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MÓDULO 1 – A CULTURA DA
ÁGORA
1. O Homem da democracia de Atenas
Mapa da civilização grega
O território grego, montanhoso e disperso por inúmeras ilhas, favoreceu a formação de diversas colónias,
que se converteram em pequenas cidades-estado independentes, que viriam a formar a pólis grega.
1.1. As origens da civilização grega
 As origens da civilização helénica encontram-se na cultura minoica e na
cultura micénica, que entre 3000 e 110 a.C., registaram um considerável
desenvolvimento cultural e artístico.
 Em Creta, desenvolveu-se a cultura minoica, devido a Minos, o rei de Creta
que, segundo a mitologia mandou construir um labirinto para albergar o
Minotauro, uma criatura com cabeça de touro e corpo de homem.
 Esta civilização teve uma grande prosperidade económica e cultural, sendo a
responsável pela criação dos primeiros sistemas de escrita.
 Entre 1600 e 1100 a. C., os Aqueus (povo indo-europeu)
apoderaram-se dos palácios e das riquezas de Creta e fundaram
uma outra cultura, em Micenas.
 Incorporando muitas características das culturas antecessoras, a
cultura micénica afirmou-se em toda a Grécia continental como
uma continuidade da cultura minoica e construiu as raízes da
civilização grega.
 Com o declínio de Micenas (c.110 a.C.), outras tribos vindas do Norte _ os Helenos –
ocuparam toda a península , as ilhas e a costa da Ásia Ocidental. A estes povos devemos
a criação das bases da civilização grega que se desenvolveu em três períodos distintos:
 Período arcaico – (c 700-450 a.C.) caracterizado pela:
Consolidação política das cidades-estado;
Prosperidade económica;
Proliferação de centros de atividade artística
 Na arquitetura são criadas as ordens arquitetónicas – a dórica e a jónica – e adotadas as
noções de simetria e proporção introduzidas por Pitágoras (filósofo e matemático)
 Período clássico (c. 450-300 a.C), marcado:
Pelo apogeu económico, político e cultural das cidades gregas, Atenas;
Pela introdução do racionalismo no ordenamento da cidade;
Pela afirmação do ideal clássico de beleza e perfeição;
Na arquitetura é criada a ordem coríntia.
O Helenismo, da morte de Alexandre Magno (323 a. C) até às
conquistas romanas do seculo II a.C.; marcado pela fusão de
várias culturas, corresponde à gradual dissolução da cultura
grega.
A partir daí, os Romanos foram os responsáveis pela
da cultura grega por todo o espaço do Mediterrâneo.
1.2. Atenas: a pólis como expressão da razão
 A evolução política da Grécia concluiu-se durante o século VI a.C. com a
consolidação do regime político centrado na pólis, cidade-estado.
 Neste período duas cidades afirmam o seu poder, disputando a hegemonia:
 Esparta – oligarquia (governo do mais rico);
 Atenas – democracia (poder do povo)
 Exprimindo os princípios da racionalidade e inspirada nos ideais
democráticos, Atenas irá a partir do século V a.C., definir na sua
pólis o modelo do urbanismo ocidental.
 A cidade irá orientar-se pelo:
Princípio da funcionalidade – segundo uma organização urbana que
privilegia o equilíbrio entre a estrutura física (os espaços e as
construções) e a estrutura funcional ( as várias funções que se
desenvolvem na cidade)
 A cidade compreende três grandes áreas:
A área sagrada – constituída pelos principais templos e santuários e
integrado na acrópole, um recinto sagrado, muralhado, situado num
local elevado que dominava a cidade;
A área pública – uma zona determinada pela ágora que constitui o
centro da vida da pólis é a verdadeira praça pública onde se
realizavam as atividades políticas e económicas, o mercado e as
assembleias dos cidadãos, integrando teatros, estádios e a stoa
(pórtico)
A área privada – formada pelos bairros residenciais,
organizados sem distinção de classes sociais. As casas eram
bastante modestas, construídas com materiais pobres e os
compartimentos tinham pouco mobiliário, em volta de um
porticado onde se situava um poço (cisterna) que recolhia a
água da chuva.
1.3. O século de Péricles (século V a.C.)
 O século V a.C. ficou ligado ao nome de Péricles, por ter sido o
responsável pela consolidação do sistema democrático ateniense,
instituiu salários para todos os cargos do Estado (mistoforia), o que
permitiu a todos os cidadãos acederem a essas representações
independentemente da sua fortuna pessoal.
 Atenas saiu vitoriosa das guerras Médicas pelo capacidade da
união das várias cidades gregas em torno da defesa do território
contra as várias tentativas de invasão persa.
 Péricles desencadeou uma série de reformas políticas e administrativas e
implementou um amplo programa de desenvolvimento cultural e artístico,
protagonizando o período mais próspero da história de Atenas.
 Destruída pelos Persas durante a guerra, a cidade sofreu um programa de
reconstrução que contribuiu para elevar a cidade de Atenas a centro politico e
cultural do mundo antigo.
 A governação conhecida como a Idade de Ouro da Grécia Antiga ficou
marcada pela reconstrução da Acrópole de Atenas.
 Acrópole estava situada no promontório mais elevado de Atenas, e Péricles ao
reconstruí-la tornou-a num conjunto artístico monumental e adquiriu um significado
muito profundo para a cidade, aproximando-se do monumento politico.
A ágora: um espaço público da cidade
 Ágora:
 era o coração da cidade
Era o centro da vida política, económica, social e cultural da pólis – a
cidade-estado grega.
 Na Ágora:
 aconteceram os principais episódios da vida social e politica;
Decorreram reuniões de cidadãos e assembleias populares, sucederam
festividades, cerimónias religiosas;
Tiveram lugar os mercados e as feiras;
Discutir assuntos que dizem respeito à vida da cidade.
 A palavra “ágora” tem origem no grego agorien, significando
“discutir, deliberar, decidir”
 O seu significado vai evoluindo e passa a referir-se a “comprar”
 O comércio foi uma das principais atividades dos povos antigos e
que estimulou as relações entre os povos, implicando a
comunicação, a discussão de interesses, a troca de ideias e a
tomada de decisões.
 A ágora de Atenas foi modelo para as outras cidades e desempenhou um
papel fundamental na consolidação da democracia e da política da
cidade.
 Era neste espaço público que as pessoas se encontravam, reuniam e
discutiam sobre os assuntos de interesse comum, debatiam e decidiam
sobre temas ligados à justiça, à guerra, às leis, às obras públicas, à cultura,
aos jogos.
 Dominando a oratória, a arte de convencer, os cidadãos votavam e
decidiam, sobre os destinos da cidade através do voto direto de braço no
ar.
 A ágora era lugar do exercício da cidadania, da liberdade e da democracia.
 À volta da ágora situavam-se os edifícios mais importantes da
cidade, destinados às funções administrativas, judiciais, legislativas,
comerciais e religiosas da pólis:
O areópago – conselho judicial e político que julgava os crimes
públicos;
O buleutério – um edifício em anfiteatro onde se reunia a assembleia
de cidadãos (a bulé) que debatia os assuntos políticos da cidade;
A stoa – destinado a várias funções e aberto ao público;
Os templos, altares e santuários dedicados a deuses e heróis
 No tempo de Péricles, a sociedade ateniense era formada por três
grupos sociais distintos:
Cidadãos:
 eram homens livres, maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe ateniense;
Tinham plenos direitos, podiam ser proprietários de terras e participar
na vida política da cidade
 Metecos:
Eram estrangeiros provenientes de outras cidades gregas com
autorização para viverem e exercerem atividades na cidade.
Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato, eram homens livres, mas
não podiam ser proprietários de terras nem participar nas instituições
políticas da cidade.
Eram os únicos a pagar impostos e eram obrigados a cumprir serviço
miltar
 Escravos:
Eram estrangeiros, geralmente prisioneiros de guerra ou
comprados fora da Grécia.
Eram utilizados nos trabalhos mais pesados, nos campos, nas
oficinas, nas minas ou nos trabalhos domésticos
 Mulheres:
Tinham um papel muito restrito na sociedade grega, limitando-
se à esfera privada.
Era educadas para serem mães e gerir as lides domésticas, não
podendo participar na vida pública (politica e administrativa)
A mitologia: deuses e heróis
 A mitologia é a história fabulosa dos deuses e heróis da Antiguidade.
 O mito é o relato das proezas extraordinárias dos deuses e heróis, é
um modo de expressão simbólica com que as civilizações antigas
explicaram os factos históricos e os fenómenos naturais.
 A imaginação fértil do povo grego criou figuras mitológicas,
personagens fantásticas e seres extraordinários que habitavam o
mundo físico dos homens, influenciando as suas vidas e determinado
os seus destinos.
 Os deuses eram semelhantes aos Homens na forma e nos
sentimentos – virtudes, defeitos e vícios – mas distinguem-se pela
imortalidade e pelas superiores qualidades, sempre jovens. Fortes,
belos e inteligentes.
A organização do pensamento
 A necessidade de saber e de encontrar explicações para tudo
deu origem à filosofia, uma atividade intelectual que resultava da
reflexão, da indagação e da especulação racional sobre o
mundo, sobre as coisas e sobre o Homem, com o propósito de
aspirar ao conhecimento.
 O objetivo da filosofia é estudar os problemas fundamentais
relacionados com a existência, com o conhecimento, com a
verdade, com a ética e com os valores morais e estéticos.
 No período arcaico, os filósofos pré-socráticos seguiram uma via
de estudo cosmológica, estabelecendo que todas as coisas no
mundo e na natureza descendiam dos elementos básicos (água,
terra, fogo e ar).
 No século V a.C. , surgem os sofistas, mestres da retórica, da arte
de argumentar e de “bem falar”, defendem “o homem como
medida de todas as coisas”, colocando as questões antropológicas
no centro do debate filosófico.
 Sócrates valorizou esta abordagem antropológica
estabelecendo que só “o conhecimento de si próprio” pode
conduzir o Homem à virtude, à verdade, ao bem e ao belo.
 Platão, seu discípulo, defendeu a distinção entre o mundo das
ideias e o mundo físico e material, enquanto Aristóteles, que
personificou o espírito filosófico moderno, privilegiou a
e a análise empírica das coisas, em detrimento das ideias e das
sensações.
O grego Péricles
 Estadista, orador e strategos militar de Atenas entre 443 e 429 a.C. ,
Péricles desencadeou um conjunto de medidas reformistas e uma
ação cultural e artística na cidade que constituiu a Idade de Ouro
da Grécia Antiga.
 Péricles dirigiu a política da cidade e foi responsável por uma
intensa atividade cultural e artística e pela consolidação da
democracia
A batalha de Salamina
 As guerras greco-pérsicas ficaram conhecidas por Guerras Médicas.
 Após vários confrontos, as cidades gregas uniram-se contra uma
poderosa armada persa, que foi derrotada no estreito de Salamina.
 A Batalha de Salamina, em 480 a.C. , constituiu uma significativa
vitória militar dos Gregos, comandados pelos Atenienses, contra os
Persas, ficando associada ao despertar do orgulho grego e a vitória
da “razão” contra a “bárbarie”.
A arquitetura: em busca da harmonia e
da proporção
 As origens da arte e da arquitetura grega encontram-se em
Creta e em Micenas.
 Da cultura minoica, temos evidências do Palácio de Minos, em
Cnossos, cuja arquitetura apresenta uma escala humanizada e
uma organização espacial que privilegia as atmosferas íntimas e
os interiores requintados e a preocupação pela composição
arquitetónica.
Coluna do Palácio de Minos,
Cnossos, c. 1500 a.C.
Um dos elementos mais
característicos do Palácio de Minos
é esta coluna de forma
troncocónica, pintada de vermelho,
inspirada na arquitetura egípcia e
que antecede a coluna grega
dórica.
A coluna possui um elevado valor
simbólico, associado a valores
como o poder, a autoridade e a
soberania.
 Herdado de Micenas, o espaço mais característico dos palácios dos
reis aqueus – o mégaron - estaria na origem dos templos gregos.
 A principal expressão da arquitetura grega foi o templo e as ordens
arquitetónicas.
 Numa fusão do racionalismo, do idealismo e do antropocentrismo
que determinava “o Homem como medida de todas as coisas”, o
templo é um objeto arquitetónico com um forte carácter estético.
 Concebido como a morada dos deuses e “abrigo” da imagem da
divindade, o templo destina-se a ser contemplado do exterior,
assumindo, um sentido escultórico.
 No templo concentra-se a procura da racionalidade, da harmonia e
do belo como objetivo final de todas as suas pesquisas.
 A coluna é o elemento primordial de todo o sistema de ordens
arquitetónicas, que define as proporções ideias para todos os
componentes do templo de acordo com as proporções matemáticas
pré-estabelecidas.
 Estas constituíram normas e regras construtivas (ou cânones),
modelo e valores estéticos aos quais todos os elementos se deviam
submeter de modo a participarem na harmonia de conjunto.
 A organização do templo derivou do mégaron micénico, com três espaços:
 O naos ou cella, o habitáculo da divindade;
 O pronaos, um pórtico que precedia o naos;
 O opistódomos, com a função de câmara do tesouro da cidade, constituído
pelas oferendas aos deuses.
 Os templos são designados consoante o número de colunas das fachadas, os
mais comuns são:
 Tetrástilo (4 colunas);
 Pentástilo (5 colunas);
 Hexástilo (6 colunas);
 octástilo
1- Pronoaos
2 – cella os Naos
3 – Opistódomos
4- Estereóbata
5 – Estilóbata
6 – Peristilo
7 – Colunas in Antis
4
 A estrutura assenta sobre o estilóbata, a superfície de uma
plataforma escalonada designada estereóbata;
 O peristilo consiste no perímetro de colunas em série que circunda
circunda todo o todo o edifício e suporta o entablamento;
 O entablamento é formado pela sobreposição da arquitrave, do
friso e da cornija; esta última enquadra as duas águas da cobertura
cobertura que forma os frontões.
 No interior dos frontões, os tímpanos, destinavam-se à
representação de baixos-relevos com temas mitológicos.
As ordens arquitetónicas
Ordem dórica
Santuário de Delfos, séc. IV a.C.
Capitel simples
Coluna sem base
Ordem dórica
 Nasceu na Grécia continental, por volta de 600 a.C,;
 Possui formas geométricas e a sua decoração é quase
inexistente;
 Não tem qualquer tipo de base, assenta diretamente
no estilóbato (último degrau no nível inferior onde
assenta o edifício);
 Apresenta um aspeto sóbrio, pesado e maciço
traduzindo assim a forma do Homem;
 O fuste é robusto e com caneluras em aresta viva e
capitel formado pelo ábaco e equino ou coxim,
extremamente simples e geométrico, com forma de
almofada;
 Simboliza a imponência e a solidez.
Ordem dórica
Tríglifo
Métopa
Ábaco
Equino
Ordem Jónica
Templo de Atena Niké, Atenas
A coluna jónica é decorada com volutas, tem base e o
fuste é mais fino e elegante.
