Diversidade cultural no Brasil: representações de negros nos séculos XIX e XX
1. Sociologia - NEJA I
Diversidade Cultural no Brasil
Observem as imagens a seguir:
Como visualizamos o
negro.
2. Redenção de Cam, 1895
Oléo sobre tela, 199 x 166 cm.
Modesto Broccos y Gómez (Pintor
Espanhol)
Vamos entender o quadro ?
3. A redenção de Cam é um retrato de família de generosos 199 x 166 cm. Adquirida pela
Escola Nacional de Belas Artes após a premiação de 1895, pertence atualmente à
coleção do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
À esquerda, uma senhora negra de idade tem o rosto e as mãos erguidos ao céu, como
quem agradece por uma benção recebida. No lado oposto, um homem branco sentado,
com o corpo voltado para a direita, tem o rosto ligeiramente virado para a esquerda e
um olhar oblíquo, que mira o centro da composição. Cada qual exprime no corpo as
aprendizagens da vida: ela, na postura retesada de estátua, franzina no porte; ele, no
relaxamento de ares dominicais, de físico robusto. Apesar do contraste acentuado entre
as figuras - e pese ao fato de que não interagem diretamente uma com a outra -,
aprendemos por meio da cena que pertencem à mesma família: são mãe e esposo de
uma jovem que se encontra ao centro, avó e pai do bebê que ela traz no colo. Sentada, a
mulher jovem olha com ares de ensinamento maternal para a criança, apontando o dedo
em direção à idosa. O menino tem o corpo e o rosto voltados para a avó e levanta a mão
direita para ela, como quem faz um aceno. Na mão esquerda, uma laranja.
4. O título do quadro, por sua vez, alude a um episódio bíblico, descrito no Gênesis: em
linhas breves, Noé é flagrado nu, em momento de embriaguez, pelo filho Cam, que faz
troça do patriarca e expõe sua nudez aos irmãos, Sem e Jafé. Estes recriminam tal
atitude, cobrindo o corpo do pai, e tratando de não olhá-lo. Quando recobra os sentidos,
o velho lança uma maldição sobre o filho de Cam, Canaã, condenado a tornar-se
escravo dos tios e primos. O castigo é estendido ao conjunto da descendência camita.
Mais do que pelo convívio, que é sugerido pelo quadro, o parentesco entre a velha
senhora e o homem em cena é dado sobretudo pela transição entre os tons de pele das
figuras: da avó negra, ao neto - figura mais branca do quadro -, passando pela mãe, de
pele dourada. A diferença nas gradações de cor sugere que o pai da criança seria
branco - e o homem à direita cumpre ali tal papel. Note-se que a jovem mãe traz uma
aliança na mão esquerda que, por sinal, é desproporcionalmente maior que a direita no
desenho: escapa, portanto, às leis da anatomia em benefício de uma visibilidade
premeditada.
5. O título do quadro, por sua vez, alude a um episódio bíblico, descrito no Gênesis: em
linhas breves, Noé é flagrado nu, em momento de embriaguez, pelo filho Cam, que faz
troça do patriarca e expõe sua nudez aos irmãos, Sem e Jafé. Estes recriminam tal
atitude, cobrindo o corpo do pai, e tratando de não olhá-lo. Quando recobra os sentidos,
o velho lança uma maldição sobre o filho de Cam, Canaã, condenado a tornar-se
escravo dos tios e primos. O castigo é estendido ao conjunto da descendência camita.
Um detalhe merece atenção: se o Gênesis não faz menção à cor da pele, a partir do
século II começam a surgir interpretações que atrelam o castigo a uma transformação
epidérmica de Cam e Canaã, de branco a negro. Posteriormente, no auge da expansão
colonial, quando a escravização dos africanos torna-se elemento fundamental para a
política europeia, dissemina-se na imaginação do Velho Continente uma associação
imediata entre pele negra e escravidão. Tem-se, aí, elementos para compreender a
inversão operada pela pintura: se a maldição era associada à origem da pele negra, no
quadro de Brocos um casamento interracial era mostrado como um caminho rumo ao
embranquecimento.
6. Informações complementares:
O racista francês Joseph Arthur de Gobineuau (Ensaio sobre a desigualdade das
raças humanas) disse que o Brasil jamais alcançaria um estágio elevado de
civilização, pois a mestiçagem justifica a decadência das civilizações.
João Baptista de Lacerda defende a tese do branqueamento no ensaio “Sobre os
mestiços no Brasil”. Segunda a tese do médico, a imigração e a ausência de
preconceito racial cooperariam para extingir os mestiços, pois em um século a
população brasileira seria majoritariamente branca e os negros e indios
provavelmente desapareceriam.
Fonte: http://www.dezenovevinte.net/obras/tl_redencao_cam.htm
8. Vamos entender o quadro:
*O estudo do quadro Operários, de autoria da primeira-dama do modernismo,
Tarsila do Amaral, permite observar como o país ingressou no mundo
industrializado, no início do século 20.
*O quadro pintado em 1933 é um verdadeiro painel da nossa gente, a mesma
que veio dos quatro cantos do país e do mundo para pegar pesado nas
fábricas, que na época começavam a transformar a paisagem brasileira.
*O negro aparece misturado a população, ou seja, inserido na sociedade.
*Apesar da política do branqueamento do século XIX, a população brasileira
miscigenada se apresenta de forma heterôgenea.
*O negro se torna parte da massa trabalhadora.
*O negro no contexto industrial: mão de obra barata.
9. Observando os dois quadros, vamos responder as
seguintes questões:
Existe alguma relação entre as duas imagens apresentadas? Justifique.
Como que os negros e os afro-descendetes são apresentados nas imagens?
Justifique.
Quais foram os problemas sociais vividos pelos negros do século XIX e do
século XXI? Faça uma comparação e proponha uma solução.