Machado de assis Brasil e ela chegou a minha intenção é o seu nome mesmo que e é isso Achava que era outra pessoa que eu já do país e o Pedro ñ conta pra ngm da nossa conversa se não minha mãe e ela chegou a minha mãe e meu pai e beijei meu melhor amigo Ele tava falando que eu não tenho dinheiro pra comprar o curso do robô se eu tivesse o dinheiro daria a mim tá com dinheiro vc tem que devolver a quem te amo muito pequenininho e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha casa agora eu não sei do seu papo do que você gosta e etc por que você é fã de Harry Potter e as relíquias do meu pai e beijei meu melhor amigo Ele tava falando que eu não tenho dinheiro pra comprar o curso do robô se eu tivesse o dinheiro daria a mim tá com dinheiro vc tem que devolver a quem te amo muitob felicidades saudades que é agora
Ñ sei Skksks Ñ tem o número do Pedrinho alaxy e disse que jogou com eles e você tbm Tava a assistindo um filme na Netflix o nome é demais para mim tá com mama eu e a maju tá zuando pode continuar a minha intenção é o seu nome no Rio com o pai não vai deixar não tá não né amor de assis Brasil e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela não sei se você tiver na live vem Tô bem Saudades do meu bairro Jardim botânico do país e o Pedro falou no curso do pedro e minha mãe não deixou não 3ano conseguindo falar de bala de borracha na escola e vi seu pai hoje lá em casa em stella 3383trabalhos bem que 3ano conseguindo falar de bala explosiva a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a ser um irmão ótimos para mim é o nome do país Letônia se eu não fazer ninguém soube que o Garcia e ela chegou a minha mãe e meu pai e beijei meu melhor amigo Ele tava falando que eu não tenho dinheiro pra comprar o curso do robô se eu tivesse o dinheiro daria a mim tá com dinheiro vc tem que devolver a quem te empresto sim e vc Td Tá em Juara não ksksksks Sim eu te Ami e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e ela chegou a minha mãe e e
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
1. Pai contra mãe :
Machado de Assis e a
escravidão
Prof. Victor Creti Bruzadelli
“o dispositivo literário capta e dramatiza a estrutura social do
país”
(SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo:
Duas cidades; Ed. 34, 2000, p. 11)
Arte &
História
prof. Victor Creti
@arteehistoria
MPB no Vestibular
prof.vcb@gmail.com
2. História e literatura
Aristóteles:
Origens comuns da história e da
poética;
Ambas artes miméticas;
Conceito de representação;
Relações entre literatura e história:
Literatura como expressão de
sensibilidades e sociabilidades de um
indivíduo em um tempo;
A história nos textos literários.
“A representação não é cópia
do real, sua imagem perfeita, espécie
de reflexo, mas uma construção feita a
partir dele. Essas representações são
portadoras do simbólico e dotam o
mundo de uma certa inteligibilidade
para aquele que estiver ‘iniciado’ nos
seus códigos, geram regimes de
verossimilhança e credibilidade”
(PESAVENTO, Sandra. História e História Cultural. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008, p. 40)
3. Machado de Assis: escritor
Conto: “Pai contra mãe”;
Publicado originalmente em 1906, no livro
“Relíquias da casa velha”;
Realismo:
Característico da segunda metade do XIX;
Oposição à idealização romântica e materialismo
histórico;
Fruto de uma sociedade urbana e apego às ciências;
Presença de uma crítica aos costumes e à burguesia;
Preocupação com o humano e as questões
intelectuais;
Objetividade nas descrições e denúncia social.
4. Machado de Assis: escritor
Comerciais da Caixa Econômica Federal (2011)
5. Machado de Assis: historiador
Escravidão como uma forma
tradicional de trabalho;
Teorizada na Grécia por
Aristóteles:
Escravo como base da política;
A questão da alma do escravo;
Mito de Cam;
Fundamental no processo de
colonização e formação do Brasil;
Projeto de esquecimento da
escravidão a partir de 1888.
“Por natureza, na maior parte dos casos,
há o que comanda e o que é comandado. O
homem livre comanda o escravo da mesma forma
que o macho à fêmea [...]. E, todavia, as partes da
alma existem de maneira diferente: o escravo
está totalmente privado da parte deliberativa; o
sexo feminino a possui, mas sem a possibilidade
de decisão [...]. Estabelecemos que o escravo é
útil para as necessidades da vida. Fica, portanto,
claro que ele não tem a necessidade senão de
pequena parcela de virtude. O suficiente apenas
para não ficar inferior à sua tarefa, por
desregramento ou negligência”
(ARISTÓTELES apud REDE, Marcelo. A Grécia Antiga.
São Paulo: Saraiva, 2012, p. 33)
6. Machado de Assis: historiador
“Os historiadores também têm um papel a
desempenhar no processo de resistência. Heródoto
os considerava guardiães da memória, a memória de
feitos gloriosos. Prefiro vê-los como guardiães dos
segredos da memória social, as ‘anomalias’, [...] que
revelam fraquezas em teorias grandiosas e não tão
grandiosas. Houve outrora um funcionário chamado
‘Lembrete’ [...]. A tarefa oficial era lembrar às
pessoas o que elas gostariam de ter esquecido. Uma
das mais importantes funções do historiador é ser
um lembrete”
(BURKE, Peter. Variedade de história cultural. Rio de Janeiro: Civilização
brasileira, 200, p. 88-89)
Escravidão e esquecimento:
Peter Burke
7. Machado de Assis: historiador
“A escravidão levou consigo ofícios e
aparelhos, como terá sucedido a outras
instituições sociais. Não cito alguns aparelhos
senão por se ligarem a certo ofício. Um deles
era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé
havia também a máscara de folha de flandres
A máscara fazia perder o vício da embriaguez
aos escravos, por lhes tapar a boca Tinha só
três buracos, dois para ver, um para respirar, e
era fechada atrás da cabeça por um cadeado.”
(ASSIS, Machado de. Pai contra mãe In: MORICONI,
Italo. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 19)
Escravidão e esquecimento:
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Da amada terra do Brasil!
Nós nem cremos que escravos
outrora tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro
Brilha, ovante, da Pátria no altar!
(Hino da Proclamação da República, letra Medeiros e
Albuquerque e música de Leopoldo Américo Miguez – 1890)
8. As origens da escravidão de africanos
Atividade ancestral nas sociedades
africanas;
Escravidão de africanos pelos
portugueses desde 1441;
Intensificada a partir de 1570;
Africanos adaptados tanto ao trabalho
nos moldes portugueses;
A questão da alma e da salvação;
A lucratividade do tráfico negreiro:
“Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que
se pode entender a escravidão africana colonial, e não o
contrário”
(NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo sistema colonial)
"Os filhos de Noé que saíram da arca
eram Sem, Cam e Jafet. Cam era o pai de
Canaã. Estes eram os três filhos de Noé. É por
eles que foi povoada toda a terra. Noé, que era
agricultor, plantou uma vinha. Tendo bebido
vinho, embriagou-se, e apareceu nu no meio
de sua tenda. Cam, o pai de Canaã, vendo a
nudez de seu pai, saiu e foi contá-lo aos seus
irmãos. Mas, Sem e Jafet, tomando uma capa,
puseram-na sobre os seus ombros e foram
cobrir a nudez de seu pai, andando de costas;
e não viram a nudez de seu pai, pois que
tinham os seus rostos voltados. Quando Noé
despertou de sua embriaguez, soube o que lhe
tinha feito o seu filho mais novo. “Maldito seja
Canaã, disse ele; que ele seja o último dos
escravos de seus irmãos!” E acrescentou :
“Bendito seja o Senhor Deus de Sem, e Canaã
seja seu escravo!"
(Gênesis, 9:18-26)
9. As origens da escravidão de africanos
A redenção de Cam, de Modesto Brocos
y Gomes (1895)
Eu no programa Enredo Cultural: Artefilia da TV UFG
10. As origens da escravidão de africanos
Propaganda oficial
do Ministério da
Educação em
13/06/2019
11. Ser escravizado no Brasil no séc. XIX
A onipresença do
escravo;
Heterogeneidade da
condição de escravo:
Rurais e urbanos;
Trabalhadores
domésticos;
Negro no eito;
Escravos de ganho.
Recife, capital de Pernambuco, Johan Moritz Rugendas (c. 1820)
12. Ser escravizado no Brasil no séc. XIX
Vendidos no porto, como
“animais”;
Tipos de trabalho:
Negro no eito;
Escravo doméstico;
Escravo de ganho;
Presentes em quase todos os
espaços coloniais;
Miscigenação: originada de
relações sexuais com ou sem
consentimento.