Ordem Jónica
 Nasceu na Jónia no séc. VI a.C.;
 Difere da ordem anterior nas proporções de todos os
elementos e na decoração mais abundante da coluna e
do entablamento e pela coluna assentar numa base;
 Pelas suas dimensões e formas mais esbeltas, traduz a
forma da mulher;
 Possui um fuste mais longo e delgado, com
caneluras semicilíndricas, sem arestas vivas, e em
maior número que na ordem dórica;
 O capitel possuía um ábaco simples e o equino
em forma de volutas enroladas em espiral
Nalguns casos, as colunas jónicas podem ser substituídas por
cariátides, como no Erecteion (421-406 a.C.), na acrópole de
Atenas.
Ordem Coríntia
Olympeion, Atenas
A grande diferença está no
capitel. Este é decorado
com folhas de acanto.
Ordem coríntia
 Apareceu no final do séc. V a.C. e é uma derivação da
ordem jónica;
 Possuía um capitel em forma de sino invertido, decorado
com folhas de acanto, coroadas com volutas jónicas;
 A sua base era mais trabalhada e o fuste mais delgado;
 Simboliza a ambição, a riqueza, o poder, o luxo e a
ostentação.
A arquitetura:
 o templo era o monumento por excelência e representava o
orgulho da cidade;
 Materializava a relação que existia entre os homens e os
 Na acrópole reconstruída, o Pártenon, o templo de Atena Niké
o Erecteion eram o símbolo da nova magnificência desta
de Ouro ou Século de Péricles (século V a.C.)
 A arquitetura baseava-se no sistema trilítico:
caracterizava-se pela horizontalidade e pelo uso das
ordens arquitetónicas.
Tri (três) + lítica (do grego lithos pedra)
era um sistema que consistia numa
estrutura formada por três pedras: uma
horizontal (arquitrave) assente em duas
verticais (colunas)
 A coluna tinha um papel determinante na
arquitetura grega. Através dela os edifícios
ganharam maior elegância e harmonia.
A escultura: o Homem em todas as
suas dimensões
A herança pré-helénica e a escultura arcaica
 O período arcaico da cultura grega constitui uma época de grande
prosperidade económica, política e artística.
 A escultura na cultura grega assume funções:
Políticas
Honoríficas
Funerárias
Ornamentais
 Os artistas gregos vão aplicar à morfologia do corpo humano a
proporção, a harmonia e o ideal de beleza.
 Nas primeiras formas escultóricas são evidentes diversas influências
de outras culturas, desde as estátuas do Próximo Oriente às
estátuas egípcias.
 Os artistas gregos privilegiaram a representação da figura humana
em detrimento da natureza.
 A escultura arcaica sofreu uma influência do estilo hierático
(rigidez), sóbrio e frontal da estatuária egípcia.
 A sua sobriedade, o volume maciço e “cúbico”, a silhueta de ombros
largos, a perna esquerda adiantada e punhos cerrados, são
elementos que sugerem algum primitivismo, rigidez e pouca
espontaneidade por parte do artista
Faraó Miquerinos e a Rainha, Gizé,
Egito, c. 2470 a.C
Este conjunto escultórico
evidencia as rígidas regras da
estatuária egípcia:
- A posição estática e formal
da figuras;
- Os corpos robustos
avançando ligeiramente a
perna esquerda sem
sugestão de movimento;
- A grande sensualidade do
corpo feminino denotando
as suas formas suaves sob a
túnica de linho fina e
cingida
 As esculturas mais antigas deste período tem um significado
distinto:
Os kouroi (homem novo representado nu) são representações
heroicas;
As Korai (mulher jovem representada vestida), são imagens destinadas
a serem colocadas nos santuários ou túmulos, em comprimento de um
voto ou promessa.
Kouros de Anavysos, Atenas, (altura1,94), c. 525 a.C.
Os Kouroi eram seres intermédios entre homens e deuses,
vivendo entre a história e a mitologia.
Eram representados nas figuras de jovens plenos de
confiança e como modelos de vitalidade e de perfeição
física.
Esta monumental escultura foi encontrada junto à sepultura
deste herói de guerra, que terá tombado no campo de
batalha.
Koré de Eutídicos, Atenas, c. 500 a.C.
Do estilo severo ao primeiro
Classicismo
 No início do século V a.C. surgiram algumas obras que
evidenciavam um interesse pelo escorço (representação dos
objetos em perspetiva e com proporções menores) e pelo
movimento.
Auriga de Delfos, Pitágoras de Régio, c. 470 a.C.
É uma estátua de bronze em tamanho natural,
executada para o Santuário de Apolo em Delfos.
Apesar da sua aparente rigidez, a figura exprime
uma enorme vitalidade interior convidando-nos a
participar do seu movimento.
 A obra Auriga de Delfos, denota rasgos de mobilidade e o domínio
das proporções, bem como o abandono do estatismo e da rigidez
do corpo que caracterizava os Kourai.
 Esta nova expressão, séria, austera e contemplativa, foi designada
por estilo severo. Apresenta como principais características:
A firmeza na expressão
A sobriedade no tratamento do corpo
 O domínio da fundição do bronze também favoreceu a
representação de figuras de atletas e divindades de acordo com o
novo gosto e o propósito deste estilo, exemplo disso temos
Posídon
 A transição para o estilo clássico verificou-se com a introdução de
um novo conceito – o contraposto – trata-se de uma postura em
que o corpo se apoia sobre uma perna, enquanto a outra flete
ligeiramente.
 Os corpos passam a exprimir-se através deste delicado movimento
de cabeça e ligeira flexão do corpo, aproximando-se do
naturalismo.
Discóbolo, Míron, c.450 a.C.
O lançador do disco encontra-se no
momento imediatamente anterior ao
lançamento – o corpo curva-se como
um arco – e é a ação percetiva do
espetador que imagina todo o
movimento até que o corpo volte à
natural posição de repouso
 O final do século V a.C., foi dominado por Fídias e pela obra que
executou no Pártenon:
Nos relevos das métopas, dos frisos e dos frontões
O movimento e o valor expressivo das figuras atingem o naturalismo, o
equilíbrio e a serenidade
As Parcas, frontão oriental do Pártenon, Fídias, c. 447-432 a.C.
Esta obra é a combinação da Afrodite de Praxíteles, da Afrodite de Alcâmenes e
da Atena de Lemnos, de Fídias
Friso das Panateneias, Pártenon, Fídias, c. 447-432 a.C.
 Cerca de 440 a.C. , Policleto criou o Doríforo, que se converteu na
norma do ideal clássico da figura humana – o cânone – uma regra
de proporções que visava dotar o corpo humano de um equilíbrio
entre os seguintes elementos:
A harmonia das partes anatómicas;
Um ligeiro movimento de ombros e quadris, o contraposto;
A altura do corpo igual a sete vezes a altura da cabeça
Doríforo, Policleto, c. 440 a.C.
Policleto elevou a arte a uma categoria superior da
atividade humana. Para eles a escultura deveria
glorificar o Homem, em resultado de uma reflexão
filosófica e estética e fundada num padrão
idealizado de beleza
DA SEGUNDA IDADE CLÁSSICA À
ESCULTURA HELENÍSTICA
 A Guerra do Peloponeso (guerra entre Atenas e Esparta), trouxe a queda de
Atenas e acabou com o otimismo e o positivismo da cultura grega.
 Seguiu-se um período de desencanto e frustração, que trouxe uma
mudança de mentalidade.
