Refletindo sobre a influência do jogo no ensino e aprendizagem da matematica completa
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Portanto, o papel do professor é fundamental diante de uma proposta de jogo,
pois é ele quem vai definir os objetivos das atividades, visando uma melhor
compreensão dos conteúdos matemáticos.
O presente trabalho investigou sobre o que pensam os professores com relação
à utilização dos jogos nas aulas de matemática de Sa a 8a séries do Ensino
Fundamental em escolas públicas e privadas no município de Ponta Grossa - Paraná.
Teve como objetivos norteadores: verificar a importância dos jogos na construção do
conhecimento matemático; investigar como e quando utilizar os jogos nas aulas de
matemática e descrever a percepção dos professores de matemática acerca dos jogos
no ensino e aprendizagem da matemática.
Para a realização deste trabalho, partiu-se das seguintes hipóteses: os
professores, preocupados com as dificuldades que os alunos apresentam em relação à
aprendizagem dos conteúdos matemáticos, utilizam os jogos sem uma constante
reflexão sobre o trabalho; o jogo pode servir como incentivo para introduzir novos
conceitos matemáticos e/ou fixar conhecimentos adquiridos anteriormente; a escolha
de um jogo e a apresentação do mesmo, para ser aplicado nas aulas de matemática,
fica sob a responsabilidade do professor.
Para atingir os objetivos propostos no trabalho, realizou-se uma pesquisa
bibliográfica que é um levantamento de produções existentes sobre o tema escolhido e
que possibilitou a construção de um referencial teórico, o qual sustenta as reflexões do
pesquisador em torno do objeto de pesquisa.
Realizou-se também uma pesquisa de campo que, segundo Bogdane Biklen
(1994), é uma forma de investigação qualitativa que tem comocaracterística importante
.à aproximação do investigador com o local de estudo e a preocupação com o contexto.
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o trabalho de campo foi feito através de entrevista estruturada, a qual consiste em
perguntas previamente elaboradas sobre o trabalho em questão, feitas a doze
professores de escolas públicas e privadas da comunidade.
Após a coleta de dados esboçou-se a análise dos mesmos, fase da pesquisa
que tem a finalidade de compreender os dados coletados, confirmar ou não os
pressupostos da pesquisa e ampliar conhecimentos sobre o assunto.
O referido trabalho delineou-se em três capítulos. a saber:
• no primeiro capítulo, registra-se um breve estudo sobre o jogo, o
brinquedo e a importância destes no desenvolvimento da criança;
• no segundo capítulo, aborda-se o jogo no contexto pedagógico e sua
importância no ensino e aprendizagem da matemática;
• no terceiro capítulo, apresenta-se a percepção dos professores sobre o
jogo no ensino e aprendizagem da matemática, a análise e reflexões da
autora.
Dessa forma, aspira-se contribuir com os professores que utilizam o jogo na sua
prática pedagógica e mostrar àqueles que não utilizam, a sua importância no
desenvolvimento social e cultural do aluno e na aprendizagem de conteúdos
matemáticos.
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CAPíTULO 1
O JOGO E O BRINQUEDO: SUA IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA
1.1 UM ESTUDO SOBRE O BRINQUEDO
Segundo Brougére (1995), a criança, desde o nascimento, está inserida em um
grupo social, necessitando interagir e conviver com o grupo. Desenvolver o sentimento
coletivo e de cooperação entre os elementos de uma sociedade é um processo de
socialização.
Encaramos a socialização como o conjunto de processos que permitem à
criança se integrar ao "socíus", assimilando seus códigos, o que lhe permite
instaurar uma comunicação com os outros membros da sociedade, tanto no
plano verbal quanto no não-verbal. (BROUGERE, 1995, p. 61 e 62)
Para Brougére, a socialização da criança se dá através de múltiplas interações
entre ela e o grupo, das quais podemos destacar a brincadeira. Esta é uma atividade
espontânea que não busca nenhum resultado além do prazer que ela proporciona à
criança. É uma atividade lúdica que não pode ser delimitada e que tem como seu maior
suporte o brinquedo.
Kishimoto (1999), define a brincadeira como um processo de relações entre
indivíduos, portanto de cultura. As crianças brincam com temas que representam seu
ambiente, sua cultura, e que aparecem no contexto da vida diária. Através da
brincadeira a criança manipula valores sociais e culturais.
Para Brogére (1995), o brinquedo é um objeto infantil, distinto e específico que
permite ações e manipulações. Não é definido por uma função precisa, pois é
manipulado livremente e não está condicionado a regras. O brinquedo é marcado pelo
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domínio do valor simbólico sobre a função. A dimensão simbólica torna-se sua função
principal e está na apropriação, na imaginação e na interpretação quea criança faz do
brinquedo.
Segundo (BROUGERE, 1995, p. 14),
o brinquedo é, assim, um fornecedor de representações manipuláveis, de
imagens com volume: está aí, sem dúvida, a grande originalidade e
especificidade do brinquedo que é trazer a terceira dimensão para o mundo da
representação. É claro que essa imagem manipulável deve ser adaptada à
criança no que diz respeito ao seu conteúdo quanto na sua forma, para ser
verdadeiramente reconhecida como brinquedo.
Assim, o brinquedo tem como características essenciais: ser uma imagem num
objeto, conter funções lúdicas, dar possibilidades de manipulações que devem estar
em harmonia com as representações sugeri das.
Um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais
para que possa manipulá-Io. Ele estimula a representação da realidade. "O brinquedo
propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criador do objeto
lúdico".(KISHIMOTO, 1999, p. 19).
Segundo a Revista do Professor (1993, nO 34), o brinquedo ajuda no
desenvolvimento sócio-emocional, físico e mental da criança, além de proporcionar
divertimento. Para a sua escolha deve-se levar em consideração três aspectos: os
princípios que regem o desenvolvimento infantil, os estágios de desenvolvimento da
criança, as características do brinquedo.
O desenvolvimento infantil é um processo evolutivo que ocorre numa seqüência
de etapas ou estágios que segundo Piaget (apud LOPES,1993), até os seis anos a
criança passa por dois estágios: o sensório motor e o pré-operacional. No período
sensório motor, a criança conhece o mundo através das ações que realiza. São os
movimentos que trazem à criança a possibilidade de penetrar no mundo que a cerca.