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Difícil encontrar alguém que não tenha odiado aquelas
            infinitas regras de acentuação, que a professora copiava na
            lousa e lia em voz alta para a classe. O que a maioria das
            pessoas não sabe é que, com um pouco de raciocínio, pode-se
            prescindir da maioria daqueles dogmas. Sabe como? É simples:
            Em primeiro lugar, é bom saber o que é oxítona, paroxítona e
            proparoxítona. Oxítona é a palavra que tem a última sílaba
            como a mais forte. Exemplos: caFÉ, aMOR, saCI, etc. As
            paroxítonas têm a penúltima sílaba como a mais forte. Exemplo:
            caBEça, coLÉgio, MEsa, etc. Já as proparoxítonas têm a
            antepenúltima como a mais forte (todas as proparoxítonas são
            acentuadas). Exemplos: África, MÉdico, Ácido, etc.
            Se você não errar essa classificação, ótimo! Em 90% dos casos,
            não precisa decorar regras de acentuação. Basta seguir estes
            procedimentos: quando tiver dúvida na acentuação de uma
            palavra, você precisa, primeiro, identificar qual é a sílaba
            tônica. Vamos pegar um exemplo? Digamos que se queira acentuar
            a palavra “biquini”. Será que ela tem acento? Primeiro: ela é
            proparoxítona, paroxítona ou oxítona? Bem, não se fala
            biquiNI, nem BIquini. Fala-se biQUIni. Certo! Já sabemos que a
            palavra que designa esse vestuário é paroxítona.
            Segundo passo: veja qual é a terminação da palavra (a, ã, e,
            i, o, u, en, em, ens, l, n, r, x, ps, ditongo, etc.). Só para
            lembrar, ditongo é o encontro de duas vogais* em uma mesma
            sílaba: co-lé-gio; ré-gua; etc. No caso, é i (“biquini”)...
            então, basta você buscar na mente alguma palavra que também
            seja paroxítona e que termine em i ou is (quando a palavra
            termina em vogal, tanto faz se há "s" no final, ou não) e de
            cuja acentuação você tenha certeza. Vamos pensar...
            paroxítona... terminada em i ou is... JÚri. E TÁxi. E LÁpis!
            Bem, se você tem certeza absoluta de que a palavra que achou
            tem acento (lápis, júri, por exemplo), só pode chegar a uma
            conclusão: BIQUÍNI também tem acento, assim como MissiSSÍpi,
            pois a gramática é justa. Se ela acentua uma paroxítona
            terminada em i(s), todas as palavras com a mesma
            característica também levarão o acento. Outro exemplo:
            “revolver” (arma) tem acento? Bem, é uma paroxítona terminada
            em r. Pensemos em uma palavra modelo, que também seja
            paroxítona terminada em r... MÁRtir. Se você tem certeza de
            que mártir tem acento, revólver também terá. Isso vale também
            para os nomes próprios, como César e Róger.
            Não é melhor raciocinar do que decorar regras? Observe este
            exemplo, que ilustra bem o raciocínio. A palavra “hifen” tem
            acento? Vamos ver: paroxítona (a sílaba hi é mais forte),
            terminada em en... Pensemos em outra que também seja
            paroxítona e que termine em en... PÓlen, Éden!!! São
            paroxítonas e terminam em en. E há a certeza de que são
acentuadas. Se é assim, hífen também o será, porque a
Gramática é justíssima. E o plural – “hifens”? Será que tem?
Vamos pensar: paroxítona terminada em ens... NUvens!!!
HOmens!!! São paroxítonas terminadas em ens, e ninguém teria
coragem de acentuá-las. Se não têm acento, hifens, polens,
edens e todas as outras paroxítonas terminadas em ens também
não terão. Lembremos: a Gramática é justa. Pelo menos na
maioria dos casos.
