SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 36
Baixar para ler offline
FERNANDO PESSOA
1888-1935
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Autopsicografia
A LÍRICA (POESIA) MODERNA
 Duas polaridades:
 Uma lírica intelectualizada, de grande rigor
formal, iniciada por Mallarmé e continuada
por Valéry, pela qual a poesia deve ser “uma
festa do intelecto”;
 uma lírica formalmente livre, alógica, iniciada
por Rimbaud e elevada às últimas
consequências pelo poeta surrealista André
Breton, pela qual a poesia deve ser “a
derrocada do intelecto”.
A LÍRICA MODERNA
 É marcada por uma tensão entre as “forças cerebrais”,
de uma lírica intelectualizada, e o “impulso anárquico”,
de uma lírica livre e alógica.
 Característica comum a todos os artistas da vanguarda
moderna: a ruptura com a tradição cultural e o desejo
de criar uma nova estética em face à crise da
humanidade provocada pelos horrores do entre-guerras.
 A poesia vanguardista moderna é a poesia da sugestão,
ou seja, tende mais a sugerir do que a comunicar.
 A poesia deve provocar no leitor apenas uma “sugestão
mágica”, sem nenhuma pretensão de ser
compreendida.
Em 1915, é publicada em Portugal a revista Orpheu. Organizada por
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, a revista
sacudiu o marasmo literário que caracterizava a arte lusitana do início do
século XX, dando especial atenção às novidades estéticas trazidas pelas
vanguardas europeias, principalmente pelo Futurismo.
• Em 1927, com a fundação da revista Presença, inicia-se o segundo
momento do Modernismo português. José Régio, João Gaspar Simões,
Branquinho da Fonseca, Adolfo Casais-Monteiro e Miguel Torga fazem
com que as inovações
modernistas sejam aprofundadas e mais amplamente divulgadas.
Seguindo algumas das propostas da Orpheu, buscam uma “literatura
viva”, que fosse a manifestação de uma arte autenticamente portuguesa.
• Em 1940, com a publicação de GaibŽus, de Alves Redol, começa a
terceira fase do Modernismo em Portugal, chamada de Neorrealismo,
que teve a participação de Ferreira de Castro e Virgílio Ferreira. Nesta
época, são lançados muitos romances sociais no país, alguns
infuenciados por Graciliano Ramos.
Fernando Antônio Nogueira Pessoa é o grande
nome da literatura portuguesa do século XX. Além de ter sido o principal
divulgador das ideias modernistas em Portugal, sua criação poética é
uma das mais engenhosas e originais da literatura universal, em todos
os tempos.
• Costuma-se dividir a obra de Pessoa em duas vertentes gerais: a
poesia ortonima, que engloba os textos que ele faz e assina com o
próprio nome, e a poesia heterônima, em que Pessoa assina como
diversas personalidades e que veremos na próxima aula.
• A poesia ortônima de Pessoa reúne, basicamente, os poemas
publicados no Cancioneiro e em Mensagem. O Cancioneiro é uma
reunião de poemas líricos, de musicalidade sutil, em que o eu lírico
prefere analisar os sentimentos de maneira racional, em vez de exprimi-
los diretamente.
Já Mensagem, publicado em 1934, traz 44 poemas de linguagem
elíptica e influência sebastianista (esperança de restauração da
glória e das conquistas portuguesas), poemas que, no conjunto,
compõem uma epopeia fragmentada, em que vários nomes da História
de Portugal falam em primeira pessoa.
Texto para as questões 1 e 2
Autopsicografa
O poeta é um fngidor.
Finge tão completamente
Que chega a fngir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa
1. Nesse poema, Fernando Pessoa aborda
a representação
das emoções em poesia. Trata-se, por
isso, de um texto metalinguístico (em que
se usa a linguagem para refetir sobre a
própria linguagem). Segundo o texto,
pode-se considerar verdadeira a emoção
expressa em um poema? Justifque a sua
resposta.
2. De que maneira o poema pode ser
considerado
ilustrativo do processo de criação
heteronímica de Fernando Pessoa?
Texto para a questão 3
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães
choraram,
Quantos flhos em vão rezaram!
Quantas noivas fcaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador1
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
1 Bojador: referência ao Cabo Bojador,
acidente geográfco
localizado no Saara Ocidental, na costa
atlântica da África, cuja transposição era
considerada um desafo para a navegação
medieval.
3. O poema de Fernando Pessoa
dialoga com o discurso épico, pois
refete sobre a conquista do mar
empreendida pelo povo português,
mas com apreciações ao mesmo
tempo de melancolia e de exaltação.
Identifque como estas duas posturas
