SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 128
Análise das Obras de Arte
       para o PAS
      Segunda etapa

       Prof. ABADIA
"De Onde Viemos? O que Somos?
  Para Onde Vamos?" de Paul
           Gauguim
• Sobre a pergunta "de onde viemos", escreveu
  Gauguin: "À direita, no canto, vê-se um bebê
  que dorme cercado por três nativas sentadas no
  chão. Duas figuras, vestidas de vermelho,
  trocam idéias.
• Uma mulher de dimensões propositadamente
  maiores, a despeito da perspectiva, ergue um
  braço e observa atônita essas duas figuras que
  se atrevem a conjecturar sobre seus destinos".
• A mulher que apanha uma fruta reproduz Eva,
  mas, em vez da maçã, segura uma manga.
• "A figura central apanha uma fruta. (...) O ídolo,
  com braços erguidos misteriosamente, aponta
  para o além. O apanhar da fruta simboliza os
  prazeres da vida; a figura em plenitude
  simbolizaria a eterna felicidade, caso o ídolo não
  estivesse lá para nos lembrar das verdades
  eternas --uma constante ameaça à
  humanidade." Essa é descrição que o pintor fez
  para a questão "quem somos?".
• O canto esquerdo representa "para onde
  vamos". "Uma figura sentada parece ouvir
  o ídolo. Uma velha, já bem próxima da
  morte, parece aceitar com resignação a
  sua própria sorte, fechando a história.
  Uma estranha ave branca, prendendo um
  lagarto com os pés, representa a futilidade
  das palavras vazias."
• É uma imagem de caráter simbolista.
• As formas são simplificadas
• As cores são usadas de maneira
  arbitrária.
• Apresenta harmonia
• A luz é opaca na maior parte da obra
• É assimétrica
A tela A redenção de Can (1895), de Modesto Brocos y Gomes,
 representa a miscigenação entre brancos e negros no Brasil
• No quadro, uma avó negra agradece a Deus pelo neto
  branco que esta no colo da mãe, uma mulata. O pai é
  branco, provavelmente de origem ibérica ou
  mediterrânica.

• De acordo com a Bíblia, Can, um dos filhos de Noé,
  recebeu uma maldição: ele e seus descendentes seriam
  escravos e, por isso, pensadores que queriam adequar a
  ciência ao texto bíblico, o apontaram como o
  antepassado dos povos negros.

• Representa o branqueamento da raça.

• Relacionado com questões de genética.
• Os elementos estão distribuídos com harmonia.
• O to m amarelo atrás da personagem principal parece
  aumentar a sacralidade da criança branca
A METAMORFOSE DOS EXCLUIDOS – NELSON SCRENCI - 2000
• Uma comparação entre "A Negra", de Tarsila do
  Amaral, e o "Caipira picando fumo", de Almeida
  Júnior, interroga a cisão entre o "moderno" e o
  "acadêmico" e, por alargamento, expõe a
  questão epistemológica das classificações na
  história e na crítica das artes.
• As duas telas apresentam uma evidência rara
  dentro da pintura brasileira. Elas possuem uma
  força e uma presença visual, "icônica", que
  parte de um "tipo" social – a negra, o caipira –
  para, construindo-os com os meios da pintura,
  impô-los como imagens.
• Se esquecermos classificações e preconceitos –
  "moderno" de um lado, "acadêmico" de outro –
  descobrimos que, por trás de efeitos estilísticos mais
  exteriores, existe uma grande afinidade nos princípios
  de organização das duas telas.

• Almeida Júnior – e isto não foi suficientemente
  assinalado até agora nos estudos consagrados ao pintor
  – compõe por meio de um notável sentido da geometria.
  Seu caipira, com os ângulos dos cotovelos, dos joelhos,
  bem afirmados, encontra-se instalado, de modo seguro
  e preciso, diante de um fundo revelando claras relações
  ortogonais: verticais da porta e, sobretudo, horizontais
  dos batentes, dos bambus que se mostram na parede
  de barrote, dos degraus em pau tosco que lhe servem
  para sentar.
• Tarsila do Amaral, no início dos anos de 1920, está
  muito marcada pelos exemplos construtivos do cubismo,
  pelas lições de Gleizes, de Lhote, de Léger. Nesse
  momento, ela se entrega ao rigor das organizações
  geométricas. "A Negra" é sua grande obra do período.
  Por acaso ou, quem sabe, por alguma lembrança, ela
  dispõe seu personagem numa postura bastante próxima
  à do caipira: ângulos dos cotovelos, evidência dos pés,
  inclinação da cabeça. Como Almeida Júnior, dispõe sua
  figura diante de um fundo geométrico, feito de barras
  horizontais paralelas, num efeito não muito distante dos
  degraus do caipira.
• No caipira, a diagonal indica esse centro
  significante. Encontra-se levemente deslocado
  para evitar a rigidez. Está na junção, ponto
  essencial e preciso, do polegar esquerdo e do
  indicador direito, ou melhor, das duas unhas
  desses dedos. Se, no outro quadro,
  prolongarmos a nervura central da folha de
  bananeira, chegaremos ao polo organizador
  escolhido por Tarsila do Amaral, também
  situado abaixo do centro geométrico: o mamilo
  desenhado como um pequeno círculo.
• O seio oferto, redondo, vulnerável, opõe-se assim à faca
  pontiaguda, agressiva, intercalada entre personagem e
  espectador, barreira feita de violência implícita.

• Nelson Screnci, artista fascinado pelo universo das
  imagens deixadas pelos grandes pintores, aceitou tentar
  uma fusão entre as duas telas. Ele já havia trabalhado a
  partir de ambas, juntado-as com tipos populares ou com
  princesas de Velazquez. Aqui, elas se metamorfoseiam
  uma na outra; os tipos "icônicos" do caipira e da negra
  misturam-se com elementos populares. Ele associa
  também a exuberância que colore a tela de Tarsila do
  Amaral aos tons mais vizinhos que emprega Almeida
  Júnior. Cada uma de suas pequenas imagens vibra
  numa luminosidade mais forte.
• Nelson Screnci associa a exuberância que colore a tela de Tarsila
  do Amaral aos tons mais vizinhos que emprega Almeida Júnior.
  Cada uma de suas pequenas imagens vibra numa luminosidade
  muito forte.

•   Artista fascinado pelo universo das imagens deixadas pelos
    grandes pintores, aceitou tentar uma fusão entre essas duas telas.
    Ele já havia trabalhado a partir de ambas, juntado-as com tipos
    populares ou com princesas de Velazquez.

• Aqui, elas se metamorfoseiam uma na outra; os tipos "icônicos" do
  caipira e da negra misturam-se com elementos populares.

• Sua obra oferece pontos de convergência entre as duas telas e
  mostra como a visão mais fecunda é aquela que escapa aos
  estereótipos de conceitos como "moderno", "acadêmico" ou outros.
  Mais convergências são possíveis: esta mini-exposição é o convite
  para descobri-las.
• Sua obra oferece pontos de convergência
  entre as duas telas e mostra como a visão
  mais fecunda é aquela que escapa aos
  estereótipos de conceitos como
  "moderno", "acadêmico" ou outros. Mais
  convergências são possíveis: esta mini-
  exposição é o convite para descobri-las.
   Texto para exposição "Obra em contexto - A Negra e o Caipira",
   Exposição no Centro Cultural Fiesp, av Paulista 1313, de 27 de

                     junho a 20 de agosto de 2000
      Jorge Coli é professor de História da Arte e da Cultura na Unicamp
Screnci, Nelson
         Eldorado , 2001
         acrílica sobre tela
           100 x 400 cm
Reprodução fotográfica Nelson Screnci
Rosana Paulino
Parede da Memória - 8 x 8 x 3 cm - 1994
material: casca de tucum, semente de inajá e osso de peixe
                    feito por índios: Kaiabi
             outros nomes/grafias: Kayabi. Caiabi
                      local: Mato Grosso
           peça: Colar com Esculturas Zoomorfas
• A cultura material indígena representa a
  manifestação de fenômenos culturais através
  dos objetos físicos, que destinam-se a usos
  rotineiros e/ ou rituais e, crescentemente, ao
  comércio com os não índios.
• considera-se artesanato indígena como o
  conjunto de objetos da cultura material
  produzidos com finalidade comercial,
  destinados ao mercado externo
• Este trabalho foi desenvolvido na região
  norte do Parque Indígena do Xingu (MT),
  junto ao povo Kaiabi (Tupi-guarani).
• Os objetos da cultura material
  representam historicamente o principal
  valor de troca entre as quatorze etnias do
  Parque, bem como, após o contato, do
  comércio com os não índios.
Missamóvel de
                                                 Nelson Leirner

  Trabalho tridimensional feito com objetos distintos dos normalmente
usados nas esculturas e que ironizam aspectos da cultura brasileira ao
reunir miniaturas de santos, figuras do candomblé e bichinhos da
Disney, caso de Missamóvel (2000) e

Procissão (2000).
Esta escultura em mármore descreve os amantes mitológicos Eros e
 Psyche. No mito clássico, Eros é o deus romano do amor e desejo.
 Psyche (o nome, incidentalmente, significa "alma" em grego), uma
                         mulher mortal, bela.
O abraço apaixonado de ambos foi capturado para a eternidade neste
         trabalho lírico do escultor italiano Antonio Canova
A estória de Eros e Psyche
• Um dos Anjos mais conhecidos entre as lendas da humanidade é
  Eros ou Cupido. Algumas vezes representado por uma criança
  alada, outras por um rapaz. Mas a sua representação maior está no
  seu simbolismo. E a Eros está ligada Psiquê (a Alma), que em sua
  lenda nos traz a imagem da união do amor e nossa alma.
• Psiquê era umas das três filhas de um rei, todas belíssimas e
  capazes de despertar tanta admiração que muitos vinham de longe
  apenas para vê-las. Com todo este assédio, logo as duas irmãs de
  Psiquê se casaram.
• Ela, no entanto, sendo ainda mais bela que as irmãs, além de
  extremamente graciosa, não conseguia um marido para si, pois
  todos temiam tamanha beleza. Desorientados, os pais de Psiquê
  buscaram ajuda através dos oráculos, que os instruiu a vestirem
  Psiquê com as roupas destinadas a seu casamento e deixá-la no
  alto de um rochedo, onde um monstro horrível viria buscá-la.
• Mesmo sentindo-se pesarosos pelo destino da filha, seus pais
  seguiram as intrusões recebidas. Assim que a deixaram no alto de
  uma montanha, um vento muito forte começou a soprar e a
  carregou pelo ares com delicadeza e a depositou no fundo de um
  vale.
• Exausta, Psiquê adormeceu. Quando acordou, se viu num
  maravilhoso castelo de ouro e mármore. Maravilhada com a visão,
  percebeu que ali tudo era mágico... as portas se abriam para ela,
  vozes sussurravam sobre tudo o que ela precisava saber.
• Quando chegou a noite, deitada em seus aposentos, percebeu ao
  seu lado a presença de alguém que só poderia ser o seu esposo
  predestinado pelo oráculo. Ele a advertiu de que lhe seria o melhor
  dos maridos, mas que elas jamais poderia vê-lo, pois isso
  significaria perdê-lo para sempre.
• Psiquê concordou. E assim foram seus dias, ela tinha tudo que
  desejava, era feliz, muito feliz, porque seu marido lhe trazia uma
  sensação do mais profundo amor e lhe era extremamente
  carinhoso.
• Com o passar do tempo, porém, ela começou a sentir saudades de
  seus pais e pediu permissão ao marido para ir visitá-los. Ele relutou,
  os oráculos advertiam de que esta viagem traria péssimas
  conseqüências, mas ela implorou, suplicou... até que ele cedeu.
• E da mesma forma que a havia trazido para o palácio, levou-a à
  casa de seus pais. Psiquê foi recebida com muita alegria e levou
  muitos presentes para todos. Mas suas irmãs ao vê-la tão bem, se
  encheram de inveja e começaram a crivá-la de perguntas a respeito
  de seu marido.
• Ao saberem que até então ela nunca o tinha visto, convenceram-na
  de fazê-lo; evidentemente que as intenções delas eram apenas de
  prejudicar Psiquê, já que ela havia feito uma promessa a ele.
• Ao voltar para sua casa, a curiosidade tomou conta de seu coração.
  Tão logo veio a noite, ela esperou que ele adormecesse e assim
  acendeu uma vela para poder vê-lo.
• No entanto, ao se deparar com tão linda figura, ela se perdeu em
  sonhos e ficou ali, embevecida, admirando-o. E esqueceu-se da
  vela que tinha nas mãos. Um pingo de cera caiu sobre o peito de
  Eros, seu marido oculto, fazendo-o acordar com a dor.
• Sentido com a quebra da promessa da esposa, partiu,
  fazendo cumprir a sentença do oráculo. Abandonada por
  Eros, o Amor, sentindo-se só e infeliz, Psiquê, a Alma,
  passou a vagar pelo mundo.
• Tanto sofreu e penas pagou, que deixou-se por fim
  entregar-se a morte, e caiu num profundo sono. Eros,
  que também sofria com sua ausência, não mais
  suportando ver a esposa passar por tanta dor, implorou
  a Zeus, o deus dos deuses, que tivesse compaixão
  deles.
• E com a permissão deste, Eros tirou-a do sono eterno
  com uma de suas flechas e uniu-se a ela, um deus e
  uma mortal, no Monte Olimpo. Depois deste casamento,
  Eros e Psiquê, ou seja, o Amor e a Alma, permaneceram
  juntos por toda a eternidade.
Enterro de
 uma Negra
      de
e enterro do
 filho de um
rei negro de
    Debret
• A única diferença que existe entre o
  acompanhamento de um enterro de uma
  negra e o de um homem da mesma raça
  reside no fato de o cortejo se constituir
  unicamente de mulheres, à exceção de
  dois carregadores, de um mestre de
  cerimônias e do tambor.
• Quando a defunta é de classe indigente,
  os parentes e os amigos aproveitam a
  manhã para transportar o corpo numa
  rede e depositá-la no chão junto ao muro
  de uma igreja ou perto da porta de uma
  venda.
• Aí, uma ou duas mulheres conservam
  acesa uma pequena vela junto à rede
  funerária e recolhem dos passantes
  caridosos módicas esmolas para completar
  a importância necessária às despesas de
  sepultura na igreja
• A cena se passa diante da Lampadosa,
  pequena igreja servida por um padre
  negro a assistida por uma confraria de
  mulatos.
Danaíde – 1889 - Rodin
Dimensões de cada peça
     36 x 51 x 73
August Rodim
• Embora acusado de formalismo pelo rigor
  anatômico de suas peças, destacou-se no
  período de transição da arte entre os séculos
  XIX e XX.
• Fascinado com as esculturas de Donatello e
  Michelangelo busca uma expressividade
  naturalista dentro dos parâmetros da época.
• Numa visita a Florença e a Roma, escandalizou
  os meios artísticos parisienses com "A idade do
  bronze": era tal a perfeição da figura que houve
  quem o acusasse de ter usado como molde um
  modelo vivo.
• Escultura intimista de Auguste Rodin.
• Nesta obra, o artista se expressa em todo o seu
  esplendor.
• Saca de uma pedra a figura surpreendente e
  inacabada de um bela mulher.
• A força que sempre caracteriza tal artista se vê
  nessa obra em cada golpe sobre o mármore,
  imitando, ao máximo o modelo e revelando na
  pedra o corpo feminino.
• Segundo Rodin, “ao escultor cabe a
  responsabilidade por todos os aspectos
  da obra: a concepção, a forma, o
  tamanho, o material, o acabamento, a
  relação com o espectador”.
• A estrutura da escultura identifica-se com
  a estrutura da figura.
Características da obras
• Ilusão de realidade

