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MENMORIAL  DO  CONVENTO
JOSÉ SARAMAGO
BIOGRAFIA
José Saramago nasceu na vila de Azinhaga, no conselho da Golegã, de uma família de pais e avós agricultores. A sua vida é passada em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas dois anos de idade. Dificuldades econômicas impedem-no de entrar na universidade. Demonstra desde cedo interesse pelos estudos e pela cultura, sendo que esta curiosidade perante o Mundo o acompanhou até à morte. Formou-se numa escola técnica.
O seu primeiro emprego foi de serralheiro mecânico. Fascinado pelos livros, visitava, à noite, com grande freqüência, a Biblioteca Municipal Central — Palácio Galveias. Aos 25 anos, publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), no mesmo ano de nascimento da sua filha, Violente, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e com quem permaneceu até 1970.
Da experiência vivida nos jornais, restaram quatro crônicas: Deste Mundo e do Outro, 1971. A Bagagem do  viajante, 1973.  As Opiniões que o DL Teve, 1974 e Os Apontamentos, 1976. Mas não são as crônicas, nem os contos, nem o teatro os responsáveis por fazer de Saramago um dos autores portugueses de maior destaque - esta missão está reservada aos seus romances, gênero a que retorna em 1977.
RESUMO  DO  ENRREDO
Apesar  de ter  sido trazida da Áustria já há dois anos, especialmente para gerar  o sucessor  ao trono de D. João V, rei de Portugal, a rainha D. Maria Ana Josefa parece não conseguir  engravidar. Sendo o rei um símbolo de virilidade, mas é ela considerada infértil e, conseqüentemente, a única culpada pelo fato de o rei ainda não ter tido herdeiros. Quando, ao cair da noite, o rei se prepara para ir ao quarto da rainha para mais uma tentativa, chega ao palácio D. Nuno da Cunha, bispo inquisidor, acompanhado de um  velho frade franciscano, Antônio de S. José, que propõe uma solução para o problema do rei. Diz o frade que a rainha engravidaria assim que o rei prometesse construir um convento para os frades da ordem dos  franciscanos na vila de Mafra. Feita a promessa, o casal real vai para o quarto. Depois de consumado o ato sexual, rei e rainha dormem e sonham cada um com seus próprios desejos, suas diferentes fantasias: ela sonha que tem um encontro amoroso com seu cunhado, o Infante.
Passado o "entrudo" , como de costume, durante a quaresma as ruas se encheram  de gente que fazia cada um suas penitências. Segundo a tradição, a quaresma era a única época em que as mulheres podiam percorrer as igrejas sozinhas e assim gozar de uma rara liberdade que lhes permitia até mesmo de se encontrarem com seus amantes secretos. Porém, D. Maria Ana não podia gozar dessas liberdades pois, além de ser rainha, agora se encontrava grávida. Assim, tendo ido para a cama cedo, consolou se em sonhar  outra vez  com D.Francisco, seu cunhado. Passada a quaresma, todas as mulheres retornaram para a reclusão de suas casas.
Não somente por causa da gravidez de cinco meses, mas também por estar de luto pela morte de seu irmão, a rainha Maria Ana deixa de freqüentar o grande auto­de­fé na praça do Rossio em Lisboa, evento muito popular, que já há dois anos não ocorria. Ali seriam  castigados pela Inquisição diversos casos de heresia. Entre os condenados pelo Santo Ofício, um é focalizado com maior destaque. É Sebastiana Maria de Jesus, acusada de ser feiticeira e cristã nova . Sebastiana, durante alguns parágrafos, torna se a narradora da história. Sebastiana Maria de Jesus tem uma filha de 19 anos: Blimunda, jovem de poderes sobrenaturais, que assiste à procissão ao lado do padre Bartolomeu Lourenço. Perto dela está um homem, Baltasar Mateus, o Sete Sóis, a quem ela se dirige e cujo nome procura saber.
