SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Luís de Sttau Monteiro
Dramaturgo, encenador, jornalista e romancista português (1926-
1993), conhecido sobretudo pela peça em dois actos Felizmente Há Luar
(1961), ganhou o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de
Escritores, mas seria representado no nosso País apenas em 1978, devido à
intervenção da censura.
A sua carreira literária iniciou-se em 1960, com a publicação do
romance Um Homem não Chora, a que se seguiu, em 1961, outra obra de
prosa ficcional - Angústia para o Jantar. As suas sátiras sobre a ditadura e a
Guerra Colonial tornaram-no objecto de perseguição política, chegando mesmo
o autor a ser preso.
Felizmente Há Luar (1961), só representada no D. Maria em 1978, é
protagonizada por Gomes Freire de Andrade (1575-1817), um estrangeirado
activo na política da fase final do Antigo Regime e que desembocará na
revolução de 24 de Agosto de 1820.
Raul Brandão, em Vida e Morte de Gomes Freire (1914), intitulara o
derradeiro capítulo «Felizmente há luar», homenagem a general e “maçon”
que, pelos vistos, inquietava o inglês Beresford, que superintendia entre nós,
na ausência da Corte do rei D. João VI, fugida para o Brasil, aquando das
invasões francesas. O debate, sendo entre um apaniguado de D. Miguel e um
popular revolucionário, deve ser lido, entretanto, como desejo de libertação das
tutelas que nos vinham sendo impostas, e, em 1961, da tutela salazarista,
entre a repressão e a aventura da guerra ultramarina.
O recurso à distanciação histórica e à descrição das injustiças
praticadas no início do século XIX, em que decorre a acção, permitiu-lhe,
assim, colocar também em destaque as injustiças do seu tempo.
1
Peça em dois actos
• Publicada em 1961 – Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa
de Escritores – censurada;
• 1962 – tentativa do Teatro Experimental do Porto – sem resultado;
• 1ª Representação – Paris – 1969;
• Representação em Portugal – 1978 – Teatro Nacional.
O primeiro acto mostra-nos o ambiente que precede a revolta que, a triunfar,
trará de volta o rei D. João VI a Portugal e promulgará uma monarquia
constitucional. Intrigas, denúncias, mas também o povo esperançado a avançar
na sua luta. O acto tem um ritmo rápido, através do qual são apresentados os
vários grupos sociais que estão em jogo e termina com a prisão de Gomes
Freire de Andrade.
O segundo acto mostra-nos o desânimo geral devido à prisão do General. Tal
como no tempo de Salazar a polícia actua sobre os civis evitando que a revolta
se propague.
Matilde, a mulher de Gomes Freire de Andrade, personagem que embora tendo
existido realmente, é na peça romantizada e enfatizada pelo autor que lhe
confere o papel da corajosa protagonista que tudo arrisca para salvar o “seu
herói” com quem partilhou amor, vida e convicções durante muitos anos. O
ritmo deste acto é mais lento, mais trágico, mais belo. Tudo caminha para a
fatalidade. O herói será sacrificado. No fim só nos resta esperar que o
heroísmo do grande patriota dê frutos e exemplo na resistência à tirania.
• Ao nível da estrutura externa, a peça divide-se em dois actos. No interior de
cada acto não existe divisão em cenas.
• Ao nível da estrutura interna, apresentamos uma síntese dos
momentos/episódios que ocorrem no primeiro acto:
- o povo, face à miséria e opressão em que vive, manifesta o seu
descontentamento e sonha com a sua salvação, movido pela esperança que
lhe inspira o general Gomes de Andrade, um homem generoso e “amigo do
povo”;
- Vicente, um elemento do povo, tece comentários desfavoráveis acerca do
general (“estrangeirado” e não aliado do povo);
- é levado por dois polícias à presença D. Miguel de Forjaz, manifestando-se
como traidor;
- os governadores tentam encontrar o nome de um responsável pela
conspiração que se prepara segundo Beresford, responsabilidade essa que vai
recair sobre Gomes Freire;
- Morais Sarmento e Andrade Corvo dispõem-se a denunciar o chefe da
conspiração;
- Vicente informa os governadores das pessoas que entram em casa de
Gomes Freire;
- D. Miguel ordena que se prendam os conspiradores e tenta que a sua atitude
surja de forma justificada.
• Apresentamos um breve resumo da acção que ocorre no segundo acto:
- O general, juntamente com outros conspiradores, é executado na praça
pública, em S. Julião da Barra.
2
- A esposa do general, Matilde, e o seu grande amigo, Sousa Falcão, tentam
por todos os meios ao seu alcance salvar Gomes Freire, pedindo ajuda a
Beresford, aos populares, a D. Miguel e, por fim, a Principal Sousa, mas a
morte de Gomes Freire de Andrade era um mal necessário às razões de
Estado.
Síntese da Acção
• Perseguição política ao General Gomes Freire
• Prisão do General
• Condenação à morte
• Revolta desesperada de Matilde e Sousa Falcão
• Resignação do povo
Contexto da acção da peça
(período pós invasões francesas)
• Napoleão – Imperador dos franceses
• Aliança de Portugal com a Inglaterra
• Partida da corte portuguesa para o Brasil
• Administração do Reino entregue a uma Junta Provisória
• Instabilidade social;
• Perseguições políticas constantes reprimindo: a liberdade de expressão, a
circulação de ideias e as tentativas para implementar o liberalismo;
• Repressão contra os conjurados de 1817;
• Condenação à morte de Gomes Freire de Andrade.
Função das didascálias
• Nesta obra, as didascálias assumem especial relevância, pois constituem a
explicitação ideológica da peça. A par das palavras proferidas pelas
personagens, surgem como explicação, denúncia e explicitação da linguagem
destas.
Assim, as didascálias funcionam na obra como: explicações do autor,
referências à posição das personagens em cena, indicações aos actores,
caracterização das personagens, do tom de voz das personagens, indicação
das pausas, saída ou entrada de personagens, apresentação da dimensão
interior das personagens, indicações sonoras ou ausência de som, ilações que
funcionam como informações e como forma de caracterização das
personagens, sugestões do aspecto exterior das personagens, movimentação
cénica das personagens, expressão fisionómica dos actores, linguagem gestual
a que, por vezes, se acrescenta a visão do autor, expressão do estado de
espírito das personagens.
Título
• Matilde, na tentativa desesperada e derradeira de salvar o seu homem,
assume uma voz de consciência sobre a injustiça humana. Daqui nasce a
duplicidade do título: ironia e crueldade, nas palavras de D. Miguel, para quem,
3
porque "felizmente há luar", a imagem da execução ficaria na memória dos
lisboetas durante muito tempo, como exemplo do que espera os que tentam
lutar pela liberdade, contraposta ao "Felizmente há luar" gritado por Matilde no
final da peça, para quem a imagem da fogueira onde arde o general será o
clarão que "há-de incendiar a terra e abrir as almas".
Personagens
• Na obra Felizmente Há Luar! é possível aglutinar as personagens em grupos,
de acordo com a função que desempenham ao longo da acção. Assim temos o
Povo, os Traidores do Povo e os Governantes. Os dois polícias que contribuem
para sustentar o regime inserem-se no segundo, assim como o Vicente, o
Andrade Corvo e o Morais Sarmento, um popular.
Principal Sousa, representante da Igreja, e da interferência desta no Estado, o
marechal Beresford e D. Miguel Forjaz inserem-se no terceiro grupo.
• Principal Sousa – Clero
Dito pelo autor, de forma irónica, um dos «três conscienciosos
governadores do Reino», Sua Reverência surge «imponentemente
vestido». Ao lado de D. Miguel, e típico defensor do Trono e do Altar –
descurando a caridade e misericórdia cristãs –, só arrisca a coberto da
opinião favorável dos outros, o que, julga ele, o desresponsabiliza de
decisões, sobretudo políticas, em que se mostra um falso ingénuo.
Sectário, hipócrita, este prelado representa a hierarquia eclesiástica, capaz
de estranho grito, que bem o define: «Morte aos inimigos de Cristo!
• Beresford – Exército
Poderoso, mercenário, interesseiro, calculista, trocista, sarcástico; a sua
opinião de Portugal fica claramente expressa na afirmação “neste país de
intrigas e de traições, só se entendem uns com os outros para destruir um
inimigo comum e eu posso transformar-me nesse inimigo comum, senão
tiver cuidado”.
• D. Miguel Forjaz – Nobreza
Primo de Gomes Freire, prepotente, assustado com transformações que
não deseja, corrompido pelo poder, vingativo, frio, desumano, calculista;
nas palavras de Sousa Falcão, D. Miguel “é a personificação da