se manifestam no poema.
A HETERONÍMIA DE PESSOA
 Quando o autor faz uso de “heterônimos”, não
se esconde sob um nome falso. Ocorre bem o
contrário, “ele se coloca em posição de diálogo
com o sujeito lírico que ele mesmo criou, além
de assinar a sua própria obra.”
A HETERONÍMIA DE PESSOA
 O heterônimo é um personagem criado pelo poeta,
que escreve a sua própria obra. Tem nome, obra,
biografia e, sobretudo, um estilo próprios. O autor, o
criador do heterônimo, passa a ser chamado de
“ortônimo” e a sua criação passa a ser chamada de
“heterônimo”, não havendo possibilidade de
existência de um sem o outro. Fernando Pessoa foi
quem criou essa designação e é o único caso de
heteronímia na literatura universal.
Fernando Pessoa e os heterônimos
No dia 8 de março de 1914, Fernando Pessoa explodiu em
três diferentes poetas: um mestre bucólico (Alberto Caeiro),
um neoclássico (Ricardo Reis), e um poeta futurista (Álvaro
de Campos). E foi de onde se pode afirmar: “E tudo me
parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve”.
Talvez criados apenas como estratégia de marketing do
poeta (no que poucos conseguem acreditar), o objetivo com
os heterônimos era formar em si uma unidade:
Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo
tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
Conforme, ainda, palavras de Álvaro de Campos:
Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo.
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.
O fato é que sua poesia, seus sentimentos, suas ideias e suas
vontades de ser – e, consequentemente, de viver – angustiavam-
no e dessa angústia, então, “nasceram” três personalidades
completas, distintas e semelhantes em alguns aspectos, que, se
não conseguiram dar ao poeta a unidade buscada, muito próximo
disso chegaram.
ÁLVARO DE CAMPOS: O HETERÔNIMO DA
LÍRICA MODERNA
 Álvaro de Campos é o mais fecundo e versátil
heterônimo de Fernando Pessoa, e também o
mais nervoso e emotivo, por vezes até
histérico. Com algumas composições iniciais,
que devem algo ao Decadentismo ("Opiário"),
Álvaro de Campos é, sobretudo, o futurista da
exaltação da energia até ao paroxismo (ao
auge), da velocidade e da força da civilização
mecânica do futuro, patentes na "Ode Triunfal".
OPIÁRIO FOI OFERECIDO A MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO E ESCRITO
ENQUANTO NAVEGAVA PELO CANAL DO SUEZ, EM MARÇO DE 1914.
 Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
já não encontro a mola pra adaptar-me.
 Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.
 É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem
hastes.
 Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.
 Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala. [...]
ÁLVARO DE CAMPOS: O HETERÔNIMO DA
LÍRICA MODERNA
 É o único heterônimo que conhece uma evolução
("Fui em tempos poeta decadente; hoje creio que
estou decadente, e já não o sou"). Passa por três
fases: a decadentista, a futurista e sensacionista
e, por fim, a intimista-melancólica.
AS FASES DA POESIA DE CAMPOS
1ª - A FASE DECADENTISTA
 Traduz-se por sentimentos de tédio, enfado,
náusea, cansaço, abatimento e necessidade de
novas sensações.
 Falta de sentido para a vida e necessidade de
fuga à monotonia.
 Esta fuga era feita habitualmente à base de
entorpecentes, como era o caso do ópio.
ASPECTOS FORMAIS
Estrofes e versos longos;
verso livre;
estilo torrencial, repetitivo e excessivo;
linguagem marcada por um tom excessivo e intenso:
exclamações, apóstrofes, enumerações, adjetivação
abundante e expressiva, anáforas, onomatopeias,
metáforas ousadas, aliterações...;
construções gerundivas.
CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
empréstimos, neologismos;
adjetivação expressiva;
metáforas;
hipérboles;
anáforas;
onomatopeias;
aliterações;
predomínio de formas verbais no presente do indicativo.
TODAS AS CARTAS SÃO
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não
fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas
de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca
escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que
escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos
esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Heterónimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Desenhos de José de Almada Negreiros. Pormenor da fachada gravada da Faculdade
de Letras da U.C.L., 1957-61. França, J. Augusto (1974)
2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA
 Após a descoberta do Futurismo (de Marinetti), da
