3. GRAMÁTICA DE USO
Durante o processo de produção de textos, surgem
sempre dúvidas gramaticais; mas há outros casos que
gramáticas e livros do tipo tira-dúvidas resolvem
tranquilamente; a consulta a esses materiais torna-se
obrigatória por parte de quem se propõe a escrever na
escola, no trabalho ou mesmo por motivos particulares.
Vale lembrar que a eliminação de alguns erros será
efetuada a partir do treinamento linguístico e a prática
constante da escrita. Cabe ao produtor o trabalho
constante da revisão e escrituração dos textos para que
a assimilação das técnicas redacionais e normas
gramaticais sejam efetivadas.
5. Palavras monossílabas
Levam acento as palavras monossílabas tônicas
terminadas em “A”, “E” e “O”, seguidas ou não de “S”.
Monossílabas tônicas terminadas em ditongos abertos ÉI;
ÓI e ÉU.
Levam acento as palavras oxítonas terminadas em “A”, “E”
e “O”, seguidas ou não de “S”, e as oxítonas terminadas em
“EM” e “ENS”.
PÁ – FÉ – RÉ – NÓ – GÁS – PÉS – CÓSPÁ – FÉ – RÉ – NÓ – GÁS – PÉS – CÓS
VATAPÁ – SOFÁS – CAFÉ – BEBÊS – CIPÓ – VOVÔS –
TAMBÉM – AMÉM – ARMAZÉNS – PARABÉNS
VATAPÁ – SOFÁS – CAFÉ – BEBÊS – CIPÓ – VOVÔS –
TAMBÉM – AMÉM – ARMAZÉNS – PARABÉNS
GÉIS – MÉIS – FÉIS – SÓIS – DÓI – RÓI – MÓI – VÉU –
CÉU – RÉU
GÉIS – MÉIS – FÉIS – SÓIS – DÓI – RÓI – MÓI – VÉU –
CÉU – RÉU
6. Palavras oxítonas
Levam acento as palavras oxítonas terminadas em “A”,
“E” e “O”, seguidas ou não de “S”, e as oxítonas
terminadas em “EM” e “ENS”.
Levam acento as oxítonas terminadas em ditongos
abertos em “ÉI”, “ÓI” e “ÉU”.
Levam acento as formas verbais oxítonas terminadas
em “A”, “E” e “O”, ligadas a pronomes enclíticos ou
mesoclíticos.
CUIDADO!CUIDADO! TREM – BENS – SEMTREM – BENS – SEM (Não levam acento porque são
monossílabas!)
VATAPÁ – SOFÁS – CAFÉ – BEBÊS – CIPÓ – VOVÔS –
TAMBÉM – AMÉM – ARMAZÉNS – PARABÉNS
VATAPÁ – SOFÁS – CAFÉ – BEBÊS – CIPÓ – VOVÔS –
TAMBÉM – AMÉM – ARMAZÉNS – PARABÉNS
PAPÉIS – ANÉIS – HERÓI – ANZÓIS –CHAPÉU –
ILHÉUS
PAPÉIS – ANÉIS – HERÓI – ANZÓIS –CHAPÉU –
ILHÉUS
ENCONTRÁ-LO / RECEBÊ-LA / DISPÔ-LOS / AMÁ-LO-IA
/ VENDÊ-LA-Á
ENCONTRÁ-LO / RECEBÊ-LA / DISPÔ-LOS / AMÁ-LO-IA
/ VENDÊ-LA-Á
7. Palavras paroxítonas
Levam acento as palavras paroxítonas terminadas em “R”, “N”,
“X” e “L”, (lembre-se das consoantes da palavra RouXiNoL).
Levam acento as palavras paroxítonas terminadas em
I e S:
Ã(S) e ÃO(S):
US, UM e UNS:
PS:
DITONGOS:
REPÓRTER – TÓRAX – PRÓTON – FÁCILREPÓRTER – TÓRAX – PRÓTON – FÁCIL
CUIDADO! PÓLEN / HÍFEN (singular) = POLENS / HIFENS (plural)
CÁQUI – LÁPIS –
TÊNIS
ÍMÃ – ÍMÃS – ÓRFÃO –
ÓRFÃOS
BÔNUS – ÔNUS – ÁLBUM –
ÁLBUNS
BÍCEPS – FÓRCEPS – TRÍCEPS –
QUADRÍCEPS
SÉRIE – COLÉGIO – LÁBIOS – PÁSCOA –
RÉGUA
8. Os ditongos abertos “EI” e “OI” não são mais acentuados
quando aparecem em palavras paroxítonas.
