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Leila Regina d´Oliveira de Paula Nunes 
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Se você quer saber como é viver sem poder 
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(Rick Creech, jovem com paralisia cerebral) (Musselwhite e St. 
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oral em salas 
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ações em função das ações atuais e antecipadas do outro, 
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Comunicação Alternativa/Ampliada (CAA): Gestos manuais, 
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comunicativas face a face 
CAA: Área de conhecimento multidisciplinar destinada a prover 
condições para a acessibilidade comunicativa de pessoas com 
dificuldades de se expressar através da fala articulada: paralisia 
cerebral, deficiência intelectual, autismo.
O Grupo de Pesquisa Linguagem e Comunicação 
Alternativa do ProPEd da UERJ 
Desde 1995: 14 projetos de pesquisa - CNPq, FAPERJ, UERJ e CAPES 
20 dissertações de mestrado, 6 teses de doutorado, 16 monografias , 3 teses de 
pós-doutorado, mais de 300 produções acadêmicas 
Atividades de pesquisa, ensino e extensão 
Laboratório de Tecnologia Assistiva/Comunicação Alternativa (LATECA) 
2009, criada a homepage do LATECA – www.lateca-uerj.net/ 
Programas de formação de recursos humanos para introduzir a comunicação 
alternativa nas escolas do ensino fundamental e de EJA
Pesquisas sobre formação inicial e 
continuada de professores 
Dando a voz através de 
imagens: comunicação 
alternativa para 
indivíduos com deficiência 
(FAPERJ 26/110235/2007) 
Promovendo a 
inclusão 
comunicativa de 
alunos não 
oralizados com 
paralisia cerebral e 
deficiência múltipla 
(CNPq 473360/2007.1)
Objetivos 
Introduzir e avaliar os 
efeitos da inclusão dos 
recursos de 
Comunicação 
Alternativa em duas 
salas de aula de uma 
escola especial e de 
uma escola regular 
Analisar o processo 
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alunos com 
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do Rio de Janeiro
Método 
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• oferta do Boardmaker para confecção de pictogramas 
• oferta de caixas de comunicação para os alunos 
• sugestões de pranchas de comunicação e softwares 
• demonstração do uso das pranchas para estabelecer 
conversação com os alunos. 
• elemento–chave : observação e análise de trechos de 
sessões filmadas das professoras desenvolvendo 
atividades pedagógicas e interagindo com os alunos, 
conduzidas em sessões semanais de discussão com a 
professora e toda a equipe de pesquisa (autoscopia)
• Profas aprenderam a elaborar e a empregar recursos 
de baixa e alta tecnologia em uma diversidade de 
situações 
• Mudança razoável nas habilidades comunicativas e 
sociais dos alunos 
• Maior sensibilidade das profs às questões de 
comunicação 
• Disposição dos alunos em semicírculo 
• Disponibilização de pranchas e cadernos de 
comunicação 
• Incentivo para a conversa dos alunos com os colegas 
• Maior agilidade na troca de turnos da professora com 
cada aluno 
• Maior participação nas interações e na expressão de 
pensamentos e sentimentos.
Contudo ... 
• Assimetria de papéis nas interações 
• Ausência das funções comunicativas 
mais nobres como a narrativa, o 
planejamento e o julgamento.
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continuada de professores 
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alunos com deficiência: formação 
inicial de professores 
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interagir com alunos sem fala 
• Desenvolver habilidades de coletar dados, 
estruturar um estudo de caso e elaborar um 
plano de intervenção especializada. 
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graduação, o aluno com deficiência, a 
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resolução dos problemas
Método 
• Metodologia Problematizadora 
• Estudo realizado em várias turmas de 
uma escola especial e no LATECA (UERJ)
• Inicialmente graduandos apresentavam dificuldade 
em identificar as respostas dos alunos especiais. 
• Graduandos solicitavam que os alunos se 
expressassem, fazendo perguntas fechadas ou 
abertas, sem esperar a resposta. 
• Com o andamento do trabalho, graduandos 
ofereceram aos alunos mais oportunidades de 
manifestar opinião e fazer escolhas, apresentando 
modelos e pistas, fazendo varredura das opções de 
respostas gráficas e aguardando a expressão dos 
alunos especiais. 
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com os graduandos, fazendo solicitações, 
respondendo perguntas e mediando relações com 
outro colega, professor ou familiar. 
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de comunicação.
