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MACHADO DE ASSIS
Profª. Ms. Daniele OnoderaProfª. Ms. Daniele Onodera
Os funcionários do cais do porto do Rio
de Janeiro já estavam acostumados com
a cena. Quando um velho bem vestido,
de óculos finos e barba saliente,
começasse a sentir “umas coisas
esquisitas”, como costumava dizer,
era hora de levá-lo à pressas para o
sobrado charmosos da rua Cosme Velho.
Depois de babar, dormir um pouco,
dois ou três copos de água fria
jogados no rosto. Machado de
Assis despertava novamente e com
sua habitual timidez perguntava a
Carolina, sua esposa: “Alguém me
viu assim?”
Nasceu em 21 de junho 1839, no
Morro do Livramento na cidade do
Rio de Janeiro;
 Filho de um mulato pintor de
paredes e de uma imigrante
portuguesa;
Sua única irmã, morreu
prematuramente;
 Órfão de mãe ganha uma
madrasta que acabará de
criá-lo após a morte do pai.
“As dificuldades
financeiras da
juventude fizeram de
Machado de Assis um
sujeito sempre em
busca da superação”
1856 - Trabalha como tipó-
grafo na Imprensa Nacional;
1869 – Casa-se com Carolina
Xavier de Novais.
1873 - É nomeado primeiro
oficial da Secretaria de Estado
do Ministério da Cultura.
1892 – Diretor Geral do
Ministério da Viação;
 1897 –
É eleito
presidente da
recém-fundada
Academia
Brasileira de
Letras.
1904 – Morre sua esposa;
“Durante anos, colocava o prato
para a mulher, nas refeições. Também
manteve intacta a escova de cabelo,
com os fios dourados”
“ Sem filhos nem parentes
próximos, o bruxo do Cosme
Velho não resistia às úlceras
na língua, transformadas em
câncer por causa das mordidas
durante as crises de epilepsia”
Morre em 29 de setembro de
1908 em sua casa na rua do
Cosme Velho.
Quando lhe perguntaram
se queria um padre para a
extrema-unção foi
categórico:“Isso seria uma
hipocrisia!”
 Fase romântica ou de
amadurecimento;
 Fase realista ou de
maturidade.
Principais obras:
Ressurreição
Helena
A mão e a luva
Iaiá Garcia
Análise psicológica (digressões)
Temas profundos ( identidade/
relação entre o real e o imaginado)
Investigação sociológica
(submissão/egoísmo/ sátira às
correntes científicas)
Ruptura da narrativa linear
Universalismo
Pessimismo (niilista)
Ironia e humor negro
Intertextualidade
Narrador “intrometido”
(conversa com o leitor)
O grande processo da
obra machadiana está no
processo de duvidar
constantemente daquilo
que parece óbvio. Tudo é
incerto, desde que visto
com profundidade e
Quincas Borba (1891)
Esaú e Jacó (1904)
Memorial de Aires
(1908)
Dom Casmurro (1899)
Cartaz do filme Dom
Capitu
pintura de Rocha Ferreira
Memórias Póstumas de
Brás Cubas (1881)
Obra
inaugural do
Realismo
brasileiro
Cartaz do filme Memórias Póstumas
Papéis Avulsos (1882)
Cartaz do filme A cartomante
adaptação de um dos contos mais
famosos de Machado de Assis
DOM
CASMURRO
ENREDO
A obra narra em primeira
pessoa a história de
Bentinho que, por
circunstâncias várias, vai
se fechando em si mesmo e
passa a ser conhecido
como Dom Casmurro.
      Órfão de pai, criado com
desvelo pela mãe,
protegido do mundo pelo
círculo doméstico e familiar
, é destinado à vida
sacerdotal, em
cumprimento a uma antiga
promessa de sua mãe.
O SEMINÁRIO
X
CAPITU
Intervenções de
JOSÉ DIAS
Aflições de
D. GLÓRIA
      Correm os anos e com
eles o amor de Bentinho e
Capitu. Entre o namoro e o
casamento, Bentinho se
forma em Direito e estreita a
sua amizade com um ex-
colega de seminário,
Escobar, que acaba se
casando com Sancha, amiga
de Capitu.