9. Palavras proparoxítonas
Levam acento, agudo ou circunflexo, todas as palavras
proparoxítonas da Língua Portuguesa.
LÂMPADA – ÊXODO – TÂMARA – RÁPIDO – FÍGADO –
MÉDICO– CÓRREGO – CRONÔMETRO –
MATEMÁTICA
LÂMPADA – ÊXODO – TÂMARA – RÁPIDO – FÍGADO –
MÉDICO– CÓRREGO – CRONÔMETRO –
MATEMÁTICA
10. Hiatos
Levam acento o “I” e o “U” dos hiatos,
quando:
1.Forem tônicos;
2.Vierem precedidos de vogal;
3.Formarem sílabas sozinhos ou com “S”;
4.Não forem seguidos de “NH”:
JU – Í – ZES
MI – Ú – DO
FA – ÍS – CA
BA – LA - ÚS – TRE
JU – Í – ZES
MI – Ú – DO
FA – ÍS – CA
BA – LA - ÚS – TRE
JU – IZ
RA – UL
SA – IR
RA – I – NHA
JU – IZ
RA – UL
SA – IR
RA – I – NHA
11. Observação
Não são mais acentuados o “I” e o “U” tônicos dos hiatos
quando precedidos de ditongo, em palavras paroxítonas:
Os hiatos “OO” e “EE” não são mais acentuados:
BAIAIUCA – FEIEIURA – BOIOIUNABAIAIUCA – FEIEIURA – BOIOIUNA
VOO – ENJOO – PERDOO – ABENÇOO – LEEM – DEEM
VEEM – CREEM
VOO – ENJOO – PERDOO – ABENÇOO – LEEM – DEEM
VEEM – CREEM
12. Acento diferencial
Não se usa mais para diferenciar os pares: pára/para;
péla/pela; pólo/polo; pêlo/pelo; pêra/pera.
Agora
PARA (verbo),
PELA (substantivo e verbo),
PELO (substantivo),
PERA (substantivo),
POLO (substantivo).
Antes
PÁRA (verbo),
PÉLA (substantivo e verbo),
PÊLO (substantivo),
PÊRA (substantivo),
PÓLO (substantivo).
13. O acento diferencial ainda permanece nas palavras:
São acentuados os verbos TER e VIR e os seus derivados na
3ª. pessoa do plural:
PÔDE (passado) ≠ PODE (presente)
PÔR (verbo) ≠ POR (preposição)
Ele tem - Eles têm Ele detém - Eles detêm
Ele vem - Eles vêm Ele intervém - Eles
intervêm
Atenção!
14. Uso do trema
Não existe mais TREMA (¨), em Língua Portuguesa, para
marcar os grupos átonos “GUE” “GUI” “QUE” e “QUI”:
Da mesma forma, não há mais acento agudo nos grupos
tônicos “GUE” “GUI” “QUE” e “QUI”:
NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS E DERIVADOS: HÜBNER, MÜLLERIANO, MÜLLER, ETC.
SEQUESTRO/ AGUENTAR / LINGUIÇA / EQUINOSEQUESTRO/ AGUENTAR / LINGUIÇA / EQUINO
AVERIGUE/ APAZIGUEAVERIGUE/ APAZIGUE
17. Crase
A palavra crase provém do grego (krâsis) e significa
mistura.
Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas vogais
idênticas (a + a = à, sendo a primeira preposição e a
segunda, artigo).
A identificação da crase se dá pela presença do acento
grave (`).
Essa denominação visa a especificar principalmente a
contração ou fusão da preposição a com os artigos
definidos femininos (a, as) ou com os pronomes
demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo.
18. Uso obrigatório da crase
Só ocorre crase diante de palavras femininas, portanto
nunca use o acento grave (indicativo de crase) diante de
palavras masculinas.
Fui à praia (praia=fem.)
Nos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s),
aquilo.
Minha sugestão é semelhante àquela que você deu.”
Nos pronomes de tratamento: Senhora, Senhorita, Dona.