Pesquisas sobre formação inicial e 
continuada de professores 
Tecnologia Assistiva para a inclusão comunicativa de 
alunos com deficiência: formação continuada de 
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FAPERJ 26/110047/2010 
(Araujo, 2012; Correa Netto, 2012)
Objetivos dos 6 estudos 
Ensinar professoras, estagiárias e 
profissionais de Saúde a 
planejar, implementar e avaliar 
os efeitos da introdução da CAA 
na interação e na comunicação 
de alunos com paralisia 
cerebral, autismo, síndrome de 
Asperger e de Angelman com 
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Pesquisas: CAA na sala de aula 
1 ESCOLA 
ESPECIAL 
3 ESCOLAS 
REGULARES 
1 CENTRO 
ESPECIALIZADO 
6 ESTUDOS
Método: sujeitos 
4 profas. 
especiais 
6 profas. 
regulares 
7 estagiárias 
1 psicóloga 
1 auxiliar 
profa. 
5 alunos 
autismo 
2 alunos 
14 alunos PC Asperger 
e DI
Método: procedimentos 
palestras com farto material áudio-visual 
confecção de recursos de CAA 
leituras e discussão de textos 
demonstração de emprego da CAA junto aos alunos 
apresentação e discussão sobre filmes das professoras/estagiárias em 
interação com alunos
Resultados 
• Crescente uso das pranchas de CAA, isoladamente ou 
acompanhada por gestos, pelos alunos com PC e até 
mesmo pelos alunos oralizados em sala de aula 
• Ampliação das habilidades e funções comunicativas 
dos alunos sem fala 
• Maior interação com diferentes interlocutores 
• Ampliação das interações entre alunos 
• Melhor desempenho acadêmico dos alunos 
• Favorecimento da comunicação e aprendizagem dos 
alunos com autismo, Asperger e Angelman
Resultados 
• Maior agilidade na troca de turnos da 
professora com cada aluno sem fala 
• Melhoria na elaboração de atividades 
adaptadas e no planejamento acadêmico 
pelas mediadoras 
• Atitude mais favorável à inclusão do 
aluno c/ autismo na escola regular 
• Maior crença na intencionalidade 
comunicativa de crianças c/ Angelman
Pesquisas sobre formação inicial e 
continuada de professores 
A Formação Continuada de Professores 
das Salas de Recursos Multifuncionais do 
Rio de Janeiro em Tecnologia Assistiva 
(FAPERJ 102319/2013) 
(CNPq 501388/2013-3)
Objetivos 
Implementação e a avaliação de um programa de formação 
continuada de professores da rede pública do ensino municipal 
para atuação nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) de 
Referência, as quais funcionarão como agentes multiplicadores 
das ações formativas da Oficinal Vivencial 
Mais especificamente, esses professores serão ensinados a 
planejar, implementar e avaliar recursos e serviços da Tecnologia 
Assistiva nas áreas ligadas à escola como: comunicação alternativa 
e ampliada, acesso ao computador e atividades e materiais 
pedagógicos adaptados para atender alunos do ensino 
fundamental que apresentem severos comprometimentos em sua 
comunicação oral, como os alunos com paralisia cerebral, autismo 
e deficiência múltipla
1o sem/2013 Etapa I • Caracterização e verificação do conhecimento 
dos professores. 
• Análise da caracterização e organização do 
curso a ser oferecido. 
2o sem/2013 Etapa II • Curso de formação com metodologia 
problematizadora. 
• Análise e avaliação da formação oferecida. 
1o sem/2014 Etapa II • Curso de formação com metodologia 
problematizadora. 
• Análise e avaliação da formação oferecida. 
2o sem/2014 Etapa 
III 
• Professores das SRM de Referência irão ofertar 
aos colegas um curso de formação sobre TA. 
• Análise e avaliação da formação oferecida por 
esses professores. 
1o e 2o 
sem/2015 
Etapa 
IV 
• Follow-up – sessões de observação em SRM de 
professores que receberam a primeira formação. 
• Análise e avaliação da formação oferecida.
Algumas reflexões sobre a 
experiência de 
Fazer pesquisa na sala de aula
Pesquisa na sala de aula 
Dissenso entre as teorias implícitas do professor 
e as teorias mais ou menos explicitas do 
pesquisador. 
Teorias têm a função precípua de tensionar 
continuamente a prática, e é nela que as 
construções teóricas são checadas. 