Depois de o padre sair, Blimunda convida Baltasar para que fique morando em sua casa, pelo menos até que ele tivesse que voltar  a Mafra . No dia  seguinte, ao acordar, Blimunda, sem abrir  os olhos, come um pedaço de pão e promete a Baltasar  que nunca o olharia "por dentro". Começa aqui a fiel e duradoura amizade entre os  três personagens que se contrapõem aos personagens da família real, heróis da historiografia oficial. Inicia se também a relação amorosa entre Baltasar e Blimunda, que ocupará o centro da narrativa. Ao encontrar se com o padre Bartolomeu Lourenço, que estava procurando usar sua influência no palácio para conseguir dinheiro. Baltasar fica sabendo que o padre era conhecido.
como "o  Voador", por  ter  criado uma máquina a qual todos ridicularizam, chamando de "a  passarola". Baltasar aceita o convite do padre para ser seu ajudante no projeto de construir a tal "máquina de voar", mas enquanto não chega o dinheiro para o material necessário, fica trabalhando em  um açougue. Enquanto isso, no palácio, para decepção do rei, a rainha dá à luz  uma menina, Maria Xavier  Francisca Leonor  Bárbara, que é batizada por  sete bispos. Apesar  de o frade Antônio de S. José já ter  morrido quando do nascimento da criança, a promessa do rei de construir o convento seria mantida.
Enquanto no palácio nascia D. Pedro, segundo filho da família real, e o rei viajava a Mafra para escolher o lugar onde seria erguido o convento monumental, Baltasar e Blimunda mudam se para a abigodaria na quinta do duque de Aveiro, amigo do rei, em S. Sebastião da Pedreira. Além de proporcionar lhe o lugar de trabalho, o rei, que se interessara pelo projeto do padre como uma criança se interessa por  um brinquedo novo, com sua amizade e influência protegia o padre  das garras da Inquisição que, caso viesse a saber dos projetos do padre, teria motivos suficientes para acasalo de heresia. Na quinta do duque de Aveiro, Padre Bartolomeu, com a ajuda de Baltasar e Blimunda, prossegue na construção da passarola. Decide, então, partir à Holanda, onde dizem que os sábios conhecem os mistérios da alquimia e a natureza do éter ,
o único elemento que, segundo ele, estava faltando para que sua invenção fosse concluída. Baltasar e Blimunda, depois que o padre parte, decidem mudar­se para Mafra , terra natal de Baltasar. Antes de partir, o casal decide assistir, ao invés de mais um auto­de­fé que seria realizado na praça do Rossio, a uma outra festa popular, a tourada. Assim como os  autos-e­fé , as touradas sempre terminavam  com  um  forte cheiro de carne queimada, proveniente do churrasco realizado no final da festa. Ao chegar à casa da família em Mafra , acompanhado de Blimunda, Baltasar  é recebido por  sua mãe, Marta Maria, já que João Francisco, seu pai, estava trabalhando no campo. Baltasar fica sabendo que sua única irmã, Inês Antônia, estava casada com Álvaro  "Pedreiro" Diogo
personagens
1. Personagens Históricos D. João QuintoD. Ana Maria Josefa, princesa austríaca que se tornou rainha de Portugal, casada com D. João V. A história a descreve como beata, submissa e medrosa. Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, brasileiro, nascido em 1685, apelidado de "O Voador" por ter inventado a passarola (aeróstato); morto em 1724, dado como louco pela Inquisição. Giuseppe Domenico Scarlatti (Nápoles, 26 de outubro de 1685 — Madrid, 23 de julho de 1757) foi um compositor italiano
“Filho do também músico e compositor Alessandro Scarlatti, suas maiores contribuições para a música foram suas sonatas para teclado em um único movimento, em que empreendeu abordagens harmônicas bastante inovadoras, apesar de ter composto também obras para orquestra e voz. Embora tenha vivido no período que corresponde ao auge da música barroca européia, suas composições, mais leves e homofônicas, têm estilo mais próximo daquele do início do período clássico.”
2. Personagens de ficção  Blimunda de Jesus (Blimunda Sete-Luas) - é uma criatura diferente: enxerga as pessoas "por dentro" se estiver em jejum.Tem 19 anos, é forte, decidida, ama Baltazar assim que o vê, sabia que ele seria seu amor para sempre:
"Correu algum sangue sobre a esteira. Com as pontas dos dedos médio e indicador umedecidos nele, Blimunda persignou-se e fez uma cruz no peito de Baltazar, sobre o coração. Estavam ambos nus."Baltazar Mateus (Baltazar Sete-Sóis) - fora soldado e, na guerra, perdera a mão esquerda: Tem 26 anos, é forte e destemido. Também sabe que terá Blimunda para sempre.
Outras personagens  "- João Elvas, Manuel Milho, José pequeno, Álvaro Diogo e Inês Antônia (cunhado e irmã de Baltazar), Marta Maria (mãe de Baltazar) e João Francisco (pai de Baltazar).