“Os escravos são as mãos e os pés do senhor
de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível
fazer, conservar e aumentar a fazenda, nem ter engenho
corrente. E do modo como se há com eles, depende tê-
los bons ou maus para o serviço. Por isso, é necessário
comprar cada ano algumas peças e reparti-las pelos
partidos, roças, serrarias e barcas. E porque comumente
são de nações diversas, e uns mais boçais que outros e
de forças muito diferentes, se há de fazer a repartição
com reparo e escolha, e não às cegas. No Brasil,
costumam dizer que para o escravo são
necessários PPP, a saber, pau, pão e pano. E, posto que
comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau,
contudo, prouvera a Deus que tão abundante fosse o
comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado
por qualquer causa pouco provada, ou levantada; e com
instrumentos de muito rigor, ainda quando os crimes
são certos, de que se não usa nem com os brutos
animais”
(ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil por
suas drogas e minas. Livro I, Capítulo IX, 1771)
13. Ser escravizado no Brasil no séc. XIX
Distinções sociais entre os
africanos:
Condição política:
Senhores de escravos, Livres,
Libertos ou forros e Escravos;
Condição social:
Nacionalidade, tempo de
permanência no país, entre
outros;
Cor (Colorismo):
Brancos, Mulatos e Negros.
Trecho do filme Quanto Vale ou É por Quilo?, de Sérgio
Bianchi (2005)
14. Ser escravizado no Brasil no séc. XIX
A brecha camponesa:
Proposta por Ciro F. Cardoso;
Permissão a escravos produzirem gêneros
alimentícios nos latifúndios de seus senhores;
Criação de um mercado liderado por
“camponeses” escravos;
As alforrias:
Libertos representavam, no XIX, 42% da
população de origem africana;
Facilitadores:
Ambientes urbanos, mulheres e aos velhos e doentes;
Possibilidade de ser revertida por “ingratidão”.
“Quando ele chegava à
tarde, via se lhe pela cara que
não trazia vintém Jantava e saía
outra vez, à cata de algum
fugido Já lhe sucedia, ainda que
raro, enganar se de pessoa, e
pegar em escravo fiel que ia a
serviço de seu senhor tal era
acegueira da necessidade Certa
vez capturou um preto livre;
desfez se em desculpas, mas
recebeu grande soma de murros
que lhe deram os parentes do
homem”
(ASSIS, Machado de. Pai contra mãe In:
MORICONI, Italo. Os cem melhores
contos brasileiros do século. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001, p. 23)
15. A violência
Violência moderada pelo
“sentimento de propriedade”;
Ausência de um “Código
Negro”: violência
institucionalizada pelas leis;
Punições aplicadas,
geralmente, por feitores ou no
“calabouço”;
Diversos castigos físicos.
“Há meio século, os escravos
fugiam com frequência. Eram muitos, e
nem todos gostavam da escravidão.
Sucedia ocasionalmente apanharem
pancada, e nem todos gostavam de
apanhar pancada. Grande parte era
apenas repreendida; havia alguém de
casa que servia de padrinho, e o
mesmo dono não era mau; além disso,
o sentimento da propriedade
moderava a ação, porque dinheiro
também dói. A fuga repetia-se,
entretanto”
(ASSIS, Machado de. Pai contra mãe In:
MORICONI, Italo. Os cem melhores contos
brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001, p. 19-20)
17. A resistência
Resistências culturais:
Capoeira;
Sincretismo religioso;
Banzo;
Abortos e suicídios;
Fugas;
Quilombos;
Revoltas;
Assassinatos de senhores.
“Há meio século, os escravos fugiam
com freqüência. Eram muitos, e nem todos
gostavam da escravidão. Sucedia
ocasionalmente apanharem pancada, e
nem todos gostavam de apanhar pancada.
Grande parte era apenas repreendida; havia
alguém de casa que servia de padrinho, e o
mesmo dono não era mau; além disso, o
sentimento da propriedade moderava a
ação, porque dinheiro também dói. A fuga
repetia-se, entretanto.”
(ASSIS, Machado de. Pai contra mãe In: MORICONI, Italo. Os cem
melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001, p. 19-20)
19. O Abolicionismo
As ideias fora do lugar:
“No plano, das convicções, a
incompatibilidade é clara [...]. Mas também
no plano prático ela se fazia sentir. Sendo
uma propriedade, um escravo pode ser
vendido, mas não despedido. O trabalhador
livre, nesse ponto, dá mais liberdade a seu
patrão, além de imobilizar menos capital.
Este aspecto um entre muitos indica o limite
que a escravatura opunha à racionalização
produtiva. Comentando o que vira numa
fazenda, um viajante escreve: ‘não há
especialização do trabalho, porque se
procura economizar a mão-de-obra’”
(SCHWARZ, Roberto. As ideias fora do lugar In: idem. Ao
vencedor as batatas. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34,
2000, p. 13)
Conceito elaborado pelo crítico Roberto
Schwarz, a partir de sua leitura de
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”
(1881);
Contradições da elite econômica brasileira
no século XIX:
Defensores do liberalismo político
(republicanismo);
Defensores do liberalismo econômico e do
trabalho assalariado;
Defesa da manutenção do escravismo;
Anacronismo da “modernização” brasileira.
