Andrade Corvo informa os governadores que Morais Sarmento viu uma proclamação contra o Rei e a Regência, mas não conseguiu obtê-la. D. Miguel incentiva Andrade Corvo a obter a proclamação para identificar e condenar os responsáveis pela revolta. O principal Sousa preocupa-se com a possibilidade da proclamação se referir à Igreja. Beresford assume superioridade na regência e desprezo por Portugal, preferindo o seu país natal.
1. FELIZMENTE HÁ LUAR!
De Luís de Sttau Monteiro
Acto I
Excerto VII
Escola Secundária D. Dinis
Ano letivo 2013/2014
Curso Profissional de Técnico de Multimédia
Disciplina de Português
2. PERSONAGENS
As personagens do poder – “Três conscienciosos
governadores do Reino”:
• o poder político representado por D. Miguel (frio, calculista,
interesseiro);
• o poder religioso na figura do principal Sousa (deformado pelo
fanatismo religioso, paternalismo falso);
• o poder militar representado por Beresford (ganancioso, cínico).
Os delatores – “ Dois denunciantes que honraram a classe”:
• Andrade Corvo;
• Morais Sarmento;
3. EXCERTO VII, ACTO I
Ação:
Andrade Corvo anuncia que Morais Sarmento tinha
visto uma proclamação contra o Rei e a Regência, mas, como
não a conseguiu obter, não sabe pormenores, nomeadamente
quem chefia a conjura.
Os oficiais delatores são incumbidos pelos regentes
de trazer a proclamação com a brevidade possível, uma vez
que ela pode condenar os responsáveis pela revolta.
Beresford manifesta o seu desprezo por Portugal e
recorda com saudade o seu país, mostrando desprezo por
Portugal.
4. TEMPO
É sugerido por todas as informações respeitantes a eventos não
dramatizados, ocorridos no passado, mas com grande importância no desenrolar
da acção:
Tempo da ação e Tempo Histórico:
• Denúncias de Andrade Corvo e Morais Sarmento:
"Senhor: há dois dias o meu amigo Morais Sarmento entrou no botequim
do Marrare...“
• Proximidade entre o poder politico e a igreja:
“Essa proclamação referia-se à Igreja, meu filho?”
5. ESPAÇO
A ação passa-se num espaço interior:
“(Olhando para a rua, duma janela)”
Espaço Físico: Portugal
(Através da janela, Beresford contempla uma paisagem
portuguesa.)
Espaço Social: são distinguidos através da linguagem das
personagens e do seu vestuário:
Beresford- militar, utiliza um discurso claro, poupado
e objectivo: “Não percam tempo, senhores. O momento é grave e a
causa justa. Vão.”
6. QUESTIONÁRIO
1. O capitão Andrade Corvo assume que andou perdido.
1.1. Explica a que perdição se refere.
Andrade Corvo andou perdido pelas ruas, sem conseguir obter informações que pudessem
denunciar o povo. De acordo com as cenas anteriores, percebemos que Andrade Corvo se
refere ao seu envolvimento na maçonaria.
1.2. Expõe, por palavras tuas, a informação que traz.
O capitão Andrade Corvo informa aos governadores que Morais Sarmento tinha visto uma
proclamação contra o Rei e a Regência, mas, como não a conseguiu obter, não sabe
pormenores, nomeadamente quem chefia a conjura.
2. Para incentivar à delação, D. Miguel apresenta um argumento.
2.1. Indica-o.
(“Tem agora ocasião para nos mostrar que já não o anda. El-rei é generoso para com os seus
súbditos dedicados, mas é implacável para com quem se perde pelos caminhos…”). D. Miguel
argumenta que Andrade Corvo já não anda perdido.
2.2. Identifica a sua prioridade em todo o processo.
A sua prioridade é obter a proclamação que permite identificar e condenar os responsáveis
pela revolta.
7. QUESTIONÁRIO
3. O principal Sousa tem uma preocupação diferente da de D. Miguel.
3.1. Refere-a.
A preocupação do principal Sousa tem a ver com a Igreja. Se a proclamação se
referisse à Igreja, poderia contribuir para a perda do seu poder e privilégios.
3.2. Explica o que entende a personagem por honra.
Para o principal Sousa a honra está relacionada com o respeito pela hierarquia e
pela Igreja, independentemente da justiça e da verdade.
4. Beresford assume a sua supremacia na regência.
4.1. Indica o momento textual em que tal é perceptível.
(“Neste Conselho só eu me posso dar ao luxo de gracejar!”)
4.2. Mostra que a superioridade da personagem se estende a outros domínios.
(“(…) mas eu – um simples técnico estrangeiro – serei devolvido à
procedência…voltarei à minha terra, onde os hereges, Reverência, regulamentaram
a autoridade do Senhor a tempo de evitar a guilhotina.”) A supremacia também se
revela no modo como fala dos hábitos e da paisagem do seu país.