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EPIDEMIOLOGIA EM
SAÚDE MENTAL
Prof° Anne Karoline
Você gostaria de integrar uma equipe de
saúde mental?
 QUAL A IMAGEM QUE TEMOS DE UM PACIENTE COM TRANSTORNO MENTAL?
 alguém agressivo
 desprovido de senso crítico
 sem limites e padrões éticos e morais
 Esses preconceitos ainda costumam perseguir esse tipo de clientela, apesar
do desenvolvimento de programas e políticas de Saúde Mental que visem a
reinserção dos doentes na sociedade;
 Se profissionais e estudantes da área da saúde ainda tem esta imagem e
ideia, imagina como a população enxerga estes doentes?
As doenças mentais estão em nosso meio
 Pesquisas realizadas demonstram que :
 1 em cada 3 pessoas terá pelo menos um episódio de transtorno mental no
decorrer da vida, e,
 no período de um ano, 1 entre 5 indivíduos encontra-se em fase ativa da
doença.
 No entanto, a prática aponta o período de resistência pelo qual as pessoas
passam antes de se sentirem “obrigadas” a procurar ajuda, ressaltando-se o
fato de que algumas jamais a procuram (por vergonha, por medo, por
preconceito).
 O medo de “enlouquecer” ou de ser “taxado como louco” ainda é o causador
de uma enorme demanda reprimida (quantidade de pessoas que não procuram
atendimento de saúde mental), o que dificulta pesquisas e taxas de
incidência;
 Isso sem se falar no preconceito do próprio tratamento, seja ele
medicamentoso ou psicoterápico.
 Em nível de Brasil, principalmente em algumas áreas carentes, torna-se ainda
mais difícil se obter estatísticas, pois ainda são poucos os locais onde o
Programa de Saúde Mental está implantado de forma satisfatória.
É verdade que o ritmo da vida de hoje é capaz de
causar maior tensão nas pessoas e com isso
desencadear episódios de transtornos mentais
 Exploração da força e carga horária excessiva de trabalho;
 As condições insalubres do ambiente
A insalubridade pode ser entendida como os fatores químicos, físicos ou
biológicos que estão presentes no ambiente de trabalho e podem ser
prejudiciais à saúde do trabalhador.
 O alto índice de desemprego;
 O estresse;
 A violência;
 Entre outros fatores do cotidiano, estas são situações que podem colaborar
para o desenvolvimento dos Transtornos Mentais (TM)...
 A demanda de procura pelo setor de Saúde Mental vem aumentando a cada
dia, causando muitas vezes a impressão errônea de que hoje as pessoas
apresentam mais transtornos mentais que antigamente.
 Há algumas hipóteses para que o número de doentes mentais diagnosticados
esteja aumentando:
Demanda reprimida
 São pessoas com necessidades de atendimento e que tiveram seu acesso aos
serviços de saúde impedidos por algum motivo: falta de vagas, falta de
informações, questões culturais entre outras. Neste caso específico, os
fatores principais são o medo e o estigma.
 Acredita-se que estas pessoas tenham demorado muitos anos para ter
coragem de procurar ajuda psicológica ou até mesmo, na época em que
procuraram não tiveram condições de se tratar.
 Assim, com programas mais seguros e humanizados pelo SUS, as pessoas tem
acesso mais facilitado ao tratamento.
Demais fatores que colaboram para um
diagnóstico de TM:
1. A introdução de um programa de Saúde Mental ocasionou um número maior de
unidades assistenciais.
2. A conscientização da necessidade do acompanhamento psicológico para os
pacientes de outros programas, como Saúde da Mulher (gestação, climatério,
aborto), hanseníase, DST (principalmente para os portadores de HIV),
tuberculose etc.
3. A introdução de novas formas de tratamento na Saúde Mental vem
apresentando melhoras nos quadros clínicos e diminuindo o “medo do
tratamento” por parte de pacientes e familiares.
4. A conscientização da população de que o programa de Saúde Mental pode e
deve atuar como prevenção, e não só como tratamento nos surtos, vem fazendo
com que a população busque assistência antes de apresentar sintomas mais
graves.
