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PARNASIANISMO
Profª Josi Motta
PARNASIANISMO
O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos
literários contemporâneos: Realismo e Naturalismo na prosa, e
Parnasianismo na poesia.
Origem do Parnasianismo– O parnasianismo, cujo nome deriva
de Le Parnasse Contemporian, título de uma antologia francesa
de poemas, de 1866, surge na França, no fim do século XIX.
Contexto Histórico – O movimento parnasiano é concebido
como uma forma de RECUSA ao sentimentalismo e subjetivismo
românticos, numa época de grande progresso industrial e
desenvolvimento científico. A RACIONALIDADE então em voga
motiva os parnasianos a exaltar a forma e procurar a PERFEIÇÃO
e a BELEZA do verso nas métricas da ANTIGUIDADE CLÁSSICA.
Características:
• Formas poéticas tradicionais: com esquema métrico rígido, rima,
soneto.
• Purismo e preciosismo vocabular, com predomínios de termos eruditos,
raros, visando à máxima precisão, e de construções sintáticas refinadas.
Escolha de palavras no dicionário para escrever o poema com palavras
difíceis.
• Tendência descritivista, buscando o máximo de objetividade na
elaboração do poema, assim separando o sujeito criador do objeto
criado.
• Postura antirromântica, baseada no binômio: objetividade
temática/culto da forma.
• Referências à mitologia greco-latina.
• O esteticismo, a depuração formal, o ideal da “arte pela arte”. O tema
não é importante, o que importa é o jeito de escrever, a forma.
• A visão da obra como resultado do trabalho, do esforço do artista, que
se coloca como um ourives que talha e lapida a joia.
• Transpiração no lugar da inspiração romântica. O escritor precisa
trabalhar muito, “suar a camisa”, para fazer uma boa obra. O poeta é
comparado a um ourives.
Principais Temas
• Objetos raros e preciosos, que simbolizam a beleza e a perfeição,
como vasos, estátuas de mármore e joias
• Referência à mitologia Greco-romana, aos templos antigos e
descrevem cenas históricas, paisagens etc.
• Fazer poético, cultuando a língua e descrevendo o trabalho
poético como resultado de esforço, técnica e dedicação, em vez
de produto da inspiração.
O Parnasianismo brasileiro não é uma exata reprodução do modelo
francês, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade,
de cientificismo e de descrições realistas como na França. Foge do
sentimentalismo romântico, mas não exclui totalmente o
subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino
de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o
soneto.
Olavo Bilac:
Profissão de fé
[..] Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
De fino artista.
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
[...]
Via Láctea - Soneto XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
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Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim
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Raia sanguínea e fresca a madrugada...
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serenas,
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No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas
voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Alberto de Oliveira:
Vaso Chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
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Entre um leque e o começo de um bordado.
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Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
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Mas, talvez por contraste à desventura,
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Também lá estava a singular figura.
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Complicado e perfeitinho Parnaso
Complicada e perfeitinha
A rima apareceu
Romantismo combatia
Parnaso vem forte
E com a mitologia
O verso escreveu
Com a métrica certinha
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Poesia ruim
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Esse tipo de poema, parnaso quer não
Quer rima rica, razão que manda agora
Objetiva é a linguagem, e viva a
descrição!
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A mais linda do mundo
Arte era tanta que sobre objetos preciosos, se escrevia
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Disse que poesia é trabalho e não inspiração
Me diz Zeus, qual deus eu uso agora?
Já tem palavras rebuscadas rumo à perfeição
Brasil inventa
parnaso peculiar
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Complicado e perfeitinho
O trio apareceu
Romantismo combatia
Parnaso vem forte
E com a mitologia
O verso escreveu
Com a métrica certinha
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  • 2. PARNASIANISMO O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos literários contemporâneos: Realismo e Naturalismo na prosa, e Parnasianismo na poesia. Origem do Parnasianismo– O parnasianismo, cujo nome deriva de Le Parnasse Contemporian, título de uma antologia francesa de poemas, de 1866, surge na França, no fim do século XIX. Contexto Histórico – O movimento parnasiano é concebido como uma forma de RECUSA ao sentimentalismo e subjetivismo românticos, numa época de grande progresso industrial e desenvolvimento científico. A RACIONALIDADE então em voga motiva os parnasianos a exaltar a forma e procurar a PERFEIÇÃO e a BELEZA do verso nas métricas da ANTIGUIDADE CLÁSSICA.
  • 3. Características: • Formas poéticas tradicionais: com esquema métrico rígido, rima, soneto. • Purismo e preciosismo vocabular, com predomínios de termos eruditos, raros, visando à máxima precisão, e de construções sintáticas refinadas. Escolha de palavras no dicionário para escrever o poema com palavras difíceis. • Tendência descritivista, buscando o máximo de objetividade na elaboração do poema, assim separando o sujeito criador do objeto criado. • Postura antirromântica, baseada no binômio: objetividade temática/culto da forma. • Referências à mitologia greco-latina. • O esteticismo, a depuração formal, o ideal da “arte pela arte”. O tema não é importante, o que importa é o jeito de escrever, a forma. • A visão da obra como resultado do trabalho, do esforço do artista, que se coloca como um ourives que talha e lapida a joia. • Transpiração no lugar da inspiração romântica. O escritor precisa trabalhar muito, “suar a camisa”, para fazer uma boa obra. O poeta é comparado a um ourives.
  • 4. Principais Temas • Objetos raros e preciosos, que simbolizam a beleza e a perfeição, como vasos, estátuas de mármore e joias • Referência à mitologia Greco-romana, aos templos antigos e descrevem cenas históricas, paisagens etc. • Fazer poético, cultuando a língua e descrevendo o trabalho poético como resultado de esforço, técnica e dedicação, em vez de produto da inspiração. O Parnasianismo brasileiro não é uma exata reprodução do modelo francês, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas como na França. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui totalmente o subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto.
  • 5.
  • 6. Olavo Bilac: Profissão de fé [..] Mais que esse vulto extraordinário, Que assombra a vista, Seduz-me um leve relicário De fino artista. Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. [...] Via Láctea - Soneto XIII "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A Via-Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. [...]
  • 7. Raimundo Corrêa: As pombas Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais... Alberto de Oliveira: Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura. Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa.
  • 8. Complicado e perfeitinho Parnaso Complicada e perfeitinha A rima apareceu Romantismo combatia Parnaso vem forte E com a mitologia O verso escreveu Com a métrica certinha E viva a arte! Poesia ruim o sentimento aflora Esse tipo de poema, parnaso quer não Quer rima rica, razão que manda agora Objetiva é a linguagem, e viva a descrição!
  • 9. Eles queriam arte perfeita criar A mais linda do mundo Arte era tanta que sobre objetos preciosos, se escrevia Forma fixa, o poeta adora Disse que poesia é trabalho e não inspiração Me diz Zeus, qual deus eu uso agora? Já tem palavras rebuscadas rumo à perfeição Brasil inventa parnaso peculiar Subjetivo em partes Complicado e perfeitinho O trio apareceu Romantismo combatia Parnaso vem forte E com a mitologia O verso escreveu Com a métrica certinha VIVA O BILAC!