 A arte da primeira metade d século IV a.C. dá lugar a uma segunda fase do
classicismo, caracterizado pela utilização dos recursos técnicos da época
anterior, mas num sentido mais descontraído, ligeiro e hedonista (A palavra
hedonismo vem do grego hedonikos, que significa "prazeroso", já que
hedon significa prazer)
 Praxíteles, escultor, representa nas suas obras outro tipo de
sentimentos, como a ternura, o humor ou o erotismo.
Sátiro em descanso, Praxíteles
Este jovem em posição ociosa, muito diferente do Doríforo
de Policleto.
Os músculos não são acentuados, o tronco flete
indolentemente e os olhos perderam lucidez para ganhar
malícia.
Hermes com Dioniso,
Praxíteles
Praxíteles veio enriquecer o contraposto (o corpo apoia-se
sobre uma perna, enquanto a outra flete ligeiramente) com
uma nova torção do eixo do corpo gerando um movimento
ondulante que ficou conhecido como a curva praxiteliana.
Hermes é um dos 12 deuses gregos. Filho de Zeus e da ninfa Maia, é
deus do comércio, dos atletas, das artes liberais e das belas-artes. De
acordo com a mitologia, Hermes é jovem, sedutor astuto. Foi
incumbido de proteger Dioniso (filha de Zeus e Sémele) da ira de Hera
(esposa de Zeus) e de entregá-los às ninfas de Nisa para que o
educassem. No braço direito, mutilado, Hermes seguraria um cacho de
uvas numa alusão à futura vocação de Dioniso: a cultura da vinha e o
fabrico do vinho.
 A cultura clássica produziu a imagem do Homem como cidadão
perfeito através da representação da beleza física e do carácter – o
ethos (carácter) – depois da crise da pólis, o seu interesse passou a
a dirigir-se à expressão da paixão, do sentimento e do afeto – o
pathos (emoção) .
 O último período da escultura grega chamou-se de Helenismo.
 A escultura helenística abandonou valores clássicos tais como a
harmonia, a serenidade ou o belo ideal. Em vez disso deram
preferência a temáticas com um acentuado pathos, onde se
manifesta sofrimento, drama ou tragédia, em composições
complexas, assimétricas e desequilibradas.
O Gálata Suicida
É uma obra de grande complexidade estrutural
e de uma forte intensidade patética, após ter
sido derrotado, este gálata (bárbaro gaulês)
suicida-se, depois de matar a mulher para a
poupar à escravidão.
Suportando o peso do cadáver, o homem torce
o corpo por instantes, num movimento
ascendente, olhando desafiadoramente os seus
inimigos, enquanto que desfere o golpe fatal
sobre si próprio.
Laocoonte e os seus filhos, Atenodoros
e Polidoros de Rodes
A composição de efeito dramático e manifestando
um pathos muito pronunciado, encarna a tragédia a
partir de um episódio mitológica da “Guerra de
Troia”, relatada na Ilíada de Homero: Posídon exerce
punição divina sobre o sacerdote troiano Laocoonte,
enviando enormes serpentes sobre os seus filhos, que
ele tenta salvar da morte.
Esta obra representa uma conceção inquietante e
agonizante da existência – a luta contra o destino –
através de uma série de recursos expressivos, tais
como, a expressão de dor física e de impotência
carregada no rosto de Laocoonte e a musculatura
exagerada.
A CERÂMICA E A PINTURA
A cerâmica pintada: o estilo geométrico
 Características:
Para utilização no quotidiano;
Objetos práticos;
Proliferação de oficinas por todo o mundo grego;
Centros principais de produção:
Coríntia;
Ática (oficinas de Atenas)
 Tipologia:
Ânfora:
Vasilha em forma de coração com o gargalo largo e duas asas
 Hidra:
 (água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e
duas para levantar
 Cratera:
Tinha a boca bastante larga com o corpo em forma de um sino
invertido
Servia para misturar água com o vinho
 Períodos:
Estilo geométrico – séc. IX a VIII a.C
Estilo arcaico – séc. VIII a.C V a.C:
duas fases:
Fase orientalizante até 650 a.C
Figuras negras/fundo vermelho – séc. VII a.C. a V a.C
Estilo clássico:
Figuras vermelhas/fundo negro – séc. V a.C. a IV a.C
 Estilo geométrico:
Utilização de ânforas e crateras funerárias;
Pintura a negro sobre fundo rosáceo;
Combinação de motivos geométricos (zigue-zague, suásticas) com
referências ao defunto;
Organizado em registos paralelos;
Figuras humanas/animais representadas em silhuetas – estrutura
esquemática e geometrizante.
Cratera funerária Dipylon
Este tipo de vasos destinava-se a depositar
as oferendas ou as cinzas do defunto
Ânfora funerária
Esta ânfora funerária apresenta uma cena em que
o defunto repousa no leito fúnebre rodeado de
carpideiras que lhe prestam as últimas
homenagens.
O tema surge inserido no esquema geométrico
geral, organizado em bandas horizontais. Sobre
um fundo rosado, as figuras, muito
esquematizadas e em silhueta, destacam-se a
negro sugerindo uma intenção meramente
decorativa.
DO ESTILO ARCAICO À GRANDE
PRODUÇÃO CLÁSSICA: A CERÂMICA DE
“VERMELHAS” FIGURAS NEGRAS” E A DE
“FIGURAS
 Fase orientalizante:
 Temas:
Cenas do quotidiano;
Cenas de carácter mitológico
 Figuras:
Animais míticos ou lendários;
Figuras híbridas como os grifos, as esfinges e as górgonas.
 Fase arcaica – estilo figuras negras:
Decorado com elementos figurativos pintados a negro sobre o fundo
avermelhado do barro.
As figuras eram traçadas numa silhueta estilizada, pela técnica da
incisão com um estilete, definindo os seus pormenores internos,
como os músculos e outros detalhes anatómicos, cabelos ou
elementos de vestuário.
De seguida eram preenchidas a negro, aparecendo por vezes o
branco e o roxo para realçar certas zonas.
O Dionísio num Barco
Neste prato, o pintor Exéquias representa
Dionísio, reclinado no seu barco, navegando em
aparente tranquilidade, sugestão que é
reforçada pelo alegre movimento dos golfinhos.
De acordo com os poemas homéricos, Dionísio
– o deus do vinho – fora capturado por piratas,
mas ao fazer crescer estas videiras no seu
barco, intimidou-os de tal forma que aqueles
que se atiraram ao mar e forma transformados
em golfinhos.
Nesta cena, Exéquias representa o regresso de
Dionísio acompanhado de sete golfinhos e com
sete cachos de uvas, em sinal de sorte
 Estilo clássico:
Corresponde ao apogeu cultural e artístico da Grécia.
Salienta-se a criação do estilo de figuras vermelhas, atribuída a
Andócides.
A superfície e coberta a negro, enquanto as figuras e restante
decoração mantém o tom avermelhado do barro cozido, com os
pormenores traçados a negro.
A PINTURA A FRESCO
 A pintura foi utilizada em diversos suportes e teve várias funções:
Decoração interior de casas;
Espaços funerários;
 A pintura mural a fresco (aplicação dos pigmentos sobre o
estuque ainda fresco) é a técnica mais utilizada, grande parte
desapareceu.
 No período arcaico a pintura mural observou um processo
evolutivo muito semelhante ao da cerâmica:
Desenho bidimensional e recurso a uma restrita gama cromática
 A pintura clássica desenvolveu-se no século IV a.C. e distingue-
se pelas cores brilhantes, a elegância das composições e o
equilibrado domínio da luz.