Tempo / espaço
No romance existem alguns espaços nomeados: 1. O palácio que abriga a nobreza de D. João V, por onde o clero transita com facilidade; 
2. As ruas de Lisboa, sempre cheias da "arraia-miúda", o povo pobre, faminto; 
3. A quinta (chácara) para onde vão Blimunda e Baltazar construir a Passarola; 
4. A cidade de Mafra e os arredores.
O tempo O tempo narrativo é do tipo cronológico e está inserido entre duas datas: "dezessete de novembro deste ano da graça de 1717" e , como indica o último capítulo, a data da morte do escritor e comediógrafo brasileiro Antônio José da Silva, o Judeu, autor das Guerra de Alecrim e Manjerona, em 1739.
.Ou seja, a história que vamos analisar tem duração temporal de 22 anosO volume percorre um período de aproximadamente 30 anos na História de Portugal à época da Inquisição. O cenário é rico, registrando não só o fato histórico, mas reconstituindo a vivência popular, numa viagem a diferentes povoados ao redor de Lisboa.
FOCO NARRATIVO
O foco narrativo do romance é do tipo cambiante/deslizante, isto é, mistura das  falas;também chamado múltiplo, com predominância em 3 a . pessoa. A  voz  do narrador  faz  comentários satíricos com freqüência e entra em contradição com os dados  históricos oferecidos anteriormente.
"Já  se deitaram. Esta é a cama que veio da Holanda quando a rainha veio da Áustria, mandada fazer de propósito pelo rei, a cama, a quem custou setenta e cinco mil cruzados, que em Portugal não há artífices de tanto primor, e, se  os houvesse, sem dúvida  ganhariam menos.
A desprevenido olhar nem se sabe se é de madeira o magnífico móvel, coberto como está pela armação preciosa, tecida e bordada de florões e relevos de ouro, isto não falando do dossel que poderia servir para cobrir o papa. Quando a cama aqui foi posta e armada ainda não haviapercevejos  nela, tão nova era, mas depois, com  o uso, o calor  dos  corpos, as migrações  no interior  do palácio, ou da cidade para dentro, rica de matéria e adorno não se lhe pode aproximar um trapo a arder para queimar o enxame, não há mais remédio, ainda não o sendo, que pagar a Santo Aleixo cinqüenta réis por ano, a ver se livra a rainha e a nós todos da praga e da coceira."
“Esta é a cama que veio da Holanda(...)"  "Este que por desafrontada aparência, sacudir da espada e desaparelhadas vestes, ainda que descalço, parece soldado, é Baltazar Mateus.
LINGUAGEM           E     ESTILO
"Cada frase, ou discurso, ou o período, cria-se dentro de mim mais como uma fala do que como uma escrita. A possibilidade da espontaneidade, a possibilidade do discurso em linha recta, enfim, a direito, é muito maior do que se eu me colocasse na posição de quem escreve. No fundo, ao escrever estou colocado na posição de quem fala."
conclusão
Em  Memorial  do Convento, a linguagem não é utilizada apenas como efeito ornamental, mas sim para comprometer o romance com a estética que o guia. Todas as características particulares da escrita de Saramago  originam um discurso próximo da oralidade e espontâneo, estabelecendo-se como que uma relação entre o narrador e o leitor. Com a sua escrita, Saramago consegue criar um ritmo de escrita próximo da poesia, conseguindo conjugar diferentes figuras de estilo, utilizando aforismos, provérbios e ditados populares, originando uma nova forma de utilizar a pontuação, recorrendo a marcas  características  do discurso oral,construindo efeitos irônicos, sarcásticos e humorísticos e entrelaçando o seu discurso com outros discursos literários e jogos de conceitos típicos do Barroco. Como narrador de O Memorial do Convento, o próprio Saramago, explica sua opção pela recuperação da imaginação na escrita: "...fingindo, passam então as histórias a ser mais verdadeiras que os casos  verdadeiros que elas contam...".
Referências Bibliográficas http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/m/memorial_do_convento
Agradecemos  pela  atenção  de vocês....