Esse método pode parecer complicado à primeira vista, porque a
busca pelos "modelos" costuma dar trabalho no início. Porém,
essa dificuldade só é encontrada no primeiro contato com o
método. Nas tentativas posteriores, as palavras que servirão
de modelo já estarão fixadas em sua memória.
 * Em verdade, o ditongo é o encontro de uma vogal e uma
semivogal, distinção conceitual que não se mostra relevante
para o entendimento da acentuação.
  E os nomes de pessoas?
 O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa é bem claro:
todas as palavras (incluam-se os nomes próprios, como os de
pessoas) obedecem às mesmas regras de acentuação: Ângela,
César, Sérgio, etc. (a não ser que o nome seja registrado sem
o merecido acento). É só fazer o teste. A palavra Sérgio, por
exemplo: é paroxítona (SÉRgio) terminada em ditongo. Pensemos
em outra paroxítona terminada em qualquer ditongo... TRÉgua,
coLÉgio. Há a certeza de que essas duas levam acento. Então,
como a Gramática é justa, toda paroxítona terminada em ditongo
– inclua-se Sérgio – deverá ser acentuada.
  Por que o verbo pôr tem acento, se a palavra dor não tem?
 Muito bem pensado. Você acaba de entrar na questão dos
acentos diferenciais. Como o próprio nome diz, são aqueles que
servem para diferenciar algumas palavras de outras.
Antigamente – até o ano de 1971 –, algumas palavras com as
vogais e e o fechadas e tônicas (pronunciadas com mais força)
possuíam o acento circunflexo (^): êste, espêlho, môlho, etc.
Com a última reforma efetiva do Formulário Ortográfico
Brasileiro, a maioria desses acentos caiu, permanecendo poucos
sobreviventes. Um deles é justamente a palavra por: leva
acento somente se for verbo. Exemplos: Que lindo o pôr-do-sol!
(verbo); Vou pôr a mão no fogo (verbo); Não faça isso, por
favor (aqui o por não é verbo; logo, não tem acento); Este
presente é por todas as vezes em que nos encontramos (idem).
  Acontece o mesmo com a conjugação do verbo parar. Para
diferenciar pára (verbo) de para (preposição, palavra que liga
outras), usa-se acento no primeiro: Pára com isso, menina
(parar)!; Vamos para Londrina (preposição)?
  Pelo, pélo e pêlo constituem outro grupo com acento
diferencial. Pêlo (com acento circunflexo) é o cabelo,
penugem; pélo (com agudo) é conjugação do verbo pelar, que
significa tirar a pele ou o pêlo de algo; e pelo, usado na
maioria dos casos, é a união (contração) das palavras per + o.
Exemplos: Que pêlos bonitos tem esse cachorro (cabelos);
Primeiro eu mato; depois, pélo o porco inteiro (tirar a pele);
Faço tudo pelo meu filho (per + o meu filho). Na conjugação de
pelar, põe-se o acento também em péla (que pode significar
bolinha de borracha, inclusive), para diferenciá-la de pela
(per + a): É ele que péla os animais (tirar a pele ou pêlo)?;
Traga a péla, que vamos brincar (bolinha de borracha); É bom
poder caminhar pela rua (per + a).
E a fruta pêra? Tem acento mesmo? Sim, claro. Mas só no
singular. Serve para diferenciá-la de péra (que significa
pedra): Eu amo comer pêra depois da janta (fruta); O indivíduo
era forte como péra (pedra). São dois substantivos (nomes de
seres e objetos em geral) com significados diferentes,
exatamente como pólo e pôlo, cujos acentos determinam-lhes o
significado. Pólo pode, entre outros significados, querer
dizer extremidade, pontos opostos, ou aquele jogo com
cavaleiros. Pôlo é a ave jovem, com menos de um ano. Exemplos:
Gosto bastante de jogar pólo aquático (esporte); Caminhando
feliz pela mata, deparei com lindos pôlos, que esperavam
ansiosos pela mãe (ave jovem).