SANCHA E ESCOBAR
CAPITU (filha do casal)
CAPITU E BENTINHO
EZEQUIEL
(filho do casal)
A MORTE DE ESCOBAR
OS OLHOS DE
RESSACA
D
Ú
V
I
D
A
Bentinho muito ciumento,
chega a planejar o
assassinato da esposa e
do filho, seguido pelo seu
suicídio, mas não tem
coragem. A tragédia dilui-
se na separação do casal.
Capitu viaja com o filho
para a Europa, onde
morre anos depois.
Ezequiel, já moço, volta
ao Brasil para visitar o
pai, que apenas constata
a semelhança entre e
antigo colega de
seminário. Ezequiel volta
a viajar e morre no
estrangeiro.
Bentinho, cada vez
mais fechado em usas
dúvidas, passa a ser
chamado de Casmurro
pelos amigos e
vizinhos e põe-se a
escrever de sua vida
(o romance).
 Dom Casmurro é narrado
em primeira pessoa pelo
protagonista .
VISÃO SUBJETIVA E
UNILATERAL
 O romance é construído a
partir de um flash-back,
narrado por um personagem
solitário o qual procura "atar as
duas pontas da vida"
Infância X Velhice
 O título do livro reflete uma
das características mais
marcantes do protagonista
masculino no crepúsculo da
existência: a visão amarga e
doída de quem foi traído e
machucado pela vida.
 O romance se compõe de
148 capítulos curtos, com títulos
bem precisos, que refletem o
seu conteúdo.
A narrativa vai lenta até o
capítulo XCVII
 Lugar da ação:
Rio de Janeiro da época do
Império -
há inúmeras referências a
lugares, ruas, bairros, praças,
teatros, salões de baile que
evocam essa cidade imperial.
 O TEMPO
É predominantemente
psicológico - que se passa
dentro das personagens.
 Capitu
      Inteligente, prática,
personalidade forte e marcante.
Capitu acaba se tornando a dona
do romance.
(ela era muito mais mulher
do que Bentinho, homem)
 Dom Casmurro
      O perfil do protagonista
masculino pode ser
      acompanhado em três fases:
1.Bentinho
2.Dr. Bento Fernandes Santiago
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 D. Glória
      Mãe de Bentinho, assume as
rédeas da casa com a morte do
marido. Ao longo do romance,
revela-se religiosa, apegada às
tradições e ao passado.
(Tio Cosme, Prima Justina, Padre Cabral)
 José Dias
      Era agregado da família e
gostava muito de Bentinho.
      Bajulador e de idéias chochas,
realçava-as com superlativo, que
passa a ser sua marca registrada:
“José Dias amava os superlativos”
 Escobar
      Muito amigo de Bentinho
(colegas de seminário), Escobar
era casado com Sancha e revela-
se um tanto quanto misterioso.
Teria participado do “trio”
cantado por Dom Casmurro,
formando o triângulo amoroso
que suspeita o narrador?
 Ezequiel
     
É o filho de dom Casmurro com
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      chamado pelo pai de
“filho do homem”
 Como personagens
secundários destacam-se
ainda:
 Pádua (pai de Capitu)
 Fortunata (mãe de Capitu)
 Sancha (amiga de Capitu e
casada com Escobar)
POSSIBILIDADES DE
ANÁLISE DAS
OBRAS
MACHADIANAS
 O escritor universal;
 O escritor filósofo;
 O escritor
autobiográfico;
 O escritor histórico.
 A linguagem é
marcadamente acadêmica:
clássica, bem cuidada, regida
pelas normas de correção
gramatical.
Tendência para a frase
      sentenciosa e
proverbial, como aquela em
que compara a vida com uma
ópera, atribuída ao tenor
Marcolini:
“A vida é uma ópera”.
 Digressões:
Uso freqüente de alusões,
referências e citações que
vão como que confirmando
as suas idéias e
pensamentos
 Conversa com o leitor
“Mas eu creio que não, e tu
concordarás comigo; se te
lembras bem da Capitu
menina...” (Cap. CXLVIII).
 Retrato da burguesia:
Personagens, quase sempre
bem situadas na vida, sem
necessidade de trabalhar.