• Modelado a partir de modelo vivo

• Inacabada

• nova ordem de naturalismo
Apontamentos do artista

• Cada centímetro da superfície é
  considerado, é igual e diferentemente
  expressivo: da expressão facial, do gesto
  retratado,da contorção muscular, a
  expressão se propaga para animar a
  superfície inteira.
Santuário de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas/ Minas Gerais
  figuras entalhadas em madeira policromatica, Congonhas, Minas
                             Gerais
• O Santuário de Bom Jesus de Matosinhos
  é um conjunto arquitetônico e paisagístico
  formado por uma igreja, um adro com
  esculturas de Doze Profetas feitas por
  Aleijadinho e seis capelas com cenas da
  Paixão de Cristo.
• O santuário está localizado no morro do
  Maranhão, no município brasileiro de
  Congonhas, estado de Minas Gerais.
• O conjunto foi construído em várias etapas, nos
  séculos XVIII e XIX, por vários mestres,
  artesãos e pintores, como Antônio Francisco
  Lisboa, o Aleijadinho, e Manuel da Costa Ataíde.

• A fundação do santuário é atribuída ao
  português Feliciano Mendes que, tendo
  adoecido gravemente, prometeu construir um
  templo a Bom Jesus de Matosinhos, como o que
  havia em Braga, sua terra natal, caso
  alcançasse a cura.

• A igreja foi construída entre 1757 e 1765.
• Entre 1800 e 1805, foram feitas as doze
  esculturas em pedra-sabão, situadas na entrada
  da Capela de Bom Jesus.

• O caprichado acabamento e a expressividade
  de cada um dos profetas - Isaías, Baruc,
  Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós,
  Abdias, Jonas, Naum e Habacuc - completam o
  cenário grandioso.
Santa ceia de Aleijadinho
• Última ceia de Cristo. Conjunto de
  esculturas em madeira policromada da
  autoria do Aleijadinho, existentes no
  Santuário do Bom Jesus de Matosinhos,
  em Congonhas, Minas Gerais (Brasil
• Quem suspeitaria que o Aleijadinho fora um
  inconfidente, e dos mais atuantes, em sua
  modéstia? Maçon que era (de quando a doença
  ainda não se manifestara, fazendo-o quase fugir
  ao convívio das pessoas) contatava, mesmo
  enfermo, com os líderes da conspiração, a todos
  orientando com seu firme discernimento e com
  sua aguda inteligência.
• Quando o movimento foi denunciado, resultando
  nas tristes conseqüências que conhecemos, o
  gênio do Aleijadinho passou a homenagear os
  principais vultos da rebelião, esculpindo-lhes as
  estátuas na forma dos profetas bíblicos.
–É assim que Isaías, à frente de todos, é
     Tiradentes; Jeremias é Cláudio Manoel; Baruc é
     Tomás Antônio Gonzaga, etc.



• As estátuas que esculpiu estão todas em
  determinadas posturas ritualísticas e o
  Aleijadinho se perguntava se algum dia
  alguém saberia relacioná-las com os 12
  principais inconfidentes, todos maçons. Já
  nas esculturas que representam a Santa
  Ceia, Judas tem as feições de Silvério dos
  Reis.
A liberdade guiando o povo de
          Delacroix
• Segundo Giulio Carlo Argan na sua obra Arte
  moderna, o Romantismo e o neoclassicismo são
  simplesmente duas faces de uma mesma
  moeda. Enquanto o neoclássico busca um ideal
  sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o
  mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo
  exterior. Os dois movimentos estão interligados,
  portanto, pela idealização da realidade (mesmo
  que com resultados diversos).
• Comovido com os acontecimentos
  políticos de julho de 1830, pinta, em 1831,
  uma alegoria à liberdade, à França e ao
  seu povo, que apresenta em suas
  diferentes classes sociais: melancólicos
  jovens barbudos, operários em mangas
  de camisa, tribunos do povo com cabelos
  esvoaçantes, rodeados pela liberdade
  com sua bandeira tricolor
• A "Liberdade", de seios nus, traz numa
  mão uma arma e na outra a bandeira da
  França. Nacionalismo puro.
• O quadro, pintado em 1830, comemora a
  revolução liberal que derrubou Carlos X e
  levou ao trono Luís Felipe, o "rei burguês".
• Apesar do forte comprometimento político
  e particularizador da obra, o valor pictural
  é assegurado pelo uso das cores e das
  luzes e sombras. Essa obra é uma
  alegoria.
• Podemos notar o uso de cores lúgubres ,
  muito escuras que contracenam com uma
  forte luz ao fundo da tela.
• A mulher de seios à mostra, empunha a
  bandeira da França em um brado de
  liberdade.
• Há uma mistura de sensualidade, de
  sedução associada ao caráter politico da
  obra.
Tiradentes
    de
   Pedro
 Américo
• Tiradentes permaneceu, após a Independência
  do Brasil, uma personalidade histórica
  relativamente obscura, dado o fato de que,
  durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I
  e D. Pedro II, pertenciam à linha masculina da
  Casa de Bragança, sendo, respectivamente,
  neto e bisneto de D. Maria I, que havia emitido a
  sentença de morte de Tiradentes.
• Foi a República - ou mais exatamente, os
  ideólogos positivistas que presidiram à sua
  fundação - que buscaram na figura de
  Tiradentes uma personificação da identidade
  republicana do Brasil, mitificando a sua
  biografia.
• Daí a sua iconografia tradicional, de barba e
  camisolão, à beira do cadafalso, vagamente
  assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente,
  desprovida de verossimilhança.
• Como militar, o máximo que Tiradentes poder-
  se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão,
  onde passou os últimos três anos de sua vida,
  os detentos eram obrigados a fazer a barba.
• Alguns dizem que Tiradentes teria sido
  enforcado com a barba feita e o cabelo raspado.
• Sua história é bem conhecida: um alferes
  e dentista mineiro condenado e executado
  pela Coroa portuguesa em 1792 por lesa-
  majestade. Seu crime: liderar um
  movimento pela Independência do Brasil.
  Sua punição: enforcamento,
  esquartejamento e exposição pública das
  partes de seu corpo.
Sobre a obra
• o artista dispôs o corpo do herói, representado
  praticamente em tamanho natural, desmembrado em
  quatro partes, adornado por grilhões, corda e crucifixo.
  Posicionado aos pés do mártir, o observador vê a alva
  que destaca o corpo do cadafalso, a túnica azul que o
  reintegra ao fundo celeste, ao mesmo tempo que o
  distancia da perna direita espetada em uma haste de
  madeira, em primeiríssimo plano.
• Para conferir maior dramaticidade à cena, Pedro
  Américo coloriu áreas precisas com sangue, que atraem
  o olhar tanto para a cabeça e a perna espetada quanto
  para as linhas delicadas do tronco e da perna
  sobreposta.
• O quadro não foi concebido por Pedro Américo como
  uma pintura isolada, mas como parte de uma narrativa
  sobre a precariedade da Conjuração Mineira. Inacabada,
  a série se constituiria de outras telas: Tomás Antônio
  Gonzaga representado como um anti-herói a bordar, e
  não como líder intelectual do movimento, pois na prisão
  o poeta teria negado seu envolvimento com a conjura,
  dizendo-se ocupado em bordar a fio de ouro o vestido
  nupcial de sua Marília; a mais importante das reuniões
  dos conjurados, onde estes, reticentes, ouvem
  Tiradentes; a cena da constatação da morte de Cláudio
  Manuel da Costa, em que o pintor não se decide pelo
  suicídio ou pelo assassinato do poeta, e evidencia a
  fragilidade do inconfidente morto por ter denunciado os
  amigos; a prisão de Tiradentes numa casa antiga à rua
  dos Latoeiros, preâmbulo à cena do esquartejamento; e,
  por fim, um Tiradentes supliciado.
Deutsch: Mortlake Terrace,
Turner, Joseph Mallord William
Naufrágio (1805), Tate
  Gallery - Londres
• Considerado um dos primeiros impressionistas,
  J. M. W. Turner (1775-1851) é conhecido como
  o “pintor da luz”. Um dos principais
  representantes do romantismo inglês, ele
  reformulou a pintura de paisagem após estudar
  os grandes artistas dos séculos anteriores.
• Turner começou a pintar aos 15 anos e ficou
  conhecido principalmente pelas representações
  marítimas, de eventos históricos e de cenas
  mitológicas.
A coroação de Napoleão
   Louis David -1806
• Jacques-Louis David é o fundador do neoclassicismo
  francês. Teve como mestres e conselheiros pintores
  diversos quanto Boucher, forte representantes do rococó
  francês, e Vien, precursor do classicismo, o que causou
  a ambivalência de suas obras iniciais tornando-as
  difíceis de classificar.

• Em 1785, quatro anos antes da Revolução Francesa,
  David vai a Roma terminar seus estudos. Lá, participa
  da escavação da cidade de Pompéia que foi soterrada
  por lava vulcânica; graças à lava, a cidade foi
  preservada, revelando monumentos, anfiteatros,
  costumes e hábitos intactos do classicismo.
• Ao vislumbrar a arte antiga, David desenvolve sua
  própria linha neoclássica, com temas tirados de fontes
  antigas e baseados nas formas e no gestual da
  escultura romana.
• A perfeição do Neoclassicismo pode ser
  vista no quadro “Coroação de Napoleão”
  onde David, representou dezenas de
  pessoas, onde cada um dos retratados o
  era com o seu rosto verdadeiro, como a
  verdade máxima, como uma fotografia.
  Como uma fotografia...
• Eleito imperador da França por meio de um plebiscito,
  Napoleão convida Pio VII à coroação. A cerimônia
  ocorre em Notre-Dame, em 12 de dezembro de 1804;
  onde o Papa assiste à autocoroação de Napoleão
• o David era amigo tanto de Marat quanto de outro líder
  da revolução, Robespierre; quando este foi guilhotinado,
  David foi preso e, em vez de ser condenado, tornou-se
  chefe do programa de arte de Napoleão.
• Entre 1799 e 1815, registrou as crônicas de seu reinado
  em obras como Coroação de Napoleão e Josefina
  (1805-1807). Em 1800, foi nomeado retratista oficial da
  corte e, depois da queda de Napoleão,
• teve que abandonar Paris, passando seus últimos anos
  em Bruxelas. Nos trabalhos desta fase, David retorna ao
  severo neoclassicismo anterior Papa assiste à
  autocoroação de Napoleão
Sagração de D. Pedro I – Debret
            1823
• Academia Imperial de Belas Artes da atual
  Escola de Belas Artes, hoje unidade da
  Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
  Janeiro, Brasil.
• Foi inicialmente denominada como Escola Real
  de Ciências, Artes e Ofícios, quando da sua
  fundação por D. João VI (1816-1826), em 12 de
  agosto de 1816, ao fim do período colonial
  brasileiro.
• Nela,pinturas famosas como a Sagração de d.
  Pedro, de Debret, reproduzem os mesmos
  parâmetros estéticos dos quadros de Luís XIV
  feitos por Rigaud.
• “Os artistas franceses consolidaram no Brasil a
  maneira de representação dos reis criada na
  França”, afirma.
Desastres de guerra de Goya
Desastres de guerra de Goya
• O título mais parece uma das tantas
  manchetes de jornal que nos acompanham
  há tempos, mas aqui se trata de falar dos
  desenhos e gravuras de Francisco Goya de
  Lucientes (1746-1828), um espanhol
  iletrado, que no entanto, absorveu
  profundamente as referências literárias,
  filosóficas e políticas de sua época.
 Dentre a imensa obra do pintor –
 aproximadamente 500 telas, 280 águas-
 fortes e litografias, e cerca de mil
 desenhos – encontram-se as 82 águas-
 fortes realizadas a partir de 72 desenhos
 com o nome “Os Desastres da Guerra”.
• A obra nasce por ocasião dos trágicos
  acontecimentos que a partir de 1808 mergulham
  a Espanha no caos social. A corrupção do
  reinado de Carlos IV, de quem era “pintor de
  câmara”, levam o país à catástrofe política e
  econômica, intensificada pelos jogos políticos e
  intrigas internacionais. Carlos IV perde o poder
  e, depois de um curto reinado de Fernando VII,
  Napoleão destitui os Burbons do trono e
  empossa seu irmão José Bonaparte. No dia 2
  de maio o povo se subleva.
• A fome se abate por seis anos sobre o país.
  Fernando VII volta ao poder definitivamente e
  com ele a Inquisição, a perseguição aos liberais,
  os desmandos e as injustiças.
• Os assassinatos, estupros, torturas e roubos
  não partem mais das tropas francesas, vorazes
  nas pilhagens, mas encomendados pelo
  despótico governo espanhol.
• Goya se sente atingido nas entranhas pela
  presença dos intrusos franceses em sua
  Espanha amada, mas a crueldade e a traição de
  Fernando VII às aspirações do povo o
  repugnam.

