SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Felizmente há luar <br />** Carácter lírico da peça <br />- Drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico. Na linha do teatro de Bertolt Brecht: <br />exprime a revolta contra o poder e a convicção de que é necessário mostrar o mundo e o Homem em constante transformação<br />defende as capacidades do Homem que tem o direito e o dever de transformar o mundo em que vive<br />- Análise crítica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representar, para levar o espectador a reagir criticamente e a tomar posição.<br />** Distanciação histórica <br />- Brecht propõe um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que está a ser representado.<br />- O teatro clássico conduz o público à ilusão e à emoção, levando-o a confundir o que é a arte com a vida real.<br />- No teatro épico, a distanciação deve permitir o envolvimento do espectador no julgamento da sociedade.<br />-Teatro épico: <br />implica crítica contra o individualismo, consciencialização perante o sofrimento dos outros e a realidade social<br />instruir os espectadores na verdade<br />incitá-los a actuar<br />** Personagens <br />- Gomes Freire de Andrade: <br />personagem central da peça, embora nunca apareça em cena<br />acredita na justiça e luta pela liberdade<br />figura que preocupa os poderosos e que arrasta os pequenos<br />- D. Miguel Forjaz: <br />vingativo, frio, desumano, calculista<br />combate por um modelo de sociedade: <br />patriotismo e a nação de Estado, expressos na ideia de um Portugal assente nos pilares tradicionais da monarquia absoluta<br />defesa de uma sociedade estratificada<br />recusa de uma sociedade governada por princípios como liberdade e igualdade -- anarquia e jacobinismo<br />poder político autocrático exercido pela classe dominante<br />- Principal Sousa: <br />representante do clero<br />fanático, teme que o desrespeito por Deus alastre<br />- Vicente: <br />elemento do povo; trai estes chegando mesmo a provocá-los, apenas lhe interessando a sua ascensão político-social<br />hipócrita, despreza a sua origem e o seu passado<br />quot;
Só acredito em duas coisas: no dinheiro e na força. O general não tem uma nem outraquot;
<br />- Manuel: <br />quot;
o mais consciente dos popularesquot;
<br />denuncia a opressão a que o povo tem estado sujeito (as Invasões Franceses; a quot;
protecçãoquot;
 britânica, após a retirada do rei D.João VI para o Brasil) e a incapacidade de conseguir a libertação e de sair da miséria em que se encontra<br />a prisão de Gomes Freire é uma espécie de traição à esperança que o povo nele depositava<br />- Sousa Falcão: <br />quot;
o inseparável amigoquot;
 sofre junto de Matilde perante a condenação do general<br />assume as mesmas ideias de justiça e de liberdade, mas culpa-se por não ter tido a coragem do general: <br />quot;
Não estou de luto por ele (...) É por mim que estou de luto, Matilde!quot;
<br />- Matilde de Melo: <br />quot;
companheira de todas as horasquot;
<br />sonhadora e corajosa<br />dá voz à injustiça sofrida por Gomes Freire<br />as suas falas, cheias de dor e revolta, constituem uma denúncia da falsidade e da hipocrisia do Estado e da Igreja<br />- Beresford: <br />prático e objectivo<br />calculista, ambicioso, irónico, perspicaz, consciencioso governador do reino<br />- Andrade Corvo e Morais Sarmento: <br />Delactores por excelência<br />não repugna trair ou abdicar dos ideais, para servirem obscuros quot;
propósitos patrióticosquot;
<br />** quot;
Trágica Apoteosequot;
 da história do movimento liberal oitocentistaQuando em 1815, o general Gomes Freire de Andrade chega a Lisboa, o Intendente da Polícia avisa Beresford da simpatia do povo e do ambiente de conspiração que se respira. Mas o generalíssimo inglês decide descobrir os conspiradores, executando-os. É neste processo que Gomes Freire, considerado o chefe da conspiração, se vê envolvido e condenado à morte, no dia 18 de Outubro de 1817, no campo de Alqueidão, junto a São Julião da Barra. Os outros condenados são enforcados nessa mesma manhã, no Campo de Santana, que, em sua memória, se designa Campos de Mártires da Pátria.quot;
Felizmente há luar!quot;
, ao retratar a conspiração, encabeçada por Gomes Freire de Andrade, que se manifestava contrária à presença inglesa e à ausência da corte no Brasil, constitui uma quot;
trágica apoteosequot;
 da história do movimento liberal oitocentista em Portugal.O ambiente epocal é referido claramente na peça, através das palavras de Manuel: <br />quot;
Vê-se a gente livre dos Franceses, e zás!, cai na mão dos Ingleses!<br />E agora? Se acabarmos com os Ingleses, ficamos na mão dos Reis do Rossio...<br />Entre os três o diabo que escolha...quot;
<br />Coloca-se em destaque a situação do povo oprimido: as Invasões Francesas; a quot;
protecçãoquot;
 britânica; a falta de perspectivas de futuro: <br />quot;
E enquanto eles andam para trás e para a frente, para a esquerda e para a direita, nós não passamos do mesmo sítio!quot;
<br />Recorrendo ao teatro épico, Luis de Sttau Monteiro, coloca em palco essas primeiras manifestações sociais e políticas que levaram à Revolução Liberal, para que o espectador se posicione claramente, mas estranho à acção, como sucedia no teatro clássico preocupado em despertar os sentimentos e as emoções no público.quot;
Trágica Apoteosequot;
 da história do movimento liberal oitocentista, quot;
Felizmente há luar!quot;
 interpreta as condições da sociedade portuguesa no início do século XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas, contra o poder absolutista e tirânico dos governadores e do generalíssimo Beresford. Para que o movimento liberal se concretize dezassete anos depois, é necessário a morte de Gomes Freire de Andrade e dos seus companheiros, mas também de muitos outros portugueses que em nome dos seus ideiais são sacrificados pela Pátria. Conspiradores e traidores para o poder e para as classes dominantes, que sentem os seus privilégios ameaçados, são os grandes heróis de que o povo necessita para reclamar justiça, dignidade e pão. Por isso, as suas mortes, em vez de amedrontar, tornam-se estímulo. A fogueira acesa na noite para queimar Gomes Freire, que os governadores querem que seja dissuasora, torna-se farol ou luz para que os outros lutem pela liberdade.** Primeiro acto<br />- O povo : Manuel, Rita, Antigo Soldado, outros populares: <br />lutam por uma sociedade mais justa e mais livre<br />acreditam no general: acreditam na libertação do terror e da opressão<br />- Os traidores do povo: Vicente, Andrade Corvo, Morais Sarmento, Dois polícias: <br />são hostis ao General Gomes Freire de Andrade: provocam e denunciam<br />- Os governantes: Marechal Beresford, Principal Sousa, D. Miguel Forjaz: <br />são hostis ao General Gomes Freire de Andrade: receiam perder o seu quot;
statuquot;
<br />** Segundo acto<br />- O povo: Manuel, Rita, Antigo Soldado, Outros Populares: <br />já não acreditam em Gomes Freire de Andrade que foi preso e depois executado: é o descrédito, o desânimo e a desilusão<br />- Forças da ordem: Dois polícias, Vicente (foi feito quot;
chefe de políciaquot;
): <br />exercem uma actividade esporádica: dispersar o povo e impedir movimentos de solidariedade para com o General<br />- Novas personagens: Matilde de Melo, Sousa Falcão, Frei Diogo: <br />Matilde revoltada contra Portugal e o seu povo, reclama a Beresford a absolvição do marido/amante, satiriza o Principal Sousa, ouve dizer a Frei Diogo que quot;
se há santos, Gomes Freire é um delesquot;
 e, em diálogo com Sousa Falcão, admite que o clarão da fogueira é o sinal da intensificação da luta contra o regima absolutista: quot;
Aquela fogueira há-de incendiar a terra!quot;
<br />** Símbolos<br />- A saia verde: <br />prenda comprada em Paris com o dinheiro da venda de duas medalhas<br />ao escolher aquela saia para esperar o companheiro após a morte, destaca a quot;
alegriaquot;
 do reencontro (quot;
agora que se acabaram as batalhas, vem apertar-me contra o peitoquot;
) <br />Em vida: <br />esperança<br />felicidade<br />liberdade<br />Na morte: <br />alegria do reencontro<br />tranquilidade<br />- Moeda de cinco réis: <br />símbolo do desrespeito (dos mais poderosos em relação aos mais desfavorecidos), apresenta-se como represália, quase vingança, quando Manuel manda Rita dar a moeda a Matilde<br />- Tambores: <br />símbolo da repressão, provocam o medo e prenunciam a ambiência trágica da acção<br />- A fogueira / o lume: <br />Matilde, ao afirmar que aquela fogueira de São Julião da Barra ainda havia de quot;
incendiar esta terra!quot;
 mostra que a chama se mantém viva e que a liberdade há-de chegar. <br />Presente: <br />tristeza<br />escuridão<br />Futuro: <br />esperança<br />liberdade<br />- O título:<br />1. quot;
Lisboa há-de cheirar toda a noite a carne assada, Excelência, e o cheiro há-de-lhes ficar na memória durante muitos anos... Sempre que pensarem em discutir as nossas ordens, lembrar-se-ão do cheiro...quot;
 Logo de seguida, afirma: quot;
É verdade que a execução se prolongará pela noite, mas felizmente há luar...quot;
.<br />- Esta referência ao título da peça, colocada na fala de D. Miguel está relacionada com o desejo expresso de garantir a eficácia desta execução pública: a noite é mais assustadora, as chamas seriam visíveis de vários pontos da cidade e o luar atrairia as pessoas à rua para assistirem ao castigo, que se pretendia exemplar.<br />2. Na altura da execução, as últimas palavras de Matilde são de coragem e de estímulo para que o povo se revolte contra a tirania dos governantes:<br />- quot;
Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina! Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim...quot;
 quot;
Felizmente - Felizmente há luar!quot;
 <br />- O luar: <br />A noite: <br />morte<br />mal<br />infelicidade<br />Luz: <br />vida<br />saúde<br />felicidade<br />- quot;
Felizmente há luar!quot;
: <br />Para os opressores: <br />efeito dissuasor<br />fogueira - purificadora da sociedade<br />Para os oprimidos: <br />coragem e estímulo para a revolta contra a tirania<br />fogueira - alerta e luz que ilumina o caminho para a <br />liberdade<br />
Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX
Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX
Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX
Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX
Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Luis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obraLuis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obraMaria Batista
 
Felizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 FinalFelizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 Finalruycastroistec
 
Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!Rui Oliveira
 
Felizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- SínteseFelizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- Síntesenanasimao
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguest57586
 
Feliz luar power point
Feliz luar power pointFeliz luar power point
Feliz luar power pointMargarida71
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luarAna Helena
 
Comentário felizmente há luar
Comentário felizmente há luarComentário felizmente há luar
Comentário felizmente há luarCatarina Barbosa
 
Português - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luarPortuguês - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luarguestd8e2b4
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há LuarAna Tapadas
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há LuarAna Tapadas
 
Felizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - PersonagensFelizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - PersonagensTiago Vieira
 
As personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterizaçãoAs personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterizaçãoCatarina Barbosa
 
Filipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolico
Filipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolicoFilipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolico
Filipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolicoAna Tapadas
 

Mais procurados (20)

Luis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obraLuis de sttau monteiro – vida e obra
Luis de sttau monteiro – vida e obra
 
FELIZMENTE HÁ LUAR!
FELIZMENTE HÁ LUAR!FELIZMENTE HÁ LUAR!
FELIZMENTE HÁ LUAR!
 
Felizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 FinalFelizmente Ha Luar 2003 Final
Felizmente Ha Luar 2003 Final
 
Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!Guião Felizmente há Luar!
Guião Felizmente há Luar!
 
Felizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- SínteseFelizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- Síntese
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luar
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Feliz luar power point
Feliz luar power pointFeliz luar power point
Feliz luar power point
 
Fhl sintese-exp12
Fhl sintese-exp12Fhl sintese-exp12
Fhl sintese-exp12
 
Portugues
PortuguesPortugues
Portugues
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luar
 
Comentário felizmente há luar
Comentário felizmente há luarComentário felizmente há luar
Comentário felizmente há luar
 
Felizmente há luar
Felizmente há luar Felizmente há luar
Felizmente há luar
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há Luar
 
Português - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luarPortuguês - Felizmente ha luar
Português - Felizmente ha luar
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há Luar
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há Luar
 
Felizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - PersonagensFelizmente há luar - Personagens
Felizmente há luar - Personagens
 
As personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterizaçãoAs personagens de felizmente há luar caracterização
As personagens de felizmente há luar caracterização
 
Filipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolico
Filipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolicoFilipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolico
Filipe luis personagem ausente gomes freire e o seu caracter simbolico
 

Semelhante a Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX

Estudo accao personagens_contexto
Estudo accao personagens_contextoEstudo accao personagens_contexto
Estudo accao personagens_contextocnlx
 
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e ComunicaçãoUFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e ComunicaçãoNome Sobrenome
 
Felizmente H Luar
Felizmente H LuarFelizmente H Luar
Felizmente H Luarildatome
 
felizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxfelizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxIsabel273720
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguestd8e2b4
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguestd8e2b4
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguestd8e2b4
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina mornaguest57586
 
Felizmente há luar - trabalho de carolina morna
Felizmente há luar  - trabalho de  carolina mornaFelizmente há luar  - trabalho de  carolina morna
Felizmente há luar - trabalho de carolina mornaguestd8e2b4
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaLurdes Augusto
 
Sintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousaSintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousaMarta Ferreira
 
Tiradentes esquartejado
Tiradentes esquartejadoTiradentes esquartejado
Tiradentes esquartejadoLarissa Castro
 
Livro 18º brumário de napoleão bonaparte
Livro 18º brumário de napoleão bonaparteLivro 18º brumário de napoleão bonaparte
Livro 18º brumário de napoleão bonaparteAlessandra Impaléa
 
Lançamentos civilização dezembro 2013
Lançamentos civilização dezembro 2013Lançamentos civilização dezembro 2013
Lançamentos civilização dezembro 2013Andreia1987
 
Manuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos Duarte
Manuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos DuarteManuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos Duarte
Manuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos DuarteLoulet
 

Semelhante a Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX (20)

Estudo accao personagens_contexto
Estudo accao personagens_contextoEstudo accao personagens_contexto
Estudo accao personagens_contexto
 
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e ComunicaçãoUFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
UFCD - Clc7 - Fundamentos da Cultura , Lingua e Comunicação
 
Felizmente H Luar
Felizmente H LuarFelizmente H Luar
Felizmente H Luar
 
felizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxfelizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptx
 
felizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptxfelizmentehaluar.pptx
felizmentehaluar.pptx
 
Analise almeidagarret
Analise almeidagarretAnalise almeidagarret
Analise almeidagarret
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Felizmente há luar carolina morna
Felizmente há luar   carolina mornaFelizmente há luar   carolina morna
Felizmente há luar carolina morna
 
Felizmente há luar - trabalho de carolina morna
Felizmente há luar  - trabalho de  carolina mornaFelizmente há luar  - trabalho de  carolina morna
Felizmente há luar - trabalho de carolina morna
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de Sousa
 
Sintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousaSintese frei luis_de_sousa
Sintese frei luis_de_sousa
 
Tiradentes esquartejado
Tiradentes esquartejadoTiradentes esquartejado
Tiradentes esquartejado
 
Livro 18º brumário de napoleão bonaparte
Livro 18º brumário de napoleão bonaparteLivro 18º brumário de napoleão bonaparte
Livro 18º brumário de napoleão bonaparte
 
Lançamentos civilização dezembro 2013
Lançamentos civilização dezembro 2013Lançamentos civilização dezembro 2013
Lançamentos civilização dezembro 2013
 
Manuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos Duarte
Manuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos DuarteManuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos Duarte
Manuel Teixeira Gomes descrito por Maria João Raminhos Duarte
 
. A obra e o contexto
. A obra e o contexto. A obra e o contexto
. A obra e o contexto
 
Literatura romantismo
Literatura romantismoLiteratura romantismo
Literatura romantismo
 
..
....
..
 

Último

o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 

Último (20)

o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 

Felizmente há luar retrata revolta liberal do séc. XIX

  • 1. Felizmente há luar <br />** Carácter lírico da peça <br />- Drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico. Na linha do teatro de Bertolt Brecht: <br />exprime a revolta contra o poder e a convicção de que é necessário mostrar o mundo e o Homem em constante transformação<br />defende as capacidades do Homem que tem o direito e o dever de transformar o mundo em que vive<br />- Análise crítica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representar, para levar o espectador a reagir criticamente e a tomar posição.<br />** Distanciação histórica <br />- Brecht propõe um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que está a ser representado.<br />- O teatro clássico conduz o público à ilusão e à emoção, levando-o a confundir o que é a arte com a vida real.<br />- No teatro épico, a distanciação deve permitir o envolvimento do espectador no julgamento da sociedade.<br />-Teatro épico: <br />implica crítica contra o individualismo, consciencialização perante o sofrimento dos outros e a realidade social<br />instruir os espectadores na verdade<br />incitá-los a actuar<br />** Personagens <br />- Gomes Freire de Andrade: <br />personagem central da peça, embora nunca apareça em cena<br />acredita na justiça e luta pela liberdade<br />figura que preocupa os poderosos e que arrasta os pequenos<br />- D. Miguel Forjaz: <br />vingativo, frio, desumano, calculista<br />combate por um modelo de sociedade: <br />patriotismo e a nação de Estado, expressos na ideia de um Portugal assente nos pilares tradicionais da monarquia absoluta<br />defesa de uma sociedade estratificada<br />recusa de uma sociedade governada por princípios como liberdade e igualdade -- anarquia e jacobinismo<br />poder político autocrático exercido pela classe dominante<br />- Principal Sousa: <br />representante do clero<br />fanático, teme que o desrespeito por Deus alastre<br />- Vicente: <br />elemento do povo; trai estes chegando mesmo a provocá-los, apenas lhe interessando a sua ascensão político-social<br />hipócrita, despreza a sua origem e o seu passado<br />quot; Só acredito em duas coisas: no dinheiro e na força. O general não tem uma nem outraquot; <br />- Manuel: <br />quot; o mais consciente dos popularesquot; <br />denuncia a opressão a que o povo tem estado sujeito (as Invasões Franceses; a quot; protecçãoquot; britânica, após a retirada do rei D.João VI para o Brasil) e a incapacidade de conseguir a libertação e de sair da miséria em que se encontra<br />a prisão de Gomes Freire é uma espécie de traição à esperança que o povo nele depositava<br />- Sousa Falcão: <br />quot; o inseparável amigoquot; sofre junto de Matilde perante a condenação do general<br />assume as mesmas ideias de justiça e de liberdade, mas culpa-se por não ter tido a coragem do general: <br />quot; Não estou de luto por ele (...) É por mim que estou de luto, Matilde!quot; <br />- Matilde de Melo: <br />quot; companheira de todas as horasquot; <br />sonhadora e corajosa<br />dá voz à injustiça sofrida por Gomes Freire<br />as suas falas, cheias de dor e revolta, constituem uma denúncia da falsidade e da hipocrisia do Estado e da Igreja<br />- Beresford: <br />prático e objectivo<br />calculista, ambicioso, irónico, perspicaz, consciencioso governador do reino<br />- Andrade Corvo e Morais Sarmento: <br />Delactores por excelência<br />não repugna trair ou abdicar dos ideais, para servirem obscuros quot; propósitos patrióticosquot; <br />** quot; Trágica Apoteosequot; da história do movimento liberal oitocentistaQuando em 1815, o general Gomes Freire de Andrade chega a Lisboa, o Intendente da Polícia avisa Beresford da simpatia do povo e do ambiente de conspiração que se respira. Mas o generalíssimo inglês decide descobrir os conspiradores, executando-os. É neste processo que Gomes Freire, considerado o chefe da conspiração, se vê envolvido e condenado à morte, no dia 18 de Outubro de 1817, no campo de Alqueidão, junto a São Julião da Barra. Os outros condenados são enforcados nessa mesma manhã, no Campo de Santana, que, em sua memória, se designa Campos de Mártires da Pátria.quot; Felizmente há luar!quot; , ao retratar a conspiração, encabeçada por Gomes Freire de Andrade, que se manifestava contrária à presença inglesa e à ausência da corte no Brasil, constitui uma quot; trágica apoteosequot; da história do movimento liberal oitocentista em Portugal.O ambiente epocal é referido claramente na peça, através das palavras de Manuel: <br />quot; Vê-se a gente livre dos Franceses, e zás!, cai na mão dos Ingleses!<br />E agora? Se acabarmos com os Ingleses, ficamos na mão dos Reis do Rossio...