O documento resume a poesia lírica de Luís Vaz de Camões, destacando seu uso de formas métricas clássicas como a redondilha e o soneto. Apresenta temas recorrentes em sua obra como o amor neoplatônico, o sofrimento amoroso e a condição humana, sempre dentro de uma perspectiva clássica.
2. LUÍS VAZ DE CAMÕES
classicismo
o Camões lírico
usa
tanto
a
medida
velha
[redondilhas]
como
a
medida
nova
[soneto];
as
redondilhas
[medida
velha]
eram
compostas
geralmente
de
um
mote
e
glosas
[voltas];
mote:
mo7vo
inicial
fornecido
por
alguém
ou
tomado
emprestado
a
outro
poeta.
glosa:
desenvolvimento
do
tema
fornecido
no
mote.
3. A LÍRICA CAMONIANA
o classicismo
o desconcerto do mundo;
as mudanças constantes;
o sofrimento amoroso;
os mistérios da condição humana;
a presença do homem no mundo.
4. A LÍRICA CAMONIANA
o classicismo
amor e neoplatonismo
para
Camões,
o
Amor
[com
A
maiúsculo
–
personificação]
é
ideal
por
que
aspiramos:
único
perfeito
idéia
superior
não
se
fala
da
posse
Esica,
mas
apenas
das
concepções
que
o
autor
tem
de
Amor.
5. A LÍRICA CAMONIANA
o classicismo
o tratamento dado à mulher
a
mulher
aparece
dotada
da
mesma
perfeição
conferida
ao
Amor:
ser
perfeito
imagem
ideal
espiritualizada
6. A LÍRICA CAMONIANA
o classicismo
influências da poesia de Camões
AMOR
CORTÊS
ASPECTOS
MEDIEVAIS
influência
de
Petrarca
e
da
Poesia
Provençal
influência
das
Can7gas
Medievais
regras/procedimentos
para
homenagear
a
dona
elogio
da
natureza
e
mágoa
de
amor
presença
da
coita
de
amor
descrição
naturalista
da
dona
[olhos,
talhe,
etc.]
relação
entre
adorar
e
ser
e
entre
sofrer
e
amar
soidade
[ausência
de
um
presente
q
poderia
ter
sido]
8. AO DESCONCERTO DO MUNDO
Luís Vaz de Camões
Os
bons
vi
sempre
passar
no
mundo
graves
tormentos;
e,
para
mais
m'espantar,
os
maus
vi
sempre
nadar
em
mar
de
contentamentos.
Cuidando
alcançar
assim
o
bem
tão
mal
ordenado,
fui
mau,
mas
fui
cas7gado.
Assim
que,
só
para
mim
anda
o
mundo
concertado.
lirismo
filosófico:
o
locutor
constata
que
o
mundo
está
mudado
[para
pior];
tema:
o
discurso
poé7co
ar7cula-‐se
como
tenta7va
de
compreensão
do
ser-‐estar
no
mundo.
forma:
décima
com
versos
heptassílabos.
9. ENDECHAS A BÁRBARA ESCRAVA
Luís Vaz de Camões
Aquela
ca7va
Nem
no
campo
flores,
Uma
graça
viva,
Que
me
tem
ca7vo,
Nem
no
céu
estrelas
Que
neles
lhe
mora,
Porque
nela
vivo
Me
parecem
belas
Pera
ser
senhora
Já
não
quer
que
viva.
Como
os
meus
amores.
De
quem
é
ca7va.
Eu
nunca
vi
rosa
Rosto
singular,
Pretos
os
cabelos,
Em
suaves
molhos,
Olhos
sossegados,
Onde
o
povo
vão
Que
pera
meus
olhos
Pretos
e
cansados,
Perde
opinião
Fosse
mais
fermosa.
Mas
não
de
matar.
Que
os
louros
são
belos.