 Outro acento diferencial importante é o dos grupos as e ás.
Este é o nome de uma carta de baralho ou a designação que se
dá a uma pessoa muito habilidosa em determinada atividade; as
(sem acento) é o plural do artigo a, que acompanha,
obviamente, substantivos (nomes) femininos: Rubinho é um ás do
automobilismo (muito habilidoso); Ganhamos o jogo por causa de
um simples ás (nome da carta); Eu vi as meninas chegando
(artigo a no plural, que acompanha nomes femininos). Outros
diferencias: côa (do verbo coar), coa (contração antiga - com
+ a), o porquê (substantivo) e o quê (substantivo).
   E aquela história de Eles lêem? Por que o verbo é
 acentuado?
Boa indagação! Guarde esta palavrinha: DELECREVÊ. São as
iniciais dos verbos que têm o duplo e, com acento no primeiro
(êe): DE (dar), LE (ler), CRE (crer) e VE (ver). Na terceira
pessoa do plural (eles), dobre o e ponha acento no primeiro:
Eles LÊEM (ler) muito; Vocês CRÊEM (crer) em Deus?; Quero que
ele DÊEM (dar) as mãos; etc. Também é sadio lembrar os verbos
que possuem o duplo o, com o primeiro mais forte (ôo), que
sempre terá acento: Eu o abençôo; Você sabe o que é ressôo
nasal? Eu não vôo. Cuidado para não dobrar o e das formas vem
e tem, quando na terceira pessoa do plural: eles TÊM, eles VÊM
(ver Têm).
  E por que céu tem acento? Qual é a explicação?
Simplesmente porque é um ditongo eu aberto, oral e tônico.
Essa tem que guardar. Os ditongos abertos orais e tônicos éu,
éi e ói são sempre acentuados. Exemplos: CÉU, réis, rói,
destrói, etc. Não entendeu o que é ditongo aberto? Compare
estas pronúncias: céu e meu. Viu, ou melhor, ouviu a
diferença? A primeira – céu – é a de um ditongo aberto, pois
você tem que abrir um pouco mais a boca; a segunda – meu – é
fechada, pelo motivo oposto. Ditongo oral é aquele que sai
pela boca, e não pelo nariz (como a palavra mãe, por exemplo);
tônico é aquele pronunciado com mais intensidade. Obs.: No
português padrão de Portugal, o ditongo ei não costuma vir
acentuado: ideia, colmeia, deia, etc.
  Coco
Difícil é encontrar alguém que venda água de COCO (sem
acento). A maioria põe o acento circunflexo (^) no primeiro o.
Gramaticalmente, esse acento não existe. Façamos o teste: coco
é oxítona, paroxítona ou proparoxítona? Qual é a sílaba mais
forte? Bem, é só pronunciar: COco. É a penúltima. É
paroxítona, então. Agora, vejamos a terminação. Termina em o
(coco). Pronto! Vamos pensar em outra paroxítona terminada em
o. Se tivermos certeza de que esse modelo leva o acento, a
conclusão a que chegaremos será que todas as paroxítonas
terminadas em o também serão acentuadas. Vamos ver... BOlo,
JOgo, TOlo... São paroxítonas terminadas em o, e não se
encontrariam pessoas com coragem de acentuá-las. Se elas não
têm acento, COCO também não terá. A Gramática é justa. E há
lugares em que o acento recai sobre o segundo o...