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Til 3ª C 2013
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Til 3ª A - 2013
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Til 3ª B - 2013
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Memorial do Convento 3ª E - 2011

  • 1. Profª Irene dias ribeiro Profª :Maria Inês Vitorinoalunos :anaclaudia l. rodrigueswesley a. netto nascimento 3ª e - 2011
  • 2. MENMORIAL DO CONVENTO
  • 5. José Saramago nasceu na vila de Azinhaga, no conselho da Golegã, de uma família de pais e avós agricultores. A sua vida é passada em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas dois anos de idade. Dificuldades econômicas impedem-no de entrar na universidade. Demonstra desde cedo interesse pelos estudos e pela cultura, sendo que esta curiosidade perante o Mundo o acompanhou até à morte. Formou-se numa escola técnica.
  • 6. O seu primeiro emprego foi de serralheiro mecânico. Fascinado pelos livros, visitava, à noite, com grande freqüência, a Biblioteca Municipal Central — Palácio Galveias. Aos 25 anos, publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), no mesmo ano de nascimento da sua filha, Violente, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e com quem permaneceu até 1970.
  • 7. Da experiência vivida nos jornais, restaram quatro crônicas: Deste Mundo e do Outro, 1971. A Bagagem do viajante, 1973.  As Opiniões que o DL Teve, 1974 e Os Apontamentos, 1976. Mas não são as crônicas, nem os contos, nem o teatro os responsáveis por fazer de Saramago um dos autores portugueses de maior destaque - esta missão está reservada aos seus romances, gênero a que retorna em 1977.
  • 8. RESUMO DO ENRREDO
  • 9. Apesar  de ter  sido trazida da Áustria já há dois anos, especialmente para gerar  o sucessor  ao trono de D. João V, rei de Portugal, a rainha D. Maria Ana Josefa parece não conseguir  engravidar. Sendo o rei um símbolo de virilidade, mas é ela considerada infértil e, conseqüentemente, a única culpada pelo fato de o rei ainda não ter tido herdeiros. Quando, ao cair da noite, o rei se prepara para ir ao quarto da rainha para mais uma tentativa, chega ao palácio D. Nuno da Cunha, bispo inquisidor, acompanhado de um  velho frade franciscano, Antônio de S. José, que propõe uma solução para o problema do rei. Diz o frade que a rainha engravidaria assim que o rei prometesse construir um convento para os frades da ordem dos  franciscanos na vila de Mafra. Feita a promessa, o casal real vai para o quarto. Depois de consumado o ato sexual, rei e rainha dormem e sonham cada um com seus próprios desejos, suas diferentes fantasias: ela sonha que tem um encontro amoroso com seu cunhado, o Infante.
  • 10. Passado o "entrudo" , como de costume, durante a quaresma as ruas se encheram  de gente que fazia cada um suas penitências. Segundo a tradição, a quaresma era a única época em que as mulheres podiam percorrer as igrejas sozinhas e assim gozar de uma rara liberdade que lhes permitia até mesmo de se encontrarem com seus amantes secretos. Porém, D. Maria Ana não podia gozar dessas liberdades pois, além de ser rainha, agora se encontrava grávida. Assim, tendo ido para a cama cedo, consolou se em sonhar  outra vez  com D.Francisco, seu cunhado. Passada a quaresma, todas as mulheres retornaram para a reclusão de suas casas.
  • 11. Não somente por causa da gravidez de cinco meses, mas também por estar de luto pela morte de seu irmão, a rainha Maria Ana deixa de freqüentar o grande auto­de­fé na praça do Rossio em Lisboa, evento muito popular, que já há dois anos não ocorria. Ali seriam  castigados pela Inquisição diversos casos de heresia. Entre os condenados pelo Santo Ofício, um é focalizado com maior destaque. É Sebastiana Maria de Jesus, acusada de ser feiticeira e cristã nova . Sebastiana, durante alguns parágrafos, torna se a narradora da história. Sebastiana Maria de Jesus tem uma filha de 19 anos: Blimunda, jovem de poderes sobrenaturais, que assiste à procissão ao lado do padre Bartolomeu Lourenço. Perto dela está um homem, Baltasar Mateus, o Sete Sóis, a quem ela se dirige e cujo nome procura saber.