Assim, a dona de casa que não tinha vontade de sair e que era considerada
excelente, hoje se vê deprimida. O pai de família que chegava em casa exaltado
e achava que era cansaço, hoje se acha nervoso. Observa-se, desta forma, uma
mudança de padrões de normalidade.
5. A veiculação de informações sobre transtornos mentais através dos meios de
comunicação (jornais, revistas, televisão, rádio etc), vem fazendo com que as
pessoas identifiquem-se com os sintomas e busquem ajuda por valorizarem o que
sentem.
 As pessoas passam a perceber que não estão sozinhas e que muitas vezes
podem até estar na “moda”.
 Com todos estes fatores atuando na demanda de Saúde Mental, é possível
perceber que a alteração que ela vem sofrendo não é apenas numérica.
 Embora em números venha alcançando índices consideráveis, o perfil dos
usuários de Saúde Mental é surpreendentemente diferente da observada há
alguns anos.
 Talvez porque as pessoas estejam utilizando os recursos antes de que entrem
em surto, fazendo tratamento corretamente e procurando meios para não
serem excluídas do meio social em que vivem.
 Quem é o paciente que procura o setor de saúde mental?
 Você já esteve em contato com alguém que sofria de transtorno mental?
 Qual era sua aparência?
 Estava desorientado?
 Ele agrediu você?
Há aqueles que já tem um TM mais grave, com certo grau de dificuldade de
socialização, porém, nos dias de hoje, o perfil das pessoas que procuram o setor,
é de usuários que querem amenizar sintomas e continuar a viver sua rotina de
maneira normal, prevenindo assim, medidas extremas de tratamento como um
internamento.
CENTROS DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL
Os CAPS constituem a principal estratégia do
processo de reforma psiquiátrica.
 São instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais,
 estimular sua integração social e familiar,
 apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia,
 oferecer-lhes atendimento médico e psicológico.
 A característica principal dos CAPS é buscar integrá-los a um ambiente social
e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade
onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares.
 Os CAPS [...] farão o direcionamento local das políticas e programas de Saúde
Mental:
 desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários,
 dispensando medicamentos,
 encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências
terapêuticas,
 assessorando e sendo retaguarda para o trabalho dos Agentes Comunitários de
Saúde e Equipes de Saúde da Família no cuidado domiciliar.
O que é o Serviço Residencial Terapêutico,
que faz parte da nova estratégia de Saúde
Mental?
 O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) – ou residência terapêutica– são casas
localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de
moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves,
institucionalizadas ou não.
 O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a
inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da
comunidade.
 Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação
que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador.
QUEM PODE SE BENEFICIAR DOS SRTs?
 Portadores de transtornos mentais, vindos de internação psiquiátrica em
hospitais cadastrados no SIH/SUS, ou que permanecem no hospital por falta
de alternativas que viabilizem sua reinserção no espaço comunitário.
 Pacientes vindos de internação em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico, em conformidade com decisão judicial (Juízo de Execução
Penal).
 Pessoas em acompanhamento nos CAPS, para as quais o problema da moradia
é identificado por sua equipe de referência, como sendo fundamental no seu
projeto terapêutico.
 Moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em
projetos terapêuticos especiais acompanhados nos CAPS.
EXISTEM RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS EM
PONTA GROSSA?
 Em 2004 eram mais de 200 residências terapêuticas espalhadas em 45
municípios brasileiros, havendo apenas 4 no Paraná;
 Ainda em 2004, havia projeto em andamento para abertura de uma SRT em
Ponta Grossa
Mais sobre o CAPS:
 Segundo o Ministério da Saúde (2004), os CAPS são um serviço de saúde aberto
e comunitário do SUS, um lugar de referência e tratamento para pessoas que
sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros,
cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num
dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de
vida.
 O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de
abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos
usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e
fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
É um serviço de atendimento de saúde
mental criado para ser substitutivo às
internações em hospitais psiquiátricos!
 Os CAPS visam:
• prestar atendimento em regime de atenção diária;
• gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e
personalizado;
• promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que
envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias
conjuntas de enfrentamento dos problemas.
Os CAPS são responsáveis por organizar
a rede de Saúde Mental na sua área
• dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF, PACS
(Programa de Agentes Comunitários de Saúde);
• regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua
área;
• coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades
hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território;
• manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam
medicamentos para a saúde mental.