mediocridade consciente e rancorosa”.
• Gomes Freire de Andrade
Figura carismática, que preocupa os poderosos, acredita na justiça e luta
pela liberdade e arrasta os pequenos. Considerado um “estrangeirado”,
revela-se simpatizante das novas ideias liberais, tornando-se para os
governantes um elemento subversivo e perigoso. O povo elege-o como
símbolo da luta pela liberdade, o que é incómodo para os “reis do Rossio”.
Daí a decisão dos governantes pelo enforcamento, seguido da queima, para
servir de exemplo a todos aqueles que tentem afrontar o poder político.
• Personagem central
• Homem instruído, militar honesto
4
• Matilde
• Mulher de carácter forte
• Corajosa
• Denunciadora da hipocrisia do Estado e da Igreja
• Símbolo da mulher que ama e sofre.
• Sousa Falcão
• Amigo inseparável do general Gomes F.
• Representa a impotência perante os governadores
• Dominado pelo desânimo
• Assume a sua cobardia perante o exemplo de Gomes Freire.
• Manuel, Rita
• Representantes do povo oprimido e esmagado
• Símbolos da consciência popular
• Impotentes para alterar a situação
• Símbolos do desespero, da desilusão, da frustração
• Vicente
• Elemento do povo
• Traidor da sua classe – renega as suas origens
• Representa a hipocrisia e o oportunismo
• Materialista – pretende uma ascensão social rápida
• Morais Sarmento/ Andrade Corvo
Representam:
• Cobardia
• Traição
• Subserviência
• Vilania
Recursos de estilo
• Aliteração (pág. 111)
• Antítese (pág. 91)
• Comparação (pág. 28)
• Diminutivo (pág. 78)
• Hipálage (pág. 57)
• Hipérbole (pág. 56)
• Imagem (pág. 67)
• Interjeição (pág. 29)
• Interrogação Retórica (pág.57)
• Ironia (pág. 23)
• Metáfora (pág. 53)
• Onomatopeia (pág. 21)
• Paralelismo (pág. 21)
• Personificação (pág. 77)
• Repetição (pág. 23)
• Trocadilho (pág. 88)
5
Simbologia
• A saia verde
Em vida
• Esperança
• Felicidade
• Liberdade
Na morte
• Alegria do reencontro
• Tranquilidade
• A fogueira
Presente
• Tristeza
• Escuridão
Futuro
• Esperança
• Liberdade
• O luar
Noite
• Morte
• Mal
• Infelicidade
Luz
• Vida
• Saúde
• Felicidade
• Felizmente Há Luar!
Opressores
• Efeito dissuasor porque ilumina o castigo
Oprimidos
• Coragem e estímulo para a revolta contra a tirania
Século XIX Metáfora do Século XX
Século XIX - 1817
• Regime absoluto
• Anti-liberalismo e nacionalismo
• Existência da Censura levada a cabo pela Inquisição
• Exploração das classes mais baixas que viviam na ignorância
• Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria
• Sociedade rural, atrasada em relação à Europa
• A guerra com os exércitos napoleónicos ainda está presente na memória do
povo
• Forças repressoras: polícia
• Os que se opunham ao governo eram presos e condenados injustamente
6
• O povo e alguns militares portugueses, conscientes da situação em que
viviam, tentavam derrubar o governo
• Do Conselho de Regência faziam parte membros da Igreja
• A Regência assentava numa política maniqueísta - Quem não é por nós é
contra nós
• Delatores recebiam dinheiro para identificarem presumíveis conspiradores
• 1834 - Triunfo do Liberalismo
Século XX - 1961
• Regime autoritário – Estado Novo
• Salazar opõe-se ao liberalismo e defende o nacionalismo
• Existência da Censura levada a cabo pelo Comité de Censura
• Exploração das classes mais baixas; elevada taxa de analfabetismo
• Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria
• Sociedade rural, atrasada em relação à Europa
• Início da guerra colonial, responsável pela emigração e exílio de muitos
jovens
• PIDE: sustentáculo do regime
• A condenação sem provas levou muitos militantes anti-fascistas e
intelectuais às masmorras da PIDE
• Militantes anti-fascistas opõem-se à ditadura procurando mudar o regime
• O regime apoiou-se na Igreja Católica
• O regime salazarista assentava numa política maniqueísta - Quem não é
por nós é contra nós
• Muitos informantes, pagos para denunciarem, ajudaram o regime
• 1974 - Triunfo da Democracia
Sec. XIX / Séc. XX
• Épocas de crise - violência do poder e ausência de liberdade.
• Épocas em que aparecem manifestações reclamando o direito à justiça e à
liberdade.
• Épocas que anunciam o nascimento de novos tempos (liberalismo
oitocentista e o 25 de Abril de 74)
7

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!Rui Oliveira
 
Resumos de Português: Felizmente há luar!
Resumos de Português: Felizmente há luar!Resumos de Português: Felizmente há luar!
Resumos de Português: Felizmente há luar!Raffaella Ergün
 
Felizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - PersonagensFelizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - PersonagensTiago Vieira
 
Felizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 FinalFelizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 Finalruycastroistec
 
(4)personagens documento quatro
(4)personagens documento quatro(4)personagens documento quatro
(4)personagens documento quatrobecresforte
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luarAna Helena
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há LuarAna Tapadas
 
Português - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luarPortuguês - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luarguestd8e2b4
 
Feliz luar power point
Feliz luar power pointFeliz luar power point
Feliz luar power pointMargarida71
 
As personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterizaçãoAs personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterizaçãoCatarina Barbosa
 
Felizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- SínteseFelizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- Síntesenanasimao
 
Luís de sttau monteiro felizmente há luar [teatro] [rev]
Luís de sttau monteiro   felizmente há luar [teatro] [rev]Luís de sttau monteiro   felizmente há luar [teatro] [rev]
Luís de sttau monteiro felizmente há luar [teatro] [rev]Olga Vasconcelos
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há LuarAna Tapadas
 
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1
2   érico veríssimo - o retrato vol. 12   érico veríssimo - o retrato vol. 1
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1Jerônimo Ferreira
 
Luis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obraLuis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obraMaria Batista
 

Mais procurados (20)

Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!
 
Fhl sintese-exp12
Fhl sintese-exp12Fhl sintese-exp12
Fhl sintese-exp12
 
FELIZMENTE HÁ LUAR!
FELIZMENTE HÁ LUAR!FELIZMENTE HÁ LUAR!
FELIZMENTE HÁ LUAR!
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há Luar
 
Resumos de Português: Felizmente há luar!
Resumos de Português: Felizmente há luar!Resumos de Português: Felizmente há luar!
Resumos de Português: Felizmente há luar!
 
Felizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - PersonagensFelizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - Personagens
 
Felizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 FinalFelizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 Final
 
(4)personagens documento quatro
(4)personagens documento quatro(4)personagens documento quatro
(4)personagens documento quatro
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luar
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há Luar
 
Português - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luarPortuguês - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luar
 
Feliz luar power point
Feliz luar power pointFeliz luar power point
Feliz luar power point
 
As personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterizaçãoAs personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterização
 
(2)felizm..
(2)felizm..(2)felizm..
(2)felizm..
 
Felizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- SínteseFelizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- Síntese
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luar
 
Luís de sttau monteiro felizmente há luar [teatro] [rev]
Luís de sttau monteiro   felizmente há luar [teatro] [rev]Luís de sttau monteiro   felizmente há luar [teatro] [rev]
Luís de sttau monteiro felizmente há luar [teatro] [rev]
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há Luar
 
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1
2   érico veríssimo - o retrato vol. 12   érico veríssimo - o retrato vol. 1
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1
 
Luis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obraLuis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obra
 

Semelhante a Estudo accao personagens_contexto

Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguestd8e2b4
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguestd8e2b4
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguest57586
 
Felizmente há luar - trabalho de carolina morna
Felizmente há luar  - trabalho de  carolina mornaFelizmente há luar  - trabalho de  carolina morna
Felizmente há luar - trabalho de carolina mornaguestd8e2b4
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguestd8e2b4
 
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e ComunicaçãoUFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e ComunicaçãoNome Sobrenome
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaLurdes Augusto
 
Felizmente H Luar
Felizmente H LuarFelizmente H Luar
Felizmente H Luarildatome
 
felizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxfelizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxIsabel273720
 
Feliz luar power point
Feliz luar power pointFeliz luar power point
Feliz luar power pointveracarvalho
 
modernismo_2geracao.pdf
modernismo_2geracao.pdfmodernismo_2geracao.pdf
modernismo_2geracao.pdfjosue261257
 
aecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSA
aecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSAaecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSA
aecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSAFranciscoBatalha1
 
Sintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousaSintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousaMarta Ferreira
 
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxmodernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxVivianeSilva230677
 
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxmodernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxVivianeSilva230677
 
04 moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...
04   moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...04   moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...
04 moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...0009222
 

Semelhante a Estudo accao personagens_contexto (20)

Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Felizmente há luar - trabalho de carolina morna
Felizmente há luar  - trabalho de  carolina mornaFelizmente há luar  - trabalho de  carolina morna
Felizmente há luar - trabalho de carolina morna
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
(3)felizm..
(3)felizm..(3)felizm..
(3)felizm..
 
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e ComunicaçãoUFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de Sousa
 
Felizmente H Luar
Felizmente H LuarFelizmente H Luar
Felizmente H Luar
 
felizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxfelizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptx
 
felizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxfelizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptx
 
Feliz luar power point
Feliz luar power pointFeliz luar power point
Feliz luar power point
 
modernismo_2geracao.pdf
modernismo_2geracao.pdfmodernismo_2geracao.pdf
modernismo_2geracao.pdf
 
aecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSA
aecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSAaecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSA
aecam1116_ppt_7.pptx.pdf FREI LUIS DE SOUSA
 
Sintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousaSintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousa
 
Analise almeidagarret
Analise almeidagarretAnalise almeidagarret
Analise almeidagarret
 
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxmodernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
 
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxmodernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
 
Frei Luís de Souza - 2ª A - 2011
Frei Luís de Souza  -  2ª A - 2011Frei Luís de Souza  -  2ª A - 2011
Frei Luís de Souza - 2ª A - 2011
 
04 moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...
04   moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...04   moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...
04 moderninso - romance d-30 - érico verissimo, guimarães rosa, clarisse li...
 

Mais de cnlx

Analise no dia em que eu nasci moura e pereca
Analise no dia em que eu nasci moura e perecaAnalise no dia em que eu nasci moura e pereca
Analise no dia em que eu nasci moura e perecacnlx
 
Analise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosaAnalise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosacnlx
 
Anlisedeocavaleirodadinamarca
AnlisedeocavaleirodadinamarcaAnlisedeocavaleirodadinamarca
Anlisedeocavaleirodadinamarcacnlx
 
Alvaro de campos_esquema
Alvaro de campos_esquemaAlvaro de campos_esquema
Alvaro de campos_esquemacnlx
 
Demografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitosDemografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitoscnlx
 
Demografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitosDemografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitoscnlx
 
12 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p68
12 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p6812 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p68
12 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p68cnlx
 
Classes de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passiva
Classes de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passivaClasses de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passiva
Classes de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passivacnlx
 
Cesario verde
Cesario verdeCesario verde
Cesario verdecnlx
 
Leandro
LeandroLeandro
Leandrocnlx
 
sintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptsintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptcnlx
 
7 8 9_fr_sons - fiche informative
7 8 9_fr_sons - fiche informative7 8 9_fr_sons - fiche informative
7 8 9_fr_sons - fiche informativecnlx
 
Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!
Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!
Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!cnlx
 
Texto informativo
Texto informativoTexto informativo
Texto informativocnlx
 
Orações: coordenação e subordinação
Orações: coordenação e subordinaçãoOrações: coordenação e subordinação
Orações: coordenação e subordinaçãocnlx
 
Article 2010 diversite culturelle
Article 2010 diversite culturelleArticle 2010 diversite culturelle
Article 2010 diversite culturellecnlx
 
Mat 4ºano rev
Mat 4ºano revMat 4ºano rev
Mat 4ºano revcnlx
 
O resumo
O resumoO resumo
O resumocnlx
 

Mais de cnlx (18)

Analise no dia em que eu nasci moura e pereca
Analise no dia em que eu nasci moura e perecaAnalise no dia em que eu nasci moura e pereca
Analise no dia em que eu nasci moura e pereca
 
Analise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosaAnalise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosa
 
Anlisedeocavaleirodadinamarca
AnlisedeocavaleirodadinamarcaAnlisedeocavaleirodadinamarca
Anlisedeocavaleirodadinamarca
 
Alvaro de campos_esquema
Alvaro de campos_esquemaAlvaro de campos_esquema
Alvaro de campos_esquema
 
Demografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitosDemografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitos
 
Demografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitosDemografia formulas e conceitos
Demografia formulas e conceitos
 
12 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p68
12 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p6812 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p68
12 por _bernardo_soares_retoma_conteudos_p68
 
Classes de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passiva
Classes de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passivaClasses de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passiva
Classes de palavras_determ.__pron._adv.__interj._conjun._..__ativa-passiva
 
Cesario verde
Cesario verdeCesario verde
Cesario verde
 
Leandro
LeandroLeandro
Leandro
 
sintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptsintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.ppt
 
7 8 9_fr_sons - fiche informative
7 8 9_fr_sons - fiche informative7 8 9_fr_sons - fiche informative
7 8 9_fr_sons - fiche informative
 
Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!
Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!
Simbologia e linguagem em Felizmente há Luar!
 