Aquiles e Briseide, Pompeia

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Módulo 1 – a cultura da ágora

  • 1. MÓDULO 1 – A CULTURA DA ÁGORA
  • 2. 1. O Homem da democracia de Atenas Mapa da civilização grega O território grego, montanhoso e disperso por inúmeras ilhas, favoreceu a formação de diversas colónias, que se converteram em pequenas cidades-estado independentes, que viriam a formar a pólis grega.
  • 3. 1.1. As origens da civilização grega  As origens da civilização helénica encontram-se na cultura minoica e na cultura micénica, que entre 3000 e 110 a.C., registaram um considerável desenvolvimento cultural e artístico.  Em Creta, desenvolveu-se a cultura minoica, devido a Minos, o rei de Creta que, segundo a mitologia mandou construir um labirinto para albergar o Minotauro, uma criatura com cabeça de touro e corpo de homem.  Esta civilização teve uma grande prosperidade económica e cultural, sendo a responsável pela criação dos primeiros sistemas de escrita.
  • 4.  Entre 1600 e 1100 a. C., os Aqueus (povo indo-europeu) apoderaram-se dos palácios e das riquezas de Creta e fundaram uma outra cultura, em Micenas.  Incorporando muitas características das culturas antecessoras, a cultura micénica afirmou-se em toda a Grécia continental como uma continuidade da cultura minoica e construiu as raízes da civilização grega.
  • 5.  Com o declínio de Micenas (c.110 a.C.), outras tribos vindas do Norte _ os Helenos – ocuparam toda a península , as ilhas e a costa da Ásia Ocidental. A estes povos devemos a criação das bases da civilização grega que se desenvolveu em três períodos distintos:  Período arcaico – (c 700-450 a.C.) caracterizado pela: Consolidação política das cidades-estado; Prosperidade económica; Proliferação de centros de atividade artística  Na arquitetura são criadas as ordens arquitetónicas – a dórica e a jónica – e adotadas as noções de simetria e proporção introduzidas por Pitágoras (filósofo e matemático)
  • 6.  Período clássico (c. 450-300 a.C), marcado: Pelo apogeu económico, político e cultural das cidades gregas, Atenas; Pela introdução do racionalismo no ordenamento da cidade; Pela afirmação do ideal clássico de beleza e perfeição; Na arquitetura é criada a ordem coríntia.
  • 7. O Helenismo, da morte de Alexandre Magno (323 a. C) até às conquistas romanas do seculo II a.C.; marcado pela fusão de várias culturas, corresponde à gradual dissolução da cultura grega. A partir daí, os Romanos foram os responsáveis pela da cultura grega por todo o espaço do Mediterrâneo.
  • 8. 1.2. Atenas: a pólis como expressão da razão  A evolução política da Grécia concluiu-se durante o século VI a.C. com a consolidação do regime político centrado na pólis, cidade-estado.  Neste período duas cidades afirmam o seu poder, disputando a hegemonia:  Esparta – oligarquia (governo do mais rico);  Atenas – democracia (poder do povo)
  • 9.  Exprimindo os princípios da racionalidade e inspirada nos ideais democráticos, Atenas irá a partir do século V a.C., definir na sua pólis o modelo do urbanismo ocidental.  A cidade irá orientar-se pelo: Princípio da funcionalidade – segundo uma organização urbana que privilegia o equilíbrio entre a estrutura física (os espaços e as construções) e a estrutura funcional ( as várias funções que se desenvolvem na cidade)
  • 10.  A cidade compreende três grandes áreas: A área sagrada – constituída pelos principais templos e santuários e integrado na acrópole, um recinto sagrado, muralhado, situado num local elevado que dominava a cidade; A área pública – uma zona determinada pela ágora que constitui o centro da vida da pólis é a verdadeira praça pública onde se realizavam as atividades políticas e económicas, o mercado e as assembleias dos cidadãos, integrando teatros, estádios e a stoa (pórtico)
  • 11. A área privada – formada pelos bairros residenciais, organizados sem distinção de classes sociais. As casas eram bastante modestas, construídas com materiais pobres e os compartimentos tinham pouco mobiliário, em volta de um porticado onde se situava um poço (cisterna) que recolhia a água da chuva.
  • 12.
  • 13. 1.3. O século de Péricles (século V a.C.)  O século V a.C. ficou ligado ao nome de Péricles, por ter sido o responsável pela consolidação do sistema democrático ateniense, instituiu salários para todos os cargos do Estado (mistoforia), o que permitiu a todos os cidadãos acederem a essas representações independentemente da sua fortuna pessoal.  Atenas saiu vitoriosa das guerras Médicas pelo capacidade da união das várias cidades gregas em torno da defesa do território contra as várias tentativas de invasão persa.
  • 14.  Péricles desencadeou uma série de reformas políticas e administrativas e implementou um amplo programa de desenvolvimento cultural e artístico, protagonizando o período mais próspero da história de Atenas.  Destruída pelos Persas durante a guerra, a cidade sofreu um programa de reconstrução que contribuiu para elevar a cidade de Atenas a centro politico e cultural do mundo antigo.  A governação conhecida como a Idade de Ouro da Grécia Antiga ficou marcada pela reconstrução da Acrópole de Atenas.
  • 15.  Acrópole estava situada no promontório mais elevado de Atenas, e Péricles ao reconstruí-la tornou-a num conjunto artístico monumental e adquiriu um significado muito profundo para a cidade, aproximando-se do monumento politico.
  • 16. A ágora: um espaço público da cidade  Ágora:  era o coração da cidade Era o centro da vida política, económica, social e cultural da pólis – a cidade-estado grega.  Na Ágora:  aconteceram os principais episódios da vida social e politica; Decorreram reuniões de cidadãos e assembleias populares, sucederam festividades, cerimónias religiosas; Tiveram lugar os mercados e as feiras; Discutir assuntos que dizem respeito à vida da cidade.
  • 17.
  • 18.  A palavra “ágora” tem origem no grego agorien, significando “discutir, deliberar, decidir”  O seu significado vai evoluindo e passa a referir-se a “comprar”  O comércio foi uma das principais atividades dos povos antigos e que estimulou as relações entre os povos, implicando a comunicação, a discussão de interesses, a troca de ideias e a tomada de decisões.
  • 19.  A ágora de Atenas foi modelo para as outras cidades e desempenhou um papel fundamental na consolidação da democracia e da política da cidade.  Era neste espaço público que as pessoas se encontravam, reuniam e discutiam sobre os assuntos de interesse comum, debatiam e decidiam sobre temas ligados à justiça, à guerra, às leis, às obras públicas, à cultura, aos jogos.  Dominando a oratória, a arte de convencer, os cidadãos votavam e decidiam, sobre os destinos da cidade através do voto direto de braço no ar.  A ágora era lugar do exercício da cidadania, da liberdade e da democracia.
  • 20.  À volta da ágora situavam-se os edifícios mais importantes da cidade, destinados às funções administrativas, judiciais, legislativas, comerciais e religiosas da pólis: O areópago – conselho judicial e político que julgava os crimes públicos; O buleutério – um edifício em anfiteatro onde se reunia a assembleia de cidadãos (a bulé) que debatia os assuntos políticos da cidade; A stoa – destinado a várias funções e aberto ao público; Os templos, altares e santuários dedicados a deuses e heróis
  • 21.  No tempo de Péricles, a sociedade ateniense era formada por três grupos sociais distintos: Cidadãos:  eram homens livres, maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe ateniense; Tinham plenos direitos, podiam ser proprietários de terras e participar na vida política da cidade
  • 22.  Metecos: Eram estrangeiros provenientes de outras cidades gregas com autorização para viverem e exercerem atividades na cidade. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato, eram homens livres, mas não podiam ser proprietários de terras nem participar nas instituições políticas da cidade. Eram os únicos a pagar impostos e eram obrigados a cumprir serviço miltar
  • 23.  Escravos: Eram estrangeiros, geralmente prisioneiros de guerra ou comprados fora da Grécia. Eram utilizados nos trabalhos mais pesados, nos campos, nas oficinas, nas minas ou nos trabalhos domésticos
  • 24.  Mulheres: Tinham um papel muito restrito na sociedade grega, limitando- se à esfera privada. Era educadas para serem mães e gerir as lides domésticas, não podendo participar na vida pública (politica e administrativa)
  • 25. A mitologia: deuses e heróis  A mitologia é a história fabulosa dos deuses e heróis da Antiguidade.  O mito é o relato das proezas extraordinárias dos deuses e heróis, é um modo de expressão simbólica com que as civilizações antigas explicaram os factos históricos e os fenómenos naturais.  A imaginação fértil do povo grego criou figuras mitológicas, personagens fantásticas e seres extraordinários que habitavam o mundo físico dos homens, influenciando as suas vidas e determinado os seus destinos.
  • 26.  Os deuses eram semelhantes aos Homens na forma e nos sentimentos – virtudes, defeitos e vícios – mas distinguem-se pela imortalidade e pelas superiores qualidades, sempre jovens. Fortes, belos e inteligentes.
  • 27. A organização do pensamento  A necessidade de saber e de encontrar explicações para tudo deu origem à filosofia, uma atividade intelectual que resultava da reflexão, da indagação e da especulação racional sobre o mundo, sobre as coisas e sobre o Homem, com o propósito de aspirar ao conhecimento.  O objetivo da filosofia é estudar os problemas fundamentais relacionados com a existência, com o conhecimento, com a verdade, com a ética e com os valores morais e estéticos.
  • 28.  No período arcaico, os filósofos pré-socráticos seguiram uma via de estudo cosmológica, estabelecendo que todas as coisas no mundo e na natureza descendiam dos elementos básicos (água, terra, fogo e ar).  No século V a.C. , surgem os sofistas, mestres da retórica, da arte de argumentar e de “bem falar”, defendem “o homem como medida de todas as coisas”, colocando as questões antropológicas no centro do debate filosófico.
  • 29.  Sócrates valorizou esta abordagem antropológica estabelecendo que só “o conhecimento de si próprio” pode conduzir o Homem à virtude, à verdade, ao bem e ao belo.  Platão, seu discípulo, defendeu a distinção entre o mundo das ideias e o mundo físico e material, enquanto Aristóteles, que personificou o espírito filosófico moderno, privilegiou a e a análise empírica das coisas, em detrimento das ideias e das sensações.
  • 30. O grego Péricles  Estadista, orador e strategos militar de Atenas entre 443 e 429 a.C. , Péricles desencadeou um conjunto de medidas reformistas e uma ação cultural e artística na cidade que constituiu a Idade de Ouro da Grécia Antiga.  Péricles dirigiu a política da cidade e foi responsável por uma intensa atividade cultural e artística e pela consolidação da democracia
  • 31. A batalha de Salamina  As guerras greco-pérsicas ficaram conhecidas por Guerras Médicas.  Após vários confrontos, as cidades gregas uniram-se contra uma poderosa armada persa, que foi derrotada no estreito de Salamina.  A Batalha de Salamina, em 480 a.C. , constituiu uma significativa vitória militar dos Gregos, comandados pelos Atenienses, contra os Persas, ficando associada ao despertar do orgulho grego e a vitória da “razão” contra a “bárbarie”.
  • 32. A arquitetura: em busca da harmonia e da proporção  As origens da arte e da arquitetura grega encontram-se em Creta e em Micenas.  Da cultura minoica, temos evidências do Palácio de Minos, em Cnossos, cuja arquitetura apresenta uma escala humanizada e uma organização espacial que privilegia as atmosferas íntimas e os interiores requintados e a preocupação pela composição arquitetónica.
  • 33. Coluna do Palácio de Minos, Cnossos, c. 1500 a.C. Um dos elementos mais característicos do Palácio de Minos é esta coluna de forma troncocónica, pintada de vermelho, inspirada na arquitetura egípcia e que antecede a coluna grega dórica. A coluna possui um elevado valor simbólico, associado a valores como o poder, a autoridade e a soberania.
  • 34.  Herdado de Micenas, o espaço mais característico dos palácios dos reis aqueus – o mégaron - estaria na origem dos templos gregos.
  • 35.  A principal expressão da arquitetura grega foi o templo e as ordens arquitetónicas.  Numa fusão do racionalismo, do idealismo e do antropocentrismo que determinava “o Homem como medida de todas as coisas”, o templo é um objeto arquitetónico com um forte carácter estético.  Concebido como a morada dos deuses e “abrigo” da imagem da divindade, o templo destina-se a ser contemplado do exterior, assumindo, um sentido escultórico.
  • 36.  No templo concentra-se a procura da racionalidade, da harmonia e do belo como objetivo final de todas as suas pesquisas.  A coluna é o elemento primordial de todo o sistema de ordens arquitetónicas, que define as proporções ideias para todos os componentes do templo de acordo com as proporções matemáticas pré-estabelecidas.  Estas constituíram normas e regras construtivas (ou cânones), modelo e valores estéticos aos quais todos os elementos se deviam submeter de modo a participarem na harmonia de conjunto.
  • 37.  A organização do templo derivou do mégaron micénico, com três espaços:  O naos ou cella, o habitáculo da divindade;  O pronaos, um pórtico que precedia o naos;  O opistódomos, com a função de câmara do tesouro da cidade, constituído pelas oferendas aos deuses.  Os templos são designados consoante o número de colunas das fachadas, os mais comuns são:  Tetrástilo (4 colunas);  Pentástilo (5 colunas);  Hexástilo (6 colunas);  octástilo
  • 38. 1- Pronoaos 2 – cella os Naos 3 – Opistódomos 4- Estereóbata 5 – Estilóbata 6 – Peristilo 7 – Colunas in Antis 4
  • 39.  A estrutura assenta sobre o estilóbata, a superfície de uma plataforma escalonada designada estereóbata;  O peristilo consiste no perímetro de colunas em série que circunda circunda todo o todo o edifício e suporta o entablamento;  O entablamento é formado pela sobreposição da arquitrave, do friso e da cornija; esta última enquadra as duas águas da cobertura cobertura que forma os frontões.  No interior dos frontões, os tímpanos, destinavam-se à representação de baixos-relevos com temas mitológicos.
  • 41. Ordem dórica Santuário de Delfos, séc. IV a.C. Capitel simples Coluna sem base
  • 42. Ordem dórica  Nasceu na Grécia continental, por volta de 600 a.C,;  Possui formas geométricas e a sua decoração é quase inexistente;  Não tem qualquer tipo de base, assenta diretamente no estilóbato (último degrau no nível inferior onde assenta o edifício);
  • 43.  Apresenta um aspeto sóbrio, pesado e maciço traduzindo assim a forma do Homem;  O fuste é robusto e com caneluras em aresta viva e capitel formado pelo ábaco e equino ou coxim, extremamente simples e geométrico, com forma de almofada;  Simboliza a imponência e a solidez.
  • 45. Ordem Jónica Templo de Atena Niké, Atenas A coluna jónica é decorada com volutas, tem base e o fuste é mais fino e elegante.
  • 46. Ordem Jónica  Nasceu na Jónia no séc. VI a.C.;  Difere da ordem anterior nas proporções de todos os elementos e na decoração mais abundante da coluna e do entablamento e pela coluna assentar numa base;  Pelas suas dimensões e formas mais esbeltas, traduz a forma da mulher;
  • 47.  Possui um fuste mais longo e delgado, com caneluras semicilíndricas, sem arestas vivas, e em maior número que na ordem dórica;  O capitel possuía um ábaco simples e o equino em forma de volutas enroladas em espiral
  • 48. Nalguns casos, as colunas jónicas podem ser substituídas por cariátides, como no Erecteion (421-406 a.C.), na acrópole de Atenas.
  • 49. Ordem Coríntia Olympeion, Atenas A grande diferença está no capitel. Este é decorado com folhas de acanto.
  • 50. Ordem coríntia  Apareceu no final do séc. V a.C. e é uma derivação da ordem jónica;  Possuía um capitel em forma de sino invertido, decorado com folhas de acanto, coroadas com volutas jónicas;  A sua base era mais trabalhada e o fuste mais delgado;  Simboliza a ambição, a riqueza, o poder, o luxo e a ostentação.
  • 51. A arquitetura:  o templo era o monumento por excelência e representava o orgulho da cidade;  Materializava a relação que existia entre os homens e os  Na acrópole reconstruída, o Pártenon, o templo de Atena Niké o Erecteion eram o símbolo da nova magnificência desta de Ouro ou Século de Péricles (século V a.C.)
  • 52.  A arquitetura baseava-se no sistema trilítico: caracterizava-se pela horizontalidade e pelo uso das ordens arquitetónicas. Tri (três) + lítica (do grego lithos pedra) era um sistema que consistia numa estrutura formada por três pedras: uma horizontal (arquitrave) assente em duas verticais (colunas)
  • 53.  A coluna tinha um papel determinante na arquitetura grega. Através dela os edifícios ganharam maior elegância e harmonia.
  • 54.
  • 55.
  • 56. A escultura: o Homem em todas as suas dimensões
  • 57. A herança pré-helénica e a escultura arcaica  O período arcaico da cultura grega constitui uma época de grande prosperidade económica, política e artística.  A escultura na cultura grega assume funções: Políticas Honoríficas Funerárias Ornamentais
  • 58.  Os artistas gregos vão aplicar à morfologia do corpo humano a proporção, a harmonia e o ideal de beleza.  Nas primeiras formas escultóricas são evidentes diversas influências de outras culturas, desde as estátuas do Próximo Oriente às estátuas egípcias.  Os artistas gregos privilegiaram a representação da figura humana em detrimento da natureza.
  • 59.  A escultura arcaica sofreu uma influência do estilo hierático (rigidez), sóbrio e frontal da estatuária egípcia.  A sua sobriedade, o volume maciço e “cúbico”, a silhueta de ombros largos, a perna esquerda adiantada e punhos cerrados, são elementos que sugerem algum primitivismo, rigidez e pouca espontaneidade por parte do artista
  • 60. Faraó Miquerinos e a Rainha, Gizé, Egito, c. 2470 a.C Este conjunto escultórico evidencia as rígidas regras da estatuária egípcia: - A posição estática e formal da figuras; - Os corpos robustos avançando ligeiramente a perna esquerda sem sugestão de movimento; - A grande sensualidade do corpo feminino denotando as suas formas suaves sob a túnica de linho fina e cingida
  • 61.  As esculturas mais antigas deste período tem um significado distinto: Os kouroi (homem novo representado nu) são representações heroicas; As Korai (mulher jovem representada vestida), são imagens destinadas a serem colocadas nos santuários ou túmulos, em comprimento de um voto ou promessa.
  • 62. Kouros de Anavysos, Atenas, (altura1,94), c. 525 a.C. Os Kouroi eram seres intermédios entre homens e deuses, vivendo entre a história e a mitologia. Eram representados nas figuras de jovens plenos de confiança e como modelos de vitalidade e de perfeição física. Esta monumental escultura foi encontrada junto à sepultura deste herói de guerra, que terá tombado no campo de batalha.
  • 63. Koré de Eutídicos, Atenas, c. 500 a.C.
  • 64. Do estilo severo ao primeiro Classicismo
  • 65.  No início do século V a.C. surgiram algumas obras que evidenciavam um interesse pelo escorço (representação dos objetos em perspetiva e com proporções menores) e pelo movimento.
  • 66. Auriga de Delfos, Pitágoras de Régio, c. 470 a.C. É uma estátua de bronze em tamanho natural, executada para o Santuário de Apolo em Delfos. Apesar da sua aparente rigidez, a figura exprime uma enorme vitalidade interior convidando-nos a participar do seu movimento.
  • 67.  A obra Auriga de Delfos, denota rasgos de mobilidade e o domínio das proporções, bem como o abandono do estatismo e da rigidez do corpo que caracterizava os Kourai.  Esta nova expressão, séria, austera e contemplativa, foi designada por estilo severo. Apresenta como principais características: A firmeza na expressão A sobriedade no tratamento do corpo
  • 68.  O domínio da fundição do bronze também favoreceu a representação de figuras de atletas e divindades de acordo com o novo gosto e o propósito deste estilo, exemplo disso temos Posídon
  • 69.  A transição para o estilo clássico verificou-se com a introdução de um novo conceito – o contraposto – trata-se de uma postura em que o corpo se apoia sobre uma perna, enquanto a outra flete ligeiramente.  Os corpos passam a exprimir-se através deste delicado movimento de cabeça e ligeira flexão do corpo, aproximando-se do naturalismo.
  • 70. Discóbolo, Míron, c.450 a.C. O lançador do disco encontra-se no momento imediatamente anterior ao lançamento – o corpo curva-se como um arco – e é a ação percetiva do espetador que imagina todo o movimento até que o corpo volte à natural posição de repouso
  • 71.  O final do século V a.C., foi dominado por Fídias e pela obra que executou no Pártenon: Nos relevos das métopas, dos frisos e dos frontões O movimento e o valor expressivo das figuras atingem o naturalismo, o equilíbrio e a serenidade
  • 72. As Parcas, frontão oriental do Pártenon, Fídias, c. 447-432 a.C. Esta obra é a combinação da Afrodite de Praxíteles, da Afrodite de Alcâmenes e da Atena de Lemnos, de Fídias
  • 73. Friso das Panateneias, Pártenon, Fídias, c. 447-432 a.C.
  • 74.  Cerca de 440 a.C. , Policleto criou o Doríforo, que se converteu na norma do ideal clássico da figura humana – o cânone – uma regra de proporções que visava dotar o corpo humano de um equilíbrio entre os seguintes elementos: A harmonia das partes anatómicas; Um ligeiro movimento de ombros e quadris, o contraposto; A altura do corpo igual a sete vezes a altura da cabeça
  • 75. Doríforo, Policleto, c. 440 a.C. Policleto elevou a arte a uma categoria superior da atividade humana. Para eles a escultura deveria glorificar o Homem, em resultado de uma reflexão filosófica e estética e fundada num padrão idealizado de beleza
  • 76. DA SEGUNDA IDADE CLÁSSICA À ESCULTURA HELENÍSTICA
  • 77.  A Guerra do Peloponeso (guerra entre Atenas e Esparta), trouxe a queda de Atenas e acabou com o otimismo e o positivismo da cultura grega.  Seguiu-se um período de desencanto e frustração, que trouxe uma mudança de mentalidade.  A arte da primeira metade d século IV a.C. dá lugar a uma segunda fase do classicismo, caracterizado pela utilização dos recursos técnicos da época anterior, mas num sentido mais descontraído, ligeiro e hedonista (A palavra hedonismo vem do grego hedonikos, que significa "prazeroso", já que hedon significa prazer)
  • 78.  Praxíteles, escultor, representa nas suas obras outro tipo de sentimentos, como a ternura, o humor ou o erotismo. Sátiro em descanso, Praxíteles Este jovem em posição ociosa, muito diferente do Doríforo de Policleto. Os músculos não são acentuados, o tronco flete indolentemente e os olhos perderam lucidez para ganhar malícia.