Os CAPS devem contar com espaço próprio e
adequadamente preparado para atender à
sua demanda específica
 Deverão contar com os seguintes recursos físicos:
• consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias);
• salas para atividades grupais;
• espaço de convivência;
• oficinas;
• refeitório
• sanitários;
• área externa para oficinas, recreação e esportes.
Quem pode ser atendido nos CAPS?
 As pessoas que são atendidas pelos CAPS são, preferencialmente, pessoas com
transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, com grave
comprometimento psíquico, incluindo os transtornos relacionados às
substâncias psicoativas (álcool e outras drogas) e também crianças e
adolescentes com transtornos mentais, que podem ter já passado uma ou
mais vezes por internações ou nunca terem sido internadas.
Como se faz para ser atendido nos CAPS?
 Pode-se procurar diretamente esse serviço ou ser encaminhado pelo PSF ou
por qualquer serviço de saúde. A pessoa pode ir sozinha ou acompanhada,
devendo procurar, preferencialmente, o CAPS que atende à região onde mora.
 Caso não haja a possibilidade de ir até o CAPS, a pessoa poderá ser atendida
em casa pela equipe de saúde mental.
 A frequência de permanência/ consultas nos CAPS pode variar de pessoa para
pessoa dependendo do transtorno.
 A pessoa que acolhe o usuário primariamente, será reconhecido como
TERAPEUTA DE REFERÊNCIA (TR), e o vínculo entre usuário e TR deve ser
sempre estimulado e incentivado, uma vez que este vínculo será muito
importante para o tratamento.
 O paciente deve ser bem atendido e acolhido de forma humana nas unidades,
demonstrando que há interesse da equipe pelos seus sentimentos e
transtornos, facilitando o relacionamento interpessoal e o sucesso no
tratamento.
 Todas as ações dentro dos CAPS são consideradas terapias: consultas
individuais ou em grupo, oficinas ou recreação.
 Desta forma, são considerados ambientes terapêuticos.
 É importante que o usuário sinta-se bem neste ambiente, mas que tenha a
certeza de que este é o momento de terapia e reinserção e não somente uma
recreação e/ou passatempo.
 Cada usuário de CAPS deve ter um projeto terapêutico individual, isto é, um
conjunto de atendimentos que respeite a sua particularidade, que personalize
o atendimento de cada pessoa, segundo suas necessidades;
O CAPS poderá oferecer:
 Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a
pessoa se encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou
dificuldades intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção
contínua. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário;
 Atendimento Semi-Intensivo: nessa modalidade de atendimento, o usuário
pode ser atendido até 12 dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o
sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as
possibilidades de relacionamento, mas a pessoa ainda necessita de atenção
direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia. Esse
atendimento pode ser domiciliar, se necessário;
 Atendimento Não-Intensivo: oferecido quando a pessoa não precisa de suporte
contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na
família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. Esse
atendimento também pode ser domiciliar.
 Cada unidade, por sua vez pode decidir quais são os melhores projetos
terapêuticos para os usuários da região.
Quais atividades terapêuticas os CAPS
podem oferecer?
 Atendimento individual: prescrição de medicamentos, psicoterapia,
orientação;
 Atendimento em grupo: oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas
geradoras de renda, oficinas de alfabetização, oficinas culturais, grupos
terapêuticos, atividades esportivas, atividades de suporte social, grupos de
leitura e debate, grupos de confecção de jornal;
 Atendimento para a família: atendimento a grupo de familiares, atendimento
individualizado a familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino,
atividades de lazer com familiares;
 Atividades comunitárias: atividades em conjunto com associações de bairro e
outras instituições existentes na comunidade, que têm como objetivo a
integração do serviço e do usuário com a família, a comunidade e a sociedade
em geral. Essas atividades podem ser: festas comunitárias, caminhadas com
grupos da comunidade, participação em eventos e grupos dos centros
comunitários;
 • Assembléias ou Reuniões de Organização do Serviço: a Assembléia é um
instrumento importante para o efetivo funcionamento dos CAPS como um
lugar de convivência. É uma atividade, preferencialmente semanal, que reúne
técnicos, usuários, familiares e outros convidados, que juntos discutem,
avaliam e propõem encaminhamentos para o serviço. Discutem-se os
problemas e sugestões sobre a convivência, as atividades e a organização do
CAPS, ajudando a melhorar o atendimento oferecido.