 Personagens
masculinos:
Medíocres, de inteligência
estreita e valores rasos.
 Personagens femininas:
Frívolas, vaidosas, com
interesses superficiais, detêm o
domínio do jogo amoroso e da
manipulação do outro.
 ANTICLÍMAX:
Cria conflitos com
possibilidades de resolução
aparentemente previsíveis e
frustra as deduções do leitor.
 Ironia
Humor negro
Niilismo (filosofia da
negação total de tudo/
pessimismo absoluto)
HÁ INÚMERAS
CITAÇÕES BÍBLICAS
AO LONGO DA OBRA
No capítulo 80 –
“Venhamos ao Capítulo” –
temos a seguinte passagem:
“Não faças mal algum a teu
filho, conheci que temes a
Deus.”;
Essa passagem da Bíblia é muito
interessante e mais que isso é
notar a ênfase que Bentinho
atribui a sua ida ao seminário,
por comparar essa passagem ao
fato de que sua mãe esperava a
absolvição de Deus, pois ela não
queria que seu filho único fosse
realmente para o seminário.
 Machado de Assis vê a
infância como o pilar que
sustenta o adulto: o
caráter e as tendências se
forjam no forno da
infância. Como ele dizem
Memórias Póstumas, “o
menino é pai do homem”
 Ao apresentar o perfil de
Capitu, Machado de Assis
revela traços da
psicologia feminina: a arte
de dissimular e a
capacidade que tem a
mulher para sair-se bem
de situações embaraçosas.
 Romance de velhos.
Sem dúvida, é licito
afirmar que, filtrada pela
ótica do narrador,
Machado de Assis insinua
que a existência humana
sempre desemboca na
casmurrice e na solidão.
 Tudo vai-se
desfazendo com o
crepúsculo da
existência humana .
 Solidão e sensação de
vazio e perda qual se
acentua e dói ainda mais
com a consciência da
irreversibilidade do tempo.
 Como é próprio da
literatura realista (e
sobretudo de Machado de
Assis) um dos propósitos
do livro é desmascarar o
ser humano, revelando a
precariedade e a hipocrisia
das relações sociais .
 ANTICLERICALISMO
BENTO X CAPITU
A verdadeira questão não
seria: como a mentira é
fundamental para a
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  • 1. MACHADO DE ASSIS Profª. Ms. Daniele OnoderaProfª. Ms. Daniele Onodera
  • 2.
  • 3. Os funcionários do cais do porto do Rio de Janeiro já estavam acostumados com a cena. Quando um velho bem vestido, de óculos finos e barba saliente, começasse a sentir “umas coisas esquisitas”, como costumava dizer, era hora de levá-lo à pressas para o sobrado charmosos da rua Cosme Velho.
  • 4. Depois de babar, dormir um pouco, dois ou três copos de água fria jogados no rosto. Machado de Assis despertava novamente e com sua habitual timidez perguntava a Carolina, sua esposa: “Alguém me viu assim?”
  • 5. Nasceu em 21 de junho 1839, no Morro do Livramento na cidade do Rio de Janeiro;  Filho de um mulato pintor de paredes e de uma imigrante portuguesa;
  • 6. Sua única irmã, morreu prematuramente;  Órfão de mãe ganha uma madrasta que acabará de criá-lo após a morte do pai.
  • 7. “As dificuldades financeiras da juventude fizeram de Machado de Assis um sujeito sempre em busca da superação”
  • 8. 1856 - Trabalha como tipó- grafo na Imprensa Nacional; 1869 – Casa-se com Carolina Xavier de Novais.
  • 9. 1873 - É nomeado primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Cultura. 1892 – Diretor Geral do Ministério da Viação;
  • 10.  1897 – É eleito presidente da recém-fundada Academia Brasileira de Letras.
  • 11. 1904 – Morre sua esposa; “Durante anos, colocava o prato para a mulher, nas refeições. Também manteve intacta a escova de cabelo, com os fios dourados”
  • 12. “ Sem filhos nem parentes próximos, o bruxo do Cosme Velho não resistia às úlceras na língua, transformadas em câncer por causa das mordidas durante as crises de epilepsia”
  • 13. Morre em 29 de setembro de 1908 em sua casa na rua do Cosme Velho. Quando lhe perguntaram se queria um padre para a extrema-unção foi categórico:“Isso seria uma hipocrisia!”