Pre7dão
de
Amor,
Presença
serena
Tão
doce
a
figura,
Que
a
tormenta
amansa;
Que
a
neve
lhe
jura
Nela,
enfim,
descansa
Que
trocara
a
cor.
Toda
a
minha
pena.
Leda
mansidão,
Esta
é
a
ca7va
Que
o
siso
acompanha;
Que
me
tem
ca7vo;
Bem
parece
estranha,
E.
pois
nela
vivo,
Mas
bárbara
não.
É
força
que
viva.
lirismo
amoroso:
elogio
ao
corpo
da
amada:
olhos,
cabelo,
cor
da
amada;
nela
descansa
toda
minha
pena
[ambiguidade]:
metalinguagem
e
sensualidade
metalinguagem:
ela
inspira
a
escrita;
sensualidade:
ela
diminui
o
sofrimento.
10. REDONDILHAS
Luís Vaz de Camões
Caterina
é
mais
fermosa
Caterina
me
men7u
Má,
men7rosa,
malvada,
Pêra
mi
que
a
luz
do
dia;
Muitas
vezes,
sem
ter
lei,
Diziei:
pêra
que
men7s?
Mas
mais
fermosa
seria,
Mas
todas
lhe
perdoei
Prometeis,
e
não
cumpris?
Se
não
fosse
men7rosa,
Por
ua
só
que
cumpriu.
Pois
sem
cumprir,
tudo
é
nada.
Hoje
a
vejo
piedosa;
Se
como
me
consen7u
Não
sois
bem
aconselhada;
Amanhã
tão
diferente,
Falar,
o
mais
me
consente,
Que
quem
promete,
se
mente,
Que
sempre
cuido
que
mente.
Nunca
mais
direi
que
mente
O
que
perde
não
no
sente.
Jurou-‐me
aquela
cadela
Tudo
vos
consen7ria
De
vir,
pela
alma
que
7nha;
Quanto
quisésseis
fazer,
Enganou-‐me,
tem
a
minha,
Se
esse
vosso
pormeter
Deu-‐lhe
pouco
de
perdê-‐la.
Fosse
por
me
ter
um
dia.
A
vida
gasto
após
ela,
Tudo
então
me
desfaria
Porque
ma
dá,
se
promete;
Convosco;
e
vós,
de
contente
Mas
7ra-‐ma,
quando
mente.
Zombaríeis
de
quem
mente.
forma:
redondilha
maior
[caráter
medieval/popular/jocoso/picante]
trocadilhos:
me[n]te,
[pro]meter,
por
me
ter
mulher
desidealizada:
a
mulher
é
chamada
de
cadela
e
aparece
com
traços
naturalistas.
11. DESCALÇA VAI PARA A FONTE
mote e glosa
Descalça
vai
para
a
fonte
Lianor
pela
verdura;
Vai
fermosa,
e
não
segura.
Leva
na
cabeça
o
pote,
Descobre
a
touca
a
garganta,
O
testo
nas
mãos
de
prata,
Cabelos
de
ouro
entrançado
Cinta
de
fina
escarlata,
Fita
de
cor
de
encarnado,
Sainho
de
chamelote;
Tão
linda
que
o
mundo
espanta.
Traz
a
vasquinha
de
cote,
Chove
nela
graça
tanta,
Mais
branca
que
a
neve
pura.
Que
dá
graça
à
fermosura.
Vai
fermosa
e
não
segura.
Vai
fermosa
e
não
segura.
12. VERDES SÃO OS CAMPOS
mote e glosa
Verdes
são
os
campos,
De
cor
de
limão:
Assim
são
os
olhos
Do
meu
coração.
Campo,
que
te
estendes
Gados
que
pasceis
Com
verdura
bela;
Com
contentamento,
Ovelhas,
que
nela
Vosso
man7mento
Vosso
pasto
tendes,
Não
no
entendereis;
De
ervas
vos
mantendes
Isso
que
comeis
Que
traz
o
Verão,
Não
são
ervas,
não:
E
eu
das
lembranças
São
graças
dos
olhos
Do
meu
coração.