  • 79. Hermes com Dioniso, Praxíteles Praxíteles veio enriquecer o contraposto (o corpo apoia-se sobre uma perna, enquanto a outra flete ligeiramente) com uma nova torção do eixo do corpo gerando um movimento ondulante que ficou conhecido como a curva praxiteliana. Hermes é um dos 12 deuses gregos. Filho de Zeus e da ninfa Maia, é deus do comércio, dos atletas, das artes liberais e das belas-artes. De acordo com a mitologia, Hermes é jovem, sedutor astuto. Foi incumbido de proteger Dioniso (filha de Zeus e Sémele) da ira de Hera (esposa de Zeus) e de entregá-los às ninfas de Nisa para que o educassem. No braço direito, mutilado, Hermes seguraria um cacho de uvas numa alusão à futura vocação de Dioniso: a cultura da vinha e o fabrico do vinho.
  • 80.  A cultura clássica produziu a imagem do Homem como cidadão perfeito através da representação da beleza física e do carácter – o ethos (carácter) – depois da crise da pólis, o seu interesse passou a a dirigir-se à expressão da paixão, do sentimento e do afeto – o pathos (emoção) .
  • 81.  O último período da escultura grega chamou-se de Helenismo.  A escultura helenística abandonou valores clássicos tais como a harmonia, a serenidade ou o belo ideal. Em vez disso deram preferência a temáticas com um acentuado pathos, onde se manifesta sofrimento, drama ou tragédia, em composições complexas, assimétricas e desequilibradas.
  • 82. O Gálata Suicida É uma obra de grande complexidade estrutural e de uma forte intensidade patética, após ter sido derrotado, este gálata (bárbaro gaulês) suicida-se, depois de matar a mulher para a poupar à escravidão. Suportando o peso do cadáver, o homem torce o corpo por instantes, num movimento ascendente, olhando desafiadoramente os seus inimigos, enquanto que desfere o golpe fatal sobre si próprio.
  • 83. Laocoonte e os seus filhos, Atenodoros e Polidoros de Rodes A composição de efeito dramático e manifestando um pathos muito pronunciado, encarna a tragédia a partir de um episódio mitológica da “Guerra de Troia”, relatada na Ilíada de Homero: Posídon exerce punição divina sobre o sacerdote troiano Laocoonte, enviando enormes serpentes sobre os seus filhos, que ele tenta salvar da morte. Esta obra representa uma conceção inquietante e agonizante da existência – a luta contra o destino – através de uma série de recursos expressivos, tais como, a expressão de dor física e de impotência carregada no rosto de Laocoonte e a musculatura exagerada.
  • 84. A CERÂMICA E A PINTURA
  • 85. A cerâmica pintada: o estilo geométrico  Características: Para utilização no quotidiano; Objetos práticos; Proliferação de oficinas por todo o mundo grego; Centros principais de produção: Coríntia; Ática (oficinas de Atenas)
  • 86.  Tipologia: Ânfora: Vasilha em forma de coração com o gargalo largo e duas asas
  • 87.  Hidra:  (água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar
  • 88.  Cratera: Tinha a boca bastante larga com o corpo em forma de um sino invertido Servia para misturar água com o vinho
  • 89.  Períodos: Estilo geométrico – séc. IX a VIII a.C Estilo arcaico – séc. VIII a.C V a.C: duas fases: Fase orientalizante até 650 a.C Figuras negras/fundo vermelho – séc. VII a.C. a V a.C Estilo clássico: Figuras vermelhas/fundo negro – séc. V a.C. a IV a.C
  • 90.  Estilo geométrico: Utilização de ânforas e crateras funerárias; Pintura a negro sobre fundo rosáceo; Combinação de motivos geométricos (zigue-zague, suásticas) com referências ao defunto; Organizado em registos paralelos; Figuras humanas/animais representadas em silhuetas – estrutura esquemática e geometrizante.
  • 91. Cratera funerária Dipylon Este tipo de vasos destinava-se a depositar as oferendas ou as cinzas do defunto
  • 92. Ânfora funerária Esta ânfora funerária apresenta uma cena em que o defunto repousa no leito fúnebre rodeado de carpideiras que lhe prestam as últimas homenagens. O tema surge inserido no esquema geométrico geral, organizado em bandas horizontais. Sobre um fundo rosado, as figuras, muito esquematizadas e em silhueta, destacam-se a negro sugerindo uma intenção meramente decorativa.
  • 93. DO ESTILO ARCAICO À GRANDE PRODUÇÃO CLÁSSICA: A CERÂMICA DE “VERMELHAS” FIGURAS NEGRAS” E A DE “FIGURAS
  • 94.  Fase orientalizante:  Temas: Cenas do quotidiano; Cenas de carácter mitológico  Figuras: Animais míticos ou lendários; Figuras híbridas como os grifos, as esfinges e as górgonas.
  • 95.
  • 96.  Fase arcaica – estilo figuras negras: Decorado com elementos figurativos pintados a negro sobre o fundo avermelhado do barro. As figuras eram traçadas numa silhueta estilizada, pela técnica da incisão com um estilete, definindo os seus pormenores internos, como os músculos e outros detalhes anatómicos, cabelos ou elementos de vestuário. De seguida eram preenchidas a negro, aparecendo por vezes o branco e o roxo para realçar certas zonas.
  • 97. O Dionísio num Barco Neste prato, o pintor Exéquias representa Dionísio, reclinado no seu barco, navegando em aparente tranquilidade, sugestão que é reforçada pelo alegre movimento dos golfinhos. De acordo com os poemas homéricos, Dionísio – o deus do vinho – fora capturado por piratas, mas ao fazer crescer estas videiras no seu barco, intimidou-os de tal forma que aqueles que se atiraram ao mar e forma transformados em golfinhos. Nesta cena, Exéquias representa o regresso de Dionísio acompanhado de sete golfinhos e com sete cachos de uvas, em sinal de sorte
  • 98.  Estilo clássico: Corresponde ao apogeu cultural e artístico da Grécia. Salienta-se a criação do estilo de figuras vermelhas, atribuída a Andócides. A superfície e coberta a negro, enquanto as figuras e restante decoração mantém o tom avermelhado do barro cozido, com os pormenores traçados a negro.
  • 99.
  • 100. A PINTURA A FRESCO
  • 101.  A pintura foi utilizada em diversos suportes e teve várias funções: Decoração interior de casas; Espaços funerários;  A pintura mural a fresco (aplicação dos pigmentos sobre o estuque ainda fresco) é a técnica mais utilizada, grande parte desapareceu.
  • 102.  No período arcaico a pintura mural observou um processo evolutivo muito semelhante ao da cerâmica: Desenho bidimensional e recurso a uma restrita gama cromática
  • 103.  A pintura clássica desenvolveu-se no século IV a.C. e distingue- se pelas cores brilhantes, a elegância das composições e o equilibrado domínio da luz. Aquiles e Briseide, Pompeia