  Regras de acentuação
 O método descrito acima visa a simplificar a sua vida. Na
primeira tentativa, pode parecer difícil encontrar as palavras
que nos servem de modelos, mas, a partir da segunda, tudo fica
mais fácil. Se você preferir decorar as regras, guarde as
principais:
  Acentuam-se 1) oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em,
ens (sofá, café, cipó, também, parabéns); 2) paroxítonas
terminadas em l, n, r, x, ps, ã(s), i(s), um, uns, u(s), on,
nos e ditongo (móvel, hífen, mártir, tórax, bíceps, ímã,
biquíni, álbum, álbuns, elétron, elétrons); 3) todas as
proparoxítonas (África, pêssego, cágado, etc.); 4)
monossílabas tônicas terminadas em a(s), e(s), o(s) (pá, pé,
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Acentuação

  • 1. Difícil encontrar alguém que não tenha odiado aquelas infinitas regras de acentuação, que a professora copiava na lousa e lia em voz alta para a classe. O que a maioria das pessoas não sabe é que, com um pouco de raciocínio, pode-se prescindir da maioria daqueles dogmas. Sabe como? É simples: Em primeiro lugar, é bom saber o que é oxítona, paroxítona e proparoxítona. Oxítona é a palavra que tem a última sílaba como a mais forte. Exemplos: caFÉ, aMOR, saCI, etc. As paroxítonas têm a penúltima sílaba como a mais forte. Exemplo: caBEça, coLÉgio, MEsa, etc. Já as proparoxítonas têm a antepenúltima como a mais forte (todas as proparoxítonas são acentuadas). Exemplos: África, MÉdico, Ácido, etc. Se você não errar essa classificação, ótimo! Em 90% dos casos, não precisa decorar regras de acentuação. Basta seguir estes procedimentos: quando tiver dúvida na acentuação de uma palavra, você precisa, primeiro, identificar qual é a sílaba tônica. Vamos pegar um exemplo? Digamos que se queira acentuar a palavra “biquini”. Será que ela tem acento? Primeiro: ela é proparoxítona, paroxítona ou oxítona? Bem, não se fala biquiNI, nem BIquini. Fala-se biQUIni. Certo! Já sabemos que a palavra que designa esse vestuário é paroxítona. Segundo passo: veja qual é a terminação da palavra (a, ã, e, i, o, u, en, em, ens, l, n, r, x, ps, ditongo, etc.). Só para lembrar, ditongo é o encontro de duas vogais* em uma mesma sílaba: co-lé-gio; ré-gua; etc. No caso, é i (“biquini”)... então, basta você buscar na mente alguma palavra que também seja paroxítona e que termine em i ou is (quando a palavra termina em vogal, tanto faz se há "s" no final, ou não) e de cuja acentuação você tenha certeza. Vamos pensar... paroxítona... terminada em i ou is... JÚri. E TÁxi. E LÁpis! Bem, se você tem certeza absoluta de que a palavra que achou tem acento (lápis, júri, por exemplo), só pode chegar a uma conclusão: BIQUÍNI também tem acento, assim como MissiSSÍpi, pois a gramática é justa. Se ela acentua uma paroxítona terminada em i(s), todas as palavras com a mesma característica também levarão o acento. Outro exemplo: “revolver” (arma) tem acento? Bem, é uma paroxítona terminada em r. Pensemos em uma palavra modelo, que também seja paroxítona terminada em r... MÁRtir. Se você tem certeza de que mártir tem acento, revólver também terá. Isso vale também para os nomes próprios, como César e Róger. Não é melhor raciocinar do que decorar regras? Observe este exemplo, que ilustra bem o raciocínio. A palavra “hifen” tem acento? Vamos ver: paroxítona (a sílaba hi é mais forte), terminada em en... Pensemos em outra que também seja paroxítona e que termine em en... PÓlen, Éden!!! São paroxítonas e terminam em en. E há a certeza de que são