 Estar em tratamento nos CAPS não significa que os usuários devam passar a
maior parte de seu tempo lá dentro. Na verdade, é exatamente o contrário
que deve acontecer, o usuário deve desenvolver confiança e autonomia de
seus atos para poder desenvolver sua vida pessoal fora da unidade de saúde.
Quais os horários de funcionamento dos
CAPS?
CAPS I – municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes
Funciona das 8 às 18 horas De segunda a sexta-feira
CAPS II – municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes
Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas
CAPS III – municípios com população acima de 200.000 habitantes
Funciona 24 horas, diariamente, também nos feriados e fins de semana
CAPSi – municípios com população acima de 200.000 habitantes
Funciona das 8 às 18 horas de segunda a sexta-feira
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas
CAPSad – municípios com população acima de 100.000 habitantes
Funciona das 8 às 18 horas de segunda a sexta-feira
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas
 Todos os usuários devem receber refeições segundo sua frequência diária no
CAPS: um turno de 4h = uma refeição; turno de 8h= 2 refeições, turno de 24h
= 4 refeições;
 Nos CAPS III que funcionam durante 24 horas, pode-se oferecer acolhimento
noturno. O acolhimento noturno e a permanência nos fins de semana devem
ser entendidos como mais um recurso terapêutico, visando evitar internações
psiquiátricas.
 O acolhimento noturno deverá atender preferencialmente aos usuários que
estão vinculados a um projeto terapêutico nos CAPS, quando necessário, e no
máximo por sete dias corridos ou dez dias intercalados durante o prazo de 30
dias.
Tipos de profissionais que atuam nos
CAPS – Equipes mínimas
 CAPS I
• 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental
• 1 enfermeiro
• 3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo,
assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional
necessário ao projeto terapêutico
• 4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico
administrativo, técnico educacional e artesão
 CAPS II
• 1 médico psiquiatra
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental
• 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo,
assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física
ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico
• 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico
administrativo, técnico educacional e artesão
 CAPS III
• 2 médicos psiquiatras
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental
• 5 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo,
assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional
necessário de nível superior
• 8 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico
administrativo, técnico educacional e artesão
 CAPSi
• 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde
mental
• 1 enfermeiro
• 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais:
psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo,
pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico
• 5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico
administrativo, técnico educacional e artesão
 CAPSad
• 1 médico psiquiatra
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental
• 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das
intercorrências clínicas
• 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais:
psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou
outro profissional necessário ao projeto terapêutico
• 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico
administrativo, técnico educacional e artesão

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  • 2. Você gostaria de integrar uma equipe de saúde mental?  QUAL A IMAGEM QUE TEMOS DE UM PACIENTE COM TRANSTORNO MENTAL?  alguém agressivo  desprovido de senso crítico  sem limites e padrões éticos e morais  Esses preconceitos ainda costumam perseguir esse tipo de clientela, apesar do desenvolvimento de programas e políticas de Saúde Mental que visem a reinserção dos doentes na sociedade;  Se profissionais e estudantes da área da saúde ainda tem esta imagem e ideia, imagina como a população enxerga estes doentes?
  • 3. As doenças mentais estão em nosso meio  Pesquisas realizadas demonstram que :  1 em cada 3 pessoas terá pelo menos um episódio de transtorno mental no decorrer da vida, e,  no período de um ano, 1 entre 5 indivíduos encontra-se em fase ativa da doença.  No entanto, a prática aponta o período de resistência pelo qual as pessoas passam antes de se sentirem “obrigadas” a procurar ajuda, ressaltando-se o fato de que algumas jamais a procuram (por vergonha, por medo, por preconceito).