Dê os parabéns à Senhora Lourdes.
Nas expressões: à noite, à direita, à esquerda, à medida
que, à maneira de, à moda de.
À medida que come, mais cresce.
Indicação de horas.
A reunião começará às 18:00h.
19. Crase facultativa
Antes dos pronomes possessivos femininos
minha, tua, nossa etc.:
Referi-me à sua professora.
Referi-me a sua professora.
Antes de nomes próprios femininos:
Carlos fez um pedido à Mariana.
Carlos fez um pedido a Mariana.
Depois da palavra até:
Fui até à secretaria.
Fui até a secretaria.
20. Não se usa crase:
Em palavras masculina.
Vou andar a pé. (Pé=masc.)
Antes de artigo indefinido um/uma/alguns/algumas
Iremos a um jogo de futebol.
Em palavras repetidas.
O jeito é conversar cara a cara.
Quando o “a” é trocado por “até”.
Ficará aberto de Segunda a Sábado.
Antes de verbo.
Você passará a exercer um novo cargo.
Antes de pronomes de tratamento ( ela, ele, Vossa
Excelência, Vossa Eminência...etc.)
Mande um abraço a ela.
21. Observação
Para comprovar a crase, o melhor “macete” é substituir
substantivo feminino por um masculino. A crase é comprovada
se o “à” se transformar em “ao”:
“Ele se referiu à carta.” (=ao documento)
“Ele entregou o documento às professoras.” (=aos professores)
“Sua camisa é igual à do meu pai.” (=seu casaco é igual ao do
meu pai)
“Ele fez referência às que saíram.” (=aos que saíram)
Observe a diferença:
“A secretária escreveu a carta.” (=o documento)
“Ele não encontrou as professoras.” (=os professores)
“A testemunha acusou a da direita.” (=o da direita)
“Não reconheci as que saíram.” (=os que saíram)
“Ele se referiu a esta carta.” (=a este documento)
“Tráfego proibido a motocicletas.” (=a caminhões)
Este “macete” não se aplica no caso dos pronomes aquele(s),
aquela(s) e aquilo.
23. A VÍRGULA ENTRE OS TERMOS DA
ORAÇÃOEmprega-se a vírgula para separar termos que exercem a
mesma função sintática, quando não vêm unidos por e, ou e
nem.
Exemplos:
Ônibus, automóveis e caminhões deveriam participar do
rodízio.
Deu-me livros, revistas de arte, discos antigos e cd’s.
Não ocorreram protestos veementes nem intervenções
exaltadas durante a reunião. (Núcleos unidos pela conjunção
nem.)
Ainda não decidi se viajarei para a Bahia ou para o Ceará.
(Termos unidos pela conjunção ou.)
Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a
finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser
obrigatório.
Exemplos:
Não fui ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.
24. Observações:
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:
1. Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez
mais pobres.
2. Quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar
ênfase (polissíndeto).
Exs.:
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
Sofreram com essa política os professores, e os alunos, e os
pais, e a sociedade, enfim.
3. Quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja
de adição (adversidade, consequência, por exemplo).
Ex.: Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
25. Emprega-se a vírgula, também, para:
isolar o aposto:
Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
isolar o vocativo:
Você ouviu, Maria, que notícia estranha?
isolar o nome de um lugar anteposto à data:
São João do Caru, 31 de julho de 2016.
separar termos intercalados:
As pessoas, muitas vezes, são falsas.
Os deputados, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto.
Decepcionado, o velho ídolo afastou-se lentamente.
26. separar expressões explicativas ou corretivas:
Entregar-lhe os documentos foi, sem dúvida, um
erro.
Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos
nos encontrar para acertar a viagem.
marcar a omissão de um verbo:
Ele prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do
verbo preferir)
Vocês anseiam pela violência; nós, pela paz.
(omissão do verbo ansiar)
27. A VÍRGULA ENTRE AS ORAÇÕES
Coordenadas
Emprega-se a vírgula para separar:
as orações coordenadas assindéticas. Ex.:
Acordei, tomei meu banho, comi algo e sai para o trabalho.
as orações coordenadas sindéticas (mas, porém, contudo,
pois, porque, logo, portanto), com exceção das introduzidas pela
conjunção e. Exs.:
Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.
Trabalhe, pois a vida não está fácil.
Participamos do congresso, porém não fomos remunerados.
28. Observações:
A vírgula deve ser empregada antes da conjunção
coordenativa. Usa-se a vírgula depois somente se
a conjunção ou a oração estiver intercalada.
Exemplos:
Você já recebeu dois convites; deve, portanto,
comparecer à cerimônia.
Li e reli seu texto; mas, pelo fato de apresentar
várias incoerências, não o entendi.
29. Subordinadas Adjetivas
Somente as orações subordinadas adjetivas
explicativas devem ser separadas por vírgula da
oração principal, as restritivas, não.
Exemplos:
Os alunos, que falavam alto, estavam perturbando
a professora. (explicativa)
Os alunos que falavam alto estavam perturbando a
professora. (restritiva)
30. Subordinadas adverbias
As orações subordinadas adverbiais são separadas
por vírgula nos seguintes casos:
se vierem após a oração principal, a vírgula é
optativa.
Ex.: Ouvi histórias tristes deste lugar, quando eu era
menino. (Vírgula optativa)
se vierem antepostas ou intercaladas à oração
principal, a vírgula é obrigatória.
Exs.: Esses fatos, conforme informamos no jornal do
meio-dia, são falsos.
Assim que puder, mandar-te-ei um lindo presente.
31. Cuidado!
Não se separa sujeito de predicado por vírgula, mesmo quando
o sujeito é muito longo ou vem depois do predicado e muito
menos o predicado de seu complemento.
Veja:
O irracional e exagerado investimento em rodovias
ridiculamente planejadas virou poeira com algumas horas de
chuva.
Foram feitas várias manifestações contra a política industrial do
governo.
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/ De um povo heroico
o brado retumbante... (Hino Nacional)
"A variedade de aviões e, especialmente, de navios, é um dos
trunfos do game."
Observe a última frase: Sobra uma vírgula (a que foi posta depois de "navios”, pois separa o
sujeito do predicado).
33. Colocação pronominal
É o estudo da colocação dos pronomes
oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos,
os, as, lhes) em relação ao verbo. Esses
podem ocupar três posições.
Próclise: a antes do verbo;
Mesóclise: no meio do verbo;
Ênclise: depois do verbo.
34. Próclise (a antes do verbo)
Usamos a próclise nos seguintes casos:
Com palavras ou expressões negativas: não, nunca,
jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.
Exemplos:
Nada lhe perturba.
Ninguém se mexeu.
De modo algum me afastarei daqui.
Ela nem se importa com meus problemas.
Rosa, jamais te esquecerei.
Nada nos incomoda agora.
35. Com conjunções subordinativas: quando, se,
porque, que, conforme, embora, logo, que.
Exemplos:
É necessário que a deixe na escola.
Conforme lhe falei, aqui está a encomenda.
Nas orações em que haja advérbios e pronomes
indefinidos, sem que exista pausa.
Exemplos:
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome
indefinido)
Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.
Exemplo: Aqui, vive-se.
36. Com pronomes relativos, demonstrativos e
indefinidos. Exs.:
Alguém me ligou? (indefinido)
A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
Em frases interrogativas. Ex.:
Quanto nos cobrará pela tradução?
Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem
desejo). Ex.:
Deus o abençoe!
Macacos me mordam!
Deus te abençoe, meu filho!
37. Com verbo no GERÚNDIO antecedido de
preposição EM.
Exemplos.:
Em se plantando tudo dá.
Em se tratando de beleza, ele é campeão.
Com formas verbais proparoxítonas.
Exemplo:
Nós o censurávamos.
38. Mesóclise (no meio do verbo)
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no
futuro do pretérito.
Exemplos:
Convidar-me-ão para a festa.
Convidar-te-ia para a festa.
Ajudá-lo-ei sempre que possível.
A festa realizar-se-á no próximo domingo.
Dir-te-ia toda a verdade.
Observação: Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Exemplo:
Não me convidarão para a festa. (Não = palavra atrativa)
39. Ênclise (depois do verbo)
Usa-se a ênclise com o verbo no início da frase:
Ex.: Entregaram-me as camisas.
Com o verbo no imperativo afirmativo:
Ex.: Alunos, comportem-se.
Com o verbo no gerúndio:
Ex.: Saiu deixando-nos por instantes.
Com o verbo no infinitivo impessoal:
Ex.: Convém contar-lhe tudo.
Quando houver pausa antes do verbo ou vírgula. Exs.:
Se não for muito tarde, encaminho-me à empresa agora.
Se não for incômodo, retorno-te às 16 horas.
42. Elementos da comunicação
1. Emissor ou remetente: é aquele que codifica e envia a
mensagem. Ocupa um dos polos do circuito da comunicação.
2. Receptor ou destinatário: é aquele que recebe e decodifica a
mensagem.
3. Mensagem: é o conteúdo que se pretende transmitir.
4. Canal: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida do emissor
para o receptor.
5. Código: é um sistema de signos convencionais que permite dar à
informação emitida (pelo emissor) uma interpretação adequada
(pelo receptor).
6. Contexto ou referente:6. Contexto ou referente: ambientação, situação em que se dá o
processo de comunicação.
44. Funções da linguagem
Função emotiva: A
mensagem está centrada
no emissor. O emissor
exprime diretamente uma
emoção que tende a
reflectir-se naquele a
quem se dirige.
-1ª pessoa;
-Adjetivação expressiva;
-Frases exclamativas;
-Frases interrogativas;
-Interjeições;
-Entoação e pontuação
específicas;
-Subjectividade;
Função poética: Centrada na
mensagem. Resulta da seleção
e combinação de signos, nas
relações entre significante e
significado, que põem em
evidência o valor estético da
mensagem.
Não existe só na poesia, mas em
velhos ditados, cantilenas, etc.
Ex.: O segredo bem guardado é o que
a ninguém é revelado.
-Palavras de sentido figurativo;
-Jogos de palavras;
-Jogos de estruturas de palavras;
-Ritmo;
-Tonalidades específicas;
-Sonoridades.
45. Função apelativa: A
mensagem está
centrada no receptor.
O emissor utiliza uma
linguagem para
influenciar o receptor
no sentido da ação.
Exemplo: linguagem
publicitária.
-2ª pessoa;
-Vocativo;
-Certas interjeições
(Pst!, Eia!);
-Frases imperativas;
-Frases interrogativas.
Função fática: A
mensagem está centrada
no canal ou contato. Está
presente sempre que o
emissor quer estabelecer
a comunicação ou
verificar se o contato
entre ele e o receptor se
mantém.
Ex.: Alô?, Sim? Não desligue…
-Fórmulas sociais;
-de saudação;
-de interpelação;
-de agradecimento;
-de despedida.
46. Função
metalinguística: A
mensagem está
centrada no código.
Está presente quando
se quer verificar se o
emissor e o receptor
usam o código com o
mesmo conteúdo
semântico.
Ex.: Não se deve dizer “tu
dissestes”, mas sim “tu
disseste”.
-Estruturas explicativas:
…, isto é,
…, quer dizer,
…, tem o significado de…
Função referencial: A
mensagem está centrada
no contexto. O emissor
informa o receptor sobre
qualquer realidade ou
fato.
-Impessoalidade;
-Adjetivação restrita;
-Frases declarativas;
-Objetividade;
-Clareza.
47. Canal
Função fática
Relação entre os elementos de comunicação e as
funções da linguagem
Emissor
Função emotiva
Mensagem
Função poética
Contexto
Função referencial
Receptor
Função apelativa
Código
Função metalinguística
48. Síntese
Funções da linguagem Finalidade Recursos
1. Referencial ou denotativa Transmitir informações Frase declarativa:
Comunicação impessoal e objetiva.
2. Emotiva ou expressiva Exprimir sentimentos e
emoções
Frase exclamativa:
Comunicação pessoal e subjetiva; uso de
recursos como: interjeição, superlativos,
aumentativos, diminutivos, hipérboles,
figuras, entonação e etc...
3. Apelativa ou conotativa Influenciar, persuadir o
receptor
Frases imperativa:
Comunicação indutora, convincente,
decidida.
4. Fática ou de contato Gerar, sustentar, favorecer
e facilitar a comunicação
Frases breve, exata, clara, de fácil
compreensão.
5. Metalinguística Definir, explicar, analisar,
criticar o código linguístico
Explicações, definições,
conceituações.
6. Poética Valoriza a elaboração da
linguagem como meio de
expressão
Frases de valor artístico, com o
predomínio da conotação, figuras de
linguagem e musicalidade.
50. Tipos de linguagem
DenotativoDenotativo:: sentido real (dicionário)
Exemplo: Minha geladeira quebrou.
ConotativoConotativo:: sentido figurado
Exemplo: Minha namorada é uma geladeira.
Figuras de linguagem
As figuras de linguagem são recursos estilísticos
responsáveis pela beleza estética do texto literário.
Ou seja, é uma forma de expressão que consiste no
uso de palavras em sentido figurado, isto é , em um
sentido diferente daqueles em que eles são
empregados normalmente.
Exemplo: Aquela menina é um avião.
51. Figuras de palavras
Antonomásia – Consiste na substituição de um nome por
outro que com ele seja afim semanticamente ou por uma
ação notória.
Exemplos: “O poeta dos escravos” (Castro Alves) / “O rei
do cangaço” (Lampião) / “O rei do pop” (Michael Jackson) /
“O rei do futebol” (Pelé) / Cidade Maravilhosa (Rio de
Janeiro) etc.
Catacrese – Costuma ocorrer quando, por falta de um termo
específico para designar um conceito, toma-se outro
"emprestado“, empregando algumas palavras fora de seu
sentido original.
Exemplos: “Embarcar num trem.” / Segunda-feira haverá
sabatina. / Enterrar uma agulha no dedo. / cavalgar um
burro; / braço da cadeira, / pé da mesa, / cabeça de
cebola, / dente de alho, / asa do bule ,/ aterrissar no mar, /
barriga da perna, etc.
52. MetonímiaMetonímia -- A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro,
havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
Exemplos:Exemplos:
a) parte pelo todoa) parte pelo todo
O bonde passa cheio deO bonde passa cheio de pernaspernas::
pernaspernas brancas pretas amarelas.brancas pretas amarelas.
Para que tantaPara que tanta pernaperna, meu Deus, pergunta meu coração., meu Deus, pergunta meu coração.
b) o lugar pela coisab) o lugar pela coisa
Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
c) O instrumento pela pessoa que o utilizac) O instrumento pela pessoa que o utiliza
A melhorA melhor tesouratesoura da região.da região.
OO gatilhogatilho mais rápido do oeste.mais rápido do oeste.
d) O autor pela obrad) O autor pela obra
Eu leioEu leio Clarice LispectorClarice Lispector..
e) A marca pelo produtoe) A marca pelo produto
Ela bebeuEla bebeu Coca-colaCoca-cola, comprou, comprou BombrilBombril e deu ao filho mingau dee deu ao filho mingau de
MaizenaMaizena..
f) O continente pelo conteúdof) O continente pelo conteúdo
João comeu doisJoão comeu dois pratospratos de feijoada e bebeu doisde feijoada e bebeu dois coposcopos de suco.de suco.
53. ProsopopeiaProsopopeia ouou personificaçãopersonificação – Consiste em atribuir a seres– Consiste em atribuir a seres
inanimados predicativos que são próprios de seres animados.inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
Exemplos:Exemplos:
““O jardim olhavaO jardim olhava as crianças sem dizer nada.”as crianças sem dizer nada.”
““As casas espiamAs casas espiam os homens que correm atrás de mulheres.”os homens que correm atrás de mulheres.”
Comparação ou símile – É a figura de linguagem que consiste na
aproximação entre dois seres em função de uma semelhança entre
eles, ou seja, é possível atribuir características de um elemento ao
outro, sempre usando os termos comparativos explícitos citados acima.
Exs.: “De tão branca, a moça parecia um fantasma”.
“Ele dirigia como um louco”.
“Trabalhava tal qual um profissional”.
“Ele era tão bom quanto um santo”.
“Seus olhos brilhavam que nem esmeraldas”.
SinestesiaSinestesia – Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações– Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações
percebidas por diferentes órgãos do sentido.percebidas por diferentes órgãos do sentido.
Exs.:Exs.: “A luz“A luz cruacrua da madrugada invadia meu quarto”.da madrugada invadia meu quarto”.
“O sol de outono caía com uma luz pálida e macia”.
“Dirigiu-lhe uma palavra branca e fria como agradecimento”.
54. Figuras de construção
AliteraçãoAliteração – Consiste na repetição ordenada de mesmos sons– Consiste na repetição ordenada de mesmos sons
consonantais.consonantais.
Exemplos:Exemplos:
“Es“Esppeerrando,ando, ppaarrada,ada, prpregada naegada na ppededrra doa do ppoorrto.”to.”
“O rato roeu a roupa do rei de Roma”.
“Quem com ferro fere com ferro será ferido”.
AnacolutoAnacoluto – Consiste em deixar um termo solto na frase.– Consiste em deixar um termo solto na frase.
Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinadaNormalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada
construção sintática e depois se opta por outra. Palavra ou palavrasconstrução sintática e depois se opta por outra. Palavra ou palavras
jogadas no início de um período sem desempenhar função sintática.jogadas no início de um período sem desempenhar função sintática.
Exemplos:Exemplos:
““A vidaA vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa”., não sei realmente se ela vale alguma coisa”.
““PoesiaPoesia. Ora, ninguém gosta de choradeiras poéticas.”. Ora, ninguém gosta de choradeiras poéticas.”
“Eu, toda vez que chego, você me chama pra conversar”.
55. Anáfora – Consiste na repetição de uma mesma palavra no início de
versos ou frases.
Exemplos:
“Noite – montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à
procura, mesmo sem alvo.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!”
(M. Bandeira)
“Acorda, Maria, é dia
de matar formiga
de matar cascavel
de matar estrangeiro
de matar irmão
de matar impulso
de se matar”.
(Carlos Drummond de Andrade)
56. Assíndeto – é a omissão das conjunções ou conectivos aditivas.
Exemplos:
“... há de morrer como viveu: sozinho! Sem ar! sem luz! sem Deus!
sem fé! sem pão! sem lar!” (Olavo Bilac)
“É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias”
(Vinícius de Moraes)
Elipse – Consiste na omissão de um termo que é facilmente
identificado.
Exemplos:
“Na estante, livros e mais livros”. (há)
“Chegamos tarde ontem”. (Nós)
“Não fosse sua carona, eu ainda estaria no meio do caminho”. (Se)
Hipérbato – Se refere a uma inversão brusca da ordem dos termos de
uma oração.
Exemplos.:
Brincavam antigamente na rua as crianças.
Dança, à noite, o casal de apaixonados no clube.
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o
brado retumbante.
57. Pleonasmo – consiste na repetição de um termo da oração ou do
significado de uma expressão, isto é, alguma informação que é repetida
desnecessariamente. Podem ser literários e vicioso.
Literários
Exs.:
Chovia uma triste chuva de resignação. (Manuel Bandeira)
Me sorrir um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã. (Chico
Buarque)
Viciosos
Exs.:“Todos subiram em cima do palco”. / “Menino, entre já para
dentro”. / “Vi com meus próprios olhos”.
Polissíndeto – É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos
conectivos (geralmente a conjunção e).
Exemplos:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e
ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre." (Olavo Bilac)
"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe
inteligência e fê-lo chefe da natureza.
58. Silepse – É uma figura de linguagem que faz concordância não através
de regras gramaticais, mas sim pela ideia associada em nossa mente.
Conhecida também como concordância ideológica. Pode ser de
gênero, de número ou de pessoa.
Exemplos:
de gênero:
“Bom Jardim é encantadora!” (a concordância é feita com a palavra
cidade, feminina, que está subentendida)
“Alguém andava bem saudosa.” (concorda com a ideia de feminino.)
de número:
O pessoal pôs-se a gritar e choravam.
O casal de pássaros nada fez, apenas voaram, foram embora.
de pessoa:
“Aliás todos os sertanejos somos assim.”
“Os amigos nos revezávamos à sua cabeceira.”
59. Figuras de pensamento
Antítese – É a oposição entre dois pensamentos, duas ou mais
ideias. “É a oposição de duas verdades, uma dando vida à outra.” La
Bruyère).Figura fundamental, básica do pensamento e do sentir:
nascimento x morte; ódio x amor; dia x noite; alegria x dor etc.
Exemplo:
E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se.
O que sempre foi simples tornou-se complexo.
"O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa)
Apóstrofe – Consiste no chamamento a uma pessoa ou coisa que
pode ser real ou imaginária, pode estar presente ou ausente; usada
para dar ênfase.
Exemplo:
Ó mar salgado, / quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal!
(Fernando Pessoa)
Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus!
(Castro Alves)
60. Eufemismo – Busca suavizar uma expressão através do uso de termos
mais agradáveis.
Exemplos:
Ele é desprovido de beleza. (= feio)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Osvaldo partiu dessa pra melhor. (= morreu)
Hipérbole – Consiste em engrandecer ou diminuir exageradamente a
verdade.
Exemplo:
Eu já disse um milhão de vezes que não fui eu quem fez isso!
Hoje está um frio de rachar!
Aquela mãe derramou rios de lágrimas quando seu filho foi preso.
Não convide o João para sua festa, porque ele come até explodir!
Ironia – Figura pela qual se diz o contrário do que se quer dizer.
Exemplo: Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar ninguém.
61. Paradoxo – Consiste numa proposição aparentemente
absurda, resultante da união de ideias contraditórias.
Exemplos.:
É só um pobre rapaz rico que não sabe nada da vida.
Quanto mais vivemos, mais nos aproximamos da morte.
Essa menina parece que dorme acordada.
“Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer”. (Camões)
62. QUADRO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DAS LITERATURAS
PORTUGUESA E BRASILEIRA
LITERATURA PORTUGUESA
Era medieval Era Clássica Era Romântica
Trovadoris
mo
(1189 –
1418)
Humanism
o
(1434 –
1527)
Renascimento
(1527-1580)
Barroco
(1580 –
1756)
Neoclassicis
mo
(1756 –
1825)
Romantismo
(1825 –
1865)
Realismo
Naturalismo
(1865 –
1890)
Simbolismo
(1890 –
1915)
Modernism
o
(1915 AOS
DIAS
ATUAIS)
Séculos
XII A XIV
Século
XV
Século
XVI
Séculos
XVII/XVIII
Século
XVIII
Século
XIX
Século
XIX
Século
XIX
Século
XX
-
Cancioneiros
- Poesia
Trovadoresc
a
(cantigas)
- Cancioneiro
Geral
- Fernão
Lopes
- Gil Vicente
- Sá de Miranda
- Camões
- Cultismo
- Conceptismo
- Pe. Antonio
vieira
- Arcádia
Lusitana
- Nova Arcádia
- Bocage
- Almeida Garret
- Alexandre
Herculano
- Camilo Castelo
Branco
- Júlio Dinis
- Questão
Coimbrã
- Antero de
Quental
- Eça de Queirós
- Eugênio de
Castro
- Antonio Nobre
- Camilo
Pessanha
- Revista
Orpheu
- Fernando
Pessoa
- Revista
presença
Observações:
Parnasianismo em Portugal
(1882-1893)
Parnasianismo no Brasil
(1882 – 1893)
O Pré-Modernismo no
Brasil (1892 – 1922)
Tendências
Contemporâneas da
Literatura Brasileira
(1980 aos dias atuais)
- Descobrimento
- Literatura
informativa
- -Literatura
catequética
- José de
Anchieta
- Bahia
- Gregório de
Matos
- Minas Gerais
- Cláudio Manoel
da Costa
- Tomás Antonio
Gonzaga
- Basílio da
Gama
- Santa Rita
Durão
- Independência
-- Gonçalves
Dias
- Álvares de
Azevedo
- Castro Alves
- Joaquim
Manoel de
Macedo
- José de Alencar
- Machado de
Assis
- Aluísio de
Azevedo
- Parnasianismo
Raul Pompéia
- Cruz e Sousa
Alphonsus de
Guimaraens
- Semana de
22
- Mário e
Oswald de
Andrade
- Geração de
30
- Geração de
45
- Guimarães
Rosa
- Clarice
Lispector
PRÉ-
MODERNISMO
Século
XVI
Séculos
XVII/XVIII
Século
XVIII
Século
XIX
Século
XIX
Século
XIX
Século
XX
Quinhentism
o
(1500 –
1601)
Barroco
(1601 –
1768)
Neoclassicis
mo
(1678 –
1836)
Romantismo
(1836 –
1881)
Realismo
Naturalismo
(1881/1902)
Simbolismo
1893 –
1902)
Modernism
o
1922 –
1980)
63. REFERÊNCIAS
AMARAL, Emília et al. Português: Novas palavras: literatura,
gramática, redação e leitura. volumes 1,2 e 3: ensino médio/
2 ed. – São Paulo: FTD, 2013.