  • 12. Depois de o padre sair, Blimunda convida Baltasar para que fique morando em sua casa, pelo menos até que ele tivesse que voltar  a Mafra . No dia seguinte, ao acordar, Blimunda, sem abrir  os olhos, come um pedaço de pão e promete a Baltasar  que nunca o olharia "por dentro". Começa aqui a fiel e duradoura amizade entre os  três personagens que se contrapõem aos personagens da família real, heróis da historiografia oficial. Inicia se também a relação amorosa entre Baltasar e Blimunda, que ocupará o centro da narrativa. Ao encontrar se com o padre Bartolomeu Lourenço, que estava procurando usar sua influência no palácio para conseguir dinheiro. Baltasar fica sabendo que o padre era conhecido.
  • 13. como "o  Voador", por  ter  criado uma máquina a qual todos ridicularizam, chamando de "a  passarola". Baltasar aceita o convite do padre para ser seu ajudante no projeto de construir a tal "máquina de voar", mas enquanto não chega o dinheiro para o material necessário, fica trabalhando em um açougue. Enquanto isso, no palácio, para decepção do rei, a rainha dá à luz  uma menina, Maria Xavier  Francisca Leonor  Bárbara, que é batizada por  sete bispos. Apesar  de o frade Antônio de S. José já ter  morrido quando do nascimento da criança, a promessa do rei de construir o convento seria mantida.
  • 14. Enquanto no palácio nascia D. Pedro, segundo filho da família real, e o rei viajava a Mafra para escolher o lugar onde seria erguido o convento monumental, Baltasar e Blimunda mudam se para a abigodaria na quinta do duque de Aveiro, amigo do rei, em S. Sebastião da Pedreira. Além de proporcionar lhe o lugar de trabalho, o rei, que se interessara pelo projeto do padre como uma criança se interessa por  um brinquedo novo, com sua amizade e influência protegia o padre das garras da Inquisição que, caso viesse a saber dos projetos do padre, teria motivos suficientes para acasalo de heresia. Na quinta do duque de Aveiro, Padre Bartolomeu, com a ajuda de Baltasar e Blimunda, prossegue na construção da passarola. Decide, então, partir à Holanda, onde dizem que os sábios conhecem os mistérios da alquimia e a natureza do éter ,
  • 15. o único elemento que, segundo ele, estava faltando para que sua invenção fosse concluída. Baltasar e Blimunda, depois que o padre parte, decidem mudar­se para Mafra , terra natal de Baltasar. Antes de partir, o casal decide assistir, ao invés de mais um auto­de­fé que seria realizado na praça do Rossio, a uma outra festa popular, a tourada. Assim como os  autos-e­fé , as touradas sempre terminavam  com  um  forte cheiro de carne queimada, proveniente do churrasco realizado no final da festa. Ao chegar à casa da família em Mafra , acompanhado de Blimunda, Baltasar  é recebido por  sua mãe, Marta Maria, já que João Francisco, seu pai, estava trabalhando no campo. Baltasar fica sabendo que sua única irmã, Inês Antônia, estava casada com Álvaro "Pedreiro" Diogo
  • 17. 1. Personagens Históricos D. João QuintoD. Ana Maria Josefa, princesa austríaca que se tornou rainha de Portugal, casada com D. João V. A história a descreve como beata, submissa e medrosa. Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, brasileiro, nascido em 1685, apelidado de "O Voador" por ter inventado a passarola (aeróstato); morto em 1724, dado como louco pela Inquisição. Giuseppe Domenico Scarlatti (Nápoles, 26 de outubro de 1685 — Madrid, 23 de julho de 1757) foi um compositor italiano
  • 18. “Filho do também músico e compositor Alessandro Scarlatti, suas maiores contribuições para a música foram suas sonatas para teclado em um único movimento, em que empreendeu abordagens harmônicas bastante inovadoras, apesar de ter composto também obras para orquestra e voz. Embora tenha vivido no período que corresponde ao auge da música barroca européia, suas composições, mais leves e homofônicas, têm estilo mais próximo daquele do início do período clássico.”
  • 19. 2. Personagens de ficção  Blimunda de Jesus (Blimunda Sete-Luas) - é uma criatura diferente: enxerga as pessoas "por dentro" se estiver em jejum.Tem 19 anos, é forte, decidida, ama Baltazar assim que o vê, sabia que ele seria seu amor para sempre:
  • 20. "Correu algum sangue sobre a esteira. Com as pontas dos dedos médio e indicador umedecidos nele, Blimunda persignou-se e fez uma cruz no peito de Baltazar, sobre o coração. Estavam ambos nus."Baltazar Mateus (Baltazar Sete-Sóis) - fora soldado e, na guerra, perdera a mão esquerda: Tem 26 anos, é forte e destemido. Também sabe que terá Blimunda para sempre.