  • 4.  O medo de “enlouquecer” ou de ser “taxado como louco” ainda é o causador de uma enorme demanda reprimida (quantidade de pessoas que não procuram atendimento de saúde mental), o que dificulta pesquisas e taxas de incidência;  Isso sem se falar no preconceito do próprio tratamento, seja ele medicamentoso ou psicoterápico.  Em nível de Brasil, principalmente em algumas áreas carentes, torna-se ainda mais difícil se obter estatísticas, pois ainda são poucos os locais onde o Programa de Saúde Mental está implantado de forma satisfatória.
  • 5. É verdade que o ritmo da vida de hoje é capaz de causar maior tensão nas pessoas e com isso desencadear episódios de transtornos mentais  Exploração da força e carga horária excessiva de trabalho;  As condições insalubres do ambiente A insalubridade pode ser entendida como os fatores químicos, físicos ou biológicos que estão presentes no ambiente de trabalho e podem ser prejudiciais à saúde do trabalhador.  O alto índice de desemprego;  O estresse;  A violência;  Entre outros fatores do cotidiano, estas são situações que podem colaborar para o desenvolvimento dos Transtornos Mentais (TM)...
  • 6.  A demanda de procura pelo setor de Saúde Mental vem aumentando a cada dia, causando muitas vezes a impressão errônea de que hoje as pessoas apresentam mais transtornos mentais que antigamente.  Há algumas hipóteses para que o número de doentes mentais diagnosticados esteja aumentando:
  • 7. Demanda reprimida  São pessoas com necessidades de atendimento e que tiveram seu acesso aos serviços de saúde impedidos por algum motivo: falta de vagas, falta de informações, questões culturais entre outras. Neste caso específico, os fatores principais são o medo e o estigma.  Acredita-se que estas pessoas tenham demorado muitos anos para ter coragem de procurar ajuda psicológica ou até mesmo, na época em que procuraram não tiveram condições de se tratar.  Assim, com programas mais seguros e humanizados pelo SUS, as pessoas tem acesso mais facilitado ao tratamento.
  • 8. Demais fatores que colaboram para um diagnóstico de TM: 1. A introdução de um programa de Saúde Mental ocasionou um número maior de unidades assistenciais. 2. A conscientização da necessidade do acompanhamento psicológico para os pacientes de outros programas, como Saúde da Mulher (gestação, climatério, aborto), hanseníase, DST (principalmente para os portadores de HIV), tuberculose etc. 3. A introdução de novas formas de tratamento na Saúde Mental vem apresentando melhoras nos quadros clínicos e diminuindo o “medo do tratamento” por parte de pacientes e familiares.
  • 9. 4. A conscientização da população de que o programa de Saúde Mental pode e deve atuar como prevenção, e não só como tratamento nos surtos, vem fazendo com que a população busque assistência antes de apresentar sintomas mais graves. Assim, a dona de casa que não tinha vontade de sair e que era considerada excelente, hoje se vê deprimida. O pai de família que chegava em casa exaltado e achava que era cansaço, hoje se acha nervoso. Observa-se, desta forma, uma mudança de padrões de normalidade. 5. A veiculação de informações sobre transtornos mentais através dos meios de comunicação (jornais, revistas, televisão, rádio etc), vem fazendo com que as pessoas identifiquem-se com os sintomas e busquem ajuda por valorizarem o que sentem.
  • 10.  As pessoas passam a perceber que não estão sozinhas e que muitas vezes podem até estar na “moda”.  Com todos estes fatores atuando na demanda de Saúde Mental, é possível perceber que a alteração que ela vem sofrendo não é apenas numérica.  Embora em números venha alcançando índices consideráveis, o perfil dos usuários de Saúde Mental é surpreendentemente diferente da observada há alguns anos.  Talvez porque as pessoas estejam utilizando os recursos antes de que entrem em surto, fazendo tratamento corretamente e procurando meios para não serem excluídas do meio social em que vivem.
  • 11.  Quem é o paciente que procura o setor de saúde mental?  Você já esteve em contato com alguém que sofria de transtorno mental?  Qual era sua aparência?  Estava desorientado?  Ele agrediu você? Há aqueles que já tem um TM mais grave, com certo grau de dificuldade de socialização, porém, nos dias de hoje, o perfil das pessoas que procuram o setor, é de usuários que querem amenizar sintomas e continuar a viver sua rotina de maneira normal, prevenindo assim, medidas extremas de tratamento como um internamento.
