O documento discute como a filosofia e a aprendizagem significativa podem contribuir para a construção da autonomia do pensamento. Ele apresenta a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel e argumenta que ensinar filosofia para crianças desde cedo pode estimular o pensamento crítico e reflexivo, levando à emancipação do indivíduo. A pesquisa qualitativa analisou textos sobre o tema e concluiu que o ato de filosofar e metodologias variadas promovem a autonomia do pensamento.
A autonomia, filosofia e aprendizagem significativa
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho compõe um projeto de pesquisa maior
intitulado “APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E A FILOSOFIA
COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA
AUTONOMIA”, vinculado ao GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação
de Professores e Interdisciplinaridade, registrado na Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação, da Universidade Estadual de Goiás, pelo
Câmpus São Luís de Montes Belos.
Em tempos atuais discutir a produção do conhecimento e a
autonomia do pensamento passa pelas bases da filosofia e do processo de
pesquisa em que o sujeito embrenha seus caminhos. Demo (2009) assevera
que é essencial o “conhecimento com as próprias mãos” a partir de um
pensamento crítico-reflexivo e os cursos de formação devem propiciar essa
formação. Por isso também é preciso analisar o paradigma que sustenta as
práticas pedagógicas dos professores.
O paradigma cartesiano favorece a cópia e a reprodução de
ideias. O paradigma holístico ou da complexidade favorece o pensar, a
crítica, a elaboração e, portanto, a autonomia. O paradigma holístico
valoriza a pesquisa. Demo (2009, p.49) afirma que “somente tem algo a
ensinar quem pesquisa” e por isso os professores dos cursos de formação
precisam pesquisar e despertar em seus alunos o gosto pela pesquisa.
Segundo o autor, somente pelos caminhos da pesquisa é que se aprende a
elaborar com as próprias mãos. Isso significa autonomia.
Levando em conta que a autonomia do pensamento pode ter mais de
uma interpretação, apresentamos que a autonomia do pensamento pode ser
compreendida como emancipação, capacidade de interpretação e de
diálogo, como processo de reflexão, como saber se expressar criticamente,
saber escrever teoricamente, entre outros.
A concepção de autonomia como emancipação pode ser conceituada
conforme Demo (2006, p. 80) diz que “Emancipar é emancipar-SE. Muitas
vezes usa-se o termo libertação para indicar esse fenômeno, acentuando-se
que liberdade é criação de quem a concebe e pratica. Não se pode fazer
alguém livre propriamente, se esse alguém não se libertar a si mesmo.”.
As análises de textos filosóficos e as pesquisas na área da
filosofia também contribuem para as reflexões e a construção da autonomia
do pensamento. Assim como o uso da metodologia da aprendizagem
significativa, na linha de David Ausubel. Para esse teórico a aprendizagem
significativa necessita da pesquisa, o trabalho ativo do aluno, da
produção do aluno, da compreensão dos conteúdos pelo aluno. Isso se
dará com os processos didático-metodológicos que o professor utilizar em
suas aulas.
A teoria da aprendizagem significativa precisa ser melhor
compreendida no campo educacional e por esse motivo se justifica nosso
problema de investigação: “Quais as contribuições da aprendizagem
significativa e a filosofia para a construção da autonomia?”. A temática é
nova no Brasil na área da educação. Conforme um estado da arte realizado
pelo grupo de pesquisa, a área de humanas trabalha pouco com essa teoria.
Isso reforça a relevância da nossa investigação.
OBJETIVOS (geral e específicos)
Apresentar as contribuições do trabalho do pedagogo com a
filosofia e a aprendizagem significativa para a construção da autonomia do
pensamento. Os objetivos específicos são discursar sobre a teoria da
filosofia, discursar sobre a teoria da aprendizagem significativa, discursar
sobre a formação do pedagogo para trabalhar com a autonomia do
pensamento, argumentar como a filosofia e a metodologia da aprendizagem
significativa favorecem a autonomia do pensamento.
O PENSAR FILOSÓFICO E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA COMO PROMOTORA
DA AUTONOMIA DO PENSAMENTO: algumas possibilidades
Dayanne Vitória Lopes¹, João Roberto Resende Ferreira², Andréa Kochhann³, Naiara Gomes da Silva4
, Eleno Marques de Araújo5
,
Elenaice de Paula Silva6
¹
Acadêmica de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás Câmpus São Luís de Montes Belos. Componente do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade.
²Docente da Universidade Estadual de Goiás/Câmpus Anápolis e Orientador do Projeto de Pesquisa,
³Docente da Universidade Estadual de Goiás/ Câmpus de São Luís de Montes Belos e Jussara e Orientadora do Projeto
de Pesquisa. 4
Colaboradora do Projeto de Pesquisa, 5
Colaborador do Projeto de Pesquisa, 6
Colaboradora do Projeto de Pesquisa.
METODOLOGIA
Pesquisa qualitativa se alicerça pelos caminhos do materialismo histórico-
dialético, de caráter bibliográfico.
RESULTADOS E/OU DISCUSSÃO
Segundo Teles (1999, p. 13) “A filosofia leva à discussão reflexiva,
lógica e analógica das ideias. Na verdade, é a única disciplina cujo objetivo é
apenas o aprimoramento do pensar. Por isso é importantíssimo que a filosofia
entre nos primeiros anos do currículo escolar”. Aqui, Teles (1999) afirma que a
Filosofia para crianças deve ser introduzida nas séries primárias, uma vez que,
quanto mais cedo for o contato das crianças com o pensar, mais rápido tornarão
autônomas de seus próprios pensamentos e serão cidadãos reflexivos.
Os autores que concordam em trabalhar Filosofia para crianças, não
defendem a ideia de discutir assuntos complexos para a faixa etária, mas de
explorar a reflexão e as variadas metodologias apropriadas para desfrutar das
instigações filosóficas e auxiliar a criança a possuir e construir pensamento
autônomo, já que elas por natureza são curiosas e se questionam das coisas a sua
volta. Não se pode bloquear esse interesse de saber mais as coisas. É necessário
orientá-las para construção de uma aprendizagem reflexiva e significativa para
construção da autonomia. Isso acontece porque a Filosofia considera as formas e
particularidades de cada indivíduo aprender.
Aqui se relaciona a aprendizagem significativa com o ato de filosofar
ou pensar sobre o pensar e, consequentemente possibilitar ao aluno ou criança
uma visão crítica da realidade e autonomia do pensamento. Para tal o professor
pode planejar o uso de filmes ou desenhos infantis de forma que possa favorecer
o crescimento com discussão ou atividades avaliativas que relacionem as cenas
ou os temas dos filmes ou desenhos infantis com a realidade das crianças.
As aulas dialogadas e com metodologias variadas devem prevalecer
para que o aluno se sinta parte integrante do processo. Dessa forma, existem
possibilidades de uma aprendizagem significativa. Momento em que o aluno ao
dialogar, efetiva o processo de pensar sobre o seu pensar, ou seja, promove à
maiêutica ou a arte de filosofar, praticando a autonomia do pensamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a apreciação e análise dos dados bibliográficos dessa pesquisa,
pode-se ater que o ensino de filosofia para crianças apresenta contribuições
importantes para o processo de emancipação do indivíduo pela autonomia do
pensamento. Os teóricos, David Ausubel (1982); Freire (2011); Furtado (2005);
Lipman (2001) e outros apontam em seus escritos que ato de filosofar juntamente
com uma boa postura didático-metodológica do professor, contribui e enriquece a
práxis educativa e faz com que o pensar reflexivo se aguce gradativamente nas
crianças favorecendo sua criticidade e autonomia de pensamento, o que pode
levar a emancipação humana.
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D.P. A Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel.
São Paulo: Moraes, 1982.
CHAUÍ, M. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
DEMO, P. Pesquisa: princípio participativo e educativo. 12 ed. São Paulo:
Cortez, 2009.
FURTADO, R.M. Filosofia para crianças. Goiânia: UFG, 2005.
KOCHHANN, Andréa, MORAES, Ândrea Carla. Aprendizagem significativa
na perspectiva de David Ausubel. Anápolis: UEG, 2014.
LIPMAN, M; OSCANYAN, F, S; SHARP, A, M. Filosofia na sala de aula. São
Paulo: Nova Alexandria, 2001.
GEFOPI
Grupo de Estudos em Formação
de Professores e Interdisciplinaridade