  • 21. Outras personagens  "- João Elvas, Manuel Milho, José pequeno, Álvaro Diogo e Inês Antônia (cunhado e irmã de Baltazar), Marta Maria (mãe de Baltazar) e João Francisco (pai de Baltazar).
  • 23. No romance existem alguns espaços nomeados: 1. O palácio que abriga a nobreza de D. João V, por onde o clero transita com facilidade; 
  • 24. 2. As ruas de Lisboa, sempre cheias da "arraia-miúda", o povo pobre, faminto; 
  • 25. 3. A quinta (chácara) para onde vão Blimunda e Baltazar construir a Passarola; 
  • 26. 4. A cidade de Mafra e os arredores.
  • 27. O tempo O tempo narrativo é do tipo cronológico e está inserido entre duas datas: "dezessete de novembro deste ano da graça de 1717" e , como indica o último capítulo, a data da morte do escritor e comediógrafo brasileiro Antônio José da Silva, o Judeu, autor das Guerra de Alecrim e Manjerona, em 1739.
  • 28. .Ou seja, a história que vamos analisar tem duração temporal de 22 anosO volume percorre um período de aproximadamente 30 anos na História de Portugal à época da Inquisição. O cenário é rico, registrando não só o fato histórico, mas reconstituindo a vivência popular, numa viagem a diferentes povoados ao redor de Lisboa.
  • 30. O foco narrativo do romance é do tipo cambiante/deslizante, isto é, mistura das  falas;também chamado múltiplo, com predominância em 3 a . pessoa. A  voz  do narrador  faz  comentários satíricos com freqüência e entra em contradição com os dados  históricos oferecidos anteriormente.
  • 31. "Já  se deitaram. Esta é a cama que veio da Holanda quando a rainha veio da Áustria, mandada fazer de propósito pelo rei, a cama, a quem custou setenta e cinco mil cruzados, que em Portugal não há artífices de tanto primor, e, se os houvesse, sem dúvida ganhariam menos.
  • 32. A desprevenido olhar nem se sabe se é de madeira o magnífico móvel, coberto como está pela armação preciosa, tecida e bordada de florões e relevos de ouro, isto não falando do dossel que poderia servir para cobrir o papa. Quando a cama aqui foi posta e armada ainda não haviapercevejos  nela, tão nova era, mas depois, com  o uso, o calor  dos  corpos, as migrações  no interior  do palácio, ou da cidade para dentro, rica de matéria e adorno não se lhe pode aproximar um trapo a arder para queimar o enxame, não há mais remédio, ainda não o sendo, que pagar a Santo Aleixo cinqüenta réis por ano, a ver se livra a rainha e a nós todos da praga e da coceira."
  • 33. “Esta é a cama que veio da Holanda(...)"  "Este que por desafrontada aparência, sacudir da espada e desaparelhadas vestes, ainda que descalço, parece soldado, é Baltazar Mateus.
  • 34. LINGUAGEM E ESTILO
  • 35. "Cada frase, ou discurso, ou o período, cria-se dentro de mim mais como uma fala do que como uma escrita. A possibilidade da espontaneidade, a possibilidade do discurso em linha recta, enfim, a direito, é muito maior do que se eu me colocasse na posição de quem escreve. No fundo, ao escrever estou colocado na posição de quem fala."
  • 37. Em Memorial do Convento, a linguagem não é utilizada apenas como efeito ornamental, mas sim para comprometer o romance com a estética que o guia. Todas as características particulares da escrita de Saramago originam um discurso próximo da oralidade e espontâneo, estabelecendo-se como que uma relação entre o narrador e o leitor. Com a sua escrita, Saramago consegue criar um ritmo de escrita próximo da poesia, conseguindo conjugar diferentes figuras de estilo, utilizando aforismos, provérbios e ditados populares, originando uma nova forma de utilizar a pontuação, recorrendo a marcas características do discurso oral,construindo efeitos irônicos, sarcásticos e humorísticos e entrelaçando o seu discurso com outros discursos literários e jogos de conceitos típicos do Barroco. Como narrador de O Memorial do Convento, o próprio Saramago, explica sua opção pela recuperação da imaginação na escrita: "...fingindo, passam então as histórias a ser mais verdadeiras que os casos verdadeiros que elas contam...".
  • 39. Agradecemos pela atenção de vocês....