  • 13. Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica.  São instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais,  estimular sua integração social e familiar,  apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia,  oferecer-lhes atendimento médico e psicológico.  A característica principal dos CAPS é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares.
  • 14.
  • 15.  Os CAPS [...] farão o direcionamento local das políticas e programas de Saúde Mental:  desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários,  dispensando medicamentos,  encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências terapêuticas,  assessorando e sendo retaguarda para o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Equipes de Saúde da Família no cuidado domiciliar.
  • 16. O que é o Serviço Residencial Terapêutico, que faz parte da nova estratégia de Saúde Mental?  O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) – ou residência terapêutica– são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não.  O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade.  Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador.
  • 17. QUEM PODE SE BENEFICIAR DOS SRTs?  Portadores de transtornos mentais, vindos de internação psiquiátrica em hospitais cadastrados no SIH/SUS, ou que permanecem no hospital por falta de alternativas que viabilizem sua reinserção no espaço comunitário.  Pacientes vindos de internação em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em conformidade com decisão judicial (Juízo de Execução Penal).  Pessoas em acompanhamento nos CAPS, para as quais o problema da moradia é identificado por sua equipe de referência, como sendo fundamental no seu projeto terapêutico.  Moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos terapêuticos especiais acompanhados nos CAPS.
  • 18. EXISTEM RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS EM PONTA GROSSA?  Em 2004 eram mais de 200 residências terapêuticas espalhadas em 45 municípios brasileiros, havendo apenas 4 no Paraná;  Ainda em 2004, havia projeto em andamento para abertura de uma SRT em Ponta Grossa
  • 19.
  • 20. Mais sobre o CAPS:  Segundo o Ministério da Saúde (2004), os CAPS são um serviço de saúde aberto e comunitário do SUS, um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida.  O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
  • 21. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos!  Os CAPS visam: • prestar atendimento em regime de atenção diária; • gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado; • promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas.
  • 22. Os CAPS são responsáveis por organizar a rede de Saúde Mental na sua área • dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF, PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde); • regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área; • coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território; • manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamentos para a saúde mental.
  • 23. Os CAPS devem contar com espaço próprio e adequadamente preparado para atender à sua demanda específica  Deverão contar com os seguintes recursos físicos: • consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias); • salas para atividades grupais; • espaço de convivência; • oficinas; • refeitório • sanitários; • área externa para oficinas, recreação e esportes.
  • 24. Quem pode ser atendido nos CAPS?  As pessoas que são atendidas pelos CAPS são, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, com grave comprometimento psíquico, incluindo os transtornos relacionados às substâncias psicoativas (álcool e outras drogas) e também crianças e adolescentes com transtornos mentais, que podem ter já passado uma ou mais vezes por internações ou nunca terem sido internadas.
  • 25. Como se faz para ser atendido nos CAPS?  Pode-se procurar diretamente esse serviço ou ser encaminhado pelo PSF ou por qualquer serviço de saúde. A pessoa pode ir sozinha ou acompanhada, devendo procurar, preferencialmente, o CAPS que atende à região onde mora.  Caso não haja a possibilidade de ir até o CAPS, a pessoa poderá ser atendida em casa pela equipe de saúde mental.  A frequência de permanência/ consultas nos CAPS pode variar de pessoa para pessoa dependendo do transtorno.
  • 26.  A pessoa que acolhe o usuário primariamente, será reconhecido como TERAPEUTA DE REFERÊNCIA (TR), e o vínculo entre usuário e TR deve ser sempre estimulado e incentivado, uma vez que este vínculo será muito importante para o tratamento.  O paciente deve ser bem atendido e acolhido de forma humana nas unidades, demonstrando que há interesse da equipe pelos seus sentimentos e transtornos, facilitando o relacionamento interpessoal e o sucesso no tratamento.