Conduzir pesquisa numa sala de aula demanda a 
construção de uma cumplicidade entre 
pesquisadores e professores.
Significado dos pictogramas 
Questão: conhecer primeiro o significado dos 
pictogramas para depois utilizá-los como meio de 
comunicação? 
Os significados não estão inscritos nas palavras, gestos, 
e demais elementos simbólicos, mas são construídos 
exatamente nas negociações que ocorrem nas interações 
sociais dos indivíduos com seus interlocutores 
Ensino incidental (Nunes, 2000)
Construção compartilhada das mensagens 
Expectativa da professora de que o aluno construa 
independentemente suas mensagens pictográficas 
Mensagens do usuário de CAA ... são, de fato, co-construídas 
por ele e por seu interlocutor por meio de um processo de 
negociação e construção gradual de significados através de 
sucessivos turnos. Nesse sentido, competência comunicativa 
não é um traço intrapessoal, mas um constructo interpessoal
Acessibilidade/Inclusão comunicativa 
Acessibilidade comunicativa: não se restringe 
à disponibilização de recursos de CAA . 
Essencial é a presença de interlocutores 
interessados e preparados para interagir e 
acolher as mensagens da pessoa sem fala 
articulada (Soto, von Tetzchner, 2003) 
Inclusão comunicativa: aceitação e incen-tivo 
ao emprego de formas alternativas de 
comunicação, pelo aluno sem fala e por seus 
interlocutores (Soto, von Tetzchner, 2003).
Interação de professoras e mediadoras com o 
aluno sem fala 
Profas. delegam às 
estagiárias a 
responsabilidade pela 
aprendizagem, 
interação e 
comunicação de seus 
alunos sem fala 
Atuação da estagiária 
pode interferir 
negativamente no 
envolvimento do 
professora com o 
aluno (Giangreco e 
Broer, 2005)
CAA e a Linguagem 
Uso da CAA impede a 
linguagem e a fala? 
CAA usada para desenvolver 
linguagem 
Desenvolvimento do pensamento, 
estruturação linguística e a própria fala
O que realmente importa ... 
... não são o sistema utilizado e os recursos 
envolvidos para intermediar um diálogo 
... e sim a disponibilidade e força que 
depositamos na relação com o outro.
O grande mérito da CAA ... 
... é o de dar a voz a pessoas com deficiência 
/autismo para fazer escolhas e expressar seus 
sentimentos e pensamentos de forma mais 
transparente. 
Sua utilização representa uma esperança de que 
seus interlocutores possam se conscientizar do 
complexo mundo interno dessas pessoas e assim 
favorecer sua inserção social e o pleno gozo de seus 
direitos como cidadãos.
O objetivo último é oferecer ... 
... condições de vida mais qualificada para 
pessoas que têm na Comunicação 
Alternativa a janela para libertar seus 
sonhos!
Referências 
• Araújo, C. A. G. (2012). O Ensino colaborativo favorecendo a inclusão de alunos com deficiência física em Escolas do 
Município do Rio de Janeiro. Dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da 
Universidade do Rio de Janeiro. 
• Corrêa Netto, M. M. (2012). A Comunicação Alternativa e a aprendizagem de crianças com autismo, Asperger e 
Angelman: formação continuada de profissionais de Educação e Saúde. Dissertação de mestrado defendida no 
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Rio de Janeiro. 
• Deliberato, D. (2009). Comunicação Alternativa na escola: habilidades comunicativas e o ensino da leitura e escrita. 
In: D. Deliberato, M. J. Gonçalves, E. Macedo (Orgs). Comunicação Alternativa: Teoria, prática, tecnologias e 
pesquisa (pp. 264-275). São Paulo: Editora Memnon. 
• Fogel, A. (1993). Developing through relationships: Origins of communication, self , and culture. Chicago: University of 
Chicago Press. 
• Giangreco,M. F. & Broer, S. (2005). Questionable utilization of paraprofessionals in inclusive schools: Are we 
addressing symptoms or causes? Focus on Autism and other Developmental Disabilities, 20 (1), 10- 26. 
• Nunes, L. R. (2000) Métodos naturalísticos para o ensino da linguagem funcional em indivíduos com necessidades 
especiais. In:, E. Alencar(Org). Novas contribuições da Psicologia aos processos de ensino e aprendizagem (pp. 71-96). 
São Paulo: Cortez.