Do
meu
coração.
14. AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER
Luís Vaz de Camões
Amor
é
fogo
que
arde
sem
se
ver;
É
ferida
que
dói
e
não
se
sente;
É
um
contentamento
descontente;
É
dor
que
desa7na
sem
doer;
É
um
não
querer
mais
que
bem
querer;
É
um
solitário
andar
por
entre
a
gente;
É
nunca
contentar-‐se
de
contente;
É
um
cuidar
que
se
ganha
em
se
perder;
É
querer
estar
preso
por
vontade;
É
servir
a
quem
vence,
o
vencedor;
É
ter
com
quem
nos
mata
lealdade.
Mas
como
causar
pode
seu
favor
Nos
corações
humanos
amizade,
Se
tão
contrário
a
si
é
o
mesmo
Amor.
lirismo
amoroso:
como,
sendo
tão
paradoxal,
pode
o
amor
causar
amizade
nos
corações;
três
primeiras
estrofes:
efeitos
paradoxais
do
amor
no
ser
humano;
quarta
estrofe:
perplexidade
do
locutor
encenada
na
pergunta
final;
estrofe
01:
efeitos
corporais:
sensibilidade
à
dor;
estrofe
02:
dimensão
român7ca:
caráter
de
entrega;
estrofe
03:
dilema
moral
do
apaixonado.
15. MUDAM-SE OS TEMPOS
Luís Vaz de Camões
Mudam-‐se
os
tempos,
mudam-‐se
as
vontades,
muda-‐se
o
ser,
muda-‐se
a
confiança;
todo
o
mundo
é
composto
de
mudança,
tomando
sempre
novas
qualidades.
Con7nuamente
vemos
novidades,
diferentes
em
tudo
da
esperança;
do
mal
ficam
as
mágoas
na
lembrança,
e
do
bem
(se
algum
houve),
as
saudades.
O
tempo
cobre
o
chão
de
verde
manto,
que
já
coberto
foi
de
neve
fria,
e,
em
mim,
converte
em
choro
o
doce
canto.
E,
afora
este
mudar-‐se
cada
dia,
outra
mudança
faz,
de
mor
espanto,
que
não
se
muda
já
como
soía.
lirismo
filosófico:
triste
constatação
de
que
tudo
muda;
postura
desencantada
do
eu
lírico;
16. ALMA MINHA GENTIL...
Luís Vaz de Camões
Alma
minha
gen7l,
que
te
par7ste
tão
cedo
desta
vida
descontente,
repousa
lá
no
Céu
eternamente
e
viva
eu
cá
na
terra
sempre
triste.
Se
lá
no
assento
etéreo,
onde
subiste,
memória
desta
vida
se
consente,
não
te
esqueças
daquele
amor
ardente
que
já
nos
olhos
meus
tão
puro
viste.
E
se
vires
que
pode
merecer-‐te
alguma
cousa
a
dor
que
me
ficou
da
mágoa,
sem
remédio,
de
perder-‐te,
roga
a
Deus,
que
teus
anos
encurtou,
que
tão
cedo
de
cá
me
leve
a
ver-‐te,
quão
cedo
de
meus
olhos
te
levou
lirismo
amoroso:
para
o
locutor,
o
amor
envolve
sofrimento,
perda
e
dor;
tema:
morte
da
amada;
a
tristeza
é
tamanha
que
o
eu
lírico
deseja
a
morte;
platonismo
17. SETE ANOS DE PASTOR...
Luís Vaz de Camões
Sete
anos
de
pastor
Jacó
servia
Labão,
pai
de
Raquel,
serrana
bela;
Mas
não
servia
ao
pai,
servia
a
ela,
Que
a
ela
só
por
prêmio
pretendia.
