2. PRIMEIRA GERAÇÃO DO MODERNISMO
linhas gerais
O
Zé
Pereira
chegou
de
caravela
E
perguntou
pro
guarani
da
mata
virgem
–
Sois
cristão?
–
Não.
Sou
bravo,
sou
forte,
sou
filho
da
Morte
Teterê
tetê
Quizá
Quizá
Quecê!
Lá
longe
a
onça
resmungava
Uu!
Ua!
uu!
O
negro
zonzo
saído
da
fornalha
Tomou
a
palavra
e
respondeu
–
Sim
pela
graça
de
Deus
Cunhem
Babá
Canhém
Babá
Cum
Cum!
E
fizeram
o
Carnaval
ANDRADE,
Oswald
de.
Brasil.
In.:
Pau-‐Brasil.
São
Paulo:
Globo,
2001.
revisão
crí+ca
do
passado
histórico
cultural
oralidade
versos
livres
e
brancos
nacionalismo
[crí+co]
base
dupla:
primi+vo
x
moderno
digestão
e
devoração
cultural
primi+vismo
crí+co
crí+ca
ao
academicismo
e
à
colonização
poema
piada
poema
pílula
3. QUESTÃO 01
ENEM-2004
Este
texto
apresenta
uma
versão
humorísZca
da
formação
do
Brasil,
mostrando-‐a
como
uma
junção
de
elementos
diferentes.
Considerando-‐se
esse
aspecto,
é
correto
afirmar
que
a
visão
apresentada
pelo
texto
é
ambígua,
pois
tanto
aponta
o
caráter
desconjuntado
da
formação
nacional,
quanto
parece
sugerir
que
esse
processo,
apesar
de
tudo,
acaba
bem.
inovadora,
pois
mostra
que
as
três
raças
formadoras
–
portugueses,
negros
e
índios
–
pouco
contribuíram
para
a
formação
da
idenZdade
brasileira.
moralizante,
na
medida
em
que
aponta
a
precariedade
da
formação
cristã
do
Brasil
como
causa
da
predominância
de
elementos
primiZvos
e
pagãos.
preconceituosa,
pois
criZca
tanto
índios
quanto
negros,
representando
de
modo
posiZvo
apenas
o
elemento
europeu,
vindo
com
as
caravelas.
negaZva,
pois
retrata
a
formação
do
Brasil
como
incoerente
e
defeituosa,
resultando
em
anarquia
e
falta
de
seriedade.
4. SOLUÇÃO COMENTADA
ENEM-2004
O
poema
“Brasil”,
de
Oswald
de
Andrade,
insere-‐se
na
vertente
antropófaga
da
Primeira
Geração
do
Modernismo
e
propõe
uma
leitura
críZca
da
formação
da
idenZdade
brasileira.
Ao
pôr
os
três
atores
do
processo
de
formação
da
idenZdade
brasileira
em
ato
e
dar-‐lhes
fala,
percebe-‐se
uma
visão
democráZca
e
inaugural.
Entretanto,
quando
se
observa
que,
do
contato
dos
três
elementos,
surge
o
Carnaval,
pode-‐se
[até]
afirmar
que
a
visão
do
sujeito
poéZco
seja
ambígua.
A
única
opção
condizente
com
o
ponto
de
vista
que
perpassa
a
obra
de
Oswald
de
Andrade
[da
década
de
1920]
é
a
alternaZva
“a”.
Ressalve-‐se,
entretanto,
que
o
escritor
modernista
faz
uma
revisão
críZca
da
história
cultural
brasileira
e
adota
uma
perspecZva
totalmente
inovadora,
se
considerarmos,
por
exemplo,
o
discurso
nacionalista
ufanista
presente
nos
livros
de
História
do
Brasil
até
a
década
de
1970.
5. QUESTÃO 02
ENEM-2004
A
polifonia,
variedade
de
vozes,
presente
no
poema
resulta
da
manifestação
do
poeta
e
do
colonizador
apenas.
colonizador
e
do
negro
apenas.
negro
e
do
índio
apenas.
colonizador,
do
poeta
e
do
negro
apenas.
poeta,
do
colonizador,
do
índio
e
do
negro.
6. SOLUÇÃO COMENTADA
ENEM-2004
No
poema
“Brasil”,
além
da
voz
do
sujeito
poéZco,
é
possível
constatar
que
o
locutor
dá
voz
ao
português
[3],
ao
índio
[4]
e
ao
negro
[9].