  • 2. acentuadas. Se é assim, hífen também o será, porque a Gramática é justíssima. E o plural – “hifens”? Será que tem? Vamos pensar: paroxítona terminada em ens... NUvens!!! HOmens!!! São paroxítonas terminadas em ens, e ninguém teria coragem de acentuá-las. Se não têm acento, hifens, polens, edens e todas as outras paroxítonas terminadas em ens também não terão. Lembremos: a Gramática é justa. Pelo menos na maioria dos casos. Esse método pode parecer complicado à primeira vista, porque a busca pelos "modelos" costuma dar trabalho no início. Porém, essa dificuldade só é encontrada no primeiro contato com o método. Nas tentativas posteriores, as palavras que servirão de modelo já estarão fixadas em sua memória. * Em verdade, o ditongo é o encontro de uma vogal e uma semivogal, distinção conceitual que não se mostra relevante para o entendimento da acentuação. E os nomes de pessoas? O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa é bem claro: todas as palavras (incluam-se os nomes próprios, como os de pessoas) obedecem às mesmas regras de acentuação: Ângela, César, Sérgio, etc. (a não ser que o nome seja registrado sem o merecido acento). É só fazer o teste. A palavra Sérgio, por exemplo: é paroxítona (SÉRgio) terminada em ditongo. Pensemos em outra paroxítona terminada em qualquer ditongo... TRÉgua, coLÉgio. Há a certeza de que essas duas levam acento. Então, como a Gramática é justa, toda paroxítona terminada em ditongo – inclua-se Sérgio – deverá ser acentuada. Por que o verbo pôr tem acento, se a palavra dor não tem? Muito bem pensado. Você acaba de entrar na questão dos acentos diferenciais. Como o próprio nome diz, são aqueles que servem para diferenciar algumas palavras de outras. Antigamente – até o ano de 1971 –, algumas palavras com as vogais e e o fechadas e tônicas (pronunciadas com mais força) possuíam o acento circunflexo (^): êste, espêlho, môlho, etc. Com a última reforma efetiva do Formulário Ortográfico Brasileiro, a maioria desses acentos caiu, permanecendo poucos sobreviventes. Um deles é justamente a palavra por: leva acento somente se for verbo. Exemplos: Que lindo o pôr-do-sol! (verbo); Vou pôr a mão no fogo (verbo); Não faça isso, por favor (aqui o por não é verbo; logo, não tem acento); Este presente é por todas as vezes em que nos encontramos (idem). Acontece o mesmo com a conjugação do verbo parar. Para diferenciar pára (verbo) de para (preposição, palavra que liga outras), usa-se acento no primeiro: Pára com isso, menina (parar)!; Vamos para Londrina (preposição)? Pelo, pélo e pêlo constituem outro grupo com acento diferencial. Pêlo (com acento circunflexo) é o cabelo,
  • 3. penugem; pélo (com agudo) é conjugação do verbo pelar, que significa tirar a pele ou o pêlo de algo; e pelo, usado na maioria dos casos, é a união (contração) das palavras per + o. Exemplos: Que pêlos bonitos tem esse cachorro (cabelos); Primeiro eu mato; depois, pélo o porco inteiro (tirar a pele); Faço tudo pelo meu filho (per + o meu filho). Na conjugação de pelar, põe-se o acento também em péla (que pode significar bolinha de borracha, inclusive), para diferenciá-la de pela (per + a): É ele que péla os animais (tirar a pele ou pêlo)?; Traga a péla, que vamos brincar (bolinha de borracha); É bom poder caminhar pela rua (per + a). E a fruta pêra? Tem acento mesmo? Sim, claro. Mas só no singular. Serve para diferenciá-la de péra (que significa pedra): Eu amo comer pêra depois da janta (fruta); O indivíduo era forte como péra (pedra). São dois substantivos (nomes de seres e objetos em geral) com significados diferentes, exatamente como pólo e pôlo, cujos acentos determinam-lhes o significado. Pólo pode, entre outros significados, querer dizer extremidade, pontos opostos, ou aquele jogo com cavaleiros. Pôlo é a ave jovem, com menos de um ano. Exemplos: Gosto bastante