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  • 15.  Fase romântica ou de amadurecimento;  Fase realista ou de maturidade.
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  • 18. Análise psicológica (digressões) Temas profundos ( identidade/ relação entre o real e o imaginado)
  • 19. Investigação sociológica (submissão/egoísmo/ sátira às correntes científicas) Ruptura da narrativa linear Universalismo Pessimismo (niilista)
  • 20. Ironia e humor negro Intertextualidade Narrador “intrometido” (conversa com o leitor)
  • 21. O grande processo da obra machadiana está no processo de duvidar constantemente daquilo que parece óbvio. Tudo é incerto, desde que visto com profundidade e
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  • 26. Dom Casmurro (1899) Cartaz do filme Dom Capitu pintura de Rocha Ferreira
  • 27. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) Obra inaugural do Realismo brasileiro Cartaz do filme Memórias Póstumas
  • 28. Papéis Avulsos (1882) Cartaz do filme A cartomante adaptação de um dos contos mais famosos de Machado de Assis
  • 30. ENREDO A obra narra em primeira pessoa a história de Bentinho que, por circunstâncias várias, vai se fechando em si mesmo e passa a ser conhecido como Dom Casmurro.
  • 31.       Órfão de pai, criado com desvelo pela mãe, protegido do mundo pelo círculo doméstico e familiar , é destinado à vida sacerdotal, em cumprimento a uma antiga promessa de sua mãe.
  • 32. O SEMINÁRIO X CAPITU Intervenções de JOSÉ DIAS Aflições de D. GLÓRIA
  • 33.       Correm os anos e com eles o amor de Bentinho e Capitu. Entre o namoro e o casamento, Bentinho se forma em Direito e estreita a sua amizade com um ex- colega de seminário, Escobar, que acaba se casando com Sancha, amiga de Capitu.
  • 34. SANCHA E ESCOBAR CAPITU (filha do casal) CAPITU E BENTINHO EZEQUIEL (filho do casal)
  • 35. A MORTE DE ESCOBAR OS OLHOS DE RESSACA D Ú V I D A
  • 36. Bentinho muito ciumento, chega a planejar o assassinato da esposa e do filho, seguido pelo seu suicídio, mas não tem coragem. A tragédia dilui- se na separação do casal.
  • 37. Capitu viaja com o filho para a Europa, onde morre anos depois.
  • 38. Ezequiel, já moço, volta ao Brasil para visitar o pai, que apenas constata a semelhança entre e antigo colega de seminário. Ezequiel volta a viajar e morre no estrangeiro.
  • 39. Bentinho, cada vez mais fechado em usas dúvidas, passa a ser chamado de Casmurro pelos amigos e vizinhos e põe-se a escrever de sua vida (o romance).
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  • 41.  Dom Casmurro é narrado em primeira pessoa pelo protagonista . VISÃO SUBJETIVA E UNILATERAL
  • 42.  O romance é construído a partir de um flash-back, narrado por um personagem solitário o qual procura "atar as duas pontas da vida" Infância X Velhice
  • 43.  O título do livro reflete uma das características mais marcantes do protagonista masculino no crepúsculo da existência: a visão amarga e doída de quem foi traído e machucado pela vida.
  • 44.  O romance se compõe de 148 capítulos curtos, com títulos bem precisos, que refletem o seu conteúdo. A narrativa vai lenta até o capítulo XCVII
  • 45.  Lugar da ação: Rio de Janeiro da época do Império - há inúmeras referências a lugares, ruas, bairros, praças, teatros, salões de baile que evocam essa cidade imperial.
  • 46.  O TEMPO É predominantemente psicológico - que se passa dentro das personagens.
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  • 48.  Capitu       Inteligente, prática, personalidade forte e marcante. Capitu acaba se tornando a dona do romance. (ela era muito mais mulher do que Bentinho, homem)
  • 49.  Dom Casmurro       O perfil do protagonista masculino pode ser       acompanhado em três fases: 1.Bentinho 2.Dr. Bento Fernandes Santiago 3.Dom Casmurro.