  • 27.  Todas as ações dentro dos CAPS são consideradas terapias: consultas individuais ou em grupo, oficinas ou recreação.  Desta forma, são considerados ambientes terapêuticos.  É importante que o usuário sinta-se bem neste ambiente, mas que tenha a certeza de que este é o momento de terapia e reinserção e não somente uma recreação e/ou passatempo.  Cada usuário de CAPS deve ter um projeto terapêutico individual, isto é, um conjunto de atendimentos que respeite a sua particularidade, que personalize o atendimento de cada pessoa, segundo suas necessidades;
  • 28. O CAPS poderá oferecer:  Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário;  Atendimento Semi-Intensivo: nessa modalidade de atendimento, o usuário pode ser atendido até 12 dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades de relacionamento, mas a pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário;
  • 29.  Atendimento Não-Intensivo: oferecido quando a pessoa não precisa de suporte contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. Esse atendimento também pode ser domiciliar.  Cada unidade, por sua vez pode decidir quais são os melhores projetos terapêuticos para os usuários da região.
  • 30. Quais atividades terapêuticas os CAPS podem oferecer?  Atendimento individual: prescrição de medicamentos, psicoterapia, orientação;  Atendimento em grupo: oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, oficinas de alfabetização, oficinas culturais, grupos terapêuticos, atividades esportivas, atividades de suporte social, grupos de leitura e debate, grupos de confecção de jornal;  Atendimento para a família: atendimento a grupo de familiares, atendimento individualizado a familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino, atividades de lazer com familiares;
  • 31.  Atividades comunitárias: atividades em conjunto com associações de bairro e outras instituições existentes na comunidade, que têm como objetivo a integração do serviço e do usuário com a família, a comunidade e a sociedade em geral. Essas atividades podem ser: festas comunitárias, caminhadas com grupos da comunidade, participação em eventos e grupos dos centros comunitários;  • Assembléias ou Reuniões de Organização do Serviço: a Assembléia é um instrumento importante para o efetivo funcionamento dos CAPS como um lugar de convivência. É uma atividade, preferencialmente semanal, que reúne técnicos, usuários, familiares e outros convidados, que juntos discutem, avaliam e propõem encaminhamentos para o serviço. Discutem-se os problemas e sugestões sobre a convivência, as atividades e a organização do CAPS, ajudando a melhorar o atendimento oferecido.
  • 32.  Estar em tratamento nos CAPS não significa que os usuários devam passar a maior parte de seu tempo lá dentro. Na verdade, é exatamente o contrário que deve acontecer, o usuário deve desenvolver confiança e autonomia de seus atos para poder desenvolver sua vida pessoal fora da unidade de saúde.
  • 33. Quais os horários de funcionamento dos CAPS? CAPS I – municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes Funciona das 8 às 18 horas De segunda a sexta-feira CAPS II – municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas CAPS III – municípios com população acima de 200.000 habitantes Funciona 24 horas, diariamente, também nos feriados e fins de semana CAPSi – municípios com população acima de 200.000 habitantes Funciona das 8 às 18 horas de segunda a sexta-feira Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas CAPSad – municípios com população acima de 100.000 habitantes Funciona das 8 às 18 horas de segunda a sexta-feira Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas
  • 34.  Todos os usuários devem receber refeições segundo sua frequência diária no CAPS: um turno de 4h = uma refeição; turno de 8h= 2 refeições, turno de 24h = 4 refeições;  Nos CAPS III que funcionam durante 24 horas, pode-se oferecer acolhimento noturno. O acolhimento noturno e a permanência nos fins de semana devem ser entendidos como mais um recurso terapêutico, visando evitar internações psiquiátricas.  O acolhimento noturno deverá atender preferencialmente aos usuários que estão vinculados a um projeto terapêutico nos CAPS, quando necessário, e no máximo por sete dias corridos ou dez dias intercalados durante o prazo de 30 dias.
  • 35. Tipos de profissionais que atuam nos CAPS – Equipes mínimas  CAPS I • 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental • 1 enfermeiro • 3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão
  • 36.  CAPS II • 1 médico psiquiatra • 1 enfermeiro com formação em saúde mental • 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão
  • 37.  CAPS III • 2 médicos psiquiatras • 1 enfermeiro com formação em saúde mental • 5 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário de nível superior • 8 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão
  • 38.  CAPSi • 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental • 1 enfermeiro • 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão
  • 39.  CAPSad • 1 médico psiquiatra • 1 enfermeiro com formação em saúde mental • 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas • 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico • 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão