pellegrin
A árvore que dava dinheiro domingos pellegrinAlessandra souza
 
No vale da lua 1
No vale da lua 1No vale da lua 1
No vale da lua 1Carla F
 
Uma inesperada visita
Uma inesperada visitaUma inesperada visita
Uma inesperada visitaFer Nanda
 
CRIATURA - Livro erotico
CRIATURA - Livro eroticoCRIATURA - Livro erotico
CRIATURA - Livro eroticoAngelo Tomasini
 

Semelhante a Vira lata completo (20)

Phroybido
PhroybidoPhroybido
Phroybido
 
Contos africanos
Contos africanosContos africanos
Contos africanos
 
O Velho
O VelhoO Velho
O Velho
 
Contos africanos
Contos africanosContos africanos
Contos africanos
 
Contos africanos
Contos africanosContos africanos
Contos africanos
 
MULATA NOTA DEZ
MULATA NOTA DEZMULATA NOTA DEZ
MULATA NOTA DEZ
 
Seleção de contos
Seleção de contosSeleção de contos
Seleção de contos
 
Capitulo i mesmo na morte
Capitulo i   mesmo na morteCapitulo i   mesmo na morte
Capitulo i mesmo na morte
 
Capitulo i - mais uma parte
Capitulo i - mais uma parteCapitulo i - mais uma parte
Capitulo i - mais uma parte
 
Uma Estrela Atrás Da Porta
Uma Estrela Atrás Da PortaUma Estrela Atrás Da Porta
Uma Estrela Atrás Da Porta
 
Contos Tradicionais
Contos TradicionaisContos Tradicionais
Contos Tradicionais
 
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_aCastanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
 
Pedro das malasartes picoto ppt
Pedro das malasartes   picoto pptPedro das malasartes   picoto ppt
Pedro das malasartes picoto ppt
 
001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)
001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)
001 paolo - detetive cristóvão (primeira parte)
 
Cheiro de feijao, estrelas e sonhos
Cheiro de feijao, estrelas e sonhosCheiro de feijao, estrelas e sonhos
Cheiro de feijao, estrelas e sonhos
 
A árvore que dava dinheiro domingos pellegrin
A árvore que dava dinheiro   domingos pellegrinA árvore que dava dinheiro   domingos pellegrin
A árvore que dava dinheiro domingos pellegrin
 
Pdf contos
Pdf contosPdf contos
Pdf contos
 
No vale da lua 1
No vale da lua 1No vale da lua 1
No vale da lua 1
 
Uma inesperada visita
Uma inesperada visitaUma inesperada visita
Uma inesperada visita
 
CRIATURA - Livro erotico
CRIATURA - Livro eroticoCRIATURA - Livro erotico
CRIATURA - Livro erotico
 

Mais de Angelo Tomasini (20)

EM DOMICILIO completo
EM DOMICILIO completoEM DOMICILIO completo
EM DOMICILIO completo
 
MOTORISTA DE UBER
MOTORISTA DE UBERMOTORISTA DE UBER
MOTORISTA DE UBER
 
TARADOS - Livro erotico
TARADOS - Livro eroticoTARADOS - Livro erotico
TARADOS - Livro erotico
 
Jane da pra todo mundo
Jane da pra todo mundoJane da pra todo mundo
Jane da pra todo mundo
 
DOMESTICO - Livro erótico
DOMESTICO - Livro eróticoDOMESTICO - Livro erótico
DOMESTICO - Livro erótico
 
ALCATEIAS - Livro erótico
ALCATEIAS - Livro eróticoALCATEIAS - Livro erótico
ALCATEIAS - Livro erótico
 
O DETETIVE CEGO - Livro erótico
O DETETIVE CEGO - Livro eróticoO DETETIVE CEGO - Livro erótico
O DETETIVE CEGO - Livro erótico
 
VICIADA EM SEXO
VICIADA EM SEXOVICIADA EM SEXO
VICIADA EM SEXO
 
INSÔNIA
INSÔNIAINSÔNIA
INSÔNIA
 
OFERTA SAFADA DA CASA
OFERTA SAFADA DA CASAOFERTA SAFADA DA CASA
OFERTA SAFADA DA CASA
 
VIUVINHA - Livro erótico
VIUVINHA - Livro eróticoVIUVINHA - Livro erótico
VIUVINHA - Livro erótico
 
Minha noiva e uma puta
Minha noiva e uma putaMinha noiva e uma puta
Minha noiva e uma puta
 