Assinale-‐se,
pois,
a
alternaZva
“e”.
7. Tarsila
do
Amaral:
O
mamoeiro.
Disponível
em:
hlp://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/539_tarsila/page4.shtml
8. QUESTÃO 03
ENEM-2010
O
modernismo
brasileiro
teve
forte
influência
das
vanguardas
europeias.
A
parZr
da
Semana
de
Arte
Moderna,
esses
conceitos
passaram
a
fazer
parte
da
arte
brasileira
definiZvamente.
Tomando
como
referência
o
quadro
“O
mamoeiro”,
idenZfica-‐se
que,
nas
artes
plásZcas,
a
imagem
passa
a
valer
mais
que
as
formas
vanguardistas.
forma
estéZca
ganha
linhas
retas
e
valoriza
o
coZdiano.
natureza
passa
a
ser
admirada
como
um
espaço
utópico.
imagem
privilegia
uma
ação
moderna
e
industrializada.
forma
apresenta
contornos
e
detalhes
humanos.
9. SOLUÇÃO COMENTADA
ENEM-2004
Em
“O
mamoeiro”,
de
Tarsila
do
Amaral,
temos
algumas
linhas
do
modernismo
[literário
e
pictórico]
reproduzidas,
a
saber:
o
primiZvismo
[defesa
de
uma
arte
naif,
ingênua,
que
se
configura
pela
simplicidade
da
forma,
traduzida
nas
retas
e
formas
geométricas,
de
níZda
influência
cubista],
b)
a
valorização
do
coZdiano
[levada
a
cabo
através
da
incorporação
de
elementos
comuns
à
obra
de
arte,
de
notada
influência
impressionista,
que
pode
ser
comprovada,
na
tela,
pela
presença
de
uma
cena
que
mostra
uma
nascente
urbanização
de
uma
cidade
e
uma
mulher
caminhando
com
seus
dois
filhos];
e
c)
a
base
dupla
[constatação
de
que,
no
Brasil,
moderno
e
arcaico,
natureza
e
cultura,
convivem
harmonicamente,
o
que
se
percebe,
no
quadro,
pela
presença
de
elementos
do
mundo
moderno
–
ponte
de
concreto
e
poste
de
iluminação
–
e
do
mundo
arcaico,
natural
–
o
mamoeiro,
as
bananeiras,
o
rio].
Posto
isso,
assinale-‐se
a
alternaZva
“b”.
10. INSTRUÇÃO
ENEM-1998
A
discussão
sobre
gramáZca
na
classe
está
“quente”.
Será
que
os
brasileiros
sabem
gramáZca?
A
professora
de
Português
propõe
para
debate
o
seguinte
texto:
11. TEXTO
ENEM-1998
Não
há
nada
mais
gostoso
do
que
o
mim
sujeito
de
verbo
no
infinito.
Pra
mim
brincar.
As
cariocas
que
não
sabem
gramáZca
falam
assim.
Todos
os
brasileiros
deviam
de
querer
falar
como
as
cariocas
que
não
sabem
gramáZca.
–
As
palavras
mais
feias
da
língua
portuguesa
são
quiçá,
alhures
e
miúde.
BANDEIRA,
Manuel.
Pra
mim
brincar.
Disponível
em:
hlp://www.Zrodeletra.com.br/entrevistas/ManuelBandeira2.htm
12. QUESTÃO 04
ENEM-1998
Com
a
orientação
da
professora
e
após
o
debate
sobre
o
texto
de
Manuel
Bandeira,
os
alunos
chegaram
à
seguinte
conclusão:
uma
das
propostas
mais
ousadas
do
Modernismo
foi
a
busca
da
idenZdade
do
povo
brasileiro
e
o
registro,
no
texto
literário,
da
diversidade
das
falas
brasileiras.
apesar
de
os
modernistas
registrarem
as
falas
regionais
do
Brasil,
ainda
foram
preconceituosos
em
relação
às
cariocas.
a
tradição
dos
valores
portugueses
foi
a
pauta
temáZca
do
movimento
modernista.
Manuel
Bandeira
e
os
modernistas
brasileiros
exaltaram
em
seus
textos
o
primiZvismo
da
nação
brasileira.
Manuel
Bandeira
considera
a
diversidade
dos
falares
brasileiros
uma
agressão
à
Língua
Portuguesa.
13. SOLUÇÃO COMENTADA
ENEM-2011
A
oralidade,
princípio
através
do
qual
se
defende
que
se
escreva
do
mesmo
modo
como
se
fala,
e
o
coloquialismo
[defesa
da
linguagem
informal,
coloquial]
foram
duas
das
principais
caracterísZcas
da
Primeira
Geração
do
Modernismo
[1922-‐1930],
da
qual
Manuel
Bandeira
faz
parte.
No
texto
analisado,
defende-‐se
a
poesia
da
língua
coloquial.
Por
isso,
deve-‐se
assinalar
a
alternaZva
“a”.
14. TEXTO
ENEM-2007
Aqui
na
floresta
Dos
ventos
baZda,
Façanhas
de
bravos
Não
geram
escravos,
Que
esZmem
a
vida
Sem
guerra
e
lidar.
—
Ouvi-‐me,
Guerreiros,
—
Ouvi
meu
cantar.
Valente
na
guerra,
Quem
há,
como
eu
sou?
Quem
vibra
o
tacape
Com
mais
valenZa?
Quem
golpes
daria
Fatais,
como
eu
dou?
—
Guerreiros,
ouvi-‐me;
—
Quem
há,
como
eu
sou?
DIAS,
Gonçalves.
O
canto
do
guerreiro.
In.:
Melhores
poemas
de
Gonçalves
Dias.
São
Paulo:
Global,
1996.
15. TEXTO
ENEM-2007
Acabou-‐se
a
história
e
morreu
a
vitória.
Não
havia
mais
ninguém
lá.
Dera
tangolomângolo
na
tribo
Tapanhumas
e
os
filhos
dela
se
acabaram
de
um
em
um.
Não
havia
mais
ninguém
lá.
Aqueles
lugares,
aqueles
campos,
furos
puxadouros
arrastadouros
meios-‐barrancos,
aqueles
matos
misteriosos,
tudo
era
solidão
do
deserto...
Um
silêncio
imenso
dormia
à
beira
do
rio
Uraricoera.
Nenhum
conhecido
sobre
a
terra
não
sabia
nem
falar
da
tribo
nem
contar
aqueles
casos
tão
pançudos.
Quem
podia
saber
do
Herói?
ANDRADE,
Mário
de.
Macunaíma.
São
Paulo:
ItaZaia,
1994.
16. QUESTÃO 05
ENEM-2007
A
leitura
comparaZva
dos
dois
textos
acima
indica
que
ambos
têm
como
tema
a
figura
do
indígena
brasileiro
apresentada
de
forma
realista
e
heroica,
como
símbolo
máximo
do
nacionalismo
românZco.
a
abordagem
da
temáZca
adotada
no
texto
escrito
em
versos
é
discriminatória
em
relação
aos
povos
indígenas
do
Brasil.
as
perguntas
“—
Quem
há,
como
eu
sou?”
[primeiro
texto]
e
“Quem
podia
saber
do
Herói?”
[segundo
texto]
expressam
diferentes
visões
da
realidade
indígena
brasileira.
o
texto
românZco,
assim
como
o
modernista,
aborda
o
extermínio
dos
povos
indígenas
como
resultado
do
processo
de
colonização
no
Brasil.
os
versos
em
1ª.
pessoa
revelam
que
os
indígenas
podiam
expressar-‐se
poeZcamente,
mas
foram
silenciados
pela
colonização,
como
demonstra
a
presença
do
narrador,
no
segundo
texto.
17. SOLUÇÃO COMENTADA
ENEM-2007
Assinale-‐se
a
alternaZva
“c”,
pois
os
textos
apresentam
a
imagem
do
indígena
em
dois
momentos
muito
disZntos
da
história
da
literatura
brasileira.
Em
“O
canto
do
guerreiro”,
poema
representaZvo
do
pensamento
em
voga
no
RomanZsmo,
idealiza-‐se
a
força
e
a
bravura
do
silvícola;
já
no
fragmento
do
“Epílogo”
do
romance
Macunaíma
–
obra
que
apresenta
o
ponto
de
vista
através
do
qual
o
íncola
é
apresentado
na
Primeira
Geração
do
Modernismo
–
registra-‐
se
a
exZnção
da
tribo
do
herói.