20. O Abolicionismo
As ideias fora do lugar:
“havia também a máscara de folha-de-flandres. A máscara
fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes
tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para
respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com
o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque
geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com
que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a
sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara,
mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem
o grotesco, e alguma vez o cruel”
(ASSIS, Machado de. Pai contra mãe In: MORICONI, Italo. Os cem melhores
contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 19)
Cativo com máscara de folha-de-flandres,
de Jean-Baptiste Debret (1835)
21. O Abolicionismo
Abolição fruto da relação entre diversos grupos:
Elite liberal, ligada ao império:
D. Pedro II e Princesa Isabel: abolição lenta e gradual;
Medo de revolta dos escravizados;
Juventude intelectualizada:
Castro Alves: abolição imediata;
Negros livres ou cativos:
Luis Gama: Abolição imediata e a inclusão social do
negro.
“Os conflitos entre essas três correntes
definiram o ritmo da escravatura”
(DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato. Uma breve história do Brasil. São
Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010, p. 203)
“Graças ao
abolicionismo, a mobilização
popular tornou-se um elemento
de transformação consciente da
realidade. A revolta agora não
era circunstancial, contra o
aumento dos preços de
alimentos ou contra alguma
medida que prejudicava os
interesses populares, mas sim
efetiva, pois tinha por objetivo
alterar a estrutura da sociedade”
(DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato.
Uma breve história do Brasil. São Paulo:
Editora Planeta do Brasil, 2010, p. 206)
22. O Abolicionismo
Movimento abolicionista:
Organizado ao longo da segunda
metade do século XIX, através de
associações e jornais;
Organização de comícios,
palestras e panfletagens;
Expansão entre as classes médias
urbanas;
Como consequência do aumento
das pressões pela abolição, há um
aumento do tráfico ilegal.
Nesse ambiente, o nó da escravidão
acabou sendo desatado basicamente à margem
do circuito decisório oficial. Na década de 1880,
o movimento abolicionista pipocou por todo o
país, impulsionado quase exclusivamente pela
sociedade. No Ceará, já em 1884 decretou-se
uma abolição. No Rio de Janeiro, figuras
importantes como Joaquim Nabuco, André
Rebouças e José do Patrocínio comandavam a
pregação, com o apoio nem sempre velado da
princesa Isabel. Em São Paulo, Luiz Gama
comandou a formação de uma imensa rede
abolicionista informal, cuja amplitude pôde ser
medida no dia do seu enterro, quando 3 mil
pessoas pararam a cidade em torno do féretro
(CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil: cinco séculos
de pessoas costumes e governos. Rio de Janeiro: Estação
Brasil, 2017, p. 283)
23. O abolicionismo
Movimento dos Caifazes:
Liderado por Antônio
Bento de Souza e
Castro;
Propostas:
Criar redes de apoio;
Organizar fugas
coletivas e quilombos;
“Roubar” de
escravizados;
Organizar a luta armada.
No fechamento do caixão [de Luiz Gama em 1882],
um dos que juraram continuar a luta tinha um perfil
aparentemente estranho à causa: um ex-delegado de polícia
perseguidor de cativos, católico tradicional e membro do
Partido Conservador. Mas Antônio Bento mostrou-se pouco
convencional ao criar uma organização que chamou de
Caifazes. Criou uma rede de pontos de apoio que
funcionavam tanto em sacristias como em prostíbulos.
Treinou grupos de negros fugidos e ergueu refúgios nos
caminhos percorridos por capitães do mato. Promoveu a
organização do quilombo do Jabaquara, em Santos – os atos
preparatórios incluíram uma declaração municipal de
abolição, o que mostra o tamanho do apoio à causa. Armou e
venceu uma guerra. Em 1887 o quilombo contava 10 mil
habitantes, metade da população da cidade e parte
significativa dos 150 mil cativos paulistas contados pouco
antes do movimento
(CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil: cinco séculos de pessoas
costumes e governos. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2017, p. 283)
24. O Abolicionismo
Protagonismo negro:
Intelectuais negros:
Luís da Gama;
José do Patrocínio;
André Rebouças;
Machado de Assis;
Revoltas constantes:
Revolta de Carrancas (1833);
Revolta dos Malês (1835);
Revolta de Manuel Congo
(1838).