MINHA IRMÃ BUNDEIRA
MINHA IRMÃ BUNDEIRAMINHA IRMÃ BUNDEIRA
MINHA IRMÃ BUNDEIRA
 
CENAS DE SEXO
CENAS DE SEXOCENAS DE SEXO
CENAS DE SEXO
 
DECADENCIA
DECADENCIADECADENCIA
DECADENCIA
 
De santa a puta
De santa a putaDe santa a puta
De santa a puta
 
Assassina completo
Assassina completoAssassina completo
Assassina completo
 
SEXO DO FUTURO
SEXO DO FUTUROSEXO DO FUTURO
SEXO DO FUTURO
 
O sequestro
O sequestroO sequestro
O sequestro
 
Sexo em cores
Sexo em coresSexo em cores
Sexo em cores
 

Vira lata completo

  • 3. VIRA-LATA 3 1. Estuprada dentro da igreja “Perdida no meio do nada Sem ter o que fazer Senti a boceta excitada Não tendo com quem foder” Ajovem Badhia Lourenço estacionou o carro no meio do nada. Estava perdida. Pegou um mapa que estava do- brado dentro do porta-luvas, por baixo de um velho livro de capa de couro, e o abriu sobre o banco do carona. O calor estava de lascar, àquela hora da tarde. Passavam das treze ho- ras. O estômago roncava de fome, mas ela não conseguia se orientar pelo mapa. O cantil aos seus pés, perto dos pedais de acelerador e embreagem, estava quase vazio. Desceu do carro, um fusca antigo, e olhou em volta. Só areia, pedras e pouquíssimas vegetações. Falou consigo mesma: - Tô fodida e mal paga. Nem sei onde me encontro. Di-
  • 4. VIRA-LATA4 ficilmente acharei a quem perguntar, neste deserto filho da puta. O pior: está acabando a gasolina. Badhia era a nova jornalista contratada pelo jornal onde trabalhava como repórter de Variedades. Ganhara um prêmio com uma reportagem sobre uma vila de pescadores, onde um negrão, ex-escritor, se refugiava do seu passado. Ti- nha ido ao lugarejo fazer uma entrevista com o sujeito e aca- bara descobrindo uma série de crimes. O escritor casou-se com a sua editora e Badhia escreveu um livro sobre o povoa- do e seu “peixe” milagroso(*). Acabou levando um prêmio da Academia Pernambucana de Letras como o melhor livro de romance fantástico do ano, intitulado “O Homem que Matou Mona”. Isso e a reportagem lhe renderam o emprego no jor- nal, e ela viveu seus dias de fama. Mas, agora, ninguém mais falava do seu livro. Ele havia caído no esquecimento. Então, a jornalista recebeu a incumbência de fazer nova reportagem. Sua chefe, a editora Mona Tomasini, pediu que ela escrevesse uma série de matérias sobre um fato envolvido em mistérios, acontecido numa cidadezinha do Interior do Estado. E lá es- tava Badhia, perdida na imensidão árida do sertão. Tinha fome. Muita fome. E sede. Talvez por isso, sua cabeça rodou quando a expôs ao sol causticante na estrada de barro e areia. Quis voltar para o fusca, para pegar o cantil e beber o restinho da água, mas tombou no solo poeirento. Tentou se arrastar para dentro do carro mas suas pernas e braços não obedeceram ao comando do cérebro. Finalmente, perdeu os sentidos. Já era noite, quando despertou. A temperatura estava amena, quase fria. Descobriu-se deitada no chão e envolta por algo parecido com uma manta. O tecido fedia a sujeira. Ela levantou-se, rápido. Só então, viu o sujeito sentado perto de si. Ele comia algo, espetado num graveto. O estômago da
  • 5. VIRA-LATA 5 jornalista roncou, lembrando-a que continuava com fome. Perguntou: - Boa noite. Quem é o senhor? O sujeito voltou-se para ela. Sorria, mas seu sorriso era muito, muito estranho. Ele mostrava os dentes afiados, com dois caninos pronunciados, como num sorriso de um cachor- ro. Era jovem, com cerca de vinte e poucos anos, Porém o que mais se destacava nele é que estava nu e tinha um caralho enorme, mole, entre as pernas. Seu peito e suas costas eram muito cabeludos. Mas ele não disse nada. Apenas sorriu. - Você é surdo-mudo? Ou entende o que eu falo? Ele balançou com a cabeça, em forma de sim, e ela fi- cou sem saber se era mudo ou se entendia o que ela lhe dizia. O jovem apontou o espeto para o lado dela, oferecendo a car- ne. Ela perguntou: - Que carne é essa? - Calango - respondeu ele. Badhia quase vomita. Negou-se veementemente a co- mer aquilo, apesar de parecer bem assado. Mas tinha fome. - Fome. Tenho fome, entendeu? Mas não vou comer essa porcaria. Ele fez um sinal para que ela esperasse. Depois, correu agachado, quase de quatro, como um cão, e desapareceu por trás de umas pedras. Voltou com um saco de estopa na mão. Catou algo dentro e retirou a mão, mostrando-lhe uma maçã: - Quer? Quer? A jornalista quis. Mas percebeu que a fruta tinha um pedaço podre. Comeu em volta, evitando a parte ruim. Agra-
  • 6. VIRA-LATA6 deceu: - Muito obrigada. Vai enganar um pouco o meu estô- mago. Como notou que, apesar do cara estar nu, ela mantinha suas roupas e não parecia machucada, ou seja: o sujeito não havia tocado nela, perguntou: - Onde você mora? - Ali. Ali. - Disse ele, apontando umas rochas um tanto distante. - Vem. Vem... A jornalista tentou se levantar e conseguiu. Entrou no carro. Chamou-o. Ele sentou-se ao seu lado, contente, admi- rado por conhecer pelo lado de dentro um automóvel. Ela manobrou até chegar perto das rochas e ele desceu rápido do veículo, ainda mordiscando o réptil do espeto. Puxou-a pela mão. Ela foi com ele. Havia uma carcaça de geladeira por trás das rochas. Várias roupas estendidas num varal improvisado, todas com alguma avaria. Também havia caixotes de madeira contendo frutas e verduras, mas a maioria parecia estragada. Ela teve pena do sujeito. Deveria ser algum doido, perdido naquele deserto. Ela perguntou onde poderia encontrar mais alguém. - Lá. Cidade. Lá... Agora Badhia via uma claridade no horizonte, como se fosse as luzes de um pequeno povoado. Ela disse: - Vou até lá. Quer ir comigo? Ele balançou imediatamente a cabeça, em forma de negativa. Parecia assustado com a possibilidade de ir ao po- voado. Então, ela despediu-se dele, agradeceu por ter cuida- do dela, entrou no carro e foi embora. Mesmo na escuridão, olhou pelo retrovisor e pode ver o sorriso do cara. Sua boca
  • 7. VIRA-LATA 7 lembrava a de um cachorro. Continuou dirigindo. Aí viu, agora iluminada pela lua que saíra detrás das nuvens, uma enorme torre metálica, dessas usadas para telefonia celular. Lembrou-se que seu aparelho estava dentro do porta-luvas. Pegou-o e conferiu o sinal. Estava forte. Ela já podia ligar pe- dindo socorro. Mas não o fez, pois viu bem perto da antena uma igreja. Uma igreja no meio do nada. As luzes das janelas estavam acesas. Ela se dirigiu para lá. Desceu do carro bem na frente do templo. Um padre jovem veio sorridente, ao seu encontro. Cumprimentou-a: - Boa noite, jovem. O que faz nessa imensidão de areia? Está perdida? - Sim, padre. No entanto, nem sei aonde eu ia. Esqueci completamente. Onde estou? - Entre. Conversaremos lá dentro. Não nos convém fi- car aqui fora. - O que o senhor teme? - Tem acontecido coisas estranhas nesse lugarejo. Coi- sas violentas. Mas nunca atacaram a casa do Senhor, graças a Ele. - Qual o nome deste lugarejo? - Desculpe-me a expressão, mas chamam-no de Cu de Maria. Coisa de militares. Aqui foi uma base militar, que hoje está desativada. E deserta. - O que houve com ela? - Dizem que o Governo achou uma fonte enorme de material radioativo, aí fechou esta área. Mas todo ano, por essa época, isso aqui fervilha de gente, por causa do rally au- tomobilístico que acontece em Cu de Maria. - Já está havendo o rally? Nunca nem ouvi falar dele, lá na capital. - Oh, ainda não foi divulgado este ano. Cheguei aqui ontem, e só hoje ativei a antena. Agora, já posso fazer a divul- gação através do rádio e da Internet, que só funcionam quan-
  • 8. VIRA-LATA8 do a torre está ativada. É quando começam a chegar os fiéis. - Vêm para esta igreja no meio do nada? Por quê, pa- dre? - Para que eu lhes dê a benção para ganhar o rally. O prêmio é muito vantajoso. Depois, vão para o ponto de con- centração do evento, que é a base militar abandonada. Mas a senhorita deve estar cansada. Já comeu? - Não, padre. Apenas uma maçã apodrecida. Confesso que estou faminta. Pouco depois, Badhia fazia uma farta refeição incluin- do um assado de porco muito gostoso, preparado pelo jovem padre. Teve direito até a um cálice de vinho. Terminou repe- tindo a dose. O padre sorria, satisfeito com o seu apetite. Ela o achava muito bonito. Ele não devia ter mais de trinta anos de idade. Vestia-se impecavelmente com sua batina nova e bem passada a ferro. A jovem perguntou: - Eu poderei dormir por aqui, padre? Amanhã, sigo para a tal base militar. - Oh, eu faço questão para que durma aqui. Temos um quarto de hóspedes já limpo e preparado para essas eventu- alidades. Não deixarei que se aventure a sair durante a noite, claro. Mas, agora, vou ter que voltar aos meus afazeres. Tenho um longo trabalho pela frente. Assim que acabar sua refeição, grite me chamando. Eu virei busca-la, para leva-la aos teus aposentos. - Já terminei. Podemos ir. Estou doida para cair numa cama confortável. Ele sorriu. Logo, deixava-a no quarto. Disse: - Se quiser, pode tomar um banho. Mas evite gastar muita água. É um líquido precioso, por aqui. - É, eu percebi que também não tem energia elétrica... - É verdade. Mas temos energia nuclear, roubada da base militar. Porém, ainda não liguei os geradores. Farei isso pela manhã. Boa noite, senhorita. E feche bem a porta. Nun-
  • 9. VIRA-LATA 9 ca se sabe... O padre tinha dado um sorriso estranho, ao pronun- ciar essas palavras, mas a jornalista não lhe deu a devida im- portância. O quarto estava iluminado por duas velas gran- des, em castiçais antigos. O banheiro era limpo e perfumado. Cheirava a fêmea. Ela tomou um banho rápido, depois dei- tou-se. Pegou uma bolsa escolar que trouxera do carro, com uma muda de roupa e seus produtos de higiene, além de um livro de capa de couro que estava no porta-luvas e arrumou tudo no quarto. Em seguida, pegou um lápis e escreveu em uma das páginas do livro: “Perdida no meio do nada Sem ter o que fazer Senti a boceta excitada Não tendo com quem foder” Sorriueguardouolivrosobacama,comolápismarcan- do a página. Levantou-se, apagou as velas e voltou a deitar-se. Não demorou muito e estava dormindo. No entanto, acordou assustada com um barulho dentro do quarto. Percebeu que a porta estava entreaberta. A parca claridade que vinha de fora mal iluminava o quarto. Quis se levantar para tornar a fechar a porta, como o padre recomendara deixar trancada, mas não conseguiu se mover. Também não conseguiu se mexer quando sentiu a aproximação de alguém, na penumbra. Quis gritar, mas não pode. Ficou tensa. Aí, sentiu uma respiração ofegante bem perto do seu rosto. Quis acostumar os olhos à escuridão e não conseguiu. Parecia que quanto mais tentava, mais escuro ficava. Aí, uma língua quente e úmida lambeu seu pescoço. Ela arrepiou-se toda. Percebeu-se totalmente nua, mas tinha certeza de que dormira vestida, inclusive com uma calça jeans. A lingua serpenteou sobre o seu ventre, su- biu aos seus seios e voltou, aproximando-se da vulva. Ao in-
  • 10. VIRA-LATA10 vés de fechar, ela abriu mais as pernas. Estava ansiosa de que a língua lhe tocasse a vagina. Não teve que esperar. Por diversas vezes, aquele pedaço úmido de carne lhe roçou a racha, concentrando-se no clitóris. A cada lambida alí, a jornalista estremecia. Não demorou muito a ter o pri- meiro orgasmo. Uma mão lhe tapou a boca, enquanto um corpo cabeludo se ajeitava sobre o seu. Duas pernas abriram mais as suas. Badhia estremeceu quando sentiu a glande in- vadir-lhe a boceta. Devagar. Com delicadeza. Ela ansiava que seu estuprador fosse mais violento. Ele pareceu ler-lhe os pensamentos. Socou quase com furor e ela teve mais dois orgasmos seguidos. Depois, ele ficou imóvel. Finalmente, ela teve forças para dizer, já que a mão não mais lhe tapava a boca: - Não para. Não para, filho da puta. (*) Ver a série O Homem que Matou Mona
  • 11. VIRA-LATA 11 2. O padre tarado Badhia levantou-se da cama de um pulo. Estava arfante. Catou no escuro, achou uma caixa de fósforos e com ela pode acender uma vela. A porta do quarto estava fechada, não havia ninguém além dela dentro e ainda estava vestida de blusa de malha e calça jeans. Assobiou, aliviada. Viu o livro de capa de couro caído no chão. Entendeu tudo: havia tido mais um sonho erótico. Desde que ganhara o livro do escritor Tomasini, ela costumava despertar no meio da noite, depois de chegar ao orgasmo com tais sonhos. Abriu o fecho da cal- ça e levou a mão à xoxota. Esta estava encharcada de gozo. Cheirou a mão. Sorriu, com o odor do sexo. Tirou imedia- tamente toda a roupa e correu para o banheiro de dentro do quarto onde estava hospedada. Não dominou a vontade de se masturbar. Tocou-se, até que sentou-se na tampa da privada, exausta. Depois, nua, voltou para a cama. Não custou a dor- mir novamente.
  • 12. VIRA-LATA12 Acordou já com o dia claro, ouvindo o chamado do padre do lado de fora do quarto. Respondeu que já ia sair e vestiu-se. Minutos depois, estava à mesa. Estiveram con- versando e ele lhe disse ter ouvido gemidos de madrugada. Ela afirmou que estivera sonhando. Seu sorriso demonstrava bem qual tipo de sonho. O padre ficou ruborizado, mas não a criticou. Disse que isso era natural e que ele mesmo acordava no meio da noite, de vez em quando, sentindo-se excitado. - Desculpe a indiscrição, mas o senhor pratica o sexo, padre? Ele demorou a responder. Quando o fez, disse: - Quando quis ser padre, foi porque vivia angustiado com esses tipos de sonhos. Na verdade, para mim, se consti- tuíam em pesadelos. Eram sempre carregados de violência e até mesmo de sangue. Sonhava que estuprava alguém, ou que estava sendo estuprado. Alguns sonhos eram homossexuais. Um dia, me confessei a um velho padre da paróquia e ele me aconselhou a procurar uma mulher para ter sexo. - E o senhor procurou? - Sim. O próprio padre me indicou uma prostituta que frequentava a igreja da comunidade onde eu vivia. Era uma rameira velha e feia. Desdentada. Um tanto maluca. Eu a re- jeitei. Aí, ela me rogou uma praga: disse que jamais na minha vida eu teria uma mulher. No início, eu não liguei para a suas palavras, até que me apaixonei por uma moça da minha ida- de, e ela se apaixonou por mim. - Chegaram a se casar? - Que nada! Não chegamos nem a ter sexo. Ela come- çou a fugir de mim como o diabo foge da cruz. Mudou-se de onde morava e eu nunca mais a vi. Por isso, nunca soube o que a fez passar a me rejeitar. Acreditei que havia sido por causa da praga da louca. Claro que procurei namorar outras moças, mas o resultado sempre foi o mesmo: era abandonado
  • 13. VIRA-LATA 13 por elas. - Que coisa. Alguma vez chegou a ir para um quarto com alguma delas? - Eu não sei. Não consigo me lembrar, por mais que me esforce. Aí, resolvi ser padre para me livrar do desejo ardente que eu sentia o tempo todo. - Conseguiu? - Graças a Deus, sim. Hoje, já não sinto mais a carência sexual que sentia antes. - Mas sente? - Sim, pois eu sou humano, por baixo desta batina. Mas aprendi a me dominar. Badhia olhava para ele, penalizada. Perguntou: - O senhor acredita em magia? - A que tipo de magia se refere? - Àquela que não podemos explicar. À que nos leva a crer que existe algo maior que nós, e que não conseguimos compreender. - Poderia ser mais explícita, minha filha? - O senhor transaria comigo, se eu te pedisse, padre? Eu não te rejeitaria... Primeiro, ele espantou-se com a proposta dela. Depois, baixou as vistas. Disse: - Não, minha filha. Agora, eu já fiz um juramento para Deus: não mais me interessar por sexo. - O senhor sabe escrever poemas? - Insistiu ela. - O que isso tem a ver? - Sabe? - Sim, claro. Apesar de ser um poeta medíocre, sempre gostei de poesias. - Seria capaz de escrever um poema erótico? - Não sei. Nunca tentei. - Então, espere um pouco.
  • 14. VIRA-LATA14 Badhia levantou-se e foi pegar o livro com capa de cou- ro, com o título “As crônicas de Mona” escrito em dourado. Voltou com ele aberto numa página em branco, com o lápis marcando o trecho. Mostrou ao padre: - Veja. Este livro está em branco. Escreva um poema erótico numa página qualquer. Não precisa me mostrar, se não quiser. Pretendo, com isso, te provar uma coisa. O padre, timidamente, escreveu: “Quem dera ter a dádiva do amor carnal Para ofertá-lo a esta jovem tão bela Repousar entre os seios dela Depois de contentá-la com meu instinto animal” - Ohhhhhhhhlalá. O senhor é um ótimo poeta, padre. Pode crer. Tome: guarde este pedaço de papel onde escreveu o poema debaixo do teu travesseiro, quando for dormir. - Disse ela, arrancando a página com o manuscrito do religio- so e entregando-a a ele. Eu irei à base militar abandonada que me falou. Na volta, passo por aqui e conversamos. Cerca de uma hora depois, a jornalista partia, após dar um abraço apertado no padre e agradecer pela estadia. Ainda arriscou dar-lhe um selinho nos lábios, mas o reverendo se esquivou. Acabou ela o beijando numa das faces. O homem estava ruborizado. Ela se foi, contente. Sabia o que aconte- ceria ao padre, quando ele dormisse: o pobre sonharia um sonho bem gostoso, e extravazaria todo o seu tesão contido. Quanto a ela, iria ver se tinha a sorte de encontrar algum popular na base abandonada. Quem sabe não se inscreveria no rally, só por diversão? Escreveria uma matéria para o jor- nal, a partir dessa experiência. Já tinha se afastado bastante da igreja com sua torre de telefonia celular, quando avistou
  • 15. VIRA-LATA 15 sobre umas pedras o jovem nu e peludo. Ele lhe acenou. Ela pôs a mão para fora do carro e também acenou. Ele sorriu. Aquele sorriso que lembrava um cão mostrando os caninos. O padre esteve muito ocupado em ajeitar o equipa- mento que lhe possibilitaria enviar mensagens aos partici- pantes do rally e não mais se lembrou da jovem jornalista. No entanto, poucas horas depois que ela havia ido embora, ele sentiu uma sonolência exagerada. Quase não conseguia se manter acordado. Resolveu dar uma pausa nos trabalhos e foi dormir. Normalmente, o fazia apenas de calção, pois tirava a batina por causa do calor. Não demorou a pegar no sono. Mas acordou com batidas na porta. Irritado, tornou a vestir a batina e foi atender. Abriu a pesada porta da igreja, mas não havia ninguém do lado de fora. Um vento forte soprou, revolvendo a areia do solo, e ele fechou imediatamente a porta. Colocou uma tranca de madeira, de forma a evitar o barulho da porta se movendo com a ventania forte, como costumava acontecer quando a tempestade se iniciava. Tempestade de areia, naquela região, era coisa corriqueira naquela época do ano. Tirou a batina enquanto voltava para o quarto. E foi pego de surpresa ao encontrar a jornalista nua deitada na sua cama. Ela tinha um sorriso convidativo. Ele a rejeitou novamente: - Não. Por favor, moça. Não me tente mais. - Seria capaz de quebrar tua promessa feita ao Senhor, padre? - Não. Isso é tentação de Satanás. Você não está aqui. Está longe. - Eu estou aqui, sim, bem diante de você. E prometo que serei toda tua. Faça de mim o que quiser, eu vou gostar. O padre ainda estava resistente. A bela mulher levan- tou-se da cama, aproximou-se dele e ajudou-o a tirar total-
  • 16. VIRA-LATA16 mente a batina e o resto da roupa. Ele ficou nu, diante dela. Aí, ela se agachou perante ele. Tocou com os lábios o seu pênis. Ele ainda estava mole, sinal de que o religioso ainda resistia. Então, ela engoliu totalmente o pedaço de carne. O membro deu um pinote em sua boca, ficando imediatamente ereto. Ele gemia: - Nãaaaaaaaaao... Satanás... vá... tentar... ou- troooooooo... Ela pegou seu cacete com suas mãos suaves e este cres- ceu absurdamente, ficando enorme. A moça já não o conse- guia engolir todo o caralho. Ela perguntou: - Tem algo que gostaria de fazer comigo, padre? - O que, por exemplo? - Arfou ele, sendo chupado. - Quer comer meu cuzinho? O pênis deu um pulo dentro da boca dela. Ele gemeu: - És mesmo o demônio. Coito anal não é coisa do Se- nhor... - Mas que coisa tão antiga, padre. Hoje em dia, todo mundo aprecia o anal. Uns mais, outros menos. Mas no final todos gostam. - Eu não gosto. - Mas eu gosto. Então, bote esse bilolão nas minhas pre- gas... - Não. Misericórdia. Você não aguentaria. Não supor- taria o fogo que queima minhas entranhas... - Esse fogo é o teu desejo, padre. Afogue-o na minha xana. Mas eu prefiro no meu cuzinho. Vem cá, vem... O padre foi. Ela o levou para cima da cama. Ficou de quatro, com a bunda voltada para ele. O seu cu piscava. O reverendo não mais se aguentou. Montou na traseira dela e mandou pica. Fodeu-a de forma urgente, como se estivesse estuprando-a. Ela sorria: - Não precisa me violentar. Eu estou dando, de coração,
  • 17. VIRA-LATA 17 meu cuzinho pra ti. Fode ele, fode... O padre urrava de tesão. Enfiou o caralho inteiro no cu dela, e ia começar a copulá-lo, quando explodiu em uma gozada poderosa no rego apertado da mulher.
  • 18. VIRA-LATA18 3. A primeira experiência lésbica Opadre acordou assustado. Nunca houvera tido um so- nho tão real quanto aquele. Ainda podia sentir na rola o aperto de cu gostoso da jornalista. Estava suado e o coração batia tão forte que parecia que ia explodir em seu peito. Re- zou de joelhos por alguns minutos, mas levantou-se agonia- do. Estava só de calção. Arriou a peça de roupa e tocou uma punheta com urgência de gozar. Não conseguiu seu intento. Então, pegou um molho de chaves e desceu umas escadas, depois abriu uma porta pesada de madeira e enfurnou-se por um corredor subterrâneo. Já Badhia Lourenço, acabava de avistar a base militar que o padre lhe havia falado. Era enorme. Ocupava uma área desértica a perder de vistas. A jornalista percebeu movimen- to perto da entrada, e viu uns poucos carros estacionados. Todos automóveis potentes, daqueles usados para enfrentar
  • 19. VIRA-LATA 19 todo tipo de obstáculos no terreno inóspito. Suspirou alivia- da. Gente para conversar, iniciar sua reportagem. No entanto, continuava esquecida do que a tinha levado ali. Havia uma outra incumbência que lhe foi passada por sua editora do jor- nal. Resolveu-se a ligar, finalmente, para ela: - Oi, chefa. É Badhia. Cheguei ao local da reportagem, mas me deu um branco. O que devo, mesmo, procurar aqui? - Oi, Badhia. Fico feliz que não se perdeu pelo cami- nho. Ainda mais que conseguiu se comunicar comigo. Já há algum tempo que ligo pra ti, sem conseguir sinal. Você tem que encontrar a jornalista que antes enviei para fazer essa matéria, esqueceu? Ela sumiu o ano passado, enquanto co- bria o rally. Procure o irmão dela, o jovem Alberto. Alberto Rico. Ele já deve estar aí, pois me ligou dizendo que ainda não tinha te localizado. O objetivo principal de você estar aí é ajuda-lo a encontrar a irmã. Eu me sinto responsável pelo desaparecimento dela, pois fui eu que a mandei praí. - Eu me perdi, sim, mas já estou na base. Estou ven- do umas pessoas acampadas na entrada. Talvez seja o irmão dela. Vou até lá. - Tenha cuidado. O desaparecimento da jornalista está envolvido em mistério. Dizem que foi trucidada por alguma criatura feroz. Foi o que o irmão apurou, recentemente. - Okay, chefe. Terei cuidado. Deixa comigo. Depois, te dou notícias. Tchau. Quando a jovem desligou, esteve pensativa. Lembrou- se do rapaz que a tinha achado desacordada. Seus dentes afiados lhe tinham chamado à atenção. Não seria o rapaz responsável pelo desaparecimento da jornalista que a ante- cedeu? Parou na frente da base e alguém lhe abriu o grande portão de tela, como se fosse um campo de prisioneiros. Era um jovem de cerca de trinta anos. Estava de barba rala, sinal de que não se barbeava havia algum tempo. Ele a saudou:
  • 20. VIRA-LATA20 - Boa tarde, senhorita. Deve ser a jornalista que eu es- tou esperando já há dias... - Badhia Lourenço. O senhor deve ser Alberto rico. - Disse ela, estendendo-lhe a mão. - Isso mesmo. Já estava preocupado. Achei que havia se perdido nessa imensidão de sertão. - Sim, eu me perdi. Mas encontrei uma igreja no meio do nada e o padre me orientou a vir para cá. - Igreja? Não há nenhuma igreja num raio de muitos quilômetros. - Não, existe sim pequena, a uma hora e meia daqui. Com uma antena enorme, bem perto. Acabo de vir de lá. O jovem estranhou as palavras dela, mas não a contes- tou. Apresentou: - Estes são Jorge e Nina, ambos de Caruaru. Estiveram aqui no rally do ano passado e vão nos ajudar a encontrar a minha irmã. A jornalista cumprimentou o casal, que deveria ter cer- ca de quarenta anos. Ela parecia mais velha que ele. Olhava fixamente para Badhia, como se a estivesse comendo com os olhos. Era uma morena bonita e de corpo volumoso, sem ser gorda. Uma cavalona, como os homens costumavam clas- sificar as mulheres desse porte. Reteve a mão da jornalista, quando a apertou. A jovem sentiu um arrepio imediato com aquele toque. Devia ser um sinal para que ficasse em alerta contra a mulher. Mas não comentou nada. - Não tem mais ninguém conosco, além dessas três pes- soas que também vejo aqui com vocês? - Perguntou a jorna- lista. - Ainda não. Esses três são madrugadores. - Disse, se referindo a dois sujeitos barbudos e uma mulher loira, todos com cara de motoqueiros - Chegaram antes de nós à base. Querem ser os primeiros a se inscrever no rally. Dizem que
  • 21. VIRA-LATA 21 isso dá sorte. Mas já colhemos informações com gente daqui, sobre minha irmã. Quer uma bebida? Então, conversaremos. Badhia aceitou uma cerveja. O jovem Rico a tirou de um recipiente com gelo do porta-malas do carro, uma Toyota robusta. Depois de um gole, ela perguntou: - O que estão sabendo do desaparecimento da tua irmã? - A última vez que a viram, estava em companhia de três participantes da corrida, todos jovens como ela. - Já tentou localizar esses caras? - Sim, até já os achamos. Eles estão mortos. Foram es- traçalhados por algum animal feroz. Seus corpos foram en- contrados com mordidas atrozes, como se quisessem devo- rá-los. Imediatamente, Badhia voltou a se lembrar do jovem com dentes caninos que a socorreu na caatinga. Disse: - Encontrei um jovem estranho a caminho daqui. Ele tinha dentes afiados. A mulher bonitona disse para ela: - Ah, deve ter visto Cholo. É um rapaz doido que vive mendigando comida por aí. Ele é inofensivo. Todos o conhe- cem. - Ele tem parentes? - Perguntou Badhia. - Não tem mais. Sua mãe era solteira, e não se sabe como engravidou dele, já que vivia solitária nessa imensidão desértica. Tinha como companhia um cão feroz, tipo pastor alemão, que caçava para ela. - Respondeu Nina. - Não podia ter emprenhado de algum viajante? - Ela detestava gente. Fugia do contato com pessoas. Eu a vi apenas uma vez. Era uma coroa bonita mas muito pobre e maltrapilha. - E que fim levou ela? - Foi encontrada morta. Acreditam que por causa da
  • 22. VIRA-LATA22 radiação que fez com que todos fossem embora daqui, quan- do o Exército fechou a base. - Essa radiação não nos fará mal? - Só se ficarmos muito tempo expostos a ela. Mas só permaneceremos aqui enquanto durar o rally. - Qual o interesse de vocês participarem dele? Dessa vez foi Jorge quem respondeu: - O prêmio: dois milhões de reais divididos entre os três primeiros colocados. - Quem paga esse prêmio? - Não sabemos. Nossa primeira vez foi no rally do ano retrasado. Nunca soubemos de reclamação de quem partici- pou e ganhou a competição. Tanto que não voltam a compe- tir, já que enchem o rabo de dinheiro... - Não é isso. É que existe uma restrição: quem ganha o prêmio não pode competir de novo - disse o irmão da jorna- lista desaparecida. - Tua irmã foi uma das contempladas? - Sim. E desapareceu logo em seguida. - E dois dos chacinados também tinham ganho com ela. A irmã de Alberto ficou em terceiro - afirmou a morena gostosona. - Não acham estranho essa coincidência: os ganhado- res morrerem logo em seguida? - Foi a primeira vez que aconteceu isso, em mais de dez anos de rally. - Informou o irmão da desaparecida. - Entendo - disse a jornalista, tomando outro gole da garrafinha de cerveja. Estava pensativa. - Você quer tomar um banho? Encontramos água na base, por isso estamos acampados aqui. - Perguntou a cava- lona. Badhia foi com ela até as dependências da base, onde ficavam os banheiros. Jorge ficou bebendo com Alberto.
  • 23. VIRA-LATA 23 Quando entraram no vestuário onde estavam instalados os chuveiros e mictórios masculinos, a morena pegou na mão da jornalista. Olhava para ela com tesão. Disse: - Fiquei afim de ti, assim que te vi. Badhia soltou-se da sua mão, delicada mas firmemente. - Não curto mulheres, sinto muito. - Já transou com mulher? - Não, nunca. Nem gosto, nem pretendo. - Como pode dizer que não gosta, se nunca experimen- tou? - Sinto nojo só de imaginar uma boceta na minha boca. - Você é homofóbica? - Só quando tentam me assediar. - Relaxe. Não quero que me chupe. Mas fiquei tarada por essa tua bocetinha miúda. Quero dar uma lambidinha nela. Mas só faço isso se você permitir... - Não vai querer que eu te faça o mesmo? - Querer, eu quero. Mas não vou te forçar. - E o cara que está contigo? - É o meu marido. Ele sabe que eu gosto de homem e de mulher. Jorge também aprecia os dois sexos. Mas gosta mais de mulher. E não liga que eu foda com quem quiser. Ele também tem liberdade para isso. A jornalista estava tensa com aquela conversa, mas ad- mitia para si mesma que tinha curiosidade em saber como seria o sexo com outra mulher. Nunca houvera tido um re- lacionamento lésbico, mas às vezes pensava nisso. Houve um tempo que fantasiava estar com uma amante que lhe fizesse gozar bem muito, principalmente quando estava a praticar sexo solitário. Resolveu-se: - Está bem, eu deixo você me chupar. Mas se eu não gostar, quero que pare imediatamente. - Então, tome um banho. Não precisa ser demorado.
  • 24. VIRA-LATA24 Aí, iremos para uma cama. Esse banheiro não está limpo e o chão é muito duro para ficarmos confortáveis. Pouco depois, ambas estavam num dos catres da base. Deixaram a porta aberta. Nina explicou que se sentia mais excitada com a possibilidade de serem flagradas pelos dois machos. Badhia concordou. Também tinha curiosidade em saber como reagiria se fosse vista em pleno ato. Nem bem se deitaram na cama, Nina tentou beijá-la na boca. Como a jornalista a repreendeu, ela mudou de tática. Porém, antes de desistir, disse: - Não sabe o que está perdendo. Aliás, os homens não sabem o que perdem quando param de beijar suas parceiras em pleno ato. Não sabem o quanto isso pode ser provocador. Os beijos ajudam a “chegar lá”. Deveriam começar com bei- jos suaves, mas provocantes, e aos poucos ir colocando mais ritmo e profundidade conforme o sexo for se desenvolvendo. Porém, não deveriam sincronizar os movimentos da língua com o pênis enfiando-se na parceira. Elas odeiam isso. Em seguida, Nina lubrificou dois dedos na própria sei- va de Badhia e meteu-os devagar e bem profundo na boceta dela, até encontrar o ponto G. Quando o encontrou, ficou abrindo e fechando os dois dedos, como uma tesoura. Com isso, estimulou junto os pontos X e Y que ficam ao lado do G. O sarro estava gostoso. A jornalista observou que os ho- mens com quem havia transado apenas escorregavam o seu dedo para dentro e fora da vagina e isso não era um grande estímulo para ela. Tal ato nem lhe fazia cócegas. Do jeito que Nina estava fazendo, enfiando-os bem profundo, até chegar a uns dois centímetros do umbigo, e abrindo-os e fechando-os como tesoura, lhe dava a gostosa sensação de que precisava urinar. Pressentiu que logo chegaria ao orgasmo.
  • 25. VIRA-LATA 25 Aí, a morena começou a estimular seu clitóris com a língua, enquanto mantinha os dedos dentro dela. Lambia a cabecinha do pinguelo, que é como uma glande. Aumentou a ansiedade que Badhia estava sentindo para gozar. A jor- nalista ficou frustrada quando a outra retirou os dedos de dentro dela e passou estimular mais o pinguelo. Nina movia circularmente os dedos, como se a vagina fosse um relógio e o clitóris fosse o centro. Começou com um dedo “às nove” e outro “às três”, girando-os e pressionando um pouco quando chegava às onze e à uma. Badhia notou que, quando ela pró- pria se masturbava, usava esse movimento para chegar logo ao clímax. Certa vez, ouvira dizer que era o movimento fa- vorito das lésbicas. Sentiu que o primeiro gozo não tardaria a chegar. Mais uma vez a lésbica a surpreendeu, ao usar a mão li- vre para massagear o espaço entre os seios da jornalista, utili- zando as costas das mãos. Badhia certa vez lera que os taoístas antigos acreditavam que massagear essa área elevava a libido da mulher. No entanto, pesquisas científicas recentes expli- cam que massagear a área entre os seios ajuda a produzir o hormônio oxitocina. Faz a fêmea relaxar na hora do orgasmo, ao mesmo tempo em que a faz se sentir mais íntima do par- ceiro. Nina passava a mão para cima e para baixo entre seus peitos antes de lhe tocar os mamilos. Fazia os movimentos gentilmente. Aumentava em Badhia a sensação de aproxima- ção do gozo. Mas, mais uma vez, a morena cavalona mudou de técnica. Subiu um pouco na cama e encostou seu osso pú- bico de encontro ao clitóris da jornalista. Ficou pressionando -o em movimentos contínuos, girando os quadris durante o sexo, fazendo o símbolo do infinito (a forma do oito). A parte mais sensível da vagina é logo em volta da abertura. O giro do infinito pressionava contra todas as terminações nervosas sexuais dela. Badhia complementava o estímulo fantasiando um enorme pênis adentrando a sua vulva.
  • 26. VIRA-LATA26 Finalmente, explodiu num orgasmo fenomenal, daque- les nunca tidos por ela.
  • 27. VIRA-LATA 27 4. Três numa cama Depois que gozou várias vezes na boca de Nina, a jornalis- ta ficou empulhada. Não sabia se beijava ou se afastava da amante. A morena gostosona perguntou: - Você gostou? Badhia demorou a responder: - Sim, confesso que sim. Mas isso não me fez mudar de opinião: prefiro foder com homens. Porém, agradeço por ter me proporcionado a chance de experimentar. - Você gostaria de foder com meu marido? Posso ajei- tar vocês dois. - Não, obrigada. Na verdade, eu prefiro o irmão da ga- rota desaparecida. Ele tem mais ou menos a minha idade e o acho mais charmoso do que teu marido, me desculpe. - Oh, não precisa me pedir desculpas. Eu te entendo. Também fiquei afim do Rico. Mas ele está mais interessado
  • 28. VIRA-LATA28 em achar a irmã do que em foder. - No seu lugar, eu também teria essa prioridade. Mas agora, se me desculpar, eu preciso ficar sozinha. Tenho que me organizar para fazer o meu trabalho. Não fica chateada? - Claro que não. E só tenho que te elogiar pela boceta limpinha e cheirosa. Adorei te chupar, sabia? Vou ter outra oportunidade? - Quem sabe? Mas, por enquanto, deixe quieto. Se eu sentir vontade, te procuro. Pouco depois, Badhia estava sozinha. Ainda estava pensando na experiência lésbica que tivera havia pouco. Não podia dizer que não gostara. Mas não era adepta ao sexo com mulheres, isso estava claro em sua cabeça. No entanto, ficou sentindo a necessidade de trepar com um homem. Estava de- cidida a se insinuar para Alberto, mas isso podia esperar. Não sabia quanto tempo passaria enfurnada naquele deserto, e desde que ganhou o livro de Tomasini, As Cronicas de Mona, que vinha com a sua libido em alta. Não conseguia passar um dia sequer sem foder. Quando não tinha oportunidade, se valia das páginas em branco do livro. Para não gastá-lo, acos- tumou-se a escrever os poemas a lápis. Depois, era só apagar e escrever outro no lugar. As páginas continuavam intactas e o efeito era o mesmo. Alberto veio até ela. Queria saber se estava bem. En- controu-a ainda arfante da foda que dera com a morena gos- tosona. O rapaz perguntou: - Está tudo bem, senhorita? Vi Nina voltar para perto da gente e você não, então vim ver se lhe falta alguma coisa. - Na verdade, falta sim, Alberto. Mas ainda é cedo para isso. - É cedo para o quê? Ela esteve indecisa se continuava ou não a cantada que
  • 29. VIRA-LATA 29 pretendia dar no rapaz. Ainda estava muito excitada e sentin- do falta de rola na sua bucha. Arriscou: - É que sempre que tomo banho, me dá vontade de fo- der muito, muito. Estava aqui pensando se não devia te pedir ajuda, para aplacar esse desejo imenso que me consome. O rapaz esteve olhando para ela. Badhia ainda estava nua, apesar de ter deixado a porta entreaberta. Nina, ao sair, terminou de deixá-la escancarada. - Olha, senhorita... eu fiz uma promessa: só praticaria sexo novamente quando encontrasse minha irmã. - Afe. E quando tempo faz que está sem? - Nem me lembre, por favor. Acho que mais de um ano. - Tudo isso? Coitado. Não dá para reformular essa pro- messa? Não creio que Deus vá ficar chateado se você não pu- der se conter. - Pode ser. Mas isso faria com que eu relaxasse a procu- ra à minha irmã, e isso eu não quero, entende? - Você tem namorada, Alberto? - Sim. Mas ela não quis vir comigo. Acho que cansou de me ouvir falar na Samara o tempo todo. - Samara é o nome da tua irmã? - Sim. Eu só tenho ela no mundo. Nossos pais falece- ram quando éramos pequenos. Ela acabou de me criar. - Ela é mais velha que você? - Cinco anos. Ela é muito inteligente. E eu a amo. - Posso fazer uma pergunta indiscreta, Alberto? - Sim, claro. Se eu puder, te respondo. - Você já transou com tua irmã? Ele esteve calado, olhando para ela. Depois, perguntou: - Por que você quer saber? - É que acabei de ter uma relação lésbica, quase ain- da agora. Eu não tenho irmãs ou irmãos. Sempre quis tê-los, mas minha mãe era doente e solteira.
  • 30. VIRA-LATA30 - E por que queria ter irmãos? - Incesto. Eu sempre quis saber como seria trepar com um irmão. Muito mais do que foder com uma irmã. Aí, hoje, conheci Nina e acabamos de fazer sexo, sabia? Por isso, fiquei ainda com vontade de ter uma rola grande metida na minha xoxota. Você é bem-dotado? Ele esteve indeciso, depois baixou a calça. Libertou um caralho de quase vinte centímetros. Isso, ainda mole. Disse para ela: - Minha irmã me chamava de jumento. Talvez, por isso, nunca teve interesse em trepar comigo. - E você tinha vontade de trepar com ela? - Sim, desde quando assisti meu primeiro vídeo de sexo. Eu devia ter uns doze anos. Ela já tinha namorado. Foi ele que “esqueceu” a fita lá em casa. - Viram o vídeo juntos? - Eu vi primeiro. Quando estava assistindo pela segun- da vez, ela me flagrou. Bateu em mim. Disse que aquilo era uma coisa muito nojenta e que eu jamais fizesse aquilo na minha vida. - Coitada, não sabe o que estava perdendo... - Como é que é? - Oh, nada, nada. Vamos fazer um trato: você me deixa te dar uma chupada e eu prometo não mais te assediar. Que tal? Ele esteve indeciso. Depois, se aproximou dela, quase tocando com seu caralho em sua boca. Prometeu: - Se você conseguir engoli-lo totalmente, até tocar com meus pentelhos nos teus lábios, a gente fode. - Mesmo? Você gosta disso? - Sim. Vi num dos filmes que assisti certa vez, e isso ficou marcado em mim. O filme se chamava Garganta Pro- funda, e a atriz era Linda Lovelace, se não me engano. - Já ouvi falar desse filme, mas nunca tive oportunidade
  • 31. VIRA-LATA 31 de vê-lo - disse Badhia, ajeitando-se para engolir a trolha do rapaz. Foi penoso. O pau, depois de duro, chegou a medir uns trinta centímetros de comprimento por seis de diâmetro. Era muito grande e grosso. Ela se engasgou, lacrimejou, tossiu, chorou, gemeu e se descabelou, sem conseguir seu intento. Aí, ouviram uma voz vinda da porta ainda entreaberta: - Deixa comigo. Eu consigo. Era Nina, que tinha voltado para ver como a jornalista estava. Flagrou os dois na hora em que Badhia estava desis- tindo da empreitada. Tinha ficado desesperada por não con- seguir. Cada vez mais ansiava o pau do rapaz em sua vulva. Por isso, reclamou: - Não. Você já teve o que queria. Agora, é a minha vez de ficar satisfeita. Deixa que eu o chupo. - Então, deixa eu te ajudar, amiga. Vem cá, Alberto. Deita na cama. Badhia vem por cima. Fica melhor de engolir. Realmente, quando tentou de novo, por pouco a jorna- lista não consegue engolir toda a trolha. Ficou de bunda pra cima, enquanto fazia a felação. Nina postou-se atrás dela e meteu-lhe a mão por trás, na boceta encharcada dela. Mexeu com os dedos e fez um bico com as pontas deles. A mão en- trou até a metade na vulva de Badhia. Então, ela pediu que a cavalona a enfiasse até o pulso. Incentivada pela jornalista, a morena fez o que ela pedia. Badhia forçou a entrada do pau na goela, à medida que era invadida pelo punho da outra. Finalmente, tocou com os lábios nos pelos púbicos do rapaz. Manteve o caralho na goela. Aí, Nina começou a rodar o punho dentro da vagina dela, fazendo-a ter o primeiro de uma série de orgasmos pro- vocados pela invasão forçada da sua boceta. Os orgasmos se
  • 32. VIRA-LATA32 sucederam quando a morena lhe enfiou um dedo na abertura do útero, a levando ao delírio.
  • 33. VIRA-LATA 33 5. Uma foda animal Alberto quebrou sua promessa feita a Deus e copulou a boceta e o cu de Badhia até se fartar. Nina também teve seu quinhão da enorme rola do rapaz. Todos gozaram muito e ficaram satisfeitos. A morena cavalona estranhou o marido não aparecer pra suruba, já que esteve bebendo com o rapaz. Deixou o casal ainda fodendo e foi ver o que se passava com ele. Encontrou-o dormindo com o copo de uísque na mão. Recolheu a peça de vidro com cuidado para não acordá-lo. Gostava dele, apesar de traí-lo de forma contumaz com ou- tros homens. Era viciada em sexo, principalmente com mu- lheres. Havia dado uma fodinha básica com o rapaz, mas que a deixara satisfeita. Gostara mais de foder a jornalista. Ain- da sentia o cheiro da sua boceta, impregnado no seu nariz. Ia voltando para o quarto onde estava o casal, quando viu a loira com cara de motoqueira. Ela estava só e fumava num canto. A morena cavalona respirou fundo e foi até ela:
  • 34. VIRA-LATA34 - Oi, amiga. Algum problema? A loira olhou para ela com desdém. Depois, disse: - Não creio que seja da tua conta... - Êpa. Êpa. Êpa.... Não precisa ser agressiva comigo. Es- tou te vendo com cara de preocupada e só quis ajudar. A outra demorou um pouco a se desculpar: - Me perdoa. Estou, realmente, com problemas. Vim com meu namorado e um amigo dele, só para descobrir que os dois formam um casal. Puta que pariu... eu jamais esperei isso de Marcão. Ele sempre foi bruto comigo, e eu adorava isso. Agora, o flagro dando o rabo ao amigo... - Esquenta não. Meu marido também corta dos dois lados. Certa vez o flagrei dando a bunda a nosso cachorro, um baita labrador. Ao invés de ficar horrorizada, fiquei exci- tada. Nesse dia nós compramos um enorme pau de borracha. Hoje, tanto eu como ele usamos o consolo. - Você fode o rabo dele com a peia? - Sim, e às vezes ele fode meu cu ou minha xana, quan- do estou carente. Mas só isso não me basta. Sempre preciso dar a um homem, ou chupar uma mulher. - Nossa, você é lésbica? - Sou bi. - Ai, que nojo. Prefiro chupar um cu de macho a uma xereca. Por falar nisso, vi que vocês estão acompanhados de um bonitão. É namorado da outra? - Não. Ela foi contratada para achar a irmã desapare- cida dele. Mas ficou caidinha pelo cara. Acredito que ainda vão ser amantes - disse a cavalona, sem querer dividir o rapaz com a loira. Faria isso de bom grado, se esta fosse lésbica. Mas a galega já se mostrara avessa ao sexo com mulheres. Então, que ficasse com seu namorado boiola. Nina viu os dois homens saírem de trás de um muro,
  • 35. VIRA-LATA 35 ainda trocando carinhos. A loira passou a dar atenção ao “ca- sal”: - Ah, vocês estavam entocados aí. Bem que desconfiei. Quero ir pra casa. Não me importa mais essa porra de rally. Os três começaram a discutir e Nina saiu de perto. Ia voltar para dentro quando avistou, longe e encima das pe- dras, um vulto humano. Reconheceu-o logo. - Cholo. O que está querendo por aqui, meu amigo? Sabe que temem você, mas querem-no morto. Culpam-no pela morte dos participantes do rally do ano passado. Vá em- bora, antes que o vejam - disse para si mesma a morena. Quando voltou para o quarto, o casal estava adormeci- do. Ela foi ao banheiro, tomou um banho demorado, depois deitou-se em um outro dormitório. Na base havia muitos. Pegou no sono. Badhia acordou com um barulho de motores do lado de fora da base. Levantou-se e foi conferir. Havia chegado mais de dez carros possantes de uma vez. Cerca de umas trin- ta pessoas desceram dos veículos. A maioria homens, mas havia também algumas mulheres. A jornalista foi até seu fus- ca, pegou sua câmera fotográfica com lente objetiva e esteve fotografando os recém-chegados. Um jovem de chapéu de cowboy se aproximou dela. Perguntou: - Jornalista? Eu também. Acredito que também veio cobrir o rally. - Oi. Badhia Lourenço. Você é?... - Ricardo Mathias. Jornal do Commercio. É a minha primeira vez.
  • 36. VIRA-LATA36 - Idem. Só que, além da matéria, tenho que fazer uma investigação, Mathias. Ouviu falar de um duplo assassinato que teve no rally, no ano passado? - Sim, claro. Foi notícia em tudo quanto era jornal. Um crime bárbaro. Estraçalharam dois caras. E parece que ainda há uma mulher sumida. - É verdade. Estou aqui justamente investigando seu paradeiro. - Estou oferecendo uma recompensa para quem me ajudar a achá-la - disse uma voz atrás de Badhia. Era o jovem Alberto Rico. Havia acordado e ouvido parte da conversa. -Recompensa de quanto? - Perguntou o repórter. - Depende da informação. Pode chegar a 10 mil reais. - Eu não sabia dessa recompensa - disse Badhia. - Ninguém sabia. Eu ia anunciar assim que começasse o rally. -Quem banca essa grana? - Tua editora, não sabia? Ela se sente culpada por ter enviado minha irmã para cá. Badhia não disse nada. Achou que havia esquecido essa informação, assim como nem se lembrava inicialmente da sua missão. O repórter do Jornal do Commercio falou: - Esse grana me interessa. Mas agora quero dar uma vasculhada na base. Pode ter algo interessante, extra-rally. Não quer vir comigo? Badhia foi. Alberto disse que não se sentia disposto e declinou do passeio. Não era pra menos: estava esgotado da foda que dera com as duas mulheres, pouco antes. Voltou a entrar na espécie de dormitório, de onde saíra. A jornalista observou que as marcas de pneus na areia vinham da mesma direção que ela veio, quando chegou na base. Perguntou para Ricardo:
  • 37. VIRA-LATA 37 - Passaram pela igreja, antes de virem para cá? - Que igreja? Não sei de nenhuma. - Existe uma no meio do sertão. Estive lá. Um padre me deixou passar a noite nela. Fica na mesma direção de onde vieram. - Não me disseram nada sobre qualquer igreja. E eu nunca ouvi falar dela. Depois, investigamos isso. Antes, que- ro tirar uma dúvida sobre essa base. Vamos comigo? Pode- remos fazer uma parceria. Escreveremos matérias idênticas. Não precisamos ser concorrentes. Badhia seguiu com o cara, mas não pretendia enga- nar a sua editora, fazendo cópia da matéria do cara. Nem iria querer que ele copiasse a sua. Entraram numa espécie de galpão, que mais parecia um angar, e ficaram impressiona- dos com a quantidade de equipamentos científicos contidos ali. Tudo empoeirado, alguns avariados. Fotografaram tudo. Depois, quebraram um enorme cadeado que protegia uma grande porta de madeira e encontraram uma espécie de tú- nel subterrâneo. Adentraram o buraco no escuro por mais de trezentos metros, mas não tinham nenhuma lanterna que iluminasse o lugar. Desistiram, por enquanto. Depois volta- riam com equipamento adequado para explorar a galeria. Badhia estava com medo do escuro. Agarrava-se ao braço de Ricardo, quase machucando-o. Aí, ouviram um barulho es- tranho perto deles. Ela ficou apavorada. Tentou correr e caiu, batendo com a cabeça na parede. Perdeu os sentidos. Quando se acordou, estava de novo do lado de fora do túnel. Mas sentiu dores na testa, onde havia batido na pedra dura. O sangue estava coagulado, mas a dor ainda persistia. Olhou em volta e não viu o repórter. Já estava anoitecendo e ela teve medo. Gritou por ele. Nada. Olhou em direção à entrada do túnel, mas não teve coragem para voltar lá. Gritou novamente por Ricardo. Aí, viu dois olhos acesos na escuri-