Texto informativo
Texto informativoTexto informativo
Texto informativo
 
Orações: coordenação e subordinação
Orações: coordenação e subordinaçãoOrações: coordenação e subordinação
Orações: coordenação e subordinação
 
Article 2010 diversite culturelle
Article 2010 diversite culturelleArticle 2010 diversite culturelle
Article 2010 diversite culturelle
 
Mat 4ºano rev
Mat 4ºano revMat 4ºano rev
Mat 4ºano rev
 
O resumo
O resumoO resumo
O resumo
 

Último

AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxCLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxFranciely Carvalho
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 

Último (20)

CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxCLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 

Estudo accao personagens_contexto

  • 1. Luís de Sttau Monteiro Dramaturgo, encenador, jornalista e romancista português (1926- 1993), conhecido sobretudo pela peça em dois actos Felizmente Há Luar (1961), ganhou o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores, mas seria representado no nosso País apenas em 1978, devido à intervenção da censura. A sua carreira literária iniciou-se em 1960, com a publicação do romance Um Homem não Chora, a que se seguiu, em 1961, outra obra de prosa ficcional - Angústia para o Jantar. As suas sátiras sobre a ditadura e a Guerra Colonial tornaram-no objecto de perseguição política, chegando mesmo o autor a ser preso. Felizmente Há Luar (1961), só representada no D. Maria em 1978, é protagonizada por Gomes Freire de Andrade (1575-1817), um estrangeirado activo na política da fase final do Antigo Regime e que desembocará na revolução de 24 de Agosto de 1820. Raul Brandão, em Vida e Morte de Gomes Freire (1914), intitulara o derradeiro capítulo «Felizmente há luar», homenagem a general e “maçon” que, pelos vistos, inquietava o inglês Beresford, que superintendia entre nós, na ausência da Corte do rei D. João VI, fugida para o Brasil, aquando das invasões francesas. O debate, sendo entre um apaniguado de D. Miguel e um popular revolucionário, deve ser lido, entretanto, como desejo de libertação das tutelas que nos vinham sendo impostas, e, em 1961, da tutela salazarista, entre a repressão e a aventura da guerra ultramarina. O recurso à distanciação histórica e à descrição das injustiças praticadas no início do século XIX, em que decorre a acção, permitiu-lhe, assim, colocar também em destaque as injustiças do seu tempo. 1
  • 2. Peça em dois actos • Publicada em 1961 – Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores – censurada; • 1962 – tentativa do Teatro Experimental do Porto – sem resultado; • 1ª Representação – Paris – 1969; • Representação em Portugal – 1978 – Teatro Nacional. O primeiro acto mostra-nos o ambiente que precede a revolta que, a triunfar, trará de volta o rei D. João VI a Portugal e promulgará uma monarquia constitucional. Intrigas, denúncias, mas também o povo esperançado a avançar na sua luta. O acto tem um ritmo rápido, através do qual são apresentados os vários grupos sociais que estão em jogo e termina com a prisão de Gomes Freire de Andrade. O segundo acto mostra-nos o desânimo geral devido à prisão do General. Tal como no tempo de Salazar a polícia actua sobre os civis evitando que a revolta se propague. Matilde, a mulher de Gomes Freire de Andrade, personagem que embora tendo existido realmente, é na peça romantizada e enfatizada pelo autor que lhe confere o papel da corajosa protagonista que tudo arrisca para salvar o “seu herói” com quem partilhou amor, vida e convicções durante muitos anos. O ritmo deste acto é mais lento, mais trágico, mais belo. Tudo caminha para a fatalidade. O herói será sacrificado. No fim só nos resta esperar que o heroísmo do grande patriota dê frutos e exemplo na resistência à tirania. • Ao nível da estrutura externa, a peça divide-se em dois actos. No interior de cada acto não existe divisão em cenas. • Ao nível da estrutura interna, apresentamos uma síntese dos momentos/episódios que ocorrem no primeiro acto: - o povo, face à miséria e opressão em que vive, manifesta o seu descontentamento e sonha com a sua salvação, movido pela esperança que lhe inspira o general Gomes de Andrade, um homem generoso e “amigo do povo”; - Vicente, um elemento do povo, tece comentários desfavoráveis acerca do general (“estrangeirado” e não aliado do povo); - é levado por dois polícias à presença D. Miguel de Forjaz, manifestando-se como traidor; - os governadores tentam encontrar o nome de um responsável pela conspiração que se prepara segundo Beresford, responsabilidade essa que vai recair sobre Gomes Freire; - Morais Sarmento e Andrade Corvo dispõem-se a denunciar o chefe da conspiração; - Vicente informa os governadores das pessoas que entram em casa de Gomes Freire; - D. Miguel ordena que se prendam os conspiradores e tenta que a sua atitude surja de forma justificada. • Apresentamos um breve resumo da acção que ocorre no segundo acto: - O general, juntamente com outros conspiradores, é executado na praça pública, em S. Julião da Barra. 2