“Em 1873 Machado de Assis tornou se
funcionário do Ministério da Agricultura; a partir
de meados de 1876, passou a chefiar a seção desse
ministério encarregada de estudar e acompanhar a
aplicação da lei de emancipação [do Ventre Livre].
O romancista formou se e transformou se ao longo
dos anos 1870 em diálogo constante com a
experiência do funcionário público e do cidadão. De
fato, é possível até mesmo investigar as relações
entre a experiência do funcionário e a famosa
virada narrativa do romancista ocorrida entre 1878
e 1880, ou entre Iaiá Garcia e Memórias póstumas
de Brás Cubas”
(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis: historiador. São
Paulo: Companhia das Letras, 2003 p. 138-139)
25. O Abolicionismo
Abolicionistas brancos:
Joaquim Nabuco;
José Bonifácio;
Ângelo Agostini;
Joaquim Manuel de Macedo;
Castro Alves;
Obs.: eram motivados por
motivos diversos e não
somente “humanitários”.
“Trabalhar no sentido de
tornar bem manifesta e clara a
torpeza da escravidão, sua influência
malvada, suas deformidades morais e
congênitas, seus instintos ruins, seu
horror, seus perigos, sua ação
infernal, é também contribuir para
condená-la e para fazer mais suave e
simpática a idéia da emancipação
que a aniquila”
(MACEDO, Joaquim Manuel de. As vítimas
algozes: quadros da escravidão. São Paulo:
Editora Scipione, 1991, p. 4)
26.
27. Abolição legal
Lenta e gradual, “para evitar
uma guerra civil”;
Lei Feijó (1831):
Proibia o tráfico, multava
traficantes e abolia a
escravidão;
“Lei para inglês ver”;
Lei (Bill) Aberdeen (1845):
Lei inglesa que tratava navios
negreiros como piratas.
“Ao longo do século XVIII,
apurando a definição do direito universal
ao bem-estar e à liberdade, antropólogos,
filósofos e teólogos voltaram-se para o
caso do africano e de sua condição no
mundo. Sua reflexão levou-os a modificar
as noções ordinariamente admitidas até
então sobre o negro da África e o escravo
americano: de bruto e animal de carga,
eles transformaram-no em um ser moral e
social”
(DAGET, Serge. A abolição do tráfico de escravos. In:
AJAYI, Jacob, F. A. História Geral da África, VI: África do
século XIX à década de 1880. Brasília: UNESCO, 2010, p.
77)
28. Abolição Legal
Lei Eusébio de Queirós (1850):
Proibição do tráfico
internacional de escravizados;
Lei de Terras (1850):
Terras devolutas compradas
junto ao Estado;
Lei Nabuco de Araújo (1854):
Sanções e punições mais
severas contra traficantes
ilegais.
Declara desde quando deve ter lugar a competencia
dos Auditores de marinha para processar e julgar
os réos mencionados no Art. 3.º da lei N.º 581 de 4
de Setembro de 1850, e os casos em que devem ser
impostas pelos mesmos Auditores as penas de
tentativa de importação de escravos. [...]
Art. 2º Será punido com as penas de tentativa
de importação de escravos, processado e julgado
pelos ditos Auditores, o Cidadão Brasileiro, aonde
quer que resida, e o estrangeiro residente no Brasil,
que for dono, capitão ou mestre, piloto ou contra-
mestre, ou interessado no negocio de qualquer
embarcação, que se occupe no trafico de escravos,
continuando, em relação aos que importarem para o
Brasil, a disposição da Lei de quatro de Setembro
de mil oitocentos e cincoenta
(Trecho da Lei Nabuco de Araújo)
29. Abolição legal
Lei do Ventre Livre (1871):
Os filhos de escravizados nasciam livres, embora devessem ou pagar uma
indenização ou prestar serviços até os 21 anos;
Machado de Assis, como funcionário do Min. da Agricultura, vai ser um dos
responsáveis pela aplicação dessa lei a partir de 1873;
Segundo Sidney Chalhoub, essa experiência vai mudar decisivamente a literatura
e a postura intelectual do escritor;
Lei dos Sexagenários (1885):
Alforria de escravizados com mais de sessenta anos, com o pagamento de mais
3 anos de trabalho como indenização;
Lei Áurea (1888):
Abolição da escravidão
30. Abolição legal
A Princesa Imperial Regente, em nome de
Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II,
faz saber a todos os súditos do Império que a
Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei
seguinte:
Art. 1.º: É declarada extinta desde a data desta lei a
escravidão no Brasil.
Art. 2.º: Revogam-se as disposições em contrário.
Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o
conhecimento e execução da referida Lei pertencer,
que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão
inteiramente como nela se contém
(Lei Áurea)
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