  • 38. VIRA-LATA38 dão do túnel. Sentiu um arrepio. Os olhos se aproximavam da saída. Eram sinistros e fosforecentes. A jovem tentou se levantar, mas caiu no chão novamente. Viu aquela coisa se aproximar cada vez mais. Então, quando aquilo saiu do túnel, ela viu tratar-se do jovem que parecia um cachorro. Ela disse: - Cholo? Ele correu quase de quatro ao encontro dela. Sorria. Lambeu sua testa, querendo limpar o sangue coagulado. Ela estava com medo dele e pediu para que parasse. Perguntou- lhe: - Você viu um rapaz que estava comigo? - Ali. Caverna. Voltou. - Ele voltou para lá? - Sim. Ali. Caverna. - Onde vai dar aquilo? - Longe. Muito. - Você pode ir buscá-lo? Tenho medo de entrar ali. Ele esteve indeciso. Depois balançou negativamente a cabeça. Disse: - Cholo medo. Perigo Cholo. Não ir. Badhia sentiu uma dor incômoda na barriga. Sabia que sua menstruação acabava de despontar, talvez devido à ten- são. Estava de calça jeans e já sentia o fundo da calcinha mo- lhado. Cholo fungava o ar. Depois, enconstou o rosto na sua vulva, por fora da calça. - O que está fazendo? Pare já com isso. Estou suja. Aca- bei de ficar menstruada. O rapaz insistia em fungá-la ali. Ela tentou afastá-lo com um empurrão e ele continuou insistindo. Ela deu-lhe um safanão. Recebeu outro, mais forte, de volta. Mais uma vez tentou reagir, mas ele era mais forte. Deu-lhe um murro
  • 39. VIRA-LATA 39 que a fez beijar o chão. Badhia desmaiou. Mas só por pouco tempo. Retomou a consciência, mas não conseguia se mover. Era como se estivesse paralisada pelo terror. O rapaz rasgou suas vestes com facilidade. Tinha uma força sobrehumana. Continuava fungando a boceta da jornalista que agora estava nua. Ela tentou fechar as pernas, mas ele se meteu entre elas. Veio por cima. Seu corpo cabeludo causava cócegas, quan- do roçava os seios da jovem. Tentou beijá-la na boca e ela se esquivou com dificuldade. Ele encaixou sua rola na racha menstruada dela. Copulou com violência e logo gozou. Ba- dhia sentiu, com asco, o líquido pegajoso lhe invadir as en- tranhas. Depois, ele desceu com a boca e ficou passando a língua fria e áspera na racha dela. Ela mesclava a sensação de gozo com o medo. Sua cabeça girou e ela achou que ha- via desmaiado de novo. Mas não. De olhos fechados, sentia a língua da aberração lhe lambendo rapidamente a vulva. De repente, ele abriu mais suas pernas e lambeu lá, bem no seu furinho. Ela teve um arrepio e, sem querer, seu primeiro or- gasmo. A partir daí, seu corpo serpenteou de prazer, se adap- tando à língua que a lambia no cu e na xoxota. Às vezes, a criatura revezava com estocadas fortes na sua boceta, mas sem se introduzir em seu cu. Quando ela se animou para co- meçar a gozar, levou um tapa no rosto.
  • 40. VIRA-LATA40 6. Uma foda de jornalistas Otapa no rosto fez Badhia sair do seu torpor. Abriu os olhos e estranhou o repórter estar lhe batendo. Pergun- tou: - Ei, por que fez isso? - Oh, graças a Deus que despertou. Você levou uma pancada na cabeça e esteve delirando. Se bem que mais pa- recia estar sonhando com uma foda. Gemia e dizia algumas palavras chulas. - Porra, tive um baita pesadelo. Sonhei estar sendo es- tuprada por um animal feroz. - Parece que estava gostando. Serpenteava o corpo, como se estivesse gozando. Ela levou a mão à xoxota. Achou que estaria menstrua- da. Mas não. Molhou a mão do próprio gozo. - Puta que pariu. Você tem razão. Até fiquei molhadi-
  • 41. VIRA-LATA 41 nha. E doida para transar. O jornalista olhou para ela. Sorriu, como que tivesse gostado do que ouviu. Insinuou: - Posso complementar o sonho, se quiser. Ela sentou-se no chão e o puxou para si. Deu um lon- go beijo no cara. Ele lhe pôs a mão num seio. Ela levantou a blusa, facilitando-lhe o toque. Ele apalpou seu seio, enquanto abria o fecho da calça dela com a outra mão. Logo, os dois estavam totalmente nus, engalfinhados no sexo. Ele metia em sua xoxota como se estivesse sem foder já havia um lon- go tempo. Seu caralho não era grande, como o do irmão da jornalista desaparecida, mas era bem grosso. E o cara metia bem, pois logo ela estava gozando. Rolaram no chão e ela su- biu sobre ele. Foi baixando a boca, até lamber-lhe os biqui- nhos dos peitos. Ele quis lhe fazer o mesmo, mas ela advertiu: - Não. Deixe que eu te faça gozar. Quero ter na boca esse caralho roliço e grosso. Vou te dar uma chupada, tá? Po- rém, não se prenda. Quero ter tua porra em minha boca. Ele relaxou e ela o chupou com gula, até que sentiu o membro inchar. - Vou gozar. Porra, vou gozar... agoraaaaaaaaaaa... Foi uma gozada cavalar. Ela continuou chupando-o, até que não sobrou nem um pingo de esperma. Ele urrou, se esvaindo em gozo. Segurou a cabeça dela com as duas mãos e ficou bombando a pica na boca dela, invadindo-lhe a goe- la. Ela engasgou-se várias vezes, mas não largou o nervo. Só quando este amoleceu totalmente. - Que loucura, meu Deus. Nunca tinha gozado assim na boca de uma mulher. Você chupa muito bem... Ficaram os dois abraçadinhos por vários minutos, até que ela disse:
  • 42. VIRA-LATA42 - Que equipamentos eram aqueles no galpão, você sabe? - Não tenho a mínima ideia. Mas parecem coisas mi- litares. Vamos tirar mais algumas fotos e mandamos para as nossas redações. Lá, decerto saberão o que são aquilo. Depois que fotografaram tudo em minúcias, os dois se retiraram. Levaram consigo o cadeado arrombado. Pres- sentiam que teriam problemas com o Exército, depois, e era melhor não deixarem provas do arrombamento. Poderiam dizer que já encontraram as instalações sem ele. Ela já havia enviado algumas fotos por celular para o jornal onde traba- lhava. As outras estavam ainda no filme dentro da câmera. Voltaram para seus quartos. Badhia ainda tinha a cabeça do- lorida. Faria um curativo, tomaria um banho e iria dormir, não necessariamente nesta ordem. Quando a sapatão viu o sangue na cabeça da moça, perguntou: - O que foi isso? Machucou-se onde? - Oh, eu levei uma queda, desbravando as dependên- cias da base. - Mas não entraram na área proibida, não é? - Área probida? Não vi nenhum aviso disso. - Está fechada a cadeado. - Não vi nenhum cadeado - mentiu a jovem. - Vou já lá. Eu sou responsável por aquela área. Real- mente, não colocamos nehuma sinalização, mas achamos que os moradores daqui não seriam tão curiosos. Já estou vendo que errei. - Colocamos, assim no plural? Você é militar, Nina? Ela esteve um tempo calada. Mas já tinha dito merda, resolveu abrir o jogo: - Eu e o meu irmão ficamos tomando conta da base. Eu sou tenente do Exército, e ele, apesar de ser mais jovem que
  • 43. VIRA-LATA 43 eu, tornou-se capitão. Existe um galpão na base onde estão guardados equipamentos de grande valia. Temendo sermos saqueados, principalmente por gente que entende do assun- to, ficamos seis de nós responsáveis pela guarda. - E que tipo de equipamentos são esses? - Sigilosos. Não posso te falar deles. E já falei demais. Vem cá, para eu dar uma olhada nesse ferimento... - Deixe-me tomar um banho, primeiro. - Eu te lavo as costas, quer? Badhia esteve indecisa, depois concordou que a outra lhe desse um banho. Mas avisou: - Quero. Mas sem sacanagens, ok? A tenente tinha mão leve e a jornalista quase não sentiu dor enquanto ela lhe fazia o curativo. Depois, a militar cobriu a jovem com cuidado e ficou dando tapinhas em sua bunda, até que Badhia dormiu. Em seguida, levantou-se da beira da cama e muniu-se de uma pistola, dessas do Exército. Saiu, indo em direção ao galpão. Lá, esteve examinando o solo poeirento. Via-se nota- damente os ratros dos dois jovens. Mas o que lhe chamou a atenção foram uns rastros estranhos que ficaram na poerira. Disse para si mesma: - Cholo, meu caro Cholo. Você está arriscando muito, garoto. Não é saudável estar zanzando por aí, nesta época do ano, quando começa o rally. Ela examinou a porta do que parecia ser um angar, e deu pela falta do grande cadeado. Não achou a peça, nem a ferramenta que os jovens usaram para abri-lo. Na verdade, o repórter tinha usado uma grande barra de aço, que encon- trou no galpão, para forçar o cadeado. Depois de aberto, ele devolveu a barra ao seu lugar. Por isso a tenente não tinha visto sinais de que a barra tivesse sido usada. Ainda procurou
  • 44. VIRA-LATA44 o cadeado por uns minutos, depois abriu um armário. Pegou uma lanterna grande e potente e se enfurnou túnel adentro.
  • 45. VIRA-LATA 45 7. A prisioneira sexual No meio do caminho, porém, a tenente soltou uma im- precação: - Puta que pariu. Vou ter que voltar. Devia ter dado uma olhada na bolsa da cadela, quando tive oportunidade. Mas ela deve estar dormindo. Ainda dará tempo. Pensou nisso e voltou imediatamente pelo túnel. Quan- do chegou ao quarto onde ainda dormia a jornalista, encon- trou sua bolsa tipo escolar aberta. Meteu a mão e retirou de lá a câmera. Ela veio com a tampa onde se coloca o filme escancarada. Estava vazia. Não havia filme nela. Procurou no fundo da bolsa e nada. Então, tentou adivinhar: - Essa puta entregou o filme para o repórter. Vou ter que encontrá-lo. Badhia se mexeu na cama e ela saiu imediatamente do quarto. Procurou o repórter por toda a base e não o encon-
  • 46. VIRA-LATA46 trou. Perguntou à loira que vira brigando com os motoquei- ros: - Viu o repórter? - Ele se foi embora. Até levou o carro. Disse que tinha perdido o interesse em participar do rally. - Filho da puta. Já pegou o que queria, agora deu no pé. Mas cometeu um grande erro. - O que você disse? - Perguntou a loira. - Nada não. Pensava aqui comigo. Resolveu tuas quei- xas com o teu namorado? - Namorado do outro, você quer dizer. Não. Deixei para lá. Não quero chupar pau fedido a cu. Assisto o rally e vou embora. - Você tem carro? - Não. Tenho uma moto. Por quê? - Vou precisar dela. Mais rápida, na areia, do que uma Land Rover. Empreste-me a chave, por favor. - Nem pensar. Não existe posto de gasolina por perto e vou precisar dela com tanque cheio para ir-me daqui. A tenente deu uma patada na mulher, de surpresa, fa- zendo-a desmaiar de dor e sem fôlego. É que a pancada foi assestada na barriga. Depois, arrastou a loira para dentro de uma guarita no portão da base. Ninguém a viu. Tirou as cha- ves do bolso da motoqueira e logo localizou o veículo. Mon- tou na pesada moto e foi embora. Quando já estava longe da base, sacou seu aparelho ce- lular do bolso. Fez uma ligação. Assim que atenderam, ela disse: - Temos um problema, mano. Uns xeretas abriram o angar e estiveram fotografando. Não consegui encontrar o rolo com as fotos. Precisamos deter os dois. Da jornalista, me encarrego eu. Mas vou precisar da tua ajuda para recuperar o filme que está com o parceiro dela.
  • 47. VIRA-LATA 47 - O que quer que eu faça? - Aguarde-me aí. Estou indo. Iremos usar o canhão atô- mico. - Está doida? Não temos permissão para usá-lo. E ele nunca foi testado. - Mais um motivo para usá-lo, não? Ele precisa ser tes- tado. Dito isso, ela desligou. Empreendeu mais velocidade à moto. Decerto, o jovem repórter ainda estaria ao alcance do canhão. Logo avistou a igreja e sua torre metálica. Dirigiu-se para lá. Abraçou-se com o padre, que a esperava na porta da igrejinha. Depois entrou afobada. Disse: - Depressa. Precisamos detê-lo. Ligue os equipamen- tos. - Já liguei. Estava só te esperando. Sabe que eu não sei manejar aquela coisa. Ela não respondeu. Correu até uma porta fechada a ca- deado e meteu a chave. Logo, estava dentro de uma sala de tamanho médio, cheia de aparelhos de tevê e computadores. Manejou um dos equipamentos e a imagem desértica surgiu à sua frente. Procurou, até encontrar um carro correndo no meio da caatinga. Aproximou a imagem e viu o repórter sor- ridente dirigindo o carro. Girou uma manivela e a imagem que apareceu na tela foi sobreposta por um alvo. Ela ajustou os controles e depois apertou um botão. O carro, uma cami- nhoneta com o emblema do Jornal do Commercio, explodiu no ar. A tenente Nina sorriu. Disse: - Bem no alvo. - Espero que saiba o que está fazendo, mana. A empre- sa dele vai querer investigar o que lhe aconteceu.
  • 48. VIRA-LATA48 - Não descobrirão nada. O canhão não deixa vestígios. - Você sabe que sim. E basta encontrarem sinais de ra- diação na área. Logo saberão que foi coisa de militares. - Fique frio. Eu dou uma jeito de nos livrar da situação, como sempre. - Acho melhor não realizarmos o rally, este ano - disse o padre. - Está louco? É dele que tiramos a grana para continu- armos com as pesquisas por nossa conta... - Mas já está ficando perigoso, desde o desaparecimen- to daqueles motoqueiros. A forma como morreram não foi convincente. Ao contrário: suscitou mais desconfianças. - Você tem razão. Mas a culpa acabou recaindo sobre o pobre Cholo. Por falar nisso, onde está ele? Não o vi, vindo para cá. - Você sabe que ele só se mostra quando quer. Conti- nua rondando a igreja. Claro que farejou a moça que mante- mos presa. - Como está ela? - Sedada, como sempre. Se não fizer isso, ela pode esca- par. Já conseguiu por duas vezes. - Eu vou querer vê-la. Pouco depois, a tenente acendia a lâmpada de um quarto com grades na porta. Uma morena muito bonita, mas bastante magra e maltratada, estava adormecida sobre um catre. Não se incomodou com a chegada da militar. Nina a acordou: - Acorde, bonita. Vamos tomar um banho, que eu que- ro dar uma chupada nessa xoxota magra. A mulher abriu os olhos mortiços. Depois, se virou para o outro lado. Estava totalmente nua e algemada à cama. - Vamos, vamos, que eu não posso me demorar. A moça, aparentando uns trinta anos, conseguiu se le-
  • 49. VIRA-LATA 49 vantar, sentando-se na cama. O padre apareceu na porta já nu. Disse: - Vou te ajudar a lhe dar banho. Também vou querer fodê-la. - Que seja. Não sou egoísta. Ambos quase carregaram a moça até o banheiro. De- ram-lhe um demorado banho, lhe lavando as partes com afinco. Logo a trouxeram de volta ao quarto. A tenente ma- mou-lhe os seios, enquanto o padre se ajeitava por trás da prisioneira. Ela nem gemeu quando o reverendo enfiou sua enorme pica no rabo dela. Estava por demais dopada, ou en- tão fingia estar. Enquanto o padre lhe metia no cu, a morena cavalona lhe chupava o grelo. A coitada nem a isso reagia. Só deu um gemido arrastado quando a tenente lhe mordeu o biquinho do seio. Quando o sujeito, depois de fofar-lhe o cu, caiu de lado, extenuado, a magra também desabou. Nina fi- cou frustrada. Xingou-a e bateu em seu rosto. Ela não reagiu. Aí a tenente disse: - Não tem jeito, está muito dopada. Deixemo-la des- cansar. Mas não vou poder esperar. Vou-me embora. Outro dia, estarei de volta. Quanto tempo ainda vai demorar para você anunciar o rally? - Um ou dois dias. Está tudo quase pronto. Só falta che- garem os participantes. Este ano aumentarei o prêmio. Deve vir uma quantidade maior de pessoas. - É, a estratégia tem dado certo: anunciamos o rally, cobramos as inscrições e quem vencer e vier cobrar o prêmio aqui, são mortos por nós. Desse modo, pagamos o emprésti- mo que pedimos ao banco e ficamos com muita grana para aplicar no projeto. - É, mas esse tiro que você deu com o canhão atômi- co vai deixar a área radioativa por mais tempo. Teremos que adiar o rally do próximo ano. - Depois, veremos isso. Pena que você gozou no cu da
  • 50. VIRA-LATA50 magra. Podíamos muito bem dar uma foda, nós dois. - Estou satisfeito. Inclusive, ando tendo uns sonhos eróticos intensos, que fazem com que eu acorde todo meleca- do. Por falar nisso, o que pretende fazer com a jornalista? Po- díamos matar essa que temos prisioneira e ficar com a outra. - Vou pensar. Inclusive, a outra é mais apetitosa. E per- mitiu-se ao sexo comigo. - Mesmo? Ela não me pareceu lésbica. - Ah, toda mulher, no fundo, gostaria de ter ao me- nos uma relação lésbica. Ou, muitas já tiveram uma, na ado- lescência. Mas vamos ao banheiro de novo. Vou me banhar, antes de ir embora. Aí, você me dá uma chupadinha. Fiquei afim, depois dessa porra ter desmaiado. - E o que faremos com ela? - Deixe-a como está. Tenho pressa de gozar e ir embo- ra. E ela está dopada demais para fugir. Quando o casal incestuoso saiu, no entanto, a jornalis- ta conseguiu se levantar e fugir da cela onde estava reclusa. Ouviu o barulho do chuveiro e foi para o lado oposto. Achou, finalmente, a escadaria que dava acesso ao túnel. Mesmo no escuro, meteu-se caverna adentro. Já tinha escapado algumas vezes por ali. Já conhecia o caminho. Precisava, agora, ter o cuidado de não ser apanhada novamente.
  • 51. VIRA-LATA 51 8. O ordenança fodeu-lhe o cuzinho Quando a tenente Nina foi buscar suas roupas no banhei- ro, deu pela falta da magra. Chamou o irmão, mas este ainda estava destruído pelas gozadas que dera, pois ela tam- bém o chupou quando ele voltou a ficar excitado. Não era a primeira vez. Desde pequenos que os dois se entregavam à sacanagem. Os pais passavam o dia todo no quartel, pois ambos eram militares, e o casal ficava solto pelas ruas. Como o irmão tinha dificuldades em arranjar mulher, por causa do seu pau avantajado, ela o chupava para lhe aliviar o tesão. Logo, Nina estava cobrando para chupar os meninos da sua idade, que moravam nas redondezas. Talvez, por isso, enjoou logo de pica. Passou a gostar mais de xoxotas. Quando o Exército começou alistando mu- lheres, foi servir as Forças Armadas com o irmão. Ele era mais inteligente e logo galgou postos. Ela lhe seguiu os passos, mas
  • 52. VIRA-LATA52 com menos sucesso. Então, o irmão foi designado para assu- mir um posto naquele deserto, no Cu de Maria, como os sol- dados diziam. Começaram ali as experiências com radiação, mas um acidente em uma das usinas expôs o tipo de material que usavam. A base foi fechada, depois de vários moradores da área terem apresentado sinais claros de contaminação. Ela, o irmão e mais quatro militares se voluntariaram para guar- dar o local. Mesmo sob risco de contaminação. Mas o plano do sexteto era reativar a base por conta própria e continuar as experiências nucleares. Estavam a ponto de conseguir um inédito efeito de camuflagem, que deixaria a base totalmente invisível para os satélites e para quem passasse por perto. Maisumavezseuirmãofoimaisespertoeengendraram o plano de ganhar dinheiro para continuarem as experiên- cias: pediram um vultoso empréstimo a um banco e usavam o dinheiro para ganhar muito mais com os rallys. Ofereciam um prêmio polpudo mas, quem ganhasse a competição, era assassinado pelo grupo. No entanto, no ano anterior, um in- cidente por pouco não bota tudo a perder: uma repórter des- cobriu o que se fazia na base e ia denuncia-los ao jornal onde trabalhava. Apareceu com os dois ganhadores que foram res- gatar os prêmios na igreja que servia de ponte para a área de equipamentos nucleares da base, através do túnel que ligava os dois lugares um ao outro. Fotografou os testes que faziam com o equipamento, além de presenciar os dois competido- res sendo mortos pelos seis militares. Capturaram a jornalis- ta, mas esta já havia telefonado para a redação e denunciado o crime. Tiveram que inventar uma saída. Estraçalharam os ganhadores do rally e espalharam a notícia que tinha sido um animal feroz a fazer tal carnificina. O pobre rapaz com jeito de cachorro foi incriminado e teve que fugir da sanha dos seus perseguidores: os outros que participaram do rally. A partir de então, Cholo se tornou um fugitivo.
  • 53. VIRA-LATA 53 Nina sabia da sua história: ele era filho de uma doida que vivia de restos de comida e que tinha por companhia um cão pastor alemão. Diziam que ela transava com o animal, mas os militares que trabalhavam na base sabiam que o rapaz tinha sido cobaia de uma experiência militar que usava genes caninos cruzados com genes humanos. Utilizaram o filho da doida, nascido dela depois que soldados da base a usaram numa sessão de curra. Só a tenente Nina foi contra a experi- ência, mas era voto vencido. Depois, soltaram a criança à sua própria sorte. Ela passou a se alimentar de restos de comidas, para não morrer de fome. A tenente Nina sabia que a magra havia tomado o túnel para escapar, como já fizera outras vezes. Era só esperá-la na saída, do outro lado, lá na base. Arrependera-se de não ter matado a loira de quem tomou a moto. Mas o faria, se ela se metesse a besta. Ainda tinha a pistola na cintura, quando pegou a moto e empreendeu o caminho de volta. Mas não esperava encontrar tanta gente reunida lá. Havia chegado quase uma centena de novos competi- dores. A loira havia se recuperado das pancadas recebidas e dizia que tinha sido atacada pela morena cavalona. Quando a viu chegar de moto, apontou-a aos demais. Muitos partiram para cima de Nina, para tomar-lhe a moto e devolvê-la para a verdadeira dona. Badhia também a acusava: - Onde está meu rolo de filme? Você me enganou, fin- gindo tratar do meu ferimento, e tirou-o da minha bolsa. Foi a deixa para a turba avançar pra cima da tenente. Assustada, ela sacou da arma e atirou para cima, querendo intimidar. Foi o seu erro. Uma multidão enfurecida saltou sobre ela e a desarmou. Em seguida, a cobriram de porradas. A coisa piorou quando alguém disse que havia passado por onde tinham explodido um carro do Jornal do Commercio.
  • 54. VIRA-LATA54 Havia um jovem morto dentro. Acharam que ela o havia ma- tado e assassinaram a tenente de tanto cacete. Badhia tentou impedir o linchamento e por pouco não se voltaram contra ela. As pessoas estavam ensandecidas. Só depois a jovem en- tenderia que aquela reação era um efeito causado pela radia- ção do lugar. O telefone celular da jornalista tocou justo no momen- to em que a turba ainda chutava o corpo inerte da tenente. Era a editora de Badhia. Ela disse: - Oi, Badhia. Já analisamos as fotos que você nos en- viou. O Exército informou que não sabia que esses equipa- mentos ainda estavam na base. Havia sido dada a ordem para recolhê-los há anos. Ficaram de mandar um destacamento para aí. Pedi que entrassem em contato contigo. Tem notícias da outra jornalista? - Ainda não. Mas sumiu um repórter do Jornal do Commercio que estava trabalhando comigo. Agora pouco soube que ele foi assassinado por uma tenente do Exército, que também acaba de ser assassinada. - Como é que é? - É complicado. Deixa eu me informar melhor e depois te mando uma mensagem explicando tudo. - Está bem, mas tome cuidado. Se vir que as coisas es- tão ficando feias, deixe tudo e volte para cá. Não quero perder outra jornalista, entendeu? Badhia se despediu da chefe e depois foi verificar se a tenente ainda estava viva. Não estava. Ela pensou em foto- grafar o corpo, mas não quis se arriscar a novo levante. Algu- mas pessoas que não participaram do linchamento estavam incrédulas. Algumas queriam ir logo embora dali. O clima ficou pesado. Mas avistaram uma nuvem de poeira ao longe. Badhia sabia que era o Exército chegando. Pouco depois, um dos soldados perguntava:
  • 55. VIRA-LATA 55 - Quem é Badhia Lourenço? - Sou eu, senhor. - Disse a jornalista, dando um passo à frente. - Venha comigo. Era um capitão jovem e bonito. Devia ter uns quarenta anos, mas demonstrava menos. Foram para uma das salas da base e ele começou: - Reporte-se do que sabe, senhorita. Já sabemos das atividades clandestinas nesta base. Vi que houve um crime recente. Denuncie os culpados. - Não posso, senhor. Foram muitos a lincharem a coita- da. Não deu pra saber quem não deu ao menos uma porrada. - Quem era a vítima? - Uma tenente do Exército. Disse-me que tinha servido nessa base, antes dela ser fechada. - Nome? - Nina de tal. Estava acompanhada do seu marido. Não o vi mais. Deve estar dormindo, ainda bêbado. - Localize-o. Vou querer falar com ele. O tenente tirou umas fotografias de um envelope e mostrou à jornalista. Perguntou: - Conhece algum desses? - A mulher é a tenente assassinada. O mais novo é o padre que vi antes de chegar aqui. Os outros, nunca vi. - O que diz ser padre, na verdade é um capitão do Exér- cito. Os seis estavam responsáveis pelos equipamentos ainda contidos na base. A senhorita está bem? Na verdade, Badhia estava zonza. Disse isso ao militar e ele chamou um ordenança. Pediu um aparelho a ele. O cara foi até um dos caminhões do Exército e voltou com uma es- pécie de medidor de radiatividade. O tenente informou, após examinar a jornalista com o aparelho:
  • 56. VIRA-LATA56 - A senhorita foi contaminada pela radiação. Vai ter que ficar de quarentena. Logo será removida da base. - Eu tenho uma missão, tenente: encontrar uma jorna- lista desaparecida. Não sairei daqui antes de saber do para- deiro dela. - Você é quem sabe. Mas terá que ficar de repouso por algumas horas. O que está sentindo? - Se eu disser, o senhor não vai acreditar. - Tente. - Uma imensa vontade de trepar. - É natural, quando se é contaminado por esse tipo de radiação. Prefere os caralhos maiores ou menores? - Os maiores, senhor. - Ordenança, ache o mais pauzudo dos nossos homens e o apresente à senhorita. Acomode-a nas melhores instala- ções. - Temo que seja eu o mais caralhudo do pelotão, senhor - disse o ordenança. - Então, sirvam-se. Estão dispensados. Badhia preferia o belo tenente, mas estava muito ansio- sa para foder, para poder escolher. Mesmo assim, perguntou ao ordenança, quando este se despiu com urgência, mostran- do um cacete já duro mas não muito grande: - Tem certeza de que tem o maior caralho do pelotão? - Claro que não tenho. Mas não ia perder uma oportu- nidade dessas. Você é muito bonita e gostosa. - E você é um aproveitador - disse ela rindo. O cara não era bonito, mas trepava muito bem. Não era desses que tem pressa em gozar. Primeiro, procurou sa- tisfazer a jornalista. Deu-lhe uma gostosa chupada. Ela não demorou muito a gozar. Pediu que ele lhe invadisse a greta. O sujeito demorou a fazer o que ela queria, dando-lhe um gostoso banho de língua. Badhia implorava para tê-lo dentro
  • 57. VIRA-LATA 57 de si. Ele, antes, pincelou seu pau no cuzinho dela. A jovem se abriu para recebe-lo. Mais uma vez o cara a virou de frente para ele. Parecia querer fazer sempre o contrário do que ela lhe pedia. A moça já estava agoniada quando ele lhe invadiu o reto com a peia. Ela não se aguentou mais: derramou-se em gozo pela boceta, espirrando esperma longe.
  • 58. VIRA-LATA58 9. Melhor de três Alberto Rico havia explorado a base à procura de infor- mações sobre a irmã. Mostrava fotografias às pessoas que chegavam aos montes para o rally, mas ninguém se lem- brava dela. Quando voltava para perto da entrada da base, viu a cena de linchamento da tenente Nina. Não era corajoso o suficiente para tentar livrar a morena cavalona da turba. Fi- cou aliviado quando viu a chegada do Exército. Mas também preocupado, quando sua amiga Badhia foi levada para uma sala com o capitão. Depois, viu o ordenança sair e voltar com um aparelho de medir radiação e ficou mais cismado ainda. Assim que o militar saiu da sala, deixando a jornalista e o ordenança sozinhos, resolveu espioná-los. Esgueirou-se até uma das janelas. Chegou a tempo de ver a jornalista deliran- do de tanto levar rola. Primeiro, pensou que ela estava sendo estuprada. Depois, ao perceber que ela gritava de gozo, ficou com ciúmes. Já ia interromper o coito, quando ouviu um bur-
  • 59. VIRA-LATA 59 burinho vindo de perto do galpão. Os soldados se movimen- tavam, todos armados, como se estivessem numa situação de grande perigo. Desistiu de incomodar o casal fodendo e foi ver o que se passava. Reconheceu Samara, sua irmã desapa- recida, vindo em direção às pessoas, sendo acompanhada de uma estranha criatura. Era um jovem que andava parecido com um cachorro. O sujeito queria voltar para dentro do tú- nel, quando viu as armas apontadas para si, mas a moça in- sistia para que viesse com ela. Alberto correu até a irmã e abraçou-se com ela. A cria- tura aproveitou para correr de volta ao túnel. Os soldados quiseram persegui-lo mas a jovem Samara gritou: - Não o machuquem. Foi ele quem me achou perdida e me trouxe aqui. O capitão intercedeu: - Quem é a senhorita, e o que está acontecendo? - Ela é minha irmã desaparecida - apressou-se a dizer o rapaz. - E Cholo é o pobre rapaz que foi acusado da morte dos vencedores do rally do ano passado. Eu vi os caras serem mortos por um que se finge de padre. Estive prisioneira dele até hoje. Ele se esconde no fim do túnel. Peçam ao rapaz para leva-los até ele... Dito isso, Samara desfaleceu. O irmão conseguiu am- pará-la antes que caísse no chão. O capitão acudiu e deu or- dens para que a levassem a um dos dormitórios. A moça ain- da estava nua. O próprio irmão a pegou nos braços e a levou ao dormitório. Logo, ela estava sendo examinada por um mé- dico do Exército. O capitão organizava um grupo para entrar na caverna cuja saída ficava no galpão. Os militares usaram óculos de escuro e logo localizaram o jovem com jeito de ca- chorro, escondido dentro do túnel. O capitão gritou-lhe:
  • 60. VIRA-LATA60 - Não tenha medo, jovem. Precisamos de você. Quere- mos que nos leve ao suposto padre. Se bem que eu já sei de quem se trata. Mesmo temeroso, Cholo deixou de fugir. Seguiu rápido túnel adentro, pedindo que o acompanhassem. Foi seguido pelos soldados armados. Pouco depois, chegavam na igreja. No entanto, o padre não estava mais lá. Havia fugido. - Fugiu. Cholo sente cheiro dele. Perto. Cholo pode pe- gar. - Pois pegue-o. - Ordenou o capitão. O rapaz farejou tudo que era canto da igreja, até achar a direção que o padre tinha escapulido. Partiu numa veloci- dade incrível, correndo quase de quatro, sem conseguir ser seguido de perto pelos militares. O calor e o terreno hostil desacelerava a carreira dos soldados atrás dele. Logo, o jovem se perdeu de vista. O capitão gritou, esbaforido: - Sigam-no. Continuem atrás dele. Peguem o padre. Vivo ou morto. Não precisava dizer mais nada. Os caras continuaram a perseguição. Logo, ouviram tiros de metralhadora. Temeram por Cholo. De repente, os tiros cessaram. Quando voltaram a ver o rapaz com jeito de cachorro, o padre jazia no chão, com a garganta dilacerada a mordidas. Mas ainda estava vivo, apesar de sem sentidos. - Mediquem-no e vamos leva-lo de volta à base. Quem ainda tiver fôlego, passe um rádio para o pelotão. Peça uma viatura e um médico. - ordenou o capitão. Depois, sentou-se no chão empoeirado, cansadíssimo da carreira. - Outros. Tem outros. Cholo sabe quem. - Muito bem, Cholo. Mas não precisa pressa. Sei que outros quatro fazem parte do bando de militares rebeldes.
  • 61. VIRA-LATA 61 Vamos prendê-los, mesmo se já tiverem arribado da base. Tinham. Por isso, o capitão pediu a intervenção das Forças Armadas para capturar os quatro fugitivos: o marido de Nina e mais três. Com menos de quinze minutos, viram helicópteros do Exército sobrevoarem a área desértica. O ca- pitão fez uma vistoria na igreja. Encontrou roupas da jorna- lista desaparecida, provas das atividades do grupo e dinheiro. Muito dinheiro. Confiscou tudo e esperou um caminhão que estava vindo, com soldados. Breve, estavam de volta à base. Badhia estava de quarentena. Iria ser transportada de volta à capital Recife. A magra Samara também. Alberto não cabia mais os dentes na boca, de tanto sorrir. Agradeceu mui- to a Badhia. Ela repetia que o mérito havia sido de Samara, que conseguiu fugir. O pessoal que iria competir se aglome- rava na frente da sala da enfermaria, querendo saber sobre o rally. - O rally não vai mais existir.- Disse o capitão, falando à improvisada plateia. Houve uma vaia geral. Alguém reclamou que gastou muito para estar ali. O capitão continuou: - Mas recuperamos a grana que iria ser paga de prêmio. Então, este ano vai ser diferente: vamos esperar todos os que iriam participar da competição. Dividiremos o dinheiro por cada um que tiver um carro a inscrever. Agora, foi aplaudido. Todos gostaram da solução do ca- pitão. Alberto disse para Badhia: - Não se preocupe. Não precisa se inscrever. O dinhei- ro oferecido pelo teu jornal não é pouco, para achar minha irmã. Você o merece. - Infelizmente, eu gostaria de assistir o rally. Nunca vi um.
  • 62. VIRA-LATA62 - Prometo influenciar a editora do teu jornal para que promova um. Mas não neste cu de mundo, contaminado pela radiação. - Cu de Maria. É como os militares chamam este lugar. Diga ao povo que pretende fazer novo rally. Todos vão gostar. Pouco depois, o jovem anunciava a competição para três meses depois. Quem quisesse participar, deixasse o ende- reço eletrônico. Poucos não o fizeram. E, aos poucos, foram deixando a base. O capitão recebeu um comunicado de que os fugitivos haviam sido capturados. Deu a ordem de partida para os seus comandados. **************************** Só mais de um mês depois, Badhia foi liberada da sua quarentena. Perguntou por Cholo e lhe disseram que ele fora adotado pelo Exército. Havia se transformado num soldado promissor. O jovem Alberto não foi visita-la no hospital do Exército nem uma só vez. Mesmo a irmã estando internada na mesma ala que ela. Em compensação, o jovem ordenança a visitava todos os dias. O belo capitão, em dias alternados. Foi ele quem perguntou: - Ainda persiste a vontade de trepar? - Isso é um convite? - A senhorita está comprometida com o ordenança. - Quem disse? Ele é gentil comigo e merece ao menos uma foda. Mas esta bocetinha miúda aqui ainda não tem dono. E está doida para ser usada novamente. - Sendo assim, está dispensado, ordenança Walter. Se- rei eu a levar a senhorita daqui. - Pois não, senhor. Mas lembre-se de que sou eu que tenho o maior caralho do pelotão, e ela gosta de machos pauzudos. - Bote o teu pra fora das calças, ordenança. Se for maior
  • 63. VIRA-LATA 63 que o meu, você leva. - Êpa. Eu não quero levar rola, senhor. Nada disso. - Exclamou o ordenança, entendendo a pulha dita pelo supe- rior - Mas não custa nada tirarmos a dúvida. O ordenança perdeu. O pau do capitão tinha quase trinta centímetros, ainda mole. O do outro não chegava a vinte, duro. Badhia aplaudiu. Mas foi logo avisando: - Quem ganhou, ganhou. Mas posso muito bem dar pros dois! - Pros três - Ouviram uma voz da porta do quarto do hospital. - Ei, onde você esteve esse tempo todo que nem me visitou? - Também fiquei em quarentena, mas não neste hospi- tal. Não me deixaram sair nem para visitar minha irmã. - Estamos atrapalhando alguma coisa? - Perguntou o capitão. - Houve um pequeno mal-entendido, capitão. Mas a foda ainda está de pé. Só peço um tempinho para matar a vontade desse sujeito. Senti saudades do pau enorme dele -disse ela. - Vamos fazer uma segunda etapa da competição? - Re- clamou o capitão - Não estou disposto a perder para esse su- jeito sem nem ao menos tentar. - Badhia riu gostosamente. Abriu a bata de hospital que vestia e afirmou: - Quem primeiro encostar a língua na minha boceti- nha, ganha minha preferência! FIM DA SÉRIE