Este documento fornece contexto histórico e social sobre a obra "Felizmente há luar" de Luís de Sttau Monteiro, incluindo a Revolução Francesa e as invasões napoleônicas. Resume as principais personagens e locais, e explica como o trabalho critica a sociedade portuguesa do século 19 através de uma sobreposição metafórica dos tempos histórico e da escrita.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
Felizmente há luar
1. Felizmente há luar
De Luís de Sttau Monteiro
Algumas notas sobre o tempo, o espaço e as
personagens
2. Contextualização histórica e social
Revolução Francesa de 1789
As invasões napoleónicas abalam o Ocidente da
Europa
Só a Inglaterra resiste ao Imperador Napoleão
Bonaparte
29 de novembro de1807: tropas de Junot às
portas de Lisboa; D. João VI e grande parte da
Corte fogem para o Brasil
3. Contextualização histórica e social
O General Beresford é nomeado General para
apoiar as tropas portuguesas durante as invasões
Francesas (Soult, Massena, Junot)
Beresford vê os seus poderes consolidados, mas
começa a atrair inimigos
Em 1815 o General chega a Lisboa e o Intendente
da Polícia avisa Beresford da simpatia que o povo
nutre pelo General e do ambiente de conspiração
que grassa por Lisboa
4. Classificação da Obra
Drama narrativo de caráter épico que retrata o
ambiente de opressão, de censura do regime
monárquico-absolutista contra o ambiente de
conspiração dos liberais
O quadro social representado revela as
condições de vida da sociedade portuguesa
do século XIX e a revolta dos mais esclarecidos
A obra inspira-se no teatro de Brecht,
mostrando o Homem e o mundo em constante
transformação
5. Classificação da obra
A obra reflete a preocupação com o Homem e o
seu destino, a luta contra a miséria, a denúncia da
ausência de moral, a busca de uma sociedade
solidária que permita a verdadeira realização do
Homem.
Inspirando-se na técnica de Brecht, no paralelismo
Histórico e numa representação despojada de
adereços, Sttau Monteiro proporciona uma análise
crítica da sociedade de modo a criar nos
espetadores consciência crítica e a tomarem
posição
6. Personagens – Os três governadores
D. Miguel de Forjaz: frio, desumano, calculista,
rancoroso
Principal Sousa: Imponente, representa o fanatismo
religioso que em nome de Deus compactua com o
despotismo do regime
General Bresford: Preocupado com as aparências,
revela-se um materialista que cumpre a missão em
nome do salário anual, representa o menosprezo
britânico pelo estrangeiro. Teme quem ameace o
seu poder.
7. Personagens – os delatores
Vicente: é do povo, mas despreza-o, inteligente,
revoltado com a sua condição de nascimento trai
os da sua classe em nome de um salário e uma
vida estável como chefe da polícia.
Morais Sarmento e Andrade Corvo: denunciantes
Dois Polícias: iguais a todos os polícias, cumprem
o dever de manter a ordem
8. Personagens: o contra poder
Gomes Freire: “Um homem às direitas, um
homem como todos nós”; “lúcido, inteligente,
idolatrado pelo povo”; adquire uma dimensão
mítica, pelos valores que representa e
sobretudo por nunca aparecer ao longo da
obra
Matilde: companheira de todas as horas do
General, vestida de negro e desgrenhada é a
imagem da dor;
António de Sousa Falcão: o amigo inseparável
de Matilde e de Gomes Freire de Andrade
9. Personagens: o contra poder
Manuel: o mais consciente dos populares; sem
esperança de que as coisas mudem;
Rita: submissa à vontade do marido; solidária
com Matilde de Melo;
Outros populares: revoltados com a sua
situação de miséria, mas receosos do poder
repressivo; são o pano de fundo das cenas
iniciais nos dois atos
Antigo Soldado: reflete os ideais de Gomes
Freire
10. Personagens: contra poder
Frei Diogo: um homem sério que procura
mostrar a outra face do poder religioso
Antigo Soldado: reflete os ideais de Gomes
Freire
11. Espaço
Na rua: o espaço próprio para revelar o
drama social do povo, a miséria e o medo
No palácio dos governadores onde se
exerce o poder onde reina a austeridade e
o luxo sóbrio
12. O Tempo: sobreposição metafórica de dois tempos
O tempo da história:
ambiente de agitação social, conspiração,
repressão
Denúncias
Medo, miséria e revolta
Classes do poder com medo de perder
privilégios
Prisão e condenação de Gomes Freire de
Andrade – execução sumária
13. O Tempo: sobreposição metafórica de
dois tempos
O tempo da escrita, 1961:
o regime salazarista e a oposição
A conspiração
A perseguição ao General Humberto Delgado
O descontentamento e a revolta contra a
guerra colonial, contra prisões e torturas de
repressão do poder político