criação do Sensacionismo, e da influência que recebe do
escritor norte-americano Walt Whitman, Campos adotou,
para além do verso livre, um estilo torrencial, espraiado
em longos versos de duas ou três linhas, anafórico
(repetitivo), exclamativo, interjetivo, monótono pela
simplicidade dos processos, pela reiteração de
apóstrofes (interrupções) e enumerações, mas vivificado
pela fantasia verbal duradoura e inesgotável,
desprezando a rima e a métrica regular. Assim, ele busca
a liberdade, a irreverência e a prosificação da poesia.
2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA
 Álvaro de Campos, além de celebrar o triunfo da
máquina, da energia mecânica e da civilização
moderna, canta também os escândalos e corrupções
da contemporaneidade, em sintonia com o futurismo.
2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA
 Esta fase também é marcada pela intelectualização
das sensações ou pela sua desordem. Como
verdadeiro sensacionista, procura o excesso
violento de sensações à maneira de Walt Whitman.
O seu sensacionismo, contudo, distingue-se do seu
mestre Alberto Caeiro, na medida em que este
considera a sensação captada pelos sentidos como
a única realidade, mas rejeita o pensamento.
2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA
 O mestre, com a sua simplicidade e serenidade, via
tudo nítido e recusava o pensamento para
fundamentar a sua felicidade, por estar de acordo
com a Natureza; já Campos, sentindo a
complexidade e a dinâmica da vida moderna,
procura sentir a violência e a força de todas as
sensações ("sentir tudo de todas as maneiras").
ODE TRIUNFAL (1914)
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.Ó
rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
[...]
3ª - A FASE INTIMISTA-MELANCÓLICA
 Esta fase caracteriza-se por uma incapacidade
de realização, trazendo de volta o abatimento.
O poeta vive rodeado pelo sono e pelo
cansaço, revelando desilusão, revolta,
inadaptação, devido à incapacidade das
realizações.
3ª - A FASE INTIMISTA-MELANCÓLICA
 Após um período áureo de exaltação heróica da
máquina, Álvaro de Campos é possuído pelo
desânimo e pela frustração melancólica. Parece
apresentar pontos comuns com a 1ª fase – a
decadentista - , contudo há que sublinhar que a
intimista traduz a reflexão interior e angustiada
de quem apenas sente o vazio depois da
caminhada heróica.
3ª - A FASE INTIMISTA-MELANCÓLICA
 Este Campos decaído, cosmopolita,
melancólico, devaneador, irmão do Pessoa
ortônimo, no ceticismo, na dor de pensar e nas
saudades da infância, ou de qualquer coisa
irreal, é o único heterônimo que compartilha da
vida extraliterária de Fernando Pessoa.
("Não me venham com conclusões! / A única conclusão é
morrer.")
("O que há em mim é sobretudo cansaço –"; "Três tipos de
idealistas, e eu nenhum deles: / porque amo infinitamente o finito,
/ Porque eu desejo impossivelmente o possível")
Alberto Caeiro
O Pai dos heterônimos, o “mestre”. Aquele cuja poesia mais se
aproximou da do próprio Fernando Pessoa, por encontrar no
sentir a base mais sólida de se viver. Para o mestre, o que
importava era viver o mundo, era nele estar presente, sem
querer saber o porquê de estar-se ali naquele momento, sem
interrogar-se do que se vive. Para Caeiro, o objetivo era
aprender a desaprender, aprender a não pensar, a silenciar a
mente, a somente viver o contato direto com a realidade que
se tinha à frente, palpável. A vida para ele era o puro sentir.
O que valia para Caeiro era o hoje, era o presente, era o
agora. Era solitário e neutro. Contrário ao misticismo.
Camponês, de linguagem simples e paradoxal.
Ricardo Reis
A veia clássica dos heterônimos de Fernando Pessoa.
Monarquista, educado em colégio de jesuístas, amante das
culturas grega e latina. Buscou sempre o mais alto, o
impossível em sua poesia, esta refinada, concisa, com
linguagem bem trabalhada e vocabulário rebuscado. Participou
bastante da revista Presença, da denominada 2ª fase do
modernismo português.
Seus poemas eram odes, poemas líricos, com métrica,
estrofes regulares e variáveis. Suas odes voltavam-se aos
deuses da mitologia grega. Ao contrário de seu mestre, Reis
pensava bastante nos deuses, esses que, para ele,
controlavam o destino dos homens e estavam acima de tudo.
Ricardo Reis Álvaro de Campos Alberto Caeiro
Médico Engenheiro Naval Camponês
Poeta culto e calmo Rebelde- tudo questiona Pouca escolaridade- poesia
voltada para natureza
Filosofia de Epicuro irônico Simplicidade da vida
Contentar-se com o que se
tem
razão Sentir- coração
HETERÔNIMOS