de jogar pólo aquático (esporte); Caminhando feliz pela mata, deparei com lindos pôlos, que esperavam ansiosos pela mãe (ave jovem). Outro acento diferencial importante é o dos grupos as e ás. Este é o nome de uma carta de baralho ou a designação que se dá a uma pessoa muito habilidosa em determinada atividade; as (sem acento) é o plural do artigo a, que acompanha, obviamente, substantivos (nomes) femininos: Rubinho é um ás do automobilismo (muito habilidoso); Ganhamos o jogo por causa de um simples ás (nome da carta); Eu vi as meninas chegando (artigo a no plural, que acompanha nomes femininos). Outros diferencias: côa (do verbo coar), coa (contração antiga - com + a), o porquê (substantivo) e o quê (substantivo). E aquela história de Eles lêem? Por que o verbo é acentuado? Boa indagação! Guarde esta palavrinha: DELECREVÊ. São as iniciais dos verbos que têm o duplo e, com acento no primeiro (êe): DE (dar), LE (ler), CRE (crer) e VE (ver). Na terceira pessoa do plural (eles), dobre o e ponha acento no primeiro: Eles LÊEM (ler) muito; Vocês CRÊEM (crer) em Deus?; Quero que ele DÊEM (dar) as mãos; etc. Também é sadio lembrar os verbos que possuem o duplo o, com o primeiro mais forte (ôo), que sempre terá acento: Eu o abençôo; Você sabe o que é ressôo nasal? Eu não vôo. Cuidado para não dobrar o e das formas vem e tem, quando na terceira pessoa do plural: eles TÊM, eles VÊM (ver Têm). E por que céu tem acento? Qual é a explicação?
  • 4. Simplesmente porque é um ditongo eu aberto, oral e tônico. Essa tem que guardar. Os ditongos abertos orais e tônicos éu, éi e ói são sempre acentuados. Exemplos: CÉU, réis, rói, destrói, etc. Não entendeu o que é ditongo aberto? Compare estas pronúncias: céu e meu. Viu, ou melhor, ouviu a diferença? A primeira – céu – é a de um ditongo aberto, pois você tem que abrir um pouco mais a boca; a segunda – meu – é fechada, pelo motivo oposto. Ditongo oral é aquele que sai pela boca, e não pelo nariz (como a palavra mãe, por exemplo); tônico é aquele pronunciado com mais intensidade. Obs.: No português padrão de Portugal, o ditongo ei não costuma vir acentuado: ideia, colmeia, deia, etc. Coco Difícil é encontrar alguém que venda água de COCO (sem acento). A maioria põe o acento circunflexo (^) no primeiro o. Gramaticalmente, esse acento não existe. Façamos o teste: coco é oxítona, paroxítona ou proparoxítona? Qual é a sílaba mais forte? Bem, é só pronunciar: COco. É a penúltima. É paroxítona, então. Agora, vejamos a terminação. Termina em o (coco). Pronto! Vamos pensar em outra paroxítona terminada em o. Se tivermos certeza de que esse modelo leva o acento, a conclusão a que chegaremos será que todas as paroxítonas terminadas em o também serão acentuadas. Vamos ver... BOlo, JOgo, TOlo... São paroxítonas terminadas em o, e não se encontrariam pessoas com coragem de acentuá-las. Se elas não têm acento, COCO também não terá. A Gramática é justa. E há lugares em que o acento recai sobre o segundo o... Regras de acentuação O método descrito acima visa a simplificar a sua vida. Na primeira tentativa, pode parecer difícil encontrar as palavras que nos servem de modelos, mas, a partir da segunda, tudo fica mais fácil. Se você preferir decorar as regras, guarde as principais: Acentuam-se 1) oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em, ens (sofá, café, cipó, também, parabéns); 2) paroxítonas terminadas em l, n, r, x, ps, ã(s), i(s), um, uns, u(s), on, nos e ditongo (móvel, hífen, mártir, tórax, bíceps, ímã, biquíni, álbum, álbuns, elétron, elétrons); 3) todas as proparoxítonas (África, pêssego, cágado, etc.); 4) monossílabas tônicas terminadas em a(s), e(s), o(s) (pá, pé, pó).