 Como conciliar esses sentimentos com um
 cargo na corte que lhe assegura fama e
 subsistência e que tanto lhe custou conseguir?
 Para Goya, um liberal de gênio irritável e
 violento, deve ter sido difícil caminhar por esse
 terreno minado, armar-se de extrema prudência
 e adotar uma fachada oficial conveniente.
• Nos “Desastres da Guerra” (1810-1815), Goya
  faz comprovações, aparentemente sem tomar
  partido. A repulsa contra a demência da guerra
  está patente nos desenhos e gravuras.
• Não documenta atos heróicos, não desenha
  exércitos se enfrentando, não idealiza, não
  compõe música para vencedores, nem cenas de
  batalhas convenientemente belas. Só o
  sofrimento do povo lhe interessa, além de
  constatar que em situações limites somos todos
  bárbaros.
  Costuma dar títulos inusitados a seus desenhos
  e gravuras; mais que títulos, anotações que
  ajudam à compreensão do seu pensamento.
  Sente-se responsável pelo que sabe e viu. “Yo
  lo vi” (“Eu vi”) escreve num dos desenhos,
  gravado, como a maioria, entre 1810 e 1815.
• Os últimos desenhos dos “Desastres da
  Guerra” foram executados ao mesmo
  tempo em que realizou os “Disparates”.
  São densos, representando homens e
  mulheres em condições extremas de
  angústia, ódio, entrega e medo. Desenhos
  e gravuras rivalizam em perfeição de
  linguagem.
• Goya deixa
  momentaneamente de
  lado a caricatura, para
  expressar homens em sua
  condição singular. Poucos
  símbolos são utilizados.
• Neste caso, o tronco
  podado acompanha a dor
  do homem amputado. Um
  resto de vida permanece
  tanto na árvore como no
  homem, mas “Até
  quando?” A silhueta do
  soldado com o sabre
  apontado ao céu nos dá a
  resposta
• Aqui não se divisam homens armados nem os
  uniformes dos invasores. É o povo enlouquecido
  pelas privações que copia a quebrantada moral
  dos exércitos entregando-se à pilhagem e a
  violação de cadáveres.
  Diante da realidade atroz Goya se vê obrigado a
  descer da torre humanista.
• Aqui como em todos os 72
  desenhos há uma pergunta
  a ser feita: o homem
  esquartejado é a única
  vítima nessa guerra? Há
  vencedores e vencidos nos
  conflitos do século de Goya
  ou do nosso século? Pode
  sentir-se vencedor um país
  que permite tal sadismo e
  profanação?

• As lutas reais estão além
  das linhas de frente, dos
  escritórios de despachos e
  dos discursos enfáticos dos
  poderosos. A verdadeira luta
  se desenvolve entre
  carrascos e vítimas num
  cenário onde os papéis
  muitas vezes se revezam.
Valentina de Vik Muniz
• É um retrato da
  serie “crianças
  de açucar” de
  1996, foi
  elaborado a
  partir desse
  material.
• Vik Muniz (Vicente José Muniz) nasceu em São
  Paulo, em 1961, mas vive e trabalha em Nova
  York. De lá, projetou-se para o mundo e tem um
  vastíssimo currículo com apresentações de
  sucesso nos Estados Unidos e Europa.
• Ele fotografa crianças trabalhando e parte do
  que ganha com isso,financia estudo para
  essas crianças.
• Seu trabalho preferido é Valentina, uma criança
  comum, retratada em açúcar.
  O trabalho de Muniz caracteriza-se por mexer
  com os sentidos do observador. Ele trabalha
  com imagens ilusórias, imagens que de perto
  parecem uma coisa e de longe são outras.
• Faz esculturas perecíveis e comestíveis que
  se eternizam através da fotografia. Uma pizza
  vira um rosto e calda de chocolate assume
  formas humanas e de coisas, como quando
  desenhou uma multidão nas ruas de Nova
  Yorque.
• Um monte de alfinetes transforma-se em uma
  imagem e Mona Lisas são feitas com pasta de
  amendoim e geléia.

• Ao retratar personagens tipicamente
  americanos, ganhou espaço nos Estados
  Unidos e no mundo. Vik é sucesso no Brasil
  porque conquistou fama no exterior.
• Sarah Bernhardt, pseudônimo de
  Rosine Bernardt (Paris, 22 de outubro
  de 1844 — Paris, 26 de março de
  1923) foi uma atriz francesa. Filha de
  uma famosa cortesã holandesa, Julie
  Bernardt.

• Seu papel mais marcante foi o da peça
  A Dama das Camélias de Alexandre
  Dumas. Veio ao Brasil quatro vezes,
  as duas primeiras ainda durante o
  reinado de D. Pedro II. Na última visita,
  durante uma encenação, sofreu um
  acidente que lhe gerou sérios
  problemas em sua perna e que
  culminou, anos depois, em sua morte.

• Em filmes brasileiros, Sarah Bernhardt
  foi representada em dois, em O Xangô
  de Baker Street e no filme Amélia.
• A pequena bailarina
  de catorze anos,
  Degas marca o início
  da sua independência
  do grupo dos
  impressionistas.
  Deixa-os para trás.
• Aquilo para ele era
  somente uma
  brincadeira, com a
  qual se tornou
  reconhecido na
  Europa.
• Ao exibir esta escultura deixou os seus
  colegas chocados como toda a «boa
  sociedade» da época. A bailarina
  representada era um dançarina da Ópera
  que Degas conheceu. A sua família era
  miserável, tendo mesmo uma irmã
  prostituta. Estudou balé até os dezesseis
  anos, já depois de Degas a ter esculpido,
  até que teve que se prostituir para
  conseguir viver.
• Escandalizado, Degas fez com que a
  bailarina muito jovem se deixasse
  desenhar.
• Começou com simples esboço, depois as
  telas e depois, uma escultura
  revolucionária que viria a mudar o mundo.
• Degas fê-la com o propósito de deixar
  bem marcados na cera (material com que
  esculpiu a bailarina) os seus sentimentos
  face àquela miséria fútil, na qual viviam
  milhares de parisienses.
• A sua face mostra o árduo trabalho com o
  qual conviveu.
• Ao exibí-la, chocados, todos perguntavam
  o porquê de estar ali exposta aquela
  escultura.
• Aquilo comovia a sociedade, remexia-lhes
  o peito, fazia-os tristes, não queriam olhar.
• Por outro lado, esta escultura foi o
  primeiro trabalho nesta área da arte que
  incluiu uma roupa real, desta feita uma
  saia.
• Suzon, a bela e triste figura
                              desta que foi a última obra-prima
                              de Manet, talvez refletisse a
                              tristeza do próprio Manet que ao
                              pintar este quadro, um ano antes
                              de morrer, já se encontrava
                              bastante enfermo.
                            • Manet foi acusado de
                              desconhecer as leis da
                              perspectiva por retratar o reflexo
                              no espelho de um freguês que
                              parece conversar com a
                              atendente mas que não tem
                              presença concreta na obra.
                            • O que seus críticos não
                              perceberam foi que nós, os
                              espectadores, estamos no lugar
                              que caberia ao freguês
O Bar do Folies- Bergère,
de Manet, 1882, 97 x 130
Quarto de van Gogh em Arles (1889).

        Este era o quarto do pintor na
Casa Amarela, em que morava com Paul Gauguin.
• Em 1888, decidiu mudar-se para Arles, no sul
  da França onde, segundo ele, havia mais cor,
  mais sol. Van Gogh convidou seu amigo Paul
  Gauguin, também pintor, para morar com ele
  num estúdio batizado de Casa Amarela.
• Mas os dois não se entenderam! Nas
  discussões, sempre sobre quadros, van Gogh
  se irritava porque Gauguin não concordava com
  ele, e vice-versa!
• A formação acadêmica de Degas e sua
  admiração por Ingres, fizeram com que ele
  valorizasse o desenho e não só a cor, como
  valorizava o Impressionismo.
• Sua contribuição para a pintura moderna é a
  angulação oblíqua e o enquadramento das
  cenas, que mostram a grande influência da
  fotografia sobre sua obra.
• Era impressionista apenas em alguns aspectos
  e, como Manet, um tanto distante do grupo.
• Tinha pouco interesse nas paisagens e se
  concentrava em cenas da vida contemporânea,
  apropriando-se de certos temas, como o balé e
  as corridas de cavalos.
Angelus de Millet
• O Ângelus é uma prática religiosa,
  realizada em devoção à Imaculada
  Conceição, repetida três vezes ao dia, de
  manhã, ao meio dia e ao entardecer.
• A oração é constituída de três textos que
  descrevem o mistério da Encarnação,
  respondidos com uma Ave Maria e uma
  oração final. Seu nome « Angelus Domini
  nuntiavit Mariæ », foi retirado da Antífona
  de Nossa Senhora “Alma Redemptoris”.
• Não se sabe ao certo a origem do Ângelus, mas
  no século XIV já era comum em toda a Europa,
  a reza, ao anoitecer, em louvor a Virgem Maria.
• Nessa época, não tinha sido ainda adotados os
  versículos, que são recitados atualmente.
• O som dos sinos - que regulavam a vida da
  aldeia – também foi um acréscimo posterior.
• Foi São Boaventura, que determinou à Ordem
  dos Frades Menores, em 1269, que tocassem
  os sinos no crepúsculo, enquanto se rezasse a
  Ave Maria.
• Esse era o momento creditado à Anunciação do
  Anjo do Senhor e ao mistério da Encarnação.
• Reza a lenda, que Millet havia pintado este quandro com
  um caixão no lugar da cesta de palha vermelha.
• Quando uma oportunidade de participar de um
  concurso de arte surgiu, Millet teria mostrado a pintura
  que inscreveria no concurso a um amigo bem próximo.
• Este, por sua vez, o aconselhou a mudar algo na
  pintura, que ao mesmo tempo em que era
  demasiadamente bela, iria chocar a todos pelo que
  estava retratado nela.
• Millet teria substituído, então, o caixão pela cesta,
  colocado uns sacos de batata no carrinho e pintado
  umas batatas mais à esquerda, em frente ao ancinhó -
  essa mistura de pá com tridente.
• Algumas fontes também afirmam que Salvador Dalí teria
  sido o primeiro a descobrir que na pintura haveria um
  enterro disfarçado. Ele teria percebido que atrás da
  mulher, em frente ao carrinho, há um monte de ossos
  por cima da terra.
• Salvador Dalí fez diversas referências a esta obra de
  Millet, inclusive reproduzindo-a com precisão.
• Reparem na rosa despedaçada no chão, no
  vaso quebrado na mesa. Mais ainda, reparem
  na plácida indiferença do homem, calmamente
  apreciando o cigarro que acabou de enrolar,
  uma mão enluvada, outra nua, pensando:
  "Odeio mulher histérica!"A nova geração de
  pintores saudou Arrufos como se fosse uma
  revolução.
• Gonzaga Duque, que serviu de modelo para o
  homem, exclamou que, no Rio, ainda não se
  havia pintado um quadro importante como esse.
  Talvez por isso, causou um pequeno escândalo
  na sociedade carioca, entre patronos do museu
  e a aristocracia do Império.
• Desenhista de primeira ordem, como
  colorista fino e dedicado.
• A disposição das cores em suas telas é
  em regra correta, muito harmoniosa e em
  tons leves.
• Não se nota um empasto nem um
  descuido no modo de colocar as cores.
• Belmiro é, também, um pintor decorativo
  de valor pouco vulgar e, neste ramo de
  arte, tem produzido painéis importantes,
  ilustrando episódios da História do Brasil.
A Mulher Tapuia”, Albert
       Eckhout
• O antropofagismo constitui a temática central
  desta pintura. A mulher Tapuia revela-se, de
  acordo com seus elementos etnográficos, sem
  alegorias e estereótipos de barbárie.
• As pinturas de Eckhout caminharam para um
  tratamento inverso ao elaborado pela visão
  européia predominante da época, que realçava
  as diferenças de maneira alegórica a tudo que
  não fosse semelhante aos padrões europeus.
• Os detalhes salientados por esse pintor não
  imprimem à imagem do nativo o conceito
  civilizatório.
• Contraditoriamente ao impacto que a presença
  dos índices de canibalismo suscita, Mulher
  Tapuia transmite uma expressão de
  tranqüilidade.
• Esta imagem é ambígua em sua essência. Se, por um
  ângulo, percebemos um misto de antropofagia e
  pacificação, na parte inferior, na perspectiva das pernas
  da indígena, existe um aglomerado de índios numa
  suposta atitude de confronto.
• É possível notar que empunham lanças e estão em dois
  grupos, cada um com seis índios. As lanças, na leitura
  desta imagem, podem ter conexão com a mão e o pé
  decapitados e, conseqüentemente, remeter ao método
  de guerrear dos Tapuia.
• Por que Albert Eckhout associou uma mulher ao
  antropofagismo? Não há referências que expliquem a
  escolha. Contudo, a mulher era uma personagem
  atuante no preparo da refeição canibal dentro da sua
  comunidade.
• No entanto, há divergências sobre o dado etnográfico da
  proposição do canibalismo de inimigos.
• Considera-se, ainda, que o antropofagismo praticado
  pelos Tapuia aplicava-se aos seus parentes como forma
  de homenagem, sendo, portanto, uma prática de
  endocanibalismo.
• Tal ato envolvia entes queridos, e não inimigos.
  Devemos lembrar que os Tupinambá eram adversários
  dos Tapuia, bem como eram (os Tupinambá)
  considerados ferozes antropófagos.
• No lado direito da pintura vemos uma árvore,
  chamada Cassia grandis, nativa, reconhecida
  pelas longas vagens arredondadas e ao pé
  desta árvore, vemos uma Passiflora (cinco flores
  e um fruto).
• Do lado oposto, há uma Montrichardia
  arborescens com duas frutas.
• Aos pés da mulher tapuia, está um cão
  provavelmente domesticado, e acredita-se que
  seja um cão aguará (também grafado guará).

•   FONTES:WHITEHEAD, Peter James Palmer. Um retrato do Brasil holandês do
    século XVII. 1989.
    2. VALLADARES, Clarival do Prado & MELLO FILHO, Luiz Emygidio de. Albert
    Eckhout: a presença da Holanda no Brasil - século XVII. 1989.
Escultura: Flor do mangue
 Autor: Frans Krajcberg
• Frans Krajcberg mora numa casa em cima de
  uma árvore, em Nova Viçosa, na Bahia.
• Vive só, mas, ao contrário do que possa
  parecer, não desistiu do mundo nem das
  pessoas, apesar de se dizer às vezes um pouco
  cansado deles.
• O escultor e fotógrafo, que nasceu na Polônia
  há 81 anos e vive no Brasil há mais de 50,
  mantém-se em atividade intensa e faz de seu
  trabalho um instrumento de denúncia, de
  questionamento da relação entre ser humano e
  meio ambiente, de discussão da sobrevivência
  diante das respostas incisivas da natureza à
  degradação.
Lilith, por Anselm Kiefer
          (1987-89)
         400 x 266 -
• Anselm Kiefer (nascido em 8 de março de 1945,
  em Donaueschingen) é um pintor e escultor
  alemão.

• Durante os anos 70, estudou com Joseph
  Beuys. Seus trabalhos utilizam materiais como
  palha, cinza, argila, chumbo e selador para
  madeira.
• Os poemas de Paul Celan tiveram muito
  importância no desenvolvimento de temas para
  os trabalhos de Kiefer sobre a história alemã e o
  horror do Holocausto, assim como os conceitos
  teológicos da cabala.
• Seus trabalhos são caracterizados por um estilo
  maçante, quase depressivo e destrutivo, e
  muitas vezes feitos em grandes formatos.
• Na maioria deles, o uso da fotografia como
  suporte prevalece, e terra e outros materiais da
  natureza são geralmente incorporados.
• Também é característico o uso de escritos ,
  personagens lendários ou lugares históricos em
  quase todas as suas pinturas.
• Tudo é codificado através daquilo que busca
  Kiefer para representar o passado; algo que
  geralmente está relacionado com um estilo
  chamado "Novo Simbolismo".
• Na obra "Lilith" de 1987/9, a visão terrível do
  caos urbano foi inspirada pela visita de Kiefer à
  cidade de São Paulo, em Brasil.
• A cidade está envolta numa bagunça
  apocalíptica que Kiefer cria espalhando poeira e
  a terra sobre a pintura, fios de cobre e depois
  queimando parte da superfície.
• De acordo com a mitologia hebraica, Lilith foi a
  primeira esposa de Adão, um espírito aéreo
  sedutor e demoníaco.
• Na pintura de Kiefer, Lilith parece trazer a
  destruição pelo ar sobre os edifícios
  modernistas de Oscar Niemeyer.
A leitora
           de

       Fragonard:
   Desenhista e retratista
    nascido em Grasse,
considerado um dos últimos
   expoentes do período
 rococó, caracterizado por
 uma arte alegre e sensual,
   e um dos mais antigos
      precursores do

    impressionismo.
• Mostrando uma jovem dama francesa
  embrenhada na solitária leitura de um livro
  de bolso, provavelmente um romance, a
  tela A Leitora (1770-72) de Jean-Honoré
  Fragonard — reproduzida em nossa capa
  — é uma das inúmeras imagens de leitura
  que povoam a obra de pintores europeus
  a partir do século XVIII, época em que "a
  febre de ler" está instaurada na Europa.
• Na pintura de Fragonard, a leitora está só,
  mas que solidão, se aquele que aprendeu
  a ler jamais estará sozinho? O traje dela é
  de gala, há conforto. Tons calmos
  envolvem a cena, a moça, embebida em
  um pensamento nascido da leitura, deixa-
  se. E antes deste quadro toda uma
  iconografia do ato de ler.
Intuições Atléticas da série Antropologia da Face
                     Gloriosa
                       1998
            100 X 100 cm Fotografia
Jacob Riis> photo>.Crianças
dormindo na ruaMulberry( 1890)
• Jacob Riis nasceu na Dinamarca em 1849, e foi para
  Nova York, como imigrante judeu, aos 21 anos de
  idade.
• Trabalhou como repórter policial do New York
  Tribune acreditando que a máquina fotográfica era
  uma arma mais poderosa que a caneta para atacar as
  péssimas condições de vida das favelas de Nova
  York, provocando um alto índice de criminalidade.
• Utilizando o recém inventado flash de magnésio
  começou, em 1887, a fotografar as condições de vida
  dos favelados, imigrantes em sua maioria. Na época
  as câmeras eram de formato grande e tinham que
  ficar em cima de tripé.
• O flash era uma frigideira com o pó de magnésio
  misturado com clorato de potássio e disparava
  através de uma faísca provocada por uma pedra como
  as de isqueiro. Provocava uma explosão com um
  clarão muito forte acompanhado de muita fumaça e
  cinza.
• Como as habitações eram muito escuras a única
  maneira de fotografá-las era utilizando o flash.
• Para começar, uma mostra da obra
 de Jacob Riss - fotógrafo do final do
 século XIX, que soube documentar de
 forma interessante os imigrantes
 recem-chegados à Nova York e pode
 ser considerado um dos pais do
 fotodocumentarismo e, de quebra, do
 moderno fotojornalismo.
• A imagem fotográfica sempre foi algo instigante
  prá mim... tanto que deixei a Engenharia para me
  tornar Fotógrafo.
• Quando nada parece dar certo, vou ver o
  cortador de pedras martelando sua rocha talvez
  100 vezes, sem que uma única rachadura
  apareça. Mas na centésima primeira martelada a
  pedra se abre em duas, e eu sei que não foi
  aquela que conseguiu isso, mas todas as que
  vieram antes.
        –Jacob Riis
Ciclope
. Uma bela jovem descansa
  sobre as flores; atrás, o
gigantesco ciclope observa,
embevecido, com seu único
           olho.
    Óleo sobre tela de
 Odilon Redon (1840/1916).
 Data: 1898? 1914? Otterlo
(Holanda), Museum Kroller-
         Mueller.
• O Simbolismo foi um movimento que surgiu no meio
  literário e expandiu-se às outras modalidades da arte.
  Como derivação do Romantismo, diferenciou-se por
  investigar novas formas de materializar o mundo
  sensível na obra de arte.
• Em geral, os simbolistas tinham uma melhor
  consciência da arte como linguagem do que os
  românticos (uma vez que estes últimos depreciavam a
  importância do modo de dizer dentro de um discurso
  artístico) e trouxeram importantes inovações formais.
•    Entenderam que a mudança do modo como
    apresentamos um tema, implica na transformação da
    própria idéia tratada.
• Nas artes visuais, eles repudiaram a abordagem
  naturalista - neste sentido, anteviram os
  impressionistas
• Nas artes visuais, os simbolistas trabalhavam
  com imagens resgatadas do imaginário mítico -
  como o sol, a lua, a caverna, o eremita, a criança
  e a árvore - e exploravam as potencialidades
  expressivas do traço e da cor. Odilon Redon é
  considerado um dos principais expoentes nessa
  linha. Desconhecido do mercado de arte até os
  45 anos, foi descoberto pelo poeta simbolista
  Stéphane Mallarmé, quando passou então a ser
  reconhecido pela crítica e pelo público. A poesia,
  as religiões e os mitos orientais e clássicos,
  assim como a ciência, tiveram importante papel
  no aprendizado e na formação do artista, que
  desenvolveu uma iconografia muito peculiar.
• Ao mesmo tempo em que mantém a marca de sua poética fantástica,
  vinculada ao mundo interior e onírico dos homens, a obra de Redon
  apresenta duas fases, separadas por uma forte mudança técnica e
  temática.
• Na primeira fase, ele usou o monocromatismo em suas gravuras e
  desenhos, realizados principalmente a carvão. O conjunto desses
  trabalhos ficou conhecido como os Negros, na medida em que eram
  construídos com a gama de cor dos negros mais escuros aos
  brancos mais luminosos.
• A temática desse período é a do sonho próximo ao pesadelo, em que
  há um mundo místico, fantástico, de horror e dor, com a presença do
  drama da morte (tema presente em outros artistas de nosso jogo, ver
  Ciclo da vida). Um exemplo dessa fase é Aranha, de 1881, e
  Le Juré: o sonho termina com a morte, de 1887. Na década de 1890,
  adotou as técnicas do pastel e da pintura à óleo, introduzindo a cor
  em sua obra.
• Nesta segunda fase, ele trabalhou com temas mais suaves, e suas
  criações continuaram a tratar de visões imaginárias, mas com
  estímulos menos dramáticos. O colorido de Redon é luminoso e
  muito peculiar, como podemos observar em Cíclope, de 1900,
  Bouddha, de 1910, e O Silêncio, de 1911.
• informações suplementares

• Havia três espécies distintas de 'ciclopes' na mitologia grega:
  os urânicos, filhos de Uranos e Gaia, personagens da
  titanomaquia; os sicilianos, filhos de Posídon, personagens da
  Odisséia e, nas lendas tardias, simples artesãos a serviço de
  Hefestos; e os construtores, originários da Lícia (Ásia Menor),
  responsáveis por edificações constituídas de enormes blocos
  de pedra, como as velhas muralhas de Micenas e Tirinto.
• Aparentemente, todos os ciclopes tinham em comum a
  estatura elevada, a força física, a habilidade manual e um
  único olho, situado no meio da testa.
• Na pintura acima, o sombrio gigante de um olho só é mostrado
  em uma cena luminosa e leve, bem ao estilo de Odilon Redon,
  o maior dos simbolistas franceses.
• A cena ilustra, provavelmente, a lenda (tardia) do ciclope
  siciliano Polifemos e da nereida Galatéia.
As passadeiras de Degas
• Degas é peculiar por sua habilidade em retratar
  cenas com movimento.
• 'Seu olhar é como o de uma câmera fotográfica. Ele
  congela e reproduz o movimento das figuras com
  grande apuro. Não à toa também se interessou pela
  nascente arte fotográfica
• 'Ele retrata pessoas comuns, como cantoras de
  cabaré, passadeiras, jóqueis, freqüentadores de
  bares e bordéis. Também os coloca em ambientes
  que prenunciam o mundo do século 20, como as
  chaminés industriais de 'Cavalheiros Antes da
  Partida'. Faz a ponte do impressionismo para a
  modernidade', avalia Büel.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Victor Jenhei aproximações saciabaporu 12 10 2015 pdf
Victor Jenhei aproximações saciabaporu 12 10 2015 pdfVictor Jenhei aproximações saciabaporu 12 10 2015 pdf
Victor Jenhei aproximações saciabaporu 12 10 2015 pdf
 
Parnasianismo e simbolismo
Parnasianismo e simbolismo Parnasianismo e simbolismo
Parnasianismo e simbolismo
 
Simbolismo autores
Simbolismo   autoresSimbolismo   autores
Simbolismo autores
 
Parnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo e SimbolismoParnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo e Simbolismo
 
Arcadismo
Arcadismo Arcadismo
Arcadismo
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Simbolismo
Simbolismo Simbolismo
Simbolismo
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Arcadismo - CILP
Arcadismo - CILPArcadismo - CILP
Arcadismo - CILP
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Cesário verde língua portuguesa
Cesário verde   língua portuguesaCesário verde   língua portuguesa
Cesário verde língua portuguesa
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Poetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistasPoetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistas
 
O Ateneu e o Bom Crioulo
O Ateneu e o Bom CriouloO Ateneu e o Bom Crioulo
O Ateneu e o Bom Crioulo
 
Parnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo e SimbolismoParnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo e Simbolismo
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Análise Bêbado - Cruz e Sousa
Análise Bêbado - Cruz e SousaAnálise Bêbado - Cruz e Sousa
Análise Bêbado - Cruz e Sousa
 
Parnasianismo brasileiro
Parnasianismo brasileiroParnasianismo brasileiro
Parnasianismo brasileiro
 
A catedral – alphonsus de guimaraens
A catedral – alphonsus de guimaraensA catedral – alphonsus de guimaraens
A catedral – alphonsus de guimaraens
 

Destaque

Debret , Jean Baptiste - Prof. Altair Aguilar
Debret , Jean Baptiste - Prof. Altair AguilarDebret , Jean Baptiste - Prof. Altair Aguilar
Debret , Jean Baptiste - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 
Ensino Médio - PAS/UnB
Ensino Médio - PAS/UnBEnsino Médio - PAS/UnB
Ensino Médio - PAS/UnBMarcos Emídio
 
A missão artística francesa
A missão artística francesaA missão artística francesa
A missão artística francesaKaroline Oliveira
 
Debret no brasil
Debret no brasilDebret no brasil
Debret no brasilNancihorta
 
Rugendas e Debret: retratos da escravidão no Brasil
Rugendas e Debret: retratos da escravidão no BrasilRugendas e Debret: retratos da escravidão no Brasil
Rugendas e Debret: retratos da escravidão no Brasilmarialuzinete
 
O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1Carla Teixeira
 
Revisional de arte contemporânea no enem
Revisional de arte contemporânea no enemRevisional de arte contemporânea no enem
Revisional de arte contemporânea no enemma.no.el.ne.ves
 
Revisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e Artes
Revisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e ArtesRevisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e Artes
Revisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e Artesma.no.el.ne.ves
 
Revisional de arte moderna no enem
Revisional de arte moderna no enemRevisional de arte moderna no enem
Revisional de arte moderna no enemma.no.el.ne.ves
 
ENEM-2016 resolvido e comentado: Artes
ENEM-2016 resolvido e comentado: ArtesENEM-2016 resolvido e comentado: Artes
ENEM-2016 resolvido e comentado: Artesma.no.el.ne.ves
 
Questões sobre música e sobre dança no enem
Questões sobre música e sobre dança no enemQuestões sobre música e sobre dança no enem
Questões sobre música e sobre dança no enemma.no.el.ne.ves
 
Revisional de vanguardas europeias e de modernismo
Revisional de vanguardas europeias e de modernismoRevisional de vanguardas europeias e de modernismo
Revisional de vanguardas europeias e de modernismoma.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do ENEM-2016, Artes
Segunda aplicação do ENEM-2016, ArtesSegunda aplicação do ENEM-2016, Artes
Segunda aplicação do ENEM-2016, Artesma.no.el.ne.ves
 