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de Campos
AMLDRP
 
O sebastianismo e o mito do quinto império
O sebastianismo e o mito do quinto impérioO sebastianismo e o mito do quinto império
O sebastianismo e o mito do quinto império
Andreia Pimenta
 
Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)
Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)
Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)
Catarina Cruz
 
Fernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimoFernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimo
Raquel Martins
 
O que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de Campos
O que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de CamposO que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de Campos
O que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de Campos
RaQuel Oliveira
 
Gato que brincas na rua
Gato que brincas na ruaGato que brincas na rua
Gato que brincas na rua
estado
 
Análise ela canta pobre ceifeira alunos
Análise ela canta pobre ceifeira   alunosAnálise ela canta pobre ceifeira   alunos
Análise ela canta pobre ceifeira alunos
Paulo Portelada
 

Mais procurados (20)

Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de Campos
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
O sebastianismo e o mito do quinto império
O sebastianismo e o mito do quinto impérioO sebastianismo e o mito do quinto império
O sebastianismo e o mito do quinto império
 
Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)
Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)
Sonho. não sei quem sou. (Fernando Pessoa)
 
Fernado Pessoa -Heteronímia
Fernado Pessoa -HeteronímiaFernado Pessoa -Heteronímia
Fernado Pessoa -Heteronímia
 
Fernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimoFernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimo
 
Realismo em Portugal
Realismo em PortugalRealismo em Portugal
Realismo em Portugal
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
Álvaro de Campos, trabalho sobre o poema "O que há em mim é sobretudo cansaço"
Álvaro de Campos, trabalho sobre o poema "O que há em mim é sobretudo cansaço"Álvaro de Campos, trabalho sobre o poema "O que há em mim é sobretudo cansaço"
Álvaro de Campos, trabalho sobre o poema "O que há em mim é sobretudo cansaço"
 
O que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de Campos
O que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de CamposO que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de Campos
O que há em mim é sobretudo cansaço- Álvaro de Campos
 
Poema alvaro de campos
Poema alvaro de camposPoema alvaro de campos
Poema alvaro de campos
 
Ficha analise-poema-ode-triunfal-alvaro-de-campos
Ficha analise-poema-ode-triunfal-alvaro-de-camposFicha analise-poema-ode-triunfal-alvaro-de-campos
Ficha analise-poema-ode-triunfal-alvaro-de-campos
 
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
 
Gato que brincas na rua
Gato que brincas na ruaGato que brincas na rua
Gato que brincas na rua
 
Análise ela canta pobre ceifeira alunos
Análise ela canta pobre ceifeira   alunosAnálise ela canta pobre ceifeira   alunos
Análise ela canta pobre ceifeira alunos
 
Principais Temáticas de Alberto Caeiro
Principais Temáticas de Alberto CaeiroPrincipais Temáticas de Alberto Caeiro
Principais Temáticas de Alberto Caeiro
 
Álvaro de Campos
Álvaro de CamposÁlvaro de Campos
Álvaro de Campos
 
Alberto Caeiro
Alberto CaeiroAlberto Caeiro
Alberto Caeiro
 

Destaque

A narrativa brasileira depois de 1960
A narrativa brasileira depois de 1960A narrativa brasileira depois de 1960
A narrativa brasileira depois de 1960
ma.no.el.ne.ves
 
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta EnigmaFernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fabio Lemes
 
Geografia 8º ano
Geografia 8º anoGeografia 8º ano
Geografia 8º ano
Eloy Souza
 
Riscos e catástrofes naturais 2
Riscos e catástrofes naturais 2Riscos e catástrofes naturais 2
Riscos e catástrofes naturais 2
Maria João Carlos
 

Destaque (14)

Fernando pessoa carateristicas heteronimos
Fernando pessoa carateristicas heteronimosFernando pessoa carateristicas heteronimos
Fernando pessoa carateristicas heteronimos
 
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
A narrativa brasileira depois de 1960
A narrativa brasileira depois de 1960A narrativa brasileira depois de 1960
A narrativa brasileira depois de 1960
 
Elementos da narrativa
Elementos da narrativaElementos da narrativa
Elementos da narrativa
 
O gênero épico
O gênero épicoO gênero épico
O gênero épico
 
Fernando Pessoa Heterónimos
Fernando Pessoa   HeterónimosFernando Pessoa   Heterónimos
Fernando Pessoa Heterónimos
 
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta EnigmaFernando Pessoa - O Poeta Enigma
Fernando Pessoa - O Poeta Enigma
 
Poema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando PessoaPoema Liberdade, de Fernando Pessoa
Poema Liberdade, de Fernando Pessoa
 
Fernando Pessoa
Fernando PessoaFernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
Sistema Digestivo
Sistema DigestivoSistema Digestivo
Sistema Digestivo
 
Geografia 8º ano
Geografia 8º anoGeografia 8º ano
Geografia 8º ano
 
Promoção da saúde
Promoção da saúdePromoção da saúde
Promoção da saúde
 
Riscos e catástrofes naturais 2
Riscos e catástrofes naturais 2Riscos e catástrofes naturais 2
Riscos e catástrofes naturais 2
 
12ª classe aula4
12ª classe aula412ª classe aula4
12ª classe aula4
 

Semelhante a Fernando pessoa

Fernandopessoa1
Fernandopessoa1 Fernandopessoa1
Fernandopessoa1
satense
 
Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
Blog Estudo
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Juliana Oliveira
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Juliana Oliveira
 