Referências 
• Nunes, L. R. (2009) Promovendo a inclusão comunicativa de alunos não oralizados com paralisia cerebral e deficiência 
multipla . Relatorio de pesquisa aprovado pelo CNPq (proc. 473360/2007-1), 2009. 
• Nunes, L. R. & Danelon, M. C. (2009). A pesquisa na sala de aula: um caminho acidentado. Em C. Baptista e D. Jesus (Orgs) 
(2009). Pesquisa em Educação Especial: Conhecimento & Margens (pp.123-139). Porto Alegre: Mediação 
• Nunes, L. R., Tubagi , S., Camelo, R. C R. , Magalhães, A . P. , Almeida, F. & Paula, K. (2003). Narrativas sobre fotos e 
vídeos e narrativas livres através de sistema gráfico de comunicação alternativa. In L.R. Nunes (Org), Favorecendo o 
desenvolvimento da comunicação em crianças e jovens com necessidade educacionais especiais (pp. 143-169). Rio de Janeiro: 
Dunya. 
• Soto, G. & von Tetzchner, S. (2003). Supporting the development of alternative communication through culturally significant 
activies in shared educational settings. In: S. von Tetzchner e N. Grove (Orgs), Augmentative an alternative communication 
develo26pmental issues (pp 287-299). London: Whurr 
• Schlosser, R.W. (2003). Effects of AAC on natural speech development . In R. Schlosser (Org). The efficacy of Augmentative 
and Alternative Communication: Toward evidenced-based practice (pp. 404- 425). Boston: Academic Press. 
• Tomasello, M. (2003). Origens culturais da aquisição do conhecimento humano (C. Berliner, Trad.) S. Paulo: Martins Fontes 
(Trabalho original publicado em 1999). 
.
leilareginanunes@terra.com.br 
leila.nunes@pq.cnpq.br 
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Comunicação Alternativa e Cotidiano Escolar: Avanços e Desafios - Profª Dra Leila Regina d´Oliveira de Paula Nunes

  • 1. Jornada de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: Construindo Saberes, Refletindo a Prática SME/RJ Comunicação Alternativa e Cotidiano Escolar: Avanços e Desafios Leila Regina d´Oliveira de Paula Nunes Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • 2. Se você quer saber como é viver sem poder falar, há uma forma: Vá a uma festa e não fale. Fique mudo. Use suas mãos se quiser mas não use papel e lápis. Papel e lápis nem sempre estão disponíveis para uma pessoa muda. Veja o que você vai encontrar: as pessoas falam, falam atrás, do lado, em volta, acima, abaixo, através e até para você. Mas nunca com você. Você é ignorado até se sentir finalmente como uma peça do mobiliário” (Rick Creech, jovem com paralisia cerebral) (Musselwhite e St. Louis, 1988, p. 104)
  • 3. Inclusão Atendimento educacional de qualidade Alunos com dificuldades motoras e de comunicação oral em salas de aula Escola: apropriação dos elementos e processos culturais e não apenas p/ socialização
  • 4. Necessidades a) emprego planejado e consistente da tecnologia assistiva e da comunicação alternativa/ampliada b) formação inicial e continuada do professor
  • 5. Comunicação e Comunicação alternativa/ampliada Comunicação : Processo contínuo, no qual interlocutores mutuamente corregulam seus comportamentos, isto é, alteram suas ações em função das ações atuais e antecipadas do outro, possibilitando a criação conjunta de sentido (Fogel, 1993) Comunicação Alternativa/Ampliada (CAA): Gestos manuais, posturas corporais, expressões faciais, uso de objetos, de pictogramas, da escrita e da voz digitalizada nas interações comunicativas face a face CAA: Área de conhecimento multidisciplinar destinada a prover condições para a acessibilidade comunicativa de pessoas com dificuldades de se expressar através da fala articulada: paralisia cerebral, deficiência intelectual, autismo.
  • 6. O Grupo de Pesquisa Linguagem e Comunicação Alternativa do ProPEd da UERJ Desde 1995: 14 projetos de pesquisa - CNPq, FAPERJ, UERJ e CAPES 20 dissertações de mestrado, 6 teses de doutorado, 16 monografias , 3 teses de pós-doutorado, mais de 300 produções acadêmicas Atividades de pesquisa, ensino e extensão Laboratório de Tecnologia Assistiva/Comunicação Alternativa (LATECA) 2009, criada a homepage do LATECA – www.lateca-uerj.net/ Programas de formação de recursos humanos para introduzir a comunicação alternativa nas escolas do ensino fundamental e de EJA
  • 7. Pesquisas sobre formação inicial e continuada de professores Dando a voz através de imagens: comunicação alternativa para indivíduos com deficiência (FAPERJ 26/110235/2007) Promovendo a inclusão comunicativa de alunos não oralizados com paralisia cerebral e deficiência múltipla (CNPq 473360/2007.1)
  • 8. Objetivos Introduzir e avaliar os efeitos da inclusão dos recursos de Comunicação Alternativa em duas salas de aula de uma escola especial e de uma escola regular Analisar o processo comunicativo de alunos com deficiência severa de comunicação oral com seus interlocutores na escola e em casa no programa de Educação de Jovens e Adultos do município do Rio de Janeiro
  • 9. Método • leitura de textos sobre comunicação alternativa • oferta do Boardmaker para confecção de pictogramas • oferta de caixas de comunicação para os alunos • sugestões de pranchas de comunicação e softwares • demonstração do uso das pranchas para estabelecer conversação com os alunos. • elemento–chave : observação e análise de trechos de sessões filmadas das professoras desenvolvendo atividades pedagógicas e interagindo com os alunos, conduzidas em sessões semanais de discussão com a professora e toda a equipe de pesquisa (autoscopia)
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  • 12. • Profas aprenderam a elaborar e a empregar recursos de baixa e alta tecnologia em uma diversidade de situações • Mudança razoável nas habilidades comunicativas e sociais dos alunos • Maior sensibilidade das profs às questões de comunicação • Disposição dos alunos em semicírculo • Disponibilização de pranchas e cadernos de comunicação • Incentivo para a conversa dos alunos com os colegas • Maior agilidade na troca de turnos da professora com cada aluno • Maior participação nas interações e na expressão de pensamentos e sentimentos.
  • 13. Contudo ... • Assimetria de papéis nas interações • Ausência das funções comunicativas mais nobres como a narrativa, o planejamento e o julgamento.
  • 14. Pesquisas sobre formação inicial e continuada de professores Acessibilidade comunicativa para alunos com deficiência: formação inicial de professores (FAPERJ 26/111794/2008) (Schirmer, 2008)
  • 15. Objetivos • Iniciar a preparação dos graduandos para interagir com alunos sem fala • Desenvolver habilidades de coletar dados, estruturar um estudo de caso e elaborar um plano de intervenção especializada. • Estimular parcerias entre o aluno da graduação, o aluno com deficiência, a família, os profissionais da escola e da Saúde na construção do planejamento e na resolução dos problemas
  • 16. Método • Metodologia Problematizadora • Estudo realizado em várias turmas de uma escola especial e no LATECA (UERJ)
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  • 19. • Inicialmente graduandos apresentavam dificuldade em identificar as respostas dos alunos especiais. • Graduandos solicitavam que os alunos se expressassem, fazendo perguntas fechadas ou abertas, sem esperar a resposta. • Com o andamento do trabalho, graduandos ofereceram aos alunos mais oportunidades de manifestar opinião e fazer escolhas, apresentando modelos e pistas, fazendo varredura das opções de respostas gráficas e aguardando a expressão dos alunos especiais. • Alunos passaram a interagir com mais frequência com os graduandos, fazendo solicitações, respondendo perguntas e mediando relações com outro colega, professor ou familiar. • Crescimento no vocabulário contido nas pranchas de comunicação.
  • 20. Pesquisas sobre formação inicial e continuada de professores Tecnologia Assistiva para a inclusão comunicativa de alunos com deficiência: formação continuada de professores FAPERJ 26/110047/2010 (Araujo, 2012; Correa Netto, 2012)
  • 21. Objetivos dos 6 estudos Ensinar professoras, estagiárias e profissionais de Saúde a planejar, implementar e avaliar os efeitos da introdução da CAA na interação e na comunicação de alunos com paralisia cerebral, autismo, síndrome de Asperger e de Angelman com dificuldades na expressão oral
  • 22. Pesquisas: CAA na sala de aula 1 ESCOLA ESPECIAL 3 ESCOLAS REGULARES 1 CENTRO ESPECIALIZADO 6 ESTUDOS
  • 23. Método: sujeitos 4 profas. especiais 6 profas. regulares 7 estagiárias 1 psicóloga 1 auxiliar profa. 5 alunos autismo 2 alunos 14 alunos PC Asperger e DI
  • 24. Método: procedimentos palestras com farto material áudio-visual confecção de recursos de CAA leituras e discussão de textos demonstração de emprego da CAA junto aos alunos apresentação e discussão sobre filmes das professoras/estagiárias em interação com alunos
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  • 29. Resultados • Crescente uso das pranchas de CAA, isoladamente ou acompanhada por gestos, pelos alunos com PC e até mesmo pelos alunos oralizados em sala de aula • Ampliação das habilidades e funções comunicativas dos alunos sem fala • Maior interação com diferentes interlocutores • Ampliação das interações entre alunos • Melhor desempenho acadêmico dos alunos • Favorecimento da comunicação e aprendizagem dos alunos com autismo, Asperger e Angelman
  • 30. Resultados • Maior agilidade na troca de turnos da professora com cada aluno sem fala • Melhoria na elaboração de atividades adaptadas e no planejamento acadêmico pelas mediadoras • Atitude mais favorável à inclusão do aluno c/ autismo na escola regular • Maior crença na intencionalidade comunicativa de crianças c/ Angelman
  • 31. Pesquisas sobre formação inicial e continuada de professores A Formação Continuada de Professores das Salas de Recursos Multifuncionais do Rio de Janeiro em Tecnologia Assistiva (FAPERJ 102319/2013) (CNPq 501388/2013-3)
  • 32. Objetivos Implementação e a avaliação de um programa de formação continuada de professores da rede pública do ensino municipal para atuação nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) de Referência, as quais funcionarão como agentes multiplicadores das ações formativas da Oficinal Vivencial Mais especificamente, esses professores serão ensinados a planejar, implementar e avaliar recursos e serviços da Tecnologia Assistiva nas áreas ligadas à escola como: comunicação alternativa e ampliada, acesso ao computador e atividades e materiais pedagógicos adaptados para atender alunos do ensino fundamental que apresentem severos comprometimentos em sua comunicação oral, como os alunos com paralisia cerebral, autismo e deficiência múltipla
  • 33. 1o sem/2013 Etapa I • Caracterização e verificação do conhecimento dos professores. • Análise da caracterização e organização do curso a ser oferecido. 2o sem/2013 Etapa II • Curso de formação com metodologia problematizadora. • Análise e avaliação da formação oferecida. 1o sem/2014 Etapa II • Curso de formação com metodologia problematizadora. • Análise e avaliação da formação oferecida. 2o sem/2014 Etapa III • Professores das SRM de Referência irão ofertar aos colegas um curso de formação sobre TA. • Análise e avaliação da formação oferecida por esses professores. 1o e 2o sem/2015 Etapa IV • Follow-up – sessões de observação em SRM de professores que receberam a primeira formação. • Análise e avaliação da formação oferecida.
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  • 36. Algumas reflexões sobre a experiência de Fazer pesquisa na sala de aula
  • 37. Pesquisa na sala de aula Dissenso entre as teorias implícitas do professor e as teorias mais ou menos explicitas do pesquisador. Teorias têm a função precípua de tensionar continuamente a prática, e é nela que as construções teóricas são checadas. Conduzir pesquisa numa sala de aula demanda a construção de uma cumplicidade entre pesquisadores e professores.
  • 38. Significado dos pictogramas Questão: conhecer primeiro o significado dos pictogramas para depois utilizá-los como meio de comunicação? Os significados não estão inscritos nas palavras, gestos, e demais elementos simbólicos, mas são construídos exatamente nas negociações que ocorrem nas interações sociais dos indivíduos com seus interlocutores Ensino incidental (Nunes, 2000)
  • 39. Construção compartilhada das mensagens Expectativa da professora de que o aluno construa independentemente suas mensagens pictográficas Mensagens do usuário de CAA ... são, de fato, co-construídas por ele e por seu interlocutor por meio de um processo de negociação e construção gradual de significados através de sucessivos turnos. Nesse sentido, competência comunicativa não é um traço intrapessoal, mas um constructo interpessoal
  • 40. Acessibilidade/Inclusão comunicativa Acessibilidade comunicativa: não se restringe à disponibilização de recursos de CAA . Essencial é a presença de interlocutores interessados e preparados para interagir e acolher as mensagens da pessoa sem fala articulada (Soto, von Tetzchner, 2003) Inclusão comunicativa: aceitação e incen-tivo ao emprego de formas alternativas de comunicação, pelo aluno sem fala e por seus interlocutores (Soto, von Tetzchner, 2003).