Os
dias,
na
esperança
de
um
só
dia,
Passava,
contentando-‐se
com
vê-‐la:
Porém
o
pai,
ousando
de
cautela,
Em
lugar
de
Raquel
lhe
dava
Lia
Vendo
o
triste
pastor
que
com
enganos
Lhe
fora
assim
negada
a
sua
pastora
Come
se
a
não
7vera
merecida,
Começa
por
servir
outros
sete
anos,
Dizendo:
–
Mais
servira,
se
não
fora
Para
tão
longo
amor
tão
curta
a
vida!
lirismo
amoroso:
celebração
do
caráter
sublime
e
sagrado
do
amor;
matrizes
intertextuais:
Petrarca
[Por
Rachel
ho
servito
e
non
por
Lia]
e
Bíblia;
platonismo:
o
sujeito
poé7co
ama
o
amor.
18. BUSQUE AMOR NOVAS ARTES...
Luís Vaz de Camões
Busque
Amor
novas
artes,
novo
engenho
para
matar-‐me,
e
novas
esquivanças;
que
não
pode
7rar-‐me
as
esperanças,
que
mal
me
7rará
o
que
eu
não
tenho.
Olhai
de
que
esperanças
me
mantenho!
Vede
que
perigosas
seguranças!
Que
não
temo
contrastes
nem
mudanças,
andando
em
bravo
mar,
perdido
o
lenho.
Mas,
conquanto
não
pode
haver
desgosto
onde
esperança
falta,
lá
me
esconde
Amor
um
mal,
que
mata
e
não
se
vê.
Que
dias
há
que
n alma
me
tem
posto
um
não
sei
quê,
que
nasce
não
sei
onde,
vem
não
sei
como,
e
dói
não
sei
por
quê.
lirismo
amoroso:
o
amor
é
uma
Ideia
[ideal
supremo
e
perfeito]
para
obter
o
amor,
o
eu
lírico
se
sujeita
a
sofrimentos
[coita
de
amor]
forma:
clássica.
19. O DIA EM QUE EU NASCI MOURA...
Luís Vaz de Camões
O
dia
em
que
eu
nasci
moura
e
pereça,
Não
o
queira
jamais
o
tempo
dar;
Não
torne
mais
ao
Mundo,
e,
se
tornar,
Eclipse
nesse
passo
o
Sol
padeça.
A
luz
lhe
falte,
o
Sol
se
lhe
escureça,
Mostre
ao
mundo
sinais
de
se
acabar,
Nasçam-‐lhe
monstros,
sangue
chova
o
ar,
A
mãe
ao
próprio
filho
não
conheça.
As
pessoas
pasmadas,
de
igorantes,
As
lágrimas
no
rosto,
a
cor
perdida,
Cuidem
que
o
Mundo
já
se
destruiu.
Ó
gente
temerosa,
não
te
espantes,
Que
este
dia
deitou
ao
Mundo
a
vida
Mais
desgraçada
que
jamais
se
viu!
lirismo
metaJsico:
tema
advindo
da
Grécia
o
sujeito
poé7co
amaldiçoa
o
dia
em
que
nasceu
forma:
soneto
decassílabo.
20. EU CANTAREI AMOR TÃO DOCEMENTE
Luís Vaz de Camões
Eu
cantarei
de
amor
tão
docemente,
Por
uns
termos
em
si
tão
concertados,
Que
dois
mil
acidentes
namorados
Faça
sen7r
ao
peito
que
não
sente.
Farei
que
amor
a
todos
avivente,
Pintando
mil
segredos
delicados,
Brandas
liras,
suspiros
magoados,
Temerosa
ousadia
e
pena
ausente.
Também,
Senhora,
do
desprezo
honesto
De
vossa
vista
branca
e
rigorosa,
Contentar-‐me-‐ei
dizendo
a
menor
parte.