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando PessoaModernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoa
whybells
 

Semelhante a Fernando pessoa (20)

Fernando Pessoa
Fernando PessoaFernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
Modernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptx
Modernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptxModernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptx
Modernismo_em_Portugal_e_Fernando_Pessoa.pptx
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
Modernismo e Fernando Pessoa
Modernismo e Fernando PessoaModernismo e Fernando Pessoa
Modernismo e Fernando Pessoa
 
Fernandopessoa1
Fernandopessoa1 Fernandopessoa1
Fernandopessoa1
 
Fernado pessoa e seus heteronimos
Fernado pessoa e seus heteronimosFernado pessoa e seus heteronimos
Fernado pessoa e seus heteronimos
 
Fernando pessoa 2
Fernando pessoa 2Fernando pessoa 2
Fernando pessoa 2
 
Modernismo em portugal e fernando pessoa
Modernismo em portugal e fernando pessoaModernismo em portugal e fernando pessoa
Modernismo em portugal e fernando pessoa
 
Resumo Alvaro de Campos.pdf
Resumo Alvaro de Campos.pdfResumo Alvaro de Campos.pdf
Resumo Alvaro de Campos.pdf
 
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
 
Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
 
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
Literatura   aula 21 - modernismo em portugalLiteratura   aula 21 - modernismo em portugal
Literatura aula 21 - modernismo em portugal
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
Heterónimos Fernadno Pessoa.pptx
Heterónimos Fernadno Pessoa.pptxHeterónimos Fernadno Pessoa.pptx
Heterónimos Fernadno Pessoa.pptx
 
FPOH-CT12
FPOH-CT12FPOH-CT12
FPOH-CT12
 
1 modernismo e-a_geração_do_orpheu_breve_nota_biográfica
1   modernismo e-a_geração_do_orpheu_breve_nota_biográfica1   modernismo e-a_geração_do_orpheu_breve_nota_biográfica
1 modernismo e-a_geração_do_orpheu_breve_nota_biográfica
 
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando PessoaModernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoa
 

Mais de Josi Motta

Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Josi Motta
 
Olhos d'água autora-resumo-análise
Olhos d'água   autora-resumo-análiseOlhos d'água   autora-resumo-análise
Olhos d'água autora-resumo-análise
Josi Motta
 
Crônicas selecionadas nu, de botas - av2
Crônicas selecionadas   nu, de botas - av2Crônicas selecionadas   nu, de botas - av2
Crônicas selecionadas nu, de botas - av2
Josi Motta
 
Crônicas selecionadas nu, de botas - av1
Crônicas selecionadas   nu, de botas - av1Crônicas selecionadas   nu, de botas - av1
Crônicas selecionadas nu, de botas - av1
Josi Motta
 

Mais de Josi Motta (20)

Alusões históricas-e-citações
Alusões históricas-e-citaçõesAlusões históricas-e-citações
Alusões históricas-e-citações
 
Auto da compadecida
Auto da compadecidaAuto da compadecida
Auto da compadecida
 
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
 
Olhos d'água autora-resumo-análise
Olhos d'água   autora-resumo-análiseOlhos d'água   autora-resumo-análise
Olhos d'água autora-resumo-análise
 
Esaú e jacó
Esaú e jacóEsaú e jacó
Esaú e jacó
 
Quarenta dias
Quarenta diasQuarenta dias
Quarenta dias
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Crônicas selecionadas nu, de botas - av2
Crônicas selecionadas   nu, de botas - av2Crônicas selecionadas   nu, de botas - av2
Crônicas selecionadas nu, de botas - av2
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Realismo narturalismo 2016
Realismo narturalismo 2016Realismo narturalismo 2016
Realismo narturalismo 2016
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Crônicas selecionadas nu, de botas - av1
Crônicas selecionadas   nu, de botas - av1Crônicas selecionadas   nu, de botas - av1
Crônicas selecionadas nu, de botas - av1
 
Trovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismoTrovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismo
 
Romantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasilRomantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasil
 
Redação geral final
Redação geral finalRedação geral final
Redação geral final
 
A hora da estrela 2015
A hora da estrela 2015A hora da estrela 2015
A hora da estrela 2015
 
Aulão udesc red e lit
Aulão udesc   red e litAulão udesc   red e lit
Aulão udesc red e lit
 
A majestade do xingu
A majestade do xinguA majestade do xingu
A majestade do xingu
 
Proposta subjetiva
Proposta subjetivaProposta subjetiva
Proposta subjetiva
 
Temas trabalhados
Temas trabalhadosTemas trabalhados
Temas trabalhados
 

Último

Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 

Último (20)