<br />Entre os três o diabo que escolha...quot; <br />Coloca-se em destaque a situação do povo oprimido: as Invasões Francesas; a quot; protecçãoquot; britânica; a falta de perspectivas de futuro: <br />quot; E enquanto eles andam para trás e para a frente, para a esquerda e para a direita, nós não passamos do mesmo sítio!quot; <br />Recorrendo ao teatro épico, Luis de Sttau Monteiro, coloca em palco essas primeiras manifestações sociais e políticas que levaram à Revolução Liberal, para que o espectador se posicione claramente, mas estranho à acção, como sucedia no teatro clássico preocupado em despertar os sentimentos e as emoções no público.quot; Trágica Apoteosequot; da história do movimento liberal oitocentista, quot; Felizmente há luar!quot; interpreta as condições da sociedade portuguesa no início do século XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas, contra o poder absolutista e tirânico dos governadores e do generalíssimo Beresford. Para que o movimento liberal se concretize dezassete anos depois, é necessário a morte de Gomes Freire de Andrade e dos seus companheiros, mas também de muitos outros portugueses que em nome dos seus ideiais são sacrificados pela Pátria. Conspiradores e traidores para o poder e para as classes dominantes, que sentem os seus privilégios ameaçados, são os grandes heróis de que o povo necessita para reclamar justiça, dignidade e pão. Por isso, as suas mortes, em vez de amedrontar, tornam-se estímulo. A fogueira acesa na noite para queimar Gomes Freire, que os governadores querem que seja dissuasora, torna-se farol ou luz para que os outros lutem pela liberdade.** Primeiro acto<br />- O povo : Manuel, Rita, Antigo Soldado, outros populares: <br />lutam por uma sociedade mais justa e mais livre<br />acreditam no general: acreditam na libertação do terror e da opressão<br />- Os traidores do povo: Vicente, Andrade Corvo, Morais Sarmento, Dois polícias: <br />são hostis ao General Gomes Freire de Andrade: provocam e denunciam<br />- Os governantes: Marechal Beresford, Principal Sousa, D. Miguel Forjaz: <br />são hostis ao General Gomes Freire de Andrade: receiam perder o seu quot; statuquot; <br />** Segundo acto<br />- O povo: Manuel, Rita, Antigo Soldado, Outros Populares: <br />já não acreditam em Gomes Freire de Andrade que foi preso e depois executado: é o descrédito, o desânimo e a desilusão<br />- Forças da ordem: Dois polícias, Vicente (foi feito quot; chefe de políciaquot; ): <br />exercem uma actividade esporádica: dispersar o povo e impedir movimentos de solidariedade para com o General<br />- Novas personagens: Matilde de Melo, Sousa Falcão, Frei Diogo: <br />Matilde revoltada contra Portugal e o seu povo, reclama a Beresford a absolvição do marido/amante, satiriza o Principal Sousa, ouve dizer a Frei Diogo que quot; se há santos, Gomes Freire é um delesquot; e, em diálogo com Sousa Falcão, admite que o clarão da fogueira é o sinal da intensificação da luta contra o regima absolutista: quot; Aquela fogueira há-de incendiar a terra!quot; <br />** Símbolos<br />- A saia verde: <br />prenda comprada em Paris com o dinheiro da venda de duas medalhas<br />ao escolher aquela saia para esperar o companheiro após a morte, destaca a quot; alegriaquot; do reencontro (quot; agora que se acabaram as batalhas, vem apertar-me contra o peitoquot; ) <br />Em vida: <br />esperança<br />felicidade<br />liberdade<br />Na morte: <br />alegria do reencontro<br />tranquilidade<br />- Moeda de cinco réis: <br />símbolo do desrespeito (dos mais poderosos em relação aos mais desfavorecidos), apresenta-se como represália, quase vingança, quando Manuel manda Rita dar a moeda a Matilde<br />- Tambores: <br />símbolo da repressão, provocam o medo e prenunciam a ambiência trágica da acção<br />- A fogueira / o lume: <br />Matilde, ao afirmar que aquela fogueira de São Julião da Barra ainda havia de quot; incendiar esta terra!quot; mostra que a chama se mantém viva e que a liberdade há-de chegar. <br />Presente: <br />tristeza<br />escuridão<br />Futuro: <br />esperança<br />liberdade<br />- O título:<br />1. quot; Lisboa há-de cheirar toda a noite a carne assada, Excelência, e o cheiro há-de-lhes ficar na memória durante muitos anos... Sempre que pensarem em discutir as nossas ordens, lembrar-se-ão do cheiro...quot; Logo de seguida, afirma: quot; É verdade que a execução se prolongará pela noite, mas felizmente há luar...quot; .<br />- Esta referência ao título da peça, colocada na fala de D. Miguel está relacionada com o desejo expresso de garantir a eficácia desta execução pública: a noite é mais assustadora, as chamas seriam visíveis de vários pontos da cidade e o luar atrairia as pessoas à rua para assistirem ao castigo, que se pretendia exemplar.<br />2. Na altura da execução, as últimas palavras de Matilde são de coragem e de estímulo para que o povo se revolte contra a tirania dos governantes:<br />- quot; Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina! Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim...quot; quot; Felizmente - Felizmente há luar!quot; <br />- O luar: <br />A noite: <br />morte<br />mal<br />infelicidade<br />Luz: <br />vida<br />saúde<br />felicidade<br />- quot; Felizmente há luar!quot; : <br />Para os opressores: <br />efeito dissuasor<br />fogueira - purificadora da sociedade<br />Para os oprimidos: <br />coragem e estímulo para a revolta contra a tirania<br />fogueira - alerta e luz que ilumina o caminho para a <br />liberdade<br />