Porém,
para
cantar
de
vosso
gesto
A
composição
alta
e
milagrosa,
Aqui
falta
saber,
engenho
e
arte.
lirismo
amoroso:
elogio
ao
amor
[platonismo:
mulher
inacessível
–
Senhora,
domna]
metalinguis7camente
o
locutor
se
propõe
a
contagiar
os
que
ainda
não
ama
forma:
soneto
decassílabo.
21. QUEM DIZ QUE AMOR É FALSO...
Luís Vaz de Camões
Quem
diz
que
Amor
é
falso
ou
enganoso
Ligeiro,
ingrato,
vão,
desconhecido,
Sem
falta
lhe
terá
bem
merecido
Que
lhe
seja
cruel
ou
rigoroso.
Amor
é
brando,
e
é
doce
e
é
piedoso.
Quem
o
contrário
diz
não
seja
crido;
Seja
por
cego
e
apaixonado
7do,
E
aos
homens,
e
inda
aos
deuses,
odioso.
Se
males
faz
Amor,
em
mi
se
veem;
em
mi
mostrando
todo
o
seu
rigor,
Ao
mundo
quis
mostrar
quanto
podia.
Mas
todas
suas
irão
são
de
Amor;
Todos
estes
seus
males
são
um
bem,
Que
eu
por
todo
ouro
bem
não
trocaria.
lirismo
amoroso:
elogio
ao
amor
[platonismo]
o
locutor
amaldiçoa
quem
maldiz
o
amor
[deve
pagar:
ficar
cego
e
apaixonado]
paradoxo:
mesmo
admi7ndo
que
o
Amor
traz
maleEcios,
o
locutor
quer
con7nuar
amando.
22. TANTO DE MEU ESTADO ME ACHO...
Luís Vaz de Camões
Tanto
de
meu
estado
me
acho
incerto,
Que
em
vivo
ardor
tremendo
estou
de
frio;
Sem
causa,
juntamente
choro
e
rio;
O
mundo
todo
abarco
e
nada
aperto.
É
tudo
quanto
sinto
um
desconcerto;
Da
alma
um
fogo
me
sai,
da
vista
um
rio;
Agora
espero,
agora
desconfio,
Agora
desvario,
agora
acerto.
Estando
em
terra,
chego
ao
céu
voando;
Numa
hora
acho
mil
anos,
e
é
de
jeito
Que
em
mil
anos
não
posso
achar
uma
hora.
Se
me
pergunta
alguém
por
que
assim
ando,
Respondo
que
não
sei;
porém
suspeito
Que
só
porque
vos
vi,
minha
Senhora.
lirismo
amoroso:
elogio
ao
amor
[platonismo]
define-‐se
o
amor
por
intermédio
de
paradoxos
[sensações
corporais
inspiradas
pela
Senhora]
efeitos
do
amor:
sensações
contraditórias
e
alteração
na
percepção
do
tempo
e
do
espaço.
23. ERROS MEUS, MÁ FORTUNA...
Luís Vaz de Camões
Erros
meus,
má
fortuna,
amor
ardente
em
minha
perdição
se
conjuraram;
os
erros
e
a
fortuna
sobejaram,
que
para
mim
bastava
o
amor
somente.
Tudo
passei;
mas
tenho
tão
presente
a
grande
dor
das
cousas
que
passaram,
que
as
magoadas
iras
me
ensinaram
a
não
querer
já
nunca
ser
contente.
Errei
todo
o
decurso
de
meus
anos;
dei
causa
a
que
a
Fortuna
cas7gasse
as
minhas
mal
fundadas
esperanças.
De
amor
não
vi
senão
breves
enganos.
Oh!
Quem
tanto
pudesse
que
fartasse
este
meu
duro
gênio
de
vinganças!
lirismo
metaJsico:
locutor
refere-‐se
nega7vamente
à
sua
sorte
todos
os
erros
[(em)
que
viveu
foram
advindos
de
sua
má
sorte]
efeitos
do
amor:
apesar
de
desejar
o
amor,
viveu
apenas
enganos.