M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 

Fernando pessoa

  • 2. O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Autopsicografia
  • 3. A LÍRICA (POESIA) MODERNA  Duas polaridades:  Uma lírica intelectualizada, de grande rigor formal, iniciada por Mallarmé e continuada por Valéry, pela qual a poesia deve ser “uma festa do intelecto”;  uma lírica formalmente livre, alógica, iniciada por Rimbaud e elevada às últimas consequências pelo poeta surrealista André Breton, pela qual a poesia deve ser “a derrocada do intelecto”.
  • 4. A LÍRICA MODERNA  É marcada por uma tensão entre as “forças cerebrais”, de uma lírica intelectualizada, e o “impulso anárquico”, de uma lírica livre e alógica.  Característica comum a todos os artistas da vanguarda moderna: a ruptura com a tradição cultural e o desejo de criar uma nova estética em face à crise da humanidade provocada pelos horrores do entre-guerras.  A poesia vanguardista moderna é a poesia da sugestão, ou seja, tende mais a sugerir do que a comunicar.  A poesia deve provocar no leitor apenas uma “sugestão mágica”, sem nenhuma pretensão de ser compreendida.
  • 5. Em 1915, é publicada em Portugal a revista Orpheu. Organizada por Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, a revista sacudiu o marasmo literário que caracterizava a arte lusitana do início do século XX, dando especial atenção às novidades estéticas trazidas pelas vanguardas europeias, principalmente pelo Futurismo. • Em 1927, com a fundação da revista Presença, inicia-se o segundo momento do Modernismo português. José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, Adolfo Casais-Monteiro e Miguel Torga fazem com que as inovações modernistas sejam aprofundadas e mais amplamente divulgadas. Seguindo algumas das propostas da Orpheu, buscam uma “literatura viva”, que fosse a manifestação de uma arte autenticamente portuguesa. • Em 1940, com a publicação de GaibŽus, de Alves Redol, começa a terceira fase do Modernismo em Portugal, chamada de Neorrealismo, que teve a participação de Ferreira de Castro e Virgílio Ferreira. Nesta época, são lançados muitos romances sociais no país, alguns infuenciados por Graciliano Ramos.
  • 6. Fernando Antônio Nogueira Pessoa é o grande nome da literatura portuguesa do século XX. Além de ter sido o principal divulgador das ideias modernistas em Portugal, sua criação poética é uma das mais engenhosas e originais da literatura universal, em todos os tempos. • Costuma-se dividir a obra de Pessoa em duas vertentes gerais: a poesia ortonima, que engloba os textos que ele faz e assina com o próprio nome, e a poesia heterônima, em que Pessoa assina como diversas personalidades e que veremos na próxima aula. • A poesia ortônima de Pessoa reúne, basicamente, os poemas publicados no Cancioneiro e em Mensagem. O Cancioneiro é uma reunião de poemas líricos, de musicalidade sutil, em que o eu lírico prefere analisar os sentimentos de maneira racional, em vez de exprimi- los diretamente. Já Mensagem, publicado em 1934, traz 44 poemas de linguagem elíptica e influência sebastianista (esperança de restauração da glória e das conquistas portuguesas), poemas que, no conjunto, compõem uma epopeia fragmentada, em que vários nomes da História de Portugal falam em primeira pessoa.
  • 7. Texto para as questões 1 e 2 Autopsicografa O poeta é um fngidor. Finge tão completamente Que chega a fngir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama o coração. Fernando Pessoa 1. Nesse poema, Fernando Pessoa aborda a representação das emoções em poesia. Trata-se, por isso, de um texto metalinguístico (em que se usa a linguagem para refetir sobre a própria linguagem). Segundo o texto, pode-se considerar verdadeira a emoção expressa em um poema? Justifque a sua resposta. 2. De que maneira o poema pode ser considerado ilustrativo do processo de criação heteronímica de Fernando Pessoa?
  • 8. Texto para a questão 3 Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos flhos em vão rezaram! Quantas noivas fcaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador1 Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Fernando Pessoa 1 Bojador: referência ao Cabo Bojador, acidente geográfco localizado no Saara Ocidental, na costa atlântica da África, cuja transposição era considerada um desafo para a navegação medieval. 3. O poema de Fernando Pessoa dialoga com o discurso épico, pois refete sobre a conquista do mar empreendida pelo povo português, mas com apreciações ao mesmo tempo de melancolia e de exaltação. Identifque como estas duas posturas se manifestam no poema.
  • 9. A HETERONÍMIA DE PESSOA  Quando o autor faz uso de “heterônimos”, não se esconde sob um nome falso. Ocorre bem o contrário, “ele se coloca em posição de diálogo com o sujeito lírico que ele mesmo criou, além de assinar a sua própria obra.”
  • 10. A HETERONÍMIA DE PESSOA  O heterônimo é um personagem criado pelo poeta, que escreve a sua própria obra. Tem nome, obra, biografia e, sobretudo, um estilo próprios. O autor, o criador do heterônimo, passa a ser chamado de “ortônimo” e a sua criação passa a ser chamada de “heterônimo”, não havendo possibilidade de existência de um sem o outro. Fernando Pessoa foi quem criou essa designação e é o único caso de heteronímia na literatura universal.
  • 11. Fernando Pessoa e os heterônimos No dia 8 de março de 1914, Fernando Pessoa explodiu em três diferentes poetas: um mestre bucólico (Alberto Caeiro), um neoclássico (Ricardo Reis), e um poeta futurista (Álvaro de Campos). E foi de onde se pode afirmar: “E tudo me parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve”. Talvez criados apenas como estratégia de marketing do poeta (no que poucos conseguem acreditar), o objetivo com os heterônimos era formar em si uma unidade: Sentir tudo de todas as maneiras, Viver tudo de todos os lados, Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo, Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
  • 12. Conforme, ainda, palavras de Álvaro de Campos: Multipliquei-me, para me sentir, Para me sentir, precisei sentir tudo. Transbordei, não fiz senão extravasar-me, despi-me, entreguei-me, E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente. O fato é que sua poesia, seus sentimentos, suas ideias e suas vontades de ser – e, consequentemente, de viver – angustiavam- no e dessa angústia, então, “nasceram” três personalidades completas, distintas e semelhantes em alguns aspectos, que, se não conseguiram dar ao poeta a unidade buscada, muito próximo disso chegaram.
  • 13. ÁLVARO DE CAMPOS: O HETERÔNIMO DA LÍRICA MODERNA  Álvaro de Campos é o mais fecundo e versátil heterônimo de Fernando Pessoa, e também o mais nervoso e emotivo, por vezes até histérico. Com algumas composições iniciais, que devem algo ao Decadentismo ("Opiário"), Álvaro de Campos é, sobretudo, o futurista da exaltação da energia até ao paroxismo (ao auge), da velocidade e da força da civilização mecânica do futuro, patentes na "Ode Triunfal".
  • 14. OPIÁRIO FOI OFERECIDO A MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO E ESCRITO ENQUANTO NAVEGAVA PELO CANAL DO SUEZ, EM MARÇO DE 1914.  Esta vida de bordo há-de matar-me. São dias só de febre na cabeça E, por mais que procure até que adoeça, já não encontro a mola pra adaptar-me.  Em paradoxo e incompetência astral Eu vivo a vincos de ouro a minha vida, Onda onde o pundonor é uma descida E os próprios gozos gânglios do meu mal.  É por um mecanismo de desastres, Uma engrenagem com volantes falsos, Que passo entre visões de cadafalsos Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.  Vou cambaleando através do lavor Duma vida-interior de renda e laca. Tenho a impressão de ter em casa a faca Com que foi degolado o Precursor.  Ando expiando um crime numa mala, Que um avô meu cometeu por requinte. Tenho os nervos na forca, vinte a vinte, E caí no ópio como numa vala. [...]
  • 15. ÁLVARO DE CAMPOS: O HETERÔNIMO DA LÍRICA MODERNA  É o único heterônimo que conhece uma evolução ("Fui em tempos poeta decadente; hoje creio que estou decadente, e já não o sou"). Passa por três fases: a decadentista, a futurista e sensacionista e, por fim, a intimista-melancólica.
  • 16. AS FASES DA POESIA DE CAMPOS
  • 17. 1ª - A FASE DECADENTISTA  Traduz-se por sentimentos de tédio, enfado, náusea, cansaço, abatimento e necessidade de novas sensações.  Falta de sentido para a vida e necessidade de fuga à monotonia.  Esta fuga era feita habitualmente à base de entorpecentes, como era o caso do ópio.
  • 18. ASPECTOS FORMAIS Estrofes e versos longos; verso livre; estilo torrencial, repetitivo e excessivo; linguagem marcada por um tom excessivo e intenso: exclamações, apóstrofes, enumerações, adjetivação abundante e expressiva, anáforas, onomatopeias, metáforas ousadas, aliterações...; construções gerundivas.
  • 19. CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS empréstimos, neologismos; adjetivação expressiva; metáforas; hipérboles; anáforas; onomatopeias; aliterações; predomínio de formas verbais no presente do indicativo.
  • 20. TODAS AS CARTAS SÃO Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas. (Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas.)
  • 21. TABACARIA Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
  • 22. Heterónimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Desenhos de José de Almada Negreiros. Pormenor da fachada gravada da Faculdade de Letras da U.C.L., 1957-61. França, J. Augusto (1974)
  • 23.
  • 24.
  • 25. 2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA  Após a descoberta do Futurismo (de Marinetti), da criação do Sensacionismo, e da influência que recebe do escritor norte-americano Walt Whitman, Campos adotou, para além do verso livre, um estilo torrencial, espraiado em longos versos de duas ou três linhas, anafórico (repetitivo), exclamativo, interjetivo, monótono pela simplicidade dos processos, pela reiteração de apóstrofes (interrupções) e enumerações, mas vivificado pela fantasia verbal duradoura e inesgotável, desprezando a rima e a métrica regular. Assim, ele busca a liberdade, a irreverência e a prosificação da poesia.
  • 26. 2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA  Álvaro de Campos, além de celebrar o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna, canta também os escândalos e corrupções da contemporaneidade, em sintonia com o futurismo.
  • 27. 2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA  Esta fase também é marcada pela intelectualização das sensações ou pela sua desordem. Como verdadeiro sensacionista, procura o excesso violento de sensações à maneira de Walt Whitman. O seu sensacionismo, contudo, distingue-se do seu mestre Alberto Caeiro, na medida em que este considera a sensação captada pelos sentidos como a única realidade, mas rejeita o pensamento.
  • 28. 2ª - A FASE FUTURISTA E SENSACIONISTA  O mestre, com a sua simplicidade e serenidade, via tudo nítido e recusava o pensamento para fundamentar a sua felicidade, por estar de acordo com a Natureza; já Campos, sentindo a complexidade e a dinâmica da vida moderna, procura sentir a violência e a força de todas as sensações ("sentir tudo de todas as maneiras").
  • 29. ODE TRIUNFAL (1914) À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! [...]
  • 30. 3ª - A FASE INTIMISTA-MELANCÓLICA  Esta fase caracteriza-se por uma incapacidade de realização, trazendo de volta o abatimento. O poeta vive rodeado pelo sono e pelo cansaço, revelando desilusão, revolta, inadaptação, devido à incapacidade das realizações.
  • 31. 3ª - A FASE INTIMISTA-MELANCÓLICA  Após um período áureo de exaltação heróica da máquina, Álvaro de Campos é possuído pelo desânimo e pela frustração melancólica. Parece apresentar pontos comuns com a 1ª fase – a decadentista - , contudo há que sublinhar que a intimista traduz a reflexão interior e angustiada de quem apenas sente o vazio depois da caminhada heróica.
  • 32. 3ª - A FASE INTIMISTA-MELANCÓLICA  Este Campos decaído, cosmopolita, melancólico, devaneador, irmão do Pessoa ortônimo, no ceticismo, na dor de pensar e nas saudades da infância, ou de qualquer coisa irreal, é o único heterônimo que compartilha da vida extraliterária de Fernando Pessoa.
  • 33. ("Não me venham com conclusões! / A única conclusão é morrer.") ("O que há em mim é sobretudo cansaço –"; "Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: / porque amo infinitamente o finito, / Porque eu desejo impossivelmente o possível")
  • 34. Alberto Caeiro O Pai dos heterônimos, o “mestre”. Aquele cuja poesia mais se aproximou da do próprio Fernando Pessoa, por encontrar no sentir a base mais sólida de se viver. Para o mestre, o que importava era viver o mundo, era nele estar presente, sem querer saber o porquê de estar-se ali naquele momento, sem interrogar-se do que se vive. Para Caeiro, o objetivo era aprender a desaprender, aprender a não pensar, a silenciar a mente, a somente viver o contato direto com a realidade que se tinha à frente, palpável. A vida para ele era o puro sentir. O que valia para Caeiro era o hoje, era o presente, era o agora. Era solitário e neutro. Contrário ao misticismo. Camponês, de linguagem simples e paradoxal.
  • 35. Ricardo Reis A veia clássica dos heterônimos de Fernando Pessoa. Monarquista, educado em colégio de jesuístas, amante das culturas grega e latina. Buscou sempre o mais alto, o impossível em sua poesia, esta refinada, concisa, com linguagem bem trabalhada e vocabulário rebuscado. Participou bastante da revista Presença, da denominada 2ª fase do modernismo português. Seus poemas eram odes, poemas líricos, com métrica, estrofes regulares e variáveis. Suas odes voltavam-se aos deuses da mitologia grega. Ao contrário de seu mestre, Reis pensava bastante nos deuses, esses que, para ele, controlavam o destino dos homens e estavam acima de tudo.
  • 36. Ricardo Reis Álvaro de Campos Alberto Caeiro Médico Engenheiro Naval Camponês Poeta culto e calmo Rebelde- tudo questiona Pouca escolaridade- poesia voltada para natureza Filosofia de Epicuro irônico Simplicidade da vida Contentar-se com o que se tem razão Sentir- coração HETERÔNIMOS