  • 50.  D. Glória       Mãe de Bentinho, assume as rédeas da casa com a morte do marido. Ao longo do romance, revela-se religiosa, apegada às tradições e ao passado. (Tio Cosme, Prima Justina, Padre Cabral)
  • 51.  José Dias       Era agregado da família e gostava muito de Bentinho.       Bajulador e de idéias chochas, realçava-as com superlativo, que passa a ser sua marca registrada: “José Dias amava os superlativos”
  • 52.  Escobar       Muito amigo de Bentinho (colegas de seminário), Escobar era casado com Sancha e revela- se um tanto quanto misterioso. Teria participado do “trio” cantado por Dom Casmurro, formando o triângulo amoroso que suspeita o narrador?
  • 53.  Ezequiel       É o filho de dom Casmurro com Capitu, pejorativamente       chamado pelo pai de “filho do homem”
  • 54.  Como personagens secundários destacam-se ainda:  Pádua (pai de Capitu)  Fortunata (mãe de Capitu)  Sancha (amiga de Capitu e casada com Escobar)
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  • 57.  O escritor universal;  O escritor filósofo;
  • 58.  O escritor autobiográfico;  O escritor histórico.
  • 59.  A linguagem é marcadamente acadêmica: clássica, bem cuidada, regida pelas normas de correção gramatical.
  • 60. Tendência para a frase       sentenciosa e proverbial, como aquela em que compara a vida com uma ópera, atribuída ao tenor Marcolini: “A vida é uma ópera”.
  • 61.  Digressões: Uso freqüente de alusões, referências e citações que vão como que confirmando as suas idéias e pensamentos
  • 62.  Conversa com o leitor “Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina...” (Cap. CXLVIII).
  • 63.  Retrato da burguesia: Personagens, quase sempre bem situadas na vida, sem necessidade de trabalhar.
  • 64.  Personagens masculinos: Medíocres, de inteligência estreita e valores rasos.
  • 65.  Personagens femininas: Frívolas, vaidosas, com interesses superficiais, detêm o domínio do jogo amoroso e da manipulação do outro.
  • 66.  ANTICLÍMAX: Cria conflitos com possibilidades de resolução aparentemente previsíveis e frustra as deduções do leitor.
  • 67.  Ironia Humor negro Niilismo (filosofia da negação total de tudo/ pessimismo absoluto)
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  • 70. No capítulo 80 – “Venhamos ao Capítulo” – temos a seguinte passagem: “Não faças mal algum a teu filho, conheci que temes a Deus.”;
  • 71. Essa passagem da Bíblia é muito interessante e mais que isso é notar a ênfase que Bentinho atribui a sua ida ao seminário, por comparar essa passagem ao fato de que sua mãe esperava a absolvição de Deus, pois ela não queria que seu filho único fosse realmente para o seminário.
  • 72.  Machado de Assis vê a infância como o pilar que sustenta o adulto: o caráter e as tendências se forjam no forno da infância. Como ele dizem Memórias Póstumas, “o menino é pai do homem”
  • 73.  Ao apresentar o perfil de Capitu, Machado de Assis revela traços da psicologia feminina: a arte de dissimular e a capacidade que tem a mulher para sair-se bem de situações embaraçosas.
  • 74.  Romance de velhos. Sem dúvida, é licito afirmar que, filtrada pela ótica do narrador, Machado de Assis insinua que a existência humana sempre desemboca na casmurrice e na solidão.
  • 75.  Tudo vai-se desfazendo com o crepúsculo da existência humana .
  • 76.  Solidão e sensação de vazio e perda qual se acentua e dói ainda mais com a consciência da irreversibilidade do tempo.
  • 77.  Como é próprio da literatura realista (e sobretudo de Machado de Assis) um dos propósitos do livro é desmascarar o ser humano, revelando a precariedade e a hipocrisia das relações sociais .
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  • 80. A verdadeira questão não seria: como a mentira é fundamental para a manutenção das relações sociais, das relações humanas?”
  • 81. “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro” (Drummond em homenagem ao autor no poema “A um Bruxo com Amor”)