Destaque (17)

Debret , Jean Baptiste - Prof. Altair Aguilar
Debret , Jean Baptiste - Prof. Altair AguilarDebret , Jean Baptiste - Prof. Altair Aguilar
Debret , Jean Baptiste - Prof. Altair Aguilar
 
Ensino Médio - PAS/UnB
Ensino Médio - PAS/UnBEnsino Médio - PAS/UnB
Ensino Médio - PAS/UnB
 
Debret
DebretDebret
Debret
 
A missão artística francesa
A missão artística francesaA missão artística francesa
A missão artística francesa
 
Debret - vida e obras
Debret - vida e obrasDebret - vida e obras
Debret - vida e obras
 
Debret no brasil
Debret no brasilDebret no brasil
Debret no brasil
 
Neoclássico parte3
Neoclássico parte3Neoclássico parte3
Neoclássico parte3
 
Rugendas e Debret: retratos da escravidão no Brasil
Rugendas e Debret: retratos da escravidão no BrasilRugendas e Debret: retratos da escravidão no Brasil
Rugendas e Debret: retratos da escravidão no Brasil
 
Neoclássico parte 2
Neoclássico parte 2Neoclássico parte 2
Neoclássico parte 2
 
O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1
 
Revisional de arte contemporânea no enem
Revisional de arte contemporânea no enemRevisional de arte contemporânea no enem
Revisional de arte contemporânea no enem
 
Revisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e Artes
Revisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e ArtesRevisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e Artes
Revisional de Linguagens para o ENEM-2016: Literatura e Artes
 
Revisional de arte moderna no enem
Revisional de arte moderna no enemRevisional de arte moderna no enem
Revisional de arte moderna no enem
 
ENEM-2016 resolvido e comentado: Artes
ENEM-2016 resolvido e comentado: ArtesENEM-2016 resolvido e comentado: Artes
ENEM-2016 resolvido e comentado: Artes
 
Questões sobre música e sobre dança no enem
Questões sobre música e sobre dança no enemQuestões sobre música e sobre dança no enem
Questões sobre música e sobre dança no enem
 
Revisional de vanguardas europeias e de modernismo
Revisional de vanguardas europeias e de modernismoRevisional de vanguardas europeias e de modernismo
Revisional de vanguardas europeias e de modernismo
 
Segunda aplicação do ENEM-2016, Artes
Segunda aplicação do ENEM-2016, ArtesSegunda aplicação do ENEM-2016, Artes
Segunda aplicação do ENEM-2016, Artes
 

Semelhante a Analise das obras do Pas

Animais fantasticos
Animais fantasticosAnimais fantasticos
Animais fantasticosLelaUdesc
 
História da arte oficina de pintura 20 e 21 maio 2010
História da arte oficina de pintura  20 e 21 maio 2010História da arte oficina de pintura  20 e 21 maio 2010
História da arte oficina de pintura 20 e 21 maio 2010Antenor Lago
 
CARTILHA - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdf
CARTILHA  - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdfCARTILHA  - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdf
CARTILHA - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdfMaykonAlmeida6
 
Antropologia arte levistrauss (2)
Antropologia arte levistrauss (2)Antropologia arte levistrauss (2)
Antropologia arte levistrauss (2)Luana Gonçalves
 
Mulheres recipientes
Mulheres recipientesMulheres recipientes
Mulheres recipientesElina Ribeiro
 
Arte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdf
Arte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdfArte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdf
Arte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdfJoanaDArc163123
 
Expressionismo- apresentação 2014
Expressionismo- apresentação 2014Expressionismo- apresentação 2014
Expressionismo- apresentação 2014Sabrinnasz
 
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOSARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOSHenriqueLuciano2
 
Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)FACETEG - UPE
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELESSEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELESMarcelo Fernandes
 
Perfil Cearense SÉRGIO HELLE
Perfil Cearense   SÉRGIO HELLEPerfil Cearense   SÉRGIO HELLE
Perfil Cearense SÉRGIO HELLESérgio Helle
 

Semelhante a Analise das obras do Pas (20)

Animais fantasticos
Animais fantasticosAnimais fantasticos
Animais fantasticos
 
Aula3
Aula3Aula3
Aula3
 
História da arte oficina de pintura 20 e 21 maio 2010
História da arte oficina de pintura  20 e 21 maio 2010História da arte oficina de pintura  20 e 21 maio 2010
História da arte oficina de pintura 20 e 21 maio 2010
 
Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
CARTILHA - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdf
CARTILHA  - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdfCARTILHA  - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdf
CARTILHA - UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE PINTURAS.pdf
 
Antropologia arte levistrauss (2)
Antropologia arte levistrauss (2)Antropologia arte levistrauss (2)
Antropologia arte levistrauss (2)
 
Mulheres recipientes
Mulheres recipientesMulheres recipientes
Mulheres recipientes
 
Arte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdf
Arte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdfArte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdf
Arte Africana e Afro Brasileira em Sala de Aula - AULA 1.pdf
 
Expressionismo- apresentação 2014
Expressionismo- apresentação 2014Expressionismo- apresentação 2014
Expressionismo- apresentação 2014
 
Romantismo.
Romantismo.Romantismo.
Romantismo.
 
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOSARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
 
Arte Africana
Arte Africana Arte Africana
Arte Africana
 
Aula
AulaAula
Aula
 
Poesia e Imaginário
Poesia e ImaginárioPoesia e Imaginário
Poesia e Imaginário
 
Bocage
BocageBocage
Bocage
 
A lagartinha-pt 01
A lagartinha-pt 01A lagartinha-pt 01
A lagartinha-pt 01
 
Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELESSEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELES
SEMINÁRIO DE LITERATURA - CECÍLIA MEIRELES
 
Perfil Cearense SÉRGIO HELLE
Perfil Cearense   SÉRGIO HELLEPerfil Cearense   SÉRGIO HELLE
Perfil Cearense SÉRGIO HELLE
 

Mais de Isabella Silva

Hist ria e_termodin_mica
Hist ria e_termodin_micaHist ria e_termodin_mica
Hist ria e_termodin_micaIsabella Silva
 
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestreLista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestreIsabella Silva
 
Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_
Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_
Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_Isabella Silva
 
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_svMovimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_svIsabella Silva
 
Impressionismo pré pas
Impressionismo pré  pasImpressionismo pré  pas
Impressionismo pré pasIsabella Silva
 
Revisão prova parcial de cenicas 3 º trimestre
Revisão prova parcial de cenicas 3 º trimestreRevisão prova parcial de cenicas 3 º trimestre
Revisão prova parcial de cenicas 3 º trimestreIsabella Silva
 

Mais de Isabella Silva (20)

Hist ria e_termodin_mica
Hist ria e_termodin_micaHist ria e_termodin_mica
Hist ria e_termodin_mica
 
Termodin mica (1)
Termodin mica (1)Termodin mica (1)
Termodin mica (1)
 
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestreLista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
 
Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_
Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_
Atividade de 2_ano_3_trimestre_professores_diversos_
 
Efeito doppler sv
Efeito doppler svEfeito doppler sv
Efeito doppler sv
 
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_svMovimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
 
Inglês
InglêsInglês
Inglês
 
Inglês
InglêsInglês
Inglês
 
Impressionismo pré pas
Impressionismo pré  pasImpressionismo pré  pas
Impressionismo pré pas
 
Impressionismo 01
Impressionismo   01Impressionismo   01
Impressionismo 01
 
Fotografia atualizada
Fotografia atualizadaFotografia atualizada
Fotografia atualizada
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
 
Revisão de visuais
Revisão de visuaisRevisão de visuais
Revisão de visuais
 
Revisão prova parcial de cenicas 3 º trimestre
Revisão prova parcial de cenicas 3 º trimestreRevisão prova parcial de cenicas 3 º trimestre
Revisão prova parcial de cenicas 3 º trimestre
 
Digitalizar0012
Digitalizar0012Digitalizar0012
Digitalizar0012
 
Adverbios
AdverbiosAdverbios
Adverbios
 
Revisão coordenadas
Revisão coordenadasRevisão coordenadas
Revisão coordenadas
 
Prova de literatura
Prova de literaturaProva de literatura
Prova de literatura
 
Angiospermas
AngiospermasAngiospermas
Angiospermas
 
Parcial biologia
Parcial   biologiaParcial   biologia
Parcial biologia
 

Analise das obras do Pas

  • 1. Análise das Obras de Arte para o PAS Segunda etapa Prof. ABADIA
  • 2. "De Onde Viemos? O que Somos? Para Onde Vamos?" de Paul Gauguim
  • 3. • Sobre a pergunta "de onde viemos", escreveu Gauguin: "À direita, no canto, vê-se um bebê que dorme cercado por três nativas sentadas no chão. Duas figuras, vestidas de vermelho, trocam idéias. • Uma mulher de dimensões propositadamente maiores, a despeito da perspectiva, ergue um braço e observa atônita essas duas figuras que se atrevem a conjecturar sobre seus destinos".
  • 4. • A mulher que apanha uma fruta reproduz Eva, mas, em vez da maçã, segura uma manga. • "A figura central apanha uma fruta. (...) O ídolo, com braços erguidos misteriosamente, aponta para o além. O apanhar da fruta simboliza os prazeres da vida; a figura em plenitude simbolizaria a eterna felicidade, caso o ídolo não estivesse lá para nos lembrar das verdades eternas --uma constante ameaça à humanidade." Essa é descrição que o pintor fez para a questão "quem somos?".
  • 5. • O canto esquerdo representa "para onde vamos". "Uma figura sentada parece ouvir o ídolo. Uma velha, já bem próxima da morte, parece aceitar com resignação a sua própria sorte, fechando a história. Uma estranha ave branca, prendendo um lagarto com os pés, representa a futilidade das palavras vazias."
  • 6. • É uma imagem de caráter simbolista. • As formas são simplificadas • As cores são usadas de maneira arbitrária. • Apresenta harmonia • A luz é opaca na maior parte da obra • É assimétrica
  • 7. A tela A redenção de Can (1895), de Modesto Brocos y Gomes, representa a miscigenação entre brancos e negros no Brasil
  • 8. • No quadro, uma avó negra agradece a Deus pelo neto branco que esta no colo da mãe, uma mulata. O pai é branco, provavelmente de origem ibérica ou mediterrânica. • De acordo com a Bíblia, Can, um dos filhos de Noé, recebeu uma maldição: ele e seus descendentes seriam escravos e, por isso, pensadores que queriam adequar a ciência ao texto bíblico, o apontaram como o antepassado dos povos negros. • Representa o branqueamento da raça. • Relacionado com questões de genética.
  • 9. • Os elementos estão distribuídos com harmonia. • O to m amarelo atrás da personagem principal parece aumentar a sacralidade da criança branca
  • 10. A METAMORFOSE DOS EXCLUIDOS – NELSON SCRENCI - 2000
  • 11.
  • 12. • Uma comparação entre "A Negra", de Tarsila do Amaral, e o "Caipira picando fumo", de Almeida Júnior, interroga a cisão entre o "moderno" e o "acadêmico" e, por alargamento, expõe a questão epistemológica das classificações na história e na crítica das artes. • As duas telas apresentam uma evidência rara dentro da pintura brasileira. Elas possuem uma força e uma presença visual, "icônica", que parte de um "tipo" social – a negra, o caipira – para, construindo-os com os meios da pintura, impô-los como imagens.
  • 13. • Se esquecermos classificações e preconceitos – "moderno" de um lado, "acadêmico" de outro – descobrimos que, por trás de efeitos estilísticos mais exteriores, existe uma grande afinidade nos princípios de organização das duas telas. • Almeida Júnior – e isto não foi suficientemente assinalado até agora nos estudos consagrados ao pintor – compõe por meio de um notável sentido da geometria. Seu caipira, com os ângulos dos cotovelos, dos joelhos, bem afirmados, encontra-se instalado, de modo seguro e preciso, diante de um fundo revelando claras relações ortogonais: verticais da porta e, sobretudo, horizontais dos batentes, dos bambus que se mostram na parede de barrote, dos degraus em pau tosco que lhe servem para sentar.
  • 14. • Tarsila do Amaral, no início dos anos de 1920, está muito marcada pelos exemplos construtivos do cubismo, pelas lições de Gleizes, de Lhote, de Léger. Nesse momento, ela se entrega ao rigor das organizações geométricas. "A Negra" é sua grande obra do período. Por acaso ou, quem sabe, por alguma lembrança, ela dispõe seu personagem numa postura bastante próxima à do caipira: ângulos dos cotovelos, evidência dos pés, inclinação da cabeça. Como Almeida Júnior, dispõe sua figura diante de um fundo geométrico, feito de barras horizontais paralelas, num efeito não muito distante dos degraus do caipira.
  • 15. • No caipira, a diagonal indica esse centro significante. Encontra-se levemente deslocado para evitar a rigidez. Está na junção, ponto essencial e preciso, do polegar esquerdo e do indicador direito, ou melhor, das duas unhas desses dedos. Se, no outro quadro, prolongarmos a nervura central da folha de bananeira, chegaremos ao polo organizador escolhido por Tarsila do Amaral, também situado abaixo do centro geométrico: o mamilo desenhado como um pequeno círculo.
  • 16. • O seio oferto, redondo, vulnerável, opõe-se assim à faca pontiaguda, agressiva, intercalada entre personagem e espectador, barreira feita de violência implícita. • Nelson Screnci, artista fascinado pelo universo das imagens deixadas pelos grandes pintores, aceitou tentar uma fusão entre as duas telas. Ele já havia trabalhado a partir de ambas, juntado-as com tipos populares ou com princesas de Velazquez. Aqui, elas se metamorfoseiam uma na outra; os tipos "icônicos" do caipira e da negra misturam-se com elementos populares. Ele associa também a exuberância que colore a tela de Tarsila do Amaral aos tons mais vizinhos que emprega Almeida Júnior. Cada uma de suas pequenas imagens vibra numa luminosidade mais forte.
  • 17. • Nelson Screnci associa a exuberância que colore a tela de Tarsila do Amaral aos tons mais vizinhos que emprega Almeida Júnior. Cada uma de suas pequenas imagens vibra numa luminosidade muito forte. • Artista fascinado pelo universo das imagens deixadas pelos grandes pintores, aceitou tentar uma fusão entre essas duas telas. Ele já havia trabalhado a partir de ambas, juntado-as com tipos populares ou com princesas de Velazquez. • Aqui, elas se metamorfoseiam uma na outra; os tipos "icônicos" do caipira e da negra misturam-se com elementos populares. • Sua obra oferece pontos de convergência entre as duas telas e mostra como a visão mais fecunda é aquela que escapa aos estereótipos de conceitos como "moderno", "acadêmico" ou outros. Mais convergências são possíveis: esta mini-exposição é o convite para descobri-las.
  • 18. • Sua obra oferece pontos de convergência entre as duas telas e mostra como a visão mais fecunda é aquela que escapa aos estereótipos de conceitos como "moderno", "acadêmico" ou outros. Mais convergências são possíveis: esta mini- exposição é o convite para descobri-las. Texto para exposição "Obra em contexto - A Negra e o Caipira", Exposição no Centro Cultural Fiesp, av Paulista 1313, de 27 de junho a 20 de agosto de 2000 Jorge Coli é professor de História da Arte e da Cultura na Unicamp
  • 19. Screnci, Nelson Eldorado , 2001 acrílica sobre tela 100 x 400 cm Reprodução fotográfica Nelson Screnci
  • 20. Rosana Paulino Parede da Memória - 8 x 8 x 3 cm - 1994
  • 21.
  • 22. material: casca de tucum, semente de inajá e osso de peixe feito por índios: Kaiabi outros nomes/grafias: Kayabi. Caiabi local: Mato Grosso peça: Colar com Esculturas Zoomorfas
  • 23. • A cultura material indígena representa a manifestação de fenômenos culturais através dos objetos físicos, que destinam-se a usos rotineiros e/ ou rituais e, crescentemente, ao comércio com os não índios. • considera-se artesanato indígena como o conjunto de objetos da cultura material produzidos com finalidade comercial, destinados ao mercado externo
  • 24. • Este trabalho foi desenvolvido na região norte do Parque Indígena do Xingu (MT), junto ao povo Kaiabi (Tupi-guarani). • Os objetos da cultura material representam historicamente o principal valor de troca entre as quatorze etnias do Parque, bem como, após o contato, do comércio com os não índios.
  • 25. Missamóvel de Nelson Leirner Trabalho tridimensional feito com objetos distintos dos normalmente usados nas esculturas e que ironizam aspectos da cultura brasileira ao reunir miniaturas de santos, figuras do candomblé e bichinhos da Disney, caso de Missamóvel (2000) e Procissão (2000).
  • 26. Esta escultura em mármore descreve os amantes mitológicos Eros e Psyche. No mito clássico, Eros é o deus romano do amor e desejo. Psyche (o nome, incidentalmente, significa "alma" em grego), uma mulher mortal, bela. O abraço apaixonado de ambos foi capturado para a eternidade neste trabalho lírico do escultor italiano Antonio Canova
  • 27. A estória de Eros e Psyche • Um dos Anjos mais conhecidos entre as lendas da humanidade é Eros ou Cupido. Algumas vezes representado por uma criança alada, outras por um rapaz. Mas a sua representação maior está no seu simbolismo. E a Eros está ligada Psiquê (a Alma), que em sua lenda nos traz a imagem da união do amor e nossa alma. • Psiquê era umas das três filhas de um rei, todas belíssimas e capazes de despertar tanta admiração que muitos vinham de longe apenas para vê-las. Com todo este assédio, logo as duas irmãs de Psiquê se casaram. • Ela, no entanto, sendo ainda mais bela que as irmãs, além de extremamente graciosa, não conseguia um marido para si, pois todos temiam tamanha beleza. Desorientados, os pais de Psiquê buscaram ajuda através dos oráculos, que os instruiu a vestirem Psiquê com as roupas destinadas a seu casamento e deixá-la no alto de um rochedo, onde um monstro horrível viria buscá-la.
  • 28. • Mesmo sentindo-se pesarosos pelo destino da filha, seus pais seguiram as intrusões recebidas. Assim que a deixaram no alto de uma montanha, um vento muito forte começou a soprar e a carregou pelo ares com delicadeza e a depositou no fundo de um vale. • Exausta, Psiquê adormeceu. Quando acordou, se viu num maravilhoso castelo de ouro e mármore. Maravilhada com a visão, percebeu que ali tudo era mágico... as portas se abriam para ela, vozes sussurravam sobre tudo o que ela precisava saber. • Quando chegou a noite, deitada em seus aposentos, percebeu ao seu lado a presença de alguém que só poderia ser o seu esposo predestinado pelo oráculo. Ele a advertiu de que lhe seria o melhor dos maridos, mas que elas jamais poderia vê-lo, pois isso significaria perdê-lo para sempre. • Psiquê concordou. E assim foram seus dias, ela tinha tudo que desejava, era feliz, muito feliz, porque seu marido lhe trazia uma sensação do mais profundo amor e lhe era extremamente carinhoso.
  • 29. • Com o passar do tempo, porém, ela começou a sentir saudades de seus pais e pediu permissão ao marido para ir visitá-los. Ele relutou, os oráculos advertiam de que esta viagem traria péssimas conseqüências, mas ela implorou, suplicou... até que ele cedeu. • E da mesma forma que a havia trazido para o palácio, levou-a à casa de seus pais. Psiquê foi recebida com muita alegria e levou muitos presentes para todos. Mas suas irmãs ao vê-la tão bem, se encheram de inveja e começaram a crivá-la de perguntas a respeito de seu marido. • Ao saberem que até então ela nunca o tinha visto, convenceram-na de fazê-lo; evidentemente que as intenções delas eram apenas de prejudicar Psiquê, já que ela havia feito uma promessa a ele. • Ao voltar para sua casa, a curiosidade tomou conta de seu coração. Tão logo veio a noite, ela esperou que ele adormecesse e assim acendeu uma vela para poder vê-lo. • No entanto, ao se deparar com tão linda figura, ela se perdeu em sonhos e ficou ali, embevecida, admirando-o. E esqueceu-se da vela que tinha nas mãos. Um pingo de cera caiu sobre o peito de Eros, seu marido oculto, fazendo-o acordar com a dor.
  • 30. • Sentido com a quebra da promessa da esposa, partiu, fazendo cumprir a sentença do oráculo. Abandonada por Eros, o Amor, sentindo-se só e infeliz, Psiquê, a Alma, passou a vagar pelo mundo. • Tanto sofreu e penas pagou, que deixou-se por fim entregar-se a morte, e caiu num profundo sono. Eros, que também sofria com sua ausência, não mais suportando ver a esposa passar por tanta dor, implorou a Zeus, o deus dos deuses, que tivesse compaixão deles. • E com a permissão deste, Eros tirou-a do sono eterno com uma de suas flechas e uniu-se a ela, um deus e uma mortal, no Monte Olimpo. Depois deste casamento, Eros e Psiquê, ou seja, o Amor e a Alma, permaneceram juntos por toda a eternidade.
  • 31. Enterro de uma Negra de e enterro do filho de um rei negro de Debret
  • 32. • A única diferença que existe entre o acompanhamento de um enterro de uma negra e o de um homem da mesma raça reside no fato de o cortejo se constituir unicamente de mulheres, à exceção de dois carregadores, de um mestre de cerimônias e do tambor.
  • 33. • Quando a defunta é de classe indigente, os parentes e os amigos aproveitam a manhã para transportar o corpo numa rede e depositá-la no chão junto ao muro de uma igreja ou perto da porta de uma venda. • Aí, uma ou duas mulheres conservam acesa uma pequena vela junto à rede funerária e recolhem dos passantes caridosos módicas esmolas para completar a importância necessária às despesas de sepultura na igreja
  • 34. • A cena se passa diante da Lampadosa, pequena igreja servida por um padre negro a assistida por uma confraria de mulatos.
  • 35. Danaíde – 1889 - Rodin
  • 36. Dimensões de cada peça 36 x 51 x 73
  • 37. August Rodim • Embora acusado de formalismo pelo rigor anatômico de suas peças, destacou-se no período de transição da arte entre os séculos XIX e XX. • Fascinado com as esculturas de Donatello e Michelangelo busca uma expressividade naturalista dentro dos parâmetros da época. • Numa visita a Florença e a Roma, escandalizou os meios artísticos parisienses com "A idade do bronze": era tal a perfeição da figura que houve quem o acusasse de ter usado como molde um modelo vivo.
  • 38. • Escultura intimista de Auguste Rodin. • Nesta obra, o artista se expressa em todo o seu esplendor. • Saca de uma pedra a figura surpreendente e inacabada de um bela mulher. • A força que sempre caracteriza tal artista se vê nessa obra em cada golpe sobre o mármore, imitando, ao máximo o modelo e revelando na pedra o corpo feminino.
  • 39. • Segundo Rodin, “ao escultor cabe a responsabilidade por todos os aspectos da obra: a concepção, a forma, o tamanho, o material, o acabamento, a relação com o espectador”. • A estrutura da escultura identifica-se com a estrutura da figura.
  • 40. Características da obras • Ilusão de realidade • Modelado a partir de modelo vivo • Inacabada • nova ordem de naturalismo
  • 41. Apontamentos do artista • Cada centímetro da superfície é considerado, é igual e diferentemente expressivo: da expressão facial, do gesto retratado,da contorção muscular, a expressão se propaga para animar a superfície inteira.
  • 42. Santuário de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas/ Minas Gerais figuras entalhadas em madeira policromatica, Congonhas, Minas Gerais
  • 43. • O Santuário de Bom Jesus de Matosinhos é um conjunto arquitetônico e paisagístico formado por uma igreja, um adro com esculturas de Doze Profetas feitas por Aleijadinho e seis capelas com cenas da Paixão de Cristo. • O santuário está localizado no morro do Maranhão, no município brasileiro de Congonhas, estado de Minas Gerais.
  • 44. • O conjunto foi construído em várias etapas, nos séculos XVIII e XIX, por vários mestres, artesãos e pintores, como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Manuel da Costa Ataíde. • A fundação do santuário é atribuída ao português Feliciano Mendes que, tendo adoecido gravemente, prometeu construir um templo a Bom Jesus de Matosinhos, como o que havia em Braga, sua terra natal, caso alcançasse a cura. • A igreja foi construída entre 1757 e 1765.
  • 45. • Entre 1800 e 1805, foram feitas as doze esculturas em pedra-sabão, situadas na entrada da Capela de Bom Jesus. • O caprichado acabamento e a expressividade de cada um dos profetas - Isaías, Baruc, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Naum e Habacuc - completam o cenário grandioso.
  • 46.
  • 47. Santa ceia de Aleijadinho
  • 48. • Última ceia de Cristo. Conjunto de esculturas em madeira policromada da autoria do Aleijadinho, existentes no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais (Brasil
  • 49. • Quem suspeitaria que o Aleijadinho fora um inconfidente, e dos mais atuantes, em sua modéstia? Maçon que era (de quando a doença ainda não se manifestara, fazendo-o quase fugir ao convívio das pessoas) contatava, mesmo enfermo, com os líderes da conspiração, a todos orientando com seu firme discernimento e com sua aguda inteligência. • Quando o movimento foi denunciado, resultando nas tristes conseqüências que conhecemos, o gênio do Aleijadinho passou a homenagear os principais vultos da rebelião, esculpindo-lhes as estátuas na forma dos profetas bíblicos.
  • 50. –É assim que Isaías, à frente de todos, é Tiradentes; Jeremias é Cláudio Manoel; Baruc é Tomás Antônio Gonzaga, etc. • As estátuas que esculpiu estão todas em determinadas posturas ritualísticas e o Aleijadinho se perguntava se algum dia alguém saberia relacioná-las com os 12 principais inconfidentes, todos maçons. Já nas esculturas que representam a Santa Ceia, Judas tem as feições de Silvério dos Reis.
  • 51. A liberdade guiando o povo de Delacroix
  • 52. • Segundo Giulio Carlo Argan na sua obra Arte moderna, o Romantismo e o neoclassicismo são simplesmente duas faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca um ideal sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Os dois movimentos estão interligados, portanto, pela idealização da realidade (mesmo que com resultados diversos).
  • 53. • Comovido com os acontecimentos políticos de julho de 1830, pinta, em 1831, uma alegoria à liberdade, à França e ao seu povo, que apresenta em suas diferentes classes sociais: melancólicos jovens barbudos, operários em mangas de camisa, tribunos do povo com cabelos esvoaçantes, rodeados pela liberdade com sua bandeira tricolor
  • 54. • A "Liberdade", de seios nus, traz numa mão uma arma e na outra a bandeira da França. Nacionalismo puro. • O quadro, pintado em 1830, comemora a revolução liberal que derrubou Carlos X e levou ao trono Luís Felipe, o "rei burguês". • Apesar do forte comprometimento político e particularizador da obra, o valor pictural é assegurado pelo uso das cores e das luzes e sombras. Essa obra é uma alegoria.
  • 55. • Podemos notar o uso de cores lúgubres , muito escuras que contracenam com uma forte luz ao fundo da tela. • A mulher de seios à mostra, empunha a bandeira da França em um brado de liberdade. • Há uma mistura de sensualidade, de sedução associada ao caráter politico da obra.
  • 56. Tiradentes de Pedro Américo
  • 57. • Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à linha masculina da Casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes. • Foi a República - ou mais exatamente, os ideólogos positivistas que presidiram à sua fundação - que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia.
  • 58. • Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. • Como militar, o máximo que Tiradentes poder- se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a fazer a barba. • Alguns dizem que Tiradentes teria sido enforcado com a barba feita e o cabelo raspado.
  • 59. • Sua história é bem conhecida: um alferes e dentista mineiro condenado e executado pela Coroa portuguesa em 1792 por lesa- majestade. Seu crime: liderar um movimento pela Independência do Brasil. Sua punição: enforcamento, esquartejamento e exposição pública das partes de seu corpo.
  • 60. Sobre a obra • o artista dispôs o corpo do herói, representado praticamente em tamanho natural, desmembrado em quatro partes, adornado por grilhões, corda e crucifixo. Posicionado aos pés do mártir, o observador vê a alva que destaca o corpo do cadafalso, a túnica azul que o reintegra ao fundo celeste, ao mesmo tempo que o distancia da perna direita espetada em uma haste de madeira, em primeiríssimo plano. • Para conferir maior dramaticidade à cena, Pedro Américo coloriu áreas precisas com sangue, que atraem o olhar tanto para a cabeça e a perna espetada quanto para as linhas delicadas do tronco e da perna sobreposta.
  • 61. • O quadro não foi concebido por Pedro Américo como uma pintura isolada, mas como parte de uma narrativa sobre a precariedade da Conjuração Mineira. Inacabada, a série se constituiria de outras telas: Tomás Antônio Gonzaga representado como um anti-herói a bordar, e não como líder intelectual do movimento, pois na prisão o poeta teria negado seu envolvimento com a conjura, dizendo-se ocupado em bordar a fio de ouro o vestido nupcial de sua Marília; a mais importante das reuniões dos conjurados, onde estes, reticentes, ouvem Tiradentes; a cena da constatação da morte de Cláudio Manuel da Costa, em que o pintor não se decide pelo suicídio ou pelo assassinato do poeta, e evidencia a fragilidade do inconfidente morto por ter denunciado os amigos; a prisão de Tiradentes numa casa antiga à rua dos Latoeiros, preâmbulo à cena do esquartejamento; e, por fim, um Tiradentes supliciado.
  • 62. Deutsch: Mortlake Terrace, Turner, Joseph Mallord William
  • 63. Naufrágio (1805), Tate Gallery - Londres
  • 64.
  • 65. • Considerado um dos primeiros impressionistas, J. M. W. Turner (1775-1851) é conhecido como o “pintor da luz”. Um dos principais representantes do romantismo inglês, ele reformulou a pintura de paisagem após estudar os grandes artistas dos séculos anteriores. • Turner começou a pintar aos 15 anos e ficou conhecido principalmente pelas representações marítimas, de eventos históricos e de cenas mitológicas.
  • 66. A coroação de Napoleão Louis David -1806
  • 67. • Jacques-Louis David é o fundador do neoclassicismo francês. Teve como mestres e conselheiros pintores diversos quanto Boucher, forte representantes do rococó francês, e Vien, precursor do classicismo, o que causou a ambivalência de suas obras iniciais tornando-as difíceis de classificar. • Em 1785, quatro anos antes da Revolução Francesa, David vai a Roma terminar seus estudos. Lá, participa da escavação da cidade de Pompéia que foi soterrada por lava vulcânica; graças à lava, a cidade foi preservada, revelando monumentos, anfiteatros, costumes e hábitos intactos do classicismo. • Ao vislumbrar a arte antiga, David desenvolve sua própria linha neoclássica, com temas tirados de fontes antigas e baseados nas formas e no gestual da escultura romana.
  • 68. • A perfeição do Neoclassicismo pode ser vista no quadro “Coroação de Napoleão” onde David, representou dezenas de pessoas, onde cada um dos retratados o era com o seu rosto verdadeiro, como a verdade máxima, como uma fotografia. Como uma fotografia...
  • 69. • Eleito imperador da França por meio de um plebiscito, Napoleão convida Pio VII à coroação. A cerimônia ocorre em Notre-Dame, em 12 de dezembro de 1804; onde o Papa assiste à autocoroação de Napoleão • o David era amigo tanto de Marat quanto de outro líder da revolução, Robespierre; quando este foi guilhotinado, David foi preso e, em vez de ser condenado, tornou-se chefe do programa de arte de Napoleão. • Entre 1799 e 1815, registrou as crônicas de seu reinado em obras como Coroação de Napoleão e Josefina (1805-1807). Em 1800, foi nomeado retratista oficial da corte e, depois da queda de Napoleão, • teve que abandonar Paris, passando seus últimos anos em Bruxelas. Nos trabalhos desta fase, David retorna ao severo neoclassicismo anterior Papa assiste à autocoroação de Napoleão
  • 70. Sagração de D. Pedro I – Debret 1823
  • 71. • Academia Imperial de Belas Artes da atual Escola de Belas Artes, hoje unidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. • Foi inicialmente denominada como Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, quando da sua fundação por D. João VI (1816-1826), em 12 de agosto de 1816, ao fim do período colonial brasileiro. • Nela,pinturas famosas como a Sagração de d. Pedro, de Debret, reproduzem os mesmos parâmetros estéticos dos quadros de Luís XIV feitos por Rigaud. • “Os artistas franceses consolidaram no Brasil a maneira de representação dos reis criada na França”, afirma.
  • 74. • O título mais parece uma das tantas manchetes de jornal que nos acompanham há tempos, mas aqui se trata de falar dos desenhos e gravuras de Francisco Goya de Lucientes (1746-1828), um espanhol iletrado, que no entanto, absorveu profundamente as referências literárias, filosóficas e políticas de sua época. Dentre a imensa obra do pintor – aproximadamente 500 telas, 280 águas- fortes e litografias, e cerca de mil desenhos – encontram-se as 82 águas- fortes realizadas a partir de 72 desenhos com o nome “Os Desastres da Guerra”.
  • 75. • A obra nasce por ocasião dos trágicos acontecimentos que a partir de 1808 mergulham a Espanha no caos social. A corrupção do reinado de Carlos IV, de quem era “pintor de câmara”, levam o país à catástrofe política e econômica, intensificada pelos jogos políticos e intrigas internacionais. Carlos IV perde o poder e, depois de um curto reinado de Fernando VII, Napoleão destitui os Burbons do trono e empossa seu irmão José Bonaparte. No dia 2 de maio o povo se subleva. • A fome se abate por seis anos sobre o país. Fernando VII volta ao poder definitivamente e com ele a Inquisição, a perseguição aos liberais, os desmandos e as injustiças. • Os assassinatos, estupros, torturas e roubos não partem mais das tropas francesas, vorazes nas pilhagens, mas encomendados pelo despótico governo espanhol.
  • 76. • Goya se sente atingido nas entranhas pela presença dos intrusos franceses em sua Espanha amada, mas a crueldade e a traição de Fernando VII às aspirações do povo o repugnam. Como conciliar esses sentimentos com um cargo na corte que lhe assegura fama e subsistência e que tanto lhe custou conseguir? Para Goya, um liberal de gênio irritável e violento, deve ter sido difícil caminhar por esse terreno minado, armar-se de extrema prudência e adotar uma fachada oficial conveniente.
  • 77. • Nos “Desastres da Guerra” (1810-1815), Goya faz comprovações, aparentemente sem tomar partido. A repulsa contra a demência da guerra está patente nos desenhos e gravuras. • Não documenta atos heróicos, não desenha exércitos se enfrentando, não idealiza, não compõe música para vencedores, nem cenas de batalhas convenientemente belas. Só o sofrimento do povo lhe interessa, além de constatar que em situações limites somos todos bárbaros. Costuma dar títulos inusitados a seus desenhos e gravuras; mais que títulos, anotações que ajudam à compreensão do seu pensamento. Sente-se responsável pelo que sabe e viu. “Yo lo vi” (“Eu vi”) escreve num dos desenhos, gravado, como a maioria, entre 1810 e 1815.
  • 78. • Os últimos desenhos dos “Desastres da Guerra” foram executados ao mesmo tempo em que realizou os “Disparates”. São densos, representando homens e mulheres em condições extremas de angústia, ódio, entrega e medo. Desenhos e gravuras rivalizam em perfeição de linguagem.
  • 79. • Goya deixa momentaneamente de lado a caricatura, para expressar homens em sua condição singular. Poucos símbolos são utilizados. • Neste caso, o tronco podado acompanha a dor do homem amputado. Um resto de vida permanece tanto na árvore como no homem, mas “Até quando?” A silhueta do soldado com o sabre apontado ao céu nos dá a resposta
  • 80. • Aqui não se divisam homens armados nem os uniformes dos invasores. É o povo enlouquecido pelas privações que copia a quebrantada moral dos exércitos entregando-se à pilhagem e a violação de cadáveres. Diante da realidade atroz Goya se vê obrigado a descer da torre humanista.
  • 81. • Aqui como em todos os 72 desenhos há uma pergunta a ser feita: o homem esquartejado é a única vítima nessa guerra? Há vencedores e vencidos nos conflitos do século de Goya ou do nosso século? Pode sentir-se vencedor um país que permite tal sadismo e profanação? • As lutas reais estão além das linhas de frente, dos escritórios de despachos e dos discursos enfáticos dos poderosos. A verdadeira luta se desenvolve entre carrascos e vítimas num cenário onde os papéis muitas vezes se revezam.
  • 82. Valentina de Vik Muniz • É um retrato da serie “crianças de açucar” de 1996, foi elaborado a partir desse material.
  • 83. • Vik Muniz (Vicente José Muniz) nasceu em São Paulo, em 1961, mas vive e trabalha em Nova York. De lá, projetou-se para o mundo e tem um vastíssimo currículo com apresentações de sucesso nos Estados Unidos e Europa. • Ele fotografa crianças trabalhando e parte do que ganha com isso,financia estudo para essas crianças. • Seu trabalho preferido é Valentina, uma criança comum, retratada em açúcar. O trabalho de Muniz caracteriza-se por mexer com os sentidos do observador. Ele trabalha com imagens ilusórias, imagens que de perto parecem uma coisa e de longe são outras.
  • 84. • Faz esculturas perecíveis e comestíveis que se eternizam através da fotografia. Uma pizza vira um rosto e calda de chocolate assume formas humanas e de coisas, como quando desenhou uma multidão nas ruas de Nova Yorque. • Um monte de alfinetes transforma-se em uma imagem e Mona Lisas são feitas com pasta de amendoim e geléia. • Ao retratar personagens tipicamente americanos, ganhou espaço nos Estados Unidos e no mundo. Vik é sucesso no Brasil porque conquistou fama no exterior.
  • 85. • Sarah Bernhardt, pseudônimo de Rosine Bernardt (Paris, 22 de outubro de 1844 — Paris, 26 de março de 1923) foi uma atriz francesa. Filha de uma famosa cortesã holandesa, Julie Bernardt. • Seu papel mais marcante foi o da peça A Dama das Camélias de Alexandre Dumas. Veio ao Brasil quatro vezes, as duas primeiras ainda durante o reinado de D. Pedro II. Na última visita, durante uma encenação, sofreu um acidente que lhe gerou sérios problemas em sua perna e que culminou, anos depois, em sua morte. • Em filmes brasileiros, Sarah Bernhardt foi representada em dois, em O Xangô de Baker Street e no filme Amélia.
  • 86. • A pequena bailarina de catorze anos, Degas marca o início da sua independência do grupo dos impressionistas. Deixa-os para trás. • Aquilo para ele era somente uma brincadeira, com a qual se tornou reconhecido na Europa.
  • 87. • Ao exibir esta escultura deixou os seus colegas chocados como toda a «boa sociedade» da época. A bailarina representada era um dançarina da Ópera que Degas conheceu. A sua família era miserável, tendo mesmo uma irmã prostituta. Estudou balé até os dezesseis anos, já depois de Degas a ter esculpido, até que teve que se prostituir para conseguir viver.
  • 88. • Escandalizado, Degas fez com que a bailarina muito jovem se deixasse desenhar. • Começou com simples esboço, depois as telas e depois, uma escultura revolucionária que viria a mudar o mundo. • Degas fê-la com o propósito de deixar bem marcados na cera (material com que esculpiu a bailarina) os seus sentimentos face àquela miséria fútil, na qual viviam milhares de parisienses. • A sua face mostra o árduo trabalho com o qual conviveu.
  • 89. • Ao exibí-la, chocados, todos perguntavam o porquê de estar ali exposta aquela escultura. • Aquilo comovia a sociedade, remexia-lhes o peito, fazia-os tristes, não queriam olhar. • Por outro lado, esta escultura foi o primeiro trabalho nesta área da arte que incluiu uma roupa real, desta feita uma saia.