  • 3. - A esposa do general, Matilde, e o seu grande amigo, Sousa Falcão, tentam por todos os meios ao seu alcance salvar Gomes Freire, pedindo ajuda a Beresford, aos populares, a D. Miguel e, por fim, a Principal Sousa, mas a morte de Gomes Freire de Andrade era um mal necessário às razões de Estado. Síntese da Acção • Perseguição política ao General Gomes Freire • Prisão do General • Condenação à morte • Revolta desesperada de Matilde e Sousa Falcão • Resignação do povo Contexto da acção da peça (período pós invasões francesas) • Napoleão – Imperador dos franceses • Aliança de Portugal com a Inglaterra • Partida da corte portuguesa para o Brasil • Administração do Reino entregue a uma Junta Provisória • Instabilidade social; • Perseguições políticas constantes reprimindo: a liberdade de expressão, a circulação de ideias e as tentativas para implementar o liberalismo; • Repressão contra os conjurados de 1817; • Condenação à morte de Gomes Freire de Andrade. Função das didascálias • Nesta obra, as didascálias assumem especial relevância, pois constituem a explicitação ideológica da peça. A par das palavras proferidas pelas personagens, surgem como explicação, denúncia e explicitação da linguagem destas. Assim, as didascálias funcionam na obra como: explicações do autor, referências à posição das personagens em cena, indicações aos actores, caracterização das personagens, do tom de voz das personagens, indicação das pausas, saída ou entrada de personagens, apresentação da dimensão interior das personagens, indicações sonoras ou ausência de som, ilações que funcionam como informações e como forma de caracterização das personagens, sugestões do aspecto exterior das personagens, movimentação cénica das personagens, expressão fisionómica dos actores, linguagem gestual a que, por vezes, se acrescenta a visão do autor, expressão do estado de espírito das personagens. Título • Matilde, na tentativa desesperada e derradeira de salvar o seu homem, assume uma voz de consciência sobre a injustiça humana. Daqui nasce a duplicidade do título: ironia e crueldade, nas palavras de D. Miguel, para quem, 3
  • 4. porque "felizmente há luar", a imagem da execução ficaria na memória dos lisboetas durante muito tempo, como exemplo do que espera os que tentam lutar pela liberdade, contraposta ao "Felizmente há luar" gritado por Matilde no final da peça, para quem a imagem da fogueira onde arde o general será o clarão que "há-de incendiar a terra e abrir as almas". Personagens • Na obra Felizmente Há Luar! é possível aglutinar as personagens em grupos, de acordo com a função que desempenham ao longo da acção. Assim temos o Povo, os Traidores do Povo e os Governantes. Os dois polícias que contribuem para sustentar o regime inserem-se no segundo, assim como o Vicente, o Andrade Corvo e o Morais Sarmento, um popular. Principal Sousa, representante da Igreja, e da interferência desta no Estado, o marechal Beresford e D. Miguel Forjaz inserem-se no terceiro grupo. • Principal Sousa – Clero Dito pelo autor, de forma irónica, um dos «três conscienciosos governadores do Reino», Sua Reverência surge «imponentemente vestido». Ao lado de D. Miguel, e típico defensor do Trono e do Altar – descurando a caridade e misericórdia cristãs –, só arrisca a coberto da opinião favorável dos outros, o que, julga ele, o desresponsabiliza de decisões, sobretudo políticas, em que se mostra um falso ingénuo. Sectário, hipócrita, este prelado representa a hierarquia eclesiástica, capaz de estranho grito, que bem o define: «Morte aos inimigos de Cristo! • Beresford – Exército Poderoso, mercenário, interesseiro, calculista, trocista, sarcástico; a sua opinião de Portugal fica claramente expressa na afirmação “neste país de intrigas e de traições, só se entendem uns com os outros para destruir um inimigo comum e eu posso transformar-me nesse inimigo comum, senão