O documento discute a importância das atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem de crianças. Aprendizagem significativa ocorre quando novas informações se relacionam com conhecimentos prévios. Brincadeiras desenvolvem habilidades sociais, cognitivas e emocionais em crianças. Professores devem oferecer atividades lúdicas de qualidade para apoiar o desenvolvimento infantil.
A importância da ludicidade na construção da aprendizagem em sala de aula.
1. Mestrando: Francisco Vilar Vasconcelos
Disciplina: Produção e Reutilização de Objetos de Aprendizagem
Professor: Denys Sales
2. “Brincar com crianças não é perder tempo, é
ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais
triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas
sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para
a formação do homem”.
Carlos Drummond de Andrade
3. Observa-se a partir de estudos voltados para a aprendizagem
significativa a necessidade da ludicidade está sempre presente no cotidiano
escolar e isso vem contribuindo com as concepções psicológicas e
pedagógicas do desenvolvimento infantil. Dessa forma as atividades lúdicas
ajudam a vivenciar fatos e favorecer aspectos da cognição.
Assim, o brincar e o uso de jogos
podem e devem ser utilizados como uma
ferramenta importante para o auxílio do
ensino aprendizagem bem como para
que se estruturem os conceitos de
interação e cooperação.
4. A atividade lúdica pode contribuir para a
aprendizagem na educação, pois notamos a
sensação de prazer que envolve os alunos em
suas atividades lúdicas, que por sua vez,
desenvolvem maior interação com professores e
colegas.
A brincadeira e os jogos não podem ser vistos
apenas como um passatempo, são também
formas de despertar na criança autoconfiança,
desenvolvimento psicomotor, afetividade e são as
principais formas de socialização, pois, através do
brincar, a criança aprende regras e limites no qual
usará respeitosamente no dia a dia com os
colegas.
5. É importante ressaltar que brincadeiras e jogos que contribuem para o
desenvolvimento da autoestima da criança pode ser o início para se trabalhara
ludicidade e também investigar como a criança vivencia atividades lúdicas na sala
de aula, no seu contexto familiar, além de analisar se a criança consegue
aprender um conhecimento mais rápido através das atividades lúdicas.
A aprendizagem através do lúdico, a função dos jogos e brincadeiras e suas
contribuições para o ensino aprendizagem na Educação Infantil é muito
importante no cotidiano escolar e o papel do professor frente à ludicidade se faz
relevante na medida em que o mesmo possa oferecer as crianças interação,
aprendizagem e possibilidades.
6. CONVERSANDO COM ALGUNS AUTORES SOBRE O ASSUNTO.
Para Moreira (2001), a aprendizagem significativa é o processo que se
dá entre a composição antecipada de conteúdos estudados ou absorvidos
anteriormente e que influenciam na maneira de recebimento dos conteúdos
novos. Estes, por sua vez, passam a influenciar as antigas informações,
tornando a aprendizagem cognitiva, ou seja, a integração do conteúdo
aprendido numa estrutura mental ordenada. Há, no processo, uma interação
cujo resultado modifica tanto a nova informação, que passa então a ter
significado, como o conhecimento específico já existente, relevante, na
estrutura cognitiva do indivíduo sujeito da aprendizagem.
7. CONVERSANDO COM ALGUNS AUTORES SOBRE O ASSUNTO.
O professor deve procurar formas
para contribuir na formação de cidadãos,
ao refletir em sua prática pedagógica e ao
trabalhar a atividade lúdica de forma que o
aluno aprenda brincado. De acordo com
Freire (1996), “Saber que deve respeito à
autonomia do educando exige de mim uma
prática coerente”.
Essas palavras levam-nos a refletir
sobre a necessidade de uma prática
pedagógica que respeite a individualidade
do aluno. “Para brincar de modo efetivo, as
crianças precisam de companheiros de
brincadeiras, materiais, áreas,
oportunidade, espaço, tempo, entre outros”
(MOYLES, 2002).
8. CONVERSANDO COM ALGUNS AUTORES SOBRE O ASSUNTO.
Na escola, as crianças só integram
as atividades escolares no momento da
execução e dificilmente participam das
decisões e das escolhas. Indagando as
crianças e resgatando suas brincadeiras,
possibilita-se a participação das crianças,
o professor coloca-se em condição de
igualdade e abre caminho para a partilha,
a troca, a cooperação, o diálogo, o
aprendizado recíproco e a busca de
convergências, ou seja, desenvolve os
princípios dos jogos cooperativos.
(CORREIA, 2006, p.58).
9. CONVERSANDO COM ALGUNS AUTORES SOBRE O ASSUNTO.
De acordo com Piaget, 2003, p. 51:
Na idade infantil a criança começa a pensar inteligentemente
com certa lógica, começa a entender o mundo mais objetivamente e
a ter consciência de suas ações, discernindo o certo do errado. Nesta
fase, os jogos transformam-se em construções adaptadas, exigindo
sempre o trabalho efetivo e participativo no processo de
aprendizagem que começa com a sistematização do conhecimento
existente.
Nesse aspecto o jogo tem o intento de trabalhar o raciocínio
lógico ajudando a criança a organizar seus pensamentos e ideias e a
fazer suas descobertas. Ao usar os jogos a criança adquire regras e
limites e desenvolve o cognitivo e o emocional. Aprende resolver
conflitos e lidar com seus medos e extravasar suas agressividades
porque interage de forma descontraída, e as aprendizagens surgem
de maneira natural.
10. CONVERSANDO COM ALGUNS AUTORES SOBRE O ASSUNTO.
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e
aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também
chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais
etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da
atividade lúdica.
É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição
infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das
crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base estrutural,
por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou
jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e
constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças
em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas
capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades
sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. (BRASIL,
1998, p. 28. v.3).
11. CONVERSANDO COM ALGUNS AUTORES SOBRE O ASSUNTO.
O educador tem ampla responsabilidade em estar bem
informado sobre a pedagogia do brincar em sala de aula, desde que
sejam oferecidas atividades lúdicas de alta qualidade, pois ele é o
responsável pelo avanço do processo de ensino aprendizagem. Cabe a
ele desenvolver novas práticas educativas que permitam as crianças
um maior aprendizado. “A participação em jogos representa uma
conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um
estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico”.
(PCN, 1997, p. 49).
12. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Considerando a importância dos jogos, brinquedos e
brincadeiras enfatizando o seu valor educativo significa construir a
valorização do lúdico no espaço escolar como uma forma de
acolhimento a criança que está a princípio descobrindo o mundo do
conhecimento e ao ingressar nesse tal mundo das letras, ela é
recepcionada pelos brinquedos e brincadeiras e a mesma por sua vez,
se familiariza rapidamente em um novo ambiente, proporcionando uma
aprendizagem bem mais significativa.
13. REFERÊNCIAS
BRASIL/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1997.
Referencial Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto,
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998, vol. 1-3.
CORREIA, Marcos Miranda. Trabalhando com jogos cooperativos: Em busca de novos
paradigmas na Educação Física. Campinas, SP: Papirus, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 1996.
MOREIRA, Marco Antonio e MASINI, ElcieSalzano. Aprendizagem Significativa – A Teoria de
David Ausubel. São Paulo, Centauro, 2001.
MOYLES, Janet R.A excelência do brincar: A importância da brincadeira na transição entre
educação infantil e anos iniciais. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PIAGET, Jean e BARBEL, Inhelder. A Psicologia da criança. Tradução de Octavio Mendes
Cajado. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.