  • 90. • Suzon, a bela e triste figura desta que foi a última obra-prima de Manet, talvez refletisse a tristeza do próprio Manet que ao pintar este quadro, um ano antes de morrer, já se encontrava bastante enfermo. • Manet foi acusado de desconhecer as leis da perspectiva por retratar o reflexo no espelho de um freguês que parece conversar com a atendente mas que não tem presença concreta na obra. • O que seus críticos não perceberam foi que nós, os espectadores, estamos no lugar que caberia ao freguês O Bar do Folies- Bergère, de Manet, 1882, 97 x 130
  • 91. Quarto de van Gogh em Arles (1889). Este era o quarto do pintor na Casa Amarela, em que morava com Paul Gauguin.
  • 92. • Em 1888, decidiu mudar-se para Arles, no sul da França onde, segundo ele, havia mais cor, mais sol. Van Gogh convidou seu amigo Paul Gauguin, também pintor, para morar com ele num estúdio batizado de Casa Amarela. • Mas os dois não se entenderam! Nas discussões, sempre sobre quadros, van Gogh se irritava porque Gauguin não concordava com ele, e vice-versa!
  • 93.
  • 94. • A formação acadêmica de Degas e sua admiração por Ingres, fizeram com que ele valorizasse o desenho e não só a cor, como valorizava o Impressionismo. • Sua contribuição para a pintura moderna é a angulação oblíqua e o enquadramento das cenas, que mostram a grande influência da fotografia sobre sua obra. • Era impressionista apenas em alguns aspectos e, como Manet, um tanto distante do grupo. • Tinha pouco interesse nas paisagens e se concentrava em cenas da vida contemporânea, apropriando-se de certos temas, como o balé e as corridas de cavalos.
  • 96. • O Ângelus é uma prática religiosa, realizada em devoção à Imaculada Conceição, repetida três vezes ao dia, de manhã, ao meio dia e ao entardecer. • A oração é constituída de três textos que descrevem o mistério da Encarnação, respondidos com uma Ave Maria e uma oração final. Seu nome « Angelus Domini nuntiavit Mariæ », foi retirado da Antífona de Nossa Senhora “Alma Redemptoris”.
  • 97. • Não se sabe ao certo a origem do Ângelus, mas no século XIV já era comum em toda a Europa, a reza, ao anoitecer, em louvor a Virgem Maria. • Nessa época, não tinha sido ainda adotados os versículos, que são recitados atualmente. • O som dos sinos - que regulavam a vida da aldeia – também foi um acréscimo posterior. • Foi São Boaventura, que determinou à Ordem dos Frades Menores, em 1269, que tocassem os sinos no crepúsculo, enquanto se rezasse a Ave Maria. • Esse era o momento creditado à Anunciação do Anjo do Senhor e ao mistério da Encarnação.
  • 98. • Reza a lenda, que Millet havia pintado este quandro com um caixão no lugar da cesta de palha vermelha. • Quando uma oportunidade de participar de um concurso de arte surgiu, Millet teria mostrado a pintura que inscreveria no concurso a um amigo bem próximo. • Este, por sua vez, o aconselhou a mudar algo na pintura, que ao mesmo tempo em que era demasiadamente bela, iria chocar a todos pelo que estava retratado nela. • Millet teria substituído, então, o caixão pela cesta, colocado uns sacos de batata no carrinho e pintado umas batatas mais à esquerda, em frente ao ancinhó - essa mistura de pá com tridente. • Algumas fontes também afirmam que Salvador Dalí teria sido o primeiro a descobrir que na pintura haveria um enterro disfarçado. Ele teria percebido que atrás da mulher, em frente ao carrinho, há um monte de ossos por cima da terra. • Salvador Dalí fez diversas referências a esta obra de Millet, inclusive reproduzindo-a com precisão.
  • 99.
  • 100. • Reparem na rosa despedaçada no chão, no vaso quebrado na mesa. Mais ainda, reparem na plácida indiferença do homem, calmamente apreciando o cigarro que acabou de enrolar, uma mão enluvada, outra nua, pensando: "Odeio mulher histérica!"A nova geração de pintores saudou Arrufos como se fosse uma revolução. • Gonzaga Duque, que serviu de modelo para o homem, exclamou que, no Rio, ainda não se havia pintado um quadro importante como esse. Talvez por isso, causou um pequeno escândalo na sociedade carioca, entre patronos do museu e a aristocracia do Império.
  • 101. • Desenhista de primeira ordem, como colorista fino e dedicado. • A disposição das cores em suas telas é em regra correta, muito harmoniosa e em tons leves. • Não se nota um empasto nem um descuido no modo de colocar as cores. • Belmiro é, também, um pintor decorativo de valor pouco vulgar e, neste ramo de arte, tem produzido painéis importantes, ilustrando episódios da História do Brasil.
  • 102. A Mulher Tapuia”, Albert Eckhout
  • 103. • O antropofagismo constitui a temática central desta pintura. A mulher Tapuia revela-se, de acordo com seus elementos etnográficos, sem alegorias e estereótipos de barbárie. • As pinturas de Eckhout caminharam para um tratamento inverso ao elaborado pela visão européia predominante da época, que realçava as diferenças de maneira alegórica a tudo que não fosse semelhante aos padrões europeus. • Os detalhes salientados por esse pintor não imprimem à imagem do nativo o conceito civilizatório. • Contraditoriamente ao impacto que a presença dos índices de canibalismo suscita, Mulher Tapuia transmite uma expressão de tranqüilidade.
  • 104. • Esta imagem é ambígua em sua essência. Se, por um ângulo, percebemos um misto de antropofagia e pacificação, na parte inferior, na perspectiva das pernas da indígena, existe um aglomerado de índios numa suposta atitude de confronto. • É possível notar que empunham lanças e estão em dois grupos, cada um com seis índios. As lanças, na leitura desta imagem, podem ter conexão com a mão e o pé decapitados e, conseqüentemente, remeter ao método de guerrear dos Tapuia.
  • 105. • Por que Albert Eckhout associou uma mulher ao antropofagismo? Não há referências que expliquem a escolha. Contudo, a mulher era uma personagem atuante no preparo da refeição canibal dentro da sua comunidade. • No entanto, há divergências sobre o dado etnográfico da proposição do canibalismo de inimigos. • Considera-se, ainda, que o antropofagismo praticado pelos Tapuia aplicava-se aos seus parentes como forma de homenagem, sendo, portanto, uma prática de endocanibalismo. • Tal ato envolvia entes queridos, e não inimigos. Devemos lembrar que os Tupinambá eram adversários dos Tapuia, bem como eram (os Tupinambá) considerados ferozes antropófagos.
  • 106. • No lado direito da pintura vemos uma árvore, chamada Cassia grandis, nativa, reconhecida pelas longas vagens arredondadas e ao pé desta árvore, vemos uma Passiflora (cinco flores e um fruto). • Do lado oposto, há uma Montrichardia arborescens com duas frutas. • Aos pés da mulher tapuia, está um cão provavelmente domesticado, e acredita-se que seja um cão aguará (também grafado guará). • FONTES:WHITEHEAD, Peter James Palmer. Um retrato do Brasil holandês do século XVII. 1989. 2. VALLADARES, Clarival do Prado & MELLO FILHO, Luiz Emygidio de. Albert Eckhout: a presença da Holanda no Brasil - século XVII. 1989.
  • 107. Escultura: Flor do mangue Autor: Frans Krajcberg
  • 108. • Frans Krajcberg mora numa casa em cima de uma árvore, em Nova Viçosa, na Bahia. • Vive só, mas, ao contrário do que possa parecer, não desistiu do mundo nem das pessoas, apesar de se dizer às vezes um pouco cansado deles. • O escultor e fotógrafo, que nasceu na Polônia há 81 anos e vive no Brasil há mais de 50, mantém-se em atividade intensa e faz de seu trabalho um instrumento de denúncia, de questionamento da relação entre ser humano e meio ambiente, de discussão da sobrevivência diante das respostas incisivas da natureza à degradação.
  • 109. Lilith, por Anselm Kiefer (1987-89) 400 x 266 -
  • 110. • Anselm Kiefer (nascido em 8 de março de 1945, em Donaueschingen) é um pintor e escultor alemão. • Durante os anos 70, estudou com Joseph Beuys. Seus trabalhos utilizam materiais como palha, cinza, argila, chumbo e selador para madeira. • Os poemas de Paul Celan tiveram muito importância no desenvolvimento de temas para os trabalhos de Kiefer sobre a história alemã e o horror do Holocausto, assim como os conceitos teológicos da cabala.
  • 111. • Seus trabalhos são caracterizados por um estilo maçante, quase depressivo e destrutivo, e muitas vezes feitos em grandes formatos. • Na maioria deles, o uso da fotografia como suporte prevalece, e terra e outros materiais da natureza são geralmente incorporados. • Também é característico o uso de escritos , personagens lendários ou lugares históricos em quase todas as suas pinturas. • Tudo é codificado através daquilo que busca Kiefer para representar o passado; algo que geralmente está relacionado com um estilo chamado "Novo Simbolismo".
  • 112. • Na obra "Lilith" de 1987/9, a visão terrível do caos urbano foi inspirada pela visita de Kiefer à cidade de São Paulo, em Brasil. • A cidade está envolta numa bagunça apocalíptica que Kiefer cria espalhando poeira e a terra sobre a pintura, fios de cobre e depois queimando parte da superfície. • De acordo com a mitologia hebraica, Lilith foi a primeira esposa de Adão, um espírito aéreo sedutor e demoníaco. • Na pintura de Kiefer, Lilith parece trazer a destruição pelo ar sobre os edifícios modernistas de Oscar Niemeyer.
  • 113. A leitora de Fragonard: Desenhista e retratista nascido em Grasse, considerado um dos últimos expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e sensual, e um dos mais antigos precursores do impressionismo.
  • 114. • Mostrando uma jovem dama francesa embrenhada na solitária leitura de um livro de bolso, provavelmente um romance, a tela A Leitora (1770-72) de Jean-Honoré Fragonard — reproduzida em nossa capa — é uma das inúmeras imagens de leitura que povoam a obra de pintores europeus a partir do século XVIII, época em que "a febre de ler" está instaurada na Europa.
  • 115. • Na pintura de Fragonard, a leitora está só, mas que solidão, se aquele que aprendeu a ler jamais estará sozinho? O traje dela é de gala, há conforto. Tons calmos envolvem a cena, a moça, embebida em um pensamento nascido da leitura, deixa- se. E antes deste quadro toda uma iconografia do ato de ler.
  • 116. Intuições Atléticas da série Antropologia da Face Gloriosa 1998 100 X 100 cm Fotografia
  • 117.
  • 118. Jacob Riis> photo>.Crianças dormindo na ruaMulberry( 1890)
  • 119. • Jacob Riis nasceu na Dinamarca em 1849, e foi para Nova York, como imigrante judeu, aos 21 anos de idade. • Trabalhou como repórter policial do New York Tribune acreditando que a máquina fotográfica era uma arma mais poderosa que a caneta para atacar as péssimas condições de vida das favelas de Nova York, provocando um alto índice de criminalidade. • Utilizando o recém inventado flash de magnésio começou, em 1887, a fotografar as condições de vida dos favelados, imigrantes em sua maioria. Na época as câmeras eram de formato grande e tinham que ficar em cima de tripé. • O flash era uma frigideira com o pó de magnésio misturado com clorato de potássio e disparava através de uma faísca provocada por uma pedra como as de isqueiro. Provocava uma explosão com um clarão muito forte acompanhado de muita fumaça e cinza. • Como as habitações eram muito escuras a única maneira de fotografá-las era utilizando o flash.
  • 120. • Para começar, uma mostra da obra de Jacob Riss - fotógrafo do final do século XIX, que soube documentar de forma interessante os imigrantes recem-chegados à Nova York e pode ser considerado um dos pais do fotodocumentarismo e, de quebra, do moderno fotojornalismo.
  • 121. • A imagem fotográfica sempre foi algo instigante prá mim... tanto que deixei a Engenharia para me tornar Fotógrafo. • Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes. –Jacob Riis
  • 122. Ciclope . Uma bela jovem descansa sobre as flores; atrás, o gigantesco ciclope observa, embevecido, com seu único olho. Óleo sobre tela de Odilon Redon (1840/1916). Data: 1898? 1914? Otterlo (Holanda), Museum Kroller- Mueller.
  • 123. • O Simbolismo foi um movimento que surgiu no meio literário e expandiu-se às outras modalidades da arte. Como derivação do Romantismo, diferenciou-se por investigar novas formas de materializar o mundo sensível na obra de arte. • Em geral, os simbolistas tinham uma melhor consciência da arte como linguagem do que os românticos (uma vez que estes últimos depreciavam a importância do modo de dizer dentro de um discurso artístico) e trouxeram importantes inovações formais. • Entenderam que a mudança do modo como apresentamos um tema, implica na transformação da própria idéia tratada. • Nas artes visuais, eles repudiaram a abordagem naturalista - neste sentido, anteviram os impressionistas
  • 124. • Nas artes visuais, os simbolistas trabalhavam com imagens resgatadas do imaginário mítico - como o sol, a lua, a caverna, o eremita, a criança e a árvore - e exploravam as potencialidades expressivas do traço e da cor. Odilon Redon é considerado um dos principais expoentes nessa linha. Desconhecido do mercado de arte até os 45 anos, foi descoberto pelo poeta simbolista Stéphane Mallarmé, quando passou então a ser reconhecido pela crítica e pelo público. A poesia, as religiões e os mitos orientais e clássicos, assim como a ciência, tiveram importante papel no aprendizado e na formação do artista, que desenvolveu uma iconografia muito peculiar.
  • 125. • Ao mesmo tempo em que mantém a marca de sua poética fantástica, vinculada ao mundo interior e onírico dos homens, a obra de Redon apresenta duas fases, separadas por uma forte mudança técnica e temática. • Na primeira fase, ele usou o monocromatismo em suas gravuras e desenhos, realizados principalmente a carvão. O conjunto desses trabalhos ficou conhecido como os Negros, na medida em que eram construídos com a gama de cor dos negros mais escuros aos brancos mais luminosos. • A temática desse período é a do sonho próximo ao pesadelo, em que há um mundo místico, fantástico, de horror e dor, com a presença do drama da morte (tema presente em outros artistas de nosso jogo, ver Ciclo da vida). Um exemplo dessa fase é Aranha, de 1881, e Le Juré: o sonho termina com a morte, de 1887. Na década de 1890, adotou as técnicas do pastel e da pintura à óleo, introduzindo a cor em sua obra. • Nesta segunda fase, ele trabalhou com temas mais suaves, e suas criações continuaram a tratar de visões imaginárias, mas com estímulos menos dramáticos. O colorido de Redon é luminoso e muito peculiar, como podemos observar em Cíclope, de 1900, Bouddha, de 1910, e O Silêncio, de 1911.
  • 126. • informações suplementares • Havia três espécies distintas de 'ciclopes' na mitologia grega: os urânicos, filhos de Uranos e Gaia, personagens da titanomaquia; os sicilianos, filhos de Posídon, personagens da Odisséia e, nas lendas tardias, simples artesãos a serviço de Hefestos; e os construtores, originários da Lícia (Ásia Menor), responsáveis por edificações constituídas de enormes blocos de pedra, como as velhas muralhas de Micenas e Tirinto. • Aparentemente, todos os ciclopes tinham em comum a estatura elevada, a força física, a habilidade manual e um único olho, situado no meio da testa. • Na pintura acima, o sombrio gigante de um olho só é mostrado em uma cena luminosa e leve, bem ao estilo de Odilon Redon, o maior dos simbolistas franceses. • A cena ilustra, provavelmente, a lenda (tardia) do ciclope siciliano Polifemos e da nereida Galatéia.
  • 128. • Degas é peculiar por sua habilidade em retratar cenas com movimento. • 'Seu olhar é como o de uma câmera fotográfica. Ele congela e reproduz o movimento das figuras com grande apuro. Não à toa também se interessou pela nascente arte fotográfica • 'Ele retrata pessoas comuns, como cantoras de cabaré, passadeiras, jóqueis, freqüentadores de bares e bordéis. Também os coloca em ambientes que prenunciam o mundo do século 20, como as chaminés industriais de 'Cavalheiros Antes da Partida'. Faz a ponte do impressionismo para a modernidade', avalia Büel.