  • 41. Interação de professoras e mediadoras com o aluno sem fala Profas. delegam às estagiárias a responsabilidade pela aprendizagem, interação e comunicação de seus alunos sem fala Atuação da estagiária pode interferir negativamente no envolvimento do professora com o aluno (Giangreco e Broer, 2005)
  • 42. CAA e a Linguagem Uso da CAA impede a linguagem e a fala? CAA usada para desenvolver linguagem Desenvolvimento do pensamento, estruturação linguística e a própria fala
  • 43. O que realmente importa ... ... não são o sistema utilizado e os recursos envolvidos para intermediar um diálogo ... e sim a disponibilidade e força que depositamos na relação com o outro.
  • 44. O grande mérito da CAA ... ... é o de dar a voz a pessoas com deficiência /autismo para fazer escolhas e expressar seus sentimentos e pensamentos de forma mais transparente. Sua utilização representa uma esperança de que seus interlocutores possam se conscientizar do complexo mundo interno dessas pessoas e assim favorecer sua inserção social e o pleno gozo de seus direitos como cidadãos.
  • 45. O objetivo último é oferecer ... ... condições de vida mais qualificada para pessoas que têm na Comunicação Alternativa a janela para libertar seus sonhos!
  • 46. Referências • Araújo, C. A. G. (2012). O Ensino colaborativo favorecendo a inclusão de alunos com deficiência física em Escolas do Município do Rio de Janeiro. Dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Rio de Janeiro. • Corrêa Netto, M. M. (2012). A Comunicação Alternativa e a aprendizagem de crianças com autismo, Asperger e Angelman: formação continuada de profissionais de Educação e Saúde. Dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Rio de Janeiro. • Deliberato, D. (2009). Comunicação Alternativa na escola: habilidades comunicativas e o ensino da leitura e escrita. In: D. Deliberato, M. J. Gonçalves, E. Macedo (Orgs). Comunicação Alternativa: Teoria, prática, tecnologias e pesquisa (pp. 264-275). São Paulo: Editora Memnon. • Fogel, A. (1993). Developing through relationships: Origins of communication, self , and culture. Chicago: University of Chicago Press. • Giangreco,M. F. & Broer, S. (2005). Questionable utilization of paraprofessionals in inclusive schools: Are we addressing symptoms or causes? Focus on Autism and other Developmental Disabilities, 20 (1), 10- 26. • Nunes, L. R. (2000) Métodos naturalísticos para o ensino da linguagem funcional em indivíduos com necessidades especiais. In:, E. Alencar(Org). Novas contribuições da Psicologia aos processos de ensino e aprendizagem (pp. 71-96). São Paulo: Cortez.
  • 47. Referências • Nunes, L. R. (2009) Promovendo a inclusão comunicativa de alunos não oralizados com paralisia cerebral e deficiência multipla . Relatorio de pesquisa aprovado pelo CNPq (proc. 473360/2007-1), 2009. • Nunes, L. R. & Danelon, M. C. (2009). A pesquisa na sala de aula: um caminho acidentado. Em C. Baptista e D. Jesus (Orgs) (2009). Pesquisa em Educação Especial: Conhecimento & Margens (pp.123-139). Porto Alegre: Mediação • Nunes, L. R., Tubagi , S., Camelo, R. C R. , Magalhães, A . P. , Almeida, F. & Paula, K. (2003). Narrativas sobre fotos e vídeos e narrativas livres através de sistema gráfico de comunicação alternativa. In L.R. Nunes (Org), Favorecendo o desenvolvimento da comunicação em crianças e jovens com necessidade educacionais especiais (pp. 143-169). Rio de Janeiro: Dunya. • Soto, G. & von Tetzchner, S. (2003). Supporting the development of alternative communication through culturally significant activies in shared educational settings. In: S. von Tetzchner e N. Grove (Orgs), Augmentative an alternative communication develo26pmental issues (pp 287-299). London: Whurr • Schlosser, R.W. (2003). Effects of AAC on natural speech development . In R. Schlosser (Org). The efficacy of Augmentative and Alternative Communication: Toward evidenced-based practice (pp. 404- 425). Boston: Academic Press. • Tomasello, M. (2003). Origens culturais da aquisição do conhecimento humano (C. Berliner, Trad.) S. Paulo: Martins Fontes (Trabalho original publicado em 1999). .
  • 48.
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