tiver cuidado”. • D. Miguel Forjaz – Nobreza Primo de Gomes Freire, prepotente, assustado com transformações que não deseja, corrompido pelo poder, vingativo, frio, desumano, calculista; nas palavras de Sousa Falcão, D. Miguel “é a personificação da mediocridade consciente e rancorosa”. • Gomes Freire de Andrade Figura carismática, que preocupa os poderosos, acredita na justiça e luta pela liberdade e arrasta os pequenos. Considerado um “estrangeirado”, revela-se simpatizante das novas ideias liberais, tornando-se para os governantes um elemento subversivo e perigoso. O povo elege-o como símbolo da luta pela liberdade, o que é incómodo para os “reis do Rossio”. Daí a decisão dos governantes pelo enforcamento, seguido da queima, para servir de exemplo a todos aqueles que tentem afrontar o poder político. • Personagem central • Homem instruído, militar honesto 4
  • 5. • Matilde • Mulher de carácter forte • Corajosa • Denunciadora da hipocrisia do Estado e da Igreja • Símbolo da mulher que ama e sofre. • Sousa Falcão • Amigo inseparável do general Gomes F. • Representa a impotência perante os governadores • Dominado pelo desânimo • Assume a sua cobardia perante o exemplo de Gomes Freire. • Manuel, Rita • Representantes do povo oprimido e esmagado • Símbolos da consciência popular • Impotentes para alterar a situação • Símbolos do desespero, da desilusão, da frustração • Vicente • Elemento do povo • Traidor da sua classe – renega as suas origens • Representa a hipocrisia e o oportunismo • Materialista – pretende uma ascensão social rápida • Morais Sarmento/ Andrade Corvo Representam: • Cobardia • Traição • Subserviência • Vilania Recursos de estilo • Aliteração (pág. 111) • Antítese (pág. 91) • Comparação (pág. 28) • Diminutivo (pág. 78) • Hipálage (pág. 57) • Hipérbole (pág. 56) • Imagem (pág. 67) • Interjeição (pág. 29) • Interrogação Retórica (pág.57) • Ironia (pág. 23) • Metáfora (pág. 53) • Onomatopeia (pág. 21) • Paralelismo (pág. 21) • Personificação (pág. 77) • Repetição (pág. 23) • Trocadilho (pág. 88) 5
  • 6. Simbologia • A saia verde Em vida • Esperança • Felicidade • Liberdade Na morte • Alegria do reencontro • Tranquilidade • A fogueira Presente • Tristeza • Escuridão Futuro • Esperança • Liberdade • O luar Noite • Morte • Mal • Infelicidade Luz • Vida • Saúde • Felicidade • Felizmente Há Luar! Opressores • Efeito dissuasor porque ilumina o castigo Oprimidos • Coragem e estímulo para a revolta contra a tirania Século XIX Metáfora do Século XX Século XIX - 1817 • Regime absoluto • Anti-liberalismo e nacionalismo • Existência da Censura levada a cabo pela Inquisição • Exploração das classes mais baixas que viviam na ignorância • Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria • Sociedade rural, atrasada em relação à Europa • A guerra com os exércitos napoleónicos ainda está presente na memória do povo • Forças repressoras: polícia • Os que se opunham ao governo eram presos e condenados injustamente 6
  • 7. • O povo e alguns militares portugueses, conscientes da situação em que viviam, tentavam derrubar o governo • Do Conselho de Regência faziam parte membros da Igreja • A Regência assentava numa política maniqueísta - Quem não é por nós é contra nós • Delatores recebiam dinheiro para identificarem presumíveis conspiradores • 1834 - Triunfo do Liberalismo Século XX - 1961 • Regime autoritário – Estado Novo • Salazar opõe-se ao liberalismo e defende o nacionalismo • Existência da Censura levada a cabo pelo Comité de Censura • Exploração das classes mais baixas; elevada taxa de analfabetismo • Grande contraste entre os poderosos e o povo que vivia na miséria • Sociedade rural, atrasada em relação à Europa • Início da guerra colonial, responsável pela emigração e exílio de muitos jovens • PIDE: sustentáculo do regime • A condenação sem provas levou muitos militantes anti-fascistas e intelectuais às masmorras da PIDE • Militantes anti-fascistas opõem-se à ditadura procurando mudar o regime • O regime apoiou-se na Igreja Católica • O regime salazarista assentava numa política maniqueísta - Quem não é por nós é contra nós • Muitos informantes, pagos para denunciarem, ajudaram o regime • 1974 - Triunfo da Democracia Sec. XIX / Séc. XX • Épocas de crise - violência do poder e ausência de liberdade. • Épocas em que aparecem manifestações reclamando o direito à justiça e à liberdade. • Épocas que anunciam o nascimento de novos tempos (liberalismo oitocentista e o 25 de Abril de 74) 7